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03 Jun 18:07

kendrawcandraw: Stop sexualizing my body stop shaming my body...





kendrawcandraw:

Stop sexualizing my body stop shaming my body stop policing my body

~*~*~Summertime~*~*~

03 Jun 18:06

fandomsandfeminism: gatsbygal: kiichu: shawtyimmaonlytellyouthisonce: so i went on the american...

fandomsandfeminism:

gatsbygal:

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shawtyimmaonlytellyouthisonce:

so i went on the american apparel site today

looking at the socks

and

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for reference

here’s one of the pictures for men’s socks

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seriously i’m not one to complain about sexism much but i just looked on this site and??

headwear

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what

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THE FUCK IS THIS???

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????????

also BAGS AND WALLEtS???

male:

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female:

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????????????????????? I DON’T FUCKING GET IT????

fuck american apparel

Is this for fucking real?

-goes to American apparel site- 

But….but….why? 

03 Jun 18:04

Vou vadiar, eu vou

by Toni

“Fui feita pra vadiar, eu vou…”

marcha das vadias sp 2013

A concentração e os preparativos na Praça do Ciclista [Av. Paulista esquina com Rua da Consolação], antes da Marcha das Vadias de São Paulo 2013 em 25 de maio.

marcha das vadias sp 2013

marcha das vadias sp 2013marcha das vadias sp 2013marcha das vadias sp 2013

Mulheres e homens participaram da Marcha das Vadias em São Paulo, percorrendo a Avenida Paulista, Rua Augusta e terminando na Praça Roosevelt – zona central.

marcha das vadias sp 2013

clique nas imagens

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“A Marcha das Vadias de São Paulo, assim como a Marchas das Vadias no mundo, marcha para que a sociedade entenda que as mulheres não são responsáveis pela violência que sofrem. A sobrevivente NUNCA é culpada. Culpado é o agressor.”

Ouça também Não Vadeia – Clementina de Jesus.

O post Vou vadiar, eu vou apareceu primeiro em Biscate Social Club.

03 Jun 17:59

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03 Jun 17:56

01/06/2013 - Um dia antes da Parada LGBT, lésbicas realizam caminhada na Av. Paulista

(Portal G1) Evento reuniu cerca de 1.500 pessoas neste sábado. Marcha pede menos violência, menos preconceito e mais visibilidade.

Um dia antes da 17ª edição da Parada Gay de São Paulo, que acontece neste domingo (2), a Avenida Paulista foi palco da 11ª Caminhada de Lésbicas e Bissexuais contra a violência e preconceito. A concentração começou por volta das 12h30 deste sábado (1º), no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), onde começará também a Parada Gay. De acordo com a Polícia Militar, cerca de 1.500 pessoas participam da marcha.

Carregando cartazes com dizeres como "basta de machismo, chega de racismo, fora lesbofobia" e "violência contra a mulher não é o mundo que a gente quer", o grupo pedia o fim do preconceito e respeito aos direitos.

As mulheres começaram a batucar, convocando as pessoas que passavam a se juntar no protesto. Algumas pegaram o microfone e gritaram "fora Feliciano", em referência ao deputado federal do PSC-SP que preside a comissão de Direitos Humanos da Câmara.

Outros participantes, inclusive homens, travestis e estrangeiros usaram o microfone para discursar antes de começar a caminhada, defendendo os direitos e criticando o preconceito contra o relacionamento entre duas mulheres.

Saíram em caminhada às 14h15 com uma bandeira de arco-íris gigante e gritando "abre alas que as mulheres vão passar, com essa marcha muita coisa vai mudar". A manifestação ocupou a faixa de ônibus mais uma faixa da pista sentido Rua da Consolação da Paulista e, depois, a faixa sentido Centro da Rua Augusta. As manifestantes pediam para que limpassem o lixo do chão para não deixar a cidade suja.

Célia Alldridge, militante em São Paulo da Marcha Mundial das Mulheres, diz que todas devem ser livres. “Estamos aqui pra desmascarar a lesbofobia, exigimos o direito de ir e vir livremente”, disse. “O casamento só não basta, queremos transformação social e mudar o mundo que vivemos e o sistema que nos mantêm prisioneiras dentro da nossa casa.”
 

Parada Gay, lésbicas, paulista (Foto: Danilo Verpa/Folhapress)

A estudante Beatriz Nunes Campello, de 18 anos, participa pela primeira vez da caminhada. "Temos que lutar pelos direitos. Fui muito segregada por ser diferente e acho que as pessoas têm que aceitar as diferenças.”

Não apenas homossexuais participaram da caminhada. A empresária Manuela Nunes, de 42 anos, é heterossexual  e fez questão de ir para protestar contra todos os tipos de discriminação. "Seria muito melhor para o nosso mundo se não houvesse preconceito."

O ato seguiu até a Praça Roosevelt, onde seriam realizados shows das cantoras Joana Flor e Luana Hansen, das bandas Dona Selma vai à Feira, Anti_corpos e Santa Claus e dos DJs Barbara Deister e DJ Lix.

A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) monitora o trânsito na região desde o começo do evento até as 21h deste sábado. Por causa da marcha, sete linhas de ônibus tiveram seus itinerários alterados e, além disso, foram feitos bloqueios temporários nas vias durante a passagem dos manifestantes.

Caminhada reúne lésbicas e bissexuais na Avenida Paulista (Foto: Mariana Palma/G1)

Acesse em pdf: Lésbicas fazem caminhada na Av. Paulista um dia antes da Parada Gay (G1 - 01/06/2013)


(Agência Brasil) Centenas de pessoas participaram hoje (1º) da 11ª Caminhada de Lésbicas e Bissexuais, que teve início no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista. Manifestantes empunhavam uma grande faixa com os dizeres “O Estado brasileiro é laico” e pedindo o fim da homofobia. A Polícia Militar estimou a presença de 500 pessoas no início da caminhada. A expectativa dos organizadores era atrair 1,5 mil pessoas. 

Os manifestantes fecharam três faixas da Avenida Paulista, sentido Paraíso-Consolação, e desceram a Rua Augusta até a Praça Roosevelt, no centro da capital, onde está programada, para mais tarde, uma série de shows.

“Esse é um evento político para trazer visibilidade à causa das mulheres lésbicas e bissexuais”, disse Mariana Rodrigues, da Liga Brasileira de Lésbicas e analista de relações internacionais, uma das organizadoras do evento.

Segundo Mariana, uma das principais lutas do movimento ainda é o do direito à vida, à segurança e à integridade do próprio corpo. “A gente tem muito medo de andar na rua e ser espancada. As mulheres, principalmente, sofrem estupros corretivos para que ‘possam deixar de ser lésbicas’. A integridade física é o mínimo e não é garantida. A violência homofóbica tem crescido muito, comprovada por pesquisas e estatísticas”, disse em entrevista à Agência Brasil.

11caminhalesbicasp fernandadonasci uol130Saiba mais: Caminhada de lésbicas em SP reúne centenas e pede Estado laico e fim da homofobia (UOL - 01/06/2013)

O casal Cristiane Eugênio e Ana Paula Maria do Carmo acompanhou o evento pela primeira vez. Casadas desde novembro do ano passado, elas relatam episódios de discriminação e contam que foram obrigadas a esconder o relacionamento por muito tempo, principalmente na igreja que frequentavam.

“Já sofremos preconceito. Ficamos nove anos em uma mesma igreja, mas lá não podíamos nos assumir [homossexuais]”, contou Cristiane. Hoje, elas frequentam um novo templo religioso que aceita as duas como casal. “As pessoas precisam respeitar a orientação sexual que nós temos e saber que isso não é um problema demoníaco e que também não é uma escolha: nós nascemos assim e vamos ser assim”, disse Cristiane.

