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24 Sep 14:17

A lição de Wil Wheaton sobre o bullying

by Douglas Donin
Silvano.pereira

Boa resposta...

Durante a Denver Comic Con, Wil Wheaton – de Jornada nas EstrelasConta Comigo e The Big Bang Theory – foi questionado por uma criança sobre se, quando era menor, também era chamado de nerd e como lidava com isso.

Wheaton sacou de improviso uma belíssima resposta, que qualquer criança conseguiu entender, e que serve como uma lição para todos sobre a natureza da agressividade:


Link YouTube

“Quando eu era um menino eu era chamado de nerd o tempo todo, porque eu não gostava de esportes. Eu amava ler, eu gostava de matemática e ciência, eu achava que a escola era realmente legal e isso machucava um montão, porque nunca é legal quando uma pessoa faz piada de você por alguma coisa que você não escolheu. Você sabe, nós não escolhemos ser nerds. Nós não podemos evitar de gostar das coisas, e nós não devemos pedir desculpas por gostar das coisas.

Eu gostaria de poder te dizer que há uma maneira realmente fácil de simplesmente não se importar, mas a verdade é que isso machuca. Mas aqui está uma coisa que talvez você possa entender. De fato, eu acho que você vai entender, porque você fez essa pergunta. [pullquote]Quando uma pessoa faz piada de você, quando uma pessoa é cruel com você, isso não tem nada a ver com você.[/pullquote] Não é sobre o que você disse, não é sobre o que você fez, não é sobre o que você gosta. É sobre ele se sentindo mal a respeito de si mesmo. Ele se sente triste. Ele não tem a atenção de seus pais de uma maneira positiva. Ele não se sente tão inteligente como você. Ele não entende as coisas que você entende.

Talvez um de seus pais esteja o forçando a ser uma líder de torcida ou um jogador de basquete ou um engenheiro ou algo que eles simplesmente não queiram fazer. Então eles descontam em você, porque não podem sair culpando a pessoa que de fato os machuca. Então quando uma pessoa é cruel com você assim, eu sei que é difícil, mas honestamente a mais gentil e melhor reação é ter pena deles. Não deixe eles te fazerem se sentir mal por gostar de alguma coisa.

Talvez você possa descobrir do que eles gostam e conversar sobre o que eles gostam. Eu aposto que você  vai achar uma pessoa que goste de espirobol, ou que goste de espirobol exatamente do mesmo jeito que você gosta de “Doctor Who”, mas vocês só gostam de coisas diferentes. Eu te digo uma coisa: fica muito mais melhor à medida que você cresce. Eu sei que é bem difícil quando você está no colégio, cercado pelas mesmas 400 pessoas todo dia, que mexem com você e te fazem sentir mal. Mas há 50.000 pessoas aqui esse final de semana que passaram exatamente pela mesma coisa e estão realmente muito bem. Nunca deixe alguém te fazer se sentir mal porque você gosta de algo e elas decidiram que é só para nerds. Você gosta das coisas por si mesmo. Obrigado.”

Nota do editor: artigo originalmente publicado no site Ano Zero.


por Douglas Donin








24 Sep 13:02

474 – Missions from God 4

by fernanda szuster

524 – Missions from God

23 Sep 20:56

Os melhores apps da semana para Android

by Giovanni Santa Rosa

Uma semana pra lá de recheada no Android: tivemos boas atualizações, como as do Instapaper e do TunnelBear, e boas novidades, como o controle de volumes Noyze e os games Star Wars: CommanderInterstellar. Veja estas e outras dicas na nossa lista:

Noyze

Noyze (grátis): Vamos combinar, o controle de volume do Android é simples demais. O Noyze resolve isso: ele permite customizar o painel que aparece quando você aperta o botão de volume.

Você pode colocar controles de música ou três sliders para mídia, toque e alarme, dependendo do tema. Entre os extras, ele dá a opção de adicionar funções personalizadas para toque longo nos botões de volume. Mas, atenção, ele só roda em aparelhos com Android 4.3 ou superior.


My Maps

My Maps (grátis): Não, este app do Google não é o Google Maps. O My Maps –nome que o Maps Engine ganhou nesta última atualização– serve para criar mapas, salvando localizações e rotas importantes para você.

Dá para planejar as férias, organizar listas de lugares para conhecer, mostrar caminhos, um monte de coisa O My Maps também está disponível no seu navegador, em que você pode procurar entre os vários mapas publicados na Galeria de Mapas.


Instapaper 4 android

Instapaper (grátis): O Instapaper é um dos melhores apps para salvar aquele texto que parece excelente, mas que não vai dar para ler agora. Ele ganhou uma atualização e agora é freemium: o app é grátis e, com uma assinatura de US$2,99 por mês, você libera funções extras, como pesquisa nos textos salvos, função de destacar trechos dos artigos e opção de criar listas de reprodução de artigos para ouvi-los usando text-to-speech.


TunnelBear

TunnelBear (grátis): O TunnelBear é um dos apps de VPN mais fáceis de usar, e a nova atualização deixou tudo ainda mais simples. Agora, a interface é baseada num mapa — basta tocar no país desejado para mudar sua conexão para lá. O aplicativo é grátis, mas o serviço oferece apenas 500MB mensais no plano gratuito.


Catraca Livre (grátis): O Catraca Livre é um site que reúne os melhores eventos e passeios gratuitos ou com preços baixos em algumas das principais capitais brasileiras. Encontre shows, teatros, cinema, exposições, baladas, saraus, cursos, palestras, tratamentos e consultas. Com o app, você pode procurar sugestões próximas à sua localização, traçar a rota até o local e salvar eventos favoritos para ver os detalhes mesmo se estiver sem conexão.


Star Wars: Commander (grátis): Star Wars: Commander é um jogo de estratégia muito parecido com Clash of Clans, mas que se passa na trilogia original de Guerra nas Estrelas. Escolha a Aliança Rebelde ou o Império, construa sua base, faça alianças com seus amigos e trave batalhas épicas. O game é grátis e alguns itens adicionais podem ser comprados por meio de in-app purchases.


interstellar 1

interstellar 2

interstellar 3

Interstellar (grátis): Se você quer algo espacial mas nada tão violento, recomendamos Interstellar. O jogo é baseado no filme de Christopher Nolan, ainda não lançado. Aqui, você pilota uma nave espacial e deve aperfeiçoá-la a cada nova missão, além de criar seu próprio sistema solar e poder explorar os dos seus amigos.

Tem alguma sugestão? Deixe sua dica nos comentários!

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23 Sep 20:53

Guarde suas músicas na nuvem usando o Google Play Música e faça streaming de qualquer lugar

by Felipe Ventura
Silvano.pereira

Mais um... No momento estou contente com o spotify...

Em setembro, o Google Play Música chegou ao seu 45º país: o Brasil. Trata-se de um serviço três-em-um: você pode guardar seus MP3 na nuvem para ouvi-los em qualquer lugar; pode comprar músicas na loja; e pode fazer streaming de um catálogo com 30 milhões de faixas.

Explicamos neste link como usar o streaming. Quanto aos outros recursos – enviar música e comprar faixas – você pode conferir os detalhes abaixo.

Guardar músicas na nuvem de graça

Se você já tem uma coleção de MP3 ou FLAC, pode enviar até 20.000 músicas para a nuvem e ouvi-las em qualquer lugar através do Android, iOS e web – e sem pagar nada por isso.

Na verdade, você não fará upload de todas elas: com o Music Match, o Google detecta se uma música sua já está no catálogo da empresa e apenas a acrescenta à sua conta, sem fazer o upload. Se algo não estiver no catálogo, é feito o upload.

Para enviar músicas, vá até play.google.com/music/listen no seu computador, concorde com os termos de serviço, e adicione um número de cartão. O Google diz que “nossas ofertas de música exigem que você tenha uma forma de pagamento registrada para confirmar seu país de residência, já que os direitos musicais variam conforme o país”.

play musica 2

Você precisa de um cartão de crédito – nacional ou internacional – para continuar. Insira seu nome, CEP e os dados do cartão, e clique em “Aceitar e continuar”. Você não será cobrado! Se você já cadastrou um cartão antes, surgirá esta tela:

play musica 3

Agora você pode clicar em “Adicionar música”. Clique em “Selecionar a partir do computador” e escolha os arquivos a enviar. Você receberá um aviso para instalar uma extensão no Chrome, ou o programa Gerenciador de música no Firefox e Internet Explorer. Isto é obrigatório para enviar as músicas.

No Chrome, clique em “Adicionar aplicativo” e instale a extensão.

play musica 4

O site pede ainda que você faça login no Chrome usando sua conta do Google, senão você não consegue enviar músicas. Após fazer isso, começa o upload.

play musica 7

Caso você use outro navegador – Firefox, IE, Safari – é preciso usar um programa separado para enviar seus MP3. O Gerenciador de música é compatível com Windows XP e superior; Mac OS X 10.5 e superior; e Linux (Debian/Ubuntu/Fedora/openSUSE).

play musica 5

Ao clicar em “Adicionar música”, você será convidado a baixar o Gerenciador de música. Instale-o, faça login e selecione a pasta onde estão suas músicas. Elas também podem vir do iTunes ou do Windows Media Player.

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E então começará o upload. Você pode verificar o progresso no ícone na bandeja de notificações. Você terá a opção de fazer upload automático de todas as músicas que acrescentar à mesma pasta (ou que comprar no iTunes).

As músicas na nuvem estarão disponíveis através da web, na seção “Últimas adicionadas”…

play musica 12

… e nos apps para iOS e Android, em “Minha biblioteca”.

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O Google não permite enviar músicas para o Play Música através do iOS ou Android. Para fazer isso, só com um método alternativo: colocando suas músicas do celular no Dropbox, e configurando o Gerenciador de Música para fazer upload automático desses arquivos. As instruções estão aqui.

Comprar música (e baixá-la de graça)

Se você tem uma conta do Google, basta ir até play.google.com/store/music e fazer login. Lá, você encontrará algumas faixas que o Google está oferecendo de graça. Para baixá-las, no entanto, é preciso ter um cartão de crédito (nacional ou internacional) associado à sua conta.

Se você já comprou algo na Play Store, então basta clicar em “Comprar”. Não se preocupe: você não será cobrado!

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Senão, você precisa clicar em “Adicionar cartão de crédito ou débito” e inserir seus dados do cartão, CEP e telefone. Como explicamos acima, o Google exige que você registre uma forma de pagamento para confirmar que mora no Brasil.

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Você pode ir ao site wallet.google.com para acrescentar um número de cartão à sua conta.

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No Android, toque em Continuar > Adicionar cartão e digite seus dados para baixar a música.

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Para comprar músicas, o procedimento é basicamente o mesmo explicado acima. Faixas individuais custam a partir de R$ 0,49. Os preços são cobrados em reais.

Streaming

A terceira parte do Play Music é o streaming, chamado nos EUA de All Access. Ele oferece um catálogo de 30 milhões de músicas, incluindo de gravadoras nacionais, que você pode ouvir offline.

Este é o serviço que começou restrito a clientes da Samsung: donos do Galaxy S5, S5 Mini, S5 Duos, Galaxy S4 e tablets Galaxy Tab S comprados a partir de 22 de setembro podem usar o streaming de graça por seis meses, que começam a contar a partir da ativação. O recurso é ativado automaticamente.

O streaming será aberto em 1º de novembro para todos os donos de dispositivos Samsung, seja um smartphone, tablet ou alto-falante Bluetooth da linha Samsung Level. O serviço será gratuito por três meses, também contados a partir do dia que você ativar.

Desde 17 de novembro, o streaming foi liberado para todo mundo. Quem entrar no serviço até o dia 7 de janeiro de 2015 terá um período gratuito de 60 dias e poderá assiná-lo por R$ 12,90 mensais. Depois dessa data, o período gratuito passar a ser de 30 dias e o preço da assinatura sobe para R$ 14,90.

Em todos os casos, você poderá usar o streaming em mais dispositivos: após fazer a autenticação em um Galaxy, por exemplo, você pode acessar o serviço através da web e de smartphones/tablets Android de outras marcas.

Com o streaming, você pode ouvir rádios criadas automaticamente a partir de uma música, além de salvar músicas para ouvir offline no smartphone ou tablet. Mais detalhes aqui.

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Você tem alguma dúvida sobre o Play Música? Consulte a ajuda do Google neste link, ou faça sua pergunta nos comentários abaixo.

Atualizado em 17/11. Publicado originalmente em 23/09.

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19 Sep 20:24

471 – Gates of Hell

by fernanda szuster

522 – Gates of Hell

15 Sep 14:59

37 games imperdíveis dos 8 aos 16 bits

by Rodrigo Cambiaghi
Silvano.pereira

Só 5 eu nunca joguei =]

Ah, os games antigos…

Quando eu for velho, ranzinza e cheio de manias, falarei para os meus netos que não se fazem mais videogames como antigamente e bom mesmo eram os consoles do meu tempo, não os que eles jogam hoje.

