Shared posts

13 Oct 16:49

Arthur C. Clarke

"There is hopeful symbolism in the fact that flags do not wave in a vacuum."
26 Sep 19:00

Behind The Scenes Photos That Show A Different Side Of Hollywood's Biggest Hits

by noreply@blogger.com (Damn Cool Pics)
On the screen might be where all the magic happens, but behind the scenes is where all the fun happens.










24 Sep 16:42

'Que Horas Ela Volta?'

Gostei muito do novo filme de Anna Muylaert e admirei as performances de Regina Casé e de Camila Márdila. Também achei bem-vinda a escolha do filme para representar o país no Oscar, porque "Que Horas Ela Volta?" é um retrato tocante e fiel de nossa sociedade hoje.

Sem spoilers: Val é babá e empregada na casa de Bárbara e Carlos. Ela criou o filho deles, Fabinho, e, enquanto isso, há anos, deixou de criar (e de ver) sua própria filha, Jéssica. Um dia, Jéssica reaparece: ela vem a São Paulo para tentar o vestibular. Val hospeda a filha na casa onde mora: a dos patrões.

1) Na classe média abastada, a babá se transforma quase sempre em empregada. Aliás, ela nunca foi propriamente uma babá, mas uma empregada que tinha jeito com as crianças. Ou talvez ela nunca deixe de ser uma babá: ela começou como babá das crianças e acaba sendo a babá de toda a família –que é assim reduzida a um jardim de infância de pseudoadultos.

A infantilização de todos pela babá-empregada é um exemplo do que Hegel observava sobre o mestre e o escravo: à força de ser servido, o mestre desaprende a lidar com o mundo, torna-se um inútil. O mestre antigo, ao menos, de vez em quando, saía pelo mundo desafiando a morte: a coragem o qualificava como mestre. O mestre moderno, nem isso: ninguém entende mais por qual mérito ele continuaria sendo "mestre".

2) Uma consequência habitual do recurso ao serviço da babá é o ciúme das mães, que se sentem (e são) menos amadas do que a mulher a quem elas confiam seus filhos.

3) A babá mima tanto quanto a mãe, se não mais: o filho de criação é idealizado além da conta (talvez para compensar o abandono do filho natural, no caso de Val, da filha). Conclusão: a mãe topa qualquer coisa para que o filho lhe perdoe a ausência, e a babá topa qualquer coisa para se perdoar pelo abandono de seus próprios filhos.

Em suma, o filho do qual cuida a babá é, para a babá como para a mãe, a coisa mais linda (e mais "rica") do mundo. Coitado dele.

4) Fabinho, mimado por Val, é improdutivo e incapaz de encarar uma frustração. Carlos desistiu da vida. Bárbara é "estilista", o que, no caso, significa que sua função social se resume em manter uma pose.

Os que chamávamos de "emergentes" são hoje os afundantes. Até porque há verdadeiros emergentes: Jéssica, por exemplo, que é obrigada a acreditar no seu esforço, e não no amor da mãe (que não teve) ou da babá (que também não teve).

5) Quando cheguei ao Brasil, nos anos 1980, o país parecia dividido em castas, criadas e mantidas pela extrema desigualdade.

Ou seja, as diferenças quantitativas (de renda) produziam uma distância qualitativa, aparentemente insuperável. Ora, um sistema de castas, para se manter, precisa que cada um, em cima ou embaixo, "saiba qual é seu lugar" e se identifique com ele. Jéssica, como diria Val, não sabe mais qual é o seu lugar. Graças às Jéssicas, pode acabar a sociedade de castas no Brasil.

6) Na Folha de domingo (13), Mauro Paulino e Alessandro Janoni, do Datafolha, notaram que as Jéssicas são, hoje, vítimas da crise e do desgoverno. Será que por isso elas deixarão de desafiar o sistema brasileiro de castas?

Penso que não: as Jéssicas não são apenas novas consumidoras (eventualmente subsidiadas). O país não está melhor porque Val e Jéssica podem bancar um aluguel ou comprar potinhos com capa de renda.

O país está melhor porque, para as Jéssicas, ser cidadão não é o efeito de uma condição econômica privilegiada. Jéssica, mesmo empobrecida, continuará se dando o direito de se sentar na sala, dizer o que pensa e tentar o vestibular numa escola de elite.

7) Anna Muylaert poderia ter me contratado como consultor para "Que Horas Ela Volta?". Em Porto Alegre, quando cheguei ao Brasil, no fim dos anos 1980, nossa Val era a Vera. Vera tinha uma filha, que se chamava Letícia e que tinha uma idade parecida com a de meus enteados.

Lembro-me de um diálogo (incompreensível para mim, europeu) para decidir se Letícia podia usar a piscina de casa.

Lembro-me também que Vera gastava muito mais do que seria prudente em enciclopédias e coleções de clássicos. Aqueles livros, acumulados no quartinho dos fundos, eram o jeito de Vera lembrar o que ela desejava para a filha.

Funcionou: Letícia, hoje, é professora. Letícia é a primeira Jéssica que conheci. Esta coluna é dedicada a ela.

This entry passed through the Full-Text RSS service - if this is your content and you're reading it on someone else's site, please read the FAQ at fivefilters.org/content-only/faq.php#publishers.

16 Sep 20:02

Creed: O 'novo Rocky' promete ser incrível

by Rafael Nardini

Julgar filme pelo trailer é como escolher livro pela capa, certo?

Eu sei disso. Sempre soube. E todo mundo sabe. Mas continuo repetindo o mesmo erro em loop eterno.

Bom, desta vez, ao menos, dá para ter uma segurança um pouquinho maior na aposta. São dois trailers até aqui. Duas pedradas.

E, se o de agora ainda não te convenceu, dá uma olhada aqui no primeiro:

Depois de seis aparições como protagonista, chegou a vez de Rocky Balboa (Sylvester Stallone) passar adiante sua coroa. Chega de ringue. É tempo de aceitar um honroso papel de tutor de uma jovem promessa.

Creed: Nascido para Lutar retoma a trajetória da franquia mais bem sucedida de filmes de boxe. Mas agora o foco é Adonis Johnson (Michael B. Johnson), um jovem negro que nunca conheceu o pai, o lendário Apollo Creed.

A mesma Filadélfia, os mesmos moletons, mas com um verniz mais atual. Na nova investida, Stallone, além das luvas, largou de lado a direção. O escalado para criar a narrativa foi Ryan Coogler, novato com apenas um longa até aqui: Fruitvale Station: A Última Parada (2013).

Parece que o bicho vai pegar.

16 Sep 16:36

Photo



15 Sep 23:20

Japanese Airline Debuts New Star Wars Themed Planes

by noreply@blogger.com (Damn Cool Pics)
The Japanese airline All Nippon Airways recently introduced a new Boeing 787 with a Star Wars theme. The plane is the result of a year contract between All Nippon Airways and Disney. It's truly unlike any other plane you've ever seen before.

















11 Sep 14:41

Things I hate about modern gaming: stories.


