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petitesaretes: I made a comic about every comment thread under...
I made a comic about every comment thread under any content involving a fat person existing. Ever.
This counts as my inktober #1 because I spent way more time on it than I should have.
"Icarus. The original myth had two parts. Daedalus said to his son, ‘I fashioned these wings for you...."
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Seth Godin (via petrak)
flying too high melted his wings, yea, but it was the ocean that killed him in the end
(via xekstrin)
Foi sem querer querendo
Quem nunca falou merda, né? Vivemos batendo na tecla de que ninguém é perfeito, todo mundo já falou e ainda vai falar e fazer muita bosta. Normal. Desconstruir todas as coisas problemáticas que internalizamos leva tempo mesmo, talvez a vida toda.
O problema, amigas, é como você reage quando alguém te avisa que você está fazendo papelão.
Vamos tomar como exemplo a palhaçada da semana. Para entender melhor vale ler esse texto da Djamila Ribeiro. Mas, resumindo, um moço de uma banda aí disse numa revista aí que trança é bom para quem tem cabelo ruim.
Com as críticas recebidas pelo racismo e babaquice dessa declaração, o moço resolveu se desculpar:
Dizer “desculpa se você se sentiu mal lendo” não é um pedido real de desculpas. Porque na verdade o que você tá dizendo é pra quem se ofendeu, sinto muito. Pra quem não se ofendeu não sinto pois não falei nada errado aff agora tudo é racismo. Não é um arrependimento sincero.
Daí pra piorar, pois com essa desculpinha chinfrim as críticas continuaram, uma fan page da banda postou isso:
Quer dizer. O cara faz uma declaração racista, pessoas apontam isso, daí pra provar que não é racista fãs mostram uma foto abraçado com uma criança negra.
Acontece que ser racista (e machista, homofóbico ou transfóbico) não é apenas gritar EU ODEIO ESSE GRUPO DE PESSOAS e sair correndo atrás delas com um pedaço de pau no meio da rua. Racismo é um sistema de opressão e reforçar ideias desse sistema, como cabelo ruim por exemplo, é uma maneira de ser racista sim, não importa quantas crianças negras você abrace. Sua intenção nesse caso não importa, apenas as consequências das suas ações. Não interessa se foi brincadeira sem maldade, sua brincadeira tá perpetuando o sistema você querendo ou não.
Mas daí como faz? Você falou merda, te chamaram de racista/machista/homofóbico/etc. Como reagir?
1.Escute o que as pessoas estão dizendo. Se um grupo marginalizado do qual você não faz parte está apontando um problema no que você disse, ouça e aprenda. Eu sei que a tentação de sair gritando “mas eu não sou machista! fui criado pelas minhas 17 irmãs” é grande, mas se esforce.
2.Escutou? Agora reflita. Mas reflita de verdade, “o mundo anda muito politicamente correto” não conta como reflexão.
3. Peça desculpas, mas desculpas sinceras. “Desculpas a quem se ofendeu” não vale pois você está botando a culpa em quem se ofendeu, não no que você fez. “Desculpe pelo meu comentário, obrigado por me fazer refletir, vou tomar cuidado para que isso não se repita” é bem melhor.
E pronto. Não é difícil ser uma pessoa menos escrota.
This New Tool Lets You Paint With The Sun
Wait for a sunny day, take a pencil and a wooden board and get creative! Refine the result with a lens and in a few minutes you will have a unique drawing made with the sun
In Greek mythology Febo was the god of poetry and science, he was the guardian of the sun. Our aim is to encourage people’s creativity through a process that is constantly inspired by nature.
We believe that everyone can feel like an artist and since every trace is unique, everyone will obtain his or her personal work, crafted with the sun! You have the recipe now, we can give you the tool, just free your imagination and follow the sun!
More info: febo.co
Just One Of The Family
Great story here from Bored Panda; it seems a lady in Nassau, Bahamas found a Bebeh Raccoon that had fallen out of a tree. With no mom to be found, she and her daughter decided to adopt it. They named her Pumpkin, and Pumpster follows her and her two rescue dogs everywhere! Thanks to Liz for pointing it out.
Filed under: Uncategorized Tagged: BFFs, dogs, Raccoons
Poxa, Meryl
Depois de, junto com outras estrelas de Hollywood, ter entrado em conflito com a Anistia Internacional sobre a descriminalização e regulamentação do trabalho sexual no mundo, essa semana Meryl Streep disse, em entrevista que “não é feminista, mas humanista”.
