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27 Jun 22:06

O que você faz com o tempo que te resta?

by Renato Stefani

Raras são as pessoas que conheço hoje que parecem ter seu tempo sob controle.

O “mal da falta de tempo” parece permear sobre a sociedade moderna em todos os seus aspectos:

Falta de tempo para dormir, estudar, ler mais do que gosta, ter ócio criativo, viajar, praticar esportes, ficar mais com a familía e pessoas amadas, trabalhar melhor, se exercitar melhor, comer melhor, ou até mesmo ficar sem fazer nada (o que é muito importante às vezes).

— Opa! Quanto tempo! Como vai?
— Correria, como sempre!
— E aí, Alfredo, beleza?
— Aaah, sabe como é né? Correria.

Tudo é correria, pressa, agitação. Nada é feito como deve ser feito, com o seu tempo.

Quem não está na correria parece não estar no ritmo certo. Mas…. qual é o certo?

Apesar de ouvir todos os dias as mesmas reclamações de falta de tempo das pessoas que estão na “correria”, nunca me parece que elas estão com falta de tempo para as redes sociais, o Whatsapp, ou assistir TV, por exemplo.

A concepção de tempo

Nós conseguimos aprender muitas coisas fascinantes com os gregos antigos, mas infelizmente não aprendemos um dos conceitos mais valiosos deles: a definição de tempo.

Sábios que eram, já entendiam há muito que o tempo não pode ser mensurado de uma maneira só. Tanto que tinham duas palavras para se referir a ele: chronos e kairos.

A concepção de chronos é bem simples e fácil de entender: é o tempo mensurado pelo relógio. É literalmente 3 horas da tarde quando são 3 horas da tarde, é saber que um filme de 120 minutos vai acabar as 22:00 se você começou assistir às 20:00. É o tempo do relógio, ditado e cronometrado apenas por ele, controlado pelo movimento dos ponteiros.

É muito fácil adotar e mensurar chronos, então nós utilizamos apenas ele. Nós conseguimos medir como o usamos para ter certeza de que tudo está certo e dentro do planejado.

Kairos é diferente: é a parte qualitativa do tempo. E, para ser qualitativo, precisa da sensibilidade, do toque humano.

Kairos é geralmente entendido como uma janela de oportunidade criada por circunstâncias, Deus, ou o destino. É geralmente o tempo ideal para atacar, pedir em casamento, ou de tomar qualquer ação. É também aquela liberdade de desligar o despertador no sábado e acordar a hora que for. É sair para almoçar com alguém e ficar horas conversando e parecer que foram minutos. É a eternidade dos 5 minutos finais de uma aula chata. É se perder na sensação de “flow” quando trabalhamos com prazer.

Chronos é prático: faça isso, não faça aquilo, crie sua lista, trabalhe das 9h as 17h e por ai vai….

Kairos é sensível e sabe o momento certo para você. Chronos apenas vê o relógio.

Kairos entende que nosso melhor trabalho pode acontecer em 4 horas por dia. Chronos impõe que fiquemos 8 horas, mesmo não dando nosso melhor.

Kairos entende que um projeto grande demore anos para ficar pronto da maneira como deve ser. Chronos não.

Kairos entende contexto, chronos apenas quer as coisas acontecendo.

A ansiedade causada pela nossa perspectiva de tempo baseada em chronos é o menor dos nossos problemas. Chronos nos deixa presos e fracos como humanos.

Para chronos, Steve Jobs, Barack Obama, Elon Musk, todos tem as mesmas 24 horas em um dia que você. Já para kairos, isso não faz o menor sentido.

Vivendo sob demanda

Chegamos em um ponto onde não sabemos o que fazer com nós mesmos se nosso tempo não está sendo demandado por notificações automáticas. Em um senso, vivemos sob demanda. Nossa vida está em piloto automático.

Nós esperamos por emails, mensagens de texto, o próximo “like” na nossa foto no Facebook. Rolamos o Instagram até saciar nossa vontade de ver o que quer que seja.

Quando paramos, sem fazer nada, ficamos agonizados.

Assim como é muito importante o equilíbrio de corpo, mente e alma para podermos atingir os nossos sonhos e objetivos na vida, o modo como utilizamos o nosso tempo é igualmente importante.

E não importa o que façamos, parece que o nosso tempo está cada vez mais escasso.

Faltam horas, às vezes até dias inteiros para conseguirmos realizar tudo o que gostaríamos em um único dia.

Mas, será mesmo? O que nos falta?

Organizando melhor nosso tempo

Há quem diga que o tempo é nosso bem mais precioso. Quer você concorde ou não, uma vez gasto, ele se foi. É um recurso não renovável.

Nesse aspecto, gosto muito da analogia de que, assim como em uma empresa, temos vários sócios em nossas vidas. E, enquanto o ativo de uma empresa é monetário em dinheiro e ações, o nosso ativo é o tempo.

Então, todos os nossos sócios são as atividades e pessoas a quem dedicamos nosso tempo.

De cara, nosso maior sócio é a cama: passamos 33%, ou ⅓ do nosso tempo dormindo. Isso, claro, para quem dorme 8 horas por dia. As outras 8 horas, geralmente passamos trabalhando, ou estudando. Ainda sobram mais 8 horas para o seu dia. Como você passa, ou gostaria de passar elas?

Olhe para o seu celular. Quantos aplicativos lhe enviaram notificações nos últimos 5 minutos? E na última hora?

O maior problema das notificações é o fato de como você volta para sua última atividade. Geralmente, a cada momento de distração, demoramos cerca de 20 minutos para realmente engajar em nossas atividades novamente. Uma notificação ou interrupção pode vir em um instante, mas seus efeitos duram muito mais.

Um estudo da Microsoft mostra que nosso tempo de atenção está cada vez menor, comparável, ou até mesmo menor do que um peixe. Em 2013, nossa média de atenção caiu para 8 segundos, 4 segundos a menos do medido em 2000, quando era 12.

Muito me admira você ainda estar lendo esse texto, sem ter sido interrompido por nada.

Facebook, WhatsApp, Instagram são geralmente os maiores protagonistas das nossas notificações/distrações. (Não se esqueça que todos esses produtos são de uma empresa só.)

Pensando então dessa maneira, é muito importante refletir:

  • Quais são os seus sócios? Quem/o que está tomando mais tempo na sua vida?

Uma semana utilizando o software gratuito RescueTime me fez refletir, ao ver que passava ao menos 4 horas no Facebook, por exemplo, a cada semana.

Recentemente, Nir Eyal, especialista em hábitos, fez uma análise do modelo que produtos formadores de hábitos utilizam em seu livro “Hooked”. Ou seja: muitas pessoas brilhantes estão trabalhando duro nesse instante exatamente para isso: fazer com que passemos cada vez mais tempo utilizando certos produtos.

Se, por um lado, existe essa artilharia pesada, não pense que você está indefeso. Do outro lado existem ténicas simples, suas aliadas nessa batalha: desligar as notificações do seu celular, ou mesmo ligar o modo avião, mesmo fora do avião. São ações simples e muito eficazes. Use a tecnologia a seu favor, não deixe o contrário acontecer.

Vamos continuar conversando sobre o tempo? 

Para falar de controle do nosso tempo, precisamos abrir mais nossa discussão.

Precisamos falar de mindfulness, organização, saúde, sono, alimentação, desconectar do mundo, períodos sabáticos, futurismo, o mundo em que vivemos. Precisamos olhar para a vida sob nova perspectiva. Tudo muda rápida e constantemente, e precisamos continuar a fazer o que a humanidade tem feito tão brilhantemente até hoje: nos adaptar.

Com tudo isso, quero convidar todos a participar da minha nova iniciativa, o HackLife. Nos próximos dias 29/6 e 6/7, das 19h30 às 22h30 vou promover um workshop sobre como podemos hackear nossas vidas, na Perestroika, em São Paulo/SP.

Deixe-me explicar: o hacker, por definição é o indivíduo que conhece um sistema extremamente bem, pela experimentação e exaustão de métodos. Graças a esses conhecimentos, um hacker frequentemente consegue obter soluções e efeitos extraordinários, que extrapolam os limites do funcionamento “normal” dos sistemas.

A vida é só mais um sistema, que pode ser entendido a fundo e hackeado.

Não existe fórmula mágica, não existe artigo sobre os 10 hábitos das pessoas felizes, ou ainda uma dieta que vai te dar uma barriga tanquinho em 2 semanas. O que existe é a experimentação, e saber o que funciona melhor para cada um de nós.

É nesse contexto, entendendo cada vez mais sobre nós mesmos e a vida, que podemos realmente ser hackers de nós mesmos.

Juntos, podemos fazer muito mais, a idéia não é fazer só mais um workshop, e sim criar um grupo de apoio e discussões para podermos embarcar nessa jornada juntos.

Para os leitores do PapodeHomem, estou oferecendo uma condição especial.

Quer saber mais informações? O link é esse.

Espero vocês!

Referências

Talvez esse vídeo elucide ainda mais a questão do nosso tempo, ele mostra brilhantemente, com jujubas (!) o nosso tempo:

Parte desse texto foi inspirado nessa peça brilhante do Art of Manliness, “Stop Hacking your Life”.

27 Jun 20:15

Os 8 Tipos De "Garotas Pokemon" Que Você Ainda Vai Namorar




Complicado, mas acredito que pelos 1 dessas você vai se identificar

26 Jun 13:51

Provas de que os Mamonas Assassinas tornaram sua infância muito melhor.

by Thiago Fernandes

Eles tinham os melhores figurinos.

Ou figurino nenhum.

Eles tinham as melhores letras de música.

Incluindo declarações de amor que se tornaram clássicas.

A banda era muito legal com os fãs famosos, como vemos nesta clássica foto com o Alexandre Pires.

Aliás, eles sabiam agitar um programa de auditório como ninguém.

19 Jun 16:46

Como fazer sexo num avião

by Edu

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17 Jun 14:36

Treinamento de Buildroot da Free Electrons

by Sergio Prado

A Free Electrons lançou neste mês de junho o treinamento de Buildroot, com todo material disponível no site deles para consulta.

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O material é extenso e de qualidade, afinal eles são um dos principais contribuidores do projeto. A agenda cobre diversos tópicos, incluindo detalhes sobre a geração de imagens, customização do sistema de build, adição de novos pacotes, análise do build, gerenciamento de licenças, workflow de desenvolvimento de aplicações e funcionamento interno da ferramenta.

Para quem gosta desta simples e eficiente ferramenta de compilação de sistemas Linux, vale muito à pena dar uma olhada no material e estudá-lo.

Um abraço,

Sergio Prado

17 Jun 14:15

Ah, o silêncio.

by Zanfa

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16 Jun 23:25

Programa de Estágio Natura.

by Thiago Fernandes

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Você deve achar que a Natura é apenas uma empresa de cosméticos, ela é muito mais do que você imagina. A Natura está com um novo Programa de Estágio para as áreas de exatas, humanas e biológicas. Se você está na grande São Paulo, Salvador, Benevides ou Manaus, esta é a sua chance de trabalhar numa empresa MUITO legal.

No site da Natura tem todas as informações deste programa, acesse e boa sorte.

16 Jun 23:21

Espetinhos Do Zodiaco


Meu amigo, brasileiro é uma coisa sem explicação

15 Jun 22:42

[Spoilers] Game of Thrones – “Mother’s Mercy”

by Fernanda Correia

Antes de mais nada, é bom avisar que este texto contém spoilers do último episódio da quinta temporada de Game of Thrones.

Bom, desde os episódios anteriores tem surgido reclamações do pessoal que leu os livros e está vendo a história ser mudada diante dos seus olhos. Olha gente, nem tem tanto problema assim. São mídias diferentes, com ritmos e tempos diferentes. Mudanças precisam ser feitas apesar do nosso prazer em saber o que vai acontecer — mesmo que a gente reclame de spoilers.

E assim como no final da temporada passada, tivemos uma diminuição drástica nos personagens. Myrcella, que não estava lá acrescentando muita coisa, vai acabar servindo para que a fúria dos Lannisters se volte bonito para Dorne. Ainda mais depois da caminhada da vergonha que Cersei teve que passar, o que vai fazer com que ela desconte a raiva no primeiro que der motivo.

Stannis e a mulher não foi surpresa, já que desde o ritual do episódio anterior ficou bem óbvio que as coisas saíram do controle. Mas foi bom ter Brienne finalmente conseguindo cumprir uma promessa, mesmo que para isso ela tenha obrigado a Sansa a se atirar dos muros de Winterfell junto com o Theon, que finalmente se voltou contra Ramsay e ajudou a garota.

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E todos estamos torcendo para que a neve tenha sido bem fofa, ou ficamos sem um Stark inteiro, já que Arya ficou cega por ter se precipitado com sua vingança, eliminando o primeiro nome da sua lista. Aliás, tão perturbadora a troca de rostos que eu até agora não entendi quem ficou cego e estou achando que fui eu.

