Volta e meia lembramo-nos de que o wallpaper do nosso ambiente de trabalho já ali está há muito tempo e googla-se à procura de outro.
A questão é que os sítios de wallpapers mostram muitas vezes o mesmo género de imagens, desde paisagens paradisíacas do tipo cartão postal a ilustrações e vetoriais de todo o tipo. Não me interpretem mal, muitas dessas imagens são excelentes, mas desta vez proponho-vos 20 wallpapers completamente diferentes do que é habitual encontrar-se.
Estes são wallpapers feitos a partir do trabalho do fotógrafo David Stewart. Para descarregar uma versão em alta resolução dos vossos preferidos — todos com 1655 por 1000 pixeis, excetuando o primeiro (1333 por 1000) -, basta clicar em cada uma das imagens que se seguem:
Nas suas mãos cada fotografia é uma piada: às vezes um bocado estafada, outras surpreendente. Há sempre a vontade de ser provocador, como acontece na foto Robot Head, de 1997, na qual vemos um chefe de família a concertar a cabeça desaparafusada da mulher.
Muito se disse para definir o seu estilo: comédia do absurdo é uma das expressões mais utilizadas, mas o próprio prefere definir o seu trabalho como estética do ordinário.
Não existe em David Stewart o romantismo dos momentos decisivos do grande Cartier-Bresson, mas Stewart está muito mais próximo da fotografia publicitária que do fotojornalismo: é surrealista nas intenções, caprichoso nos detalhes e cada imagem está já feita na cabeça antes sequer de pegar na máquina. Tal como outros grandes fotógrafos da publicidade, como David LaChapelle, as fotos são cuidadosamente encenadas.
Stewart, agora com 54 anos, começou a carreira a fotografar bandas como os The Clash e os Ramones — muito ligado ao universo punk, o que se calhar explica alguma coisa sobre o tipo de fotos que haveria de tirar anos depois. Com a mudança para Londres, em 1981, começa a trabalhar num grande estúdio de fotografia como assistente — três anos depois, já é dono do seu próprio estudo e um nome cada vez mais conhecido no mundo da publicidade.
Atualmente é uma grande vedeta cujo trabalho é cobiçado pelas grandes marcas, mas as fortunas que cobra permitem-lhe investir em projetos mais pessoais. É o caso de uma coleção de fotografias chamada Cabbage, definido na Wikipédia como um tributo surrealista ao muito maligno vegetal (Cabbage significa repolho).
Essa coleção de vegetais maliciosos era acompanhada por uma curta-metragem realizada pelo próprio Stewart e que chegou a ser nomeada para um prémio BAFTA (British Academy of Film and Television Arts) em 1995.
Muitos dos seus trabalhos foram exibidos na National Portrait Gallery, uma galeria de arte londrina que reúne retratos de pessoas comuns, famosas e historicamente importantes da Grã-Bretanha. Uma das mais conhecidas é o retrato da filha de 14 anos de Stewart, Alice, retirado de uma outra série de fotografias chamada Relations.