Shared posts

24 Jan 01:56

The Alien Father is H.R.Giger

by Shaun Usher


In November of 1997, shortly before the release of the fourth Alien movie, Alien: Resurrection, H.R. Giger — the award-winning Swiss artist responsible for designing the Alien itself for the original movie — learned that he wasn't to be named in the credits of the franchise's latest installment. Understandably, he was furious, and responded to the news by writing the following letter to 20th Century Fox.

Don't miss the last couple of lines.

See also: James Cameron's letter of apology to Giger in 1987.

(Source: Jim Wheeler; Image: Giger at work, via.)

November 13, 1997

To: TWENTIETH CENTURY FOX

The Alien Quartet has, from the very beginning, contained my unique and personal style. For the first film ALIEN, I was awarded an Oscar for "Best Achievement for Visual Effects". In ALIENS, a film I was not asked to work on, I still received a screen credit for "Original Alien Design". On ALIEN 3, I was cheated out of the Oscar nomination received by that film because 20th Century Fox gave me the credit, "Original Alien Design" again, instead of "Alien 3 Creature Design", as it was my rightful title in accordance to my contract and the work I had performed on the film. In 1976 I had completed two paintings, "Necronom IV" and "Necronom V", in which two long-headed creatures appeared. In 1977 these paintings were published in my book, NECRONOMICON, by Sphinx Verlag, Basel, in German. It was in this version of the book that Ridley Scott, in his search for a credible Alien creature, came across these two paintings and decided on them for the full-grown Alien, using the words "That's it!" The statement has been graciously repeated by Ridley Scott in almost every interview about his work on ALIEN.

The creatures in ALIEN: RESURRECTION are even closer to my original Alien designs than the ones which appear in ALIENS and ALIEN 3. The film also resurrects my original designs for the other stages of the creature's life-cycle, the Eggs, the Facehugger and the Chestburster. ALIEN: RESURRECTION is an excellent film. What would it look like without my Alien life-forms? In all likelihood, all the sequels to ALIEN would not even exist! The designs and my credit have been stolen from me, since I alone have designed the Alien. So why does Fox not give me the credit I rightfully earned?

As for those responsible for this conspiracy: All I can wish them is an Alien breeding inside their chests, which might just remind them that the "Alien Father" is H.R.Giger.

H.R.Giger

RSS Feed proudly sponsored by TinyLetter, a simple newsletter service for people with something to say.
24 Jan 01:38

E como foi o seu dia, TV?

by Lhys

A última vez em que eu realmente fiquei seca para ir ao cinema foi 30 de setembro de 2005. Foi quando “Serenity” estreou nos EUA, e quando eu comecei a enviar e-mails convidando todas as pessoas que eu conhecia para irem ao cinema comigo. O filme deveria ser lançado em 14 de outubro. Foi adiado para 11 de novembro. E finalmente foi tirado da programação da distribuidora, virando mais um direto-para-o-DVD.

Tudo bem, ninguém tinha levado meu convite a sério1 mesmo.

Em dezembro, o filme saiu em DVD (primeiro nos EUA, claro). Assisti imediatamente no meu computador, duas vezes seguidas, e nas duas vezes chorei com soluços até meus olhos ameaçarem abandonar o meu rosto. Não convidei ninguém.

Mas se eu não precisava de companhia para ver o filme, por que havia me esforçado para tentar convencer outras pessoas?

A resposta é simples: porque cinema é uma atividade social2. Claro que existem cinéfilos hardcore por aí, mas grande parte das pessoas que estão sozinhas na fila do cinema estão apenas esperando alguém chegar. Mesmo que você vá sozinha, é esperado que você ao menos tenha convidado um cúmplice.

Uma das coisas que fazem do cinema uma atividade predominantemente social é o “horror à solidão pública”. Esta síndrome, inventada neste texto, também se manifesta com perguntas como: “Mas você vai ao show sozinha?”, “Mas você vai almoçar sozinha?” e “Mas você vai viajar sozinha?”3. Quando a solidão pública é inevitável, é hora de usar a velha estratégia do livro (ou a não tão velha estratégia do smartphone) para se fingir de ocupada, mas nunca ouvi falar de alguém que estava “lendo o original” no escurinho do cinema.

Outro fator é a percepção de que cinema é atividade de casal. Ainda que o New York Times esteja aterrorizado com a ideia de que você nunca mais terá um primeiro encontro de verdade, são décadas e décadas em que jantar e cinema foram clichês de encontro romântico. Mesmo que seu primeiro encontro tenha sido uma esbarrada casual, o cinema sempre será a opção quando vocês já tiverem esgotado tudo o que poderiam falar sobre vocês mesmos.

Também ajuda o fato de que marcar de ver um filme não exige muita criatividade, não leva ninguém à falência e não possui códigos especiais de vestimenta. Imagine se a cada vez que você quisesse ver seus amigos tivesse que procurar experiências novas. Piquenique? Paintball? Boliche? Minigolf? Já sei, vamos organizar um baile de máscaras com temática steampunk!

Mas eu iria ao cinema sozinha. Já fui, várias vezes. Até parar de ir, simplesmente.

Por um tempo, achei que isso tivesse acontecido porque o cinema tem enorme potencial de ser uma experiência insatisfatória. Você acaba pagando um ingresso inflacionado para usar um óculos 3D de higienização duvidosa, sentado em uma poltrona um pouco grudenta, comendo pipoca mais-ou-menos, ao lado de alguém que acaba de libertar sua meia de ontem das restrições do tênis (ou de alguém que está lendo as legendas para o filho pequeno) no horário mais conveniente… para o cinema. Se você não ia encontrar ninguém, por que não ficou em casa com o jeans desabotoado e a sobra da pizza de ontem?4

Só que eu pago mais caro para assistir shows e partidas de tênis em condições frequentemente mais precárias, mesmo sabendo que poderia ver qualquer um dos dois no conforto do meu sofá.

Talvez o problema fosse a duração do filme. São pelo menos 90 minutos ininterruptos, geralmente um pouco mais (e às vezes muito mais), o que é tempo suficiente para a minha atenção se desviar para qualquer coisa. Umas noventa vezes.

Eu poderia aceitar essa desculpa – se não fosse capaz de fazer maratonas de minisséries ou acompanhar cinco sets de trocas de bolas de um lado para o outro da quadra.

A explicação mais provável é que eu já preencho todas as doses necessárias de ficção audiovisual com a adoção nem sempre sábia de séries de TV. De forma simplista, o cinema virou uma coisa que você vai com pessoas com as quais mantenha algum tipo de relacionamento, enquanto a televisão virou meu relacionamento mais estável.

Não me olhe assim.

Você não tem nenhum direito de me olhar assim se passou dez anos assistindo Chandler, Joey, Monica, Phoebe, Rachel e Ross. Não existe história em “Friends” – existe um rascunho de história dividido em fragmentos levemente inter-relacionados. Você passou dez anos querendo saber se eles estavam bem, se finalmente chutaram aquele namorado chato. Durante meia hora, eles contavam para você o que tinha acontecido naquela última semana, e durante meia hora você estava acompanhado.

Você não tem o direito de me olhar assim se estava se despedindo com lágrimas de “Fringe” nesta última semana. Cada vez que olhava com orgulho para a atuação sutil de Anna Torv, cada vez que reagia a uma cena de John Noble e pensava “Este é o Walter Bishop que conhecemos e amamos”, você estava investindo em um relacionamento longo com uma série de TV.

(A propósito: você também não pode me olhar assim se comemora com seu time do coração dizendo que “Ganhamos!” e se refere a tenistas e pilotos de Fórmula-1 pelo primeiro nome. Sinto muito, eu não invento as regras. Exceto quando estou inventando as regras. Como agora.)

Séries de TV são amigos pouco exigentes. Você só precisa dar 22 ou 45 minutos semanais de atenção. E eles não podem ir ao cinema com você, mas contarão histórias e criarão paralelos e reflexões que farão parte da sua personalidade. E é muito difícil conseguir esse relacionamento com um mero filme de 90 minutos – ou você não sabe que meus soluços com “Serenity” em 2005 haviam começado três anos antes, com a série de TV “Firefly”?

Vários anos atrás, construí relações similares com Marty McFly, os Goonies e os membros do Clube dos Cinco por meio de muita repetição, mas isso parece cada vez mais difícil. Sempre tem um filme novo, um estímulo novo, uma distração nova.

O cinema tenta disputar esse espaço com personagens consagrados e franquias adaptadas de livros – e não sem dificuldades. Décadas atrás, Marty McFly demorou mais de quatro anos para retornar no segundo filme. Luke Skywalker só voltava a visitar depois de 3 anos. Os Goonies nunca tiveram continuação. Agora, Harry Potter e Bella Swan retornam ano após ano. E você sabe como é difícil fazer amigos novos quando vocês não se encontram todos os dias na escola?

Claro que eu não saio por aí falando do meu amigo Fox Mulder. Mas sempre pude contar com Jaye Tyler ou Buffy Summers ou Amelia Pond me lembrando que às vezes você pode fugir da sua vida – e que às vezes você não pode fugir dela.

  1. Uma das respostas registradas no meu e-mail foi “Já prometi que vou levar minha mãe e minha avó ver ‘Dois filhos de Francisco’!”.
  2. O que é um tanto contraditório, considerando que você vai encontrar outras pessoas para passar pelo menos 90 minutos dando atenção à tela e conversando o mínimo possível. A não ser que você seja uma daquelas pessoas.
  3. Agradeço a todas as pessoas que estavam expressando preocupação genuína com minha integridade física, mas onde vocês estavam quando eu cortei a perna enquanto me depilava sozinha?
  4. Foi o que me disseram. Claro que eu nunca fiz isso.
24 Jan 01:35

Vejo TV, logo existo

by Denis Pacheco

Em remotos tempos em que celulares ainda eram território da ficção científica, lembro de acompanhar um amigo enquanto ele procurava o moderno aparelho sem fio para fazer uma importante ligação. Não me lembro exatamente se tinha 11 ou 12 anos naquela época, mas lembro do conteúdo da ligação. Ele, tentando chamar a atenção de uma conhecida em comum, convidaria ela e alguns amigos para ir ao cinema. Eu, filho da melhor amiga da mãe dele e que perambulava pela casa enquanto as duas tomavam café na cozinha, ganharia um convite por extensão.