Acesse em pdf: Centenas de pessoas participam da Caminhada Lésbica em São Paulo (Agência Brasil - 01/06/2013)

Veja também:

"Estamos em um retrocesso, pois a cada dois passos que damos, nós voltamos três. Por isso mesmo, é importante estar nas ruas lutando pelos direitos e liberdade individuais", afirmou Mariana Meriqui Rodrigues, da Liga Brasileira de Lésbicas, desapontada com "fundamentalismos religiosos, atitudes homofóbicas do [pastor e deputado Marco] Feliciano e falta de vontade de alguns juízes em realizar uniões civis homoafetivas". - 'Cada dois passos que damos, voltamos três', diz organizadora da caminhada lésbica (Folha de S.Paulo - 01/06/2013)

Pesquisadora debate conflitos familiares de lésbicas após descoberta da homossexualidade (Folha.com - 02/06/2013)

03 Jun 17:50

Gosta de caranguejo? Conheça as crianças que os coletam para você

by Leonardo Sakamoto

Crianças e adolescentes trabalham na cata de caranguejos na capital da Paraíba. A prática, que é vista por muitos como parte da cultura local, já levou ao afogamento de um menino de 11 anos. “A maré estava seca. Quando o caranguejo correu, o menino escorregou e o barro o puxou para baixo. Ele ficou em pé, atolado, encoberto pela lama. Não tinha adulto perto na hora. Quando chegamos para tentar salvá-lo, não o encontrávamos, pois pensamos que a maré o tinha levado. Mas ele estava exatamente onde tinha afundado. Demoramos 40 minutos para achá-lo”, lembra o presidente de uma associação de moradores que sobrevivem dessa coleta. “Ele era muito brincalhão, todo mundo gostava dele.” A boa reportagem e a foto é de Igor Ojeda, da Repórter Brasil, direto de João Pessoa:

Distante alguns quilômetros das movimentadas praias de Tambaú e do Cabo Branco, o bonito centro histórico de João Pessoa, capital da Paraíba, abriga centenas de edificações de diferentes arquiteturas e épocas. Igrejas, sobrados e casas, além de ruas e praças, compõem o cenário. Barroco, rococó, colonial, maneirismo, art noveau… há estilos para todos os gostos. Caminhando rumo à chamada Cidade Baixa o visitante se depara com um conjunto compacto de casarios coloniais. Chama a atenção a igreja e o antigo Hotel Globo, que hoje funciona como centro cultural. Mal sabe o turista, no entanto, que logo atrás desses prédios “esconde-se” uma dura realidade: o Porto do Capim, comunidade de baixa renda localizada às margens do rio Sanhauá.

São cerca de 350 famílias pobres vivendo sob condições muito difíceis, morando em casas simples de alvenaria ou barracos de madeira à beira do mangue. Seus moradores, em geral, trabalham em oficinas mecânicas e madeireiras próximas, ou como descarregadores de caminhão, entre outras ocupações. Muitos recebem o Bolsa Família, que não é suficiente, porém, para o sustento da famílias. Na comunidade não há posto de saúde, quadra poliesportiva ou equipamentos culturais. E a única escola pública atende apenas alunos da primeira à quarta série do ensino fundamental.

A total ausência de opções de lazer e cultura e a necessidade de complementar a renda se traduzem numa triste realidade que acompanha o Porto do Capim há anos. Crianças e adolescentes passam horas coletando caranguejos-uçás e guaiamuns – outro tipo de caranguejo – nos mangues locais para depois os venderem para a população da cidade. “Durante o ano inteiro, eles armam a ratoeira pela beira do mangue para pegarem o guaiamum e depois saem vendendo. Já durante a andada do caranguejo-uçá, é muita criança dentro do rio. É mais perigoso, porque precisa atravessar o rio, pode cair dentro da água”, explica Sebastião Camelo, presidente da Associação dos Moradores do Porto do Capim. A andada é o período em que há o acasalamento e a desova dos caranguejos-uçás, o que os leva a ficarem mais tempo fora da toca, tornando-os presas fáceis. A cata desses crustáceos é proibida durante essa época.

Para vender e para comer - “Os meninos pegam os caranguejos tanto para comer quanto para vender. A criança às vezes quer uma roupa, mas o pai não pode dar. E muitas vezes precisa levar alguma comida para casa”, conta Sebastião. “Aqui, a menor casa tem cinco filhos.” Segundo ele, há na comunidade cerca de 400 crianças de um a dez anos de idade. O Bolsa Família, explica, não alcança para pagar todas as contas. “Tem família que às vezes bate em casa porque não tem um prato de comida para comer”, diz.

A atividade em mangues é considerada uma das piores formas de trabalho infantil, de acordo com o decreto presidencial 6.481, de 2008. Segundo tal documento, nesse tipo de trabalho crianças e adolescentes são expostos à umidade e excrementos, cortes e perfurações e picadas de serpentes. Além disso, podem contrair doenças como rinite, resfriado, bronquite, dermatite, leptospirose e hepatite viral. “Aqui as crianças se machucam muito, pois no mangue tem muito galho, tocos, além de entulho jogado, como vidro, ferros, até pedaços de vasos sanitários. É muito arriscado. Tem um caso de um morador que quando era criança chegou a rasgar o pé num ferro, de um lado ao outro. Levou 36 pontos. Além disso, o próprio caranguejo pode cortar o dedo dos meninos”, explica o presidente da Associação dos Moradores do Porto do Capim.

Tragédia - Uma consequência extrema do trabalho infantil no mangue da comunidade aconteceu em janeiro deste ano, quando uma criança de 11 anos morreu afogada enquanto catava caranguejo. “A maré estava seca. Quando o caranguejo correu, o menino escorregou e o barro o puxou para baixo. Ele ficou em pé, atolado, encoberto pela lama. Não tinha adulto perto na hora. Quando chegamos para tentar salvá-lo, não o encontrávamos, pois pensamos que a maré o tinha levado. Mas ele estava exatamente onde tinha afundado. Demoramos 40 minutos para achá-lo”, lembra Sebastião. Os bombeiros e paramédicos tentaram reanimar a criança, mas ela já chegou morta ao hospital. “Ele era muito brincalhão, todo mundo gostava dele.”

À Repórter Brasil, o pai do menino nega que o filho, que ainda estava aprendendo a nadar, catava caranguejo para vender. “Eu dizia a ele que não havia precisão, pois eu sou bem empregado, trabalho na madeireira. Trabalho muito para que meus filhos não precisem trabalhar. Tanto que ele não vendia, o que ele pegava doava para a comunidade. Eu não deixava, não queria que ele catasse caranguejo nem por esporte. Sei que o rio é fundo. Mas ele se juntou com outros meninos… infelizmente aconteceu”, diz o homem, que tem outros cinco filhos. Segundo ele, no mesmo dia do acidente um vizinho o avisou que o menino tinha lhe dado dez caranguejos. “Quis pagar, mas meu filho não aceitou. Ele era minha vida, mas era teimoso. Foi estripulia de pirralho.”

Um dia antes da tragédia, um incidente inusitado assustou a comunidade. Um boato de que Gabriel* havia caído do trapiche local causou correria entre os moradores. Mas o garoto de oito anos estava longe dali, acompanhando a mãe em uma missa. Até hoje não se sabe o que gerou o rumor, mas a população do Porto do Capim consideram-no um aviso do que ocorreria 24 horas depois. Para completar, o menino era primo da vítima de afogamento. “Eu não estava junto não. Ele passou de manhã para o mangue, mas minha mãe mandou voltar. De tarde voltou, escondido”, conta Gabriel, que desde os cinco anos de idade também pega caranguejo-uçá e guaiamum. “Hoje eu estava pegando guaiamum na ratoeira. Caranguejo-uçá a gente pega na andada, com a mão, com pau, com a chinela”, explica. O garoto diz que se corta com frequência, em pedaços de vidro e madeira. “Pego mais ou menos uma sacola por dia [cerca de 15 quilos], para comer e para vender. Uma parte eu levo para casa, outra eu dou para minha tia cozinhar e vender no bar dela. O dinheiro eu dou para minha mãe guardar.”

