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01 Apr 18:09

O que é real? Michael Abrash da Oculus fala sobre realidade virtual

by Nick Ellis

michael_abrash_f8_1

Em sua apresentação no #F8 na semana passada, o cientista chefe da Oculus Michael Abrash, mostrou alguns motivos pelos quais a realidade virtual será importante para nós, e fará cada vez mais parte da nossa vida. Mas isto não é um certo exagero? Bem, eu testei o Crescent Bay em janeiro na CES e fiquei muito impressionado com a tecnologia, pois pela primeira vez realmente me senti dentro dos ambientes e das situações mostradas nas demonstrações. Antes eu era cético, mas agora realmente acredito que o VR tem o potencial de causar uma verdadeira revolução no mundo dos games e do entretenimento.

Admitindo de cara seu interesse por ficção científica, Abrash citou como algumas de suas influências o clássico Snow Crash de Neil Stephenson, e sensacional Ready Player One de Ernest Cline: “As raízes claramente vêm de uma vida lendo ficção científica, que me mostraram que o caminho para pensar em realidade virtual não era apenas possível, mas algo que eu podia ajudar a acontecer”. Para ele, porém, tudo mudou quando ele assistiu o clássico filme Matrix, de 1999: “Enquanto os livros de ficção científica me deram o framework para pensar em realidade virtual, a Matrix me fez acreditar nela”. Abrash reviu o filme recentemente e ficou tão impressionado com o discurso de Morpheus para Neo, que o leu na íntegra durante a apresentação.

michael_abrash_f8_2

Para Abrash na expressão “realidade virtual”, a palavra “realidade” é muito mais importante do que “virtual”. Como disse Morpheus, tudo o que percebemos são os sinais elétricos interpretados pelo nosso cérebro, e assim o nosso entendimento do mundo real é limitado pelos sensores com que os captamos.

Citando nossa visão, por exemplo, Abrash lembrou que “não conseguimos enxergar infravermelho ou ultravioleta, só temos três sensores de cores e nossa visão periférica é limitada”. É claro que ele também falou sobre o inevitável vestido que parece trocar de cores para diferentes pessoas, mostrando como o que vemos depende do que a nossa mente interpreta. Tentamos montar um modelo coerente do mundo, com os dados limitados que temos, e é isto que define o que é real para nós. Nossa mente faz certas suposições e interpretações que nem sempre mostram o que está acontecendo no mundo real.

Michael Abrash trouxe várias ilusão de ótica para fazer valer o seu ponto de que o mundo real é muito maior do que conseguimos captar: “Existe um mundo lá fora, e o seu cérebro está juntando informações bem limitadas captadas pelos seus sensores, e tentando inferir qual é o estado real deste mundo, de acordo com o seu modelo interno.”

michael_abrash_f8_4

Voltando a Matrix, ele mostrou a imagem de duas pílulas, uma azul e outra vermelha, só para depois revelar que as duas são na verdade da mesma tonalidade de cinza, quando você retira as cores na lateral. O mesmo acontece com duas imagens de um cubo mágico, uma com luz amarela e outra com luz azul, que na verdade são do mesmo tom de cinza. Outro exemplo são quadrados em um piso, que apesar de terem a mesma cor, parecem ser brancos e pretos.

michael_abrash_f8_3

Abrash trouxe mostrou outras ilusões de ótica já clássicas como a ilusão do dragão, na qual o seu cérebro te engana para ver o rosto do dragão para fora quando ele está para dentro, e o efeito McGurk, que você pode conferir no vídeo abaixo, no qual uma bela moça fala a mesma coisa com um vídeo dela falando outra, assim o que nós escutamos, depende do que estamos vendo.

FWS – The McGurk Effect – Hearing lips and seeing voices

Nas palavras de Michael Abrash: “O que isto diz sobre a nossa percepção do mundo? Bem-vindos ao buraco do coelho!”. O cientista chefe da Oculus terminou sua palestra falando sobre a evolução do hardware disponível para realidade virtual, citando Matrix mais uma vez: “Aperte os cintos, Dorothy, pois Kansas está indo embora”.

Escrevi este post só para que pessoas interessadas em VR assistam a apresentação completa de Michael Abrash no F8, que começa aos 27 minutos de vídeo clicando aqui, ou no vídeo abaixo a partir dos 42 minutos.

2015 Facebook F8 Michael Abrash ‘Why Virtual Reality Will Matter to You’

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29 Mar 17:39

Trilhando Machine Learning

by cooler51

catfeliz
Olá caros leitores do meu blog informal, já muito tempo periodo mítico na nossa matrix, neste tempo estudei muitas áreas tanto exóticas, como exemplo cheguei escrever um blog post de como fazer um analisador de códigos, no começo não sabia em que caminho ir, digamos que tinha muito o que estudar e não sabia por onde começar, poderia até fazer analogia ao livro de Alice no dialogo com o Gato:

No decorrer da Viagem, Alice Encontra muitos caminhos, em certa parte ela pergunta para um gato biruta em uma árvore:
- Podes Dizer-me, por favor, que Caminho devo Seguir Para sair daqui?
- ISSO Depende Muito Onde queres ir - respondeu o gato.
- Eu Não Sei.
O gato, ENTÃO, respondeu sabiamente:
- Sendo ASSIM, qualquer caminho serve.
Alice no Pais das Maravilhas Lewis Carroll

Estudei um pouco de matemática Discreta, Machine Learning(ML) e estatística, segui um objetivo(caminho) e fui atrás e li muitos livros entre eles o “Machine Learning for Hackers” embora muito bom não conseguiu satisfazer as tarefas que queria resolver. com o tempo para melhorar minhas habilidades fiz uma cadeira de ML no corsearea curso da Stanford gratuito, não vi muita aplicabilidade para meu trabalho, vendo uma gamma de dados para uso de bioinformática e finanças bem como uso massivo da linguagem R, conhecimento obtido no curso foi útil para uma introdução embora tenha algo forte em linguagem R, aquilo para mim não seria tão útil, sim embora R tenha grande poder científico é extremamente lento, até que conheci MLpack, que faz uso do armadillo para trabalhar com algebra linear de forma extremamente rápida pois faz uso de SimD etc. Estudando o MlPack pude ver outros dados diferentes de finanças e biofinformática, conheci repositórios diferentes e de todos os tipos de área para treinar as matrizes em classificação, então brincando com classificação de textos com meus bots, meio alegrias me fiz indagação “poxa legal, entretanto estou apenas usando uma lib, não estou entendendo internamente o algoritmo, isso qualquer um faz…”, analisando possibilidades quando desenvolvi minha própria bibliotéca em CPP, foi usado o Teorema de Naive Bayes para classificar padrões de texto, tal funcionalidade que a bibliotéca faz seu uso é bem comum em sistemas anti-spam(popularizado por Paul Graham uma grande lenda do Lisp).
evil_scientist1
Vamos uma PoC, para construir um robô que treine N entradas, com determinadas classificações para SPAM e não SPAM, para começar precisamos obter a bibliotéca:

$ git clone https://github.com/CoolerVoid/libtext_bayes

Então podemos instalar da seguinte forma:

# cd libtext_bayes; sudo sh install.sh;

Agora podemos testar:

$ ./test

Repare o seguinte código:

/*
 Example how too use my library "Naive Bayers Text Classifier" 
 Author: Cooler_
 Contact: c00f3r[at]gmail[dot]com

*/
//carregamos a lib
#include "libtext_bayes.h"
#include <iostream>

int main(int argc, char* argv[])
{
  NaiveBayes robot;

  robot.set_training_data_file(std::string("training_quotes3.txt"));
// treinamos os vetores, tudo com final "SPAM" seria SPAM, tudo com final OK seria não SPAM
  robot.add_training_data("compre agora promoção SPAM");
  robot.add_training_data("preço super barato SPAM");
  robot.add_training_data("aproveite agora somente nesta sexta SPAM");
  robot.add_training_data("ola meu amigo como vai você ? OK");
  robot.add_training_data("pagamento efetuado OK");
  robot.add_training_data("esta tudo certo velho amigo OK");
  robot.add_training_data("compre agora promoção SPAM");
  robot.add_training_data("preço super barato SPAM");
  robot.add_training_data("aproveite agora somente nesta sexta SPAM");
  robot.add_training_data("ola meu amigo como vai você ? OK");
  robot.add_training_data("pagamento efetuado OK");
  robot.add_training_data("esta tudo certo velho amigo OK");
  robot.add_training_data("compre agora promoção SPAM");
  robot.add_training_data("preço super barato SPAM");
  robot.add_training_data("aproveite agora somente nesta sexta SPAM");
  robot.add_training_data("ola meu amigo como vai você ? OK");
  robot.add_training_data("pagamento efetuado OK");
  robot.add_training_data("esta tudo certo velho amigo OK");
  robot.add_training_data("compre agora promoção SPAM");
  robot.add_training_data("preço super barato SPAM");
  robot.add_training_data("aproveite agora somente nesta sexta SPAM");
  robot.add_training_data("ola meu amigo como vai você ? OK");
  robot.add_training_data("pagamento efetuado OK");
  robot.add_training_data("esta tudo certo velho amigo OK");

// começa o treinamento
  robot.train();

//então passamos frases que não foram treinadas para ver o julgamento seguindo a probabilidade de classificação
  std::string class_ = robot.classify(std::string("agora aproveite e compre"));
  std::cout << "High CLASS is " << class_ << std::endl;

  class_ = robot.classify(std::string("ola meu amigo como vai as coisas ?"));
  std::cout << "High CLASS is " << class_ << std::endl;

  class_ = robot.classify(std::string("videos porno apenas por 200 super barato"));
  std::cout << "High CLASS is " << class_ << std::endl;
 
// liberamos o que foi alocado
  robot.free_bayers(); 

  return 0;
}

Resultado do nosso robozinho então seria:
Probability of SPAM ::: input quote ::: agora aproveite e compre is -8.97539
Probability of OK ::: input quote ::: agora aproveite e compre is -15.0272
High CLASS is SPAM
Probability of SPAM ::: input quote ::: ola meu amigo como vai as coisas ? is -28.6652
Probability of OK ::: input quote ::: ola meu amigo como vai as coisas ? is -18.2822
High CLASS is OK
Probability of SPAM ::: input quote ::: videos porno apenas por 200 super barato is -21.5852
Probability of OK ::: input quote ::: videos porno apenas por 200 super barato is -25.7778
High CLASS is SPAM
look the file "test.cpp

Então indagação:
“Caso você for desenvolver um recurso com IMAP ou POP3, então ler e-mail de tempos em tempos, logo classificar o que for de um determinado rótulo de SPAM e jogar para lista de e-mails de SPAM, o que seria ?”
BIngo !! teriamos um sistema anti-spam…