Entrevistada sobre seu futuro filme, Suffragette, Meryl respondeu assim à pergunta “Você é feminista?”: “Eu sou uma humanista, sou partidária do equílibrio agradável e fácil”.
O fato de uma atriz maravilhosa que interpreta sufragistas inglesas dizer que é humanista e defende um equilíbrio agradável e fácil deveria ser visto, no mínimo, com confusão. Apesar de ser um movimento que universalmente se concentrava entre mulheres brancas (em sua maioria parte de uma elite) o sufrágio está longe de ter conseguido seu “equilíbrio” de maneira “agradável e fácil“. O movimento enfrentou confinamento (inclusive na solitária), alimentação forçada (pois algumas fizeram greve de fome), entre outras brutalidades e formas de escárnio público. Mas seguiu lutando pelo direito de votar (que hoje nos parece apenas básico).
Aqui tem muitas outras fotos de sufragistas britânicas em conflito com a polícia e civis pelo direito de voto (conseguido por lá em 1928 e por aqui, nacionalmente, em 1932)
Aqui tem mais brutalidade propaganda anti sufragista
Infelizmente o conflito está presente na grande maioria das mudanças sociais relevantes (e o feminismo está longe de ter conseguido todas as mudanças que pretende). E isso porque gostamos de dizer que somos racionais, mas esquecemos que nossa régua de justiça muitas vezes é mais moral e pessoal que lógica. E esta ideia de que o conflito pode ser deixado de lado e que as feministas (ou a minoria da vez) só não buscam esse equilíbrio porque não querem é uma bela maneira de não ver a realidade: rupturas não costumam vir com a opção diboinha, porque não são processos agradáveis nem fáceis.
E, neste caso, nem individuais. Muitas vezes falamos do feminismo como se ele dissesse respeito somente a nós mesmas (não que ele não nos diga respeito como uma coisa pessoal, também) e ignoramos que um movimento social busca rupturas de padrões sociais que aprisionam mulheres que nem sempre somos nós, em condições que nem sempre conhecemos ou lembramos de considerar.
Então, sim, o feminismo diz respeito a mim, mas não só. E, por isso, é possível individualmente ter uma postura agradável e equilibrada, dependendo das questões e situações nas quais eu me coloque, mas como movimento social, se nos preocuparmos acima de tudo em agradar estaremos aceitando que as mulheres mais vulneráveis continuem excluídas e: vulneráveis. Isso porque, se o processo fosse resolvido com troca de argumentos polidos, um milhão de brasileiras (anualmente) deixariam de ser criminosas e parariam de morrer porque o estado não é capaz de se comprometer, politicamente, com um procedimento muito simples para salvar suas vidas. Mesmo que ele vá contra réguas morais e ideológicas pessoais.
Mas as feministas que eu conheço (em sua maioria muito agradáveis e equilibradas) optaram por sacrificar muitos aspectos pessoais em nome de algo maior que elas (ainda que também as afete), assim como fizeram as sufragistas do filme da Meryl (que eu quero ver). Porque a causa dessas feministas agradáveis e equilibradas são todas as mulheres, inclusive as que não representam um grupo relevante para políticos, marcas ou cidadãos de bem. Inclusive as que vivem vidas brutais, que estão muito longe desse equilíbrio.
Mas, além disso, Meryl também lembrou a velha questão humanistaXfeminista. Pode procurar no Google, tem bastante coisa sobre, mesmo de antes da Clara ter ido na TV criar um meme sobre isso:
Sendo assim, vamos deixar que a própria Clara explique o motivo dessa argumentação ser falaciosa:
É comum escutar:
“Não sou feminista, sou feminina”,
“Não sou feminista e nem machista”,
“Não sou feminista e nem machista, sou humanista”,
“Não sou feminista, acho que todos deveriam ser tratados igualmente e ter os mesmos direitos”.
Bom, vamos lá.
Feminismo não prega ódio, feminismo não prega a dominação das mulheres sobre os homens. Feminismo clama por igualdade, pelo fim da dominação de um gênero sobre outro. Feminismo não é o contrário de machismo. Machismo é um sistema de dominação. Feminismo é uma luta por direitos iguais.