Enquanto Danny provavelmente está conseguindo suas melhores chances de finalmente voltar e retomar os Sete Reinos. Com Tyrion e o Aranha fazendo o que eles faziam de melhor em Porto Real, se ela colocar ordem nos seus dragões e conseguindo aliança com os guerreiros que cercaram, agora ela tem chances.

Finalmente, o grande ponto da discórdia. Jon Snow foi traído e assassinado por uma parte da patrulha da noite e nunca o “You know nothing” fez mais sentido. Todo mundo viu o ataque chegando de longe, menos ele. Agora ele foi deixado lá, sangrando até a morte sobre a neve, fazendo a gente torcer para que Melisandre faça a sua mágica ou que os White Walkers apareçam.

A verdade é que todo mundo quebrou a regra primordial de Game of Thrones e se apegou ao Jon — o que só me faz temer pela vida do Tyrion. Agora é começar as teorias malucas e que venha a próxima temporada!

13 Jun 19:46

Behind the scenes at the final DARPA Robotics Challenge

by Josh Dzieza

The robots at the final DARPA challenge have come a long way, but they still need a lot of human help

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13 Jun 19:30

Como aprendi a parar de procrastinar e a gostar de me soltar

by Luciano Ribeiro

Uma das coisas que sempre me desespera sobre a tara de ser mais produtivo é como isso, no final das contas, não contribui em muita coisa pra nos fazer ter vidas melhores, mais serenas e mais felizes. 

Em geral, esse discurso acaba vindo das pessoas que querem lucrar o máximo possível com a nossa força de trabalho (ou com a nossa atenção, se for pra usar um paradigma mais atual) e não tem a menor intenção de contribuir para a nossa saúde ou bem estar.

Assim, quando compramos essa ideia, o resultado costuma ser ainda mais ansiedade, pressa e frustração. Afinal, somos humanos. Não dá para ficar 100% do tempo produzindo freneticamente, sendo criativo, inovador, sagaz e proativo. Não dá. 

Em algum momento a máquina 'sobreaquece' e você precisa descansar. E aí, claro, sua produtividade cai e o seu tão almejado objetivo mostra sua natureza impossível, trazendo consigo toda a carga negativa que as falhas costumam trazer.

Gosto do texto do Leo Babauta, traduzido a partir do Zen Habits, por ele mostrar uma alternativa menos afoita à produtividade. Ao invés de fazer mais pressão, correr mais, fazer mais, ranger os dentes e suar a camisa, ele propõe soltar, relaxar, deixar pra lá.

Enfim, se livrar da necessidade interna desmedida de estar sempre a par de tudo que criamos para nós.

Aqui embaixo o texto traduzido na íntegra.

Como aprendi a parar de procrastinar e a gostar de me soltar, por Leo Babauta

"As pessoas encontram muita dificuldade em se soltar de seu sofrimento. Por um medo do desconhecido, elas preferem o sofrimento que lhes é familiar." -Thich Nhat Hanh

O fim da procrastinação é a arte de se soltar.

Minha vida inteira fui um procrastinador, pelo menos até poucos anos atrás. Eu postergava as coisas até o último momento do prazo final, já que sabia que iria conseguir. Eu passava nas provas da escola depois de estudar de última hora, eu escrevia artigos na última hora de um prazo – mas, enfim, eu executava as tarefas.

Até que eu não conseguia mais. Procrastinar me fez perder os prazos, vez após vez. Me estressava. Meu trabalho ficava comprometido quando eu o fazia no fim do prazo. Pouco a pouco comecei a perceber que a procrastinação não estava me ajudando em nada. De fato estava me causando muitos problemas.

Mas eu não conseguia parar. Tentei muitas coisas. Tentei aperfeiçoar a agenda, e me focar em objetivos, criar um sistema de responsabilidade pessoal, e a técnica Pomodoro de Completar as Tarefas. Todos estes métodos são excelentes, mas eles não duram para sempre. No longo prazo, nada funcionou.

Isso porque eu não estava focando o problema na raiz de tudo.

Eu não tinha percebido qual a habilidade que me salvaria da procrastinação.

Até que aprendi sobre aprender a me soltar.

A prática de se soltar apareceu primeiro quando eu estava largando o cigarro. Eu tinha que me soltar da “necessidade” de fumar, o uso do cigarro como muletas para lidar com estresse e problemas.

Então aprendi que precisava me soltar de outras necessidades falsas que estavam me causando problemas: açúcar, junk food, carne, compras, cerveja, posses. Não estou dizendo que nunca me entrego a nenhuma dessas coisas, mas eu me soltei da ideia de que são necessárias. Foi do meu apego insalubre a elas que me soltei.

Então aprendi que as distrações e a falsa necessidade de verificar meu e-mail e as notícias e outras coisas online... também estavam me causando problemas. Era isso que causava minha procrastinação.

Então eu aprendi a me soltar dessas coisas também.

Aqui está o processo que usei para me soltar das distrações e das necessidades falsas que causam a procrastinação:

  1. Presto atenção ao sofrimento que me causam, mais tarde, em vez de apenas o prazer/conforto temporário que me dão naquele momento.

  2. Penso na pessoa que quero ser, na vida que quero viver. Disponho minhas intenções para fazer o bom trabalho que acredito dever fazer.

  3. Observo minha ânsia de checar as coisas, de me entregar ao conforto da distração. E então reconheço que quero escapar do desconforto de algo difícil com o conforto de fazer algo familiar e fácil.

  4. Reconheço que não preciso daquele conforto. Eu posso ficar no desconforto e nada de muito ruim vai acontecer. De fato as melhores coisas acontecem quando eu aceito o desconforto.

E então eu sorrio, e respiro, e me solto.

E passo a passo, eu me torno a pessoa que quero ser.

‘Você só pode realmente perder aquilo a que se agarra.’ -Buda
10 Jun 23:49

DJI just released the first consumer drone that can see and avoid obstacles

by Ben Popper

The drones available to the average consumer have improved by leaps and bounds over the last five years. Onboard computer systems allowed them to autonomously navigate a path of GPS waypoints or follow along with its owner and capture spectacular aerial footage. But up until now the drones available to you and me were blind to their surroundings. If a big tree or ski lift got in its path, the drone wouldn't change course to avoid it. All that changes today, with the release of DJI's first guidance system, a combination of ultrasonic sensors and stereo cameras that allow the drone to detect objects up to 65 feet (20 meters) away and keep your aircraft at a preconfigured distance.

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10 Jun 23:46

Apple shows off iPad split-screen multitasking in iOS 9 preview

by Nathan Ingraham

Ever since Microsoft first showed off multi-window support in the tablet mode for Windows 8, it's been expected that Apple would eventually follow suit with a true multitasking mode of its own. Now, Apple is finally showing off this new, enhanced multitasking mode for the first time as part of its iOS 9 preview at WWDC 2015. For starters, there's a new task switcher you can see when double-tapping the home button — from there, you can pin an app to the side of the screen in and quickly access it by swiping from the right in a feature called SlideOver.

That lets you slide in from the side of the screen to bring in another app — and it looks for all the world like how multi-app support works in Windows. If you then pull down from the top...

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10 Jun 23:46

With iOS 9, Apple’s HealthKit will finally track menstruation

by Arielle Duhaime-Ross

Apple announced new a bunch of new HealthKit metrics today at WWDC 2015 — metrics that include UV exposure, how often you're seated, and reproductive health. Yes, that's right. With the upcoming iOS 9 update, the iPhone's Health app will finally be able to track a woman's period.

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10 Jun 21:09

When turning it off and on actually fixes the problem

by sharhalakis

by @srodrig0209

10 Jun 00:36

Segunda é dia de chorar.

by Zanfa

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10 Jun 00:27

Prisão Privilégio

by Alex Castro

Quando pergunto se as pessoas são ricas, elas ou dão respostas abstratas ("sou rico em oportunidades") ou negam ("olha, eu até ganho bem, mas não me considero rica porque não consigo comprar tudo o que eu quero.").

Ninguém acha que é rica, ou que é privilegiada, pois isso acarretaria obrigações sociais que queremos evitar, uma autoimagem da qual fugimos.

O privilegiado é sempre um outro.

* * *

Quem são as pessoas privilegiadas

No Brasil, classe média é quem tem renda mensal per capita menor que R$1.019.

Só 20% de pessoas brasileiras ganham mais de R$1.019: essas pessoas, queiram ou não, esperneiem ou não, fazem parte da classe alta, da elite econômica do Brasil.

E quem ganha mais de R$2.400 (sempre mensal per capita) faz parte da alta classe alta, o topo do topo da pirâmide, onde estão somente 4,4% das pessoas brasileiras.

Por mais que isso interfira em nossa identidade de pessoa-sofredora-que-paga-impostos-escorchantes, etc, se estamos no topo da pirâmide econômica, se ganhamos mais do que 96% das nossas compatriotas, então, somos sim pessoas ricas. Somos sim pessoas privilegiadas.

E está na hora de começarmos a refletir sobre esses privilégios.

* * *

Citando o relatório onde essa classificação foi divulgada:

"No Brasil, fazem parte dos 5% mais ricos todos aqueles em famílias com renda per capita acima de R$2.400 ao mês e muitos membros desse grupo se consideram parte da classe média. Seria impossível conceber qualquer divisão da população em três classes de renda (baixa, média e alta) em que os 5% mais ricos estivessem fora da classe alta. Para todos aqueles com essa opinião, qualquer definição coerente para a classe média sempre os excluiria e, por essa razão, seria percebida como empobrecida. "

* * *

Muitas de nós, quando descobrimos que de acordo com a classificação do governo não somos classe média, ficamos revoltadas.

Surpreendentemente, em vez de ficarmos revoltadas com nossos muitos privilégios, com a enorme quantidade de pessoas que vivem sem eles, com a gigantesca desigualdade em nosso país.... ficamos revoltadas com o governo ousar dizer que somos classe alta!

Mas a classificação do governo é apenas uma convenção e, no fim das contas, é irrelevante.

Talvez até achemos um absurdo o governo convencionar que a classe média só vai até a renda mensal per capita de R$1.019 e que nós, que ganhamos R$3 mil ("que não dá pra nada!!"), também deveríamos ser classe média.

Só que a nomenclatura é uma convenção arbitrária, como qualquer outra. O governo poderia nos chamar de "classe média", de "classe epaminondas" ou de "classe blé" e não faria diferença alguma.

Qualquer que seja o nome convencionado, uma pessoa com renda mensal de R$3 mil ganha mais do que 99% da população brasileira.

Essa é a definição de privilégio.

* * *

Por fim, só para irmos um pouco mais longe, quem ganha mais de R$8 mil mensais per capita faz parte do 1% de pessoas mais ricas... da humanidade.

A questão não é o quanto trabalhamos por nosso dinheiro, quantas obrigações financeiras temos, quanto dinheiro nos sobra depois de pagá-las, quantas coisas queremos consumir e não podemos.

A questão é que, se ganhamos mais de R$8 mil mensais, ganhamos melhor do que 99% das pessoas humanas que existem!

* * *

É inacreditável o quanto esperneamos, a quantidade de justificativas que arrumamos, os pelos em ovo que encontramos.... tudo para não olharmos no espelho e vermos ali pessoas privilegiadas. Pessoas que estão no topo da pirâmide econômica e social de nosso país. Pessoas que precisam antes abrir mão de privilégios do que continuar correndo atrás de adquirir novos.

O problema do Brasil não é existirem pessoas privilegiadas. Elas sempre existiram e sempre existirão.

O nosso problema é que nós, as pessoas privilegiadas, vivemos cercadas de miseráveis que fazem nossas unhas e lavam nosso chão por uma miséria... e ainda assim somos completamente incapazes de reconhecer nossos imensos privilégios.

* * *

O privilegiado é sempre um outro

Nossa tendência de pessoas humanas é sempre normalizar e normatizar nossa situação: perceber nossa vida como “a vida normal e normativa”, e as vidas das pessoas mais pobres como “vidas pobres” e as vidas das pessoas ricas como “vidas ricas”.

Sempre existirão pessoas com mais e com menos privilégios que nós. A questão é outra: para quem estamos olhando?

Uma pessoa brasileira com renda mensal de R$3 mil pode escolher olhar para o 1% de pessoas brasileiras ainda mais privilegiadas que ela e aspirar possuir ainda mais privilégios.

Ou ela pode escolher se solidarizar com as 99% de pessoas brasileiras que têm muito, muito menos e tomar ação política para mudar essa realidade.

Estamos presas na Prisão Privilégio não simplesmente por sermos pessoas privilegiadas, mas por sermos pessoas privilegiadas que não enxergam e não reconhecem nossos imensos privilégios.

* * *

No Brasil, quase nenhuma pessoa se admite “rica” ou “privilegiada”. Ambas as palavras, para todos os fins e efeitos, se tornaram praticamente xingamentos.