Caros leitores, agradeço por terem lido o blog post, vale lembrar que tem outras formas de classificar texto poderiamos usar KNN,SVM etc, escolhi Naive Bayes por ser o mais popular e para quem esta ingressando nesse campo de classificação ajuda, não estou com muito tempo para explicar detalhes, entretanto se for olhar o código da bibliotéca irá notar que está tudo comentado, só aproveitando dando um hook no “0d1n“, estou escrevendo documentação no LaTeX quem quiser ajudar com dicas: https://github.com/CoolerVoid/0d1n/tree/master/doc

Quem quer entender a fundo Naive Bayes fica uma sugestão:

Do mais quando tiver um tempo vou tentar postar mais códigos no github… por hora está tudo em teste…


Referências:

Livro – Machine Learning in Action – Peter Harrington – http://www.manning.com/pharrington/
Site – Página do Paul Graham sobre um projeto de anti-spam – http://www.paulgraham.com/antispam.html
Artigo – Artigo legal ensinando a fazer classificador em Perl http://www.drdobbs.com/architecture-and-design/naive-bayesian-text-classification/184406064?pgno=1

magodeoz


16 Mar 19:32

O Cosmo Flamejante Do Alcool


Pense em um cavaleiro louco de cachaça

12 Mar 19:29

Entering the BIOS

by sharhalakis

by @just_hank_moody, andreibkn and necessaryaegis

12 Mar 02:22

O copo ideal para cada tipo de cerveja

by Edu

Hoje o post será sobre os tipos de copos ideais para tomar cada tipo de cerveja! Lembrando desde o início, este post não é pra impor a regra de como você deve tomar a sua cerveja, mas sim, apresentar uma convenção do mundo cervejeiro sobre os copos indicados para cada tipo de cerveja, ok?!

cerveja-testosterona

bola

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04 Mar 21:48

Desenvolvimento bare metal para ARM Cortex-M com o GCC no Linux

by Sergio Prado

Um ambiente integrado de desenvolvimento (IDE) pode facilitar bastante a nossa vida, criando e gerenciando automaticamente projetos e aumentando a produtividade do desenvolvimento.

Mas tudo tem seu preço. E o preço que pagamos pelas facilidades de uma IDE é a falta de um controle maior sobre o projeto e o binário final gerado.

Criando um simples projeto de pisca-led para a Freedom Board FRDM-KL46Z no Kinetis Development Studio da Freescale, o código final consumiu aproximadamente 3K de RAM (dados) e quase 10K de flash (código)!

$ size led.elf 
   text	   data	    bss	    dec	    hex	filename
   9612	    720	   2272	  12604	   313c	led.elf

É claro que existe muito desperdício no código gerado, e poderíamos estudar algumas opções disponibilizadas pela IDE para otimizar o código e gerar um binário mais enxuto.

Mas trabalhando direto com o compilador podemos ter um controle muito maior sobre o código compilado. Resolvi então criar um projeto bare metal que consumisse o mínimo possível de espaço em RAM e flash para a aplicação de pisca-led.

Para testar, instalei o toolchain para desenvolvimento bare metal baseado no GCC mantido pelo pessoal da própria ARM:

$ mkdir ~/toolchain && cd ~/toolchain
$ wget https://launchpad.net/gcc-arm-embedded/4.9/4.9-2014-q4-major/+download/gcc-arm-none-eabi-4_9-2014q4-20141203-linux.tar.bz2
$ tar xjfv gcc-arm-none-eabi-4_9-2014q4-20141203-linux.tar.bz2

Após a instalação, você pode verificar se o toolchain está funcionando com o comando abaixo:

$ ./gcc-arm-none-eabi-4_9-2014q4/bin/arm-none-eabi-gcc -v

Criei um projeto simples para a FRDM-KL46Z e coloquei no GitHub:

$ cd ~
$ git clone https://github.com/sergioprado/bare-metal-arm.git
$ cd bare-metal-arm

O projeto é composto pelo linker script (link.ld) e dois arquivos .c. O arquivo startup.c contém a tabela de vetor de interrupção do microcontrolador e o ponto de entrada da aplicação, responsável por inicializar a memória (seções DATA e BSS) e executar a função main(), implementada no arquivo main.c e responsável por piscar o led.

$ ls
includes  LICENSE  link.ld  main.c  Makefile  startup.c

Para compilar o projeto, basta digitar make:

$ make
~/toolchain/gcc-arm-none-eabi-4_9-2014q4/bin/arm-none-eabi-gcc -c -mthumb -mcpu=cortex-m0plus -I./includes/ -o main.o main.c
~/toolchain/gcc-arm-none-eabi-4_9-2014q4/bin/arm-none-eabi-gcc -c -mthumb -mcpu=cortex-m0plus -I./includes/ -o startup.o startup.c
~/toolchain/gcc-arm-none-eabi-4_9-2014q4/bin/arm-none-eabi-gcc --specs=nano.specs -Wl,--gc-sections,-Map,main.map,-Tlink.ld -o main.elf  main.o  startup.o
~/toolchain/gcc-arm-none-eabi-4_9-2014q4/bin/arm-none-eabi-objcopy -O srec main.elf main.srec
~/toolchain/gcc-arm-none-eabi-4_9-2014q4/bin/arm-none-eabi-size main.elf
   text	   data	    bss	    dec	    hex	filename
    452	      0	   1024	   1476	    5c4	main.elf

Veja que o binário final do projeto de pisca-led ficou bem menor, ocupando apenas 452 bytes de flash e 1K de RAM (basicamente alocado para o stack).

Este projeto pode ser facilmente reutilizado em outras plataformas ARM Cortex-M, inclusive de outros fabricantes.

Para isso, basta alterar o linker script de acordo com a configuração de memória do microcontrolador, e implementar o pisca-led na função main().

Se necessário, altere o toolchain definido no Makefile.

Have fun!

Sergio Prado

Sergio Prado atua com desenvolvimento de software para sistemas embarcados há mais de 15 anos. É sócio-fundador da Embed­ded Lab­works, uma empresa focada em te aju­dar a desen­volver soft­ware de qual­i­dade para sis­temas embar­ca­dos. Se você pre­cisa de ajuda para desen­volver seu pro­duto, ou quer saber mais sobre o que a Embed­ded Lab­works pode fazer por você, acesse http://e-labworks.com/servicos.

Este post foi originalmente publicado em Desenvolvimento bare metal para ARM Cortex-M com o GCC no Linux.

01 Mar 08:08

The Atlas of Beauty — mulheres bonitas em todas as partes do mundo

by Gilson Lorenti

The_atlas_of_beauty_

Em todos estes anos ensinando fotografia, 99,9% das pessoas que me procuram para aprender essa nobre arte (não tocar na discussão se fotografia é arte ou não) estão querendo entrar no mercado profissional. Mais especificamente estamos falando de fotografia de eventos, onde o grande alvo são os casamentos. Sim, é onde conseguimos ganhar mais dinheiro, mas não diria que esse caminho é o mais certeiro. Sempre digo para os iniciantes que o principal é gostar da fotografia como prática, e não apenas como ferramenta de subsistência. Digo que o importante é ter um projeto fotográfico. Aprender as nuances da fotografia através de um tema que lhe seja interessante, rico e divertido. Trabalhar um projeto com unidade formal, unidade temática e, principalmente, um conceito que se explique não somente pelas imagens, mas por uma necessidade de entendimento. Depois de desenvolver sua técnica através destes conceitos, você pode encarar qualquer tema da fotografia, pois você treinou seu olhar e não as receitinhas de bolo que são ensinadas nos atuais cursos e fotografia.

Mas, essa é apenas uma pequena introdução para falar de um projeto fotográfico que é bacana não apenas pelas belas imagens que gerou, mas por conta da realização pessoal em colocar em prática um objetivo. Em 2013 a fotógrafa romena Mihaela Noroc de 27 anos protagonizou uma reviravolta em sua vida ao largar o seu emprego “chato” e utilizar todas suas economias para viajar o mundo e capturar a beleza de mulheres das mais diferentes etnias, credos e culturas. Segundo a moça, que fala fluentemente 5 línguas, já foram visitados 37 países (inclusive o Brasil) e foram capturados centenas de retratos de mulheres cercadas por sua cultura (particularmente adoro o retrato da índia no Amazonas). Mihaela aponta que a beleza está em todo lugar e que “Não é uma questão de cosméticos, dinheiro, raça ou status social, mas mais sobre ser você mesmo”.

Todas as mulheres fotografadas estão na mesma faixa de idade da fotógrafa. A preferência foi por mulheres com pouca maquiagem e os enquadramentos foram muitos parecidos. Como parte da unidade formal ainda podemos indicar o uso da profundidade de campo em quase todos os retratos. Embora alguns ensaios tenham sido mais elaborados, a fotógrafo também praticou o velho truque de parar as pessoas na rua e pedir para fazer uma foto. Nesse caso, alguns dos retratos foram feitos em apenas 30 segundos de trabalho. Um belo desafio. O resultado desta empreitada pode ser encontrado no site  The Atlas of Beauty. Atualmente Mihaela está fazendo captação de recursos entre seus fãs para financiar uma segunda viagem para finalizar o projeto com início previsto para junho de 2015. Depois disso a intenção é editar um livro com o melhores retratos desta empreitada.

The_atlas_of_beauty_Amazonian

The_atlas_of_beauty_Colombia

The_atlas_of_beauty_Iran

The_atlas_of_beauty_Maori

The_atlas_of_beauty_Myanmar

The_atlas_of_beauty_Rio-de-Janeiro

Fonte: Petapixel.

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01 Feb 02:49

Slicks novos ou usados para track day?

by Micheski
Foto: reprodução: wikipedia Com o fim das competições que utilizavam rodas e pneus de medidas comuns aos de rua, conseguir um jogo de slicks usados ou novos virou tarefa para poucos afortunados, porém existe luz no fim do túnel. Foto: divulgação © BMW GROUP Foto: divulgação Fiat   O mercado nacional de pneus de competição, tanto slick como semi-slick esteve nos últimos anos limitado
01 Feb 00:41

Tem que aprender desde cedo né?

by Zanfa

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25 Jan 19:47

Vivendo com um carro alugado

by Redação

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A terceirização de frotas tem obtido cada vez mais espaço entre as empresas. São muitas as vantagens, entre elas: o custo de locação de um carro, que em contrato mensal é normalmente menor que os custos combinados de leasing, seguros, manutenção e depreciação. Locações em contrato mensal permitem às empresas que os veículos ofertados aos usuários sejam sempre novos, já que carros de locadoras são vendidos com menos de 50.000 quilômetros.

Além disso, há a comodidade de não ter de cuidar de manutenção e conservação dos veículos, o que fica a cargo das locadoras, e de durante as manutenções não deixar o usuário sem veículo. Se essa modalidade oferece vantagens financeiras e operacionais às empresas, o mesmo vale para os usuários. No entanto, para o usuário, a cessão de um carro locado, seu uso e manuseio, requerem cuidados específicos.