Vou abrir meu armário com cheiro de naftalina, mostrar para eles minha coleção de games antigos (ainda modesta hoje, mas daqui 50 anos será gigantesca) e quando eles me perguntarem quais foram os jogos mais legais e mais importantes daquele tempo, a lista vai ser mais ou menos assim.

Prólogo: Atari

Conceitualmente, o Atari foi o primeiro console popular que existiu. Tudo ainda era muito precário, os videogames engatinhavam, os desenvolvedores não tinham muita noção do que estavam fazendo. A lista de games do Atari é gigantesca, mas a maioria dos games são quase cópias idênticas de outros.

Era muito comum, se um jogo fizesse sucesso, que alguém copiasse o game, mudava o fundo de azul para preto, alterava um detalhezinho ou outro e o relançava como se fosse algo completamente diferente — uma das práticas responsáveis pela crise norte americana dos videogames de 1983.

Existem 4 jogos de Atari que são memoráveis e importantes para a história do videogame.

Space Invaders (1980)

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Você pode nunca ter jogado um videogame na sua vida, mas algum momento, já se deparou com esse game.

Pacman (1980)

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O jogo mais vendido do Atari.

Pitfall! (1982)

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Alguém ai conseguiu ver o final do Pitfall!?

Q-Bert (1983)

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Numa época em que todos os games eram cópias escancaradas um do outro, Q-Bert foi um dos poucos que inovou.

Os games imperdíveis dos 8 aos 16 bits

Bomberman (NES, 1983)

Bomberman

Bomberman é um game bem a frente de seu tempo. A mecânica é simples, mas contempla diversos elementos em um jogo só: labirintos, quebra-cabeças, estratégia, power-ups e agilidade. Me divirto em jogar até hoje.

Duck Hunt (NES, 1984)

Duck Hunt Snes

 

O jogo em si não é nada demais. O louco era jogar com a pistola — uma puta inovação na época — que você apontava para tela e matava os patos.

E você achou que o Wii é que era revolucionário.

Super Mario Bros (NES, 1985)

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Dispensa apresentações. Me arrisco dizer que a trilha sonora desse jogo é a música com mais remixes, versões e interpretações que existe hoje no Youtube.

Esse foi um dos jogos responsáveis por fazer as pessoas voltarem a ter interesse nos videogames e tirar a indústria de games da crise de 83.

Alex Kidd in Miracle World (Master System, 1986)

Alex Kidd

Ter um Master System e não ter esse game é como ter um violão faltando uma corda.

Jo-Quem-Pô.

California Games/Jogos de Verão (Atari/NES/Master System/Genesis, 1987)

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O primeiro California Games foi lançado em 1987, mas fizeram remakes para todos os consoles posteriores.

Blaster Master (NES, 1988)

Blaster Master

Pense no Megaman, acrescente mapas mais complexos, a possibilidade de entrar e sair do seu tanque de guerra, uma pitada de puzzle e triplique a dificuldade.

Isso é o Blaster Master.

Megaman 2 (NES, 1988)

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Joguei Megaman, do 1 ao 6.

Esse é o meu favorito por ser o mais redondo e balanceado dos que saíram para o NES. Além da trilha sonora ser perfeita.

Jogo até hoje.

Altered Beast (Master System/Genesis, 1988)

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Trilha foda e gameplay animal, mas é impossível um ser humano normal terminar sem usar cheat code. Sério.

Teenage Mutant Ninja Turtles (NES, 1989)

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A coisa mais legal do mundo era jogar um jogo do desenho que você acabou de assistir na TV.

E, claro, o modo cooperativo era animal, em que não precisava esperar seu amigo morrer para poder jogar. Vocês jogavam juntos!

Michael Jackson’s Moon Walker (Master System/Megadrive/Game Gear/Arcade, 1990)

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Você salva criancinhas, seus socos e chutes são inspirados nas coreografias do Michael Jackson e eles soltam purpurina! O MJ solta gritinhos, a trilha sonora do game são musicas como “Smooth Criminal”, “Beat it” e “Billie Jean”.

Se jogar isso hoje já é foda, imagina nos anos 90, auge da carreira do cara?

Chip n Dale (NES, 1990)

Chip n Dale

O “Tico e Teco” em português!

O grande problema dos games daquela época é que o desenvolvimento era precário. Era muito comum saírem games “tortos”, extremamente difíceis, complicados de entender, fáceis demais ou até games sem sentido algum. Não tinha como soltar um patch ou atualização para equilibrar o game ou concertar bugs.

Chip n Dale é um game redondo, desafiante mas não impossível de terminar.

Mônica no Castelo do Dragão (Master System, 1991)

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Pouca gente sabe, mas o game é uma reprogramação do Wonder Boy.

Mas quem liga? O jogo era legal pra caramba!

A terceira geração de VideoGames – os 16 bits

Super Castlevania IV (Snes, 1991)

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Jogo foda, trilha foda, powerups, bem balanceado. Era o game alternativo para quem não queria comprar o Super Mario World com o Snes.

Sonic the Hedgehog (Genesis, 1991)

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Se você era fã da Nintendo, esse foi o jogo que fez seu coração balançar pela Sega.

Gráficos lindos, jogabilidade incrível e a trilha sonora era perfeita (eu escuto até hoje). Sonic é provavelmente o único título de respeito pela qual a Sega será lembrada na história dos videogames.

Mortal Kombat (Snes/Genesis, 1992)

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Você conheceu alguém que os pais não deixavam jogar Mortal Kombat por ser um jogo muito violento. Mais do que a violência, MK é um jogo místico porque é recheado de segredos, lendas urbanas, easter eggs e gliches. (Ermac, Reptile, double uppercut e por ai vai).

World of Illusion (Genesis, 1992)

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É um dos jogos mais legais do Mickey (mais que o Castle of Ilusion), A trilha e os gráficos de algumas fases são bem medonhas, o jogo tem um aspecto meio terror/obscuro, mesmo com elementos fofinhos.

Os gráficos eram sensacionais pra época.

The Legend of Zelda: A Link to the Past (Snes, 1992)

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Fiquei tão fissurado por esse jogo que terminei a versão dele em japonês, sem olhar o detonado da revista de games. Demorou quase 6 meses. Joga, você não vai se arrepender.

Top Gear (Snes, 1992)

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Sem dúvida uma das trilhas sonoras mais bonitas da era 16 bits.

A banda Muse compôs “Bliss“ inspirada no tema.

Super Mario Kart (Snes, 1992)

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Qualquer Mario Kart de qualquer console  é muito foda, mas foi aqui que tudo começou.

Antes de pedir alguém em casamento, jogue um Battle Mode de Mario Kart com ela.

 

Dragon Ball Z – Super Butouden 2 (Snes, 1993)

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Aposto meu Snes de que o famoso especial do Ryu, o Shinku Hadouken, foi criado depois que algum produtor do Street Fighter jogou Dragon Ball e viu o Goku soltando Kamehameha.

A jogabilidade mais travada que a do Street Fighter ou Mortal Kombat, mas o jogo ganha por inovações como voar, dividir a tela e os golpes especiais.

Aladdin (Snes/Genesis, 1993)

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Jogo bacana, bem balanceado, gráficos bem bonitinhos baseados no desenho.

Vale a pena.

Phantasy Star IV (Genesis, 1993)

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Sim, a Sega fez coisas muito boas além do Sonic.

Esse game é considerados por muitos, o melhor RPG do MegaDrive.

Megaman X (Snes, 1993)

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Megaman X é o jogo mais foda de todos os Megamans. O jogo é redondo em todos os aspectos: jogabilidade, trilha sonora, gráfico, balanceamento. Ganhou remake pra PSP, Android iOS, mesmo sendo um jogo com 20 anos de idade. Respect.

Sunset Riders (Snes, 1993)

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Provavelmente você jogou ele no fliperama e não no Snes.

Joguinho divertido para 2, muito mais redondo e fluído que o Contra.

Super Street Fighter II (Snes/Genesis, 1994)

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Dispensa comentários.

Essa versão é mais legal por ser mais balanceada, ter mais lutadores (Cammy, T-Hawk, DeeJay, etc…) e a jogabilidade mais fluída.

Final Fantasy IV (Snes, 1994)

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Difícil escolher um só game da série. Aponto o 4 por puro gosto pessoal.

Biker Mice From Mars (Snes, 1994)

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Todo mundo conhece ou já ouviu falar do Rock n Roll Racing.

O Bikers Mice from Mars é um jogo baseado no desenho animado. Não vingou muito, mesmo sendo tão divertido (ou até mais) que o Rock n Roll Racing.

Super Mario World + Super Mario All Star (Snes, 1994)

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Dei uma roubadinha e coloquei um game que, é um 5 em 1 para ganhar espaço na lista.

Nesse cartucho de Snes vem: Super Mario 1, Super Mario 2, Super Mario 3, Super Mario Lost Levels (que nada mais é do que o Super Mario 1 no level HARD) e Super Mario World.

Os mais puritanos dirão que o remake detonou com o gráfico e o som dos jogos clássicos do Mario.

Foda-se. O jogo vale a pena.

International Superstar Soccer Deluxe (SNES) – 1995

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Você leu o título do game e ouviu a voz do narrador na sua cabeça.

O jogo em uma palavra: Allejo.

Chrono Trigger (SNES, 1995)

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Provavelmente o melhor RPG já feito para um 16 bits.

É o jogo mais raro (e caro) para se comprar hoje do Snes. Se você quiser comprar só a fita avulta, vai pagar fácil uns R$ 300.

Pausa para um pouquinho de história….

Meados de 1994: Sony anuncia o Playstation, com os gráficos insanos pra época, cenas de filme dentro do jogo, vozes reais.

O Super Nintendo pareceu um console extremamente ultrapassado e todo mundo declarava o fim da era 16 bits. Mas o Snes não ia embora sem antes fazer uma despedida digna, espremeu o máximo do que o console podia oferecer, lançou dois games matadores e mostrou pra todo mundo que ela ia ficar só mais um pouquinho.

Super Mario RPG (SNES, maio de 1996)

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RPG com gráficos lindos, história animal, personagens fodas e jogabilidade redonda.

Donkey Kong Country 3 (Snes, novembro de 1996)

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Os 3 títulos do DK são animais, mas o Dk3 merece estar na lista pelo contexto histórico que ele foi lançado: o Nintendo 64 já estava bombando, o console estava a venda desde junho no Japão e desde setembro nos EUA.

O Playstation com títulos animais e o fodão Resident Evil que estava nas prateleiras das lojas desde em março.

Mesmo assim, DK3 peitou todo mundo e vendeu 3 milhões de cópias.

O jogo é tão foda que me fazia desligar o N64 e religar o SNES só pra jogá-lo.

A lista continua

Certamente faltou algum título memorável aqui na lista, vamos continuar nos comentários.

Agradecimento especial a todos os amigos que pelo Facebook me ajudaram a refrescar a memória e escrever esse artigo.

Rafael Rosa, Seiiti Arata, Alexandra Formágio, Gustavo Coelho, Tina Cassie, Renato Henrique, Grace Kelly, Naschara Saraiva, Luis Simonetti, Eduardo Amuri, Allan Passador, Camila Numazawa, Lucas Kappaz, Rafael Hessel, Tomás Telles, Thiago Gomes, Fábio Bracht, Juliana Destro, Juliana Bergamo, Fabio Zuppone, Luiz Di Sessa, Le Bravo, Alexandre Jordani, Filipe Larêdo, Thiago Alexandre, Luiz Stamboni, Verônica Gunther, Alberto Brandão, Guilherme Dorta, Hellen Coelho, Luana Almeida, Eduardo Mikail, Nyle Ferrari, Ana Kolicheski, Rodrigo Feldmann, Felipe Ramos, Marcel Santos, Rafael Vivolo, Victor Feijó, Patrick Behar, Luísa Alvarez, Theo Asfora, Gustavo Araújo, Rodrigo Hong, Romulo Perini, Elô Marques, Tati Pizzi e Fernando Bella.

Obrigado.


por Rodrigo Cambiaghi








15 Sep 14:54

As eleições para governador

by Elton Flaubert
Silvano.pereira

PT tá mal mesmo hehe

Faltando pouco mais de três semanas para o primeiro turno, a eleição para governadores ainda não engrenou. Ao menos é o que parece nos dizer o número de indecisos nas pesquisas para sucessão estadual. Todavia, se ainda há uma boa margem para mudanças e reviravoltas (principalmente na última semana de campanha), podemos visualizar alguns traços dos cenários que estão se apresentando. Veremos tal mosaico por regiões.