Políticas públicas - O falecimento do menino de 11 anos no Porto do Capim levou o procurador-chefe do Trabalho no estado, Eduardo Varandas, a abrir um procedimento para acompanhar a implementação de políticas públicas de combate ao trabalho infantil na Paraíba. Quem está à frente do caso é a procuradora Edlene Lins Felizardo, titular da Coordenadoria Nacional de Combate à Exploração do Trabalho de Crianças e Adolescentes (Coordinfância) no estado. Ela está propondo à Prefeitura de João Pessoa a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) contendo uma série de medidas a serem tomadas para melhorias das condições de vida no Porto do Capim, como sua revitalização. “Nesse TAC, incluí não apenas a questão dessa comunidade, mas também diversos outros assuntos relacionados ao trabalho infantil na cidade. Temos problemas também nos mercados, feiras livres e praias, por exemplo, onde crianças costumam vender amendoins”, diz a procuradora, que também acionou o Conselho Tutelar por meio de uma notificação recomendatória. Nesta, pede-se que o órgão fiscalize a incidência de trabalho infantil nos mangues e comunique a situação ao Ministério Público do Trabalho e à Secretaria de Assistência Social do município, para que as crianças sejam encaminhadas, por exemplo, ao Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) e ao Centro de Referência de Assistência Social (Cras), ambos do governo federal.

Edlene espera que a Prefeitura formule uma solução que contemple as necessidades da comunidade do Porto do Capim. “Há o problema de ser uma ocupação em uma área da União. Mas você não pode simplesmente pegar as famílias e expulsá-las. É um problema político que a Prefeitura tem de resolver”, opina. Segundo Sebastião, da associação de moradores, o ideal seria revitalizar o local, reformando as casas, e construir um píer para ser usado como ponto turístico.

A reportagem falou com a assessoria de imprensa da Prefeitura de João Pessoa, que a pôs em contato com a secretária de Desenvolvimento Social Marta Geruza Gomes. Esta, por sua vez, não se posicionou sobre o assunto até o fechamento desta matéria.

* Nome alterado para preservar a identidade do entrevistado

03 Jun 17:50

Hipsters

You may point out that this very retreat into ironic detachment while still clearly participating in the thing in question is the very definition of contemporary hipsterdom. But on the other hand, wait, you're in an empty room. Who are you talking to?
03 Jun 17:47

June 02, 2013


Have I mentioned recently that we have a facebook group? Only badasses are allowed in. Good luck.
03 Jun 17:46

05/31/13 PHD comic: 'Academic Spam'

Piled Higher & Deeper by Jorge Cham
www.phdcomics.com
Click on the title below to read the comic
title: "Academic Spam" - originally published 5/31/2013

For the latest news in PHD Comics, CLICK HERE!

03 Jun 17:45

13-05-2013

by Laerte

03 Jun 17:45

15-05-2013

by Laerte

03 Jun 17:43

Novos estudos sobre a maconha que os conservadores escondem de você

by Cynara Menezes

(Camarões de maconha que a cantora Rihanna postou no Instagram outro dia)

Quando se trata de maconha, tudo que a mídia e os políticos conservadores mostram são estudos científicos contrários a seu uso. O uso terapêutico da cannabis, então, é totalmente ignorado no Brasil, enquanto em outros países, como os EUA, já teve eficácia comprovada e foi liberado.

Mas você sabia que existem vários estudos recentes positivos sobre a maconha? É todo um mundo de informações novas, científicas, que simplesmente não chega ao cidadão para que ele possa se informar corretamente –além de deixar milhares de pessoas enfermas sem a possibilidade de acesso a terapias mais eficazes fora dos remédios convencionais, que rendem fortunas aos grandes laboratórios. Não será, aliás, por isso mesmo?

***

Por Paul Armentano, do AlterNet (os links para os estudos estão destacados no texto):

–Usuários frequentes de cannabis não têm maior chance de adquirir câncer do que fumantes ocasionais de maconha ou não-fumantes

De acordo com dados apresentados em abril durante o encontro anual da Academia Americana para a Pesquisa do Câncer, quem fuma maconha regularmente não possui maiores chances de ter câncer do que quem fuma de vez em quando ou não fuma. Pesquisadores da Universidade da Califórnia analisaram mais de 5 mil pessoas em todo o mundo entre 1999 e 2012 e confirmam: “Nossos resultados não mostram uma associação significativa entre intensidade, duração e consumo cumulativo de maconha e o risco de câncer”.

Outros estudos já haviam falhado em associar a cannabis ao câncer de cabeça e pescoço ou ao câncer do aparelho digestivo superior. No entanto, o DEA (organismo que controla as drogas nos EUA) continua a dizer que “fumar maconha aumenta o risco de câncer da cabeça, pescoço, pulmões e aparelho respiratório”.

–Uso frequente de cannabis é associado à redução dos fatores de risco para o diabetes tipo 2

A maconha terá algum dia um papel importante em evitar a crescente epidemia de diabetes tipo 2? Novos estudos indicam que é possível. De acordo com dados publicados este mês pelo American Journal of Medicine, pessoas que consomem cannabis regularmente possuem indicadores favoráveis relacionados ao controle do diabetes comparados a usuários ocasionais ou não usuários. Pesquisadores do Beth Israel Deaconess Medical Centre, em Boston, perguntaram a 5 mil adultos diabéticos se eles fumavam ou haviam fumado maconha alguma vez. Os que usavam regularmente tiveram níveis de insulina 16% mais baixos em jejum e resistência menor à insulina comparados aos que nunca tinham usado. Já os não usuários possuíam maior gordura abdominal e menor nível de colesterol “bom” (HDL) – ambos são fatores de risco para o diabetes tipo 2.

Benefícios similares foram reportados em usuários eventuais, apesar de serem menos importantes, “sugerindo que o impacto do uso da maconha sobre a insulina e a resistência à insulina existe durante períodos de uso recente”.

As novas descobertas confirmam os estudos de 2012 de uma equipe de pesquisadores da UCLA, publicados no British Medical Journal, segundo o qual adultos com histórico de uso de maconha são menos afetados pelo diabetes do tipo 2 e possuem um menor risco de contrair a a doença do que aqueles que nunca fumaram, mesmo após os pesquisadores ajustarem as variáveis sociais (etnia, nível de atividade física etc.). Conclui o estudo: “(Esta) análise de adultos entre 20-59 anos… mostrou que os participantes que usaram maconha foram menos afetados pela DM (Diabetes Mellitus) e por problemas associados à DM do que não usuários”.

O diabetes é a terceira causa de morte nos EUA após doenças do coração e câncer (no Brasil, o diabetes mata mais do que a Aids e os acidentes de trânsito).

–Fumar maconha reduz dramaticamente os sintomas da doença de Crohn

Fumar maconha duas vezes ao dia reduz significativamente os sintomas da doença de Crohn, uma doença crônica inflamatória intestinal que atinge cerca de meio milhão de americanos (atualmente está se investigando o número de portadores no Brasil). É o que diz o primeiro estudo já feito relacionando o uso de cannabis à doença, publicado online este mês na revista científica Clinical Gastroenterology and Hepatology.

Pesquisadores do Departamento de Gastroenterologia e Hepatologia do Meir Medical Center, em Israel, asseguraram a eficácia de fumar cannabis versus placebo em 21 pacientes com a doença de Crohn que não respondiam ao tratamento convencional. Onze participantes fumaram baseados contendo 23% de THC e 0,5% de canabidiol –um canabinóide não-psicotrópico conhecido por suas propriedades anti-inflamatórias– duas vezes ao dia durante oito semanas. Os outros dez fumaram cigarros contendo placebo.