Possuo carro locado na maior locadora do país e em contrato mensal há oito anos. Procedo sempre da mesma forma: retiro um carro que esteja com a menor quilometragem possível, muitas vezes zero quilômetro, e fico com ele até a desativação por volta dos 45.000 km. Depois dessa quilometragem, a locadora retira o carro da frota e o revende. Enquanto permaneço com o carro, efetuo as revisões, a cada 10.000 km, e então o carro retorna para mim após as revisões: durante esse tempo, de cerca de 3 dias, fico rodando com outro veículo locado.

Vivendo com carro alugado: problemas que vivi e como se precaver para que eles não ocorram

Normalmente, ao receber um carro alugado, a sua entrega é feita mediante uma minuciosa vistoria. Toda a lataria do carro, vidros, faróis e retrovisores são verificados, e danos existentes devem ser registrados. Equipamentos de segurança, como macaco, triângulo e estepe, são verificados. Em especial, recomenda-se atenção a pequenos danos e avarias no parabrisa: pois na devolução do veículo, eles podem ser cobrados, e normalmente as locadoras cobram cerca de duas vezes o valor do parabrisa.

Carros alugados são entregues com tanque cheio e lavados, e assim devem ser devolvidos: a cobrança, especialmente do combustível, é feita a valores superiores ao do mercado. E esses cuidados todos com a vistoria resguardam o usuário? Não, e abaixo mostro porque dando exemplos de problemas que vivenciei nestes oito anos.

Senhor, o documento do veículo, por favor

Em uma das revisões do carro que retirei zero quilômetro, foi-me dado um Volkswagen Gol G5 1.0. Ficaria com ele apenas três dias. Vistoria feita, carro na mão. Vamos então a uma pelada, joguinho de futebol de quarta a noite. Fim de jogo, fui dar carona a um amigo que mora em uma cidade da região. Retornando por uma estrada estadual, fui parado pela polícia rodoviária. “Senhor, o documento”. Dei o documento. Dois minutos depois, volta o policial: este documento está vencido.

Não, impossível, esse carro é alugado. E o policial insistiu que o documento estava vencido: então, vou verificar o IPVA e licenciamento, caso o carro não esteja com o licenciamento em dia, será guinchado. Claro que não seria guinchado, um carro alugado na maior locadora do país jamais teria o IPVA e licenciamento atrasados. Senhor, vou ter de guinchar o carro. Realmente, ambos atrasados. E agora, meia noite, no meio da estrada, o que fazer? Liguei no 0800 da locadora, que mandou outro carro, e depois de cerca de uma hora de espera, pude então ir embora. Moral: verificar sempre o documento de um carro alugado é importantíssimo.

Sim senhor, vamos trocar

Certa vez, ao retirar um Ford Fiesta 1.0 Rocam, percebi que a tampa do reservatório de água do radiador estava espanada. Isso fazia com que as vezes a temperatura subisse, e era preciso completar a água. Voltei a loja e pedi a substituição da tampa. “Já estou fazendo senhor”. Descobri que não havia sido feita da forma mais amarga possível. A 3 km da entrada para Campinas, o carro ferveu, em plena rodovia dos Bandeirantes. Levei o carro até a locadora.

Saldo do descaso do pessoal da locadora: R$ 2.500 em retífica, que vi porque pude ir até a oficina para saber como estava o andamento do reparo do carro, que após o reparo retornou para meu uso. Apenas 8.000 km, e um motor já retificado, por conta de um descuido de um funcionário. Moral: verifica sempre, ao solicitar algum reparo ou correção de um problema, se o mesmo foi realmente reparado. E não aceitar o veículo caso não o tenha sido.

Tampa para quê

Retornando de São Paulo, à noite, em um domingo, com um Sandero retirado no meio da semana após voltar de revisão, parei em um posto de gasolina. Ao abastecer, pedi para completar o nível do reservatório de gasolina usada para partida do motor. “Senhor, está faltando a tampa do reservatório de óleo”.

O nível estava normal. Mas sem tampa, poderiam acontecer problemas como entrada de sujeiras no motor, o que poderia causar grandes prejuízos. Tive de ir, às dez da noite, a única loja da locadora aberta na cidade, localizada no aeroporto, para pegar a famigerada tampa. Moral: sempre abrir o compartimento do motor ao receber o carro. Verificar se as tampas de reservatório de água, óleo, vareta de óleo, estão no lugar.

Careca de saber

Como já disse em outro relato, é preciso ter especial cuidado com a cambagem das rodas dianteiras e traseiras da linha Renault Logan. Havia reportado esse fato à locadora: o carro está desalinhado, o volante está pesado. Vamos verificar. O carro permaneceu desalinhado. E com cerca de 28.000 km, numa sexta feira, fiz algo que deveria fazer com mais frequência, confesso: fui calibrar os pneus.

As faces internas dos pneus traseiros já estavam completamente carecas. Não tive dúvidas: corri até a locadora e devolvi o carro, que foi recebido mediante certa insistência. Não recebemos carros para revisão em finais de semana. Mas não vou ficar com o carro, o carro não tem condições de rodar. Enfim, chama-se o gerente e se resolve. Custo para a locadora: dois pneus substituídos, com apenas 30.000 km. Moral: verificar o estado dos pneus, especialmente ao receber carros com mais de 20.000 km, é importante. Você pode ser parado e multado por isso.

Murcho ou escondido

Diferente das experiências vividas com carros de aluguel mensal, essa aconteceu em Manaus, com a locação de um carro por período definido: quatro dias. Ao sair da locadora, percebi que o pneu dianteiro esquerdo estava extremamente murcho, o que deixou a direção pesada. Ao parar para calibrar, qual não foi a minha surpresa: o pneu estava murcho para ocultar um amassado na roda.

Ao devolver o carro, foi-me dito que teria de pagar a roda, porque esta não estava amassada na entrega do carro. Insisti, e nunca recebi nenhuma cobrança. Se o fato foi ocasionado pelo usuário anterior, para não pagar, ou se foi uma tentativa da locadora, que queria esconder a roda avariada para depois cobrá-la, não ficou claro. Moral: verificar sempre o estado dos pneus e se estão cheios. Pneus murchos podem esconder defeitos.

Conclusão

A vistoria de retirada de um carro alugado varia de complexidade, de locadora para locadora. Algumas verificam cada dano no casco, o marcando em um apontamento: outras não fazem isso. No entanto, especialmente para quem possui carro em locação mensal, recomenda-se outros cuidados.

Abrir sempre o cofre do motor, e verificar se todas as peças que podem soltar, como tampas e vareta de óleo estão no lugar. Checar a calibração dos pneus, e se estão em bom estado: o que normalmente não é feito. Checar o extintor de incêndio, especialmente agora que com a mudança de legislação isso pode resultar em multas.

Uma boa olhada no parabrisa: pois qualquer pequena, minúscula marca de pedra, determinará que o usuário tenha de pagar pela sua substituição. Ao solicitar qualquer reparo em uma revisão, fazê-lo por escrito, e sempre verificar, quando possível, se o reparo foi realmente feito. E por fim, verificar os documentos do veículo: mesmo recorrer às grandes empresas não garante, por si só, que os documentos do veículo estejam em dia.

Por Marcus Lima

A noticia Vivendo com um carro alugado foi publicada no site Notícias Automotivas - Carros.








05 Jan 14:40

Como a Inglaterra ensinou à Argentina que longe é um lugar que não existe

by Carlos Cardoso

20120402-03041982_sabado

Nos Anos 80 a Argentina vivia sob um regime militar daqueles bem caricatos, com direito a uma profunda crise econômica. A saída mais fácil, apelar para o sentimento nacionalista. Funcionou para a Alemanha, que revitalizou a economia, gerou orgulho nacional, investiu em educação e saúde, com campanhas nacionais promovendo exercícios e vida saudável. A Alemanha inclusive foi o primeiro país a fazer uma pesquisa de grande escala e associar cigarro com câncer.

A Argentina, claro, carecia de líderes com visão, e embora tivesse um monte de consultores germânicos, colocou os pés pelas mãos e decidiu apenas invadir as Ilhas Falklands.

O plano teria dado certo, se não fossem aqueles garotos intrometidos, o cachorro idiota e a Inglaterra estar em pleno Governo Thatcher, a Dama de Ferro. Quando os EUA invadiram a ilha de Granada, em 1983 esqueceram que ela fazia parte do Protetorado Britânico. Ronald Reagan ligou para a primeira-ministra e pediu desculpas.

Ignorando esses detalhes a idéia argentina era simples. As tais ilhas ficam no fiofó do mundo. Em linha reta (ok, curva) são 12.648 km de Londres. Da Argentina até elas são “só” 500 km de mar. Historicamente as ilhas foram francesas, espanholas e inglesas, mas a maior parte do tempo permaneceram inabitadas. Sendo realista não há NADA lá, a economia das ilhas é basicamente lã e peixe. Mesmo a promessa de petróleo AINDA é promessa, e com a OPEP jogando o preço pra baixo, nada será explorado comercialmente.

longebagarai2

Seria uma aventura simples: meia-dúzia de soldados hermanos, fincam a bandeira, os habitantes continuam com suas vidas. Vitória Argentina. Só que Thatcher viu o ataque como uma chance de lembrar que eles já foram o Império Britãnico, onde o Sol nunca se punha, e aqueles cucarachos simpatizantes de nazistas não poderiam se sair bem nessa.

Foi montada uma Força-Tarefa para retomar as ilhas, mas enquanto isso era preciso amaciar os argentinos, diminuir seu poder aéreo, do contrário os navios britânicos seriam recebidos a tiro, bem antes de ver terra.

Problema: a base britânica mais próxima das Falkland é na Ilha de Ascensão, no meio do atlântico, a 6.300 km de distância do alvo.

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Tecnicamente o Brasil poderia oferecer a Base Aérea de Canoas, mas precisávamos manter as aparências e fingir que não gostávamos de ver a Argentina tomar paulada. Com isso os ingleses tinham um problema insolúvel: nenhum avião conseguiria ir e voltar, muito menos levando uma carga de bombas decente. Eles não tinham bombardeiros de longa distância como o B-52. Toda a estratégia britânica era para uma guerra na Europa, onde tudo fica na esquina.

Os argentinos confiaram nisso, mas esqueceram que os britânicos, esquisitos como são, são gênios da improvisação, seja transportando cerveja em Spitfires, seja construindo um planador para fugir de uma prisão nazista.

O pessoal da estratégia sentou a bunda, começou a fazer contas e bolou um plano onde, teoricamente seria possível fazer com que um bombardeiro chegasse até as ilhas, atacasse e voltasse inteiro. Só que havia um problema: o único avião capaz era o Avro Vulcan, projetado no final dos anos 1940, pra lá de obsoleto e a 3 meses de se aposentar. Quem assiste filmes policiais sabe que isso é um péssimo agouro.