Centro-Oeste

UF Governador Aprov. do gov. Desap. do gov. Candidato do governo Adversários Rejeição cand. do gov.
DF¹ Agnelo Queiroz (PT) 20% 39% Reeleição (19%) Arruda(PR) 37%

Rollemberg(PSB)18%

47%
GO² Marconi Perillo (PSDB) 40% 22% Reeleição (38%) Iris (PMDB) 28%

Vanderlan (PSB) 9%

27%
MT² Sinval Barbosa (PMDB) 17% 37% Lúdio Cabral (PT) 16% Taques (PDT) 43%

José Riva (PSD) 13%

8%
MS²
  1. Puccinelli (PMDB)
58% 9% Nelsinho Trad (PMDB) 16% Delcídio (PT) 42%

Azambuja(PSDB) 22%

17%

¹.Datafolha
².Ibope

Dos quatro estados do Centro-Oeste, apenas um deve ter a eleição encerrada no primeiro turno, o Mato Grosso. O senador pedetista, Pedro Taques, construiu um bom arco de alianças, tem baixa rejeição (8%) e é o principal nome da oposição. O governo de Sinval Barbosa é mal avaliado, mas o seu candidato, Lúdio Cabral, que foi derrotado na eleição municipal de Cuiabá em 2012, tem carisma e pouca rejeição. O petista está crescendo, e deverá continuar numa curva ascendente a partir do momento que seu nome seja mais conhecido. No entanto, não deverá ser suficiente para impedir a vitória de Taques ainda no primeiro turno.

Nos outros três estados, há grande chance de segundo turno. Em Goiás, o atual governador, Marconi Perillo, tem uma avaliação de regular para boa, mas é também o candidato mais rejeitado. É provável que o tucano dispute a segunda fase da eleição com um velho conhecido, o pemedebista Iris Rezende. No entanto, não descartaria um acirramento pela disputa do segundo lugar. Vanderlan (PSB) e Gomide (PT) estão crescendo, possuem baixa rejeição e ainda estão sendo conhecidos pela população. Se tivesse havido uma composição para uma única chapa, as chances de tirar Iris da disputa seriam maiores. O ex-governador do PMDB estacionou em 28% e possui uma rejeição de 21%. O atual governador terá uma reeleição difícil seja contra quem for. Contra Iris Rezende, suas chances são maiores, por ter uma rejeição parelha.

No Mato Grosso do Sul, a eleição ainda está muito aberta. Mesmo o governo de Puccinelli sendo muito bem avaliado pela população, o senador Delcídio possui um alto índice de intenção de votos, crescendo dois pontos no último mês. Abatido por uma crise interna dentro do partido, Nelsinho Trad, do partido do governador, não consegue decolar. Vários prefeitos e parlamentares do PMDB, do PSDB e de outros partidos declararam apoio a Delcídio. Quem vem crescendo nas últimas pesquisas e pode disputar o segundo turno é o tucano Reinaldo Azambuja. Ainda há 11% de indecisos.

No Distrito Federal há uma grande indefinição. José Roberto Arruda lidera a disputa, mas deve ter o registro de sua candidatura cassado. As chances de reeleição de Agnelo Queiroz são baixíssimas, devido à má avaliação da sua gestão e à rejeição de quase metade dos eleitores. Em tese, Rodrigo Rollemberg é o favorito, e nas simulações de segundo turno já aparece na frente. Sem Arruda no pleito, deve confirmar seu nome no segundo turno. O tucano Pitiman (hoje com 4%) também deverá crescer bastante na reta final.

Nordeste

UF Governador Aprov. do gov. Desap. do gov. Candidato do governo Adversários Rejeição cand. do gov.
AL² Teotônio Vilela (PSDB) 30% 36% Júlio Cézar (PSDB) 2% Filho(PMDB) 42%

de Lira (PP) 23%

11%
BA² Jacques Wagner (PT) 32% 26% Rui Costa (PT) 24% Souto (DEM) 46%

Lídice (PSB) 6%

20%
CE² Cid Gomes (PROS) 42% 17% Camilo (PT) 34% Eunício (PMDB) 42%

Novais (PSB) 4%

20%
MA² Roseana (PMDB) 32% 32% Lobão Filho (PMDB)  30% Dino (PCdoB) 42%

Pedrosa (PSOL) 2%

23%
PB² Ricardo Coutinho (PSB) 43% 22% Reeleição (33%) C.Cunha (PSDB) 47%

Vital (PMDB) 4%

33%
PE¹ João Lyra Neto (PSB) 28% 6% Paulo Câmara (PSB) 39% Armando Monteiro (PTB) 33% 14%
PI² Zé Filho (PMDB) 32% 21% Reeleição (22%) Dias (PT) 49%

Mão Santa (PSC) 7%

17%
RN² Rosalba Ciarlini (DEM) 6% 69% Nenhum H.E.Alves (PMDB)40%

Faria (PSD) 28%

-
SE²
  1. Barreto (PMDB)
36% 26% Reeleição (41%) Eduardo Amorim (PSC) 33% 33%

No Nordeste, muitas eleições podem terminar ainda no primeiro turno devido ao fato de que, em alguns estados, só duas candidaturas são competitivas. Em Pernambuco e no Sergipe, a boa avaliação dos governos deve garantir a reeleição dos seus candidatos. O ex-vice de Marcelo Deda, o peemedebista Jackson Barreto ultrapassou o senador Eduardo Amorim, e deve ganhar ainda no primeiro turno apesar da taxa de rejeição (33%). Na terra de Eduardo Campos, a vitória de Paulo Câmara é praticamente garantida. Ele foi ascendendo meteoricamente a partir do momento que as pessoas identificaram em sua figura o candidato do atual governo e de Eduardo.

No Ceará, a boa avaliação do governo de Cid Gomes tem impulsionado o crescimento do petista Camilo Santana. No estado, pode haver a realização do segundo turno, já que os candidatos menores somam 7%. A aprovação da gestão de Cid pode ser o fiel da balança. O petista é mais rejeitado do que Eunício, com 20% contra 15%. Na Bahia, a avaliação do governo Jacques Wagner é regular, e apesar do crescimento do seu candidato nas últimas semanas, ele ainda se encontra há mais de 20 pontos do ex-governador do DEM, Paulo Souto. Apesar de improvável, mesmo que ocorra segundo turno, Paulo Souto é amplo favorito, devendo trazer o estado de volta ao partido. A Bahia deve ser o único estado governado pelo DEM em 2015.

Apesar da rejeição em Teresina, onde não passou do terceiro lugar na última eleição municipal, o senador petista Wellington Dias é amplo favorito, e deverá ganhar ainda no primeiro turno. A avaliação do atual governador Zé Filho é boa, no entanto o seu adversário já foi governador do estado, quando foi muito bem avaliado. Caso semelhante ocorre na Paraíba, onde Ricardo Coutinho, apesar da rejeição de 33%, tem um mandato relativamente bem avaliado, mas enfrenta um candidato que já foi governador e é muito popular, o tucano Cássio Cunha Lima. Há quatro anos, Cunha foi o principal responsável pela vitória de Coutinho, e agora deverá desbancá-lo.

Apesar do crescimento de Lobão Filho nas últimas semanas, Flávio Dino possui todas as chances para derrotar o grupo de Sarney no primeiro turno. O atual governo não é bem avaliado. Em Alagoas, o governo de Teotônio é muito mal avaliado, e o partido teve problemas na indicação do sucessor, com desistências no caminho. O principal candidato da oposição, Renan Filho (filho de Renan Calheiros) deve vencer no primeiro turno se o escândalo da Petrobrás não lhe atingir. No Rio Grande do Norte, a gestão de Rosalba é tão mal avaliada que o comando do seu partido sequer permitiu-a de tentar reeleição, objetivando eleger uma bancada maior de deputados. A sucessão potiguar está longe de definida. Robinson Faria, vice-governador (mas rompido com Rosalba), tem crescido bastante e tem menor índice de rejeição do que Henrique Eduardo Alves (26% contra 29%), que pode ser afetado pelo escândalo da Petrobrás.

Norte

UF Governador Aprov. do gov. Desap. do gov. Candidato do governo Adversários Rejeição cand. do gov.
AC² Tião Viana (PT) 62% 14% Reeleição (46%) Bittar (PSDB)19%

Bocalom (DEM) 18%

24%
AM³ José Melo (PROS) 66% 7% Reeleição (38%) Braga (PMDB) 48%

Ramos (PSB) 3%

10%
AP² Camilo (PSB) 13% 65% Reeleição (12%) Waldez (PDT) 40%

Lucas (PSD) 15%

68%
PA² Simão Jatene (PSDB) 29% 22% Reeleição (40%) Helder (PMDB) 40%

Carrera (PSOL) 2%

30%
RO²
  1. Moura (PMDB)
28% 29% Reeleição (28%) Expedito (PSDB)27%

Cassol (PR) 15%

27%
RR² Chico Rodrigues (PSB) 29% 27% Reeleição (27%) Neudo (PP) 32%

Portela (PT) 27%

24%
TO4 Sandoval Cardoso (PR) - - Reeleição (27%) Marcelo(PMDB) 51%

Ataídes (PROS) 2%

20%

³.DMP
4.Vetor

No Norte, há um menor número de pesquisas sendo realizadas, portanto os resultados não estão atualizados com o decorrer do guia eleitoral. É provável que haja muitas mudanças e surpresas. No Pará, o governo de Jatene possui uma avaliação regular, e ele está empatado com o peemedebista Helder Barbalho no primeiro e no segundo turno. Será uma eleição voto a voto até o final.

No Amazonas, o governador José Melo está sendo impulsionado pela boa avaliação do governo de Omar Aziz e pelo apoio do prefeito de Manaus, Artur Virgílio. Apesar da imensa popularidade de Eduardo Braga no estado, a diferença entre os dois tem caído, e a eleição deverá se tornar acirrada na última semana. O renome de Braga no estado deve fazer diferença.

Em Tocantins, o peemedebista Marcelo Miranda (apoiado pela senadora Kátia Abreu) tem uma eleição fácil pela frente diante do governador Sandoval Cardoso, que assumiu depois da renúncia de Siqueira Campos (PSDB) e do seu vice, João Oliveira (DEM).

No Acre, apesar das pesquisas indicarem favoritismo de Tião Viana, não é a primeira vez que um candidato petista começa muito na frente e a eleição se acirra durante o caminho. Diria que é bastante possível a realização do segundo turno. Se for contra o tucano Márcio Bittar (que possui baixa rejeição), a reeleição de Viana pode se complicar. O PT governa o estado há 16 anos.

No Amapá, o atual governador, Camilo Capiberibe, tem ampla rejeição à sua gestão. O ex-governador, Waldez Goes, está na frente, mas só nas próximas pesquisas dará para dimensionar se é efeito ou não de recall. Lucas Barreto pode surpreender.

Sudeste

UF Governador Aprov. do gov. Desap. do gov. Candidato do governo Adversários Rejeição cand. do gov.
ES²
  1. Casagrande(PSB)
43% 18% Reeleição (30%) Hartung (PMDB) 44%

Carlos (PT) 3%

15%
MG¹
  1. P. Coelho (PP)
22% 7% Pimenta (23%) Pimentel (PT) 34%

Delgado (PSB) 3%

12%
RJ¹ Pezão (PMDB) 24% 15% Reeleição (25%) Garotinho (PR) 25%

Crivella (PRB) 19%

19%
SP¹
  1. Alckmin(PSDB)
42% 18% Reeleição (49%) Skaf (PMDB) 22%

Padilha (PT) 9%

20%

Se faltam bons nomes aos eleitores cariocas, sobra emoção na reta final da disputa. Garotinho tem uma rejeição alta (46%), e se conseguir chegar ao segundo turno, perderá para qualquer oponente. O atual governador cresceu e passou a ser o favorito. No entanto, o candidato Crivella voltou a crescer, capturando votos do petista Lindberg, que viu sua candidatura naufragar num mar de processos. Pezão estará no segundo turno, mas pelas tendências apresentadas ainda não dá pra saber se será contra Garotinho ou Crivella. Um segundo turno contra Crivella será muito mais difícil.

Em São Paulo, Alckmin tem uma reeleição tranquila, que deverá ser liquidada ainda no primeiro turno. A aprovação à sua gestão está um pouco abaixo dos últimos governos tucanos no estado, no entanto o governador é ajudado pela falta de carisma de Skaf e pela rejeição ao PT. O cálculo do ex-presidente Lula para lançar Padilha foi o mesmo que se deu com Haddad em 2012: um nome novo, sem rejeição, com potencial eleitoral para crescer durante a campanha. No entanto, havia duas variáveis diferentes: a gestão de Alckmin é bem avaliada, ao contrário da de Kassab, e a rejeição ao PT subiu imensamente no estado depois dos protestos de 2013 e da má gestão de Haddad. Um nome carimbado, como o de Marta Suplicy, não teria qualquer chance de vitória, mas poderia produzir um segundo turno. Padilha chegará aos dois dígitos, mas a sua rejeição hoje é de 36%.