Após uns dois ou três minutos de amenidades, meu amigo lançou o convite. Cinema, final da tarde, todos se encontrariam em frente à mesma loja de discos e iriam juntos para o filme. Mas todos quem? Ao listar os conhecidos que nos acompanhariam, o amigo deixou meu nome por último, uma espécie de adendo a lista seleta. “O quê?”, respondeu ele, disfarçando a voz ao dizer, “Não, o Denis não é chato. Ele vai também. É que ele tá aqui hoje”.

Aparentemente, recém-chegado na adolescência, eu já era considerado um fardo pelos meus “amigos” e uma companhia menos do que ideal para o cinema com a turma. E foi esse evento que me fez pensar no que o cinema representava, não apenas na minha vida, mas enquanto instância social.

Como pessoa que nem sempre teve amigos à disposição para as mais variadas atividades, fui conduzido ainda durante a infância a encontrar um refúgio numa atividade quase tão prazerosa quanto assistir a um filme no cinema, mas que não exigia o componente da socialização de forma tão assertiva quanto ele. Com um controle remoto na mão1 e um sofá confortável em que eu pudesse me espalhar, a televisão de casa não exigia ligações arriscadas para conhecidos meus, ou o estabelecimento de relações sociais que pareciam muito acima da minha capacidade. A TV, essa versão miniaturizada de uma grande tela de cinema, não exigia uma relação com o mundo para ser apreciada, mas sim o estabelecimento de uma relação com ela mesma.

Me lembro de estabelecer um forte vínculo de intimidade com TV por volta dos meus 10 anos. Transmitida pela Globo tarde da noite, a série “The Flash” (1990) foi minha emancipação do olhar vigilante dos meus pais. Autorizado a assisti-la depois que eles já haviam saído da sala, ficava hipnotizado pelas aventuras do perito criminal mais rápido do planeta. Em Central City, Barry Allen enfrentava semanalmente os mais perigosos bandidos, até que a tela fosse totalmente tomada pelo vermelho de seu uniforme. Era nessa hora que minha mãe quebrava meu namoro com a liberdade, me mandando desligar tudo e ir dormir.

Sozinho, eu fui desenvolvendo um gosto (talvez “chato” para algumas pessoas) por tramas envolvendo vilões e super-heróis. Tramas que me forçavam a voltar todas as noites e que independiam, ou melhor, ganhavam força pela falta de companhia. Sozinho, naquela sala, eu estava descobrindo do que realmente gostava.

Para poder apreciar sua programação variada em plenitude, a televisão requisitava de mim (e de qualquer espectador) o compromisso de aprender seus horários e dedicar-se a cumpri-los. Sozinho na sala ou deitado na cama de seu quarto, o espectador de TV se compromete a seguir uma agenda pré-estabelecida de filmes, séries, programas de variedades e diversas atrações que podem ser vistas individualmente.

Por muito tempo considerada fator de alienação por críticos e intelectuais, a televisão funcionou como meu refúgio, evoluindo de tal forma que adquiriu um grau profundidade difícil de colocar em paralelo com o que quer que estivesse disponível no cinema mais perto de casa. O cinema, por sua vez, tornou-se meu instrumento de conformidade social. Era preciso “gostar” do que os amigos – democraticamente – decidiam assistir.

Crescendo numa cidade com poucos cinemas disponíveis e, consequentemente, poucas opções de filmes, o cinema se cristalizou definitivamente como uma lição no estabelecimento “forçado” de um consenso das partes.

Cinema (O Mundo) vs TV (O Indivíduo)

Vários anos se passaram desde que telefones sem fio eram considerados a mais nova maravilha moderna, e o mercado de cinema, no Brasil, cresce em arrecadação apesar das facilidades tecnológicas que hoje nos permitem assistir no conforto do nosso lar os filmes que ainda estão na tela grande. Em 2012, gastamos mais para ir ao cinema do que “nunca antes na história desse país”. A arrecadação das salas de exibição atingiu o recorde histórico de R$ 1,6 bilhão, com alta de 12,13% em relação a 20112. Estima-se que 146 milhões de espectadores foram aos cinemas para assistir a filmes em 2012. Muitos deles acompanhados por amigos, mesmo que um ou outro fosse considerado “chato” pela maioria da turma.

Ao mesmo tempo, mais brasileiros, com maior poder de consumo e aliados a uma enxurrada de inovações tecnológicas, passaram a adotar a televisão como mídia preferencial. Conforme dados divulgados em 2012, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad)3, o número de domicílios particulares que têm pelo menos um aparelho de televisão em casa supera o dos que têm geladeira. Em 2011, 96,9% dos domicílios brasileiros possuíam aparelhos de TV, frente aos 95,8% que possuíam geladeira.

Ou seja, enquanto o cinema continua a lucrar, a TV vai se tornando unanimidade nacional. Ambos, separadamente, caminhando. Mas como um ou outro impactam os sujeitos?

Com pouco menos de 2 horas4, um filme visto no cinema tenta estabelecer uma relação imediata com o público. Já um programa de TV, em especial uma série televisiva ou novela, sabe que o tempo curto não será suficiente para contar uma história completa que fidelize o espectador. É preciso fazê-lo voltar mais vezes, nesta ou na próxima semana, adicionando novos elementos a personagens e a trama de tal forma que quem o acompanha não dependa exclusivamente dos amigos ao redor, mas sim forme um vínculo diferenciado de amizade com a ficção narrada em capítulos.

Retomando os exemplos pessoais, é com isso em mente que mal me lembro os nomes das pessoas que me acompanharam para a aguardada estréia de “Independence Day” em 1996, mas sei exatamente onde estava quando assisti “Piper Maru”, um dos melhores episódios da terceira temporada de “Arquivo X”, naquele mesmo ano. A relação estabelecida com Mulder, Scully e o agente Alex Krycek, que sondavam os mistérios de um navio desaparecido, permanece tão viva na minha memória que superou os nomes das pessoas “reais” com quem fui ao cinema na época. E por quê? Talvez porque o compromisso com a TV, diferente das relações que estabelecemos com pessoas e com filmes que vimos no cinema, possua uma natureza bem menos fugaz.

Por isso, neste contexto, torna-se mais clara a formação do meu próprio gosto pessoal no que se refere a estas duas formas de se apreender cultura. Com amigos, eu poderia fazer um saudável uso do espaço público ao assistir comédias exageradas ou dramas premiados que dominavam as poucas salas disponíveis. Entretanto, era em casa que eu me apegava a enredos de ficção científica ou com elementos sobrenaturais marcantes que se seriam cruciais na formação da parte, discutivelmente, central da minha personalidade.

Em suma, os filmes que assistia no cinema foram resultado de um mundo de influências externas, enquanto a programação de TV que eu adotei se fundamentou internamente, via envolvimento emocional puramente subjetivo.

Apesar do mundo dos números, bilheterias e audiência não fazer reais distinções sobre como a formação e consumo cultural se processam no inconsciente do público, admito que é ao pensar na minha história pessoal do conflito entre “ir ao cinema” vs “ver TV em casa” que formou parcialmente meu caráter. É este conflito que me permite, nos dias de hoje, ter plena consciência de que não sou chato por não querer ir a um determinado filme na companhia de certas pessoas. E se sou, prefiro mesmo ficar em casa assistindo o que eu, sozinho, escolhi ver.

Sob essa perspectiva, foi a TV, portanto, que me fez um indivíduo, enquanto o cinema me fez um cidadão ressabiado. Se essa conclusão é boa ou ruim, já é outro papo…

  1. No caso, até os 11 anos, era mesmo um seletor de canais grudado no aparelho que me forçava a levantar toda vez que queria mudar o canal ou abaixar o volume
  2. Dados da Ancine – http://oca.ancine.gov.br/media/SAM/Informes/2012/Informe-anual-2012-preliminar.pdf
  3. Dados do IBGE – http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad2011/
  4. Isso caso ele não tenha sido dirigido pelo Peter Jackson.
24 Jan 01:19

Our Interview with Mark Waid

by James Daily
Alvaro Freitas

Adorei essa entrevista, principalmente a parte onde Mark Wais mostra que é uma putinha eterna da DC escolhendo Dick Grayson da Terra-2 como melhor advogado das hqs.

We are very excited to present an interview with Mark Waid, the Eisner Award-winning writer of Daredevil and many other excellent comic books (including Kingdom Come and its follow up The Kingdom, both discussed here) as well as the co-founder of digital comics site Thrillbent. We met Mark at New York Comic Con last year and he was gracious enough to let us interview him for Law and the Multiverse.

Law and the Multiverse: As a writer, what parts of the legal process offer the most dramatic potential? What kind of scenes do you most enjoy writing?

Mark Waid: As a writer, it’s the trial itself that offers the most dramatic potential—but as a COMICS writer, it’s actually the LEAST dramatic, because it’s just dialogue and talking heads and people in ordinary street clothes, so I have to keep the actual courtroom stuff in Daredevil to a minimum. That means the real drama—and the scenes I enjoy writing the most—are the ones where Matt Murdock is using his super-senses to assess the claims of his clients, whether by screening their heartbeats and chemical tell-tales to see if they’re being truthful, or by investigating their claims in his super-hero guise.

LatM: Sometimes comics explain away tricky legal issues with fictional laws (e.g. DC’s fictional Twelfth Amendment allowing superheroes to testify in costume). We haven’t seen a lot of that in Daredevil, but are you free to do that? If so, are you ever tempted to, or does it feel like taking the easy way out?

MW: I’m not above using those fictional laws if backed into a corner, but honestly, I worry that it gets a little boring sometimes to work that hard to ground EVERYTHING in reality. A little suspension of disbelief is part and parcel of the entire genre. Remember, if you envision the entirety of the super-hero conceit, all 75 years of it, as an inverted pyramid, it all rests on one point—that a pair of eyeglasses is an effective disguise.

LatM: As an aside: there does not seem to be an explicit, canon explanation of the legal status of intelligent non-humans in the Marvel Universe (e.g. the Skrull). So if you ever wanted to create a fictional law or Supreme Court decision addressing that issue, it would answer a lot of questions for us!