Stories in video games blow. I don't play video games to read, I read to read. I already have books, and I don't want to read any of them in my games. It's relevant to say that I'm a published author who writes for a living, yet I still don't want to put books in the movies I watch, the music I listen to or the food I eat. Even when the dialogue in a game is performed by voice actors, I still don't want to hear it because:
  1. It usually sucks.
  2. I'd rather put my ball sack through a deli slicer.
  3. It takes money away from the production budget of the video game.
  4. It doesn't allow me to skim the dialogue for objectives, which slows the game down.

Now I have to listen to some slow-ass voice actor stumble through lines? Think about it: when was the last time you called your friends over to show them a cut scene? Never. That's because nobody gives a shit. The practice of making giant, over-the-top cinematics in games is adding millions of dollars to the cost of already-expensive games. What's worse is that developers are occasionally aware of this and they try to ham-fist gameplay into their ham-fisted stories. One of the worst examples of this is from Call of Duty: Advanced Warfare: Call of Duty: Pay Your Respects They tried to "game-ify" the story by adding a button prompt to perform an action that you can't skip. You're able to run around the coffin as much as you want, just like at a real funeral. What's supposed to be a somber moment becomes the exact opposite: a goofy footnote in gaming history, as you reach down to "press 'F'," not because you feel anything, but because you have to. This stupid button prompt forces interactivity into a cut scene that doesn't need it. Pressing 'F' makes me feel nothing. If you really want to make it interactive, why stop there? Make it an all-out funeral simulator:
  • Press F to pay your respects.
  • Press Y to sob tears. Press Y rapidly to sob harder.
  • Press Q to nod your head.
  • Press G to put your hand on a grieving patron's shoulder.
  • Press C to contemplate life. Hold C to contemplate your own mortality.
  • Press D to make small talk with your estranged brother you haven't spoken to due to a property dispute.
  • Press B to sample the hors d'oeuvres.
  • Press I to blow your nose.
  • Press E to politely chuckle if a funny story is told during the eulogy. Timing matters! Match your button-press to the emotional arrow-cue on the screen.
  • Press A to go out to the parking-lot for a breather.

That cost of developing all these bloated stories gets passed onto you in the price of the game, and puts pressure on the developers to essentially produce a good movie on top of making a good game—which is hard enough as it is. We don't need game developers to worry about telling a story. I watch movies for that. And speaking of, most movies are garbage despite the huge budgets and A-list acting, writing and directing talent. Games can't compete, and shouldn't. I don't want to see, read or hear stories in video games unless they're RPGs. Cramming a story into a game makes about as much sense as putting poetry in a coffee maker. I don't want to read any poetry and I sure as shit don't want to drink any. But I really, really don't want to read any. In my masterful video above, I criticize the game, "Reckoning: Kingdoms of Amalur." In the game, there are books on shelves that you can literally pick up and read. You can get lost for hours reading some inane story about fairies and elf-lords and whatever other made-up, mystic voo-doo bullshit they throw at you. And you know what? None of it matters because like every modern video game, it holds your hand and guides you to the next checkpoint with a big glowing beacon on a map, so the story doesn't matter. I proved it by progressing through the game without reading a single line of dialogue. I rule. What's worse is that some of these games try to give their ancillary characters, and people you meet in throw-away side missions, stories. I barely give enough of a shit about the protagonist, who gets repeatedly killed when I play (and by 'I,' I mean "you" because I've never died in a video game ever). What makes you think I give a shit about some guy I meet on a side-mission who wants me to collect a bounty? Film critic Roger Ebert thinks that a good movie is one in which you care about your characters. But it's hard to care about a character you repeatedly get killed by explosions, strangulation and bottomless pits. Asking people to care about a character they control and get killed repeatedly is asinine. Think about it: if you truly cared about your character in a video game, the psychological impact of repeatedly seeing him or her dying over and over again would be devastating. You're in serious need of therapy if you cry after getting your protagonist killed in a video game. What you need is counseling, not a good yarn. Spare me your obfuscated story and focus on making a good game. That's all that matters. It's time to cut the cut scenes and put the "game" back into gaming. Tweet 93,512 hours have been wasted watching, reading or listening to shitty stories in video games. Back to how much I rule...New Book AnnouncementStoreEmailTweet
© 1997-2015 by Maddox

This entry passed through the Full-Text RSS service - if this is your content and you're reading it on someone else's site, please read the FAQ at fivefilters.org/content-only/faq.php#publishers.

11 Sep 12:43

World’s Largest Flower Parade In The Netherlands

by noreply@blogger.com (Damn Cool Pics)
These floats were inspired by Vincent Van Gogh.

















via facebook
10 Sep 19:49

A/C de pai e mãe

by bikeamericaprojeto

Para ouvir enquanto lê: Simon & Garfunkel – El condor pasa

 

Mãe e Pai,

Precisamos conversar.

Antes de tudo, como vocês estão? Tudo bem por aí?

Desculpem a falta de educação, que vocês me deram tão bem. É a ansiedade falando alto.

Por aqui, tá tudo certinho! Muitos lugares bonitos, o sol sempre convidando pra aproveitar o dia lá fora, seja pra pedalar, entrar no mar, ficar deitado na areia. Também chove bastante, assim os dias não ficam tão quentes, assenta a poeira, diminui a maresia.

Antes que perguntem, a saúde tá ótima. As pedaladas são um exercício completo, e tô me alimentando bem. Muita fruta, água, peixe, arroz, feijão, farinha. Às vezes uma cervejinha pra fechar o dia, dormir feliz e relaxado.

Bom, vamos ao que interessa. Preciso contar uma coisa a vocês.

Sabem como é, andando por aí (pedalando no meu caso, mas sejamos práticos), conheço muita gente. A maioria de boa índole, fiquem tranquilos. Sei bem com quem me meto. O caso não é esse.

Aconteceu que estava em Itacaré, uma cidade muito bonita e turística da Bahia. De lá, resolvi cruzar de barco para a Península de Maraú. Quem me levou foi o Neo, um canoeiro nativo, bom conversador, inteligente, muito receptivo. Colocamos a bicicleta na canoa e em dez minutos atravessamos o Rio de Contas.

Desci na península e comecei a pedalar. A estrada é de areia e terra, o que dificulta um pouco o avanço. Com tanta tranquilidade, árvores margeando a estradinha e o barulho do mar, o que menos tinha era pressa.

E ali estava eu, pedalando e pensando na vida, quando ouvi um barulho atrás de mim. Virei pra trás e vi que era um cara em uma bicicleta, daquelas barra-forte, com uma sacolinha amarrada no bagageiro. Nos cumprimentamos e fomos lado a lado, conversando. Seu nome, ou como é conhecido, é Gazu.

Como de praxe, me perguntou pra onde estava indo. Respondi que tinha um lugar pra ficar na praia de Taipu de Fora, mais ao norte da península. Uns 40 quilômetros de onde estávamos, pelo que falavam.