No Espírito Santo, Renato Casagrande até tem um governo bem avaliado, mas o seu adversário é Paulo Hartung, que saiu do comando do estado em 2010 como um dos governadores mais bem avaliados do país, elegendo justamente Casagrande como sucessor, por uma larga margem de votos. O peemedebista deve confirmar o favoritismo, possivelmente no primeiro turno.

Uma das eleições estaduais mais emblemáticas é a de Minas Gerais. O governo legado pelos tucanos não é mal avaliado, mas Pimenta da Veiga está demorando a dar sinais de crescimento. Em 2010, Anastasia cresceu num ritmo muito mais acelerado. Neste estágio da corrida, ele e Hélio Costa já estavam dividindo a liderança . Entretanto, há um grande número de indecisos (23%), e o efeito da máquina partidária contará muito na reta final. Para mim, o tucano ainda é levemente favorito. Pretendo tratar melhor dessa eleição num texto específico.

Sul

UF Governador Aprov. do gov. Desap. do gov. Candidato do governo Adversários Rejeição cand. do gov.
PR¹ Beto Richa (PSDB) 47% 15% Reeleição (44%) Requião (PMDB) 28%

Gleisi (PT) 10%

16%
RS¹ Tarso Genro (PT) 32% 23% Reeleição (28%) Ana Amélia (PP) 37%

Sartori (PMDB) 11%

24%
SC²
  1. Colombo (PSD)
44% 16% Reeleição (43%) Bauer (PSDB) 19%

Vignatti (PT) 7%

13%

No Sul, deveremos ter pouquíssimas surpresas. Beto Richa e Raimundo Colombo, com governos bem avaliados, devem se reeleger ainda no primeiro turno. No Rio Grande do Sul, ocorrerá segundo turno, com amplo favoritismo da senadora Ana Amélia sobre o petista Tarso Genro. Dificilmente o cenário da região irá mudar.

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12 Sep 20:59

Agora você tem até duas horas para devolver um app por arrependimento no Google Play

by Paulo Higa

Sempre que você compra um aplicativo pago no Google Play, pode testá-lo por algum tempo e devolvê-lo caso tenha se arrependido da compra — seja porque o aplicativo é muito ruim ou simplesmente porque ele não atende às suas necessidades. Antes, o limite de tempo para testar um aplicativo era de apenas 15 minutos. Agora, o Google aumentou o prazo para duas horas.

O novo limite de duas horas está valendo desde agosto, de acordo com o Android Police, mas apenas agora o Google oficializou a mudança. “Após comprar um app ou um jogo no Google Play, é possível devolvê-lo em até duas horas para receber um reembolso total. Se o período de duas horas para devolução tiver passado, recomendamos entrar em contato diretamente com o desenvolvedor do app”, diz a mensagem.

google-play-devolucao

Para devolver o aplicativo, basta abrir a Play Store no dispositivo, acessar a página do aplicativo e tocar no botão “Reembolso”. Dessa forma, você não será cobrado, ou, se já foi cobrado, o valor será estornado no seu cartão, junto com o IOF. O prazo de duas horas não vale para compras in-app; se alguma criança comprou moedinhas virtuais usando sua conta, você deverá acessar esta página para (tentar) obter o reembolso.

Em 2010, o então Android Market permitia devolver aplicativos em até 24 horas, o que não era tão vantajoso para os desenvolvedores. Só que o novo limite de 15 minutos era insuficiente para os usuários, principalmente no caso de jogos que necessitam de arquivos adicionais — até os dados serem baixados, o prazo acabou. Parece que, enfim, o Google conseguiu chegar a um tempo que agrade ambas as partes.

Agora você tem até duas horas para devolver um app por arrependimento no Google Play








10 Sep 10:55

Por que votar em Luciana Genro

by Luciana Araújo
Silvano.pereira

Apesar dos debates e das zoações em cima dela, eu gosto da Genro, mas esse post meio q me deixou em dúvida, até por uma certa ignorância minha em muitos assuntos. Por exemplo eu não sei ao certo o que essa dívida pública q é o maior gasto do Brasil (tbm não sabia disso =p).
Eu vi q existem teorias contra o tripé econômico, mas nunca vi ninguém explicando em detalhes como elas funcionam e por que seria efetivas no ambiente atual (a favor do tripé já li até q bastante).
Ao contrário do q o texto fala, o Aécio afirmou q gostaria de transformar o bolsa família em direito =p
Acabar com o fator previdenciário me parece meio q loucura, considerando o gasto imenso q o Brasil tem com a previdência, essa é uma questão muito complexa q eu não formulei opinião ainda =/
E por fim, eu sou contra as cotas da forma como ele falou, acho q só formenta o preconceito. Cotas p/ alunos de baixa renda vindos de escolas públicas me parecem q vão englobar primariamente negros sem levar a carga negativa atual q "negros precisam de ajuda". Ele precisa de ajuda por ser pobre e não negro...
Ainda simpatizo com ela pelo fato de ter uma visão social inserida no aspecto econômico e liberal, mas me falta informação p/ entender exatamente todo o discurso e não entender me deixa desconfiado!

lucianagenro

Quando o Amálgama solicitou esta contribuição, a primeira resposta que me veio à cabeça foi: “Bom, votarei em Luciana Genro porque sou militante do PSOL e acredito neste projeto partidário, necessário nestes tempos difíceis”.

O sistema eleitoral que autoriza a profusão de legendas de aluguel; a generalização da lógica da Realpolitik, que levou a maioria dos partidos no Brasil a ser apenas uma sopa de letrinhas de siglas distintas com projetos muito parecidos – como se verifica nas coligações esdrúxulas que o povo brasileiro assiste em todas as eleições nos últimos 20 anos, baseadas no objetivo de mais espaço no horário eleitoral e, em decorrência, mais parlamentares; as semelhanças cada vez mais profundas entre partidos como PT e PSDB e as “alternativas” autointituladas representação da “nova política” com um discurso e programa conservadores; a corrupção sistêmica; tudo isso resultou num questionamento generalizado às instituições e nas multitudinárias manifestações de junho de 2013.

E até o momento a esquerda que não se adaptou ainda busca caminhos para dialogar com o difuso sentimento de negação do que aí está, com vistas à afirmação de um projeto efetivamente alternativo.

A candidatura de Luciana representa essa busca. E essa é a verdadeira razão de empenhar a ela meu voto. Fosse candidato do PSOL o senador Randolfe Rodrigues, apesar de acreditar da mesma forma no projeto da legenda que se constituiu para resgatar a proposta do Socialismo com Liberdade, não votaria nele. Pela primeira vez votaria nulo no primeiro turno das eleições presidenciais.

Embora desempenhe papel importante no Senado, Randolfe meteu os pés pelas mãos ao associar-se, ainda que formalmente, à base do governo federal para garantir algum espaço em comissões daquela casa legislativa; exagerou na dose ao declarar pensar em compor ministério com quadros do atual governo e engrossar o “volta, Lula!” anunciando que renunciaria à candidatura caso o ex-presidente decidisse disputar este pleito; e passou dos limites na tentativa de posar como republicano, deixando-se fotografar com o candidato tucano e ainda tecendo loas à biografia de Aécio. Tais atitudes evidenciavam pouca vinculação com a Agenda Pós-Junho/2013 e pouco apreço ao projeto do PSOL, confirmados pela brusca retirada da candidatura após conflagrar internamente o partido para impor seu nome como candidato no último congresso da agremiação.

A mudança que o Brasil precisa

Entre as candidaturas à frente nas pesquisas fala-se muito em mudanças, mas a verdadeira mudança que o país precisa não é defendida por nenhuma delas:

Controle de capitais. Ruptura com o tripé câmbio flutuante-superávit primário-metas de inflação, que mantém o país vulnerável à especulação financeira e dependente da exportação de commodities. Auditoria da dívida pública com suspensão do pagamento de juros e amortizações – à exceção dos pequenos poupadores – para liberar espaço no orçamento da União para investimentos. Controle do Banco Central pelo Estado, a fim de assegurar a soberania da política econômica. Reforma tributária que acabe com a regressividade dos impostos no país, onde quem ganha menos paga mais e quem tem milhões ou sonega ou paga muito pouco. Tributação sobre os rendimentos do capital maior que a tributação sobre os rendimentos do trabalho, e maior taxação do estoque de riqueza dos ricos.

Só essas medidas podem realmente inverter as prioridades do país e fazer com que o Brasil pare de definir o destino de seu povo aos cinco, seis anos de idade – quando um menino ou menina entra numa escola pública e outro entra na educação privada. Aí, como ressaltava nosso saudoso Plínio de Arruda Sampaio, começa a desigualdade abissal que temos no país e que vai se alargando com os anos.

A inversão de prioridades entre o pagamento de juros e o verdadeiro desenvolvimento do país permitirá uma política de geração de empregos para além da faixa de até três salários mínimos. Só com a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução salarial, por exemplo, seria possível gerar mais de 3 milhões novos postos de trabalho. E, segundo o Dieese, o impacto dessa política nos custos totais das empresas seria de apenas 1,99%, sendo que o aumento da produtividade do trabalho entre 1988 e 2010 foi da ordem de 92,7%.

Para o Brasil mudar efetivamente para melhor tem que ser prioridade do país encerrar o que Plínio de Arruda Sampaio qualificava como Bolsa Banqueiro – a destinação de 42% do orçamento da União para juros e amortizações da dívida enquanto apenas 4% vão para a saúde, 3,5% para a educação e 1% para o Bolsa Família (ver gráfico).

orcamento2014

Por mais direitos

O programa de Luciana Genro também estabelece que ações como o Bolsa Família “devem ser transformadas em políticas efetivas de transferência de renda, tratadas como política de Estado e acompanhadas por transformações estruturais, pois isoladas são meramente paliativas e insuficientes para assegurar a vida digna que todos merecem”. Nenhum outro candidato propõe a conversão deste programa em direito, num outro patamar de política social, porque isso seria o fim do proselitismo utilizado em época eleitoral para garantir o voto de quem depende desse dinheiro, com base no medo de perdê-lo caso mude o comando do país.

O salário mínimo, apesar do aumento real verificado nos últimos anos, ainda está muito abaixo do mínimo necessário apontado pelo DIEESE. E, como também dizia Plínio, quem defende com unhas e dentes os atuais valores do salário mínimo deveria viver com este valor. Sem falar da desvinculação do reajuste das aposentadorias ao salário mínimo, que vem penalizando os milhões de brasileiros que dedicaram anos a fio à construção da riqueza nacional. Uma política de seguridade social necessária ao Brasil tem que pôr fim também ao fator previdenciário e anular a reforma previdenciária de 2003 – aprovada em meio ao esquema que ficou conhecido como “mensalão”. E é o programa de governo de Luciana Genro e do PSOL que propõe avançar em tais medidas.

Para tudo isso, um governo que defenda os interesses do povo brasileiro e não de um pequeno grupo tem que mobilizar esse povo a pressionar o Congresso Nacional – que deveria representar os interesses dos brasileiros e não dos financiadores de campanhas – para aprovar uma reforma política real. Pelo fim do financiamento privado das campanhas; por um sistema eleitoral que não continue alijando mulheres, negros e outros setores sociais; para que se cumpra a Constituição e o povo seja chamado a efetivamente decidir sobre as grandes questões nacionais por meio de plebiscitos e referendos; pela introdução da revogabilidade de mandatos e fim do foro privilegiado. A governabilidade não pode ser sustentada nos jogos palacianos por maioria parlamentar. O parlamento e o governo devem estar a serviço do povo, e não o contrário como historicamente vemos no Brasil.

A agenda dos direitos humanos

O combate à homofobia e o fim da criminalização das mulheres que necessitam interromper uma gestação indesejada são políticas de direitos humanos e de saúde pública que jamais serão efetivadas enquanto se trocarem votos por apoio de bancadas religiosas. O Estado brasileiro é constitucionalmente laico e não pode continuar submetido a grupos religiosos que não representam a diversidade populacional, por maiores que sejam.

Da mesma forma, o enfrentamento ao racismo tem que começar a se efetivar a partir das instituições do Estado – com o fim da militarização das polícias e da política de estado penal que encarcera mais de 500 mil brasileiros, 60% negros. Ao invés de reduzir a maioridade penal, o Brasil tem que aumentar o número de vagas em creches, escolas e universidades públicas de forma a garantir a universalização do acesso prevista na Constituição. É preciso também institucionalizar a política de cotas na educação e nos serviços públicos, porque a Constituição de 1988 estabelece que somos todos iguais, mas os negros são até hoje vítimas dos 388 anos de escravidão e do racismo que estrutura a sociedade brasileira. Democracia é tratar de forma desigual os que estão em condições distintas em razão do processo histórico e social em que vivemos, até que essas disparidades se esgotem e sejamos todos os brasileiros efetivamente iguais em direitos.