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3 Vulcans precisavam ser colocados em condições de combate. Nenhum deles tinha sequer o hardware para reabastecimento aéreo. A última vez que um Vulcan havia efetuado a manobra foi mais de 20 anos antes. Ferros-velhos e museus foram revirados atrás de peças para remontar as sondas de reabastecimento. Um dos componentes essenciais foi achado no clube dos oficiais de uma base, estava sendo usado como cinzeiro.

Os tripulantes tinham que reaprender a reabastecer e  treinar bombardeio de precisão. As equipes de terra tinham que catar pods de contramedidas eletrônicas Dash 10 usados em caças Bucanner, adaptar e integrar aos sistemas do Vulcan. Sistemas de navegação do Vickers VC10 foram devidamente “roubados” e instalados nos Vulcans.

Ah sim, eles tiveram 3 semanas para fazer isso. Essa foi a parte fácil.

Agora era sentar a bunda e ver se era realmente viável despejar 9,5 toneladas de pura diplomacia britânica na cabeça dos argentinos em Port Stanley. Spoiler: era, e estava criada a Operação Black Buck, como você pode deduzir deste simples diagrama:

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O segredo da operação era o Handley Page Victor, um bombardeiro convertido em avião-tanque, com alcance máximo teórico de 9.800 km.

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A operação, um pesadelo logístico utilizou 2 Vulcans (1 era reserva) e 12 Victors (um deu defeito e foi substituído por um reserva). Deveria funcionar assim:

11 Victors e 1 Vulcan voariam em direção ao Atlântico Sul.

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Em um certo ponto iniciariam a primeira manobra de reabastecimento. Cinco Victors reabasteceriam outros cinco Victors, o 6º Victor reabasteceria o Vulcan.

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Os seis Victors voltariam para a base, com os 5 aviões prosseguindo até o próximo ponto de reabastecimento.

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Neste ponto dois Victors reabasteceriam outros dois Victors, o 5º reabasteceria o Vulcan e retornariam à base. No próximo reabastecimento um dos Victors remanescentes abasteceria o outro.

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Já chegando o último Victor reabasteceria o Vulcan pela última vez e voltaria, com combustível apenas suficiente para chegar em casa. Com sorte.

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Na volta, bem mais leve, o Vulcan encontraria um Victor no meio do Atlântico, faria um único reabastecimento e teria autonomia para pousar em Ascensão. Infelizmente nenhum planejamento de guerra resiste aos primeiros minutos de combate.

Com esse grupo no ar, em silêncio de rádio, seguiram para o Atlântico Sul, e como em guerra quem manda é Murphy, um dos Vulcans começa a apresentar problemas de pressurização. Isso só havia acontecido antes uma vez, nove anos atrás.

O navegador do Vulcan descobriu que a RAF não tinha mapas para o Atlântico Sul. Eles tinham as coordenadas das Falklands, da pista de pouso em Port Stanley, mas nenhum mapa para plotar o curso. A saída foi pegar um mapa do Hemisfério Norte, virar de cabeça pra baixo, fingir que os Açores eram as Falklands e trabalhar assim.

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O Vulcan era Estado da Arte. Arte Medieval.

O Vulcan estava longe de ser um avião moderno, mesmo em 1982. Seu computador de tiro era eletromecânico, com alavancas, polias e correias. Não havia sequer banheiro, tiveram que instalar um toilete químico para os cinco tripulantes.

Voando em silêncio de rádio, eles dependiam das coordenadas pré-combinadas para encontrar os aviões-tanque, e com visibilidade variável, isso nem sempre era fácil.

Algumas das manobras de reabastecimento foram nas piores condições possíveis, no meio de tempestades. Segundo um dos pilotos esse tipo de manobra equivale a tentar enfiar um macarrão mole no fiofó de um gato.

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Durante uma das manobras um dos Victors da última dupla danificou a cesta de reabastecimento. Acabou trocando de lugar com o outro Victor. Para piorar o consumo de combustível estava bem acima do normal. Quando chegou a hora de dar leitinho pras crianças, o Vulcan só recebeu uma fração do que esperava. Deveria ficar de tanque cheio mas o Victor só deu um cheirinho.

E isso depois do comandante do Victor ter feito uma votação entre os tripulantes: abastecer o Vulcan mesmo sabendo que não teriam como chegar até a base, ou abortar a missão?

Foram unânimes e deram o máximo que puderam.

Segundo os mapas estariam quase chegando nas Falklands, então o Vulcan desceu para 100 m de altitude, evadindo os radares argentinos. Só que nada das ilhas. Apelando o piloto subiu para 500 pés, e a borda da ilha apareceu no radar, a pouco mais de 1 km. O Vulcan se dirigiu ao alvo ao mesmo tempo em que os radares argentinos os detectavam.

Subindo para 10 mil pés, acionaram o computador de tiro, o de manivelas. Lembre-se, isso foi antes das bombas inteligentes, foi um ataque digno da 2ª Guerra Mundial, onde esse tipo de missão dependia de frotas de centenas de bombardeiros.

O Vulcan, com a assinatura de radar de uma cidade pequena era um alvo fácil para os mísseis TigerCat, que a Inglaterra havia vendido anos antes para os argentinos. A lentidão na reação dos hermanos foi sua ruína.

Acionando os sistemas de contramedidas eletrônicas, inutilizando os radares inimigos, em seguida o Vulcan abriu as portas do compartimento de bombas e começou a soltar 21 bombas de 1.000 libras, uma a cada meio segundo. Quando a última caiu, sob fogo cerrado de toda arma antiaérea instalada em Port Stanley, o comandante acionou os manetes em FULL MILITARY POWER, subindo o máximo que pode, nivelando e atingindo Mach 0,96.

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Quando achavam que estavam fora do alcance dos mísseis argentinos, a tripulação do Vulcan foi surpreendida com uma bateria de radares de tiro travados no avião. Era a Força-Tarefa britânica, que sem saber se eram amigos ou inimigos, se preparava para reagir se necessário.

O Vulcan rapidamente se identificou, o pessoal rezando pra alguém nos navios saber da missão, do contrário poderiam encontrar algum comandante desconfiado e rápido no gatilho. Felizmente (nem sempre acontece) a Força-Tarefa estava ciente. O Vulcan transmitiu então a palavra-chave “Superfuse”, signficando missão bem-sucedida.

No Victor, voando só no vapor a mensagem foi interceptada e a tripulação soube que acontecesse o que acontecesse, sua missão não foi em vão. No Vulcan, também só no cheiro, todo mundo já estava bem preocupado, até que no melhor estilo Hollywood, um avião-tanque apareceu no último momento, com o precioso combustível. O Victor também foi reabastecido a tempo.

Pela primeira vez podendo respirar o navegador do Victor pegou seu gravador K7, ligou no sistema de comunicação do avião e tocou o tema de Carruagens de Fogo, a pleno volume. O maior bombardeio de longa distância da História, só superado em 1991 com o uso de B52 pelos EUA, havia sido um sucesso completo.

Enquanto isso nas Falklands uma das bombas atingiu em cheio a pista. As outras caíram em volta, danificando a torre, destruindo aeronaves e matando pelo menos dois militares argentinos.

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Os danos foram consertados em 24 h, mas depois disso a pista não foi mais usada pelos Mirage III argentinos, somente por Hercules e Pucarás, aquela bosta. O golpe foi psicológico, o que costuma ser fatal. Antes confiantes na segurança da distância, agora os argentinos sabiam que estavam ao alcance dos ingleses e seus bombardeiros originalmente projetados para levar armas nucleares.

Transformar Buenos Aires em um deserto de concreto derretido, esperar esfriar e mandar o SAS para pintar as faixas e fazer um estacionamento era agora algo que não aconteceria por puro desejo da Inglaterra, não mais por impossibilidades logísticas.

Thatcher poderia bombardear a Casa Rosada, enquanto Buenos Aires não tinha capacidade de fazer nada além de xingar Londres no Twitter. Com uma missão a Inglaterra demonstrou que a derrota da Argentina era apenas uma questão de tempo. E foi. O primeiro ataque ocorreu 1º de maio de 1982. Em 14 de junho uma Argentina derrotada e humilhada entregava os pontos, depois de perder 649 soldados, contra 258 ingleses.

Hoje o máximo que os hermanos conseguem é emboscar comediantes ingleses de meia-idade.

No total a Operação Black Buck executou sete missões. Durante a 6ª, em 3 de junho de 1982 o Vulcan, armado com mísseis anti-radar sobrevoou Port Stanley por 40 minutos, esperando os argentinos reagirem. Quando finalmente acionaram o radar de uma bateria antiaérea, o Vulcan lançou dois mísseis, que destruíram o radar e 4 operadores. Sem combustível, tentaram voltar para a base mas a sonda de reabastecimento quebrou.

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#vejamente

O Vulcan acabou declarando emergência e desviou para o Rio de Janeiro. Dos 4 mísseis que ele levava dois foram presenteados aos argentinos. Um eles ejetaram no mar, mas o último não se desprendeu. Livros de código foram jogados ao mar, bem como equipamento ultra secreto. Escoltado por dois F5 da Força Aérea Brasileira, que chegaram a romper a barreira do som sobre o Centro do Rio, o Vulcan pousou na Base Aérea do Galeão com 2.000 libras de combustível sobrando, se o piloto errasse o pouso não teria combustível para fazer a volta e tentar de novo.

O governo brasileiro fez seu teatrinho, o Vulcan ficou retido, os argentinos queriam que ele fosse confiscado, blá blá blá. Para irritação de Buenos Aires os tripulantes foram colocados em um hotel em Copacabana, super bem-tratados, tomando caipirinha e curtindo praia até o dia 11, quando os governos chegaram a um acordo: o avião e a tripulação seriam liberados, em troca o Brasil ficaria com o míssil AGM-45 Shrike remanescente, assim poderia dizer pra Argentina “veja”, nós desarmamos eles.

O Vulcan em questão ganhou uma marcação especial, listando seus dois ataques e a estadia no Brasil.

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33 anos atrás os militares da Argentina se dedicavam a torturar jornalistas e estudantes comunistas (perdoe o pleonasmo), e em sua arrogância achavam que isso lhes dava um senso de superioridade e invulnerabilidade, mas isso não é ser militar, é ser bandido. Isso não é combate.

O Generalíssimo Leopoldo Galtieri e seus amigos descobriram da pior maneira que lidar com Rebeldes de forma alguma qualifica alguém para enfrentar o Império.