Os pesquisadores dizem que “os estudos mostraram que o tratamento de 8 semanas com a cannabis contendo THC enriquecido foi associada a um significativo decréscimo de 100 pontos no CDAI (Índice de Atividade da Doença de Crohn)”. Cinco dos 11 pacientes no grupo estudado reportaram remissão da doença (definida como uma redução no escore CDAI do paciente em mais de 150 pontos). Participantes que fumaram maconha reportaram diminuição da dor, aumento do apetite e melhor sono comparado aos demais. “Nenhum efeito colateral significativo” associado ao uso da cannabis foi reportado.

Os resultados clínicos dão razão a décadas de relatos pessoais de pacientes de Crohn sobre usar cannabis para aplacar os sintomas da doença.

–Maconha sintética detém infecção por HIV em células brancas

A administração de THC vem sendo associada à queda na mortalidade e à desaceleração da progressão da doença em macacos com o vírus da imunodeficiência símia, uma espécie primata do HIV. Canabinóides poderiam ter efeito similar em humanos? As descobertas de um estudo recente indicam que a resposta pode ser “sim” e que a substância parece ter ação no combate à doença.

Na edição de maio do Journal of Leukocyte Biology, pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade Temple, na Filadélfia, informaram que a administração de canabinóides sintéticos limitam a infecção por HIV em macrófagos (células brancas do sangue que ajudam na imunidade do corpo). Pesquisadores asseguraram o impacto de três tipos de maconha sintética disponíveis no mercado (componentes não-orgânicos que agem sobre o cérebro da mesma forma que a planta) em células macrófagas infectadas pelo HIV. Depois, os pesquisadores colheram amostras das células periodicamente para medir a atividade da enzima chamada transcriptase, que é essencial para a replicação do HIV. No sétimo dia, a equipe descobriu que os três compostos tiveram sucesso em atenuar a replicação do HIV.

“Os resultados sugerem que o CB2 (receptor canabinóide) poderia ser potencialmente utilizado, em associação com drogas retrovirais existentes, abrindo a porta para a geração de novas terapias para o HIV/Aids”, resumiram os pesquisadores em um comunicado à imprensa da Temple. “Os dados também confirmam a ideia de que o sistema imunológico humano poderia ser fortalecido para combater o HIV”. (Em português meio cifrado aqui.)

–Canabinóides oferecem um tratamento eficaz na terapia para o TEPT (Transtorno de Estresse Pós-Traumático)

O estresse pós-traumático atinge cerca de 8 milhões de norte-americanos anualmente (com tantas guerras, pudera) e tratamentos eficazes para a síndrome são ainda raros ou desconhecidos. Mas uma pesquisa publicada em maio pela revista Molecular Psychiatry indica que os canabinóides possuem potencial para tratar o transtorno com sucesso.

Pesquisadores da New York School of Medicine informaram que pessoas diagnosticadas com TEPT possuem elevadas quantidades de receptores endógenos de canabinóides em regiões do cérebro associadas ao medo e à ansiedade. Além disso, os cientistas disseram que estas pessoas sofrem de uma produção reduzida de anandamida, um canabinóide endógeno neurotransmissor, resultando em um sistema endocanabinóide desequilibrado. (O sistema receptor de canabinóide endógeno é um sistema regulatório presente em organismos vivos com o propósito de promover homeostase ou estabilidade).

Os autores especularam que aumentar a produção de canabinóides no corpo poderia restaurar a química natural do cérebro e seu equilíbrio psicológico. Eles afirmam: “Nossas descobertas indicam (…) existir evidências de que canabinóides oriundos de plantas como a maconha podem causar benefícios em indivíduos com TEPT, ajudando a acabar com os pesadelos e outros sintomas.”

Infelizmente, em 2011, o governo norte-americano impediu que os pesquisadores da Universidade do Arizona, em Phoenix, conduzissem um teste clínico para avaliar o uso da cannabis em 50 pacientes com TEPT.

03 Jun 17:39

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03 Jun 17:38

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03 Jun 17:34

02/06/2013 - Salvadorenha com gravidez de alto risco ganha o direito de abortar

(Opera Mundi) Uma jovem salvadorenha com uma gravidez de alto risco ganhou o direito legal de abortar em El Salvador, país onde qualquer tipo de aborto pode levar à prisão. Depois de várias semanas de debates entre juízes, organizações femininas e pressão interacional, finalmente a CIDH (Corte Interamericana de Direitos Humanos) ordenou que El Salvador garantisse de imediato as condições para que Beatriz, de 22 anos, possa interromper a gravidez. Ela deve se submeter aos procedimento nos próximos dias.

"Solicitamos ao Estado de El Salvador que adote e garanta, de maneira urgente, todas as medidas necessárias e efetivas para que o grupo médico que cuida da senhora B. (Beatriz) possa adotar, sem interferência alguma, as medidas médicas que considerem oportunas e convenientes”, indicou a resolução da CIDH.

Os advogados de Beatriz celembraram a decisão da CIDH. “Aprovamos a resolução, evidentemente, já que em El Salvador persiste a insegurança jurídica e a falta de claridade em casos com o de Beatriz”, disse o advogado Dennis Muñoz a Opera Mundi.

Beatriz tem 26 semanas de gravidez, mas padece de lúpus e de insuficiência renal. Além disso, seu filho não tem o cérebro desenvolvido (anencefalia) e os médicos asseguram que o bebê tem poucas possibilidades de viver uma vez fora do ventre. A mulher mora com o marido e o filho de um ano em uma zona pobre da costa salvadorenha, chamada Jiquilisco, dedeicdas à pesca artesanal.

Diante do risco de morte, Beatriz solicitou à Suprema Corte de Justiça de El Salvador um amparo que permitisse interromper a gravidez. Com várias semanas de atraso, a petição foi rejeitada pelos juízes, alegando que a Constituição garante o direito à vida desde à concepção, proibindo qualquer prática de aborto.

O Congresso salvadorenho reformou a Constituição em 1999 e determinou que era improcedente qualquer tipo de aborto. El Salvador é um dos cinco países, junto ao Vaticano, que proíbe totalmente o procedimento -- 13 mulheres salvadorenhas já foram processadas por esse delito.

Diversas organizações internacionais deram respaldo a Beatriz e criticaram o atraso dos tribunais do país centro-americano. Semana passada, um grupo ativista pelos direitos femininos do México protestou frente à Embaixada de El Salvador.

Acesse em pdf: Salvadorenha com gravidez de alto risco ganha o direito de abortar (Opera Mundi - 02/06/2013) 

31 May 00:39

genderfork: dommes-journey: gaytransguys: I love how this...









genderfork:

dommes-journey:

gaytransguys:

I love how this makes more sense than doing 15 minutes of argumentative Trans 101 with an adult.

I will always reblog.

I really wish this character had been treated better/in almost any way other than how they decided to go about it. ‘Cause it was really bad, you guys. 

Where is this from??

30 May 19:58

Supercat



Supercat

30 May 19:54

brooklynwaste: saw this in my hood while walking myles....



brooklynwaste:

saw this in my hood while walking myles. solidarity :)

30 May 19:54

28/05/2013 - Relatos de mulheres torturadas comovem Comissão da Verdade no Rio

Cineasta Lucia Murat e historiadora Dulce Pandolfi detalharam os abusos que sofreram de tortura e abuso sexual na ditadura militar

(O Estado de S. Paulo) A historiadora Dulce Pandolfi e a cineasta Lúcia Murat prestaram depoimentos emocionados nesta terça-feira, 28, quando relataram à Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro as torturas a que foram submetidas durante a ditadura militar. Os relatos de agressões, afogamento, choques elétricos e abusos sexuais levaram as duas - e parte dos que lotaram o plenário da Assembleia Legislativa do Rio - por diversas vezes às lágrimas.