MW: I will be in touch to help get it drafted. That IS a nifty idea.

[Ed. note: gasp!]

LatM: Do you ever see Matt Murdock working in the district attorney’s office? Or would trying to prosecute a villain that he fought as Daredevil be too much of a (personal) conflict of interest?

MW: It seems like too much of a conflict of interest–and it also grates against what I believe to be a huge conceit of the book and of the character, that Matt Murdock fights for the underdog. In fact, if it hasn’t already been done—and I fear that it may have—I’d love to do a story where Matt was forced to DEFEND someone that Daredevil brought down.

LatM: Along those lines: would he take a job at a big firm? Maybe Goodman, Lieber, Kurtzberg, & Holliway?

MW: Again, underdog. Scrappy li’l underdog. Also, Matt’s billable hours are DEPLORABLE.

LatM: And speaking of GLK&H, will we ever see Matt and Jennifer Walters together in the court room?

MW: I’ve been trying to get to that point for a while now! Still talking to Dan Slott about his thoughts….

LatM: Might we learn more about Murdock’s time at Columbia law school at some point? Possibly meet some of his old classmates?

MW: Yes, absolutely. We’ll be doing more flashback material in Year Three.

LatM: Where did Murdock and Nelson go to college? Did they know each other there? And how did they get from college to law school? Was that something they had planned all along?

MW: I’ve fudged continuity a bit now to establish that Matt and Foggy met in law school. I look forward to your angry letters.

LatM: Do you ever incorporate things from the news or current events into your stories? What’s the process of translating something like that onto the page?

MW: Oh, dear God, do I ever. My Evernote and Pocket files are FULL of those kinds of stories–wrongful termination suits (which begat issues 4-6), stories of cruel and unusual punishment (issue 10.1)…and the entire Omega Drive story arose directly from the Julian Assange charges…every week I see some story of justice gone wrong or someone trying to game the system and I can’t wait to fictionalize it, amp up the stakes a little bit to make it a little more “super-hero-ey,” and throw Matt at it. Illegal geoengineering and anti-bullying mob justice mistakenly targeting the wrong perp and destroying his life are two examples of things I’ve clipped from the web in the last month and will find a use for.

LatM: Which comic book attorney would you rather have for a lawyer: Matt Murdock, Foggy Nelson, Jennifer Walters, or someone else?

MW: Dude, Matt’s awesome in the courtroom but lousy at research and at keeping reliable hours. Foggy has problems of his own right now. And Jennifer Walters would be great, but she scares me. Give me the Earth-2 Dick Grayson–you can’t get more reliable and forthright than a lawyer who used to be Batman’s partner!

***

Thanks again to Mark for a great interview.  And as always we look forward to the next issue of Daredevil!

23 Jan 14:53

Guess Who?!

by Steve Napierski
Guess Who?!

I feel that the article I posted last month is definitely relevant to this comic.

source: deviantART
23 Jan 14:49

Photo



21 Jan 10:58

Portraits of Albanian Women Who Have Lived Their Lives As Men

by Michael Zhang

Portraits of Albanian Women Who Have Lived Their Lives As Men swornv 1

For her project Sworn Virgins of Albania, photographer Jill Peters visited to the mountain villages of northern Albania to capture portraits of “burneshas,” or females who have lived their lives as men for reasons related to their culture and society.

Many of the women assumed their male identities from an early age as a way to avoid the old codes that governed the tribal clans, which stated that women were the property of their husbands. Peters explains,

The freedom to vote, drive, conduct business, earn money, drink, smoke, swear, own a gun or wear pants was traditionally the exclusive province of men. Young girls were commonly forced into arranged marriages, often with much older men in distant villages. As an alternative, becoming a Sworn Virgin, or ‘burnesha” elevated a woman to the status of a man and granted her all the rights and privileges of the male population. In order to manifest the transition such a woman cut her hair, donned male clothing and sometimes even changed her name. Male gestures and swaggers were practiced until they became second nature. Most importantly of all, she took a vow of celibacy to remain chaste for life. She became a “he”. This practice continues today but as modernization inches toward the small villages nestled in the Alps, this archaic tradition is increasingly seen as obsolete. Only a few aging Sworn Virgins remain.

Thus, Peters wanted to capture this fading tradition before it disappeared forever. She also writes that she learned a great deal from her interactions with her subjects and their communities:

I learned that the Burrnesha are well respected within their communities. They possess an indescribable amount of strength and pride, and value their family honor above all else. Their absolute transition is wholly accepted, posited and taken without question by the people among whom they live. But most surprising, is they have very few regrets for the great deal they have sacrificed.

Portraits of Albanian Women Who Have Lived Their Lives As Men swornv 2

Portraits of Albanian Women Who Have Lived Their Lives As Men swornv 9

Portraits of Albanian Women Who Have Lived Their Lives As Men swornv 3

Portraits of Albanian Women Who Have Lived Their Lives As Men swornv 4

Portraits of Albanian Women Who Have Lived Their Lives As Men swornv 6

Portraits of Albanian Women Who Have Lived Their Lives As Men swornv 5

Portraits of Albanian Women Who Have Lived Their Lives As Men swornv 8

Portraits of Albanian Women Who Have Lived Their Lives As Men swornv 7

Wikipedia has an entire article regarding Albanian sworn virgins, in case you’d like to learn more about this practice.

Sworn Virgins of Albania by Jill Peters (via Feature Shoot)

Image credits: Photographs by Jill Peters and used with permission

21 Jan 10:16

Photo



21 Jan 02:05

A Escolha de Pégaso

by Bruno

pegaso- E então, Pégaso, fez a sua escolha? – a voz poderosa ressoava pelas paredes do aposento, como se viesse de todos os lugares e lugar nenhum ao mesmo tempo.

Fora difícil, mas, afinal, depois de refletir, de pesar as consequências, de considerar todas as alternativas, ele a havia feito. Sabia que o que falasse ali, naquele momento, poderia determinar o futuro da sua busca: permitiria que ele conquistasse o prêmio supremo, ou determinaria de vez a sua derrota. Uma última gota de hesitação percorreu o seu pensamento antes de abrir a boca. Enfim, encheu-se de determinação e falou:

- Eu escolho a Medusa para ir para o Paredão, Bial.


21 Jan 00:42

Por que dependemos tanto de nossos celulares?

by administrador@bytequeeugosto.com.br (Marcel Dias)

O artigo Por que dependemos tanto de nossos celulares? faz parte do conteúdo do Byte Que Eu Gosto! - Nerd, Geek, Dicas, Cinema, Games e mais!.

Meu avô nasceu numa época onde não havia rádio. Meu pai nasceu numa época onde não havia TV. Eu nasci numa época onde não havia Internet. Meu filho nasceu numa época onde tudo isso está dentro do celular, que também não existia quando eu nasci. Só por isso já dá pra imaginar o tamanho da mudança de paradigma em relação ao nosso modo de viver. Diversas tecnologias que mudaram o mundo profundamente estão todas reunidas num único aparelhinho que cabe na palma da sua mão. A ficção torna-se realidade.

Consigo listar de cabeça pelo menos 10 situações onde o celular exerce a função de outro equipamento, fazendo com que sua dependência desse pequeno objeto torne-se a cada dia maior. Não é a toa que quando esquecemos o celular em casa ficamos ansiosos, nos sentimos “nus”.

bb-storm-tattoo-1

Se você é fã de relógios, é muito provável que tenha um no pulso nesse momento, mas aposto que você olha as horas na maioria das vezes no celular. Tornou-se mais prático puxar o celular do bolso que olhar para o pulso, pois ao fazer isso você acaba dando uma checada nos emails, uma lida no Twitter e atualiza seu Facebook. Graças ao seu celular você chega todos os dias na hora certa no trabalho. Ele não só lhe desperta, como o faz com uma música escolhida por você pra tornar seu acordar mais satisfatório.

Uma década atrás, ainda era comum receber agendas de papel, quando um novo ano começava. Tinha gente que adorava e até colecionava. Eu tive diversas, principalmente as que recebia da empresa onde trabalhava. Usava por uns 15 dias e abandonava. Virava papel pra jogar Imagem & Ação. Hoje toda sua agenda de contatos está no celular e pior, você sequer sabe alguns números importantes de cabeça. Não sabe que dia é hoje? Sem problemas, basta sacar o celular do bolso tal qual um pistoleiro do velho oeste e conferir não só a data, como os compromissos do dia. Seu celular ainda é videogame portátil, seu walkman, sua máquina fotográfica e seu álbum de fotos.

Nossos telefones (aliás, curioso falar telefone. A função de fazer ligações é uma das menos usadas) hoje são como cápsulas do tempo que guardam informações fundamentais sobre o que fomos, quem somos e o que seremos. Eles estão conosco nos melhores e piores momentos de nossas vidas, sem eles ficamos completamente perdidos em nosso dia-a-dia.

Em quantos anos eles estarão sendo implantados diretamente em nossa pele?

O artigo Por que dependemos tanto de nossos celulares? faz parte do conteúdo do Byte Que Eu Gosto! - Nerd, Geek, Dicas, Cinema, Games e mais!.

20 Jan 22:39

Why the Moon Landings Weren’t Faked

by Jason Major

I’ll just leave this here.

Video by SG Collins/Postwar Media H/T to Gizmodo.

© Jason Major for Universe Today, 2013. | Permalink | 37 comments |
Post tags: Apollo, faked moon landings, hoax, Moon, moon landings, NASA, SG Collins

Feed enhanced by Better Feed from Ozh

20 Jan 21:31

Fotografada nebulosa parecida com peixe-boi

A semelhança com o peixe-boi é tamanha que os astrônomos adotaram oficialmente o nome de Nebulosa do Peixe-boi para a W50.
20 Jan 21:08

Photo







19 Jan 20:01

Reportagem: assim se faz um escracho

by admin

Rôney Rodrigues narra: como são preparadas manifestações-relâmpago em que jovens denunciam ex-torturadores onde moram, para exigir verdade sobre ditadura

Por Rôney Rodrigues, colaborador de Outras Palavras

Quem hoje vê o senhor Maurício Lopes Lima, 76 anos, com seus cabelos brancos e pele enrugada – já distante da altivez da foto antiga, clicada há quase quarenta anos – possivelmente não desconfia que ele é acusado pela morte de, no mínimo, seis pessoas e a tortura de outras vinte, durante a ditadura militar.