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31 Dec 01:30

Acelerados! Desafio: Gol GTi x Kadett Gsi x Escort XR3 - em Especial

Sonhos nacionais dos anos 90 se enfrentam na pista. Qual leva a melhor?
30 Dec 16:13

PORTA DOS FUNDOS (ESPECIAL DE NATAL)

by admin

Qual é a única coisa melhor que uma versão original? Um remake e uma sequencia! Seguindo a tradição, o Porta lança seu segundo Especial de Natal – O Velho Testamento. Dessa vez, Abraão, Noé, Moisés e suas turmas de Hebreus enfrentaram aventuras e desafios para provarem seu valor a Deus. Preparem-se para um especial repleto de comédia, drama, fé, superação, assassinato, traição, intriga e claro, uma partipação especialíssima do aniversariante. Não perca!

Senhoras e senhores, com vocês, inédito e exclusivo da nossa Porta dos Fundos: “Especial de Natal”…

Para assistir a todos os vídeos da Porta dos Fundos, cliquem AQUI e confirmem a inscrição no canal AQUI.  :-)

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30 Dec 16:12

Como beijar mulher na balada

by Edu

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16 Dec 16:40

OU VAI OU RACHA

by admin

O programa “Sem Vergonha” é tão informal e despojado ao falar de sexo, que põe o “Amor e Sexo” da Globo no chinelo.

E o lema é: “Não deixe para dar amanhã, a rolada que você dá hoje”.

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16 Dec 01:28

Fabricante já fala em carros até 1.4 Turbo Flex entre julho e agosto

by Ricardo de Oliveira

honda vtec turbo 1 1 700x443 Fabricante já fala em carros até 1.4 Turbo Flex entre julho e agosto

A fabricante de turbocompressores BorgWarner já está aprontando sua linha de montagem automatizada para produção de turbos para motores de 1.0 até 1.4 Flex. A fabricação será em sua unidade de Itatiba/SP e deverá começar entre abril e maio.

O fabricante já adianta que entre julho e agosto surgem os primeiros carros nacionais equipados com seu produto. Ou seja, modelos nacionais de 1.0 a 1.4 Turbo Flex. A BorgWarner divulgou que a produção deveria ter começado em 2014, mas a forte retração do mercado atrasou os planos.

Outro fabricante de turbinas, a Honeywell, que fabrica os turbos da marca Garret, diz que já está pronto para aumento da demanda no mercado nacional e sua produção já teve aumento de 30% em 2014. A empresa acredita em maior crescimento nos segmentos de 1.0 a 1.5 litros.

Por fim, um terceiro fornecedor entrará no mercado nacional em 2015. A empresa Master Power diz ter duas montadoras interessadas em seus turbocompressores e já teriam certificado o fornecedor, assim como as cotações de preços já teriam sido aceitas.

[Fonte: Automotive Business]

A noticia Fabricante já fala em carros até 1.4 Turbo Flex entre julho e agosto foi publicada no site Notícias Automotivas - Carros.








11 Dec 15:29

Saiu o trailer de Terminator: Genesys!!!

by Mau Faccio

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O reboot da franquia O Exterminador do Futuro ganhou o seu primeiro trailer hoje, esse será o primeiro filme de uma trilogia, e se passa em 2029, quando John Connor (Jason Clarke), mais uma vez envia Kyle Reese (Jai Courtney) de volta para 1984, para salvar a mãe de John.

Uma das diferenças mais notáveis na história do filme original, involve Sarah Connor, vivida por Emilia Clarke de Game of Thrones.

No original, Sarah era uma garota comum, que se torna uma guerreira entre o primeiro e segundo filme. Desta vez, ela é uma órfã, simplesmente criada por um T-800, vivido por Arnold Schwarzenegger.

Assista:

Versão legendada:

Via YouTube


Mau Mau foi surpreendido!

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Ei nerd! Siga o Jovem Nerd no Twitter, Facebook, YouTube e Instagram, foi o Azaghal que mandou!

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10 Dec 01:49

Developers and Operations in DevOps

by sharhalakis

by uaiHebert

04 Dec 03:18

The project manager will fix it

by sharhalakis

by Iscu

04 Dec 03:18

Writing reports

by sharhalakis

image by @skromnygeniusz

04 Dec 03:18

When asked to solve a bug of a software that we do not know

by sharhalakis

by uaiHebert

02 Dec 19:24

Rosetta: Europa de volta às Grandes Navegações

by Carlos Cardoso

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Houve um tempo em que nosso pequeno planeta era um mundo, um vasto mundo. Povos isolados se achavam o centro do Universo, e viviam felizes assim, mas alguns inconformados acharam que havia mais. Em busca de conhecimento, lucro, oportunidades se lançaram ao desconhecido. De imensos navios chineses a modestos barcos vikings, galeões e caravelas descobriram novas terras, novas civilizações.

Com o mundo explorado, e as guerras mundiais consumindo recursos, a sede de exploração secou. Lambendo as feridas a Europa foi deixada para trás. Estados Unidos e União Soviética eram os grandes jogadores da Exploração Espacial. Eram. Hoje o Espaço embora ainda seja aonde nenhum datilógrafo jamais esteve, está sendo explorado por várias nações, e todas sem exceção aproveitam os benefícios disso.

A Europa por sua vez deu a volta por cima e além de sócia da Estação Espacial Internacional tem diversos projetos próprios. O mais espetacular é a sonda Rosetta.

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Em 1986, no tempo em que se vendia plutônio em farmácias a NASA e a Agência Espacial Européia (ESA) decidiram por uma missão conjunta a um cometa. Em 1992 a NASA ficou sem grana e pulou fora do projeto, mas a ESA continuou. O resultado foi a Rosetta, uma sonda com o ousado objetivo de chegar a um cometa e lançar um módulo de pouso, para pela primeira vez estudarmos sua composição in loco.

O Lançamento

A Rosetta foi lançada em 2/3/2004, com mais de um ano de atraso. a explosão de um Ariane 5 no final de 2002 congelou o programa, ninguém ia arriscar uma sonda com um foguete não-confiável. Quando finalmente deram sinal verde, o cometa 46P/Wirtanen já estava fora de posição. Era preciso achar outro alvo. O escolhido foi o cometa 67P/Churyumov–Gerasimenko.

Essa escolha não foi aleatória. Em ficção científica naves usam motores o tempo todo, pois aplicam cheat codes e conseguem combustível infinito. Na vida real nós precisamos trapacear de forma mais elegante, usando a gravidade de outros planetas para criar um efeito estilingue e acelerar a nave. Isso rouba energia do planeta, fazendo ele girar mais lentamente, mas não se preocupe, é ínfima, mais ou menos a energia que há no seu corpo no sofá, depois da macarronada do domingão quando a mulher chama pra ir na casa da sogra.

As Manobras

Esse balé espacial é matemática pura, é de uma beleza ímpar, usa princípios conhecidos por Isaac Newton. Mesmo Kepler entenderia perfeitamente. São Leis muito simples (mas Gravidade é apenas uma Teoria) aplicadas, e em sua simplicidade, nos levam a outros mundos.

Depois do lançamento em 2005 a Rosetta teve um primeiro (re)encontro com a Terra, em 4/3/2005. Isso a acelerou, entrando em uma órbita que a faria encontrar Marte, em 25/2/2007. Essa foi a mais arriscada. Para garantir o impulso gravitacional necessário ela precisou passar a 250 km de altitude. Um pentelhonésimo de grau a mais ou a menos no ângulo de entrada e adeus Rosetta. Também havia o problema de a sonda ficar muito tempo na sombra do planeta, ninguém sabia se as baterias iriam aguentar. Aguentaram.

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Oi Marte. Ah? Não, só de passagem…

Feito isso ela entrou numa trajetória que em 13/11/2007 a faria passar pela Terra. De novo. Em 2008 ela passou perto de um asteróide, e em 12/11/2009 ela fez oooouuutra passagem pela Terra, pegando velocidade para ir pros cafundós do Sistema Solar, na rota final para o 67P. Veja as manobras:

European Space Agency, ESA — Rosetta’s twelve-year journey in space

O cometa 67P tem 4 km de comprimento, parece um pato de borracha. Tem massa de 10.000.000.000 toneladas. Como todo cometa, é mais antigo que os planetas do Sistema Solar. Guarda segredos de nossa origem, além de ser a fonte da água na Terra. Possui compostos orgânicos e muitos mistérios a explorar. Infelizmente ele tem um campo gravitacional pífio.

Isso não quer dizer que esse campo não exista, senão o próprio cometa se esfacelaria, mas por ser muito baixo, é complicado manobrar nele. Até o Rubinho, se não tomar cuidado atinge velocidade de escape, que é de 1 m/s.

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Tente VOCÊ pousar nesse troço

A Rosetta não poderia usar uma manobra normal para entrar em órbita do cometa, então os jovens cientistas da ESA (jovens pois depois dos 30 ninguém arrisca a reputação propondo algo assim) sugeriram uma série de manobras em trajetórias hiperbólicas, para reduzir a velocidade da sonda. É o tipo de coisa que uma nave espacial não deveria fazer, nem em ficção científica ruim. O problema é que funcionou. Vejam:

European Space Agency, ESA — Rosetta’s orbit around the comet

Os objetos não estão em escala, claro. O cometa é muito maior que a Rosetta. Para facilitar vejamos algumas imagens.

Comparado com Los Angeles:

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Para os trekkers entenderem:

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Chegando no cometa a Rosetta fez toneladas de sondagens, fotos e até um selfie, pra ficar na moda, mas para coroar a missão era preciso lançar o Philae, um módulo de pouso batizado com o nome da ilha onde foi achado um obelisco com uma petição bilingue  online contra o PT dos sacerdotes locais reclamando de funcionários públicos que iam passar férias se fazendo de peregrinos e vivendo às custas do Templo de Osíris. O obelisco, junto com a Pedra da Rosetta foi fundamental para o entendimento dos hieroglifos.

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Um robô testando um robô.

Do tamanho de um frigobar de hotel e custando quase tanto quanto um, se você consumir tudo que há dentro incluindo o Toblerone, o Philae pesa 100 kg e foi projetado para funcionar em ambientes de microgravidade. Lotado de câmeras e instrumentos ele seria lançado da Rosetta, desceria por 7 horas puxado pela gravidade do cometa e quando tocasse no chão, um propulsor o firmaria.

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Philae, visto da Rosetta

Arpões prenderiam o módulo ao solo, e brocas literalmente aparafusariam o bicho ao solo.

Yeah, Arpões Espaciais!

Isso é importante pois cometas não são astros mortos, eles sofrem abalos sísmicos, emitem jatos de gás e poeira, e como são compostos boa parte de gelo, tendem a não funcionar direito perto do Sol.

Na teoria isso deveria acontecer, mas estamos falando de hardware que ficou 10 anos no espaço. Não se sabia nem se o Philae conseguiria se desprender da Rosetta.

Bem, ele se desprendeu mas aí as coisas começaram a dar errado.