Dulce era estudante de Ciências Sociais e secretária geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE) na Universidade Federal de Pernambuco quando foi decretado o Ato Institucional nº 5. Naquele mesmo ano de 1968, ingressou na Ação Libertadora Nacional (ALN), organização de esquerda armada. "A radicalização do regime justificava a continuidade da nossa luta". Dois anos depois, perseguida pelos órgão de repressão, fugiu de Recife para o Rio, onde foi presa no dia 20 de agosto de 1970. Ela se recorda da frase dita por um militar no momento em que entrou no quartel da Polícia do Exército: "aqui não existe Deus, nem Pátria, nem Família. Só nós e você".

Aula de tortura. Durante os cerca de três meses em que ficou no DOI-CODI, ela foi agredida com socos e pontapés, sofreu afogamentos, recebeu choques elétricos enquanto ficava pendurada num pau de arara, e ainda teve um jacaré andando sobre o seu corpo nu. Ela também relatou ter sido pisoteada nas costas pelo major Riscala Corbaje, conhecido como doutor Nagib, depois que ele percebeu que o "soro da verdade" injetado na veia de Dulce não surtira o efeito desejado. Além dos hematomas, Dulce também ficou por um período com o corpo parcialmente paralisado. "Não sei quanto tempo durou a minha primeira sessão. Só sei que ela acabou quando eu cheguei no meu limite".

Dulce chegou a servir de cobaia para uma aula de tortura. "O professor, diante de seus alunos, fazia demonstrações com o meu corpo. Era uma aula prática, com algumas dicas teóricas. Enquanto eu levava choques elétricos, pendurada no pau de arara, ouvi ele dizer: `essa é a técnica mais eficaz''." Quando Dulce começou a passar mal, o médico Amilcar Lobo foi chamado. Ele a examinou e disse: "ela ainda aguenta". A sessão continuou. No final da "aula", disseram que ela era irrecuperável e iriam matá-la. Simularam o seu fuzilamento: "levantaram rapidamente o capuz, me mostraram um revólver, apenas com uma bala, e ficaram brincando de roleta russa".

Depois de passar três meses no DOI-CODI e um mês no DOPS, Dulce foi transferida para um presídio em Bangu e depois para outro em Recife. No total, ficou presa por um ano e quatro meses. "É muito duro lembrar toda essa situação, mas é fundamental para que possamos construir um país mais justo e humano."

A cineasta Lucia Murat, que permaneceu três anos e meio na prisão, também relatou momentos de horror no DOI-CODI. Ela também teve parte do corpo temporariamente paralisado. Lúcia tentou o suicídio duas vezes enquanto esteve presa. "Sofri a pior sensação da minha vida. A sensação de não poder morrer." Além das agressões e dos choques elétricos no pau de arara, Lucia também teve baratas espalhadas sobre seu corpo nu. Os torturadores chegaram a colocar uma delas em sua vagina.

Política de Estado. Lúcia disse que eles se comportavam como se estivessem disputando um campeonato. "Eu chorava e pedia pra eles me matarem. Eles riam. Eram donos das nossas vidas e das nossas mortes". Ela relatou que sofreu abusos sexuais de Nagib, algo que ele próprio chamava de tortura sexual científica. "Eu ficava nua, com um capuz na cabeça, uma corda enrolada no pescoço passando pelas costas até as mãos, que estavam amarradas atrás da cintura". Enquanto o torturador abusava de Lúcia, ela não conseguia se defender. "Se eu movimentasse meus braços para me proteger, eu me enforcava, e instintivamente voltava para trás". As duas relataram também abusos cometidos com suas companheiras de cela. "Não aceitei dar esse depoimento nem por vingança nem por masoquismo, mas porque acho fundamental contar essa história e revelar que foram, sim, praticados crimes de lesa humanidade", disse Lúcia.

O presidente da Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro, o advogado Wadih Damous, disse que a importância da comissão é lembrar às gerações, especialmente aos mais jovens, que a tortura já foi considerada uma política de Estado. Para o diretor-executivo da Anistia Internacional no Brasil, Átila Roque, as comissões da verdade que estão sendo instauradas têm o importante papel de chamar a atenção para os crimes de lesa humanidade cometidos durante a ditadura. "Tudo isso é parte desse exercício de olhar pro passado sem medo, e de saber qual foi o papel do Estado brasileiro como instaurador do terror. Os trabalhos da comissão e os desdobramentos que ela provoca vão colocar a sociedade brasileira, o Estado e as instituições diante do imperativo da justiça".

Acesse em pdf: Relatos de mulheres torturadas comovem Comissão da Verdade no Rio (O Estado de S. Paulo - 28/05/2013)

Leia também: “Ele deu uma injeção para secar meu seio”, relata ex-presa (O Estado de S. Paulo - 28/05/2013)

29 May 18:18

Viva Intensamente # 113

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29 May 18:18

Deixar de ser racista, meu amor, não é comer uma mulata!

by Charô

Considerações sobre elogios racistas

Por Charô Nunes para as Blogueiras Negras

Elogio racista é toda demonstração de admiração, afetividade ou carinho que se concretiza por meio de ideias ou expressões próprias ao racismo. Com ou sem a intenção de, que fique bem claro. Um dos mais conhecidos é o famoso “negro de alma branca” que nossos antepassados tanto ouviram. Mas não são apenas nossos homens que conhecem muito bem os elogios racistas. Nós mulheres negras também somos agraciadas com esses pequenos monstrinhos, usados inadvertidamente por amigxs, familiares. Muitas vezes até por nossos parceirxs.

Decidi fazer uma lista com 5 elogios racistas (e sexistas, diga-se de passagem) que muitas de nós escutamos quase que diariamente. Alguns são consenso, acredito. Outros nem tanto. Fico aguardando ansiosa para que você, mulher negra, deixe seu comentário dizendo se também acontece com você. Se concorda, se discorda. E sobretudo, o que você faz para deixar bem claro que esse tipo de comentário pode ser tudo, menos benvindo e apreciado.


Adriana Alves é atriz e frequentemente é chamada de morena

Adriana Alves é atriz e frequentemente é chamada de morena

01. “Você é uma morena muito bonita”

Esse é o elogio racista que mais escutei em toda minha vida. Minhas primeirass lembranças são do tempo da escolinha. Mesmo mulheres como Adriana Alves ainda são chamadas de morenas, pois se acredita que chamar alguém de negra é uma ofensa racial. Se você precisa se expressar, tente um simples “você é bonita ou atraente”. Ou ainda “você é uma negra linda”, o que, dependendo do contexto pode ser tão ruim quanto.

Mas em hipótese alguma diga que uma negra é morena, moreninha, morena escura. Que não é negra. Isto sim é racismo dos graúdos, pura e simplesmente. Quando acontece comigo, digo que não sou morena e nem moreninha, sou n.e.g.r.a. O bom é que, dependendo de como essa resposta é dada, a pessoa já se toca que ela não deveria ter começado o conversê, que simplesmente não estou disponível para esse tipo de diálogo. Nem com conhecidos, muito menos com estranhos.


Não toque no meu cabelo. Foto Afrobella.

Não toque no meu cabelo. Foto Afrobella.

02. “Seu cabelo é muito bonito, posso pegar?”

Há alguns anos atrás, uma senhora ultrapasssou todos os limites de uma convivência pacífica ao se aproximar de mim, cheia de dedos, me tocando sem permissão e dizendo que eu tinha uma “peruca muito bonita”. Não retruquei de caso pensado, antecipando seu constrangimento por jamais ter cogitado que uma mulher negra pudesse ter um cabelo comprido, ao natural. Minha vingancinha, e sou dessas, foi olhar aquela expressão de arrependimento por ter percebido o que fez.