Há muitos anos, eu fui uma criança rica, crescendo entre outras crianças ricas, em uma das escolas mais caras do país.

Um dia, em uma lancha de quarenta pés em Búzios, eu disse alguma coisa que já nem lembro o que era, mas que incluía o reconhecimento explícito de que nós ali éramos pessoas ricas: “porque nós, os ricos, etc”, algo assim.

Bateu um silêncio constrangedor. Algumas pessoas olharam para o mar ao longe, outras passaram as pontas dos dedos por seus jacarés nas camisas pólo. Finalmente, um dos meninos tomou para si o ônus da resposta:

“Imagina, Alex! Eu e minha família não somos ricos!”

Eu, criança bocuda, ainda sem entender direito o tamanho do tabu onde tinha esbarrado, insisti:

“Mas João Paulo! Acabamos de sair de sua casa de praia cinematográfica, com um deck envidraçado se estendendo até o meio do mar, e estamos agora na lancha que seu pai acabou de trocar ano passado, indo para um restaurante-ilha onde o almoço vai custar vários salários-mínimos. Óbvio que você é rico!”

Como dizer que o rei não está nu quando ele está ali, balançando as bolas bem na sua cara?:

“Bem, Alex, veja, não somos ricos, meu pai trabalhou muito, mas é assalariado, um mero presidente de empresa multinacional, pode ser demitido a qualquer momento pelos acionistas! Ok, tudo bem, conseguimos economizar muito, temos um certo conforto, é verdade, mas não somos ricos.”

Por fim, o abacaxi é fatalmente passado adiante:

“Rico, rico mesmo, é o Carlos Eduardo, que tem um iate de sessenta pés e a família é dona de sua própria ilha. Ele sim é rico, Alex. Não eu, pô!”

Mais tarde, durante aquele mesmo almoço, o sofrido Carlos Eduardo também negou peremptoriamente sua condição de rico.

“Imagina! Minha família agora até está em uma situação confortável, fruto de muito trabalho apesar dos impostos escorchantes, mas rico mesmo, rico de verdade, é o Luis Felipe, do nono ano. Ele sim é rico!”

Infelizmente, não lembro mais o que o Luis Felipe possuía para marcá-lo como rico.

Talvez Belize.

* * *

O privilégio é um olhar

Todas as pessoas privilegiadas compartilham de diferentes graus da mesma cegueira.

Meus amigos de infância em Búzios não eram pessoas especialmente sem-noção: eles não se achavam ricos pelo mesmo motivo que todas as pessoas privilegiadas não se acham privilegiadas.

Porque quando crescemos rodeadas por algo – nesse caso, o privilégio – aquilo vira a regra contra a qual o mundo é comparado. Nossa vida é sempre a normal, a normativa: as outras vidas é que são menos ou mais alguma coisa.

* * *

Nós, as pessoas privilegiadas, escolhemos olhar para as pessoas ricas e famosas, consumindo revistas de fofocas e programas de glamour, ao mesmo tempo em que escolhemos nunca olhar para as pessoas pobres e sofridas, evitando cruzar com elas nas ruas e nunca entrando nas comunidades onde moram.

Então, se evitamos as incômodas pessoas menos privilegiadas; se normatizamos nossas próprias vidas repletas de privilégios; e se olhamos com atenção somente para as pessoas com ainda mais privilégios que nós... o resultado final será nos tornarmos pessoas privilegiadas que simplesmente não conseguem enxergar seus próprios privilégios:

“Privilegiada? Eu? Claro que não. Só tenho UMA jacuzzi! Privilegiado é o Luciano Huck, que tem cinco. Sério, eu vi no Vídeo Show!”

Por outro lado, pessoas privilegiadas que frequentam comunidades carentes quase sempre se tornam mais e mais conscientes da imensidão de seus privilégios.

* * *

O peixe não enxerga a água justamente por viver toda a sua vida rodeado por ela, e só percebe sua falta quando está se debatendo no convés do barco.

Nós também só percebemos a extensão de nossos privilégios – que sempre estiveram a nossa volta, por todos os lados, nunca questionados, nunca problematizados – quando somos confrontadas com sua ausência.

Mas não é preciso esperar que desigualdade do Brasil nos exploda na cara: podemos mudar a direção da nossa mirada hoje.

Podemos desnaturalizar tudo aquilo que nos parecia mais natural.

* * *

Breve história dos meus privilégios

Só podemos admitir nossos privilégios quando damos um passo atrás, desnaturalizamos nossas vidas, saímos do centro do universo que ocupamos em nossa imaginação egocêntrica e passamos a nos enxergar em relação às outras pessoas que estão girando conosco pelo espaço na superfície dessa bola de pedra e água.

* * *

Eu (nascido em 1974) cursei o ensino fundamental no Colégio Santo Agostinho (um dos melhores da cidade), o médio na Escola Americana do Rio de Janeiro (na época, a mais cara do Brasil) e, depois, História no IFCS/UFRJ (turma de 1999) porque meu pai cresceu em Botafogo, fez o ensino médio no Colégio Andrews (tradicionalíssimo) e se formou bacharel em Economia (turma de 1970) pela mesma UFRJ.

Meu pai (nascido em 1946) estudou na UFRJ porque meu avô estudou Engenharia no Instituto Eletrotécnico de Itajubá, atual Universidade Federal de Itajubá (turma de 1938) e trabalhou durante muitos anos para a CHESF (Companhia Hidro-Elétrica do São Francisco), inclusive nas obras do Complexo Hidrelétrico de Paulo Afonso.

Meu avô (1909-1989) foi engenheiro civil porque meu bisavô (1876-1965) saiu do Mato Grosso (onde seu pai, veterano do Paraguai, estava servindo desde a guerra) pra estudar no Colégio Militar do Rio de Janeiro, onde teve a honra de ser comandante-aluno de 1897 , formou-se engenheiro militar, participou do episódio dos 18 do Forte de Copacabana e reformou-se tenente-coronel.

Em 1888, com 12 anos de idade, meu bisavô estudava na capital do Império, em um dos melhores colégios públicos do país, com bolsa integral, soldo e emprego garantido após a formatura.

Se, ao invés disso, nesse mesmo ano, ele tivesse sido libertado (leia-se posto pra fora de casa) com a roupa do corpo, analfabeto e despreparado, sem conhecer pai e mãe, desprovido de qualquer poupança ou bens, teriam seus filhos e netos e bisnetos estudado nas melhores escolas e universidades do país e feito parte da elite brasileira?

Sem esse capital socioeconômico e cultural acumulado pelo meu bisavô em 1888 (para não irmos mais longe), onde teria ido parar a cadeia de acontecimentos que desembocou na minha vida? Estaria eu, nesse momento, sadio e medindo 1,80m, proprietário de apartamento em Copacabana e publicando livros?

Dentre minhas realizações, quantas são exclusivamente por mérito meu e quantas são consequência direta da vida privilegiada que eu e meus antepassados levamos?

Que tipo de dívida eu, pessoalmente, tenho com as pessoas que não tiveram tanta sorte?

* * *

Afinal, se eu e meus antepassados somos privilegiados, então é porque existem pessoas que não são.

E por que não são? É porque não estudaram tanto ou trabalharam tão duro quanto eu ou meu pai?

Por que o faxineiro do banco trabalha o dia inteiro, assim como meu pai, o gerente do banco, mas leva pra casa só uma fração do salário? Será que o filho do faxineiro, que estudou em escola pública e trabalha desde os doze anos, vai ter a mesma chance que eu de entrar em uma universidade federal?

Que privilégios meu pai teve que o faxineiro não teve? Que privilégios eu tive que o filho do faxineiro não teve?

Qual é a origem histórica dessa assimetria socioeconômica tão gigantesca?

Faz sentido falar em meritocracia em uma sociedade tão desigual?

* * *

Ação de graças pelos privilégios recebidos

O Brasil e os Estados Unidos são duas sociedades muito parecidas em sua desigualdade, racismo, outrofobia.

Uma diferença, entretanto, é que as pessoas ricas norte-americanas praticam muito mais filantropia do que as brasileiras.

Outra diferença é que o feriado mais importante dos Estados Unidos, quase desconhecido no Brasil, é o dia de ação de graças, quando (teoricamente) as pessoas refletem sobre as muitas graças recebidas.

Talvez exista uma relação.

* * *

Sou grato por ter nascido homem. (Em uma sociedade machista, onde mulheres ganham uma fração do salário dos homens pelo mesmo trabalho, são vítimas de violência de gênero, possuem menos direitos perante a lei e representam apenas uma pequena parcela da elite corporativa.)

Sou grato por ter nascido cis. (Em uma sociedade transfóbica, onde as pessoas trans* são perenemente invisibilizadas e silenciadas, encontram enormes obstáculos para realizar tratamentos e procedimentos médicos de acordo com suas necessidades, e sofrem violência e intimidação até para usar banheiros públicos ou ver seus nomes corretos na carteira de identidade.)

Sou grato por ter nascido branco. (Em uma sociedade racista, onde as pessoas negras são consistentemente assassinadas em números alarmantes, formam maioria da população carcerária mas a minoria da população universitária, encontram dificuldades para conseguir empregos e alugar apartamentos, e têm até mesmo seu cabelo chamado de "ruim".)

Sou grato por ter nascido heterossexual. (Em uma sociedade homofóbica, onde as pessoas homossexuais têm menos direitos perante a lei, como casar ou servir nas forças armadas, são consistentemente assassinadas em números também alarmantes, sofrem todo tipo de preconceito, rejeição e bullying desde a infância, inclusive e principalmente das próprias famílias que deveriam amá-los, muitas partindo para o suicídio como última alternativa.)

Sou grato por ter nascido com o corpo sem deficiências. (Em uma sociedade capacitista, onde as pessoas com deficiências são consistentemente ignoradas e invisibilizadas e mesmo as poucas leis que tentam lhes facilitar a vida acabam ignoradas, e são impossibilitadas fazer coisas que deveriam ser simples, como entrar em prédios públicos e subir em ônibus, usar um computador ou votar.)

Sou grato por ter nascido em um país democrático, próspero e estável. (Em um mundo convulsionado, repleto de guerras civis e genocídios, onde a maioria dos habitantes vive em imensa pobreza, sem acesso a inovações tecnológicas, serviços públicos, universidades e hospitais, eleições regulares e nem mesmo às proteções mais básicas do Estado de direito.)

Sou grato por ter nascido na classe alta urbana. (Em um país desigual, onde as pessoas dessa classe alta — especialmente quando são homens brancos cis e héteros — têm acesso desproporcional a todas as benesses e regalias que esse Estado pode oferecer, e as outras cidadãs muitas vezes vivem vidas instáveis que lembram bastante a das cidadãs dos países convulsionados e pobres.)

Sou grato por meu pai e minha mãe descenderem de uma longa linha de pessoas privilegiadas como eu, bem-alimentadas e sem doenças congênitas ou genéticas. (Em um país onde a fome e a desnutrição são disseminadas e já foram mais, onde doenças infantis medievais e perfeitamente evitáveis ainda causam mortes e mutilações, onde a desnutrição na infância limita o desenvolvimento físico e intelectual para toda a vida.)

Sou grato por ter nascido de um pai e de uma mãe que quiseram e planejaram juntos me ter. (Em um país onde muitas pessoas não têm acesso nem à educação sexual nem a controle de natalidade, onde a maior instituição religiosa luta para mantê-las na ignorância, onde a opção do aborto é proibida às mulheres que não têm dinheiro para pagar uma clínica clandestina.)

Sou grato por meu pai ter ficado. (Em uma sociedade onde um número tristemente grande de homens não participa em nada da criação dos filhos e filhas que geraram.)

Sou grato por ter crescido em um seguro e tranquilo bairro classe alta. (Em uma sociedade onde muitos bairros são fatais para quem mora neles, seja por terem sido abandonados pelo Estado e tomados por bandidos que se comportam como senhores feudais, seja por serem invadidos pelo Estado com a mesma truculência com a qual invadiriam um país inimigo, tratando todas as pessoas-cidadãs como bandidas e matando a torto e a direito.)

Sou grato por ter estudado nas melhores escolas particulares da minha cidade. (Em uma sociedade onde as escolas públicas, abandonadas pela elite cujas crianças não estudam mais nelas, formam um número assustador de analfabetas funcionais.)

Sou grato por não ter tido que trabalhar durante a minha infância e adolescência. (Em uma sociedade onde muitas crianças, além de estudar em escolas que não lhes formam, ainda precisam ajudar suas famílias com o seu próprio trabalho desde muito cedo, algumas vezes até mesmo voltando-se ao crime.)

Sou grato por ter crescido em um tranquilo ambiente familiar sem violência doméstica. (em uma sociedade onde a violência doméstica, contra crianças e particularmente contra a mulher, é uma doença endêmica, gerando traumas psicológicos e físicos e até a morte, e naturalizando a violência doméstica para as futuras gerações.)