Então se você diz “não sou feminista, acho que todos deveriam ser tratados igualmente e ter os mesmos direitos” você está dizendo, exatamente: “não sou feminista, mas sou feminista”. E se você se diz humanista, bom, acredito que saiba então que o humanismo é uma filosofia moral baseada na razão humana e na ética, que coloca o ser humano acima do sobrenatural, de deuses, de dogmas religiosos, da pseudociência e das superstições e que não tem nada a ver com o assunto.
Ou, como resumiu maravilhosamente o tuiteiro:
“não sou feminista sou humanista” não sou vegetariano sou míope
— METANOIA (@oraporra) September 30, 2015
Essa semana conversei com uma feminista que dizia concordar com a Meryl. Pra ela era importante criar um novo nome para o pressuposto de igualdade feminista, já que feminismo andava tão associado com outras coisas (ruins).
Mas digo aqui o mesmo que disse pra ela: parte-se de um pressuposto básico (igualdade) para que rolem fluxos. A uniformidade nunca foi saudável. Fora isso, o foco nas problemáticas é um recurso eterno de enfraquecimento de movimentos sociais. Se não concordarmos com essas problemáticas temos que lutar pelo debate, não abandonar o campinho. Apartar não ajuda a progredir na luta.
Chimamanda (entre tantas outras pessoas) falou disso anos atrás:
Tem mulheres que, se tu listar as grandes ideias de igualdade de gênero, elas concordarão contigo. Mas aí se tu perguntar: “tu é uma feminista?” elas vão responder que não. Essa é uma das razões que me fez querer usar a palavra feminismo. Eu queria falar com as jovens e os jovens e dizer “esqueçam a história da palavra e a bagagem que carrega, pensem sobre as ideias que ela traz”
Concordo com ela.
Eu não sou humanista, sou feminista.
Feminista: uma pessoa que acredita na igualdade social, política e econômica entre os sexos.
geekandmisandry: depressionarmy: There are still so many...
naamahdarling: rockees: a ferocious beast i will reblog...
a ferocious beast
i will reblog these everytime i see them because she is just such a precious little ball of predatory fury
100 Cameras Given To The Homeless People In London And This Is The Result
The homeless of London have had the chance to show their artistic chops. The Cafe Art 2016 My London calendar is printed with the photographs they took with free cameras. Cafe Art handed out a hundred disposable Fujifilm cameras to the homeless, and the Royal Photographic society gave lessons. 80 cameras came back, with about 2500 photographs, 12 of which won their place in the calendar.
Cafe Art is a community interest company in London run by Paul Ryan. The aim is to promote the art of artists facinghomelessness, exhibiting it in cafes. The organization has attracted the attention of Christie’s, The Guardian, Fujifilm and others. The 2016 Calendar is currently funded through Kickstarter, and will print 5000 copies. All of the funds earned from sales will go back to funding more homeless art programs!
More info: cafeart.org.uk | facebook | twitter | kickstarter (h/t: petapixel)
“Everything I Own or Bags of Life, Strand” by David Tovey
“Telephone Row, Lincoln’s Inn” by XO
“Left Boot, East London” by Ellen Rostant
“Colour Festival, Olympic Park” by Goska Calik
Photo by ROL, Which Was Voted To Be The Cover
“Past & Present, City of London” by Ioanna Zagkana
“Nature’s Tunnel or Light and the End, Stratford” by Ellen Rostant
“The Artist, Whitechapel” by Michael Crosswaite
“Tyre Break, Hackney” by Desmond Henry
“Tower Bridge PICNIC, Southwark” by Cecie
“West End Bird, Westminster” by Zin
“Shadow of Self, Hyde Park” by Goska Calik
“Royal Geese Sunset, Kensington Gardens” by Maciek Walorski
80 Cameras Returned With Over 2500 Pictures. Voting Determined The Winners
The Kickstarter Pitch And The Importance Of Disposable Cameras:
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"There is no lack of female directors. Repeat after me: THERE IS NO LACK OF FEMALE DIRECTORS. But..."
- Lexi Alexander, No More Excuses: Hollywood Needs to Hire More Female Directors. (via flickeringmuse)
Por que o Prêmio Hugo deve te interessar
Uma das grandes polêmicas de 2015 dentro da comunidade de ficção científica e fantasia foi sobre o Prêmio Hugo. Cunhado em homenagem a Hugo Gernsback, inventor e editor, além de autor de ficção científica, a ele é atribuído o próprio termo ‘ficção científica’, além da popularização deste gênero literário através da revista Amazing Stories, a mais famosa revista de FC do mundo.