Ele, com a simpatia e a simplicidade dos baianos, me convidou pra passar um dia em sua casa, conhecer a sua véia, como ele a chama. Educadamente, disse que podia voltar outro dia, depois que me alojasse lá na frente, onde já havia um lugar pra ficar. Ele insistiu. Eu assenti. E lá fomos nós dois. Ele na frente, mais apressado, eu atrás, tentando acompanhá-lo.

– Gostei de você. Não tem sacanagem, não sou homem errado. Vi que você não é um vagabundo que viaja por aí só com uma sacolinha, você tá viajando sério.

No meio do caminho, passamos por uma poça grande, meu chinelo soltou do pé e por lá ficou. Sem conseguir apoiar a bicicleta em lugar nenhum, ele voltou pra me ajudar. Foi quando perguntei se ele queria trocar de bike. Eu na dele, ele na minha. Com um sorriso disfarçado no rosto, ele aceitou. Disse que não sabia mexer no câmbio, então deixei na marcha do meio. Ele montou na bicicleta, deu cinco pedaladas cambaleantes, o pneu dianteiro afundou na areia fofa e não teve jeito. Lá foi ele pro chão! Tomou um capote bonito de se ver. Primeiro, fiquei preocupado que ele tivesse se machucado, mas levantou numa boa. Depois, lembrei do notebook dentro do alforge. Dois dias depois vi que também estava inteiro.

Os dez quilômetros até sua casa foram demorados. Cada conhecido no caminho era uma parada. Até que, finalmente, chegamos em uma casinha de madeira, onde alguns filhos compartilham o espaço com a tranquilidade. Os olhares direcionados a mim e à Zoé eram um misto de curiosidade e desconfiança.

De lá, descemos pelo meio do terreno até chegar a uma estradinha de areia. Aí, não teve jeito. Caxambu, um dos filhos que me encarava com uma certa distância, me ajudou a empurrar a bicicleta.

Gazu estava radiante. Parecia uma criança que leva um novo amigo pela primeira vez à sua casa. Ao contrário de Nalva, sua véia. A ideia de ter um estranho em sua casa não lhe agradava, o que não a impedia de me tratar bem.

– Seu Minino, ocê vai ficar aqui até quando?

A casa onde eles moram é de alvenaria, bem simples. Não tem descarga nem chuveiro. A cozinha fica fora, com fogão à lenha e sem geladeira. Além dos dois, alguns cachorros e gatos vivem ali. Pra não invadir ainda mais o espaço deles e ter minha privacidade, resolvi dormir entre umas árvores a 50 metros da casa.

– Você vai armar a barraca lá do lado porque quer, né?

À noite, Gazu vinha me visitar pra tomar uns goles de conhaque.

– A véia não gosta que eu bebo. Fumar pode, beber não. Ela não pode nem pensar que to bebendo. Eu num bebo, eu tomo!

E virava mais um gole da garrafa, menino levado que faz peraltice longe da mãe. Acendíamos um tabaco e ficávamos lá, conversando.

No dia seguinte, Gazu me convidou pra ir de bike até a casa de um conhecido, resolver uns problemas. Tirei tudo da bike e fomos. Conheci uns lugares da Península que turista nenhum tem acesso. No caminho, parávamos comer cacau, colhidos diretamente do pé. O sol castigava os dois, pedalando por trilhas de terra e areia. Paramos muitas vezes no caminho pra descansar.

– Quando venho com meus filhos, nenhum consegue me acompanhar. Você foi o único cabra que me deixou pra trás.

Gazu havia dito à Nalva que voltaríamos ao meio-dia. Eram quase quatro da tarde quando chegamos. Nalva estava na estrada com um facão na mão. A cara de poucos amigos era pior que um tapa. Gazu ria, fazia brincadeiras, como que pra amenizar o clima ruim. Ele ia andando na frente, Nalva e eu quase lado a lado.

– Seu Minino, amanhã é dia docê ir embora, né?

Foi depois disso que aconteceu o ocorrido. Sentados na varanda depois do almoço, com os ânimos já calmos, estávamos os três conversando.

– Você tem família?

– Tenho, sim.

– Tem pai?

– Tenho.

– Tem mãe?

– Tenho também.

– Então agora tem dois!

Não lembro o que respondi. Nem sei se falei alguma coisa. Essa frase de Gazu me encheu de alegria e esperança, me fez sentir em casa em um lugar que não sabia que existia até o dia anterior. Ao mesmo tempo, me levou pra longe, como se me teletransportasse pra Socorro, ao lado de vocês, do Lê, da Ná, da Su.

No dia seguinte era a hora da despedida.

– Vai embora porque quer, né?

Não sei se por coincidência, Nalva estava de bom humor.

– Seu Minino, ocê pode voltar quando quisé, a casa tá aberta.

Já Gazu me deu um abraço rápido, meio desinteressado. Não entendia muito bem o que estava acontecendo. Sentei na bicicleta, me virei pra trás pra dar o último tchau e vi que ele estava apoiado no parapeito de madeira da varanda enxugando as lágrimas que escorriam do seu rosto.

Comecei a pedalar de volta pela estrada de terra, meio cambaleante. Algumas coisas que acontecem parecem não fazer muito sentido. Depois de pedalar sozinho por um tempo atravessando a península, consegui organizar os pensamentos.

Meu pai, minha mãe, meus irmãos: arrumem a varanda, preparem a pracinha, que saudade nenhuma aperta mais que um abraço bem dado.

Praia de Piracanga - Península de Maraú / BA, Brasil Praia de Piracanga - Península de Maraú / BA, Brasil Praia de Piracanga - Península de Maraú / BA, Brasil Praia de Piracanga - Península de Maraú / BA, Brasil Praia de Piracanga - Península de Maraú / BA, Brasil Praia de Piracanga - Península de Maraú / BA, Brasil Praia de Piracanga - Península de Maraú / BA, Brasil


08 Sep 13:04

RT @DepressedDarth: Kids this is the story http://t.co/8odKgxwYUX

by Pai Osias
800px-Coturnix_coturnix_eggs_normal.jpg
Author: Pai Osias
Source: Buffer
RT @DepressedDarth: Kids this is the story http://t.co/8odKgxwYUX
COLg1ooWsAA_-SY.jpg:large
08 Sep 12:59

Você consegue resolver o clássico enigma da ponte?

by Casey Chan

Enigmas podem ser divertidos. Também podem ser estressantes quando você sente que seu cérebro cheio de preocupações e cansaço simplesmente não consegue dar conta de resolver, mas a satisfação em solucioná-los compensa o esforço. Aqui está o clássico enigma da ponte, num formato animado, feito pelo Ted-Ed. Como você faz para levar um grupo de pessoas a cruzar uma ponte dentro de um determinado limite de tempo?

O problema é este: quatro pessoas precisam cruzar uma ponte; cada uma delas leva um tempo determinado para ir de um lado a outro; a ponte aguenta apenas duas pessoas por vez (a pessoa mais rápida tem que acompanhar a pessoa mais lenta, ou seja, o tempo mais longo é contado); está escuro e há apenas uma lanterna, portanto uma das pessoas que cruzaram a ponte tem que trazê-la de volta.