Os moradores que caminham por seu bairro, na praia da Astúrias, no Guarujá, tampouco devem desconfiar que esse tenente-coronel reformado era do alto-escalão do Departamento de Operações de Informação dos Centros de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) e da Operação Bandeirante – um grupo especializado na caça de organizações que se opunham à ditadura –, chefiando equipes de busca e interrogatórios entre 1969 e 1971.

Também nem deve passar por suas cabeças que uma recente decisão do Tribunal Regional Federal (TRF), que o livrou de ser processado por acusações de tortura, poderia afetar seu humor pela manhã, deixando-o mais radiante e com um “bom dia” mais efusivo, crente que, agora, “está começando a se fazer justiça”.

Nem devem imaginar que, em janeiro de 1970, Maurício Lopes Lima comandou a prisão de Dilma Rousseff, torturada quando era apenas Estela, uma das lideres da organização VAR-Palmares.

É, olhando para um senhorzinho como o reformado tenente-coronel Lima, passeando pelas ruas de veraneio do Guarujá não dá para supor muita coisa.

Não é possível supor, mas a memória resiste e esse senhorzinho ainda é acusado de assassinatos e crimes que ferem os direitos humanos durante a ditadura militar – denuncias presentes, inclusive, no dossiê Brasil: Nunca Mais. Como no caso de Dilma. Cinco meses depois de sua prisão, ela deu um depoimento à Justiça Militar, em Juiz de Fora, revelando que Lima chefiou e presenciou suas sessões de tortura, que incluíam choques elétricos, pau-de-arara e palmatória.

Segundo o depoimento, a então guerrilheira perguntou se eles tinham autorização do Poder Judiciário. “Você vai ver o que é o juiz lá na Operação Bandeirante [um dos centros de tortura]”, responderam. Dilma teve um dente quebrado e, devido a hemorragias graves, foi levada ao Hospital Central do Exército e ao Hospital das Clínicas.

No sindicato, revela-se, enfim: o alvo do escracho será
Maurício Lopes Lima, acusado de torturar a presidente.
Até o momento da partida, o nome permanecia em sigilo

O frade dominicano Tito de Alencar Lima, conhecido como Frei Tito, foi torturado pelo delegado Sérgio Fleury (1933-1979) e, depois, também levado ao DOI-CODI do tenente-coronel Lima. “O capitão Maurício veio me buscar em companhia de dois policiais: ‘Você agora vai conhecer a sucursal do inferno’, ele me disse”, relembrou, em depoimento, Frei Tito que, atormentado pelas lembranças da tortura se enforcou em 1974, na França.

Virgilio Gomes da Silva, um dos fundadores (ao lado de Carlos Marighella) da Ação Libertadora Nacional (ALN), também teria sido preso e morto sob ordens de Lima. Como forma de pressioná-lo a fornecer informações, sua esposa e filhos também foram torturados e, segundo consta, até um bebê de quatro meses recebeu choques elétricos.

O tenente-coronel não tem pudores em afirmar que tortura era “comum em todas as delegacias do Brasil” e que “todo terrorista passou a ser torturado, sem exceção”, muito menos em admitir participações em operações, como na ação que levou à morte dos guerrilheiros Antônio dos Três Reis de Oliveira e Alceri Maria Gomes da Silva, metralhados em maio de 1970 na zona leste de SP. Essa foi a primeira vez que um militar assumiu participação no episódio.

* * *

Na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente (Sintaema), de São Paulo, é relevado que o tenente-coronel Maurício Lopes Lima será o alvo do escracho. Até o momento, poucas sabiam o local e a quem se dirigiria a manifestação, promovida pelo Levante Popular da Juventude. O contato com os participantes – e até com outros estados que também organizam escrachos nesse dia 14 – eram feitos com o máximo de discrição, evitando muitas informações.

Membros do Levante passam recomendações: nada de pichar muros, a manifestação é pacífica e se destina a alertar que no local vive um torturador. Caso ele desça para brigar ou bater-boca – como acontece no Belo Horizonte, quando João Bosco Nacif da Silva, médico-legista da Policia Civil durante a ditadura militar, agrediu estudantes – o lance é “manter a calma, o sangue-frio, se não fica pior para nós”.

O deslocamento da capital paulistana até o Guarujá – cerca de 95 quilômetros – foi feito por carros emprestados de amigos e manifestantes, pois a entrada de ônibus é proibida no bairro da Astúrias, onde Lima vive hoje.

Na porta do Sintaema, a estudante Lira Alli, ligada ao movimento, está organizando a saída, em pequenos blocos. “A sociedade deve se manifestar, para sabermos sobre o nosso passado e nossa história”, me diz ela. “Devemos tornar público quem são aqueles que torturaram e assassinaram, a opinião pública e seus vizinhos precisam saber quem são esses criminosos”.

Na Argentina e Chile, manifestações eram conduzidas por quem
perdeu familiares. Aqui, é gente disposta a mostrar
que assuntos do passado estão relacionados com o presente

Os escrachos contra colaboradores da ditadura, famosos na Argentina, no Chile e no Uruguai vão ganhando força no Brasil e aproximando a população mais jovem do tema. Se na Argentina e Chile, por exemplo, as manifestações eram conduzidas por pessoas que perderam seus familiares, por aqui é gente disposta a mostrar que os assuntos do passado estão relacionados com o presente.

O Levante Popular já organizou no dia 26 de março, em São Paulo, um “escracho”, denunciando Davi dos Santos Araújo que, segundo o movimento, foi torturador e responsável por abusos sexuais, delitos que constam de ação civil pública do Ministério Público Federal. Até o início deste mês, já foram organizadas seis ações de denúncia.

Na Argentina, os escrachos cumpriram seu papel e se esgotaram após alguns anos. Isso porque, a partir de 2003, a possibilidade de punição penal dos agentes do Estado a serviço do regime autoritário ganhou força com a revogação de dispositivos de anistia, levando à condenação de 237 pessoas e a quase 800 processos. Além disso, todos os ex-presidentes da Junta Militar foram sentenciados.

Já no Brasil, esse caminho tem sido lento: após dois anos e meio de polêmicas e negociações, a presidenta Dilma Rousseff nomeou, na semana passada, os integrantes da Comissão Nacional da Verdade, que pretende esclarecer violações de direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988.

Muitos ativistas que defendem a investigação dos crimes cometidos durante a ditadura apontam que, sem o poder de punir, a comissão não adiantará de muita coisa. Além disso, o longo período contemplado pela comissão impedirá uma análise aprofundada da época em que houve mais violações, de 1964 a 1985. Outros também avaliam que a comissão disporá de prazo muito curto, apenas dois anos, e terá poucos integrantes para concluir seu trabalho de forma satisfatória.

* * *

Em frente ao prédio de Lopes, uma senhorinha octogenária, com guarda-chuva sob o braço, espera um táxi que a levará para uma consulta de rotina no hospital. Enquanto, sob uma rala chuva, a manifestação toma a rua, ela acena. Em frente, há uma escola primária. As crianças se amontoam nas janelas, empolgadas com a algazarra. A senhora ainda espera. Quando me aproximo, ela já exclama, com um sotaque português:

“Pelo amor de Deus, não quero aparecer, nem dar nome, mas eu sabia, eu sabia, moro aqui há 30 anos…”.

“Sabia, então, que o senhor Maurício Lopes Lima foi um torturador na ditadura militar?”

“Sabia, claro que sabia, que ele era um torturador…”, diz, já se avermelhando e levando uma das mãos aos olhos umedecidos. “Eu tenho medo que ele possa fazer mal para a gente”, justifica.

Outro morador que estava por ali diz:

“Eu conheço, mas nem imaginava que ele era um torturador. Mas não vou falar nada, to sabendo só agora disso…”.

A manifestação segue. São cerca de 80 pessoas, empunhando cartazes e faixas. Há uma miniencenação de castigos infligidos aos presos políticos da época: espancamento, interrogatórios, pau-de-arara, cadeira de dragão, afogamento. Cantam músicas. Dançam. “Chão, chão, quem é contra a repressão!”. Vociferam contra o prédio. Escrevem na calçada: “Aqui mora um torturador”.

“É histórico”, diz com entusiasmo Edmilson Costa, professor universitário e filiado ao Partido Comunista Brasileiro (PCB). “A juventude assumiu para si uma luta que estava sendo levada por familiares e torturados, o que significa que ela vai ter continuidade e que é necessário que venha à tona a verdade do que aconteceu no país”.

“E por que o senhor acredita que os jovens abraçaram essa causa?”, pergunto.

“Porque a juventude é muito sensível à questão da liberdade, um tema que está sempre em pauta. E aqui no Brasil temos essa ferida que ainda não foi sarada, precisamos reconstruir nossa história, denunciando os torturadores, indo nas casas mostrando para os vizinhos que esses senhores, aparentemente ‘bons velhinhos’, eram monstros no passado”, diz Costa.

Também está na manifestação Amelinha Telles, que foi presa em 1972 com os filhos pequenos, o marido e a irmã pela Oban e torturada pelo coronel de reserva Carlos Alberto Brilhante Ustra e pelo “capitão Lisboa”, codinome usado pelo delegado aposentado David Araújo.

“A tortura tem sido uma prática constante e esses jovens estão nas ruas mostrando que ela não está longe de nós, aliás, está perto. Essas manifestações também reiteram que é necessário mudar o caráter violento do Estado, que tortura nas delegacias e mata jovens na periferia”, diz.

E continua: “As torturas, os assassinatos e o ocultamento de cadáveres na ditadura militar foram denunciados, tanto dentro quanto fora do Brasil, e nenhuma providência foi tomada. É a própria história que agora cobra o fim da impunidade”.

* * *

A manifestação chega ao fim em pouco mais de uma hora. Cantando, os manifestantes se dirigem a uma praçinha próxima, ponto de partida para São Paulo. Duas viaturas da Polícia Militar estacionam próximas à aglomeração.

“Não posso dizer que é torturador se não foi julgado”, argumenta o PM.
“Mas é justamente o que estamos pedindo: que ele seja julgado!”.
“E os senhores não pediram para a polícia fazer a segurança do evento?”