Sou grato por ter estudado em algumas das melhores universidades públicas do país e do mundo. (Em uma sociedade desigual e injusta, onde praticamente só as crianças da elite conseguem entrar nas melhores universidades gratuitas, pois tiveram dinheiro para frequentar escolas particulares, não precisar trabalhar e dispor do ócio de apenas estudar.)

Sou grato por ter tido a oportunidade de estudar fora do meu país. (Onde pela primeira vez pude contemplar minha sociedade com distância crítica e percebi que nossa outrofobia, nosso racismo, nossa desigualdade, nossa injustiça, nossa homofobia, nosso machismo, não eram a única maneira de organizar uma sociedade, que havia outros jeitos, outros caminhos.)

Mais do que tudo, sou profundamente grato por ter tido acesso a mestras e professoras, amigas e militantes, escritoras e estudiosas que me abriram os olhos quanto aos imensos privilégios que sempre desfrutei e ainda desfruto; que estimularam minha generosidade e minha empatia, minha militância e minha consciência; que me mostraram esses outros jeitos e outros caminhos.

Senão, eu poderia estar como a maioria das pessoas com quem cresci: sentadas no topo de uma formidável montanha de privilégios, sem nunca perceber sua condição de privilegiadas, reclamando de quem tenta chamar a atenção para seus privilégios, e obsessivamente tentando acumular mais e mais privilégios.

A maior graça pela qual sou grato é a de tentar conscientemente não ser mais assim.

* * *

A ilusão da meritocracia

Nenhuma dessas graças que recebi foi mérito meu. Não posso me orgulhar de nenhuma delas.

A meritocracia é uma mentira. Não existe, nunca existiu, não poderia existir.

Se eu não tivesse recebido qualquer uma dessas graças, minha vida teria sido outra. Quem sabe, nem começasse. Quem sabe, acabasse muito mais cedo. Teria eu conseguido publicar romances ou fazer pós-graduação? Não ser estuprado, encarcerado, linchado? Quem sabe?

Essas graças, cada uma delas, sem exceção, são privilégios.

* * *

Muitas vezes, quando digo que o Brasil não é um país meritocrático, alguém menciona alguma mítica pessoa-negra-favelada-trabalhadora cujo sucesso pessoal significaria obviamente que o racismo está resolvido e que as cotas raciais não são necessárias.

Sim, uma pessoa favelada brilhante, competente e talentosa, se vencer todas as armadilhas da vida, pode teoricamente conseguir cursar uma universidade federal, abrir uma empresa, ficar rica – mas só se não errar nunca, se nunca cair em tentação, se nunca for morta de bala perdida ou torturada pela polícia, e tiver muita, muita sorte. É possível.

Já o manto de privilégios que cobre as pessoas privilegiadas é tão espesso que não existem erros tão grandes, nem preguiça nem inépcia tão profundas, que lhes faça percorrer o caminho inverso. Sempre se dará um jeito. Podem ser assistentes administrativas do escritório do padrinho, balconistas da padaria da tia, sócia das amigas de infância que montaram empresa: “fica tranquilo, compadre, ele não é nenhum gênio, mas família é família, não?”

Outro enorme privilégio que nós, pessoas privilegiadas, raramente enxergamos, é o fato de quase todas as nossas pessoas amigas e familiares também serem privilegiadas, o que nos abre portas e nos concede oportunidades totalmente fora do alcance das pessoas marginalizadas.

Pois um dos grandes empecilhos para o progresso pessoal e profissional de uma pessoa que nasceu em uma favela é o simples fato de que quase todas as pessoas do seu círculo familiar e de amizades provavelmente também nasceram em favelas e estão subempregadas.

(Um estudo do IPEA revelou que, para as pessoas pobres, por mais escolarizadas que sejam, existe um teto socioeconômico do qual não conseguem passar, justamente por estarem fora das redes de contato e apadrinhamento das classes privilegiadas.)

Em um país injusto e desigual como o nosso, não é preciso ter lancha de quarenta pés ou ilha particular pra ser uma pessoa privilegiada. Se você está aqui, lendo esse texto, e não lavando chão em troca de um salário mínimo, provavelmente é uma pessoa privilegiada também.

* * *

O privilégio é um contínuo

Você, pessoa lendo esse texto, talvez não tenha tido os mesmos privilégios que eu, mas provavelmente também é uma pessoa privilegiada.

Para começar, em um mundo desigual e injusto como o nosso, você já é uma pessoa privilegiada só por estar viva (outras menos privilegiadas morreram de doenças infantis facilmente evitáveis), ociosa (outras menos privilegiadas trabalham e estudam, ou trabalham vários empregos, e ainda cuidam das crianças e da casa, e não têm oportunidade alguma de ler textinhos na internet) e capaz de entender textos complexos como esse que está lendo agora (outras menos privilegiadas, a maioria das pessoas brasileiras, são analfabetas funcionais).

* * *

Uma possível definição de privilégio: uma faceta do nosso dia a dia que nos parece naturalizada e normativa, sobre a qual nunca pensamos porque sempre contamos com ela, mas que faz uma falta aguda e pronunciada às pessoas que não dispõem dessa vantagem.

Uma mulher cisgênero e heterossexual, por exemplo, não conta com várias “vantagens” masculinas que, para os homens, são tão naturais que nunca nem pensam nelas, como falar sem ser interrompida em uma reunião de negócios ou ter a temperatura do ambiente de trabalho sempre regulada para o seu conforto pessoal.

Por outro lado, do ponto de vista de pessoas trans* e homossexuais, essa mesma mulher dispõe de vários privilégios com os quais elas apenas sonham, como usar o banheiro que se encaixa com sua identidade de gênero e passear de mãos dadas nas ruas com a pessoa com quem tem um relacionamento amoroso.

* * *

Abaixo, os principais tipos de privilégio da sociedade brasileira e alguns exemplos de cada um.

Ênfase em “alguns”. Infelizmente, seria possível empilhar exemplo em cima de exemplo pela eternidade, mas o meu objetivo é somente iniciar uma reflexão.

* * *

Privilégio masculino

Aquelas coisas que parecem normais e dadas aos homens, mas que, do ponto de vista das mulheres, são privilégios:

– Não tenho medo de ser estuprado, mesmo quando bebo até cair.

– Quando saio de casa, meu corpo não é agarrado, apertado, bolinado, elogiado por pessoas que nem conheço.

– Procriar é opcional para mim. Ninguém vincula meu valor como pessoa à paternidade.

– Caso procrie, minha vida não precisará mudar por causa das crianças.

– Ninguém manda no meu corpo.

– Sou dono da minha sexualidade.

– Gasto uma parcela ínfima da minha renda com produtos de beleza e estética.

– O livro sagrado da minha religião diz que tenho que ser obedecido.

Etc.

* * *

Privilégio branco

Aquelas coisas que parecem normais e dadas às pessoas brancas, mas que, do ponto de vista das pessoas negras, são privilégios:

– Posso correr a pé pelas ruas de qualquer grande cidade brasileira sem arriscar ser preso ou, pior, morto pela polícia.

– O segurança não me segue dentro das lojas, para garantir que não vou roubar.

– Meu cabelo natural não é criticado, proibido, estigmatizado.

– Não preciso nunca nem pensar que tenho "cor" ou "raça" ou "etnia".

– Os médicos, juízes, políticos, diretores de empresa com quem trato se parecem comigo.

– Minha aparência não é associada com animais, com ignorância, com hiperssexualidade.

– As pessoas não mudam de calçada por minha causa.

– Nunca tive apelido baseado em minha cor.

– Quando começo a namorar uma pessoa, não existe a possibilidade dos sogros e sogras terem algo contra mim sem nem me conhecer, somente por causa da minha cor.

Etc.

* * *

Privilégio hétero

Aquelas coisas que parecem normais e dadas às pessoas heterossexuais, mas que, do ponto de vista das pessoas homossexuais, são privilégios:

– Minha orientação sexual não é xingamento.

– Beijo em público sem medo de sofrer represálias.

– Nenhuma religião tem planos de me “curar”.

– Posso casar com a pessoa que eu amo, tomar decisões sobre a saúde dela, compartilhar plano de saúde, e até obter outra nacionalidade.

– Nunca corri o risco de ser rejeitado na escola, expulso de casa, despedido da empresa, só por causa da minha orientação sexual.

Etc.

* * *

Privilégio cisgênero

Aquelas coisas que parecem normais e dadas às pessoas cisgêneras (ou seja, cuja identidade de gênero concorda com o gênero ao qual foram designadas ao nascer), mas que, do ponto de vista das pessoas trans*, são privilégios:

– Minha carteira de identidade apresenta o nome com o qual me sinto mais à vontade.

– Uso o banheiro que prefiro usar (e nunca corri risco de sofrer uma expulsão dele!)

– Não preciso ficar constantemente pensando na minha identidade de gênero, definindo-a, explicando-o, defendendo-a.

– Nunca perdi um emprego, ou um imóvel que queria alugar, somente pela “discrepância” entre minha aparência e meu nome.

– Nunca precisei lutar para convencer minha família, minhas colegas, meu trabalho, meu Estado, de que eu realmente sou quem eu sou.

– Ninguém confunde minha orientação sexual com minha identidade de gênero.

* * *

O contínuo de privilégios de uma sociedade complexa como a brasileira é tão complexo quanto ela.

Cada uma de nós existe em ponto diferente, fluido e mutável, desse mesmo contínuo de privilégios.

Não cabe a mim querer me instituir um tribunal dos privilégios alheios. Não sou eu que vou dizer se você é uma pessoa privilegiada ou não.

Mas onde você acha que está nesse contínuo de privilégios?

* * *

Aprender a ouvir

Para as pessoas privilegiadas, o processo de refletir sobre nossos privilégios é dolorido e interminável (mas não tão dolorido quanto a vida das pessoas interminavelmente desprivilegiadas) e o primeiro passo é aprendermos a ouvir.

Quando uma outra pessoa estiver relatando preconceitos que nunca sofremos e nunca sofreremos, como uma mulher contando a um homem como é opressor levar cantadas na rua, ou um homem negro contando a um branco como é opressor sempre ser parado em blitz pela polícia, a única reação aceitável é ouvir e acolher.

Não cabe a um homem dizer a uma mulher que algo que ela sente que a oprime na verdade "é uma bobagem". Não cabe a uma pessoa branca dizer a uma negra que algo que ela sente que a oprime na verdade "é porque vê racismo em tudo".

Se queremos abrir mão de nossos privilégios, devemos começar acolhendo e ouvindo as pessoas que não os têm.

Para uma pessoa privilegiada, simplesmente ouvir as desprivilegiadas, sem interpelar grosseiramente nem minimizar as agressões sofridas, já é um grande, enorme, importantíssimo primeiro passo.

Mas é só o primeiro.

* * *

Somos pessoas privilegiadas, e agora?

Quando afirmo minha condição de privilegiado, não estou me gabando. Pelo contrário.

As pessoas privilegiadas devem reconhecer seus privilégios não para se gabar (ou para se envergonhar), mas porque só assim podem assumir sua responsabilidade de ajudar as não-privilegiadas. Só assim podem começar a compensar a sociedade por tudo o que receberam em excesso. Só assim podem começar a abrir mão de alguns privilégios em prol de quem tem menos.

E eu sou uma pessoa privilegiada em quase todos os quesitos.

Isso não me faz o vilão. Isso não me faz o inimigo. Isso não significa que sou culpado pelos crimes da nossa sociedade outrofóbica, machista, racista, elitista, homofóbica, transfóbica, intolerante.

Mas significa que, como beneficiário desses crimes, tenho a responsibilidade de ajudar. De me tornar parte da solução e não do problema.

Sou um homem branco hétero cis, classe alta e pós-graduado (e também pró-feminista, esquerdista, ateu, praticante de BDSM, de simplicidade voluntária e de relacionamentos não-monogâmicos), que consciente do lugar de privilégio que ocupo em nossa sociedade outrofóbica, racista, machista, homofóbica, transfóbica e elitista, tento utilizar esses meus privilégios para contribuir na promoção de pautas como feminismo, lutas sociais, consumismo, movimento negro, narcisismo, escravidão, trabalho doméstico.

Mas nunca terei tido outra infância a não ser a minha.

Nunca vou saber como é a sensação de ter um encontro com um homem, às vezes até conhecido, às vezes dentro da minha própria casa, e pensar se será hoje o meu estupro; de descobrir em mim os primeiros desejos sexuais e perceber que sou homossexual; de ser constantemente parado pela polícia e tratado como criminoso só por causa da cor da minha pele. Não posso estalar o dedo e desejar ser o que não sou.

Mas não preciso ser mulher para lutar contra o machismo, nem negro, contra o racismo. Não é necessário sofrer algo na pele para ter empatia por quem sofre. É possível transcendermos nossa outrofobia, nossa criação, nosso passado, nossa classe social, nosso gênero, nossos preconceitos.

Podemos ser maiores que nossas caixinhas.