Mas por que o Prêmio Hugo deve te interessar, você se pergunta?
Como funciona e qual é a polêmica
Qualquer obra, de qualquer idioma, pode ser indicado ao Hugo Awards, ou Prêmio Hugo. Qualquer pessoa que se torne membro da WorldCon e que pague U$50 ganha o direito de votar e de indicar obras e autores. Como membro, você recebe uma cópia digital das obras para poder avaliar e dar seu voto. Como o sistema é aberto, é comum que autores façam campanha junto de seus fãs para que eles votem no Hugo. Este sistema aberto privilegia o gosto do público, ao contrário de ter uma banca fechada, com pessoas que escolhem os indicados. O prêmio é estampado em capas e utilizado como indicador de qualidade por várias editoras.
Tudo seria bem bacana e funcionaria às mil maravilhas se algumas pessoas insatisfeitas não tivessem se utilizado dessa maleabilidade das indicações para se lançar numa campanha baseada no ódio e no preconceito. Autores homens, brancos, cisgêneros e heterossexuais de ficção científica lançaram dois painéis de indicados ao Hugo. A ala mais agressiva é a dos Rabid Puppies, liderava por Theodore Bale, conhecido como Vox Day e a ala menos agressiva é chamada de Sad Puppies, liderada pelos escritores Larry Correia e Brad R. Torgersen. Larry Correia tem também ligações com o Gamergate.
O ano de 2014 foi o que mais privilegiou mulheres, negros e comunidade LGBTQ no Prêmio Hugo. Foi quando Ancillary Justice, de Ann Leckie ganhou de melhor livro, onde ela aboliu os pronomes de gênero, por exemplo. Toda a comunidade de FC e Fantasia já vinha sinalizando nos últimos anos uma maior representatividade e diversidade, o que apenas beneficia o leitor. Infelizmente, boa parte dessa diversidade de obras e autores não chegam traduzidas por aqui.
Os Sad e Rabid Puppies ficaram incomodados com toda essa presença de pessoas diversas na premiação. Eles alegam que há uma conspiração de esquerda para colocar representantes de minorias nas indicações e que a velha ficção científica, aquela “de raiz”, com grandes aventuras espaciais, de narrativas épicas teria sido trocada por uma bancada política esquerdista. Por isso os Puppies escolheram autores que, segundo eles, trariam essa aventura perdida de volta.
Em um primeiro momento alguém pode dizer que os Puppies têm alguma razão em reivindicar que os prêmios sejam dados para as melhores obras. Infelizmente não é isso o que eles querem. Vamos conhecer melhor Vox Day, o líder dos Rabid Puppies. Theodore Beale é escritor de FC, já foi indicado ao Hugo e nunca ganhou. Ele já fez textos alegando que os direitos das mulheres são prejudiciais à sociedade e que negros não têm capacidade de desenvolver uma sociedade avançada. Segundo ele, a FC foi dominada por algo chamado “Pink SF”, que é a FC escrita por mulheres. Segundo suas próprias palavras:
Pink SF é um câncer. É uma perversão parasitária. É aquela morte pequena que mata todo sub-gênero literário. (…) Pink SF são as meninas vindo brincar na caixa de areia dos meninos e cagando nelas como gatos.
O texto original está no blog dele, mas para não gerar link, usei o naofo.de.
O escritor de ficção científica John C. Wright foi amplamente apoiado pelos Puppies. Seu nome apareceu cinco vezes entre os indicados deste ano e ele perdeu em todas. Para Wright os homens devem abominar homossexuais em nível visceral e as mulheres precisam ser femininas e delicadas, aquelas que serão salvas pelo herói na narrativa.
A premiação em 23 de agosto de 2015
Foi com muita alegria que as pessoas que acompanham a treta do Hugo de perto assistiram à premiação na madrugada de sábado para domingo. Houve recorde de votações este ano, 65% mais participação do que no ano passado. Categorias onde havia Puppies em peso, como Melhor Novela, Melhor Noveleta, receberam No Award, que é quando os votantes não concordam com os indicados e preferem não conceder prêmio a ninguém. E o melhor livro foi para o chinês Cixin Liu, com o livro The Three-Body Problem.