“Com licença, eu gostaria de falar com o líder de vocês”, pede solene um policial.

“Nós não temos lideres”, afiança um dos manifestantes.

“Como?”, pergunta o policial, acreditando se tratar de uma gozação.

“Nós viemos aqui protestar contra um torturador, um criminoso que deveria ser preso e levado a julgamento”, explica o manifestante.

“E quem é ele?”

“Ela se chama Mauricio Lopes Lima”, diz, entregando um panfleto com a foto e as denúncias de tortura. “Torturou a Dilma, nossa presidenta. O senhor o conhece?”.

O policial olha o panfleto, lê e relê.

“Então vocês estão fazendo uma manifestação…”, tenta definir o policial.

“… contra ele. Pela Comissão da Verdade e Justiça. E contra a impunidade dos torturadores”, ajuda o manifestante.

“Vocês têm ofício?”

“Não, como a ditadura não mandava ofício, a gente, nos protestos, também não manda; porque aí ele vai ser avisado e vai embora. É um protesto pacífico, ordeiro, para chamar a atenção da opinião pública”.

“Nós não somos contra nenhuma manifestação, até porque é algo assegurado pela Constituição. Mas eu digo o seguinte: se tivesse feito um oficio…”.

“Mas aí ele iria embora”.

“… pedindo policiamento e tudo…”.

“A manifestação é rápida, não atrapalha o trânsito, aliás, aqui nem trânsito tem, né?”.

“Não tem, mas a via precisa estar livre porque o cidadão tem o direito de ir e vir”.

“É lógico”.

“Esse…”, o policial, novamente, tenta encontrar o melhor termo.

“Torturador?”, sugere outro manifestante.

“Eu não posso falar que ele é um torturador se ele não foi julgado…”.

“A própria presidenta confirmou”, diz outro.

“Foi julgado?”, pergunta, impaciente.

“Mas é justamente o que estamos pedindo, que ele seja julgado!”.

“E os senhores não pediram para a Polícia Militar fazer a segurança do evento?”.

“Não, até porque não é ‘evento’, é uma manifestação. Mas teremos o apoio da Policia Militar?”.

“A gente está aqui é para que se evite outro crime”.

O manifestante sorri, como se, enfim, chegasse a um ponto de acordo com o policial.

“Nós também”.

Related posts:

  1. Reportagem em Gaza
  2. Dois olhos, dois ouvidos e uma boca só: Fórum revive a função social da reportagem
  3. Como a Europa faz mal à Saúde
18 Jan 11:41

Flatland: Rediscovering A Multidimensional Classic

by Carl Zimmer

Flatland cover

Flatland, by Edwin A. Abbott. Originally published in 1884. Free. Google Play. Project Gutenberg (numerous formats).

Guest review by Jaime Green

When I was about twelve years old, I saw the shadow of a four-dimensional cube. It was in a special exhibit at the New York Hall of Science on geometry and topology, the math of surfaces and shapes. And for some reason, it's stuck with me. A three-dimensional model built of angles and lines, square and trapezoids, like a metastasized cube. It was hung in mid-air, just above my tween eye level.

I can't quite picture the three-dimensional shadow now. So many years have passed. It's also the sort of thing that hovers just beyond your understanding, so it's fitting that the memory flits out of reach, too. Much of trying to understand advanced math can be like that. You understand the analogy, or you can read the equation, but you can't really picture the concept. You know it's there. Maybe if you sit very still, maybe if you hold your breath, something will flash into your mind. Imagine a four-dimensional sphere. Just try.

The best pleasures of Edwin A. Abbott's classic book, Flatland, are the moments in which Abbott draws you a little closer to that flash of insight, impossible as, for a layperson, it may be. Through analogy and explanation, Abbott makes you feel like you are a hair's breadth away from understanding, from being able to see in four dimensions. It's a book about math and yet, even despite its short length, it's much more.

Written in 1884 by an English schoolteacher and theologan, Flatland is by pretty equal division half satire of Victorian society and half philosophical exploration of geometric dimensions. It was not a huge success in its initial publication, but in the years since it has come to be a beloved classic, the kind of book--if my experience is any indication--math teachers recommend to their eager students. Other authors have written imitations and sequels – Sphereland, The Plainiverse, and Flatterland, among others – and there have been several filmed adaptations. Now it is available a free ebook, with Abbott's lovely schematic illustrations intact.

The narrator of Flatland is a square, who lives in an eponymous two-dimensional world with other geometric shapes. The first part of the book, called “The World,” is taken up by a detailed evocation of the social structure of Flatland. A shape-person's number of sides and symmetry corresponds with his advancement.  Thieves and vagabonds are isosceles triangles. Lawyers and doctors are squares. The aristocracy is made of many-sided polygons, and at the top of the social hierarchy, the priests are all circles.

Well, those are the men. All women in Flatland are lines. As they have no insides, they have no capacity for analytical thought or, it seems, any memory or long-term thinking at all. Their pointed ends are dangerous and nearly invisible, and so women must announce their presence by a gentle waggling to make themselves visible when seen end-on, or by the constant soft utterance of a "peace-cry."

As I read, I couldn't decide whether this was satire or some really hardcore misogyny and social conservatism. Across a gulf of more than a century, I had trouble divining Abbott's authorial intent through his writing. The Internet tells me Abbott was a social reformer, and that the square's endorsement of Flatland's absurdly rigid social strictures is satire. And yet the square, our narrator and guide, is a sensitive, inquisitive, and responsible shape. Without the cues of a silly or maleficent character endorsing the satire, I was never sure where we stood. I couldn't tell if the social world of Flatland was absurd because Abbott meant it to be so, or because he wrote this book over a hundred years ago.

Abbott's catalogue of details about Flatland's society and history felt dry and weakly imagined. The square goes into great depth about the impact of irregularity on Flatland's living shapes, the methods of recognition (necessary since any shape seen edge-on appears as a line), the detailed history of the Color Rebellion. I was left longing for the explanations I really wanted, the good sci-fi realities of the world. How do shapes move and manipulate objects if they don't have hands? How do squares and straight lines reproduce? How could 120,000 triangles gather around a speaker? Since they only see in the flat plane of their world, shouldn't it be impossible for them to see around or over someone standing in front of them? Abbott asks the reader to brush away all curiosity about these logical concerns. That's a tall order for a demanding reader used to more recent science fiction and science writing.

But then the good stuff starts. In Part Two of Flatland, called "Other Worlds," a sphere travels from Spaceland (our three-dimensional world) into Flatland. It offers the square a vision of – and a visit to – worlds of other numbers of dimensions. First the square dreams – it's implied that the sphere somehow conjures this vision – of Lineland, where one-dimensional beings shimmy next to each other in their straight line world, and can't begin to comprehend a second dimension. Then the sphere brings the square into Spaceland, pretty much blowing his mind. The square returns home grasping fleeting memories of cubes, and struggling with the impossible mission of explaining the brave new three-dimensional world to his flat comrades.

The real joys of Flatland come from accompanying the square into 3-D space. By extrapolation of his struggle to understand, we can edge up to imagining geometry in four dimensions. It's mental acrobatics akin to trying to lick your elbow: striving for a thing that's there but beyond reach. I found myself setting down the ancient Kindle on which I read this book and straining to picture geometry in four dimensions. Square a line: you get a square. Square a square: you get a cube. Square that again. I strain and strain and can almost get there. The sphere can see our square's insides from outside Flatland. Could a four-dimensional being see mine?

As a philosophical and mathematical exploration, the second half of Flatland is as effective and compelling a piece of writing as it ever was. Abbott's target for the very serious satire of the first half, on the other hand, has faded into history, and we're not the readers it was written for. So maybe skip ahead to Part Two. You may not come away with a clear vision of a four-dimensional cube, but you'll get tantalizingly close. And that new way of thinking about the very space you move through stays with you more than a clear and easy answer ever would.

 

Jgreen photoJaime Green is a graduate student in Columbia's MFA writing program. Her work has appeared in The Awl, Spezzatino, The Hairpin, and Parabasis. She is writing a book about the possibility of life in the universe.

 

 

18 Jan 11:34

The Secrets of Moondogs

by Nancy Atkinson

A Moondog, captured over Southport, New York in December 2011. Credit: Jeff Schultz

A Moondog, captured over Southport, New York in December 2011. Credit: Jeff Schultz

You’ve probably heard of — and likely have even seen — a Sundog, the atmospheric phenomenon that creates rainbow-colored blobs or arcs of light on either side of the Sun. But did you know the Moon can have ‘dogs’ too? Also known as mock moons, false moons, or the scientific name of paraselenae, Moondogs aren’t seen as often as Sundogs. However, the conditions needed to create either of the ‘dogs’ are about the same. This great image of a Moondog, above, by Jeff Schultz is a perfect example of the kind of night you might see this gorgeous phenomenon.

What are the secrets to how Moondogs are produced?
(...)
Read the rest of The Secrets of Moondogs (319 words)

© nancy for Universe Today, 2013. | Permalink | One comment |
Post tags: Moon, Moondog

Feed enhanced by Better Feed from Ozh

18 Jan 11:25

Jason: Ano Um

by Rob Gordon

- Alô?


- Por favor, a senhora Vorhees?


- Sou eu. Quem está falando?


- Aqui é Tom, diretor da escola onde Jason estuda.


- Meu Deus! Aconteceu algo com o meu bebê?


- Bem... Hoje nós fizemos a festinha junina aqui com os alunos da pré-escola, e ocorreram alguns incidentes.


- O Jason está bem?


- Bem... Não podemos responder ainda. Eu estou ligando para a senhora para saber se o Jason trouxe uma fronha para a escola hoje.


- Uma o quê?


- Fronha.


- Não sei. Acho que sim, porque ontem mesmo ele estava brincando com uma fronha velha aqui na sala. Mas o que aconteceu?


- Bem, um dos alunos está aterrorizando as outras crianças, e ele está usando uma fronha na cabeça. Nós acreditamos que seja o Jason.


- Mas como assim, aterrorizando?


- Os primeiros incidentes começaram durante a dança das quadrilhas. Um dos estudantes, um japonesinho, desapareceu no meio da dança. E algumas crianças juraram ter visto um garoto escondido no armário e usando uma fronha na cabeça. Horas depois, nos achamos o japonesinho.