A Pessoa A leva 1 minuto para cruzar a ponte; a Pessoa B, 2 minutos; a Pessoa C, 5 minutos; a Pessoa D, 10 minutos. Você precisa fazer com que todas cruzem a ponte em até 17 minutos.

Como você resolve isso? Dê seu palpite, e veja no vídeo abaixo se você acertou.

O post Você consegue resolver o clássico enigma da ponte? apareceu primeiro em Gizmodo Brasil.










02 Sep 20:00

Resposta a Samuel Pessôa

Em sua coluna no último domingo (23), o economista Samuel Pessôa, ex-assessor de Aécio Neves e de Tasso Jereissati, me acusou de "enorme desonestidade intelectual". Minha trapaça teria sido incluir no texto "Por quem as panelas batem" (16.ago), entre dezenas de razões para se indignar com a realidade brasileira, ao lado de dez descalabros petistas, três famigerados escândalos tucanos: a compra de votos para a emenda da reeleição, o mensalão mineiro e o cartel do metrô paulistano.

Na visão "poliana" do colunista, vivemos num país justo, onde os bandidos estão na cadeia, os inocentes regando o jardim, o Ministério Público e a PF são instituições que "gozam de independência", e, se não há nenhuma condenação nos "supostos escândalos tucanos", citá-los ao lado de falcatruas do PT é um "truque retórico inaceitável". "Será que Antonio Prata acredita que somente candidatos tucanos conseguem ser aprovados nos concursos públicos para o Ministério Público ou a Polícia Federal?".

Não –o Brasil é esculhambado demais para uma seleção tão criteriosa–, mas olhando o passado recente, temos de admitir que, amiúde, a Justiça é mais "independente" pra uns lados do que pra outros. Não se trata de opinião pessoal, fruto da minha "desonestidade intelectual. "Justiça tarda e falha", editorial desta Folha no dia 30 de março de 2015, começa assim: "Prescrição, atrasos, incúria e engavetamento beneficiam políticos do PSDB acusados de irregularidades, inclusive no dito mensalão tucano."

Réu no mensalão tucano, Eduardo Azeredo renunciou ao cargo de deputado federal em 2014 para que o processo saísse do STF e voltasse à primeira instância, onde se encontra até hoje, "no regaço da Justiça mineira" –aspas da Folha.

No escândalo da emenda da reeleição, apesar de negociatas de votos estarem gravadas (veja depoimento de Fernando Rodrigues, Prêmio Esso de 1997 com matéria sobre o assunto: migre.me/rkS8y), o "Engavetador Geral da República", Geraldo Brindeiro, primo de Marco Maciel, vice de FHC, preferiu deixar pra lá. Quanto ao cartel do metrô, basta lembrar que um pedido de investigação do Ministério Público suíço empacou por três anos na mesa do procurador Rodrigo de Grandis, que por pouco não perdeu a chance de contar com a parceria fundamental dos europeus.

O que Samuel Pessôa, tão irado com a inclusão dos três "supostos escândalos" no freak show da política nacional, diz sobre eles? Nada. Prefere apregoar a inocência de Antonio Anastasia, num caso a que jamais me referi. Menciona FHC, mas para apontar a absolvição do ex-secretário Geral da Presidência, Eduardo Jorge, num processo sobre a "aquisição de um apartamento na orla marítima da cidade do Rio de Janeiro." Só não devolvo a acusação de "truque retórico" porque tanto os truques quanto a retórica precisam, para merecer tais nomes, persuadir.

Em minha coluna, não citei os escândalos tucanos para negar ou ofuscar os crimes petistas que, felizmente, foram e estão sendo investigados. Meu ponto é que creditar todas as mazelas nacionais a um único partido, como fazem militantes tipo Samuel Pessôa, só ajuda a escamotear as verdadeiras raízes do nosso atraso, além de denotar profunda ignorância sobre a realidade brasileira ou, aí sim, "enorme desonestidade intelectual".

This entry passed through the Full-Text RSS service - if this is your content and you're reading it on someone else's site, please read the FAQ at fivefilters.org/content-only/faq.php#publishers.

28 Aug 15:00

Saturday Morning Breakfast Cereal - Super Efficient

by admin@smbc-comics.com
popular shared this story from Saturday Morning Breakfast Cereal.

Hovertext: All telepaths are now employed by high-speed trading firms.


New comic!
Today's News:

 Over half of general admission tickets for BAHFest East have sold out already! You geeks are the best :)

28 Aug 14:56

Centro Nacional de Fiscalização de Coerência (II)

by ricardo coimbra
 (Clique na imagem para aumentar)
25 Aug 17:13

Crystal Math

















Crystal Math

20 Aug 18:41

Um garotinho de 4 anos invadiu uma partida de rugby e o que aconteceu depois foi incrível

by EvelRyu

Captura de Tela 2015-08-19 às 20.21.14

Um garotinho invadiu o campo durante uma partida de rugby e em vez de fazer o esperado e tirar o baixinho do campo, os jogadores resolveram propor a experiência que o garotinho provavelmente tinha em mente quando resolveu que queria participar da brincadeira.

O post Um garotinho de 4 anos invadiu uma partida de rugby e o que aconteceu depois foi incrível apareceu primeiro em Sedentário & Hiperativo.

17 Aug 12:07

O Suicídio – Émile Durkheim

by Garoto Confuso
O Suicídio - Émile DurkheimA obra analisa as influências extra-sociais que geram o suicídio e a natureza das causas sociais, a maneira pela qual produzem seus efeitos e suas relações com as situações individuais que acompanham os diferentes tipos de suicídios. Mostra ainda em que consiste o elemento social do suicídio, ou seja, a tendência coletiva - suas relações com os outros fatos sociais e por que meios é possível agir sobre ela.
14 Aug 19:11

Pablo Picasso

"Computers are useless. They can only give you answers."
14 Aug 16:53

Sob a benção de Chico Prego e Mestre Álvaro

by bikeamericaprojeto

Para ouvir enquanto lê: Bob Dylan – Don’t think twice, it’s alright

Entrei no Espírito Santo molhado e mergulhado na escuridão, sem conhecer praticamente nada sobre onde estava pisando. A chuva resolveu me acompanhar em todas as pedaladas pelo estado, regando a terra seca e me fazendo refletir com as poças de água que tremiam sob as rodas da bicicleta. Enquanto os homens se protegiam em toldos, capas e telhados, árvores, pássaros, sapos, cachorros e insetos festejavam a água que caía, como se perguntassem: por que fogem da chuva?

O Espírito Santo têm 3.5 milhões de habitantes e 73 ilhas, inclusive Vitória, a capital, que tem o segundo melhor IDH entre as capitais do país, perdendo só pra Floripa. E, olha só, as duas mais São Luís do Maranhão, são as três ilhas-capitais do país. Coisa linda!

Vitória, aliás, apesar de ser a capital capixaba, é só a quarta mais populosa. Na frente dela estão Vila Velha, Serra e Cariacica, que lembra música de lambada, todas da região metropolitana.