* * *

O baralho viciado

Nossa sociedade não se organizou sozinha, nem caiu pronta do céu: foi organizada por muitos homens (ênfase em "homens"), ao longo de muitos séculos, e obedece, em larga medida, aos interesses de quem a organizou – interesses muitas vezes conflitantes e contraditórios, pois a sociedade é fruto não de uma "conspiração a portas fechadas", mas de um longo processo social e político.

No caso do Brasil, nossa sociedade foi engendrada por uma elite machista, classista, hierarquizada, racista, paternalista, hipócrita e autoritária, e continuamos funcionando de acordo com esse paradigma outrofóbico até hoje, mesmo que sob o verniz da democracia e do estado de direito.

Então, se todas as pessoas brasileiras magicamente deixarem de ser outrofóbicas mas as estruturas e instituições permanecerem inalteradas, essa nossa hipotética sociedade sem machistas e sem racistas continuará intrinsecamente machista e racista, e marcada pela mais profunda outrofobia, pela mais crônica desigualdade racial e de gênero.

Acredito nos bons sentimentos de todo mundo, mas não deixo de achar incrível que, mesmo ninguém sendo machista ou racista nessa nossa sociedade tão linda, o resultado final é que as pessoas brasileiras do sexo feminino ou de pele mais escura (e gays e trans* e etc e etc) sempre acabam se dando pior. A Outrofobia sempre vence.

O baralho que herdamos já está viciado para beneficiar sempre um tipo específico de jogador. Não basta que os jogadores beneficiados simplesmente não trapaceem – pois, mesmo assim, vão continuar magicamente ganhando todas as partidas.

É necessário trocar de baralho.

* * *

Politicamente correto e privilégio

As pessoas privilegiadas sempre tiveram o privilégio de nomear a si mesmas e ao mundo. Hoje, as minorias desprivilegiadas estão começando também a conquistar o direito de se nomear. O nome disso é politicamente correto e esse assunto é parte integrante da Prisão Privilégio. Então, na sequência, leia os textos Politicamente correto, uma defesa e Elogio à liberdade de expressão.

* * *

Outrofobia: Textos Militantes

Acabou de sair meu livro Outrofobia: Textos Militantes, publicado pela editora Publisher Brasil em 2015. São textos políticos, sobre feminismo e racismo, transfobia e privilégio, feitos pra cutucar, incomodar, acordar.

Se você gostou do que eu escrevo, então, dá uma olhada no livro: custa só trinta reais e deve ter mais coisa que você vai gostar também.

* * *

Notas de leitura

Os dados sobre a classe média vêm do Vozes da Nova Classe Média, Caderno 03, lançado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) em abril de 2013, os da riqueza humana, do Global Rich List; e os do IPEA, do Comunicado do IPEA número 29, A Desigualdade no Desemprego no Brasil Metropolitano, lançado em setembro de 2009. Sobre privilégiosmasculinos, brancos, heterossexuais e cisgêneros, recomendo os textos linkados, todos da querida professora e blogueira Lola Aronovich, completos e acessíveis, dos quais adaptei vários itens.

* * *

Três avisos importantes sobre meus textos

Eles falam sempre sobre e para as pessoas privilegiadas, justamente para tentar fazê-las ter consciência de seus enormes privilégios. (Leia também Carta aberta às pessoas privilegiadas e Ação de graças pelos privilégios recebidos);

Buscam sempre usar uma linguagem de gênero neutra(Para mais detalhes, confira meu mini-manual pessoal para uso não sexista da língua);

E são sempre todos rigorosamente ficcionais. (Ou não: Alex Castro não existe, só o texto importa. Em caso de dúvida, consulte minha biografia do meu site pessoal.)

* * *

O encontro “As Prisões”

Há doze anos, escrevo sobre as bolas de ferro mentais e emocionais que arrastamos pela vida: as ideias pré-concebidas, as tradições mal-explicadas, os costumes sem-sentido.

Agora, estou conduzindo o encontro "As Prisões" no Rio de Janeiro e em São Paulo. O público-alvo são ovelhas negras em busca de interlocutores. O encontro oferece a oportunidade de passarmos o dia inteiro trocando histórias, compartilhando vidas, debatendo perplexidades. Ao final, nós, todas as pessoas, estamos exaustas, gastas, esvaziadas. Confusas, atarantadas, chacoalhadas.

O encontro "As Prisões" é independente por ideologia. Não possui vínculo institucional algum. É divulgado pela internet de forma alternativa e realizado em praias, parques, quintais, praças. Oferece frutas e castanhas para comermos ao longo do dia e tem um intervalo para almoço. Começa sempre às nove da manhã de sábado ou de domingo e termina na hora que terminar. Muitas vezes, a química é tanta que não queremos ir embora: o encontro mais longo durou 15 horas.

O encontro é pago. Mas negar uma pessoa só porque ela não pode pagar seria dar importância demais a essa convenção arbitrária que chamamos dinheiro. Portanto, algumas pessoas pagam, outras pagam menos, outras não pagam. Na prática, as que pagam me possibilitam fazer o encontro para as que não pagam. Nada poderia ser mais solidário do que isso. (Para saber mais, consulte a política de gratuidades.

Não é auto-ajuda, terapia, coaching. Não é palestra, aula, exposição de conteúdo. Não tem apostila, powerpoint, frases de efeito pra anotar no moleskine. Não oferece respostas, soluções, remédios. Não promete uma vida mais calma, mais centrada, mais bem-sucedida.

Não ajuda em nada. Pelo contrário, só atrapalha. Às vezes, nos transforma em pessoas ainda mais confusas, desajustadas, perdidas. Afinal, ser bem-sucedida e bem-ajustada em um mundo canalha pode bem ser indicativo de nossa própria canalhice.

Durante os anos de 2013 e 2014, levei o encontro "As Prisões" para as cinco regiões do Brasil. Em 2015, o encontro será realizado apenas no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Para mais detalhes, vídeos, depoimentos, calendário completo, tudo isso,veja aqui.

Os próximos textos da série As Prisões serão enviadas primeiro, com exclusividade, às pessoas assinantes do meu newsletter e, então, publicadas aqui no PapodeHomem. Confira as que já foram publicadas.

07 Jun 22:06

New blood test shows all the viruses you've ever been infected with

by Arielle Duhaime-Ross

Chances are, you don't know all the viruses you've encountered throughout your life. Wouldn’t it be nice if you could just find out? According to a new study in Science, researchers have devised a blood test that can do just that by identifying the viruses that your immune system has fought in the past. The test is in its infancy, but it’s already giving us some insight into just how similar people’s immune systems are — despite the large geographic distances that can separate them.

Continue reading…

07 Jun 16:36

Reading your own code

by sharhalakis

by eric

04 Jun 23:21

Dia dos Namorados – dicas para escolher o presente da namorada

by Fran Vergari

Não importa se estão juntos há muito tempo ou se é o primeiro Dia dos Namorados de vocês – o presente nunca é uma tarefa tão simples para um homem escolher. Montamos uma lista com 10 sugestões para os homens presentarem suas namoradas e ainda classificamos o grau de dificuldade da escolha e o custo.

 

1 – Maquiagem

Se sua namorada acompanha as blogueiras de moda e beleza, assiste aos vídeos das Camilas Coelhos da vida e gasta rios de dinheiro (e horas da vida) com maquiagem, ela vai adorar ganhar um batom da Mac. Colecionar esses batons virou moda entre as mulheres. Este ano a blogueira Julia Petit lançou sua linha e o estoque esgotou no mesmo dia, em poucas horas. A marca tem outras linhas assinadas por famosas como Miley Cyrus. Ah, mas certifique-se antes de que ela já não tem um deles.

Grau de dificuldade: médio

Custo: médio

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2 – Anel

Anel ou qualquer outro tipo de joia está valendo. Ainda mais se vocês não usam aliança de compromisso e você quer continuar assim, um anel seria uma boa forma de agradá-la sem que você precisasse de um também. E se vocês estão perto de conversar sobre casamento, o Dia dos Namorados é um bom dia também para fazer um pedido de noivado. Dê uma olhada nas promoções das joalherias antes de escolher e procure lugares de confiança para não ser enrolado quanto ao valor e legitimidade da peça.

Grau de dificuldade: alto

Custo: alto

 

3 – Canecas

O inverno é a estação que as mulheres já associam a “cobertor e chocolate quente com o namorado”. Se a sua namorada é uma dessas, aqui vai um presente que vale para os dois. O kit especial Dia dos Namorados da Oficinaria vem com duas canecas em porcelana branca (350ml) mais 2 mix instantâneos para preparar chocolate quente com marshmallows. Já deixa a sua na casa dela para quando dormir lá (quem sabe). O design é todo feito à mão com tinta resiste à água. No site tem mais opções lindas para quem tem uma namorada super delicada.

Grau de dificuldade: baixo

Custo: baixo

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4 – Perfume

Perfume é um ótimo presente, mas é também muito arriscado se vocês se conhecem há pouco tempo. Errar no perfume é uma situação chatíssima – ela não vai falar que não gostou, não vai usar, você vai ficar chateado, ela vai ficar sem graça. Mas, se mesmo assim você quer tentar, o Loucas por Beleza ajuda você a escolher o perfume de acordo com a personalidade dela. Aí fica mais fácil.

Grau de dificuldade: alto

Custo: médio

 

5 – Almofadas de decoração

Lançadas na Erótika Fair deste ano, as estampas da Única Almofadas são lindas para decorar quartos e salas. Tem dos mais variados temas para agradar a todos os estilos de namoradas. São mais de 50 estampas autênticas, roqueiras, retrô e até ousadas, sensuais com casais, mulheres, homens, fetiches e frases. Aposto que, se comprar uma de presente, vai querer comprar para você também.

Grau de dificuldade: baixo

Custo: baixo

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6 – Jantar romântico

Este ano o Dia dos Namorados cai numa sexta-feira, então, tudo o que já vivia cheio normalmente, vai ter um motivo a mais para filas. Se mesmo assim você quiser encarar, escolha com antecedência um bom restaurante, algo que fuja do que vocês estão acostumados a fazer, e reserve uma mesa.  Se não estiver a fim de tumulto, uma opção romântica é preparar alguma coisa você mesmo, em casa – um Google rápido e você encontra receitas fáceis para não colocar fogo na casa.

Grau de dificuldade: médio

Custo: médio/alto

 

7 – Vestidos

É raro encontrar uma mulher que não goste de vestidos. Mesmo no frio, há quem goste de usar com meia calça e casaquinho ou sobretudo, bota. E a loja online Vicky&Bardot é toda vintage (palavra usada para representar referências do passado em coleções atuais) com alusões a várias épocas e estilo, como o Pinup, o Hippie, o Punk e um pouco do romantismo de todas as épocas. Os nomes dos vestidos lembram músicas de suas respectivas épocas. Ah, eles trabalham com moda inclusiva, então têm mais opções de tamanhos.

Grau de dificuldade: médio

Custo: médio

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8 – Livro de colorir para adultos

Os livros de colorir para adultos são o maior sucesso no mundo todo desde 2014. Aqui no Brasil, o que pegou foi o Jardim Secreto, de Johanna Basford. A versão apimentada, o Suruba para Colorir, conta com desenhos de grandes nomes da ilustração e caricatura como Laerte, Adão Iturrusgarai, o caçula João Montanaro, Indio San e mais 30 artistas que retrataram a suruba de formas inusitadas, bem-humoradas e até poéticas. Se é o estilo da sua namorada, pode apostar que ela vai curtir. Ah, confira se ela já tem lápis de cor; se não, monte um kit!

Grau de dificuldade: baixo

Custo: médio

João-Montanaro

9 – Curso de beleza

Um presente que muita namorada ia amar, e ainda poderia virar muita grana para ela, é um curso de micropigmentação de sobrancelha, por exemplo. Vocês não fazem ideia, mas as sobrancelhas são a sensação do momento entre as mulheres e o corre-corre para cobrir falhas, preencher e fazer aquelas “tatuagens” é grande. Se ela estiver pensando em abrir o próprio negócio, a dica é essa. O curso com a expert Mariana Mizael, que é top no assunto, é indicadíssimo e não sai caro.

Grau de dificuldade: alto

Custo: alto

 

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27 May 14:59

Late merge without conflicts

by sharhalakis

by Done Done Software - @donedonesoft

27 May 14:22

"Basta se esforçar que você chega lá"

by Luciano Ribeiro

Sem dedos apontados aqui, eu mesmo expresso falas que são pura cegueira e falta de empatia.

A verdade é que, se você não tem algum parâmetro para fazer uma comparação mais acurada, acaba achando que a sua vida é o padrão, ou que o que você possui, a forma como é impulsionado pelas pessoas, como é aceito ou rejeitado nos grupos sociais, é apenas fruto de talento e esforço.

Afinal, se você conseguiu, todo mundo consegue, não?