- Bom, ainda bem. E ele estava bem?


- Mais ou menos. Ele disse que um aluno usando uma fronha na cabeça havia tentado matá-lo com uma espada.


- Uma espada?


- Sim. Mas, felizmente, como a espada é de brinquedo, feita de plástico, o garoto está bem. Ele só ficou um pouco tonto, pois o garoto que o atacou bateu com a espada em sua cabeça.


- Bem, menos mal.


- Sim. Mas os incidentes não pararam por aí. Duas outras crianças foram atacadas ao lado do bebedouro. Elas dizem que um garoto com um pano branco na cabeça apareceu do nada e tentou golpeá-las com um gancho de plástico.


- Um gancho?


- Sim, as plantas das paredes do corredor ficam penduradas em ganchos. Graças a Deus trocamos todos os ganchos de metal por ganchos de plástico algumas semanas atrás. Então, elas apenas se arranharam um pouco.


- Bem, mas ninguém garante que este garoto que esteja atacando as outras crianças seja o meu Jason.


- Minha senhora, desculpe a franqueza, mas o seu filho tem um histórico de atacar e assustar as outras pessoas, como naquela vez em que ele se escondeu dentro do armário da cantina e quase matou a copeira de susto.


- Mas ele estava apenas brincando de se esconder!


- Ele tinha nas mãos um facão de papelão que fez na aula de Artes. E assim que a funcionária abriu o armário, ele enfiou o facão no peito dela. Claro que não aconteceu nada, mas imagine o susto que a moça levou.


- Bom, ele não faz por mal. Ele está apenas brincando.


- Brincando? Minha senhora, as outras crianças não conseguem ficar em paz com o Jason na sala de aula. Todos os dias eu ouço queixas de que seu filho aparece do nada atrás dos meninos. E, quando eles percebem sua presença, ele os ataca.


- Mas...


- Já são várias ocorrências. Atacou uma menina dando uma coronhada com uma espada de plástico, enfiou facas de brinquedo na cabeça de outra criança... A lista não acaba nunca. Ele chegou até mesmo a tentar estrangular a professora com as próprias mãos.


- Ele nunca me disse isso.


- Aposto que ele também nunca comentou com a senhora o dia em que eu o surpreendi na minha sala. Entrei aqui e ele estava embaixo da mesa. Quando fui pegar café, ele apareceu atrás de mim com um cano montado com peças de Lego. Felizmente, quando ele me atingiu o cano se partiu e eu pude levá-lo de volta para a sala.


- Vocês certamente estão exagerando. Meu Jason é apenas brincalhão, mas ele é um doce.


- Bem, os outros alunos não pensam isso. Ele já foi encaminhado para a nossa psicóloga três vezes, e em todas elas, não aconteceu nada. Ele não fala nada. Na verdade, ele não fala com ninguém. Nem com os professores, nem com os outros garotos, com ninguém. E acredito que... Só um minuto, minha senhora. Um dos professores está aqui.


- Tudo bem.


- Como? Não... Não, tire isso das mãos dele! Não me importa de que jeito!... Como assim? Ele o quê?... Mas... Certo. Tire isso das mãos dele. E chame os outros pais, vamos cancelar as aulas. Alô? Senhora Vorhees.


- Oi. O que aconteceu?


- Aparentemente, o Jason descobriu no armário de brinquedos temos um conjunto que imita a vida dos pioneiros. Tem chapéu, botas, uma espingarda velha e um machado de plástico. E agora o Jason está vagando pela escola, com aquela fronha na cabeça e o machado nas mãos. As crianças estão apavoradas.


- Mas se vocês falarem com ele...


- Um dos alunos o golpeou na cabeça com um caminhão de plástico, e seu filho caiu no chão do corredor desmaiado.


- O quê? Eu vou até aí!


- Não precisa se preocupar. Dois minutos depois, o corredor estava vazio.


- Vazio?


- Sim. O Jason havia sumido. As outras crianças estão gritando aqui na porta que seu filho é indestrutível.


- Imagine, O Jasonzinho  é só um bebê. Ele é quieto demais, mas, certamente se assustou com tudo isso e foi se esconder.


- Os professores acharam o garoto que golpeou seu filho com o caminhão. Aparentemente, Jason disparou diversas flechas de brinquedo no garoto, e uma delas acertou seu olho. Está inchado, mas ele vai ficar bem.


- Sim, mas meu filho...


- Seu filho está bem, minha senhora. É justamente este o problema. Ele está vagando pela escola com um machado de plástico e uma fronha na cabeça, infernizando as outras crianças. Eu preciso que a senhora venha até aqui, para nos ajudar a localizá-lo e assinar a rescisão do contrato estudantil.


- Rescisão?


- Sim. Sinto dizer, mas o Jason não é mais bem vindo nesta escola.


- Mas...


- Por favor, senhora Vorhees. Preciso que a senhora venha o mais rápido possível para a escola.


- Bem... Certo. Vou me arrumar e estarei aí em minutos.


- Obrigado.


Enquanto se preparava para sair de casa, Pamela Vorhees resmungou um palavrão. Não era de hoje que vinha reparando nas brincadeiras estranhas do filho, que costumava ficar escondido atrás do sofá para assustar as visitas. Mas ele não era um menino ruim. Tudo o que precisava era de um ambiente mais tranquilo.


E antes mesmo de entrar no carro, já havia decidido aceitar o emprego de cozinheira naquele acampamento. Como era o nome mesmo? Crystal Lake, Crystal Pool... Algo assim. O salário era bom, e ela gostava do campo.


E o ambiente certamente iria fazer bem ao seu filho Jason – que, naquele momento, estava escondido dentro do armário do diretor da escola, com um novo facão de papelão prateado. Desta vez, havia enrolado silver tape na parte que simulava a lâmina, deixando o brinquedo com a aparência de uma lâmina de verdade e muito mais resistente. Agora, demoraria muito até que sua arma ficasse amassada.


Com sua fronha na cabeça, o garoto estava determinado: assim que o diretor da escola abrisse o armário, ele aproveitaria o susto que o homem tomaria e o golpearia no joelho. Queria golpeá-lo mesmo no pescoço, mas como tinha pouco mais de 1.20m de altura, o joelho teria que bastar.


Um dia ele cresceria o suficiente para cortar as pessoas nos lugares certos.


Ali dentro do armário, sabia: bastava esperar.


17 Jan 13:31

Photo



17 Jan 13:22

Fúria e o Doce

by Victor Lorandi

Tem uma lágrima escorrendo pelo meu rosto. Eu posso sentir ela enquanto grito. Eu grito tanto que minha garganta arde como se estivesse em chamas.

Eu perco o controle de meu corpo enquanto urro como um animal, chorando enquanto meus punhos voam sem rumo certo. Eu sinto muitas coisas ao mesmo tempo, mas minha mente parece estar desligada.

Eu nunca sei o que está acontecendo a meu redor quando estou tomado pela fúria cega. Sempre foi assim. Sempre será.

Eu amo isso.

A fúria me controla de forma impecável. Eu poderia ser um super-herói! Eu poderia destruir o mal com toda a minha fúria. Eu poderia quebrar a cara de qualquer um com todo meu ódio.

Meus olhos ardem. Eu enxergo melhor sem ver, eu ouço melhor sem escutar. Eu luto melhor, eu destruo melhor.

Eu sou melhor.

Não posso parar de sentir esse ódio. Nunca vou parar. Não quero. Não vou. Não tem dor aqui, não tem problemas aqui. Tudo se resolve com golpes devastadores.

Eu nem lembro mais porque estou tão louco de raiva. Eu só sei que agora posso fazer o que sempre quis: proteger os fracos.

 

*****

Nas notícias desta manhã: homem é morto após espancar cinco homens. Testemunhas alegam que o homem acusava os outros cinco de haverem estuprado e assassinado sua filha.

As autoridades afirmam que o homem estava sob o efeito de uma substância desconhecida e foram forçados a disparar depois que o homem ignorou ordens da polícia de se render.

 

*****

- Claro que eu me lembro. Eu vi o cara perder a cabeça.

- Você tava lá?

- Tava na loja de música que gravou com as câmeras de segurança

- Explica direito o que aconteceu.

- Sei lá, o cara apareceu do nada, sentando o cacete em uns caras que tavam andando juntos. Começou a gritar que eles eram uns filhos da puta, que eles mereciam sofrer como nunca e sentou o braço nos cinco de uma vez.

- Sozinho?

- Sozinho.

- Para de mentir, mano.

- Te juro, os caras tentavam derrubar ele, mas depois de falar que ia matar os caras, tava só urrando. Só berrando, sabe?

- Sei.

- Tô falando sério, cara. Eu vi. O maluco arrebentou os cinco manos que tavam andando. Daí chegou a polícia e derrubou o carinha.

- Mataram o maluco?

- É.

- Eu vi na TV que eles tentaram acalmar o cara e ele perdeu a cabeça.

- Que nada, eles chegaram dando borrachada.

- Que aconteceu com os manos que ele estava surrando?

- Pior é isso, os caras eram traficantes de droga. A polícia achou um monte de maconha e cocaína com os caras.

- E aí?

- Os caras foram em cana.

- Cê sabe se o lance da filha que falaram no noticiário é verdade?

- Sei lá. Por mim não faz diferença. O malucão arrebentou os babacas certos.

- Babacas? Cê tem cinquenta anos de idade? Retardado.

- Ah, vá se fuder.

 

******

- Ricardo, aquele arquivo da menina encontrada no rio, cadê?

- Na terceira gaveta. Pra que você tá procurando?

- Aquele cara que pirou no meio da Paulista.

- Cê acha que ele tava falando a verdade?

- Eu acho que sim. Tem um monte de problema com esse caso. Acharam evidência de que os PM que chegaram à cena primeiro chegaram já sentando o braço no cara.

- Verdade?

- Foi o que me disseram.

- E agora?

- Agora a porra vai ficar séria. A vítima era mesmo filha do cara.

- Mas isso não muda o fato de que o cara tava espancando estranhos na rua.

- Tem certeza?