Fábio Fernandes, escritor brasileiro de ficção científica e tradutor de vários clássicos como Fundação, Laranja Mecânica e Neuromancer leu as obras indicadas pelos Puppies, como parte do pacote que recebeu para poder votar e foi categórico: as obras são ruins. Não só ele, como John Scalzi também leu e disse não haver qualidade alguma no que os Puppies indicaram.
Vários escritores se colocaram imediatamente contra os Puppies, como George RR Martin, que disse que eles haviam partido a premiação ao meio com a manobra que fizeram. Outros chegaram a se pronunciar para que removessem seus nomes dentre os indicados, pois não compactuavam com os painéis e com as alegações.
A ganhadora do Hugo 2015, Laura J. Mixon, na categoria de Best Fan Writer, fez um dos melhores discursos na noite da premiação:
Há espaço para todos nós aqui. Mas não há meio-termo entre ‘nós pertencemos’ e ‘você não’. Acredito que devamos encontrar maneiras menos tóxicas para discutir nossos pontos de vista conflitantes. Estou com as pessoas dos grupos marginalizados que procuram, simplesmente, serem vistas como seres humanos. As vidas dos negros importam.
O que os Puppies não perceberam, assim como todo mundo que apoiou os painéis (incluindo aí alguns autores brasileiros), é que não existe uma conspiração de esquerda. O que existe nestes últimos anos e na geração de autores e leitores é uma mudança de mentalidade. O mundo avançou – apesar de precisar de mais avanços – nas questões sociais, garantindo igualdade de direitos e maior visibilidade para as minorias que antes eram relegadas à obscuridade. Se Prêmio Hugo teve entre seus indicados livros que representem essa literatura, não é por uma conspiração, foi pelo gosto do público.
Fico com o discurso de Laura. Há espaço para todos nós aqui. Essas manobras são desonestas e podem ter rachado o prêmio daqui por diante, mas não será suficiente para nos calar.
Sobre o assunto, vale ler, também:
Representatividade importa, mas incomoda
genius
LoriHahahahaha FOFO!! Qdo eu era pequena eu tbm amava essa música. É o único cd de trilha sonora q eu tive na vida (eu acho). Escutei até furar. <3
genius
Rat Empathy
Upworthy carried a story summarizing an experiment demonstrating that rats exhibit empathy. Why do I care about this? Because the graphics showing the experiment on Upworthy made me smile, and smiling is good. Here’s the link in case you want to watch the video embedded in the story.
Some scientists ran an experiment to demonstrate that. Here’s how it worked:
- The scientists put a rat in water (which rats hate). Not enough to hurt the rat, but enough to annoy it.
- Then they put another rat in a safer, dry area with a door it could open to save the first rat.
When the dry rat heard the damp, miserable rat get upset, she came to the rescue.
Still not satisfied with the result, the scientists ran a more complex test.
What if you bribe the dry rat with food? Will she ignore it to rescue the wet rat in the next chamber?
Scientists presumed it would be easier for the not-in-peril rat to take the obvious selfless route when it was given only one choice. But what if they gave her a delicious bribe (chocolate cereal) and then let her choose between saving her friend and a buffet?
The rats, by a significant margin, still usually saved their friend before getting their delicious bribe. What does that mean?
Rats might care more about each other than things like food, and that prioritization might be encoded in their DNA.
Why should we care about super-thoughtful rats?
It is often argued that humans are inherently selfish — that without guidance, we would all default to killing and stealing and an “every person for themselves” mentality. That we only help others if it helps us. That evolution can’t make us selfless; it’s something we have to force ourselves to do.
But if rats show human-like qualities (they laugh like us, they dream like us, they like to have selfless lovers) like altruism, that means it isn’t a human-learned behavior. It could be encoded in our DNA. It means humans could be empathetic and kind by default.
It also means that rats and humans have more in common than we think.
An adorable rat not spreading the plague and hugging a tiny teddy bear. Much empathy.
TINY WONDERFUL BABBIES
Da importância de escrever
Eu ganhei na loteria.
Não na loteria dessas da caixa econômica federal, na aposta esperançosa da quarta feira de quitar o carro, comprar casa própria e parar de se preocupar com o pinga pinga das contas que chegam todo mês por debaixo da minha porta.