Depende. Essa é uma discussão longa e repleta de lados. Há os que dizem que sim e há quem diga que não, cada um com seu argumento.

Longe de mim querer definir o certo e o errado, mas aqui temos algo que talvez possa aumentar o contraste sobre as nuances dessa questão.

Essa tirinha é do ilustrador australiano Toby Morris e foi traduzida pelo catavento*.

Boas histórias têm uma qualidade fantástica: elas baixam nossas defesas e simplesmente colocam as coisas na nossa frente de tal forma que é como se tivessem sido injetadas direto na veia.

Sempre que vejo um filme, livro, música ou qualquer outra forma de arte capaz de nos fazer pensar em uma situação que não está clara, fico maravilhado, me dá uma invejinha.

Algo assim acontece com essa tirinha. Ela expressa de uma maneira bem forte de que forma diferentes oportunidades podem impactar sobre o que cada um espera da vida.

26 May 00:45

Companhia Aerea Faz Video Com Muitos Memes Para Divulgar Seus Padrões De Segurança



Nossa, muito legal, tinha uns que eu nem lembrava até

26 May 00:34

Um gif que resume minha infância.

by Zanfa

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20 May 15:09

When the customer calls after an outage

by sharhalakis

by uaiHebert

19 May 23:56

Na nuvem

by ProgramadorREAL
 
tirinha
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Fonte: Vida de Programador

Eu conheci pessoalmente o autor dessa façanha, em Sinop-MT… Olha ele aí abaixo:

na-nuvem

real historia;
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sender = "Paiva";

Chefe: Daí vocês vão trabalhar nesse projeto on-line. Já contratei o servidor na nuvem…
(Alonso começa a olha para cima, procurando)

Camiseta: Tá no Cláudio

The post Na nuvem appeared first on Vida de Programador.

13 May 21:43

XKCD has a new book about explaining complicated subjects in simple ways

by Jacob Kastrenakes

XKCD author Randall Munroe is coming out with a new book this year that explains complicated subjects in extremely simple and funny ways. Descriptively titled Thing Explainer, the book uses only the 1,000 most common English words to explain the workings and purposes of things like microwaves, data centers, cells, tectonic plates, and NASA’s Curiosity rover (seen below). The book grew out of Munroe's 2012 comic "Up Goer Five," which used these rules and a simple diagram to break down the Saturn V rocket. Thing Explainer appears to keep the same style, albeit with a bit more detail and some of Munroe's stick figures thrown in.

Munroe has been drawing comics for close to a decade now, but he's only recently started branching out. In 2012,...

Continue reading…

11 May 01:01

Os 53 melhores jogos de SNES (para ser tão feliz quanto na infância)

by Luciano Ribeiro

Oi, aqui é o Luciano de dez anos de idade falando.

Tenho uma historinha pra contar, antes de ir pro que interessa, os jogos. Há algum tempo venho tomando conta da coluna "Deixa que eu Faço", aqui no PapodeHomem, o que me colocou em contato com todo tipo de projeto Do It Yourself. Em meio a tantos outros, acabei me deparando com a possibilidade de transformar um Raspberry Pi em uma central de videogames retrô que você pode colocar na sala, plugar na TV e fazer a festa com os seus amiguinh... digo, convidados.

Por enquanto, ainda não coloquei o projeto em prática, mas de repente me vi com meu interesse maluco por jogos antigos aceso com toda força, em especial pelos do SNES. Sou um leitor e entusiasta de informações enciclopédicas, então, comecei a perambular por todos os blogs e portais, pesquisando quais eram os melhores jogos da época e quais valiam a pena serem ressuscitados. Como sei que o mundo não tem exatamente os mesmos gostos que nós, brasileiros, resolvi misturar as referências que vi por aí com as experiências que tive enquanto rato de locadora nos meus tempos de infância.

A lista abaixo não é exatamente um ranking. Portanto, todos os jogos aqui são valiosos games de seu tempo. Não exatamente estou fazendo juízo de valor ao colocá-los nas diferentes posições.

Também evitei colocar continuações desnecessárias, só pra fazer volume. Com exceção de Mario e Mortal Kombat, você não vai ver jogos diferentes da mesma série. Escolhi ao todo 53 games, mas há vários outros citados no decorrer das descrições, que podem valer a pena de jogar, caso você goste de algo relacionado.

Provavelmente você vai discordar de mim nas escolhas, mas isso é bom, porque é exatamente pra isso que servem as listas: pra gente discordar e trazer à tona ainda mais jogos legais.

Então, aqui vai minha lista de 53 jogos fodões de SNES. Não gostou? Faça sua parte nos comentários lá embaixo.

Super Mario World 2: Yoshi's Island

Eu tenho uma relação afetiva com Yoshi's Island Sempre que tenho um Super Nintendo (ou emulador) por perto, é por ele que procuro primeiro. A trilha sonora, os gráficos feitos como se desenhados por uma criança, as diferentes dinâmicas apresentadas no jogo (como quando o Yoshi se transforma em algum veículo), tudo parece perfeitamente colocado no seu lugar de tal forma que quando vejo os remakes sempre acho que mexeram em algo totalmente desnecessário. 

Além disso, vale dizer que, se você só está interessado em jogar algo casual, sem maiores problemas, esse jogo é pra você. E, se você procura algo mais desafiador, cheio de segredos e quebra-cabeças, esse jogo também é pra você. Dependendo de qual postura você adotar, ele fica mais fácil ou muito mais difícil. Prato cheio.

Teenage Mutant Ninja Turtles 4: Turtles In Time

Aqui eu só tenho uma coisa a dizer: jogue os inimigos na tela. Era simplesmente demais fazer isso e totalmente surreal para a época. Além disso, o jogo tinha uma jogabilidade foda em muitos sentidos. Simples e eletrizante, o jogo certamente vale a pena.

Chrono Trigger

Esse é um que eu só fui jogar mais tarde, mas que era o Santo Graal do SNES na época. Confesso que até hoje não zerei completamente. E também acho que nem dá. O jogo tinha personagens bem malucos, desenhados pelo Akira Toriyama, o autor de Dragon Ball Z. Ele leva você a 13 finais diferentes e está recheado de variações e erros que pode cometer e, quando menos espera, entrou em algum caminho sem volta que vai te conduzir a um final que nem fazia ideia.

Top Gear


No Brasil, a música de abertura do primeiro Top Gear é um artefato cultural. Quem não lembra? O jogo em si nunca foi grande no exterior, mas por aqui, é um clássico regional. Há quem prefira o segundo, há quem prefira o terceiro, chamado Top Gear 3000. Eu gosto bastante dos três que saíram no SNES e recomendo a série como um todo.

Megaman X


Mais um que vale a menção à série inteira. Todos os games feitos para o SNES, do Megaman X ao X3, são incríveis, mas acho que o primeiro é o ponto mais alto. Megaman X trouxe o herói azul a um patamar diferenciado para a época, quando a franquia já estava um tanto desgastada. Mais adulta que a série original, com trilha sonora mais pesada e intensa (que gerou inúmeros remixes) e um redesenho de toda a mecânica do jogo, ele certamente vai consumir algumas boas horas da sua vida. E não vale terminar sem pegar o Hadouken.

Earthworm Jim

Eu juro que me esforçava pra entender esse jogo e não conseguia. Vacas, geladeiras, velhinhas, pneus, uma minhoca usando uma roupa espacial... era tudo muito bizarro, mas absurdamente bonito e envolvente. Esse jogo, na minha humilde opinião, envelheceu muito bem (apesar dos pixels evidentes pros padrões de hoje), com a sua estética e jogabilidade pra lá de absurdas. Ponto extra para a trilha sonora.

Super Metroid

Super Metroid é um jogo solitário, escuro, silencioso, tedioso, difícil, claustrofóbico, muitas vezes frustrante e repleto de momentos desesperadores. Eu não sei porque as pessoas jogam isso, sério. Mas a verdade é que, uma vez que você começa a se embrenhar pelos cenários e cavernas do jogo, você simplesmente não para.

Donkey Kong Country

Ok, óbvio. Donkey Kong levou o SNES a um outro nível gráfico, com renders que eram coisa de alienígena em um videogame de 16 bits. Ninguém nem acreditava quando via. Mas, fora isso, o jogo em si é fantástico e divertido demais. Não vale dizer que jogou sem ter zerado com 101%. E, sim, os outros dois também valem cada minuto de jogo.

Super Mario Kart

Esse jogo dividiu famílias, separou irmãos, desfez amizades. Super Mario Kart provavelmente tem um grande carma oriundo das brigas que resultaram do modo de multiplayer. Nunca vi um jogo como esse, no qual a desonestidade é premiada de tal forma que não importa se você corre bem ou não, tudo pode acontecer. E, sim, essa é a grande graça da coisa. Você vai rir e se desesperar enquanto joga, pode ter certeza. Ainda guardo rancor do meu irmão até hoje por causa de Mario Kart.

Super Street Fighter

Nessa época, Street Fighter era imbatível. O melhor jogo de luta, de longe (desculpa, fãs de Mortal Kombat). A versão Super introduziu quatro novos personagens, novos cenários, mais músicas, enfim, mais tudo. No SNES foi um pouco cortado pra caber no cartucho, mas nada que desfigurasse o game. Era certeza de uma tarde feliz (ou nem tanto, se você fosse um mau perdedor).

Mortal Kombat 2

Estou evitando colocar muitos jogos da mesma franquia na mesma lista, mas está sendo difícil. No caso do Mortal Kombat, não tem como não fazer uma nota específica sobre o segundo game. Tudo o que tinha no primeiro foi aperfeiçoado e elevado a uma nova escala. Você tinha toda aquela série de fatalities e de repente se depara com outros tipos de humilhação possíveis, como os babalities. Sem contar que, na época, não bastava apertar start para ter acesso a todos os códigos. Saber um fatality era motivo para elevar o seu status perante os amigos. Hoje, aposto que você não consegue decorar tudo o que conseguia quando era moleque.

Ultimate Mortal Kombat 3

Quando saiu o Mortal Kombat 3, o mundo se dividiu. Havia aqueles que acharam incrível a mudança pela qual a série passou e os outros que se decepcionaram um pouco por coisas como a mudança do Sub-Zero e a ausência do Scorpion. Quando eles lançaram a versão Ultimate, para o SNES, muita gente deu o braço a torcer e começou a jogar do mesmo jeito. Muito mais personagens, jogabilidade mais rápida, mais cenários e a sede de sangue da molecada só crescia. Foi uma boa época para se viver.

Killer Instinct

Está certo que ele é praticamente um outro jogo no que diz respeito aos gráficos em comparação com o Arcade, mas ninguém pode dizer que ele não arrasou no SNES. É como se tivesse sido pensado pra ser um bom jogo baseado no original ao invés de meramente um port com menos recursos pra caber no 16bits. Acho foda. E repito: aquela trilha sonora somada à voz do narrador dava um medo desgraçado.

Final Fight

O cartucho de SNES tinha um erro imperdoável: não tinha o Guy. Não faço a menor ideia do que passou pela cabeça da Capcom pra remover o personagem, mas a verdade é que, se você tivesse gostado do arcade e trouxesse a fita da locadora pra jogar em casa, ia se deparar com essa falha. Mas, de fato, ele continuava sendo um jogo muito foda, mesmo assim. Incomparável no estilo. De qualquer forma, os outros Final Fight também eram ótimos. Gosto especialmente do terceiro.

Harvest Moon

A sinopse do jogo tem tudo pra fazer você pensar que se trata da coisa mais chata que você já viu na vida: cuidar de uma fazenda. Mas a realidade é que, antes de Pokémon, Harvest Moon já trazia o seu instinto paterno à tona e tornava você o feliz proprietário de uma fazenda recheada de vaquinhas, galinhas, plantações, afazeres e todo o mundo administrativo da forma mais fofa possível. Não me condenem, é um bom game.

Metal Warriors

A introdução de Metal Warriors já vem pra mostrar do que o jogo é feito: artilharia pesada e ação com robôs gigantes, no melhor estilo Gundam. O modo multiplayer é demais.

Super Mario RPG

Eu lembro de andar por todas as locadoras do bairro, procurando por esse jogo. Era artigo raro, mas valia muito a pena. Tinha gráficos maravilhosos pro SNES e trazia o Mario em uma dinâmica de RPG (que eu estava descobrindo naquele momento). Como vivíamos uma época ainda sem essa facilidade da busca de informações, cada vez que eu lia a respeito em alguma revista de games, ficava maluco de vontade de jogar. As revistas se rasgavam de tantos elogios. Quando peguei um cartucho nas mãos, não sabia nem o que fazer.

Uniracers


Eu pirei quando tive contato com esse jogo. Ele era rápido, colorido e tinha um sistema de multiplayer bem legal. Passei longas tardes jogando com meu irmão.