Tagged: fúria, polícia, vingança, violência
17 Jan 12:57

Photo



17 Jan 00:23

Feijoada com - e para - gringos

image

Onde: Consulado Mineiro – Praça Benedito Calixto
Quanto: R$ 69 (serve 4 pessoas)

Quando o Tiago De Luca – brasileiro que mora em Londres há 8 anos - e o Trent Simpson – australiano, na capital inglesa há quatro - chegaram a SP no fim do ano e souberam desta iniciativa, já arquitetamos uma visita a algum lugar novo para que o Trent provasse uma bela duma feijuca (ele já havia comido uma no RJ, mas não curtiu).

Entre o natal e o ano novo rolou, e tivemos o que o Trent apelidou de “um banquete delicioso” no Consulado Mineiro: um tiro certo para levar gringos que querem conhecer a culinária brasileira e não têm medo de comida pesada.

Pedimos a opção light, que tem apenas carnes nobres, e é GIGANTESCA. Quatro dos presentes foram de feijoada, comeram até se fartar, e mesmo assim sobrou. Se for sozinho ou em duas pessoas, nem se arrisque em pedir a porção completa. Será um desperdício.

Tudo na feijoada é sensacional: arroz soltinho, couve com aquele verde vivo e a crocância que faz salivar, farofa sequinha, torresmos brilhantes, daqueles que só tem uma capinha (daria para comer uma porção só deles) e uma travessa de feijoada – arrisco a dizer que a porção é maior que a do Bar do Biu (que em breve será resenhado aqui).

A opção pela versão light vale os 5 reais de diferença. Só pedaços magrinhos e generosos, perfeitos para acompanhar os complementos. E se você gosta de feijão, prepare-se. Vem muito!

Caipirinha vai, cervejinha vem, faltava o veredito do gringo: aprovada e – chupa RJ – bem melhor que a experiência carioca. Ele até postou foto no instagram:

image

Acertos: porção enorme, deliciosa e barata (se dividir, é mais barato que um PF)
Vacilos: Se quiser ser chato, dá pra apontar a fila. Esperamos uns 40~50 minutos por uma mesa.

Veredito: Não precisa esperar um gringo te visitar para conhecer essa maravilha. Vá! Simples assim. Uma das melhores feijoadas de São Paulo. Fácil. Um Barcelona das feijoadas: tem volume de jogo, sobra em campo. Se vai ser o melhor time da história, o tempo dirá. Por agora, domina. Nota 9.

15 Jan 16:33

Steak Drop

Steak Drop

From what height would you need to drop a steak for it to be cooked when it hit the ground?  

—Alex Lahey

I hope you like your steaks Pittsburgh Rare. And you may need to defrost it after you pick it up.

Things get really hot when they come back from space. This isn’t because of air friction, strictly speaking—it’s because of air compression. The air can’t move out of the way fast enough, and gets squished in front of the spaceship/meteor/steak. Compressing air heats it up. As a rule of thumb, you start to notice compressive heating above about Mach 2 (which is why the Concorde had heat-resistant material on the leading edge of its wings).

A few months ago, skydiver Felix Baumgartner jumped from 39 kilometers, and hit Mach 1 around 30 kilometers. This was enough to heat the air by a few degrees, but the air was so far below freezing that it didn’t make a difference. (Early in his jump, it was about minus 40 degrees, which is that magical point where you don’t have to clarify whether you mean Fahrenheit or Celsius—it’s the same in both.)

As far as I know, this steak question originally came up in a lengthy 4chan thread, which quickly disintegrated into poorly-informed physics tirades intermixed with homophobic slurs. There was no clear conclusion.

To try to get a better answer, I decided to run a series of simulations of a steak falling from various heights.

This involved a lot of research.

I used Mathematica models of atmospheric density to generate a set of descent profiles for the plummeting steak. For a nice tutorial on how to do this, see the Wolfram Blog’s analysis of Felix Baumgartner’s jump.

An 8 oz. steak is about the size and shape of a hockey puck, so I based my steak’s drag coefficients on those given on page 74 of The Physics of Hockey (which author Alain Haché actually measured personally using some lab equipment). A steak isn’t a hockey puck, but the precise drag coefficient turned out not to make a big difference in the result.

I used a handy NASA compressive heating calculator to determine the temperature of the shock layer in front of the steak.

Since this blog tends to wind up looking at unusual objects in extreme physical circumstances, often the only relevant research I can find is US military studies from the Cold War era. (Apparently, the US government was shoveling tons of money at anything even loosely related to weapons research.) To get an idea of how the air would heat the steak, I looked at research papers on the heating of ICBM nose cones as they reenter the atmosphere. Two of the most useful were Predictions of Aerodynamic Heating on Tactical Missile Domes and Calculation of Reentry-Vehicle Temperature History.

Lastly, I had to figure out exactly how quickly heat spreads through a steak. I started by looking at some papers from industrial food production which simulated heat flow through various pieces of meat. It took me a while to realize there was a much easier way to learn what combinations of time and temperature will effectively heat the various layers of a steak: Check a cookbook.

Jeff Potter’s excellent book Cooking for Geeks provides a great introduction to the science of cooking meat, and explains what ranges of heat produce what effects in steak and why. Cook’s The Science of Good Cooking was also helpful.

Putting it all together, I found that the steak will accelerate quickly until it reaches about an altitude of about 30-50 kilometers, at which point the air gets thick enough to start slowing it back down.

The falling steak’s speed drops steadily as the air gets thicker. No matter how fast it’s going when it reaches the lower layers of the atmosphere, it quickly slows down to terminal velocity. It always takes six or seven minutes to drop from 25 kilometers to the ground.

For much of those 25 kilometers, the air temperature is below freezing—which means the steak will spend six or seven minutes subjected to a relentless blast of subzero, hurricane-force winds. Even if it is cooked by the fall, you’ll probably have to defrost it when it lands.

When the steak does finally hit the ground, no matter the initial height, it will be traveling at about 30 meters per second. To get an idea of what this means, imagine a steak flung at the ground by a major-league pitcher. If the steak is even partially frozen, it could easily shatter. However, if it lands in the water, mud, or leaves, it will probably be fine. (Not clean, but intact.)

A steak dropped from 39 kilometers will, unlike Felix, probably not break the sound barrier. It also won’t be appreciably heated. This makes sense—after all, Felix’s suit wasn’t scorched when he landed.

a graph of an 8 oz. steak's downward velocity as a function of altitude

Steaks can probably survive breaking the sound barrier. In addition to Felix, pilots have ejected at supersonic speeds and lived to tell about it.

To break the sound barrier, you’ll need to drop the steak from about 50 kilometers. But this isn’t enough to cook it.

We need to go higher.

If dropped from 70 kilometers, the steak will go fast enough to be briefly blasted by 350°F air. Unfortunately, this blast of thin, wispy air barely lasts a minute—and anyone with some basic kitchen experience can tell you that a steak placed in the oven at 350 for 60 seconds isn’t going to be cooked.

From 100 kilometers—the formally defined edge of space—the picture’s not much better. The steak spends a minute and a half over Mach 2, and the outer surface will likely be singed, but the heat is too quickly replaced by the icy stratospheric blast for it to actually be cooked.

a graph of chuck yeager eating breakfast

At supersonic and hypersonic speeds, a shockwave forms around the steak which helps protect it from the faster and faster winds. The exact characteristics of this shock front—and thus the mechanical stress on the steak—depend on how an uncooked 8 oz. filet tumbles at hypersonic speeds. I searched the literature, but was unable to find anything to help me estimate this.

For the sake of this simulation, I assume that at lower speeds some type of vortex shedding creates a flipping tumble, while at hypersonic speeds it’s squished into a semi-stable spheroid shape. However, this is little more than a wild guess. If anyone puts a steak in a hypersonic wind tunnel to get better data on this, please, send me the video.

If you drop the steak from 250 kilometers, things start to heat up. 250 kilometers puts us in the range of low earth orbit. However, the steak, since it’s dropped from a standstill, isn’t moving nearly as fast as an object re-entering from orbit.

a hypersonic steak breaks mach 6 while elsewhere a jam band produces an instrumental album titled 'hypersonic steak 6'

The steak reaches a top speed of Mach 6, and the outer surface may even get pleasantly seared. The inside, unfortunately, is still uncooked. Unless, that is, it goes into a hypersonic tumble and explodes into chunks.

From higher altitudes, the heat starts to get really substantial. The shockwave in front of the steak reaches thousands of degrees (Fahrenheit or Celsius; it’s true in both). The problem with these levels of heat is that it burns the surface layer completely, converting it to little more than carbon. That is, it becomes charred.

Charring is a normal consequence of dropping meat in the fire. The problem with charring meat at hypersonic speeds is that the charred layer doesn’t have much structural integrity, and is blasted off by the wind—exposing a new layer to be charred. (If the heat is high enough, it will simply blast the surface layer off as it flash-cooks it. This is referred to in the ICBM papers as the “ablation zone”)

Even from those heights, the steak still doesn’t spend enough time in the heat to get cooked all the way through. (I know what some of you are probably thinking, and the answer is no—it doesn’t spend enough time in the Van Allen belts to be sterilized by radiation).

We can try higher and higher speeds, and we might lengthen the exposure time via dropping it at an angle, from orbit.

But if the temperature is high enough or the burn time long enough, the steak will slowly disintegrate as the outer layer is repeatedly charred and blasted off. If most of the steak makes it to the ground, the inside will still be raw.

Which is why we should drop the steak over Pittsburgh.

As the probably-apocryphal story goes, steel workers in Pittsburgh would cook steaks by slapping them on the glowing metal surfaces coming out of the foundry, searing the outside while leaving the inside raw. This is, supposedly, the origin of the term Pittsburgh Rare.

So drop your steak from a suborbital rocket, send out a collection team to recover it, brush it off, reheat it, cut away any badly charred sections, and dig in.

Just watch out for salmonella. And the Andromeda Strain.

this waiter is going to regret asking me how i'd like my steak cooked
14 Jan 23:38

Empanadas chilenas

by Martin Jayo

Ontem eu fui a um bar em Pinheiros que serve empanadas chilenas. O lugar, um bom e velho boteco de esquina com mesas na calçada, se chama “Bar do seu Zé” embora o dono se chame Ananias. Mas o mais curioso mesmo são os sabores das empanadas chilenas: tem de shimeji, de calabresa, de rúcula, de queijo coalho, de carne seca com abóbora…

427Uma amiga comentou que essa mistura só é possível em São Paulo e faz parte da gentileza da cidade. Eu concordo.