Ao tentar pressurizar o propulsor a telemetria indicava que algo não havia funcionado. Um pino deveria perfurar um tampão de certa e liberar o gás (sim, simples assim) mas não conseguiu. O Philae dependia agora da gravidade e dos arpões.

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Parece Halo, mas é um cometa, visto de 10 km.

As informações iniciais do pouso indicaram que os arpões não haviam disparado, e que os sinais de rádio estavam intermitentes. Isso era perigoso. As baterias não aguentam muito tempo, será que ele havia pousado torto?

Outros sinais indicavam que o Philae havia penetrado (epa!) 4 cm no solo, mas isso não explicava os sinais de rádio com problema.

A teoria é que o Philae, ao contrário da mãe (quem pega essa referência?) havia quicado. Um dos diretores do projeto brincou dizendo que a ESA havia pousado não uma mas duas vezes em um cometa. Ele foi modesto. Análise dos magnetômetros mostrou que o módulo quicou duas vezes, pousando TRÊS vezes em um cometa. ESA 3 × 0 NASA.

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Um selfie com um cometa. Foi mal aê.

O pouso inicial foi às 15:33. Ela quicou com uma velocidade inicial de 0,285 m/s e seguiu em uma parábola por 455 metros. às 17:26 ela atingiu o solo de novo, quicando mais uma vez, com velocidade de 0,019 m/s. Sete minutos e 3 metros depois, a Philae pousou pela terceira vez, em seu local de repouso final.

O módulo está 100% operacional, exceto que não fixado ao solo. Isso pode afetar partes como o braço coletor de amostras, e se o cometa começar a se agitar é capaz de o pobre módulo ser ejetado para órbita, fazendo com que o inabitado cometa 67P tenha um programa espacial melhor que o do Brasil.

Para piorar parece que a Philae caiu em um buraco ou ravina, e não tem luz solar suficiente para recarregar as baterias.

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Jatos de gás. Isso não é bom.

Não importa, ele já cumpriu sua missão original, pousar em um cometa, e como diz o Capitão Boeing, qualquer pouso de onde você saia andando é um bom pouso.

Agora a ESA vai estudar os dados e tornar o cenário mais claro. Neste momento a Rosetta está transmitindo de meio bilhão de quilômetros a 28 kb/s, mais ou menos o que a minha operadora oferece quando ultrapasso a franquia de dados. 2 kb/s são telemetria, o resto são dados científicos.

Ela só tem 55 horas de bateria. 8 dos 10 instrumentos estão funcionando, os outros dois dependem de movimento então não serão usados. Ela só está recebendo 90 min de luz a cada 12 h. Ela parou 1 km fora da posição planejada. Só um dos painéis solares está funcionando, não se sabe se por dano ou bloqueio. Esperam que com a rotação e libração do cometa ela receba mais luz nos próximos dias.

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Nada não, apenas a primeira imagem na História da Humanidade feita da superfície de um cometa.

The End?

Em agosto de 2015 o cometa atingirá o periélio, ponto mais próximo do Sol. A Rosetta acompanhará, orbitando, e se sobreviver ao evento, continuará até dezembro, quando então tentarão um pouso suave. Já sabemos que ela quicará, o que só prova que não existe fracasso científico, só aprendizado.

10 anos, dois planetas, dois asteróides, um cometa, incontáveis dados. 500 anos atrás, mesmo com a ganância sendo o motivo principal para explorarmos o desconhecido, por trás dela estava a curiosidade. Hoje chegamos a um ponto onde pelo menos de vez em quando deixamos para trás a mesquinharia e embarcamos na busca do conhecimento puro.

Um dia, quando estivermos terraformando Marte, e poderosos rebocadores espaciais colocarem cometas em órbitas de colisão com o planeta vermelho, repetindo artificialmente o que aconteceu com a Terra bilhões de anos atrás, ainda estaremos usando conhecimento adquirido com a Rosetta e o Philae. Nosso conhecimento e nossa civilização consegue enxergar mais longe, como dizia Newton por estarmos em pé no ombro de gigantes. Curioso um desses gigantes ser um robozinho quicador de 100 kg.

Para saber mais:

Site oficial da ESA

Flickr da ESA

Twitter da ESA

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02 Dec 16:59

A imensidão das galáxias com: INTERESTELAR

by Renan Fraya

Okey pessoas, é oficial: Christopher Nolan zerou a vida, e vamos falar do melhor filme do ano da década do século do planeta da imensidão das galáxias!!! Tá, tá bom, exagerei um pouquiiinho, certo? ERRADO! Eu tô impressionado-emocionado-arrepiado até agora, nem o céu e nem o universo é o limite para: INTERESTELAR.

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É sério, é seu dever de casa assistir esse filme! Aqui temos revoluções no mundo da cinematografia em Hollywood e no mundo. É um filme altamente realista (é sério, explico o porque) e altamente melancólico. A trilha ajuda muito pra que você chore feito menino novo, pois é incrível, assim como a estória e tudo! E sim, é um ar de melancolia e nostalgia que vão te fazer sair do cinema repensando o sentido da vida e o futuro da humanidade hahahaha é sério.

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Na estória, a tal da humanidade tá passando um perrengue louco com a falta de comida e recursos naturais. Não sendo problema suficiente, as plantações que ainda restam toda hora são atacadas por pestes, tempestades de areia, ou as duas juntas. No meio dessa crise, o ex-piloto espacial e atual fazendeiro Cooper (Matthew McConaughey) é convocado pra liderar uma missão e ir em busca de novos planetas pra geral se mudar da terra (até aí, faz eras que a África é assim e eu nunca vi ninguém ir atrás de um planeta pra galerê se mudar #prontofalei).

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Não posso ir além na estória, não quero corre o risco de estragar esse filme pra ninguém! Mas posso dizer que foi uma das melhores experiências cinematográficas que já tive. O visual do filme é INSANO! É realmente MUITO lindoso e MUITO bem feito. Isso porque o tal de Nolan fez questão de que todas as locações fossem reais. “Como assim meu colunista favorito?”

- As tempestades de areia foram criadas na hora da filmagem pela produção, e não pela computação gráfica.

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- As cenas da nave na água (exceto, óbvio, pela onda gigante) era na água mesmo, em algum rio-mar, sem computação gráfica. Assim como as cenas no gelo.

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- As naves foram todas construídas exclusivamente para o filme, e os movimentos também são reais, tipo aquelas kombis de “cinema 4D” dos shoppings da vida, só-que-infinitamente melhor, né.

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E aqui começa uma piração NO LIMITS: Nenhuma das cenas do espaço foi feito no croma (tela verde). Foram construídos projetores GIGANTES ao redor das naves para rodarem as imagens do espaço durante as gravações. E as imagens não são mera ficção, mas sim representações reais de buracos negros e galáxias e espaço e tudo.

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Parece a brisa do macaco loco da arábia africana, mas todas as teorias e as imagens tem como base a ciência de verdade verdadeira. Então, assim, tua cabeça explode durante esse filme.

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Sem dúvida, uma das coisas que mais gostei no filme foram os silêncios no espaço. Aqueles momentos são marcantes demais, numa situação onde em Star Wars teria um puta barulho de explosão, em Interestelar o silêncio tomava conta, e só restava contemplar aquele mix de paz e caos na mesma cena. Que, é claro, teve bastante inspiração do filme 2001 – Uma Odisseia no Espaço.

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VOEM PRO CINEMA, e sejam felizes!

Que a força esteja com você.. não, pera

25 Nov 19:34

A cura para o envelhecimento

by David Cain

Uma realidade deprimente que, num determinado momento, todo mundo vem a perceber: o tempo flui cada vez mais rápido quanto mais envelhecemos. Os dias e anos parecem ficar para trás com velocidade cada vez maior, e é fácil entender por que: para uma criança de um ano de idade, aquele ano é a duração de uma vida, enquanto que para alguém com 40 anos, é apenas um quadragésimo do tempo de uma vida.

Isso significa que estamos, essencialmente, acelerando em direção ao túmulo – mas podemos fazer algo para tornar isso irrelevante, e vou explicar como.

Fiz 34 anos de idade semana passada, e quando penso neste número, parece que pertence a um estágio de vida totalmente diferente dos 33. Alguém com 33 é apenas uma pessoa com 31 que você não encontra há algum tempo, e alguém com 31 anos é apenas uma pessoa com 29 mais dois verões rápidos, e 29 anos é o que todo mundo quer ter, de toda forma.

Mas 34 é marca o momento no qual o arredondamento começa a tender para o outro lado. Sabemos que 34 facilmente vira 35, e mais um presidente (estadunidense) novo, você está com 39, o que é o mesmo que 40. E nesse momento, enquanto ainda não se está bem perto da velhice, provavelmente já estamos descendo a montanha do tempo de vida, e os dias de jovem acabaram.

Tudo isso não passa de um exercício inútil de pensamento. Não significa nada. Os números nos iludem. É por isso que os preços das coisas ainda terminam em 99, e as estatísticas nos enganam com relativa facilidade, e o Problema de Monty Hall ainda surpreende muita gente.

Quando coloco os números de lado, e olho para minha experiência real de envelhecimento, a vida tem sido consistentemente melhor, não pior. Sou agora mais calmo, mais feliz, mais confiante, mais sábio, usufruo melhor os momentos ordinários e vivencio cada vez menos crises e tenho menos medos. Tenho quase tantos problemas quanto sempre tive, mas os resolvo mais rapidamente. Quanto mais velho fico, mais acho fácil fazer coisas difíceis.

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Arte de Anderson Awvas. Clica na imagem e dá uma olhada no trabalho dele, vale a pena

Ainda assim martelam por aí que o envelhecimento é algo a se temer – que seu eu mais velho é pior do que seu eu atual, e que qualquer aniversário depois dos 29 é uma pequena tragédia.

Também estou consciente de que acabei de completar 34, e não 64, e que mal comecei a vivenciar os efeitos do envelhecimento. Mas tenho todas as razões para acreditar que todas as qualidades em que obtive as melhorias listadas acima continuarão a melhorar até que eu esteja próximo da morte.

Certas coisas se perdem, é claro. Quando eu tinha cinco anos de idade eu podia cair e provavelmente nem me machucar. Eu conseguia almoçar sorvete e não me sentir mal depois. Minha pele tinha menos manchas. Uma hora dessas provavelmente vou passar por dores nas juntas e outras coisas semelhantes. Mas acredito que com a idade vou ganhar muito mais do que perder.

O que realmente perdemos quando envelhecemos? Porque pensamos que seja algo tão ruim?

Bem, em primeiro lugar, o que tememos mais não é envelhecer, mas aquilo que finalmente acontece quando envelhecemos – e geralmente confundimos essas duas coisas. A morte e o envelhecimento não são realmente o mesmo problema, e não acho que faça sentido se preocupar com o fato do envelhecimento estar nos aproximando da morte. O fato de que a vida termina fez parte da coisa toda desde o início, e sempre soubemos disso. E a morte, quando vier, vai justamente tornar irrelevantes todos os problemas do envelhecimento.