Para tudo isso, enfrentar a agenda da democratização dos meios de comunicação tem que ser outra prioridade de governo. Todas as nações democraticamente consolidadas regulam os meios de mídia. Aliás, até nos Estados Unidos a mídia é regulada e um mesmo grupo não pode ser dono de jornais, TVs, rádios, revistas, sites e provedores de acesso como acontece no Brasil.

Um voto realmente útil

Não é verdade que vai tudo bem com o Brasil. Basta ver o pífio crescimento do PIB nos últimos dois trimestres, que especialistas já apontam como recessão. Somos o sétimo país mais rico do mundo e o 85º em desenvolvimento humano. Além disso, 51% dos brasileiros ainda vivem sem coleta de esgoto em pleno século XXI, segundo estudo recentemente divulgado pelo Trata Brasil. O país ocupa o 7º lugar no mundo em assassinatos de mulheres (dados do Mapa da Violência 2012, do Instituto Sangari). E no ano passado 312 homossexuais foram mortos por razões homofóbicas, segundo levantamento realizado pelo Grupo Gay da Bahia. Os jovens negros ainda têm 3,7 vezes mais chances de morrerem de forma violenta que um rapaz branco na mesma faixa etária, conforme aponta estudo sobre o racismo no Brasil divulgado em outubro do ano passado pelo Ipea (órgão vinculado ao governo federal). E o mesmo relatório aponta que as mulheres negras são 60% das vítimas de mortes violentas.

O portal Fora da Escola Não Pode!, apoiado pelo Unicef em parceria com a Campanha Nacional pelo Direito à Educação, informa que mais de 3,8 milhões de crianças e adolescentes entre 4 e 17 anos estão fora da escola. A saúde pública não é um direito para todos, tendo em vista a quantidade de pessoas que morrem esperando um exame ou cirurgia. Até hoje não houve reforma agrária em nosso país.

Então não é possível que o voto considerado útil seja aquele que ajuda a eleger candidatos melhor colocados em pesquisas de opinião. Para que meu voto seja efetivamente útil, deve refletir o que penso que deve mudar no país, a fim de não me arrepender lá na frente.

Luciana Genro: porque é preciso coragem e coerência para garantir os direitos do povo

Cria do movimento estudantil, que já legou ao país centenas de lideranças políticas, ainda no Rio Grande do Sul, Luciana foi eleita deputada estadual pela primeira vez em 1994 e reeleita em 1998, pelo Partido dos Trabalhadores. De 2003 a 2011 exerceu mandato de deputada federal, primeiramente pelo PT e depois pelo PSOL. Sua saída do PT foi a culminação de uma série de enfrentamentos contra a adaptação daquele partido à ordem, desde a Carta aos Brasileiros até a reforma da Previdência de 2003.

Dedicada militante socialista, professora, advogada e mãe, Luciana merece meu voto.

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09 Sep 19:08

Live TIM continua como banda larga mais rápida para Netflix, enquanto Vivo perde velocidade

by Thássius Veloso

A Live TIM continua sendo o serviço de banda larga com maior velocidade no ranking da Netflix. A plataforma de filmes e séries liberou um novo relatório apontando que a banda larga por fibra ótica da TIM alcança média de 3,31 Mb/s. Portanto, é correto afirmar que o Live TIM é o melhor serviço para ver Netflix no país.

De modo geral, as operadoras do setor tiveram aumento de velocidade média desde o último levantamento, em maio. Acompanhe abaixo a progressão.

  1. Live TIM: 3,31 Mb/s em agosto x 3,24 Mb/s em maio
  2. GVT: 3,27 Mb/s em agosto x 3,14 Mb/s em maio
  3. NET Vírtua: 2,75 Mb/s em agosto x 2,51 Mb/s em maio

A listagem manteve-se praticamente inalterada, não fosse pela inversão entre Oi Velox e Vivo na lanterna. Anteriormente, o Velox estava em último lugar, mas ganhou velocidade e agora aparece na quinta posição, com 1,55 Mb/s. Ainda assim, pouco. Já a Telefônica não só teve o pior desempenho, como a velocidade média de acesso caiu: de 1,44 Mb/s para 1,42 Mb/s.

A Vivo foi contactada para sabermos se algo aconteceu desde maio para a empresa perder velocidade e chegar à pior colocação do ranking. A empresa enviou a seguinte nota na terça-feira (9):

“A Telefônica Vivo prefere não fazer comentários sobre as medições, já que não conhece os parâmetros e condições sob os quais são realizadas. A operadora reforça que tem como prioridade oferecer serviços e atendimento de qualidade aos seus clientes em São Paulo e em todo o Brasil. A empresa destaca, por exemplo, o Vivo Internet Fibra, que leva a fibra ótica até dentro da casa do cliente e oferece velocidades de 50, 100 e 200 Mbps.”

Neste fim de ano, o Tecnoblog deseja muita fibra na sua vida (foto: Viktor Karppinen / flickr.com/viktorkarppinen)

Neste fim de ano, o Tecnoblog deseja muita fibra na sua vida (foto: Viktor Karppinen / flickr.com/viktorkarppinen)

A Netflix utiliza os dados de 50 milhões de assinantes em todo o mundo para chegar a estas conclusões. Para tanto, contabilizam 1 bilhão de horas que as pessoas gastam assistindo programas de TV e filmes a cada mês. O serviço ressalta que a média de desempenho fica abaixo do pico de desempenho porque há outros fatores, como as diferentes tecnologias que utilizam para encodar os conteúdos. Ainda assim, o velocímetro deles serve de parâmetro para o mercado.

O Google possui uma iniciativa similar, mas ainda não funciona no Brasil. Abaixo eles explicam como funciona – em inglês.

O provedor Caiway da Noruega permanece como a banda larga mais rápida do planeta para quem quer assistir Netflix. O serviço aparece lá no topo, com 3,87 Mb/s. A título de curiosidade: o acesso norueguês mais lento atinge média de 3,25 Mb/s.

Atualizado em 09/09/2014 às 16h30.

Live TIM continua como banda larga mais rápida para Netflix, enquanto Vivo perde velocidade








09 Sep 17:07

Você encararia essa montanha-russa (do Batman) em 4D?

by Darren Orf

Eu cresci em St. Louis e a apenas 40 minutos de carro havia um parque Six Flags. Da estrada já dava para ver o imenso estacionamento, a enorme roda-gigante e o metal retorcido das montanhas-russas. A mais imponente delas se chamava Batman: a Jornada.

Para mim e para os meus amigos, andar nessa montanha russa era quase um rito de passagem. Uma vez atingida a altura necessária, lá ia você andar nela até vomitar as tripas pra fora. Em 2015, o Six Flags planeja adicionar mais uma montanha russa do Batman, dessa vez em San Antonio, no Texas. Mas não se trata do bom e velho brinquedo que deixa as pessoas de pernas bambas. Essa aqui também vai girar seu assento 360 graus enquanto você é levado para cima e para baixo pelos trilhos.

Gente, qual é a necessidade disso?

O Los Angeles Times descreve essa monstruosidade de metal como a primeira de seu tipo: ela é basicamente um híbrido da Lanterna Verde 4D com a X-Flight, ambas também do Six Flags. Preciso dizer que gostei do cenário criado para esse teaser, com céus sinistros e tudo. Afinal, é uma montanha russa do Batman.

Acho que estou de boa dessa nova aventura. E você, é mais corajoso que eu? Vai encarar?

[Los Angeles Times]

O post Você encararia essa montanha-russa (do Batman) em 4D? apareceu primeiro em Gizmodo Brasil.








08 Sep 21:06

Por que votar em Marina Silva

by Paulo Roberto Silva
Silvano.pereira

Esse foi mais ou menos...
Eu concordo com o q ele fala sobre a questão do cristão (as pessoas tomam o estado laico como 'se é religioso não pode ser eleito', eu acho q não é bem assim) e sobre a redução da Marina a ambientalista, quando ela parece ter uma visão mais geral do sistema. De qualquer jeito ela ser liberalista (em termo econômicos) não me agrada... E eu me perdi nas definições, como ela pode apoiar a socio-democracia e ser liberalista ao mesmo tempo?
No final a frase do bispo parece fazer sentido nessas eleições, pq a coisa tá muito feia hahaha

marina-silva

Em maio de 2014, já irritado com o Fla-Flu entre PT e PSDB que tenta coibir qualquer crítica às práticas políticas no Brasil, eu havia avisado em meu blog pessoal que votaria nulo. À época, a única exceção que poderia abrir era um eventual voto útil contra a continuidade do PSDB ao governo de São Paulo, um partido que está no poder há 20 anos e com problemas na gestão da educação pública, transporte público e até na distribuição de água.

Com o trágico acidente que levou Eduardo Campos, a opção Marina surgiu e me levou a repensar minha opção pelo voto nulo. Claro que o desafio maior é defender sua candidatura. Desde 13 de agosto, o cenário eleitoral brasileiro está tão confuso e instável que todos os dias surgem argumentos contrários e favoráveis à candidatura de Marina.

Para construir uma linha de argumentação válida até 5 de outubro, ater-me-ei ao que é mais permanente nesta candidatura. Desta forma, buscarei afastar-me das conjunturas de momento – embora seja necessário também refutar algumas críticas recorrentes.

Comecemos pelos pontos fortes. Primeiro de tudo, a história pessoal de Marina. Nascida na floresta Amazônica, filha de nordestinos que emigraram para fazer a vida no seringal, aprendeu a ler aos 16 anos, e aos 26 estava graduada em História pela Universidade Federal do Acre. Surgiu para a política no seio da luta dos seringueiros, liderados por Chico Mendes. Em um país que coloca na Constituição, como objetivo da República (artigo 3º), “erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais”, é importante que pessoas como Marina, Lula, Joaquim Barbosa estejam à frente das instituições do Estado.

Ainda na história de Marina, é importante destacar seu papel dentro do PT. Dentre as diversas correntes do partido, estava próxima à Democracia Radical, a qual, diferente de todas as outras, defendia uma postura abertamente social-democrata e pró-mercado. No Congresso do PT de 1999, foi signatária da tese “Por uma Democracia Republicana”, que defendia o estado de bem-estar social e o liberalismo político como estratégias para o partido (infelizmente não há mais versões integrais desta tese na internet).

Por isso, chamá-la de extremista por suas posições ambientais é não só injusto, mas incorreto do ponto de vista de seu histórico. Marina é, e não de agora, a melhor combinação possível de liberalismo econômico e compromisso social que esta eleição tem para oferecer. A coerência com sua história pessoal é que abre portas tanto para os jovens das jornadas de junho de 2013 quanto para Eduardo Gianetti da Fonseca e Neca Setúbal.

No Ministério do Meio Ambiente, é dela a reestruturação do Ibama, que se tornou focado em licenciamento ambiental, enquanto a gestão das áreas de preservação ficou a cargo do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICM-Bio). Com isso, tornou mais eficiente a gestão das unidades de conservação do Brasil.

A postura de Marina Silva diante das manifestações de junho de 2013 é algo a ser destacado. Diferentemente de outras lideranças, que tentaram surfar a onda das passeatas e acabaram expulsas sob os gritos de “sem partido!”, ela, que estava construindo a Rede Sustentabilidade e poderia muito bem captar assinaturas entre os manifestantes, preferiu o caminho oposto: orientou seus apoiadores a não fazê-lo. Assim, demonstrou entender melhor que os outros o espírito de questionamento à política tradicional que estava nas ruas. Não à toa, ela tem sido a candidata que mais atrai os votos nulos e brancos.

Quanto aos questionamento à fé de Marina Silva, eles partem de uma visão de democracia que vê o cidadão cristão como de segunda categoria. Afinal, parece que a todos cabem expressar seus pontos de vista conforme sua consciência, mas aos cristãos sua consciência iluminada por sua fé deve ser deixada de lado por essa espécie de laicismo antidemocrático. Nem o risco de genocídio dos cristãos árabes parece comover o humanista ocidental.

O que o crítico aos valores religiosos de Marina não consegue perceber é que, para quem tem a origem social dela, a saída para a subcidadania se dá por meio de “uma ética do trabalho duro, formada pela presença de uma família estruturada e por uma religiosidade prática” (“Um conservadorismo popular“, aqui no Amálgama).

Por fim, para afastar qualquer espécie de messianismo, vale lembrar uma história que costuma ser contada pela própria Marina: uma vez Dom Moacyr Grechi, bispo de Rio Branco (AC), pediu a Marina, à época com 19 anos, para levar marmitas aos seringueiros grevistas que estavam cercados por jagunços no meio da selva. Ela realizou a tarefa, mas sempre se perguntou porque exatamente ela havia sido escolhida para algo tão perigoso. Um dia perguntou ao próprio bispo o porquê da escolha. A resposta não poderia ser menos “predestinatória”: “Menina, quando a situação aperta, a gente apela para a primeira pessoa que aparece”.