Eu ganhei em outra loteria – mais kármica, metafórica, existencial.
Explico:
Eu sou roteirista e escritora, meu ofício é a escrita. Isso dá um ar de profissionalismo como se o ato de escrever não fosse um processo, e como se a pessoa que escreve não fizesse um esforço diário para continuar sendo uma pessoa que escreve. Há luta, jornada e trajetória em cada dia. Então, há algum tempo, resolvi me unir a grupos de escrita criativa, como forma de exercício, de ampliar horizontes, de manter a minha mente alerta. De não me isolar nas minhas próprias subjetividades. E foi um tempo feliz.
Eu morava em São Paulo, e aparentemente eu tinha encontrado a minha turma – gente que me divertia e desafiava, que me indicava livros, que lia em áudios de whatsapp, pessoas com as quais eu tinha e tenho debates maravilhosos sobre a vida e sobre o ofício de escrever. São eles meus queridos Escritores Na Estrada, com os quais eu estou fazendo esse projeto no Catarse.
Mas a vida me trouxe de volta para o Rio de Janeiro, depois de oito anos de vida essencialmente paulistana. E aqui estava eu, perto do mar. Meus antigos amigos cariocas, espalhados pelo mundo. Uns poucos sobraram, com vidas tão corridas quanto a minha própria – freelancer e mãe de uma adorável garotinha de três anos – então eu senti pela primeira vez aquela espécie de isolamento difícil de definir. O isolamento do “está tudo bem, por que vai tudo tão mal?”
Bom, num último esforço de rompimento da bolha das minhas próprias aflições, lancei uma garrafa ao mar, montando um novo grupo de escrita criativa. Procurei um espaço no Rio de Janeiro (O Catete 92), agendei uma sala confortável com pufes, no chão, mandalas nas paredes e incenso no ar. O flyer com as datas foi postado e viajou pelo mundo do facebook, eu sem saber muito o que esperar.
Quando coloquei o nome “Livre” tinha pensado nas minhas últimas pesquisas sobre representação de minorias na dramaturgia audiovisual e na literatura. Mulheres, pretos, velhos, gays e trabalhadores praticamente não aparecem. A dramaturgia é feita por homens brancos, acadêmicos, de meia idade, sentados em seus apartamentos nos bairros nobres das grandes cidades. Coloquei “Livre” no nome do grupo por querer que os participantes pudessem enxergar essa limitação de representatividade e eventualmente questionarem essas limitações. Bom. essa foi minha aposta. Esse foi o meu bilhete premiado.
Surpreendentemente as vagas foram preenchidas em menos de vinte e quatro horas. E preenchidas por mulheres.
Que coisa curiosa.
Isso nunca tinha me acontecido antes.
Claro, já tinha participado de grupos de leitura e escrita exclusivos para mulheres, mas eles sempre deixaram claro que era um espaço exclusivo.
Já esse grupo apenas “aconteceu” como um grupo exclusivo de mulheres. O Grupo Livre de Criação Literária.
Enquanto a data do nosso primeiro encontro não chegava, refleti longamente a respeito. Talvez o meu feminismo militante em redes sociais tenha afastado os possíveis participantes do sexo masculino. Talvez o meu feminismo militante em redes sociais tenha atraído apenas outras feministas militantes. Talvez.
Mas o que percebi durante o encontro foi diferente. Elas foram chegando muito timidamente. As apresentações revelavam contenção. “Meu blog é anônimo” disse uma. Outra bateu na tecla de “escrever apenas para si mesma”. Mais de uma classificou os próprios textos como “apenas um desabafo”.
Então os textos foram sendo apresentados. Alguns impressos, vez por outra em telas de celulares e laptops, lidos atentamente e em voz alta revelaram a verdade – eram mulheres muito talentosas. Com estilo, profundidade, falando de temas relevantes. Então porque tanto cuidado e reticência para colocar esse material na roda?
Então eu me lembrei. Não muito tempo atrás eu já estive lá. Eu já estive nesse lugar, de sentir o forte impulso da escrita, de estar embebida na minha própria escrita, estudando muito e lutando com todas as forças para continuar escrevendo mas ainda duvidando que eu era uma escritora. Eu estava lutando para pertencer, e claro, o mundo me contava que não existia lugar para mim como escritora se eu não estivesse vinculada a uma tradição de literatura feminina, ou feita por mulheres e que se eu não estivesse naquele lugar não existiria espaço para mim.