Subindo pela costa, é planície que não acaba mais, em direção ao interior, representando 40% da área do estado. A Baixada Espírito Santense dá lugar ao planalto, onde começa a região serrana e está localizada a Serra do Caparaó e o famosão Pico da Bandeira, o terceiro maior do país, na divisa com Minas. Até Vitória, estradas tranquilas, praticamente só pra mim. Mesmo com tempo chuvoso em toda pedalada, e talvez até por conta disso, virou um passeio agradável. Superfície praticamente plana e nenhuma distância absurda. Inclusive, alguns trechos das estradas, como entre as cidades de Anchieta e Guarapari, têm ciclovia. O Espírito Santo superou todas as expectativas.

Ciclovia no Espírito Santo

 

A estadia em Marataízes foi uma prévia do que viria pela frente.

Sozinho no Camping do Siri, os dias passaram tranquilos. O lugar é uma enorme área de lazer na beira da praia. Tem 135 mil metros quadrados, praticamente um bosque com chão de areia e chalezinhos de madeira espalhados entre árvores. Na alta temporada, organizam festas, recebem excursões. Agora, na baixa, as praias ficam desertas, um silêncio real, só árvore e pássaro, galo, areia, um bucolismo que acalma qualquer um. Nessa época do ano, o dia acaba cedo, às cinco e pouco da tarde. À noite, sentado no chão do chalé ou deitado na rede, passava as horas lendo Jack Kerouac. Apesar da chuva e do frio, assim como Ray Smith, personagem do livro Vagabundos Iluminados, eu dormia quente como uma torrada dentro do saco de dormir.

Na hora de acertar as contas, lá vem a surpresa. O desconto que tinham me dado quando cheguei no camping se transformou em cortesia. Não paguei nem o almoço que comi com a galera que trabalha por lá.

Em Camping do Siri - Marataízes / BA, Brasil Em Camping do Siri - Marataízes / BA, Brasil Em Camping do Siri - Marataízes / BA, Brasil Em Camping do Siri - Marataízes / BA, Brasil Em Camping do Siri - Marataízes / BA, Brasil Em Camping do Siri - Marataízes / BA, Brasil

 

De Marataízes até Guarapari a viagem seguiu tranquila, passando pelas pequenas Itapemirim, Piúma e Anchieta. Domingo, chuva. Dia perfeito pra ficar em casa. A estrada era praticamente só minha. Nas cidades, alguns botecos abertos e quase ninguém nas ruas, tirando os mountainbikers aproveitando as trilhas encharcadas de lama.

Quando passava por Anchieta, o tremelique da bike na estradinha de terra foi a gota d’água pra quebrar o suporte que prende o bagageiro da frente no garfo. Com o peso dos alforges, o bagageiro caía pra frente, forçando o cubo da roda. Amarrei uma corda, que segurou a bronca até Vitória. Sem conseguir a peça em lugar nenhum, tive que apelar. Chamei meu pai. Ele me envia um desenho em algumas horas e duas pecinhas depois de uns dias.

Em Guarapari, de novo molhado à noite, que já tava virando rotina, fui acolhido aos 45 do segundo tempo na casa de Alina, uma paulista que foi buscar paz de espírito no lugar certo. Ela é amiga de Cléber, que conheci pela internet e fez o meio de campo, músico gente boníssima que já tocou com Ed Star, parceiro de Raul na Sociedade da Grã-Ordem Kavernista. Fui pra casa dela distante 10 quilômetros do centro da cidade, sentido norte, na praia de Setiba, e não voltei mais pro centro.

Dali pra Vitória foi um pulo. O único problema foi que subi pelo litoral. Seguindo a avenida costeira em Vila Velha, tem a Terceira Ponte, principal elo de ligação com a capital. Era só cruzar por ela e em 10 minutos chegaria ao hostel, mas bicicleta ainda não é permitida na ponta. Pedalei oito quilômetros pra dentro, acompanhando o Rio Santa Maria, na Baía de Vitória, cruzei pela Segunda Ponte, pedalei mais oito quilômetros de volta já na ilha de Vitória, cruzei outra ponte no norte e cheguei ao Bairro de Camburi, já no continente novamente, embaixo de uma chuva que me fez perceber que a jaqueta não é mais à prova d’água.

 

O MESTRE DO LITORAL DO BRASIL

As cidades da região metropolitana de Vitória estão sob os pés de Mestre Álvaro, uma das maiores elevações litorâneas da costa brasileira, localizada no município de Serra. Contam que o nome é uma  homenagem a um carpinteiro que morava por ali. Quando alguém precisava de seus serviços, dizia que ia ao Morro do Mestre Álvaro. Se é verdade ou só uma das histórias, não importa. A montanha com 833 metros de altura domina e embeleza ainda mais a paisagem, imóvel em sua grandiosidade.

Vista do Morro Mestre Álvaro e de Vitória - Vila Velha / ES, Brasil
Vista do Morro Mestre Álvaro e de Vitória – Vila Velha / ES, Brasil

 

A VIDA E A LEI DE CHICO PREGO

Chico Prego é um personagem nada famoso no Brasil. Tão injusto quanto sua história. Chico era um escravo na Vila de Serra, lá no século 19. Em uma festa na inauguração de uma obra religiosa, os escravos festejavam. Havia a promessa de serem alforriados os que participaram na construção da obra. O fato desagradava os coronéis, que temiam uma rebelião e convenceram as autoridades a enviarem reforço policial. Os homens de farda chegaram pra acabar com a festa e a vida dos escravos. Chico, que vivia na freguesia de Queimado, foi à Vila de Serra convidar seus amigos pra festa. Pra sua infelicidade, Chico foi torturado e executado, para servir de exemplo aos outros, que se esconderam no Mestre Álvaro.

Em sua homenagem, Serra batizou uma Lei de Incentivo Cultural com seu nome, o Projeto Cultural Chico Prego (Lei 2204/99), que oferece recursos para artistas viabilizarem suas obras.

 

V DE VAI DEIXAR SAUDADE

Vitória é uma cidade bem planejada, com uma orla bem cuidada, avenidas largas, clima quente, várias opções de lazer, diversos picos espalhados por ela e pelas cidades vizinhas. Difícil entender porque é tão pouco divulgada e conhecida. O lado bom é ser uma capital com cara de cidade pequena.

Cheguei na cidade para ficar hospedado no hostel Onça da Praia, em troca de fotografias. Fiquei quase duas semanas, fui pra Belo Horizonte de trem, voltei e fiquei mais uma. Na hora de ir embora, de novo a pior e a melhor parte da viagem juntas, em um paradoxo de enlouquecer: a sensação de solidão ao chegar a algum lugar sem ter um rosto conhecido é a mesma ao partir deixando vários amigos pra trás.

É tanta gente boa de espírito que nem santo explica.