O seu corpo vai ficar mais fraco ao longo das décadas. Sabemos disso. Mas é importante perceber que sua forma e capacidade físicas têm muito mais a ver com como você passa seus anos do que com a quantidade deles que você já viveu. Sou um total novato no mundo da boa forma, mas já estou em muito melhor forma do que eu tinha com 25, e existem pessoas de 65 anos que podem correr ao meu redor, ou até puxar peso dez vezes mais intensamente do que eu. Embora seja verdade que nossos limites de agilidade física diminuam com a idade, a maioria de nós não vive forçando esses limites.

Nós vivenciaremos mais discriminação por idade, o que é irritante, mas não se trata de um problema exatamente insuperável. E também não tem muito a ver diretamente com o envelhecimento: é consequência de se viver numa cultura que supervaloriza a juventude. Em outras palavras, permanecer jovem não evitaria a discriminação por idade. Como sabemos, muitas culturas (do passado e do presente) tem reverência pela velhice.

A gente raramente se lembra das pessoas pela sua imagem com idade avançada. Esse, por exemplo, é o Robert Plant de hoje

A gente raramente se lembra das pessoas pela sua imagem com idade avançada. Esse, por exemplo, é o Robert Plant de hoje

Ficamos menos belos fisicamente, pelo menos em termos de apelo sexual biológico puro. Certamente terei menos cabelo e mais rugas daqui a 20 anos. Mas mesmo que isso aconteça, podemos nos tornar pessoas mais articuladas, carismáticas e agradáveis, se estes valores nos são importantes. Enquanto que o aspecto mais superficial da beleza possa perder o viço, podemos cultivar magnetismo e apelo pessoal em níveis ilimitados em todos os outros aspectos. E mesmo a beleza externa pode ser preservada ou melhorada em médio prazo, com investimentos em boa forma e saúde, se é algo que se valoriza.

Há uma questão de saúde própria das mulheres: a perda da capacidade de dar a luz a crianças saudáveis ocorre relativamente cedo, e portanto começar uma família biológica é uma das poucas coisas que precisam ser encaradas com certa urgência (novamente, se isso é importante para você).

Estou disposto a aceitar a perda gradual de minhas qualidades físicas, sabendo que estou paulatinamente me tornando mais culto, mais fácil de conviver, mais habilidoso e mais sábio. Não tenho motivo algum para acreditar que perderei quaisquer destas qualidades devido a apenas o envelhecimento, até que eu esteja bem perto do fim.

É claro, melhorar ano após ano demanda a intenção de se melhorar ano após ano. O autodesenvolvimento não acontece por acidente. Muito do que a idade aparentemente nos “tira” – saúde, possibilidades, otimismo, confiança, poder pessoal – é apenas o que se abandonou voluntariamente. Se priorizamos a melhoria nessas áreas importantes, então os aniversários marcarão aumentos em capacidade e habilidade, e não atrofia e perda.

Mas se você diz a si próprio que o barco da boa forma já partiu, então é porque já partiu. O mesmo vale para o barco do sonho da carreira, o barco de viajar pelo mundo todo, o barco de escrever um grande romance. Não perdemos o barco, apenas paramos de pensar nestas coisas como barcos em que se pode embarcar.

Acho que muitas pessoas sentem particularmente que perdem possibilidades. A gama do que se pode fazer com a vida parece encolher quanto mais ficamos presos em nossas obrigações presentes.

Não acho que isso ocorra por causa da idade, mas porque existe uma norma cultural tácita de deixar os hábitos estagnarem assim que se completa 30, e daí se entra em uma espécie de modo de manutenção, em vez de um modo de melhoramento contínuo. Se você está numa carreira a 5 ou 10 anos, é difícil trocar por algo melhor, porque isso geralmente significa ganhar menos. Tomamos obrigações de trabalho e de família que facilmente consumem toda nossa energia, se permitimos que o autodesenvolvimento se destaque da lista de nossas prioridades não negociáveis.

Se você está vivendo a vida em modo de manutenção, então você está dando um passo em falso enquanto envelhece. Se você está apenas ficando mais velho sem um foco em autodesenvolvimento, então as mesmas coisas que afligem a todos se tornam mais difíceis.

A passagem do tempo não é um problema para alguém que está determinado a melhorar cada aspecto importante de sua vida ao longo do tempo. Será ainda preciso abandonar certas coisas, mas é mais fácil dizer tchau para a pele suave e aspirações olímpicas quando se sabe que se está indo na direção de mais prosperidade, sabedoria, habilidade, liberdade pessoal e equanimidade.

Se mantemos objetivos de longo prazo, a idade nos concede prêmios de consolação excelentes. Por exemplo, se o seu objetivo é conseguir correr maratonas e duplicar a renda em três anos, será que daqui esse tempo o que quer que você venha a encontrar será tão ruim?

A doença e o colapso físico são inevitáveis, mas podem ser atrasados com um compromisso de longo prazo com a saúde. Quando se estabelecem, são coisas que podem ser graciosamente gerenciadas com sabedoria e presença — se o desenvolvimento dessas qualidades tem sido mantido como uma parte do estilo de vida.

O que alguém que se dedica ao autodesenvolvimento está realmente criando é conforto – conforto no longo prazo. Levar cinco anos para mudar de carreira que não o deixa louco pode ser difícil no curto prazo, e muito, mas muito mais fácil no longo prazo. Fazer exercícios é mais difícil do que matar o compromisso de academia do dia, mas aquela hora que se perde, se fosse efetivamente usada para manter a forma, criaria muito mais conforto em nossa vida.

Aquele que dedica seus anos ao autodesenvolvimento está sempre ajustando a vida de forma que ela venha a render dividendos de alegria e conforto. Se para você é natural passar a vida inteira desenvolvendo habilidade, prosperidade e sabedoria, então os aniversários começam a surgir como um “passar de fase”, e não como momentos de derrota.

* * *

Nota da tradução: esse post foi originalmente publicado no blog Raptitude e traduzido sob autorização do autor.


por David Cain








25 Nov 19:27

Como funcionam, ou deveriam funcionar, os três poderes: Legistativo, Executivo e Judiciário

by Thiago Trung

Como advogado militante, tenho a impressão de que a administração pública enxerga o cidadão sempre como uma parte contrária, nunca como sua própria razão de ser.

Queria abrir um parênteses entre nós e me permitir sonhar um pouco. Já imaginou um partido político que não estivesse interessado em nenhuma outra forma de poder senão o exercício pleno do cargo legislativo? Um partido que não almejasse administrar o país, o Estado e os Municípios, mas simplesmente legislar e fiscalizar os atos do Poder Executivo?

Eu particularmente acredito muito nessa ideia.

Mas seja para criticar minha impressão sobre a administração pública enxergar o cidadão como parte contrária ou para sonhar com outras formas de se fazer política, precisamos antes entender como funcionam as coisas. Ou nos tornamos ativistas de sofá.

No primeiro texto da série “Para entender política“, tratei brevemente da separação dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Portanto, a noção geral você já tem: o Executivo administra, o Legislativo cria normas e o Judiciário julga conflitos.

Essa separação não é tão estanque, e, por vezes, o Legislativo julga e o Executivo legisla.

O propósito deste texto, o quarto da série, é avançar um pouco mais nesse assunto e esclarecer como este assunto também pode aprimorar sua opinião política.

Como funciona o Legislativo

A Câmara dos Deputados

A Câmara dos Deputados

O Brasil adota um processo legislativo bicameral, ou seja, ele se fraciona em duas casas: a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, que, juntos, formam o Congresso Nacional.

A Constituição Federal nos diz que a Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, enquanto que o Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal.

Assim, não é bem verdade quando se diz que os todos os políticos nos representam, pelo menos do ponto de vista jurídico. Os Deputados Federais, que ocupam a Câmara dos Deputados, sim, representam os cidadãos. Já a função dos Senadores é de atuar em defesa dos Estados que os elegeram, e não diretamente em defesa da população.

Como já sabemos, a função primordial do Legislativo é produzir normas. Seria muito legal discutir o processo legislativo completo, mas talvez isso valha um texto exclusivo pois, além de longa, a discussão pressupõe conhecimento básico sobre a hierarquia das normas no ordenamento jurídico, o que ainda não incluí na série de textos Para entender política.

Por ora, fique com a ideia de que o processo legislativo difere para diferentes tipos de normas e pode envolver diferentes quóruns de aprovação, sessões de votação separadas ou conjuntas das casas e muitas comissões de análise e estudo das propostas.

A diferença entre as duas casas não é só de representação. Cada uma delas tem competências específicas, mas complementares. De novo, não cabe neste texto o detalhamento das competências de cada casa – se tiver curiosidade, dá uma olhada nos artigos 49, 51 e 52 da Constituição Federal e mata a curiosidade. O que eu quero fazer, mesmo, é chamar a atenção para uma informação um pouco menos óbvia e que normalmente passa despercebida: o Poder Legislativo possui poderes que vão muito além da produção de leis.

Além das atribuições legislativas, o Poder Legislativo tem atribuições de fiscalização, controle e julgamento. Nelas estão incluídos os seguintes:

(i) Poder de pedir informações de quaisquer órgãos subordinados à Presidência da República (sendo que se tal órgão desobedecer o pedido, isso pode ser considerado crime de responsabilidade);

(ii) Formação de comissões parlamentares de inquérito – as famosas CPI –, que possuem poderes de investigação iguais das autoridades judiciais;

(iii) Controle das contas da Presidência da República, com ajuda do Tribunal de Contas;

(iv) Fiscalização e controle dos atos do Poder Executivo;

(v) Julgamento de crimes de responsabilidade do Presidente da República, Ministros do Supremo Tribunal Federal, do Procurador-Geral da República e do Advogado-Geral da União (um crime de responsabilidade é aquele que atenta contra a Constituição Federal); e

(vi) Aprovação do orçamento anual e planejamento plurianual, que estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para investimentos e para a manutenção de programas de duração continuada.

Essas competências tão displicentemente ignoradas por nós evidenciam como estamos errados em superestimar o Presidente da República, pois ele deveria ser devidamente controlado pelo Poder Legislativo.

E como estamos ainda mais errados em subestimar o Poder Legislativo, pois ele é o Poder que pode de fato obrigar o Presidente da República a agir conforme o ordenamento nacional e, em última instância, conforme os interesses da população.

A existência desses poderes de fiscalização é o principal motivo pelo qual entendo que um Legislativo politicamente controlado pelo Executivo não pode dar coisa boa, pois, neste cenário, o Executivo, que já concentra uma enorme liberdade de ação, age com a certeza de que não terá suas decisões questionadas.