Encontrei numa locadora, perdido, e acabei ficando com o cartucho, não lembro exatamente como (tenho certeza que não roubei, juro). Hoje, procurando sobre ele, descobri que foi alvo de um processo da Pixar por causa do design dos monociclos e ficou restrito às 300.000 cópias iniciais. Logo, dificilmente você vai ver um desses por aí e, se vir, guarde o cartucho para si. Eu devia ter feito o mesmo.

Aladdin

Todo mundo já jogou esse. Baseado na animação da Disney, é um joguinho de aventura sidescroller bem simples, mas bonito, não muito difícil e rápido de terminar. Bom pra uma daquelas tardes que você resolveu procrastinar e quer ter a sensação de que completou algo.

Rock 'n Roll Racing

Eu acho que jogando esse game foi a primeira vez que ouvi a maior parte dos clássicos que compunham a trilha sonora. Mas fora esse, que era o detalhe que mais chamava atenção, o jogo em si era muito legal. As corridas eram rápidas e você tinha que ficar esperto pra não levar um míssil e perder sem fazer nem ideia do que te atingiu.

Zelda: A link to the past

Não dá pra deixar de rasgar muita seda pra esse jogo. Ele definiu praticamente tudo o que se tornou padrão da série dali pra frente e foi, sem dúvida, um ponto importantíssimo no próprio conceito de adventure RPG. Pra quem não tem o menor interesse nesse aspecto histórico, por si só, ele garante uma imersão bem grande e é certeza de dor de cabeça para descobrir como resolver todos aqueles puzzles. Mais uma vez, ponto pra trilha sonora e pras galinhas.

Final Fantasy VI

Nos EUA, esse jogo veio como Final Fantasy III, pode ser que você o veja com esse título por aí. Acho que o Final Fantasy IV (II nos EUA) poderia perfeitamente estar na lista, mas o Final Fantasy VI tem um lugar especial no meu coração. Provavelmente esse foi o primeiro game que me fez ter empatia pelos personagens e eu acho que nunca me envolvi tanto com uma sequência quanto a famosa cena da ópera. Foi o último Final Fantasy da série principal a ser em 2D e representou um dos melhores momentos da Square na Nintendo até então.

International Super Star Soccer Deluxe

Pra muita gente, esse foi o melhor jogo de futebol por um bom tempo. Eu me incluo nessa lista. Não sou exatamente um fã de futebol, mas esse jogo me tomou bastante tempo de vida. Não tinha gráficos incríveis, nem um grande som ou qualquer outro aspecto mais visual que se destacasse, mas a jogabilidade era muito simples e a dinâmica rendia bastante, em especial quando você jogava contra um amigo. Foi responsável por alçar Alejo ao status de herói nacional.

Contra III

Sobre esse jogo, lembro de uma tarde em especial, quando meu irmão (que era apaixonado por Contra) se juntou a um outro amigo e eles ficaram, literalmente, o dia inteiro, sem parar, tentando zerar a coisa. Foi um dia que demandou uma grande preparação para o feito. Coca Cola, salgados, gritaria e desespero definiram aquele momento. E eles não terminaram o maldito game.

Sunset Riders

Tenho lembranças bem fortes da popularidade de Sunset Riders em um certo período. E, se tinha uma sensação legal do jogo era a de estar fazendo algo épico. Ele levava um certo clima de super-herói ao cenário de faroeste e, nisso, você se sentia o máximo quando saia explodindo coisas com a sua pistola, correndo por cima de um estouro de manada ou andando a cavalo.

Super Mario All-Stars

Esse é só uma coletânea, mas vale ser citado. Na época a Nintendo resolveu relançar os jogos do Mario para o NES em um remake para o SNES. E aqui eles fizeram um trabalho histórico e respeitável, trazendo alguns novos recursos necessários, como a opção de salvar o progresso, melhorando os gráficos e som, mas sem desfigurar os jogos. Eu mesmo prefiro as versões desse cartucho do que as originais.

Kirby Super Star

Sou suspeito pra falar, uma vez que sou fã do Kirby. Lembro que ele não era nada popular entre os meus amigos. Ou as pessoas não conheciam ou simplesmente não gostavam, pelo aspecto fofo do jogo. Mas, quando eu joguei a primeira vez o Kirby Adventure no NES, aquilo explodiu minha cabeça. Ele interagia com praticamente todos os vilões. Quase tudo que ele engolia dava algum super poder, sem contar os cenários animais, as fases muito bem desenhadas, a trilha cativante e os mini-games, que davam um toque especial ao conjunto da obra.

No SNES, o que melhor herdou tudo isso foi o Kirby Super Star, bem mais focado nos mini-games e na experiência entre dois jogadores, seja competitiva ou cooperativa. Se você curtir, também vale investir em conhecer os outros para o console, especialmente o Kirby Dreamland 3.

Goof Troop

Esse jogo foi muito popular nas locadoras em uma época. Era super gostoso de se jogar em dupla e tinha um desafio na medida certa para você se divertir bastante, exceto quando aqueles quebra-cabeças deixavam você travado em alguma parte do jogo. Divertidíssimo e bom para evitar brigas no recinto, já que vai reativar a necessidade de cooperação entre as pessoas.

Super Bomberman

Na época em que o SNES teve seu auge, um aspecto da vida se fez mais importante que nunca: a amizade. Se você não tinha amigos, não tinha como jogar em multiplayer, formato que salvava uma grande parte dos jogos. Bater na casa de algum amigo (já que você não tinha celular) e convidá-lo para jogar alguma coisa na sua casa é uma experiência totalmente diferente de jogar online.

Bomberman é a prova de que o multiplayer pode ser a base de um jogo. Convidar um amigo para jogar com você era algo que melhorava o game, que já era bom, em 457%. Extremamente simples, mas saudavelmente desafiador, de repente, ele ficava escandalosamente divertido. Eu tenho preferência pelo terceiro, mas posso dizer que você pode pegar qualquer cartucho, chamar uns amigos, comprar umas cervejas e passar as horas mais divertidas da sua vida com qualquer outro da série.

Star Fox

Star Fox explodiu cabeças quando foi lançado. No SNES, literalmente, não tem nada sequer parecido. É outro jogo difícil pra burro, mas que prende você mais do que paixão adolescente. Se você nunca jogou, faça um favor a si mesmo agora e tente não chorar naquela maldita fase dos asteróides.

R-Type III: The third lightning

Esse jogo me dava falta de ar e elevava minha ansiedade a níveis nada saudáveis. A trilha sonora era eletrizante e a sensação de que você estava em uma velocidade alucinante e podia levar um tiro ou dar de cara com alguma parede era terrível. Jogo difícil do inferno, mas muito bom.

Super Mario World

Ele é o Titãs Acústico do Super Nintendo. Certeza que você deve ter uma cópia dele jogado aí pela sua casa e só não sabe. Mas, além do fato de que ele vinha na caixa brasileira do SNES, ele é, sim, um jogo excelente e memorável.

Tetris Attack

Ele não lembra muito o Tetris clássico de peças que vão caindo enquanto você se desespera para fechar linhas. Ao invés disso, tem um esquema no qual você vai trocando duas peças de lugar e tem de fazer combinações de três ou mais objetos iguais. Tudo recheado de desenhos e personagens do universo do Yoshi. Bem legal por si só. Se você testar, vai ver como é interessante e divertido. Mas a graça mesmo reside no modo competitivo. Chame um amigo e veja o bicho pegar fogo quando fizer combinações maiores que três peças e começar a mandar blocos e obstáculos pro painel do outro. É guerra, mermão.

Demon's Crest

Há relatos de pessoas que tinham de devolver o game se a mãe visse a capa depois que ele chegava da locadora. É relacionado ao Ghosts 'n Goblins, mas na minha opinião, é um jogo muito mais maduro. Tem elementos de RPG em uma plataforma meio de action game. Também tem fama de ser bem difícil.

Gradius III

Games de navinha me enlouqueciam. Gradius III não foge a essa regra. A trilha é bem massa e você tem de ir destruindo inimigos pelo caminho enquanto vai coletando itens que aprimoram suas armas. O foda é que, se morrer, sua arma volta ao zero e, dependendo de onde você está, não tem jeito, não dá pra recuperar. Então, acho que já deu pra entender, esse jogo é muito difícil e vai deixar você rangendo os dentes de tão nervoso quando ver aqueles chefões gigantes na sua frente soltando tiro e outras naves pra tudo quanto é lado.

Secret Of Evermore

Desde o primeiro momento, alguma coisa me capturou em Secret Of Evermore. A história, a relação do personagem principal com o seu cachorro, todas as reviravoltas, a constante estranheza dos cenários e o desafio dos quebra-cabeças. Quando você vê, as horas vão passando e a sua curiosidade persiste, até o fim. Não é lá um jogo muito popular, mas recomendo muito.

Side Pocket

Eu adorava esse jogo e a trilha sonora classuda. Mas, olhando hoje, eu não entendo como tanta gente jogou isso. Toda a ação se passava em cima de uma mesa de bilhar, só isso. Mas era bem foda, principalmente para se jogar em dupla. Além disso, caso você quisesse, tinham uns desafios surreais de efeito na bola, só para os experts.

Mickey to Donald: Magical Adventure 3

Acho que todo mundo jogou Magical Adventure 3. Ele simplesmente fazia muito sucesso pelo modo cooperativo. Aliás, essa era uma época na qual os jogos da Disney eram bem inteligentes. E não pense que é fácil só porque é bonitinho. Você vai ter bastante trabalho com esse.

Super Castlevania IV

A série é velha conhecida, desde os tempos do NES. Essa versão trouxe tudo o que já era famoso na época e fundamentou novas bases que se tornaram requisitos essenciais. Vale por ser um divisor de águas que aperfeiçoou vários conceitos, mas também por ser em si um jogo muito bom.

F-Zero

Eu era muito burro pra jogar F-Zero, mas gostava um tanto. Eu batia em todas as paredes e chegava sempre em péssimas posições (ou nem chegava). Na verdade, o jogo está na lista mais por ver o quanto de gente que o adorava (Sim, Brandão, estou apontando pra você) do que por eu ter passado muitas horas nele. De qualquer forma, vale a pena.

The Legend Of The Mystical Ninja

Essa era uma época muito louca em certos sentidos. Lembro de ter encontrado esse jogo nas minhas andanças pelo bairro atrás das pessoas que tinham fitas de SNES e estavam interessadas em fazer negócio nelas (pense: eu tinha uns 10 anos). Lembro que era um cartucho de Famicon, com um rótulo super machucado. Eu nem queria esse jogo e não fazia a menor ideia de que ele seria tão absurdamente divertido. Infelizmente, era apenas emprestado e nunca mais consegui de volta. Graças à internet, consegui jogar outra vez só depois de adulto.

Mighty Morphing Power Rangers

Não tinha como esse jogo não ser um sucesso. Ele veio no auge da mania pela série de TV e, de fato, não era terrível. Dava pra se divertir e consumir umas boas horas ouvindo o tema dos Power Rangers e combatendo Zed e a Rita Repulsa. Hoje, eu acho que ele foi mais popular que efetivamente bom, mas vale o play, com certeza.

The Adventures of Batman & Robin

Tem uma regra de ouro sobre o Batman no SNES: mantenha-se longe. Mas esse jogo, baseado na série animada (que era fantástica, diga-se de passagem), é muito bom. Ainda odeio aquela maldita fase do labirinto.

NBA Jam

Esse eu joguei muito pouco, quase não entendia as regras do basquete (até hoje, inclusive), mas não dá pra deixar de notar que ele fazia muito sucesso. Aqui, a graça era dar saltos gigantescos, aloprar nos movimentos especiais antes das cestas e destravar uns personagens maneiros, como o então presidente dos EUA, Bill Clinton.

X-Men Mutant Apocalipse

Outro jogo que foi muito popular por causa da série de TV que arrebentava na época. Todo mundo gostava mais das missões do Wolverine. Tinha também um outro jogo parecido que valia a pena mas que foi menos popular, Marvel Super Heroes: War of the Gems.

Secret Of Mana

O SNES tem uma miríade de excelentes RPGs. Muitos são tão incríveis que é uma injustiça não citar, como Star Ocean, Tales of Phantasia ou Breath Of Fire. Fica aqui a menção honrosa a todos esses. De qualquer forma, mesmo ao lado desses outros excelentes jogos, Secret Of Mana faz diferente. É um jogo muito bonito, com um aspecto de carisma que, na minha humilde opinião, o destaca em relação à já ótima lista de games do gênero no Super Nintendo. Vale frisar também que você pode jogar em um sistema cooperativo bem interessante.

Zombies Ate My Neighboors

Os zumbis podem ser uma grande tendência cultural hoje, mas lá pelos anos 90, era só um artigo de filmes B. Zombies Ate My Neighboors joga esses monstros em um contexto de comédia e faz a coisa toda ficar bastante divertida.