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08 Sep 20:58

Por que votar em Aécio Neves

by Luciano Sobral
Silvano.pereira

A parte o argumento econômico ele vota no PSDB por uma renovação do partido... Argumento mais meh =p

A parte econômica é uma (tem outras) das razões pela qual não gostei do governo da Dilma, mas eu não gosto da ideia de governo e veja o avanço econômico destrelado de uma visão social. Fazer o Brasil crescer aumentando a desigualdade (q é minha impressão do PSDB), não ajuda em nada...

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Acredito que há, grosso modo, três estereótipos de eleitores de Aécio Neves. Primeiro, o eleitor tradicional do PSDB, o que tem garantido a longa dominância do partido no governo dos dois estados mais populosos da federação (desde 1995 em ambos os casos, salvo apenas por um mandato de Itamar Franco em Minas Gerais entre 1999 e 2003). Segundo, os que consideram a gestão da economia no governo Dilma desastrosa e acreditam que Aécio tem os melhores programa e quadros para que o país siga se desenvolvendo. Terceiro (e, provavelmente, o mais relevante no contexto da próxima eleição), os que estão cansados de Dilma e do PT e simplesmente querem mudança. Existem, claro, sobreposições dessas categorias. Considero-me com dois terços de um pé em cada uma delas, e abaixo detalho minha visão da candidatura de Aécio sob essa ótica.

1.

É de se lamentar alguns aspectos da recente polarização do debate (ou melhor, pseudodebate, já que as partes geralmente preferem fazer eco das próprias opiniões a dialogar entre si) político no Brasil — refiro-me ao que reduz qualquer coisa à direita do PT a “reaça” e os petistas a “petralhas.” Essas caricaturas, grosseiras como se feitas com um bloco de carvão, de alguma maneira revelam características da história recente dos partidos: no caso do PSDB, as alianças com grupos efetivamente conservadores e a ascensão de políticos dessa orientação, como Geraldo Alckmin. Porém, também enterram nuances e um passado do qual os tucanos deveriam se orgulhar.

Nomes de partidos no Brasil são quase aleatórios (quando não beiram o sarcasmo — Paulo Maluf é um dos bastiões do Partido Progressista, por exemplo), mas a “Social Democracia” no nome do PSDB tem razão de existir. O ideal de país de seus fundadores é espelhado muito mais nas sociais democracias europeias e seus estados de bem-estar social do que no liberalismo americano. (Assim também é, diga-se de passagem, a Constituição de 1988, da qual tanto o PSDB quanto o PT têm sido razoáveis fiadores.) Isso, aplicado ao Brasil, implica no avanço de uma agenda progressista, de expansão de direitos, que é difícil de ser conciliada com o rótulo “reacionário”, ou mesmo “conservador”.

O PSDB tem se esforçado para se afastar do modelo de partido que representa meus ideais. Sintomas emblemáticos não faltam: do aparente desânimo de Fernando Henrique Cardoso à virada conservadora de José Serra, um dos políticos de história mais interessante do país (quando terminar de ler a biografia, escrevo aqui sobre ele). Ainda assim, sobra algo da tal agenda progressista a que se apegar: por exemplo, Aécio é o único candidato entre os mais bem colocados nas pesquisas que (ao menos ainda) defende o casamento entre pessoas do mesmo sexo; FHC se posiciona abertamente a favor da legalização da maconha. Copiando a opinião do camarada Celso Barros sobre o PT, acredito que o PSDB ainda pode ser salvo de si próprio. Dessa maneira, o voto em Aécio é a maneira para fortalecer o partido e testar suas convicções contra a dura realidade da presidência, que tanto custou também ao progressismo do PT.

2.

“É a economia, estúpido”. O chavão cravado por James Carville durante a campanha vitoriosa de Bill Clinton para a presidência dos Estados Unidos em 1992 é tanto um trunfo quanto uma âncora para a candidatura de Aécio. Se há um raro consenso entre economistas de diversas orientações intelectuais que a “nova matriz econômica” bateu em um muro, outros fatores fazem com que o programa econômico de Aécio, personalizado por Armínio Fraga, não seja uma venda fácil. Apesar da forte desaceleração do crescimento do PIB durante o mandato de Dilma, os indicadores relacionados ao mercado de trabalho seguem fortes. Além disso, há a dificuldade natural de se mostrar de forma clara os efeitos de longo prazo de escolhas de política econômica e a associação imediata, fácil de ser explorada por marqueteiros, entre governos do PSDB e mal estar econômico.

Assumindo uma variação do PIB per capita próxima a zero neste ano, a média de crescimento anual desta variável no governo Dilma terá sido ao redor de 0,86% ao ano. A esse ritmo, o país levaria 95 anos para alcançar o nível atual de renda de Portugal, geralmente visto como o primo pobre entre os países desenvolvidos (estou assumindo, para simplificar, uma taxa de câmbio constante). É preciso tanto encontrar formas de acelerar o crescimento quanto garantir que não haja retrocesso na estabilidade. A evidência histórica mostra que os países ricos assim se tornaram mais por sustentar taxas relativamente baixas de crescimento (cerca de 2% anuais, em termos per capita) por longos períodos do que por tentarem induzir crescimento acelerado e, muitas vezes, insustentável. A tartaruga vence essa corrida.

A relutância da candidata à reeleição em incluir na sua pauta de campanha ideias para a economia é um reconhecimento tácito de seu fracasso nessa seara e uma preocupante indicação para o futuro. Não se sabe se, passadas as eleições, o governo reconheceria seus erros ou, contrariando evidências, dobraria a aposta em sua versão de “desenvolvimentismo.” Salvo por alguma reviravolta, os nomes disponíveis para os cargos mais importantes são os mesmos que fracassaram nos últimos quatro anos — aí incluído o da própria presidenta, que, ao que parece, tem a última palavra nas grandes decisões econômicas.

Armínio Fraga não tem o toque de Midas, mas tem prestígio, conhecimento e equipe para promover medidas poucos populares, porém necessárias: ajustar preços relativos (sobretudo de energia), tentar combater a inflação, estancar a deterioração das contas do governo e repensar o papel dos bancos estatais. Não acredito que promoverá um novo milagre econômico (isto depende muito mais do Congresso e, de maneira indireta, de escolhas da sociedade, além de uma boa dose de sorte), mas afastará o risco de retrocesso na estabilidade e colocará de forma clara as alternativas entre as quais o país precisa escolher. Se não existe almoço grátis, alguém precisa, de quando em quando, mostrar o cardápio com as opções e seus respectivos preços.

3.

O leitor deve estar cansado de ouvir sobre a importância teórica para a democracia do fortalecimento de partidos e sua alternância no poder. No contexto atual, além da insatisfação de boa parte da sociedade com o ritmo e a direção do desenvolvimento socioeconômico, acredito que entre (obviamente) a oposição e até petistas mais moderados haja uma percepção de que uma troca de comando seria importante. Em 12 anos no poder, o PT enrolou-se no fisiologismo, inviabilizou muitas de suas principais lideranças, embebeu-se na Realpolitik brasileira e perdeu grande parte do seu potencial de oferecer novidades. Nesse mesmo período, o PSDB sofreu alguma descaracterização e viu parte de seu poder nacional diluir-se. Uma inversão de papeis forçaria um novo equilíbrio de interesses, uma renovação em dois dos principais partidos do país, e levaria potencialmente bons novos quadros a Brasília.

Claro que parte importante do apelo deste argumento perde força com a reviravolta na campanha provocada pela morte de Eduardo Campos. Marina parece ser a candidata que mais representa o espírito do tempo, de cansaço com a “velha política” e o impressionante dinamismo de um aspecto da democracia brasileira: a disposição do eleitor de olhar para além das opções mais “viáveis” e tomar riscos. Resta ao eleitor de Aécio, portanto, acreditar que, considerando esses riscos, ele tem o potencial de fazer o melhor governo — o que, na minha opinião, justifica-se pelo o que coloquei nos itens anteriores.

Como deve estar evidente, esta não é uma declaração de voto apaixonada. Por trás dela estão as minhas convicções que a democracia brasileira está bastante consolidada; que os três principais candidatos não representam risco a ela e têm como principal objetivo o desenvolvimento do país; e que a capacidade do executivo de influenciar decisivamente o rumo do Brasil é bem menor do que as campanhas e nosso otimismo querem nos fazer acreditar. Podemos não ter grandes estadistas na corrida eleitoral (quando tivemos?), mas todos os principais candidatos parecem aptos a representar relativamente bem a maioria do eleitorado e respeitar a Constituição. Se esses hoje parecem pré-requisitos elementares, comparemos a situação de hoje com o próprio Brasil de 20 anos atrás ou outras grandes democracias relativamente jovens de hoje.

Dito isso, Aécio parece reunir as melhores condições de ampliar o leque de possibilidades futuras para o Brasil e seus cidadãos, sem comprometer as conquistas do passado democrático recente — que, repito, não foram poucas, nem pouco profundas.

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08 Sep 20:47

Por que votar em Dilma Rousseff

by Guilherme Scalzilli
Silvano.pereira

Achei o argumento fraquíssimo! Se apoiou totalmente no governo Lula! Eu acho q o governo Lula foi bem melhor q o FHC, mas esse tbm tem seus méritos, não dá p/ negar isso!
E ele falou p/ evitar comparações históricas metade do texto, mas o único argumento pró-PT citado foi q historicamente o governo petista teve avanços! Não falou nada sobre os planos futuros... Sem contar q Dilma foi muito pouco progressista em seu governo...

dilma2

O governo Dilma Rousseff é indissociável do programa político-partidário inaugurado na primeira gestão de Luiz Inácio Lula da Silva. Dilma elegeu-se canalizando o imenso respaldo público do antecessor para uma proposta inequívoca de continuidade. Sua nova candidatura parte do mesmo princípio e remete, portanto, ao trabalho iniciado em 2003. Por isso a opção pela presidenta, além de possuir fortes apelos biográficos, técnicos e éticos, também agrega o êxito do projeto nacional que ela personifica.

E não se trata de um sucesso qualquer. Todas as estatísticas relevantes de escopo federal melhoraram no ciclo petista. Mesmo quando não chega aos índices históricos da miséria e do desemprego, o viés evolutivo contempla setores díspares como ciência e tecnologia, produção cultural, infraestrutura, exportações, transportes, meio ambiente, educação, moradia, esporte, saúde, turismo etc.

Seria ocioso realizar aqui levantamentos específicos de tamanha abrangência, mas eles estão disponíveis para averiguações. De qualquer maneira, um panorama abrangente pode ser obtido através dos Índices de Desenvolvimento Humano. Ali notamos que a melhoria da qualidade de vida do brasileiro teve uma guinada radical e inédita a partir de Lula, sem interrupção até o momento.

A imprensa oposicionista esforça-se para diluir as conquistas do período 2003-2014 em longas curvas históricas, que agreguem os anos FHC (1995-2002) e até os anteriores, como se fossem gestações das melhorias futuras. A eterna mitificação da “estabilidade monetária” que teria catapultado o lulismo alimenta a falácia de que o país vive há três décadas um processo homogêneo e inevitável de aprimoramento. Tudo isso para não admitir que o avanço brasileiro resulta exatamente das particularidades que diferenciam Lula e Dilma dos seus antagonistas.

Ocultar as distinções qualitativas das principais forças do cenário eleitoral é uma forma de validar o discurso oportunista que prega a mudança de governo sem esmiuçar as conseqüências dessa opção. Quando os maiores inimigos do protagonismo estatal admitem preservar os bem-sucedidos programas federais vigentes (Bolsa Família, PAC, Minha Casa, Minha Vida, Mais Médicos, Pronatec, Brasil Sem Miséria, entre tantos outros), eles querem minar o cerne identitário da trajetória petista, apropriando-se exatamente das marcas administrativas que justificam a sua manutenção.

O cerceamento das comparações também ajuda a amenizar o retrospecto negativo dos adversários da presidenta. Esquecendo as privatizações escandalosas, a compra de votos parlamentares, as máfias bilionárias, o apagão elétrico, o sucateamento infraestrutural e outras máculas da fase demo-tucana, o cidadão deixa de notar que jamais tiveram equivalentes, em porte e gravidade, nos governos Lula-Dilma.

É graças à amnésia coletiva acerca dos verdadeiros desastres administrativos do passado que se disseminam os factoides irrisórios destinados a provar uma suposta incapacidade gerencial de Dilma. A memória da torturante instabilidade vivida pelo país nos anos 1990 revelaria o viés manipulador dos diagnósticos sombrios atuais, baseados nos mesmos critérios que outrora serviam para incensar aquelas gestões econômicas e para relativizar nossos problemas diante das crises internacionais.