A compra de apoio político é tema dos mais relevantes em teoria política e ocorre nas mais diversas formas, como, por exemplo: coligações partidárias para obter maior tempo de televisão, loteamento de cargos públicos de primeiro e segundo escalão, promessa de obras em nichos eleitorais específicos e, até mesmo, dinheiro vivo.

Honestamente, não vejo muita diferença entre vender apoio político em troca de cargo na administração pública ou de dinheiro – ambas são deturpações da função política do Poder Legislativo e evidenciam como os políticos se apropriam do cargo e o usam em benefício próprio ou do partido.

Apenas para finalizar as considerações básicas sobre o Legislativo, o sistema bicameral normalmente é criticado por ser um modelo pouco favorável a reformas. Isso porque o veto a uma mudança legislativa, ou mesmo a postergação de sua análise para um futuro incerto, é politicamente mais fácil no Senado (pois há menos pessoas envolvidas), do que na Câmara dos Deputados (um ambiente com mais agentes políticos). Se houvesse somente uma casa legislativa, numerosa, esse manejo político seria um pouco mais trabalhoso.

Seguindo, como funciona o Executivo

Gabinete presidencial no Palácio do Planalto | Foto: Roberto Stuckert Filho/PR.

Gabinete presidencial no Palácio do Planalto | Foto: Roberto Stuckert Filho/PR.

Finalizado o Poder Legislativo, passemos para o Poder Executivo, que é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado.

No nosso sistema presidencialista, a Presidência acumula funções de chefia de Estado, relacionadas principalmente a relações internacionais, e de chefia de governo, referentes a questões internas.

É este o Poder que determina onde serão investidos os recursos do país, separa quais áreas serão priorizadas, desenvolve e aplica políticas públicas e executa as leis criadas pelo Poder Legislativo. Pela sua própria natureza, o Poder Executivo possui bastante discricionariedade – forma de agir onde não há no agente qualquer restrição ou limite – em suas atividades, motivo pelo qual seria saudável sua constante fiscalização por parte do Legislativo e do Judiciário.

Diante de tamanha liberdade de ação, perceba como é importante fazer a escolha do chefe do Poder Executivo com base nos programas de governo que os candidatos divulgam, pois, em tese, eles representam a visão que o político tem para o país. Você pode até simpatizar mais com um candidato do que com outro, mas, afora a simpatia, você compartilha de sua visão de país?

Antes disso: você já refletiu sobre suas próprias preferências políticas?

Você pode escolher, por exemplo, dar mais relevância à economia, às relações internacionais, à desigualdade social, aos direitos humanos ou ao meio ambiente, e então escolher o candidato que mais se alinha com suas preferências.

Quando estiver refletindo sobre suas preferências políticas, seja realista: os recursos do país são finitos e não dão conta de tratar de todos os temas de forma satisfatória, por isso preferências devem ser escolhidas. Se você defende a redução de impostos, saiba que isso afetará a qualidade dos serviços públicos; se você almeja a redução da inflação, saiba que isso reduz o crescimento e pode aumentar o desemprego.

Discutir política de forma madura é adotar posições e suportar prós e contras (aliás, não seria maturidade a capacidade de realizar escolhas conscientes e bancar suas consequências?). Defender educação em período integral, saúde de primeiro mundo, redução da inflação, crescimento econômico de dois dígitos, diminuição dos tributos e fim da desigualdade social, assim, tudo junto, não dá. Ninguém disse que é fácil, mas, para você se definir politicamente, você precisa fazer escolhas e ter preferências.

Sinceramente, o Poder Executivo é menos interessante para mim, pois se apresenta como um grande administrador (e, lembrem-se, eu sou jurista; para os politólogos, a coisa é diferente).

Como cidadão, procuro me inteirar sobre quais políticas estão sendo executadas, quais as prioridades de investimento e quais os rumos que o Presidente aponta para o país, tentando fazer uma constante avaliação de acordo com a minha escala de preferências. Mas isso sou eu, e estou aberto a sugestões.

Por fim, como é o Judiciário

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal

No esforço de tratar da separação dos Poderes de forma sucinta, passemos já para o Poder Judiciário, cuja principal função é resolver conflitos de interesse nos casos concretos, com base no ordenamento jurídico.

Assim, quando houver divergência sobre quem está errado e quem está certo, o Judiciário deve ser acionado e a ele cabe resolver a pendenga. O que ele decidiu, está decidido, e pronto.

O julgamento de um conflito por uma parte imparcial é um importante meio de pacificação social, pois evita que a discussão sobre determinado assunto se perdure infinitamente no tempo e impõe um fim, com uma solução que deve ser considerada correta.

O Judiciário tem diversos órgãos com diferentes competências, conhecidos por um monte de siglas. Vou quebrar seu galho e fazer um resumão para que você não se sinta muito perdido lendo o caderno de política:

(i) STF, ou Supremo Tribunal Federal, que é a cúpula do Poder Judiciário e tem como objetivo primordial a defesa da Constituição Federal e da Federação.

(ii) STJ, ou Superior Tribunal de Justiça, cuja principal função é proteger a incolumidade das leis federais;

(iii) TST, ou Tribunal Superior do Trabalho, que é a última instância para julgamentos referentes a relações de trabalho;

(iv) TSE, ou Tribunal Superior Eleitoral, que julga conflitos referentes ao direito político-eleitoral; e

(v) Superior Tribunal Militar, que se ocupa dos crimes militares.

Esses são os órgãos de cúpula, ou seja, as últimas instâncias de decisão sobre os respectivos assuntos.

Eles também têm competências específicas para julgar ocupantes de determinados cargos políticos que, por sua relevância, não seguem o caminho normal do processo. Assim, por exemplo, o STF deve julgar os crimes do Presidente da República (lembrando que os crimes de responsabilidades são julgados pelo Legislativo), dos membros do Congresso Nacional e seus próprios ministros, enquanto que o STJ julga os crimes comuns dos Governadores.

O Poder Judiciário, seguindo a lógica do Federalismo, também se divide em Federal, para os assuntos que envolvem interesses nacionais, e em Estadual, para aqueles temas de impacto local. Por isso há os Tribunais Regionais Federais e os Tribunais de Justiça, estes últimos em âmbito estadual. A divisão não é exatamente assim, mas essa é a ideia geral que eu gostaria que você levasse deste texto.

O Judiciário é um excelente instrumento político a ser utilizado pelo cidadão. Isso porque, se você sofrer restrição ilegal de seus direitos por parte da administração pública, por exemplo, você pode ingressar no Judiciário para que ele a force a cumprir a lei. Acredite, a administração pública, em todos os níveis federativos, adota ordinariamente procedimentos que ilegalmente afetam os direitos dos cidadãos, e você precisa lutar contra isso.

Cobrança de tributos de pessoas erradas, retenção de informação pessoal do cidadão, concessão de benefícios previdenciários em desacordo com a legislação vigente, é tanta coisa que até inventaram o “mandado de segurança”, que é uma ação especial contra atos ilegais de autoridades.

E embora seja o saco predileto de pancadas do Judiciário, não é só contra o Executivo que o Judiciário pode atuar. Se o Legislativo fizer corpo mole e deixar de legislar sobre determinado assunto, deixando-o sem regulamentação em detrimento dos direitos do cidadão, ele pode conceder direitos aos indivíduos mesmo sem a regulamentação do Legislativo. É importante notar, porém, que o Judiciário nunca age por si: ele precisa ser provocado por alguém para poder tomar uma decisão.

Enfim, eu, sendo advogado atuante, tenho um monte – sério, um MONTE – de considerações sobre o sistema judiciário brasileiro que, assim como outros tantos temas, ficarão para depois, mas espero que essas noções básicas ajudem a clarear um pouco as coisas.

Final?

the-end

Chegamos, assim, ao fim provisório dessa série para entender política, que pretendeu dar um panorama geral da organização do nosso país do ponto de vista jurídico de uma forma descontraída e simples. Pelo tanto de pontas sem desfecho que eu deixei nos textos, parece que eu previ inconscientemente uma vontade de continuar a escrever.

Por ora, queria agradecer ao PapodeHomem, pela edição cuidadosa dos textos, e à TJ, revisora particular das mais valiosas. Todos os textos foram escritos com base do Curso de Direito Constitucional Positivo do José Afonso da Silva, um clássico de fácil leitura que recomendo para quem quiser se aprofundar nos temas tratados.

No mais, aguardo ansioso seus comentários para prolongarmos as discussões.

* * *

Nota do editor: Guilherme por aqui, pessoal. Devolvo o agradecimento ao Thiago. Foi um prazer e um aprendizado sem tamanho editar pessoalmente cada um dos textos dele.

Esse é o quarto e último texto planejado, a priori, para a série “Para entender política“, por meio da qual pretendemos elucidar, de maneira apartidária, conceitos políticos básicos para que possamos ter diálogos mais produtivos sobre esse tema tão importante.

A série seguir viva depende de vocês. Por favor, se manifestem com suas sugestões para o futuro dela nos comentários!


por Thiago Trung








21 Nov 01:15

Google e a dominação mundial.

by Zanfa

robosgoogle

13 Nov 21:08

Redundancy

by sharhalakis

by jhon

13 Nov 21:08

Hiring a 3rd party to setup your DC cage

by sharhalakis

image

by rockstarcode

11 Nov 13:13

Audi parte para o ataque e reduz preços de A1 e A3

by Ricardo de Oliveira

audi precos 700x331 Audi parte para o ataque e reduz preços de A1 e A3

Alguns dias atrás, falamos dos preços reduzidos que a Audi estaria praticando em alguns modelos. No caso, os modelos ofertados eram 2014/2014. No entanto, agora parece que mesmo o dólar alto não está intimidando a marca de luxo alemã no Brasil.

A Audi reduziu o preço do A1 Sportback Attraction para R$ 80.650. Já o Audi A3 Sedan 1.4 TFSI caiu dos R$ 94.800 anteriores para R$ 89.950. O A3 Sportback 1.4 TFSI também está com o mesmo preço sugerido, enquanto o Audi A3 Sedan 1.8 TFSI caiu de R$ 134.620 para R$ 119.950, redução de 11%. O A4 Attraction baixou de R$ 134.900 para R$ 121.950, redução de 9%. O Q3 Attraction está custando R$ 131.950.

De janeiro a outubro, a Audi emplacou 10.836 carros no país, registrando assim alta de 84% em comparação com 2013 e crescimento de 100% nas vendas. A previsão é de que a marca alemã feche 2014 com mais de 12.000 vendidos.

Agradecimentos ao Daniel Piccoli pela dica.

A noticia Audi parte para o ataque e reduz preços de A1 e A3 foi publicada no site Notícias Automotivas - Carros.








05 Nov 17:47

Como xavecar mulher na balada

by Edu

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