VItória / ES, Brasil VItória / ES, Brasil Praia de Camburi - Vitória / ES, Brasil Sicalis flaveola brasiliensis
10 Aug 12:33

Por que odiar o PT

A primeira vez que me deparei com uma urna eletrônica foi para votar no Lula. E Lula se elegeu, depois de três tentativas malfadadas. Lágrimas grossas escorriam pelo meu rosto: com a prepotência característica dos 16 anos, tive a certeza de que era o meu voto que tinha feito toda a diferença.

A rua estava cheia de pessoas da minha idade que tinham essa mesma certeza. O Brasil tinha acabado de ganhar uma Copa do Mundo, mas a euforia agora era ainda maior: foi a gente que fez o gol da virada. Parecia que o Brasil tinha jeito, e o jeito era a gente –essa gente que nasceu de 1982 a 1986 e votava agora pela primeira vez.

Acabaram-se os problemas do Brasil –a gente chegou. Lembro das ruas cheias, das bandeiras do PT, lembro de abraçar desconhecidos na Cinelândia –Lula lá, brilha uma estrela.

Logo vi que não era o meu voto que tinha feito o Lula se eleger, nem o dos meus amigos, nem o da minha geração. Quem elegeu o Lula –isso logo ficou claro– foi o José Alencar, os Sarney, o Garotinho, foi aquela Carta aos Brasileiros e a promessa de que o Lulinha era Paz, Amor e Continuidade. Sobretudo continuidade.

Lula só alugou esse apartamento por quatro anos porque assinou um contrato de locação onde prometia entregar o imóvel i-gual-zi-nho. E Lula, por quatro anos, foi um inquilino dos sonhos –tanto é que renovou o contrato e ainda foi fiador da locatária seguinte. Fizeram algumas mudanças –as empregadas passaram a ganhar mais–, mas não fizeram o mais importante: uma desratização. Muito pelo contrário: os ratos de sempre fizeram a festa.

Caros amigos que odeiam o PT: podem ter certeza de que odeio o PT tanto quanto vocês –mas por razões diferentes. Odeio porque ele cumpriu a promessa de continuidade. Odeio porque ele não rompeu com os esquemas que o antecederam. Odeio por causa de Belo Monte e do total descompromisso com qualquer questão ambiental e indígena. Odeio porque nunca os bancos lucraram tanto. Odeio pela liberdade e pelos ministérios que ele deu ao PMDB. Odeio pelos incentivos à indústria automobilística e à indústria bélica. Odeio porque o Brasil hoje exporta armas para Iêmen, Paquistão, Israel e porque as revoltas do Oriente Médio foram sufocadas com armas brasileiras. Odeio porque acabaram de cortar 3/4 da verba de um programa de pós-graduação da Capes.

O PT é indefensável –cavou esse abismo com seus pés. Mas assim como não fomos nós que elegemos Lula, engana-se quem vai às ruas e acha que está tirando Dilma do poder. Quem está movendo essa ação de despejo são os ratos que o PT não teve coragem de expulsar.

This entry passed through the Full-Text RSS service - if this is your content and you're reading it on someone else's site, please read the FAQ at fivefilters.org/content-only/faq.php#publishers.

10 Aug 12:30

Insensatez

Quinta à noite, desanimado, o pensamento tropicando pela vasta terra de ninguém surgida entre as fileiras do Petrolão e as trincheiras do Golpão, botei meus fones no ouvido e saí pra correr. Não tinha dado três passos e o "shuffle", este pequeno exu eletrônico cuja missão, nas entranhas metafísicas do microchip, é brincar com nossos humores, mandou "Inútil", do Ultraje a Rigor.

O "shuffle" sabe das minhas inclinações políticas, conhece meus estados de espírito -do contrário, não poderia montar playlists que manipulam, com tanta maestria, os batimentos do meu coração. Foi só pra tripudiar, portanto, que neste momento em que espremo o bagaço da esperança atrás das últimas gotas de glicose, ele me joga esta pá de cal (engraçada, vá lá, mas de cal, mesmo assim) em qualquer possível fé no futuro. O pior é que ando me sentindo tão 7 x 1 que, em vez de repudiar os versos, apertei o passo e saí trotando conforme a música, amaldiçoando de Cabral às cabriolas do Eduardo Cunha, mandando às favas tudo o que se passou no meio.

Já estava quase decidido a ir correndo pra Vladivostok, pra Pasárgada ou pro Beleléu, quando o "shuffle" -que, como todo exu, é dado a súbitas oscilações- resolveu me resgatar das profundezas do pessimismo, emendando "Inútil" com "Insensatez", do Tom Jobim -se não morri de embolia na subida instantânea, foi por milagre.

Tom Jobim sempre teve o poder de restaurar a minha fé no Brasil -e, de quebra, na humanidade. Eu posso estar no semiárido nordestino ou na pleniárida Santo Amaro: vem uma lufada de brisa fresca direto do Jardim Botânico, somem a seca e os fios elétricos, o Borba Gato e os urubus, ouço uns passarinhos cantando e vejo uma água cristalina- não sei se é um riacho na Floresta da Tijuca ou um gim tônica na mão do Vinicius de Moraes. E eu que era triste, descrente deste mundo, em dois acordes já me esqueci do Eduardo Cunha, ignoro por completo o que seja um "pixuleco", estou caminhando sob chapéus de sol, descalço, ou sentado no Antonio's, entre a Tônia Carrero e a Leila Diniz.

Vinicius -"O branco mais preto do Brasil"- deve ter seus contatos com a entidade do iPod, pois ouviu meus pensamentos e conseguiu se meter logo depois do amigo Tom, puxando um "Canto de Ossanha", acompanhado por Baden Powell. A partir daí, o exu-monta-lista se empolgou e me brindou com um coquetel levanta defunto de música popular brasileira: mandou "Umbabarauma", do Jorge Ben, "Do Leme ao Pontal", do Tim Maia, "Back in Bahia", do Gil, "1 X 0", do Pixinguinha, "Menina, Amanhã de Manhã", do Tom Zé, "Sonífera Ilha", dos Titãs, "Nine Out of Ten", do Caetano e, depois de mais uns dez hits da mesma estirpe, chamou o Vinicius de novo pra declamar "O Dia da Criação": "Hoje é sábado, amanhã é domingo (...)".

Não era sábado. Era quinta. Na TV, o governo tentava ocultar os próprios erros. Pelas janelas, brasileiros batiam panela, muitos deles ansiosos para punir tais erros com erros ainda maiores, mas eu não escutava nada daquilo, eu só ouvia os sábios conselhos do exu binário. Quando parei de correr, suado, exausto e quase tranquilo, ele fechou a noite com um pequeno milagre umbandofônico, saltou sozinho da pasta "MPB" pra pasta "Jazz" e me brindou com "Here Comes The Sun", na voz de Nina Simone.

A noite tá escura, pessoal, mas há de clarear.

This entry passed through the Full-Text RSS service - if this is your content and you're reading it on someone else's site, please read the FAQ at fivefilters.org/content-only/faq.php#publishers.