Eu sei, eu senti, eu intuí, que estávamos conectadas por esse mesmo sentimento. E a partir daí foi muito fácil entender o porquê de apenas mulheres terem se inscrito no grupo. Existe uma demanda reprimida. Existe uma produção reprimida. De mulheres de talento e que infelizmente não vão ver seus contos, crônicas, romances, artigos, ensaios e poesias publicados. Elas não se vêem como escritoras pois, adivinhem?, existem poucos pares com quem dialogar, poucas publicações e editoras que não vão enquadrá-las e vastas bancadas de livraririas, sites, blogs e artigos de jornais gastando espaço e caracteres refletindo sobre autores e alguns boxes, notinhas e prateleiras falando de uma autora eventual que aparece aqui ou ali.
E não sou eu que estou dizendo. A pesquisadora Regina Dalcastagnè, da Universidade de Brasília (UnB) gastou umas boas dácadas da sua vida mapeando quem é o autor brasileiro. E ele é branco, mora no Rio e em São Paulo e é (surpresa!) homem.
Uma vez conversando com um amigo, autor publicado e incensado pelo hype. Falávamos sobre como nos descobrimos autores. Ele disse que decidiu ser escritor com doze anos e a partir dali, sem uma linha escrita, já se sentia autor dos livros que um dia iria escrever. Então contei para ele que não me lembrava de quando tinha começado a escrever ficção, talvez por aí, com dez ou doze anos. E que demorei uns bons quinze anos para me declarar autora. Precisei de uma força validadora externa, enquanto ele precisava apenas de uma forte convicção a respeito de si mesmo.
Mas como diria Nina Simone, “Não entendo um artista que não reflete o seu tempo” e o tempo está mudando. As coisas estão mudando. Iniciativas independentes como editoras que publicam exclusivamente mulheres, autoras se unindo para publicações coletivas, grupos, encontros, projetos mostram que o caminho para dramaturgia deve ser plural e diverso ou não irá alcançar outros públicos e outras subjetividades.
E cada vez que encontro essas garotas e essas mulheres, e que elas me informam casualmente que estão escrevendo, que são autoras, que são escritoras e que têm um novo projeto, ou que estão pensando em quem sabe talvez, arriscar uma publicação eu ganho na loteria de novo e de novo. São elas que estão quebrando o ciclo vicioso da falta de representatividade e inspirando outras mulheres e garotas. Gritando ali do seu cantinho: isso é possível. Vamos lá!
É muito muito melhor que mega sena.
O Grupo Livre de Criação Literária acontece aos sábados no Rio de Janeiro. Para maiores informações: grupodecriacaoliteraria@gmail.
anotherfirebender: mamavalkyrie: shakerattleandcrescentrolls: ...
apparently the key to happiness is to have a long and shitty winter
and if you can’t have that, surround yourself with deadly wildlife
or maybe these countries have free or reasonably priced health care, good education and costs nothing or very little, marriage equality(not all do however on the list but they at least aren’t extremely homophobic either), decent minimum wages, stable economies, low crime rates and so forth and also deadly wildlife because we protect our environment
Shots firedbut not in those countries because they have low crime rates
redução não é solução
E por aí vai.
Já dizia Saramago, "olho por olho e acabaremos todos cegos".
UMA BRANCA QUE SE PASSOU POR NEGRA
LoriOsias, gostaria de saber sua opinião sobre trans-racial.
Foto da polícia da corda encontrada em frente à casa de Rachel |
Os pais biológicos de Rachel |
Comentário de alguma radfem que vem trollar no blog |
E escrevi um tuíte descrevendo isso. Como não havia sido a primeira vez que eu era vista como parda, e como eu vinha tendo dificuldade para me dizer branca (sempre dizia "mais ou menos branca"), escrevi um texto falando dessas inquietações.
Uma das muitas piadas no Twitter: Orange is the new black |
Na realidade, Rachel está mais pro protagonista de Tootsie, em que um ator desempregado se passa por mulher para conseguir um papel feminino. Na "vida real", ele continua sendo homem. Mas pro público e pro elenco da novela em que participa, ele é mulher (e as confusões derivam disso nessa excelente comédia).
Casamento de Rachel |