Biker Mice From Mars

Biker Mice From Mars é derivado de uma série animada que, no Brasil, se chamava "Esquadrão Marte". Basicamente, é outra coisa que eu nunca entendi direito, mas que me agradava bastante antes dos 10 anos de idade. O jogo era uma corrida com armas em circuitos pequenos e com alguns obstáculos. Lembra um pouco Rock 'n Roll Racing. Também era bom de se jogar em dupla e fazia o maior sucesso nas locadoras.

Tiny Toon: Wacky Sports Challenge

Perguntei no meu Facebook sobre quais jogos colocar e algumas pessoas citaram ele. Eu nem lembrava, mas de fato, que joguinho legal. Era um jogo de esportes olímpicos em mini-games no qual você podia usar os personagens do desenho. Simples assim, mas bem divertido para se jogar em multiplayer.

Wild Guns

Ao lado de Sunset Riders na locadora sempre tinha Wild Guns. A dinâmica é diferente, já que Sunset Riders tem mais ação em sidescrolling, mas Wild Guns não faz feio no que se propõe.

Sonic Wings

Dos jogos de nave do Super Nintendo, acho que Sonic Wings (também conhecido como Aero Fighters) era o mais popular. Todo mundo jogou. Diferente de Gradius III e R-Type III, esse aqui tinha uma visão superior, na qual você ia avançando e atirando nos inimigos que iam brotando pela sua frente. E, acredite, o tiroteio era levado a sério aqui. Piscou, perdeu.

Desert Strike: Return to The Golf

Antes do 3D, a perspectiva isométrica fazia o papel de colocar você em um mundo com mais liberdade de movimento. Desert Strike se basea na guerra do golfo e você tem de pilotar um helicóptero em variadas missões. Estratégia é um dos pré-requisitos essenciais para você conseguir se sair bem. E munição, porque vai faltar.

Joe & Mac 2

Outro jogo que era quase uma unanimidade. Super hype na época. Acho o segundo um pouco melhor que o primeiro, por isso o escolhi, mas ambos valem bastante o play. Ele tem bem a estética 16 bits e é um ótimo adventure, com toques de humor. É perfeito pra desligar o cérebro e relaxar descompromissadamente.


11 May 00:51

Por que alguém viajaria sozinho?

by Juliana Puppim

Para a maioria da população mundial, viajar sozinho pode ser totalmente fora de cogitação. Muitos não devem nem ver sentido nisso e eu até entendo. Talvez pensem “que graça tem viajar sozinho e não ter com quem dividir as coisas bacanas que acontecem durante uma viagem?”. Aí é que está! Existe tanta coisa legal pra fazer sozinho em uma viagem que, depois de experimentar a primeira, aposto que vai querer mais.

Você precisa de um motivo para viajar sozinho? Beleza! Eu te dou alguns. 

Pode-se viajar sozinho por ser o único da sua turma de amigos que tem grana e folga no trabalho ao mesmo tempo e esse fato coincidiu justamente com o momento que você decidiu se enveredar por novos cantos. Ou, como eu, você pode querer viajar sozinho porque acabou de levar um pé na bunda bem dado, daqueles de desestruturar qualquer ser que se achava sob controle e que, do nada, se viu perdido no próprio mundo. Ou por tantos outros motivos, você pode simplesmente querer sumir, fugir, experimentar ser anônimo em meio a outros estranhos, pensar na vida ou na mãe Joana. 

Na verdade, o motivo é pessoal e pouco importa, desde que ele te impulsione a partir rumo ao desconhecido.

Eu sei, viajar sozinho dá medo e as inseguranças batem forte. A boa notícia é que você vai se tornar uma pessoa mais segura depois dessa viagem. O desconhecido assusta e muito, nós sabemos disso, porém esse sentimento só existe porque estar sozinho em outro lugar do mundo enche a nossa cabeça de incógnitas, o que é natural. Não basta alguém te contar uma história bem sucedida de volta ao mundo e, pronto, o medo sumiu. Porém, no momento que você escolhe sair dessa zona de conforto onde você conhece todas as respostas e decide viajar sozinho, essa confiança e segurança vão aparecer, à medida que você sentir que é capaz de se virar sem depender de mais ninguém. E te digo mais. Quando a gente se vê autossuficiente, a vida fica mais fácil, pois deixamos também um pouco a carência emocional de lado.

O primeiro teste acontece logo que desembarcamos em um país novo e vem aquele frio na barriga. Imigração pela frente e você é a única pessoa que está ali para explicar àqueles malucos seus motivos de ter escolhido tal país. Mas sendo bem sincera, até acompanhado essa tensão existe, então que diferença faz estar sozinho? Se tiverem que te mandar de volta, nem o querido Papa te segura. Então ensaie bem o discurso antes, em inglês por favor, e aguente firme. Passou do aeroporto? Liberdade à vista. Voilá!

O barato de estar sozinho em um lugar desconhecido é que você é quem decide quando ir e vir e isso é fabuloso. Visualize como pode ser bom não ter ninguém controlando seus horários de acordar ou de ir embora da balada. Para onde ir então, nem se fala. Você é livre para escolher o roteiro, os meios de transporte, onde comer, enfim. A liberdade é infinita aqui. Resolveu mudar de planos porque conheceu uma pessoa interessante que te fez uma proposta irresistível? Só depende de você ficar mais ou seguir o caminho com o novo estranho e ir para aquela ilha paradisíaca. Isso acontece e poderia ser você a pessoa obrigada a ir embora porque já combinou com os amigos outros planos. As oportunidades que surgem durante a viagem são suas e cabe exclusivamente a você escolher o próximo rumo. E mais! Só de pensar em não ter pressa pra tirar um milhão de fotos do jeitinho que você gosta ou ler com calma aquele livro que você não via a hora de devorar sem precisar dar atenção a mais ninguém, já vale muito.

Talvez viajar sozinho seja o ápice do egocentrismo, mas e daí? Essa experiência pode ser um passo fundamental para aprendermos a viver melhor acompanhados mais pra frente, ou talvez você se descubra um apaixonado por si mesmo e aprenda a levar a vida numa boa sozinho. O fato é, tudo que nos ajuda a nos conhecermos melhor, nos torna seres mais conscientes das próprias atitudes diante das dificuldades do cotidiano. E ter consciência da nossa responsabilidade no mundo é metade do caminho para uma vida de feliz.

Além disso tudo, talvez o ponto mais relevante do ato de viajar sozinho é se tornar um formador de opinião. Nos dias de hoje, estamos impregnados de clichês e nos iludimos com a quantidade de informações lançadas na internet. Apresentamos nossos pontos de vista com propriedade, quando na verdade nossa opinião foi formada por um misto de três artigos que lemos em sites diferentes e ainda nos orgulhamos por estarmos antenados. Tudo bem, aceitamos que o tempo é escasso e é impossível dominar todos os assuntos que bombam no dia-a-dia. E aí é que entra o viajar sozinho. Em grupo, o mesmo acontece, inconscientemente. Nos voltamos para os amigos e a viagem gira em torno deles. Fazemos programas que nem nos interessava tanto só para acompanhá-los e curtir junto. Mesmo porque, ninguém quer ouvir as histórias engraçadas mais tarde sem ter participado delas. 

Sozinhos, nosso senso crítico aguça. 

Nem tudo está bom e muita coisa deixa de ser aceitável. Deixamos de seguir o fluxo como carneirinhos e descobrimos nossas preferências pessoais. Focamos em fazer com primor tudo que nos dá prazer. Indagamos muito mais e é a oportunidade perfeita para quebrarmos preconceitos. Os porquês que brotam em uma viagem é o que mais nos transforma. Uma inquietude surge e começamos a procurar verdades que nem imaginávamos que existiam. É claro que cada um vai descobrir em si seus próprios questionamentos. Pode ser que você encontre uma nova paixão na vida ou que talvez volte amando em dobro as suas conquistas. O fato é que novas referências serão criadas e na volta pra casa, nada será como antes.

E tem mais! Viajar sozinho não significa permanecer desacompanhado durante toda a viagem. Essa escolha vai acontecer naturalmente e companhia boa facilmente se encontra pelo caminho. Se quiser mesmo, sozinho você não fica. Até os tímidos aqui tem vez. É um ótimo exercício, recomendo. Mesmo porque, quando a gente não deve nada a ninguém, não tem problema falar outro idioma errado, se essa é a sua insegurança. 

Experimente se hospedar em albergues e ficar em quartos compartilhados. Você chegou da rua e a galera tá no quarto ou no lounge, lance logo um “e aí, galera? Tudo beleza? Acabei de chegar na cidade e tô super perdido. Vocês estão curtindo o lugar? Tem alguma dica bacana?”. Enfim, o que você vai falar é o de menos. Abra a cabeça e jogue limpo. Não sabe por onde começar? Sorria, caríssimo. Um sorriso em terras estrangeiras vale ouro e quem tem boca faz amigos. Então desencana e solte o verbo, sem exageros, claro. A sua chance de falar é qualquer momento que tiver alguém de bobeira por perto. Pode mandar bala sem pestanejar. Assim como você, viajantes costumam estar abertos a conhecer pessoas e se enturmar pode te render bastante coisa boa, acredite.

Festa de réveillon em Bali, comigo no centro cercada de novos amigos de vários países diferentes

Caso você esteja ensaiando sua primeira jornada solo, saiba que a escolha do destino pode ser crucial para o seu sucesso. Pense o seguinte: no inverno, em qualquer país do mundo, as pessoas são muito mais fechadas e saem muito menos de casa. Sendo assim, suas chances de interagir e criar novos relacionamentos, mesmo que temporários, diminuem consideravelmente. Em compensação, no verão, você pode ir às forras. O povo vai pra rua, fica mais solícito e sorri muito mais. O astral de qualquer cidade muda e a felicidade reina.

Depois disso tudo você ainda se pergunta qual o sentido de viajar sozinho? Bem, a sua razão só você vai saber, mas posso te assegurar que cada pôr-do-sol que você assistir, cada vez que alguém for generoso com você e te ajudar sorrindo e de coração aberto ou cada vez que você se arrepiar ao descobrir um lugar de beleza estonteante e perder o fôlego, você vai saber que era tudo muito simples, bastava escolher. 

08 Apr 17:59

Cavaleiros do Zodíaco: Alma de Ouro terá streaming gratuito no Brasil através do Daisuki

by Emanuel Laguna
Laguna_Daisuki_Logo

Não é sumô, mas o tio Laguna garante que só tem peso pesado (crédito: CapCom)

Foram quase três anos de Crunchyroll no Brasil e finalmente veremos um concorrente à altura. E o melhor: ele começa chutando traseiros. Trata-se do Daisuki, serviço de streaming criado pelo Anime Consortium Japan.

Ao contrário do Crunchyroll, ocidental, o Daisuki reúne diversos estúdios japoneses num esforço conjunto para trazer ao ocidente os animês da forma mais direta possível, sem intermediários e de forma oficial. Nada melhor que estrear o Daisuki no Brasil usando ninguém menos que Os Cavaleiros do Zodíaco, animê que fez sucesso estrondoso na extinta Rede Manchete na década de 1990.

バンダイ公式チャンネル • 『聖闘士星矢 黄金魂 soul of gold』ティザー映像

Ano passado, logo após o filme Cavaleiros do Zodíaco: A Batalha do Santuário estrear nos cinemas brasileiros, foi anunciado um spin-off do clássico animê: trata-se de Saint Seiya Soul of Gold, que vai se passar após os eventos da Saga de Hades. O protagonista aparentemente será o cavaleiro de ouro de Leão, Aiolia, que tentará sair vivo de Asgard. Ou algo assim, meu japonês é péssimo.

Enfim, o Daisuki anunciou que cada um dos 13 episódios de Saint Seiya Soul of Gold terá transmissão online para a América Latina no mesmo dia do lançamento no Japão, incluindo legendas em português. Detalhe: será em alta definição e gratuito!

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Cavaleiros do Zodíaco: Alma de Ouro vai passar no Brasil por streaming gratuito! (crédito: Saint Seiya)

Para ter acesso ao streaming, basta se cadastrar gratuitamente e esperar até o próximo sábado, dia 11 de abril, para a estreia mundial. Para quem quiser assistir no tablet e/ou smartphone, o aplicativo está disponível para iOS e Android.

Bom lembrar que assim como Sailor Moon Crystal lá no Crunchyroll, cada episódio inédito do novo animê dos Cavaleiros será exibido quinzenalmente no Daisuki e horas depois do lançamento original. O tio Laguna desconfia que se houver uma segunda temporada de Saint Seiya Soul of Gold, o Daisuki vai cobrar. A questão é: seria tão barato quanto o Crunchyroll? Teria tão grande acervo?

Exibir um animê tendo todos os direitos sobre a marca é fácil, o problema que o tio Laguna vê é como eles exibiriam outros que já estão licenciados no ocidente com outras distribuidoras. Um grande empecilho para o streaming de animês mais antigos é justamente isso. De qualquer forma, a Bandai vai lucrar bastante com uma nova linha de Cloth Myth.

Fontes: Anitay e CavZodíaco.

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