06 Aug 17:10

No Uber que me trouxe até aqui Daft Punk me dava razão

by Pai Osias
800px-Coturnix_coturnix_eggs_normal.jpg
Author: Pai Osias
Source: Facebook
No Uber que me trouxe até aqui Daft Punk me dava razão
05 Aug 20:00

Saturday Morning Breakfast Cereal - Supernatural Selection

by admin@smbc-comics.com
04 Aug 12:34

Organizando os brinquedos: episódio piloto

by noreply@blogger.com (Rafael Noris)
Inspirado pela namorada que anda lendo a guru da arrumação Marie Kondo e depois de ler um post do PlayKids com dicas de organização de brinquedos, decidi que já passou da estava na hora de eu dar uma geral em 5 anos de brinquedos acumulados.

Decidi começar pelo salão, onde está o "grosso" dos brinquedos do Miguel. Esvaziando prateleiras, caixas e cabanas, não poderia imaginar um cenário mais assustador: brinquedos de bebê que não brincava mais, brinquedos quebrados, brinquedos com peças faltando, brinquedos repetidos, um caos!

Imagem da sala bagunçada de brinquedos

Nessa primeira parte da arrumação decidi dar um fim nos brinquedos quebrados ou com muitas peças perdidas (afinal quando é pouca coisa que falta sempre dá pra improvisar). Ao Miguel deixei a tarefa de brincar com os quebra-cabeças para ver se não faltava peças, enquanto eu ia dando um fim nos brinquedos. Começamos a primeira missão no fim da tarde e terminamos só depois da meia noite!

Teve o momento drama ao ver uma tartaruga ninja ir embora por estar quebrada, teve o momento alegria quando encontramos um headset da Tortuguita. E, em teoria, muitos momentos de aprendizado: sobre a importância de brincar sem destruir e de tomar cuidado para não perder peças dos brinquedos que gostamos, principalmente.

Foram 3 sacos pretos de lixo! Confesso que a vontade é de dar um restart, sumir com tudo, e não deixar mais ninguém enchê-lo de brinquedos. Porque na boa, ninguém precisa de mais de 20 carrinhos, 5 versões do mesmo super-herói e coisas do tipo. Próxima etapa será separar itens para doação!

Alguém já passou por isso? Acumular até ficar de saco cheio? Como foi? Deixe dicas nos comentários :-)
23 Jul 19:57

Alguém tem que tomar uma atitude

É inacreditável que no ano da graça de 2015, depois de havermos tocado a face da lua e o fundo dos mares, a Nona de Beethoven e o Marin pra correr, ainda não tenhamos encontrado uma maneira melhor de fechar roupas de bebê do que esses 134 botõezinhos metálicos que as serpenteiam da gola ao dedão do pé, ora pela frente, ora por trás –ora pela frente E por trás– com traçados mais mirabolantes que os caminhos do Waze na hora do rush.

Quatro e dezessete da madrugada, o bebê urra, você aperta, em vão, o trigésimo sétimo botãozinho do pijama. O botãozinho não fecha. Você inclina o corpo para que a lanterna no seu sovaco ilumine melhor a cena –com o cuidado de não jogar o facho nos olhos do seu filho, já por demais assoberbados diante da sua trevosa incompetência– e, sob a luz tíbia das alcalinas insones, você descobre que os dois botões são iguais. São dois botões com furinho. Onde está, então, o botão com pininho?

Lembre-se, são 4h17. O bebê urra. Você não está de férias. Você tem um emprego no qual costumava ser competente. Você tem prazos que costumava cumprir. Você tem uma mulher com a qual costumava fazer sexo. Você tem sonhos que costumava perseguir. Você não queria estar com uma lanterna no sovaco, procurando, no escuro, um pininho metálico. Mas você está, porque milhões de anos de seleção natural te programaram para agir assim, porque seus genes falam mais alto –e mais alto ainda falou sua mulher, meia hora atrás: "Eu também trabalho amanhã! Eu já fui às onze e à uma e meia! Nem vem!".

Você acha, enfim, o botão com pininho. Está atachado do outro lado da roupa, um botão acima, ou seja, todos os 36 botões anteriores foram fechados errado, ou seja, você terá que voltar 36 casas neste complexo jogo de tabuleiro chamado neném.

Eu me pergunto, enquanto vou abrindo os botões e fechando a cara: o que houve com o velcro? Por que o velcro não trilhou o futuro brilhante que, lá por 83, imaginamos para ele? Lembro de, aos seis anos, festejá-lo como um salto evolutivo irrevogável. Por que alguém se submeteria, depois dele, ao suplício medieval de amarrar cadarços? O velcro substituiria não só os cordões dos nossos tênis, mas os fechos das roupas, as alças das bolsas, os cintos de segurança. O velcro, porém, não dominou o mundo. Foi como aquela mochila voadora na abertura dos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 84, uma falsa esperança, de modo que aqui estamos, agora, penando pra fechar essa roupa, andando com as próprias pernas.

Veja: eu tenho um celular que faz filmes. Uma máquina que faz pão. Uma escova de dentes que parece uma nave do Star Trek. Em vários momentos do meu dia, me sinto em 2074. Basta meus filhos fazerem cocô, porém, e volto a 1352.

Eu apoiaria um deputado que levantasse a bandeira: "Por uma revolução no vestuário neonatal! Por um choque de lógica no pijama de pezinho!". Não, um deputado, não, tem que ser um esforço internacional, tipo um Plano Marshall, pois com o Congresso atual é capaz de a roupinha acabar sendo aprovada com 1.786 botões (superfaturados), onze cadarços, seis zíperes, uma cruz na gola, e, se bobear, umas algeminhas para os bebês que chorarem depois das oito.

É duro, meu filho, mas a verdade é essa: estamos abandonados à própria sorte. Nós e os nossos botões.

This entry passed through the Full-Text RSS service - if this is your content and you're reading it on someone else's site, please read the FAQ at fivefilters.org/content-only/faq.php#publishers.

23 Jul 17:46

Do You Realize Mad Max: Fury Road Is A Miracle?

Do You Realize Mad Max: Fury Road Is A Miracle?

I’m serious. Mad Max: Fury Road should not exist. It should never have gotten made. It certainly shouldn’t be as awesome as it is. And yet somehow, against all odds, this impossible cinematic masterpiece is in theaters right now, in defiance of reality itself.

Obviously, the fact that Hollywood decided to make a new Mad Max film 30 years after the last movie came out isn’t that exceptional. If there’s a franchise that anyone has nostalgia for — or at least awareness of — there’s a decent chance that Hollywood will make another in hopes of cashing in. Generally, these tend to be remakes or reboots, so the first miracle is that Fury Road isn’t a needless reboot, but a new chapter in the Mad Max saga. I can’t imagine how much Hollywood execs wanted to remake The Road Warrior, or give a new origin story for Tom Hardy’s turn as Max. I don’t know how director George Miller managed to convince the studio that modern audiences didn’t need to be coddled.

Actually, I don’t know how Miller was hired to direct the movie at all. Yes, Miller was the creator, writer and director of all three Mad Max movies, but when has Hollywood ever shown a creator loyalty? That’s not a studio executive’s job. Their job is to make as much money as possible, and given Miller’s track record, there’s no way he should have been hired, creator or not.