Entendo que simples visão de uma negra com cabelo natural pode ser inebriante. Que persiste a completa desinformação sobre o nosso cabelo. Porém, isso não justifica o toque sem permissão. Não importa se é cabelo natural ou não. A menos que você conheça muito bem a pessoa, não toque em seu cabelo sem consentimento. Eu iria mais longe. Para mim a boa etiqueta simplesmente reza que não se deve nem mesmo pedir para tocar o cabelo de uma pessoa desconhecida.


Alek Wek é uma modelo de traços delicados

Alek Wek também é uma modelo de traços delicados

03. “Você tem os traços delicados”

Dizer que uma negra tem traços “delicados” muitas vezes tem a ver com a ideia de que será bonita se tiver uma expressão “fina”, leia-se semelhante a de uma pessoa branca. Como se determinado tipo de nariz (ou bochechas) fosse exclusivamente dessa ou daquela etnia. Uma de suas variantes é outra expressão igualmente racista – “você é uma mulher negra bonita” – algo que ao meu ver é a mesma coisa de dizer que “você é bonita para uma negra”.

Afinal, qual a dificuldade de dizer que uma mulher negra simplesmente é… Uma mulher bonita? Porque Alek Wek tem de ser descrita como uma “mulher negra bonita” enquanto as mulheres brancas são apenas “mulheres bonitas”? Mais uma vez, toda a sutileza do elogio racista. Ele reconhece que você é uma pessoa admirável, mas sempre fazendo questão de te colocar “no seu lugar”, como se algumas fronteiras jamais pudessem ser cruzadas.


Cena de Vênus Negra, de Abdellatif Kechiche

Cena de Vênus Negra, de Abdellatif Kechiche

04. “Você tem a bunda linda”

Essa é uma opinião que certamente não é unânime. Faço questão de expressá-la como uma provocação que representa o pensamento de uma parcela significativa de mulheres negras. Para muitas de nós, esse comentário expressa a hipersexualização a que somos historicamente submetidas como exemplifica a triste biografia de Saartjie, denominada a Vênus Hotentote, exposta como atração circense em função da admiração que suas nádegas causaram na Europa do século XIX.

Apesar de todo respeito que tenho por tudo aquilo que acontece entre duas pessoas, preciso considerar a tradição racista secular desse tipo de discurso. Trata-se de reduzir a mulher negra a um pedacinho do seu corpo, desconsiderar sua humanidade, transformá-la num pedaço de carne exposto no açougue como aconteceu e acontece diariamente. Meu conselho é perguntar se a mulher a quem você pretende cumprimentar tem a mesma leitura sobre esse tipo de elogio.


Mulata da Leandro de Itaquera

Mulata da Leandro de Itaquera

05. “Você é uma mulata tipo exportação!”

Esse elogio resgata o tratamento dispensado à mulher negra no seio da senzala, da casa grande. O pensamento que nos reduz em brinquedos sexuais. Dizer que uma mulher negra é uma “mulata tipo exportação” é esquecer uma tradição escravocrata secular, que transforma a mulher negra em “peça” que alcancará boa cotação no mercado onde a carne mais barata é a nossa. O nome desse mercado é exotificação. Em alguns casos, hiperssexualização.

Infelizmente também estamos falando sobre o modo racista com que as mulatas de escola de samba, mulheres que respeito e admiro, são mostradas e consumidas. Mulheres que levam o samba no pé, no sorriso, na raça. Que, ao invés de serem uma referência de beleza, são vendidas como frutas exóticas na temporada do carnaval. Mulheres que recentemente tem sido preteridas por “personalidades da mídia” em nome de uma pretensa “democracia racial” e muitas vezes com a anuências de algumas agremiações.


Qual é a sua opinião?

Porém, preciso dizer que os elogio racistas podem (e devem)  subvertidos. Quando o assunto são as mulatas de quem já falei aqui, isso é bastante evidente. Ser uma mulata exportação também atesta um padrão de excelência e traduz qualidades como perseverança, força. Minha professora de dança adora dizer que a graça de uma bailarina é diretamente proporcional à sua força. Mulatas são a expressão mais concreta desse enunciado.

Por isso fiz questão de usar como título desse post, um trecho do poema de Elisa Lucinda, Mulata Exportação, que resume tudo o que tentei dizer até aqui: “deixar de ser racista, meu amor, não é comer uma mulata” como muita gente gosta de pensar. E acrescento, “opressão, barbaridade, genocídio, nada disso se cura trepando com uma escura!”. Muito menos tecendo elogios racistas, diga-se de passagem. Quem o diz é a mulata exportação do poema. Sou eu, somos todas nós que já ouvimos essas porcarias.

Confesso que essa lista tem algo de muito pessoal, cujas entrelinhas tem muitas dedicatórias alimentadas por ironia. Nem por isso menos pertinente. Por isso adoraria ouvir a opinião de vocês. Esqueci algum elogio racista que te incomoda? Que te fez espumar de ódio, revirar os zóios e dizer algumas verdades? Você também acredita que esse tipo de comentário, como tudo aquilo que é racista e preconceituoso, diz muito sobre a pessoa que o faz do que sobre a pessoa a quem se destina?

Me conta!

Post scriptum

01. Em nenhum momento esse post quis dizer que é errado manifestar carinho e amor. A questão é sobre consentimento e preconceito.
02. Fica implícita a dupla incidência de racismo e sexismo desses comentários, conforme ditto no corpo do texto.


Olá, meu nome é Charô. Estou no twitter e no facebook. Escrevo sobre arte, cultura e sociedade no Indigestivos Oneirophanta.


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29 May 18:16

May 28, 2013


Geeks! 5 Second Films just launched their kickstarter!





And a special message from Lord Ashby:

INTERNET! As most of you know, we've done a fair amount of work with 5 Second Films over the past year. If you loved Existential Crisis and Dragons, 50 Shades of Domestic Gray, Sanctions, Batman Academy, Office Survival, The Ugly Duckling and many more YOU ALREADY LOVE THEM!

Well, today they've launched a Kickstarter for their FIRST MOVIE. Yup. 5 Second Films is making a movie. Go check it out. You know it's going to be amazing.

29 May 18:15

05/25/13 PHD comic: '9 to 5'

Piled Higher & Deeper by Jorge Cham
www.phdcomics.com
Click on the title below to read the comic
title: "9 to 5" - originally published 5/25/2013

For the latest news in PHD Comics, CLICK HERE!

29 May 15:48

http://feedproxy.google.com/~r/CatVersusHuman/~3/eVusoJEHzNY/blog-post.html

by yasmine

Well, she is!
29 May 15:47

O meu povo precisa de mim

Meu-povo-precisa-de-mim.png
29 May 15:46

http://www.venes.com.br/2013/05/blog-post_28.html

by VENES

29 May 15:45

O Capital para preguiçosos

by Cynara Menezes

(A Sesta, de Vincent Van Gogh)

Quando digo que sou socialista, enfrento duas arrogâncias, uma à direita e outra à esquerda. A primeira é óbvia: os direitistas acham que, depois da queda da União Soviética e do muro de Berlim, ser socialista se tornou anacrônico. Como se as ideias socialistas não existissem antes da revolução comunista de 1917 e não tivessem sido as responsáveis por muitas das conquistas trabalhistas do homem moderno, regimes falidos à parte.