Ninguém precisa ser petista de carteirinha para rechaçar os projetos políticos que têm alguma chance de vencer Dilma. Primeiro porque escamoteiam uma essência neoliberal, privatista e elitizada incompatível com o modelo de inclusão social inaugurado por Lula. Segundo, e talvez mais importante, porque agregam forças conservadoras que impediriam os avanços legislativos necessários e levariam a graves retrocessos para os direitos individuais, a democratização dos bens culturais e educativos, a regulamentação da mídia, os movimentos populares etc.

A ameaça está bem representada nos porta-vozes do antipetismo: os reacionários doentios da internet, os hipócritas da mídia corporativa, os terroristas do mercado financeiro, a grã-finagem demófoba, os moralistas fariseus que aplaudiram as execuções sumárias de Joaquim Barbosa enquanto ele presenteava os mensaleiros tucanos com a impunidade certa. É inconcebível que tais espectros ideológicos usufruam os enormes benefícios políticos do pré-sal, dos Jogos Olímpicos, da infraestrutura dos transportes, das novas reservas elétricas e de todas as melhorias sociais construídas por Lula e Dilma.

Entre as plataformas viáveis da corrida eleitoral, a defendida por Dilma é a única de caráter verdadeiramente progressista. A campanha de Marina Silva afasta-se dessa linha já nos perfis de seus assessores mais próximos, egressos do grande capital e do tucanato arrependido. Ela própria expressa valores típicos do conservadorismo, que preenchem a vaziez programática da Rede com um incômodo ranço personalista.

Ademais, a falta de base partidária forçaria um eventual governo Marina a aliar-se com a direita parlamentar (PSDB, DEM, PPS, Solidariedade, PSD), especialmente se o apoio desta for decisivo no segundo turno. Administração neófita, liderada por figura de reconhecida incapacidade aglutinadora, a aventura da “terceira via” tende a virar um mal disfarçado regresso dos interesses que orbitam ao redor de Aécio Neves, José Serra, Agripino Maia, Roberto Freire e assemelhados.

Resumindo, o voto em Dilma Rousseff tem duas sólidas justificativas complementares. A de viés positivo baseia-se no fato de que a reeleição permitirá a continuidade do ciclo administrativo mais bem-sucedido da história democrática brasileira. A de viés negativo nasce da rejeição aos seus adversários, que ameaçam os avanços petistas e acenam para o retorno de um programa nefasto, já amplamente desaprovado pela população.

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08 Sep 18:56

Por que votar em Pastor Everaldo

by Adolfo Sachsida
Silvano.pereira

Até entendo quem apoia o liberalismo (embora o liberalismo clássico não seja tão forte mais acho), agora vir falar de meritocracia e competição no Brasil p/ mim é p/ rir, sério =p
Nem vou falar dos direitos morais, q ele fala q defende o Everaldo, mas se abstem de falar das liberdades q seriam cerceadas pelo mesmo... Esse texto foi fraco, mas só pq esse é o candidato q eu menos gosto e q eu evitaria votar ao máximo (prefiro até o Aécio a ele)!

pastor-everaldo

Metternich, o astuto ministro de relações exteriores da Áustria durante as Guerras Napoleônicas, notou que seu país já não era mais a potência dominante no cenário europeu. Seu trabalho era preservar o status da Áustria, como potência de primeira ordem, num cenário adverso. Metternich entendeu que, sozinha, a Áustria pouco representava. Contudo, era forte o bastante para determinar a vitória do lado que escolhesse apoiar.

Voto no Pastor Everaldo por um raciocínio semelhante ao empregado por Metternich. Os valores conservadores não são capazes de eleger um presidente hoje, mas são fortes o bastante para determinar qual lado irá vencer a batalha. Votar no Pastor Everaldo equivale a votar num conjunto de princípios morais e econômicos que estão relegados a segundo plano por outros candidatos. Fortalecer a candidatura do Pastor Everaldo é fortalecer os valores em que acredito, que definem minha pessoa e minha família. Fortalecer tais princípios é urgente. Fortalecemos, recuperamos, e consolidamos tais princípios hoje, para que em 2018 sejam esses os princípios dominantes que nortearão a escolha do próximo presidente.

Acredito, e defendo, a doutrina liberal-clássica, aquela baseada em sólidos princípios econômicos e morais, alicerçada em amplas bases filosóficas e respeitada pelo teste do tempo. Liberalismo clássico que respeita as decisões individuais, mas impõe às mesmas a responsabilidade pelas escolhas feitas. Não é função do Estado ser babá de seus indivíduos, mas é função de um pai se responsabilizar pela educação de seus filhos. Não cabe ao Estado dizer como uma família deve ser formada, e nem como um filho deve ser criado. A função do Estado é garantir a paz, a ordem, as liberdades individuais, a propriedade privada, e o respeito ao estado de direito.

A doutrina liberal-clássica, defendida e apoiada pelo Pastor Everaldo, adota valores liberais no que se refere ao arcabouço econômico de uma sociedade; e valores conservadores no que se refere a questões morais. Essa é também a minha filosofia e minha crença. Abaixo explicito o que esse conjunto de ideias representa.

Privatização de empresas, abertura econômica, meritocracia, competição, redução da carga tributária, redução do tamanho do Estado, redução da burocracia para fazer negócios, respeito à propriedade privada, controle da inflação e responsabilidade fiscal são os carros chefe do programa econômico do Pastor. Em outras palavras, Pastor Everaldo tem um programa econômico liberal. Nenhum outro candidato sequer se aproxima da defesa dessas ideias.

Responsabilidade individual, respeito à vida e proteção da família são os pontos norteadores do programa social de Pastor Everaldo. Um indivíduo deve ser responsabilizado por seus atos, independente de sua idade. Não é aceitável que jovens possam votar, mas ao mesmo tempo não possam ser responsabilizados criminalmente por seus atos. A vida deve ser protegida desde sua concepção, e não cabe ao Estado pagar por escolhas feitas por adultos cientes de suas responsabilidades e deveres. A família, concebida por séculos e séculos de ordem espontânea, é a base da sociedade. Destruir as bases morais da família implica necessariamente em se redefinir o conceito de sociedade, e pôr em risco a sobrevivência – nossa, de nossa família, de nosso modo de vida.

Por que voto no Pastor Everaldo? Porque ele é o único candidato que defende e divulga as ideias liberais clássicas de respeito à vida e livre iniciativa. Alguns me perguntam: mas será que ele acredita mesmo nisso? Minha resposta é simples: ele ao menos defende essas ideias em público, o que já é muito mais do que outros candidatos fazem. Outros dizem que ele apoiou partidos de esquerda no passado. Sim, é verdade. Mas acaso os outros candidatos não agiram do mesmo modo? Tais apoios são muito mais resultado do confuso ambiente político brasileiro do que de apoios explícitos. As ideias liberais clássicas defendidas pelo Pastor Everaldo me representam.

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08 Sep 18:44

Por que votar em Eduardo Jorge

by João Philippe
Silvano.pereira

Sempre pensei no Eduardo Jorge como alguém mais de esquerda do q de direita, mas suponho q foi uma visão sem base, puro "preconceito" (no sentido de falta de conhecimento, sem a carga negativa da palavra hehe). Mas eu simpatizo com ele pela defesa de liberdades individuais, independente da visão econômica dele.

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Em toda e qualquer eleição para cargos executivos o número de candidatos com chances de vitória costuma ser reduzido, e tais candidatos quase sempre se veem diante da necessidade de sacrificar compromissos ideológicos em nome de apelar a uma base ampla o suficiente para levá-los à vitória. O primeiro turno das eleições tem o salutar efeito de apresentar ao eleitorado um leque mais amplo de propostas e ideias para todos aqueles que não gravitam em torno do consenso que tende a existir entre as maiores candidaturas, que habitualmente divergem apenas em aspectos pontuais. A maior parte do eleitorado tenderá a escolher uma das opções mainstream, mas em uma sociedade livre a diversidade de opiniões gera a necessidade de mais opções, que contemplem também as parcelas mais à margem do consenso político estabelecido. Muitos destes eleitores terminam por votar em alguma candidatura mais “normal” em um eventual segundo turno, mas é bom para elas e salutar para a democracia que exista a possibilidade de votar em candidatos mais afinados com suas ideias e concepções.

Vivemos em uma democracia jovem, em um país onde os experimentos democráticos sempre foram intermitentes e intercalados por períodos de autoritarismo, na qual os partidos políticos são historicamente débeis, reflexo de uma política bastante personalista, onde o eleitor olha muito mais para o candidato do que para a agremiação pela qual ele milita. Em um ambiente político como este, aqueles que buscam candidatos que tentam representar ideias não raro encontram dificuldades de escolher algum que satisfaça esta aspiração. Alguns grupos político-ideológicos encontram mais dificuldade do que outros, por razões que nem sempre se relacionam com o tamanho dos mesmos em relação à população geral: simpatizantes da extrema esquerda, por exemplo, costumam não ser muitos, mas o fato de existirem vários partidos pequenos que contemplam este ideário político garante que eles sempre encontrarão alguma opção: seu trabalho maior costuma ser escolher uma candidatura entre duas ou três bastante similares em conteúdo — ou alguém consegue diferenciar com facilidade as propostas de Zé Maria (PSTU), Mauro Iasi (PCB) e Rui Costa Pimenta (PCO) uma da outra?

Para simpatizantes do liberalismo, no entanto, encontrar partidos que abriguem seus ideais no Brasil é tarefa complicadíssima, uma vez que nenhum partido no país, salvo engano, se considera liberal, especialmente se estreitarmos ainda mais o nicho ideológico para aqueles que simpatizam tanto com o liberalismo econômico como com o político-social. Levando em conta apenas o liberalismo econômico, é possível identificar na candidatura do Pastor Everaldo (PSC) uma defensora de propostas identificadas com o mesmo, como privatizações e diminuição da interferência do Estado na economia. Entretanto, no tocante a questões sociais o pastor possui inclinações claramente conservadoras, e sua participação na base aliada do governo Dilma levanta suspeitas quanto ao seu repentino comprometimento com uma agenda economicamente liberal.

É na capacidade de preencher este vazio que a candidatura de Eduardo Jorge se destaca. Embora não defenda abertamente medidas associadas ao liberalismo econômico clássico, seu programa de governo tampouco possui pendores estatizantes ou coletivistas. É na defesa das liberdades do indivíduo, no entanto, que a sua candidatura mais se diferencia das demais, ao ter coragem de defender a legalização do aborto (ou pelo menos levantar a discussão sobre o tema) e da maconha, temas caros àqueles inclinados a posições mais libertárias.

Em um momento no qual a Guerra às Drogas é questionada mais do que nunca, é salutar que um candidato a presidente tenha coragem de colocar essa pauta ao eleitorado em geral, que pouco contato possui com tais questões. Sendo um candidato de um partido comprometido com a defesa do meio ambiente, não poderia faltar um forte apelo ambiental em Eduardo Jorge, e levando-se em conta a urgência com a qual pautas ambientais como o consumo irresponsável de recursos naturais e as mudanças climáticas tendem a ser colocadas em um futuro próximo, este é outro ponto positivo em sua candidatura.

Como em todos os outros candidatos, há pontos questionáveis, como a proposta de extinção do Senado, algo impossível de se realizar sem subverter a própria organização federativa do Estado brasileiro. No cômputo geral, Eduardo Jorge é o candidato mais identificado com eleitores desejosos de uma defesa das liberdades individuais que não venha atrelada a um ideário político-econômico de viés estatista. Para aqueles que se identificam como Libertarians na acepção norte-americana do termo, trata-se de uma alternativa palatável. Sua candidatura traz pautas que estão à frente de nosso tempo, e para que tais pautas se fortaleçam no futuro é necessário que alguém comece a defendê-las no presente. Se, como defendem os cínicos, a política é a arte do possível, votar em Eduardo Jorge é a defesa do possível destas posições neste momento.

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04 Sep 14:52

Torres de celular falsas podem estar interceptando seus dados

by Pranav Dixit

Você não saberia distinguir uma torre interceptadora de uma comum de celular. Não dá. Isso não significa, porém, que elas não existam, ou que sejam inofensivas. Quando seu celular se conecta a uma dessas, uma variedade de ataques pelo ar se torna possível – de entreouvir a sua conversa a instalar spywares no seu dispositivo. Tudo acontece silenciosamente, na surdina.

Acontece que existem mais interceptações do tipo nos EUA do que qualquer um imaginava. Les Goldsmith, CEO da ESD America, a empresa que produz o celular super seguro CryptoPhone 500, encontrou 17 torres falsas nos EUA apenas em julho. Ninguém sabe ao certo quem está por trás da construção delas, Goldsmith disse à Popular Science.