Mas o bar está em seus últimos dias. Tudo em volta foi demolido e ele funciona isolado, no meio de uma imensa área vazia. Ele próprio também virá abaixo, em fevereiro, quando vence o prazo para Seu Zé, alter ego de Ananias, entregar o prédio.

Na área de 4.400 metros quadrados antes ocupada por vários comércios de rua, vai ser construído um condomínio fortificado de 24 andares, com apartamentos que terão de 332 a 605 metros quadrados e de 4 a 5 vagas na garagem. O site do empreendimento informa que ele fica em “um bairro completo como o Soho, revitalizado como o Mitte District e charmoso como o Marais”.  Mas onde, evidentemente, não há lugar para empanadas chilenas temperadas com o espírito de Pinheiros.

Por sorte, a tradição gastronômica daquela esquina não será perdida, mas apenas “revitalizada”. É que, além de quadras, piscinas, spa, academia, salão de festas e “espaço kids”, o condomínio também terá um “espaço gourmet” nas áreas comuns. Ainda bem, né? :(

426

Fotos copiadas de ciadosbotecos.com e de destemperados.com.br.


14 Jan 22:45

Photo



14 Jan 20:16

Photo



14 Jan 15:07

January 11, 2013


WOOP
14 Jan 15:07

Pompeii ‘Wall Posts’ Reveal Ancient Social Networks

by saraceni@verizon.net (Jessica E. Saraceni)

Pompeji um 1900 strasse

 

SEATTLE—Preliminary analysis of graffiti at Pompeii suggests that homeowners had some control over who painted on their walls. Eeva-Maria Viitanen of the University of Helsinki said at the annual meeting of the Archaeological Institute of America that graffiti was scratched into the stucco walls or written with charcoal, or was often created by professional political campaign painters. She found that political ads were usually placed on the walls of lavish homes. “Bars were probably more populated, but could their customers read and would they vote?” she asked.

14 Jan 15:06

Hipster Ash

by Steve Napierski
Hipster Ash

Hipster Ash could catch ‘em all at anytime, but where’s the fun in that. I’m serious. Check his blog.

via: Reddit
14 Jan 14:51

Before filming Saving Private Ryan, Steven Spielberg had the...



Before filming Saving Private Ryan, Steven Spielberg had the entire cast do weeks of military training, except for Matt Damon. This was so the other actors could show actual resentment to him during the film.

source

submitted by Mike McCarthy

download the Facts and Chicks Android app »

14 Jan 14:32

H. P. Lovecraft’s Advice to Aspiring Writers, 1920

by Maria Popova

“A page of Addison or of Irving will teach more of style than a whole manual of rules, whilst a story of Poe’s will impress upon the mind a more vivid notion of powerful and correct description and narration than will ten dry chapters of a bulky textbook.”

“If there is a magic in story writing,” admonished Henry Miller, “and I am convinced there is, no one has ever been able to reduce it to a recipe that can be passed from one person to another.” And yet, famous advice on writing abounds.

In January of 1920, iconic science fiction and fantasy author H. P. Lovecraft published a short guide titled “Literary Composition” for United Amateur Press Association — a grassroots literary education collective that dubbed itself an “exponent of amateur journalism,” an early version of today’s blogs and citizen journalism. Found in the anthology Writings in the United Amateur (free download; public library), the essay offers aspiring writers technical tips and big-picture wisdom on the art and craft of the written word.

Much like Jennifer Egan did nearly a century later, Lovecraft stresses the vital osmosis between reading and writing:

No aspiring author should content himself with a mere acquisition of technical rules. … All attempts at gaining literary polish must begin with judicious reading, and the learner must never cease to hold this phase uppermost. In many cases, the usage of good authors will be found a more effective guide than any amount of precept. A page of Addison or of Irving will teach more of style than a whole manual of rules, whilst a story of Poe’s will impress upon the mind a more vivid notion of powerful and correct description and narration than will ten dry chapters of a bulky textbook.

Lovecraft notes the equal importance of non-reading as intellectual choice:

It is also important that cheaper types of reading, if hitherto followed, be dropped. Popular magazines inculcate a careless and deplorable style which is hard to unlearn, and which impedes the acquisition of a purer style. If such things must be read, let them be skimmed over as lightly as possible. An excellent habit to cultivate is the analytical study of the King James Bible. For simple yet rich and forceful English, this masterly production is hard to equal; and even though its Saxon vocabulary and poetic rhythm be unsuited to general composition, it is an invaluable model for writers on quaint or imaginative themes.

He advocates for cultivating a love of uncommon words:

One superlatively important effect of wide reading is the enlargement of vocabulary which always accompanies it. The average student is gravely impeded by the narrow range of words from which he must choose, and he soon discovers that in long compositions he cannot avoid monotony. In reading, the novice should note the varied mode of expression practiced by good authors, and should keep in his mind for future use the many appropriate synonymes he encounters. Never should an unfamiliar word be passed over without elucidation; for with a little conscientious research we may each day add to our conquests in the realm of philology, and become more and more ready for graceful independent expression.

But in enlarging the vocabulary, we must beware lest we misuse our new possessions. We must remember that there are fine distinctions betwixt apparently similar words, and that language must ever be selected with intelligent care.

Like Thoreau, Lovecraft finds in nature a literary muse:

For the purpose of securing epithets at once accurate and felicitous, the young author should familiarize himself thoroughly with the general aspect and phenomena of Nature, as well as with the ideas and associations which these things produce in the human mind.

He offers a meditation on fact and fiction, with a cautionary note about narrative sequence:

In fictional narration, verisimilitude is absolutely essential. A story must be consistent and must contain no event glaringly removed from the usual order of things, unless that event is the main incident, and is approached with the most careful preparation. In real life, odd and erratic things do occasionally happen; but they are out of place in an ordinary story, since fiction is a sort of idealization of the average. Development should be as lifelike as possible, and a weak, trickling conclusion should be assiduously avoided. The end of a story must be stronger rather than weaker than the beginning; since it is the end which contains the denouement or culmination, and which will leave the strongest impression upon the reader. It would not be amiss for the novice to write the last paragraph of his story first, once a synopsis of the plot has been carefully prepared—as it always should be. In this way he will be able to concentrate his freshest mental vigour upon the most important part of his narrative; and if any changes be later found needful, they can easily be made. In no part of a narrative should a grand or emphatic thought or passage be followed by one of tame or prosaic quality. This is anticlimax, and exposes a writer to much ridicule.

Lovecraft enumerates the twenty most common mistakes of young authors, “aside from those gross violations of syntax which ordinary education corrects,” and offers a common cure for all:

  1. Erroneous plurals of nouns, as vallies or echos.
  2. Barbarous compound nouns, as viewpoint or upkeep.
  3. Want of correspondence in number between noun and verb where the two are widely separated or the construction involved.
  4. Ambiguous use of pronouns.
  5. Erroneous case of pronouns, as whom for who, and vice versa, or phrases like “between you and I,” or “Let we who are loyal, act promptly.”
  6. Erroneous use of shall and will, and of other auxiliary verbs.
  7. Use of intransitive for transitive verbs, as “he was graduated from college,” or vice versa, as “he ingratiated with the tyrant.”
  8. Use of nouns for verbs, as “he motored to Boston,” or “he voiced a protest.”
  9. Errors in moods and tenses of verbs, as “If I was he, I should do otherwise,” or “He said the earth was round.”
  10. The split infinitive, as “to calmly glide.”
  11. The erroneous perfect infinitive, as “Last week I expected to have met you.”
  12. False verb-forms, as “I pled with him.”
  13. Use of like for as, as “I strive to write like Pope wrote.”
  14. Misuse of prepositions, as “The gift was bestowed to an unworthy object,” or “The gold was divided between the five men.”
  15. The superfluous conjunction, as “I wish for you to do this.”
  16. Use of words in wrong senses, as “The book greatly intrigued me,” “Leave me take this,” “He was obsessed with the idea,” or “He is a meticulous writer.”
  17. Erroneous use of non-Anglicised foreign forms, as “a strange phenomena,” or “two stratas of clouds.”
  18. Use of false or unauthorized words, as burglarize or supremest.
  19. Errors of taste, including vulgarisms, pompousness, repetition, vagueness, ambiguousness, colloquialism, bathos, bombast, pleonasm, tautology, harshness, mixed metaphor, and every sort of rhetorical awkwardness.
  20. Errors of spelling and punctuation, and confusion of forms such as that which leads many to place an apostrophe in the possessive pronoun its.

Of all blunders, there is hardly one which might not be avoided through diligent study of simple textbooks on grammar and rhetoric, intelligent perusal of the best authors, and care and forethought in composition. Almost no excuse exists for their persistent occurrence, since the sources of correction are so numerous and so available.

For more timeless wisdom on writing, see F. Scott Fitzgerald’s letter of advice, Zadie Smith’s 10 rules of writing, Kurt Vonnegut’s 8 guidelines for a great story, David Ogilvy’s 10 no-bullshit tips, Henry Miller’s 11 commandments, Jack Kerouac’s 30 beliefs and techniques, John Steinbeck’s 6 pointers, Neil Gaiman’s 8 rules, Margaret Atwood’s 10 practical tips, and Susan Sontag’s synthesized learnings.

Donating = Loving

In 2012, bringing you (ad-free) Brain Pickings took more than 5,000 hours. If you found any joy and stimulation here this year, please consider becoming a Member and supporting with a recurring monthly donation of your choosing, between a cup of coffee and a fancy dinner:


♥ $10 / month♥ $3 / month♥ $25 / month♥ $50 / month♥ $100 / month




You can also become a one-time patron with a single donation in any amount:





Brain Pickings has a free weekly newsletter and people say it’s cool. It comes out on Sundays and offers the week’s best articles. Here’s what to expect. Like? Sign up.

Brain Pickings takes 450+ hours a month to curate and edit across the different platforms, and remains banner-free. If it brings you any joy and inspiration, please consider a modest donation – it lets me know I'm doing something right. Holstee