Do you know what Miller was doing before he returned to Mad Max? In the last 20 years, he has only directed three other movies: Happy Feet, a CG cartoon about a bunch of dancing penguins, Happy Feet Two, and Babe: Pig in the City. Three movies not just for kids, but for little kids. Movies that contain no action to speak of, no violence, and nothing in common with Fury Road. He literally hadn’t made an action flick since Mad Max: Beyond Thunderdome in 1985, and it wasn’t even a very good movie! Yes, Miller was tapped to direct a Justice League movie several years ago, but that fell apart, and no one gets to put “almost” on their resume.

Do You Realize Mad Max: Fury Road Is A Miracle?

Look, I know it makes sense to normal people that you would only let the creator of Mad Max make a new Mad Max movie, but Hollywood studio executives are not normal people. They’re cocaine-addled lunatics who are terrified at the idea of losing potential box office revenue. From that viewpoint, hiring Miller is a legitimately risky decision. He’s woefully out of practice, his last action film was mediocre anyways, he’s 70 years old… there’s no reason to suspect he could make a summer blockbuster, let alone a modern summer blockbuster, let along a goddamned action movie masterpiece. There are plenty of other movie directors out there who, while they may make crappy movies, still make movies that almost always make money. As nightmarish as it is to consider, from a studio exec’s point of view, it would have been more fiscally responsible to give Fury Road over to a Brett Ratner or a Len Wiseman or one of their ilk.

But not only was Miller hired, he was given a massive $150 million budget and, more insanely, he seemingly also had complete creative control. You know who gets that deal? Practically no one. Maybe guys like Chris Nolan, who have churned out enough summer blockbusters over the years that the studio doesn’t feel the need to second-guess their every decision.

The reason I know that Miller must have had almost total control over the movie is because he was allowed to make decisions no studio executive would have or should have allowed, no matter how much cocaine he/she was on. Here five things I can’t believe Miller was allowed to do:

• Have Max be the sidekick in his own film.

• Hire Nicholas Hoult, one of Hollywood’s youngest, most attractive stars, then shave his head, paint him bone white, and have him play a character with disgusting chapped lips for the entire movie.

• Get rid of Max’s iconic car in the first few minutes of the flick.

• Ignore conventional action movie structure in order to present one giant, two-hour long car chase.

• Give the main villain a name that will confuse every one all the time, because they assume there’s been some kind of error and the character’s real name must be “Immortal Joe.”

These are all reasons the film is awesome, but they’re also not things the studio should have allowed. These aren’t safe decisions. But then again, there’s nothing safe about Fury Road.

Do You Realize Mad Max: Fury Road Is A Miracle?

Was Miller blackmailing the president of Warner Bros. or something? Did he find a genie? Because those are the only two reasonable solutions for why Fury Road got made now, which, by the way, is yet another miracle. Reportedly, Miller has been working on Fury Road since 1998 and very nearly got it made on several occasions. At first Mel Gibson was going to reprise the role of Max, which would have been a disaster, because Gibson is an anti-Semitic loon. Then it was going to be a a 3D CG animated movie, which probably would have been lame and looked terrible, and even if it was good wouldn’t have been nearly as good as the movie we eventually got.

Ignoring the fact that most films that languish that long in development hell never, ever, ever get made anyways, so many random things had to happen to prevent us from getting an earlier, crappier version of Fury Road. The movie had to be thwarted, over and over again, for nearly 20 years so we could get this version of Fury Road — so Miller would have this specific idea, so the studio would give him that much money, that for god knows what reason the executives didn’t interfere with Miller’s vision, and that Gibson wasn’t involved.

So I’ll say it again — Mad Max: Fury Road shouldn’t exist. It shouldn’t have been possible. It certainly wasn’t plausible. Hollywood executives are paid to prevent this sort of potential disaster from ever happening. And yet somehow, one 70-year-old man who had been stuck directing children’s movies for two decades took a somewhat beloved franchise from the ‘80s and not only made one of the most badass movies of all time, but also created a legitimate masterpiece of the action genre.

If that’s not a miracle, I don’t know what is.

Contact the author at rob@io9.com.

Bookmarked at brandizzi Delicious' sharing tag and expanded by Delicious sharing tag expander.
23 Jul 17:32

679 – Prioridades.

by gomba

Prioridades

Vai que talvez fosse o pão que eu queria comprar. Eu trabalhei pra poder talvez comprar esse pão! (site funcionando de novo – de forma inversamente proporcional à sociedade)

21 Jul 19:51

RT @renatothibes: Taxi Driver 2 - O Inimigo Agora é Uber

by Pai Osias
800px-Coturnix_coturnix_eggs_normal.jpg
Author: Pai Osias
Source: Twitter Web Client
RT @renatothibes: Taxi Driver 2 - O Inimigo Agora é Uber
21 Jul 19:43

Vida de Prástico

by ricardo coimbra
Hq publicada na revista XULA e que dá nome à minha coletânea 
Clique na imagem para aumentar e depois clique mais uma vez
23 Jun 12:13

E3 2015: Some things sucked shit.

Another E3 wrapped up and I did a kickass job of covering everything you need to see. Some of you might be saying, "but Maddox where's the new Destiny expansion pack DLC downloadable bullshit?" Read the previous sentence, shit puck. I covered everything that was worth seeing at E3 and went down there for two full days, fighting hordes of nerds to bring you this coverage. New this year: I encountered a hardass security guard who insisted on checking everyone's ID, even though enforcement of this rule was spotty. She was being a Triple-A bitch by asking attendees to provide IDs that were in English. Normally that wouldn't matter, except E3 is attended by thousands of Japanese business men and people who work in the industry, so you come across as a drippy dick by being a girl scout. It smacked of discrimination, because it was. There were a few other cool games worth mentioning like Melter Man made by alum of the University of Utah. Also the Last Guardian trailer looks cool as shit. I didn't get any of my own live footage because they had that shit sealed away behind closed doors--where all good word-of-mouth marketing occurs. Idiots. Call of Duty: Black Ops 3 was plastered all over the convention center and nobody cared. Drawn to Death is a game that uses a notebook paper aesthetic for the first-person shooter genre. Too bad it's free-to-play which means the opposite (if the free-to-play casual market is any indication, you'll be paying constantly). There was a whole bunch of virtual reality shit at the convention but I didn't want to wait in line for an hour to put a sweaty pair of goggles on my face. Mario Maker kicks ass, and so does Gang Beast. Yeah, I know it's been available on Steam, but it's finally coming to a console so shut your ungrateful mouths. It was one of the best things I played at E3. Okay I'm done writing because I'm tired of thinking about E3. I give this E3 wrap-up: 100/5 starsTweet 137,761 people were turned away by E3 security for not having English IDs. Back to how much I rule...New Book AnnouncementStoreEmailTweet
© 1997-2015 by Maddox

This entry passed through the Full-Text RSS service - if this is your content and you're reading it on someone else's site, please read the FAQ at fivefilters.org/content-only/faq.php#publishers.