Do lado esquerdo, a arrogância parte dos que se arvoram proprietários do socialismo, tão muquiranas do conhecimento quanto a direita mais tacanha. “O que você leu para se considerar socialista?”, perguntam. Como se só a uma elite intelectual fosse concedida a dádiva de sentir-se socialista. Não se dão conta de como espantam jovens que poderiam se sentir atraídos pelo socialismo agindo assim. Curioso: nunca vi fazerem o mesmo com defensores do capitalismo. Até porque capitalistas em geral não costumam ser muito amigos da leitura, né?

Essas discussões me fizeram lembrar de um velho texto meu sobre O Capital, de Karl Marx, em versão reduzida por seu genro Paul Lafargue. Seria mesmo necessário ler O Capital para se dizer marxista? As opiniões divergem. Esta reportagem é a última que fiz para a Folha de S.Paulo e foi publicada originalmente em 14 de fevereiro de 2004. Eu acho muito divertida.

***

O Capital para preguiçosos

Só mesmo o autor de uma obra chamada O Direito à Preguiça parecia capaz de transformar O Capital, de Karl Marx (1818-1883), tido como o livro menos lido e mais comentado da história, em algo para se devorar “de uma sentada”. E foi o que aconteceu: empenhado em popularizar o catatau marxista de quase 600 páginas, sob o olhar vigilante de Friedrich Engels (1820-1895), Paul Lafargue (1842-1911) enxugou daqui, cortou dali, e chegou ao mágico número de 130 páginas de texto.

Prova de que Lafargue, ao contrário do que se imagina, era um genro e tanto. Francês de origem cubana, casado com uma das três filhas de Marx, Laura, ele se tornou célebre com seu Direito à Preguiça, de 1880, um dos símbolos da luta pela jornada de oito horas de trabalho. Há quem diga que defendeu o ócio à revelia do sogro comunista; outros, que o panfleto foi elaborado a partir de anotações do próprio filósofo alemão.

A compilação de O Capital por Lafargue, publicada originalmente em 1893 e que está sendo editada agora no Brasil, reúne os mais importantes tópicos do primeiro volume -são três ao todo. Leitor ávido de romances, Marx sabia ser espinhoso o capítulo inicial de sua obra, em que analisa a mercadoria, mas garantia, no prefácio à primeira edição, em 1867: “Não se poderá alegar contra esse livro dificuldade de compreensão”.

Nisso o barbudo que inspirou socialistas do mundo inteiro se equivocou: O Capital é considerado difícil até por marxistas. “Eu não li. Não entendo de economia e matemática o suficiente. Além disso, não acho que para ser marxista é preciso ler O Capital“, defende o deputado federal Roberto Freire, presidente do PPS (Partido Popular Socialista), que um dia já foi PCB (Partido Comunista do Brasil).

“Discordo inteiramente”, diz a cientista política Maria Victoria Benevides, que não leu e por isso prefere não se afirmar marxista. “Para ser marxista, no sentido de adepto de uma corrente de pensamento, é óbvio que tem que se ler O Capital. Não todinho, que eu nem com água-benta em cima consigo, só com intérprete de economia. Aquela linguagem matemática me é estranha, tenho muita dificuldade.”

“Tem que ler inteiro, sim. Um clássico diluído é como vinho com água, perde o sabor”, defende o filósofo Denis Rosenfield, que leu e gostou. “Alguém disse que a partir de determinado momento os marxistas já não conheciam Marx, porque não tinham lido O Capital. Viraram marxistas de ouvido. Um marxista que se baseia apenas no Manifesto Comunista não sabe do que está falando.”

É incrível como um livro com quase 140 anos ainda acende discussões acaloradas. “É chato”, afirma o historiador Evaldo Cabral de Mello. “É muito melhor pegar um intérprete atual que o debulhe, que troque em miúdos para o leitor do século 20. Um bom autor moderno, como Raymond Aron (1905-1983), de quem foi publicado recentemente O Marxismo de Marx, aplaina o caminho.”

“Para quem não quer entender a história contemporânea, deve ser uma chatice, mas para quem quer decifrar o capitalismo não é. A chave do mundo contemporâneo continua estando lá”, rebate o sociólogo Emir Sader, que conta ter lido os três volumes durante os seminários que aconteceram na USP no final dos anos 60. E ainda assim reconhece a dificuldade. “A gente lia 50 páginas a cada 15 dias. Aí dava.”

O filósofo José Arthur Giannotti, que leu o original em alemão (“é mais fácil”, afirma), não quis dar entrevista, mas fechou questão: “O Capital é capital”. E parece ser mesmo, até para leitores insuspeitos como o compositor Tom Zé, que o enfrentou na adolescência. ”A leitura de O Capital quando rapazinho provocou em mim um impacto tão profundo quanto o que tive, na maturidade, ao ler o Bhagavad Gita. Como se antes estivesse no ignoto, no desconhecido, e de repente encontrasse onde pisar”, diz. O cineasta Cláudio Assis, de Amarelo Manga, que estudou economia, não leu o livro todo, mas também gostou. “O Capital é muito bacana.”

Bacana ou chato, todo mundo concorda que os extratos de Paul Lafargue podem ser muito úteis, embora o leitor comum encontre prazer de fato é no apêndice “Recordações Pessoais sobre Karl Marx”, no final do livrinho. Lá ficamos sabendo que as filhas de Marx o chamavam de “Mouro”, por causa de sua tez morena, que prometera a elas escrever um drama sobre os tribunos romanos Caio e Tibério Graco, e que planejava fazer uma obra crítica sobre A Comédia Humana, de Balzac, logo que terminasse seus trabalhos econômicos. O Capital não permitiu que Marx se tornasse um literato.

O LIVRO:

O Capital de Karl Marx – Extratos Por Paul Lafargue. Tradução de Abguar Bastos. Conrad Editora, 160 págs.

29 May 15:44

mulheres machistas, suas vadias

by Marília Moschkovich
Olha, eu sinceramente não entendo. Não. entendo.

Hoje rolaram as marchas das vadias em diversas cidades brasileiras. Pra quem ainda não entendeu, a ideia da Marcha é peitar o senso-comum de que a culpa (de tudo, en serio) é das mulheres. Essa culpa horrorosa é uma das formas de controle mais perversas da nossa sociedade (machista) sobre as mulheres. Mesmo quando as próprias mulheres são machistas, elas ainda são as maiores vítimas do machismo (mesmo que não as únicas). Pois é.

Daí que eu parti do pressuposto que, quem participa dessa marcha, entende minimamente esse princípio. As manifestações escritas e orais na Marcha das Vadias são super diversas. Tem gente falando de maternidade, tem gente falando de trabalho, tem gente falando de violência sexual, de assédio na rua, de estupros de todos os tipos, de liberdade sexual, de práticas e orientação sexual, enfim. As possibilidades são muitas. Justamente por isso eu não entendo. Não entendo. Não. entendo.

Não entendo que uma pessoa, de todas as possibilidades imagináveis de se escrever um cartaz na Marcha das Vadias, escolha escrever que a culpa é toda das mulheres. Sim, mas não dela, libertária-revolucionária-feminista (escrevi outro dia sobre a síndrome da militância arrogante, leiam aqui). A culpa é das mulheres machistas, essas vadias.

Sacaram a contradição?

Descobri o tal cartaz porque, de todas as possibilidades imagináveis de lindas fotos e imagens que o editor digital do Estadão no Facebook poderia ter escolhido, ele escolheu justamente o que deve ter sido o cartaz mais infeliz de todas as marchas de todo o Brasil. A frase da moça diz "Mulheres machistas criam monstros estupradores".

Peraí. Eu repito pra vocês:

"Mulheres machistas criam monstros estupradores".

A minha vontade é encontrar essa manifestante e dizer a velha máxima, com a boca cheia: "Moça, você é machista".

Olha. Eu não entendo mesmo. Não. entendo.



29 May 15:44

Jovens, mulheres e negras

by larissantiago

por Bárbara Lopes para o Blogueiras Negras

Ontem, a Assembleia Legislativa abrigou o seminário Jovens Negras – Temas e Dilemas, organizado pelo mandato da deputada Leci Brandão. O auditório estava cheio, com muita gente querendo perguntar, opinar e um mundo de questões e temas aparecendo. Muitas extrapolavam a juventude, que é no que eu pretendo focar nesse texto.

É mais um reconhecimento da questão das políticas para a juventude nos espaços políticos e institucionais. O tema é recente, porque vem da construção da juventude como um segmento em si, que tem sobreposições com a adolescência e com a idade adulta, mas que tem especificidades, demandas e agendas próprias. Essa construção é um avanço da sociedade quando entende que a população jovem deve ser atendida por políticas que tenham como dupla face a proteção e o respeito a sua autonomia.

 A juventude é um momento da vida de transição, embora isso não seja linear – quer dizer, o modelo nasce-cresce-estuda-trabalha-casa-tem filhos-envelhece-morre é uma exagerada simplificação da realidade das pessoas. A juventude é um momento para formação, experimentações e escolhas. Isso no campo da educação, do trabalho, da conciliação entre ambos, da sexualidade, da família, da participação política, entre outros. Ao mesmo tempo, vemos as vulnerabilidades – para ficar em um exemplo, o trabalho da juventude é, em geral, mais precário.

seminário_jovens

 Dentro disso, se pensarmos em jovens mulheres negras, algumas dessas vulnerabilidades são acentuadas. A força dos estereótipos de raça e gênero atua para limitar suas possibilidades e potencialidades. Soma-se a isso a invisibilização de jovens negras na mídia, na política, na academia, nos espaços de decisão. Ou seja, os estereótipos mais presentes sobre a mulher negra – a mulher fogosa e sensual ou a mãe preta – encontram pouca oposição ou alternativas no imaginário.

Para as jovens, isso afeta suas escolhas em relação a estudos e trabalho, para além das restrições já existentes no mercado e na oferta de vagas no ensino superior. Quando, além de conciliar estudos e trabalho (o que faz boa parte da juventude), a jovem negra precisa acrescentar na soma a maternidade, a necessidade de políticas públicas fica ainda mais premente. Muitas jovens deixam de estudar após ter filhos porque a família assume os cuidados com a criança apenas para a jovem trabalhar. E a ausência de creches no período noturno não permite alternativas.

No seminário da Assembleia Legislativa, ao fazer um panorama histórico do movimento de mulheres negras, Nilza Iraci, do Geledés, colocou como questão a ocupação do ciberespaço, para deflagrar campanhas, fazer denúncias, criar fóruns para trocas e para solidariedade, para visibilizar a mulher negra. Se isso é verdade para mulheres de todas as idades, é ainda mais importante para as jovens. Por isso, este espaço das Blogueiras Negras é tão necessário, para mostrar não só as dificuldades, mas também a resistência e o protagonismo de jovens negras.


Bárbara Lopes é jornalista e militante feminista e já foi mais jovem. Ama os livros, as conversas e a música”.  Escreve no Blogueiras Feministas e no seu website .


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29 May 15:43

Negras notáveis – Aqualtune

by Blogueiras Negras

Por Minnie Santos para as Blogueiras Negras

Princesa- guerreira, um dos maiores símbolos de resistência  e luta pela liberdade negra, mãe de um dos maiores líderes pela luta da liberdade negra, e avó  de talvez o maior dos líderes da luta contra a escravidão. Ou se você quiser resumir, simplesmente Aqualtune.

Não consegui saber de fatos sobre a infância da princesa. Seu rastro histórico começa no ano de 1665, quando, segundo a história, liderou cerca de 10mil guerreiros congoleses , no que ficou conhecido como “ a Batalha de  Mbwila”, quando a sua tribo foi atacada por outra de nome “Wachagas”- há quem diga que o conflito foi provocado pelos portugueses, interessados  em cativos para o comércio de escravos. O fato, é que a tribo de Aqualtune perdeu o combate, e a cabeça o pai dela, o rei de Mani-Kongo, foi cortada e exibida em uma igreja, enquanto a sua filha, foi presa com seus companheiros e vendida como escrava.

Forte de Elmina, em Gana (atualmente, forte de São Thiago)

Forte de Elmina, em Gana (atualmente, forte de São Thiago)

Então, teria sido enviada em um navio negreiro para o forte de Elmina, em Gana, onde teria sido “batizada” por um bispo católico e, como prova de seu batismo, foi marcada uma flor com ferro quente em cima do seu seio esquerdo. Daí, completou a travessia no navio negreiro para o Brasil, onde desembarcou em  Recife. Alguns dizem que ela já teria embarcado grávida , e teria sido estuprada diversas vezes por outro escravo, pois, forte e saudável, foi escolhida para ser vendida como escrava reprodutora. Conta que em desespero, ao embarcar em  Recife, teria tentado correr para o mar- provavelmente uma tentativa desesperada de voltar para a sua terra natal.

Porém, nossa guerreira se encontrava em um estado de letargia profundo. Provavelmente, depressão- e quem não compreenderia?  Já em Recife, foi  vendida para uma fazenda especializada em gado e o dono da fazenda, ao saber da sua origem, e que Aqualtune ainda era venerada por alguns escravos devido a sua origem, a entregou para os seus piores homens em sua fazenda.

E a letargia em nossa heroína continuava. Até que,  na altura do sexto mês de gravidez, ela sentiu  seu bebê se mexer e “ seu sangue se mexeu junto”.

Então, ela ouviu falar  em um chamado “ Reino dos Palmares”. Desde o primeiro momento da escravidão no Brasil, que vários negros criaram centros de resistência fugindo para o interior . Mais ou menos em 1606, um grupo de escravos conseguiu se estabelecer nas montanhas de Pernambuco, e ali conseguiram  estabelecer um “mocambo” , na região conhecida como Palmares.

Então, surgiu em Aqualtune  a vontade de fugir e se juntar ao povo de Palmares. Se juntou a um grupo de escravos para se insurgir e destruir a casa grande. Conseguiu e , no meio de sua fuga, mais escravos foram se somando ao grupo ao longo do caminho.  Conta-se que chegaram com ela cerca de 200 escravos ao Reino de Palmares. Então, alguns contam que  sua origem real teria sido reconhecida , mas o fato é que ela se tornou o líder do Reino dos Palmares. E dentro do chamado reino dos Palmares, ela teria fundado o chamado “ Quilombo dos Palmares”.  Ali, Aqualtune deu a luz a dois filhos, ambos guerreiros que também entraram para a história: Ganga Zumba e  Ganga Zona, conhecidos pela sua coragem e liderança. Também teve uma filha, de nome Sabina, que teve mais tarde, um menino chamado Zumbi, que mais tarde ficaria conhecido como “Zumbi dos Palmares”, e seria  reconhecido como um dos maiores líderes negros da história.

O final da vida de Aqualtune é controverso. Alguns dizem que uma das várias expedições enviadas pelo governo português e donos de fazenda, teriam queimado a vila onde ela vivia junto com outros idosos da comunidade. Outros alegam que ela teria conseguido fugir . Outros ainda afirmam que ela simplesmente morreu de doenças da velhice. O fato, é que há uma lenda que  os deuses da  África teriam tornado nossa guerreira imortal, um espírito ancestral que conduziu seus guerreiros até a queda definitiva do quilombo dos palmares em 1694. Dizem que até hoje ela é lembrada em Pernambuco, e a princesa, cantada na música Zumbi, de Jorge Bem Jor, seria uma referência à Aqualtune.


Minnie Santos é carioca, flamenguista e da Zona Norte. É técnica em telecomunicações, mas no momento não exerce. Escreve também no Maxibolsa sobre beleza e qualquer coisa que dê na telha! :)


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