“O que achamos mais estranho é que muitas dessas torres interceptadoras estão no topo de bases do exército americano. Então começamos a imaginar – seriam algumas delas interceptadores do governo? Ou da China?”, ele diz. As torres interceptadoras agem da seguinte forma:

[Interceptadores] são computadores equipados com rádios e com um software capaz de usar protocolos secretos de redes de celular e, assim, quebrar a criptografia embarcada. Se seu smartphone usa Android ou iOS, ele também tem um sistema operacional secundário que atua em uma parte do celular chamada processador de baseband. O processador de baseband funciona como um intermediário de comunicação entre o sistema principal do smartphone e as torres de celular. Como as fabricantes desses sistemas guardam os detalhes deles a sete chaves, eles são um desafio muito grande para hackers menos habilidosos ou interessados.

Para testar a segurança do smartphone da empresa contra essas torres interceptadoras, Goldsmith foi até uma instalação governamental no deserto de Nevada, onde o CryptoPhone “piscou como se fosse uma árvore de Natal”, enquanto um iPhone e um Galaxy S4 não demonstraram sinais de que estariam sofrendo ataques. Um indício da interceptação foi o fato de que o CryptoPhone foi forçado a mudar a rede do 4G para 2G, um protocolo muito antigo que é mais fácil de quebrar em tempo real.

Você precisa de um CryptoPhone, então? A Popular Science diz que se você não estiver na lista de interesses do governo dos norte-americano e nunca deixa o país, provavelmente não. A lista de clientes do CryptoPhone, composta principalmente por executivos que fazem negócios na Ásia, reforça essa linha. De qualquer forma, a privacidade custa caro: um CryptoPhone sai por US$ 3.500, então se você ficou incomodado com essa notícia, é bom se acalmar – não é o tipo de coisa que se compra por impulso. [Popular Science. Imagem do topo: Shutterstock]

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04 Sep 14:51

A pirâmide mais antiga do Egito está sendo destruída pela empresa contratada para restaurá-la

by Kelsey Campbell-Dollaghan

Saqqara, no Egito, é o complexo de pedra mais antigo construído por humanos – e nele fica a pirâmide mais antiga do Egito. É uma peça insubstituível da história que vem se degradando há 4600 anos. De acordo com um relatório local, no momento ela está sendo destruída pela empresa contratada para “restaurá-la”.

Na realidade, a empresa contratada pelo Ministério de Antiguidades do Egito pode ter cometido um crime na restauração. Segundo o Egypt Independent, leis de preservação exigem que qualquer nova construção não substitua mais de 5% da estrutura original. A empresa, que segundo relatos nunca havia feito uma restauração (!), construiu um punhado de novas paredes e estruturas que excedem esse limite.

Ok, talvez isso não seja tão grave. Afinal, paredes podem ser derrubadas. Mas segundo ativistas ouvidos pelo Egypt Independent, a nova construção está contribuindo para o colapso da pirâmide, que é considerada a estrutura feita em pedra mais antiga do planeta.

Em 1992, um grande terremoto abalou a região e quase destruiu a pirâmide. Ele fez com que toneladas de pedras caíssem no chão e o topo da pirâmide ficou com um buraco em forma de domo, nas palavras do arqueologista Peter James, que diz que ela “pode cair a qualquer momento”.

Na época, a empresa de James instalou um engenhoso suporte em formato de balão chamado WaterWall. “O produto de PVC reforçado internamente pode ser inflado por ar e então preenchido com água”, escreve James. “Foi esse produto que usamos para suportar o domo invertido de pedra”. O sistema funcionou bem e, com o tempo, especialistas em restauração planejaram instalar hastes de aço para fortalecer a pirâmide permanentemente.

Mas o financiamento acabou. E continua escasso, aparentemente, com a instabilidade sociopolítica que se instaurou no Egito. A empresa que foi contratada para continuar o serviço nunca atuou na restauração de uma estrutura arcaica — na verdade, nunca terminou um projeto sequer. Falando ao Al-Masry Al-Youm, com tradução do Egypt Independent, um defensor disse que a empresa é responsável direta pelo colapso de uma parte da estrutura.

Trata-se de uma situação triste e, infelizmente, recorrente na história. Com sorte, porém, uma estrutura que sobreviveu aos últimos 4600 anos conseguirá sair dessa também. [Egypt Independent, Co.Design. Foto: AP Photo/Hassan Ammar.]

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03 Sep 12:27

“Transparência” é o aplicativo que mostra o histórico dos seus candidatos a eleição

by Paulo Higa

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Na semana passada, publicamos um artigo especial reunindo seis ferramentas tecnológicas para ajudar a decidir o seu voto. Nesta segunda-feira (1º), os criadores do aplicativo Transparência lançaram a versão 2.0, que traz o histórico atualizado dos candidatos a eleição deste ano, disponibilizando dados como os bens declarados, as despesas de campanha e as propostas de governo.

O Transparência inclui dados de todos os candidatos a eleição, não apenas de presidentes, governadores e senadores, mas também de vices e suplentes. É quase uma enciclopédia de políticos: tem também os detalhes dos candidatos eleitos em anos anteriores, como nas eleições municipais de 2012 e presidencial de 2010.

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É possível, por exemplo, acompanhar quais empresas estão doando dinheiro para as candidaturas e verificar, centavo por centavo, as despesas com as campanhas. Outro recurso bacana do aplicativo é a possibilidade de “ativar notificações” para um candidato. Fazendo isso, você será avisado quando houver mudanças no cadastro do político.

Por enquanto, a versão atualizada do Transparência está disponível apenas para iPhone. Conversei com Edson Pieczarka Jr, um dos desenvolvedores, que informou que as versões para Windows Phone e Android estão, respectivamente, 80% e 30% concluídas. A expectativa é levar o Transparência para os outros dois sistemas a tempo das eleições, que acontecem em 5 de outubro (1º turno) e 26 de outubro (2º turno).

De acordo com Pieczarka, há entraves no desenvolvimento para múltiplas plataformas: “Por ser um trabalho voluntário, existe uma dificuldade muito grande de gerenciar tempo de desenvolvimento da equipe”, disse. A versão anterior, segundo o desenvolvedor, chegou a 25 mil downloads na App Store e 9 mil na Windows Phone Store; uma versão para Android não chegou a ser lançada.

“Transparência” é o aplicativo que mostra o histórico dos seus candidatos a eleição








02 Sep 18:21

459 – Gods’ Bar 15

by fernanda szuster
Silvano.pereira

Escreveram até um livro sobre isso =p

508 – Gods’ Bar 15

02 Sep 16:35

Socialismo ou O que posso esperar?

by Manoel Galdino

Eu participei, no começo da semana, de uma série de inquisições no twitter sobre porque ainda falar em socialismo. A premissa dos meus inquisidores era algo como: “Socialismo a essa hora, zero dois?”.

E ontem, em conversa com amigos, retomávamos a questão do que podemos esperar em termos de transformação do capitalismo.

Eu pensei em fazer uma espécie de FAQ para explicar o que penso sobre esses assuntos. Mas lembrei de um texto do Cosma Shalizi e que, creio, pode explicar como vejo essas questões, se colocado no contexto apropriado. Vamos então ao contexto.

O Francis Spufford publicou um dos melhores livros de ficção que li nos últimos anos, chamado Red Plenty. Eu já falei sobre o livo aqui no blog, E o The Crooked Timber fez um seminário sobre o livro lá no blog deles. O Cosma Shalizi participou do seminário com um texto. E a certa altura, o Cosma diz:

There is a passage in Red Plenty which is central to describing both the nightmare from which we are trying to awake, and vision we are trying to awake into. Henry has quoted it already, but it bears repeating.

Marx had drawn a nightmare picture of what happened to human life under capitalism, when everything was produced only in order to be exchanged; when true qualities and uses dropped away, and the human power of making and doing itself became only an object to be traded. Then the makers and the things made turned alike into commodities, and the motion of society turned into a kind of zombie dance, a grim cavorting whirl in which objects and people blurred together till the objects were half alive and the people were half dead. Stock-market prices acted back upon the world as if they were independent powers, requiring factories to be opened or closed, real human beings to work or rest, hurry or dawdle; and they, having given the transfusion that made the stock prices come alive, felt their flesh go cold and impersonal on them, mere mechanisms for chunking out the man-hours. Living money and dying humans, metal as tender as skin and skin as hard as metal, taking hands, and dancing round, and round, and round, with no way ever of stopping; the quickened and the deadened, whirling on. … And what would be the alternative? The consciously arranged alternative? A dance of another nature, Emil presumed. A dance to the music of use, where every step fulfilled some real need, did some tangible good, and no matter how fast the dancers spun, they moved easily, because they moved to a human measure, intelligible to all, chosen by all.

There is a fundamental level at which Marx’s nightmare vision is right: capitalism, the market system, whatever you want to call it, is a product of humanity, but each and every one of us confronts it as an autonomous and deeply alien force. Its ends, to the limited and debatable extent that it can even be understood as having them, are simply inhuman. The ideology of the market tell us that we face not something inhuman but superhuman, tells us to embrace our inner zombie cyborg and loose ourselves in the dance. One doesn’t know whether to laugh or cry or running screaming.

But, and this is I think something Marx did not sufficiently appreciate, human beings confront all the structures which emerge from our massed interactions in this way. A bureaucracy, or even a thoroughly democratic polity of which one is a citizen, can feel, can be, just as much of a cold monster as the market. We have no choice but to live among these alien powers which we create, and to try to direct them to human ends. It is beyond us, it is even beyond all of us, to find “a human measure, intelligible to all, chosen by all”, which says how everyone should go. What we can do is try to find the specific ways in which these powers we have conjured up are hurting us, and use them to check each other, or deflect them into better paths. Sometimes this will mean more use of market mechanisms, sometimes it will mean removing some goods and services from market allocation, either through public provision or through other institutional arrangements. Sometimes it will mean expanding the scope of democratic decision-making (for instance, into the insides of firms), and sometimes it will mean narrowing its scope (for instance, not allowing the demos to censor speech it finds objectionable). Sometimes it will mean leaving some tasks to experts, deferring to the internal norms of their professions, and sometimes it will mean recognizing claims of expertise to be mere assertions of authority, to be resisted or countered.

These are all going to be complex problems, full of messy compromises. Attaining even second best solutions is going to demand “bold, persistent experimentation”, coupled with a frank recognition that many experiments will just fail, and that even long-settled compromises can, with the passage of time, become confining obstacles. We will not be able to turn everything over to the wise academicians, or even to their computers, but we may, if we are lucky and smart, be able, bit by bit, make a world fit for human beings to live in.

O Cosma está, em primeiro lugar, retomando a crítica de Marx segundo a qual a lógica do sistema capitalista é subsumir tudo à valorização do lucro. Que muitos tenham entendido essa lógica como algo determinista diz mais sobre quem leu Marx do que sobre o próprio Marx. Afinal, a lógica aí não passa de uma tendência, de uma das principais forças do sistema, mas obviamente não é a única. Mas divago. O ponto é que a tendência é real. Os melhores apologistas do sistema, como Hayek, reconheceram que o sistema é alienante. O que ele e outros argumentam é que não é possível fugir da alienação e o capitalismo é o melhor que podemos esperar.

O que as pessoas de esquerda, especialmente da tradição socialista, defendem é que não precisamos aceitar o argumento conservador do Hayek. Mas, e aqui concordo com o Cosma, é preciso reconhecer que

human beings confront all the structures which emerge from our massed interactions in this way. A bureaucracy, or even a thoroughly democratic polity of which one is a citizen, can feel, can be, just as much of a cold monster as the market. We have no choice but to live among these alien powers which we create, and to try to direct them to human ends. It is beyond us, it is even beyond all of us, to find “a human measure, intelligible to all, chosen by all”, which says how everyone should go. What we can do is try to find the specific ways in which these powers we have conjured up are hurting us, and use them to check each other, or deflect them into better paths

Em outras palavras, buscar o socialismo, hoje, não pode e não deve significar construir (ou achar?) uma sociedade gloriosa em que viveremos num mundo transparente e não-alienado. Mas significa tentar, com cuidado, experimentações para reduzir a alienação e também conduzir as estruturas emergentes como algo que satisfaçam fins humanos. Significa jamais aceitar o capitalismo como uma fatalidade.

É preciso portanto ao mesmo tempo ter mais humildade e ousadia nas tentativas de luta contra o capitalismo. Humildade para aceitar que o mercado e mesmo a lógica do lucro são a forma menos pior de funcionamento em certos arranjos sociais. A ousadia para rejeitar em outros arranjos esse mesmo mercado e a lógica do lucro.

Para finalizar. Quando eu digo que o socialismo é sobre liberdade, o sentido preciso é justamente aquele de libertar nós humanos, o máximo possível, dos arranjos sociais que nos aprisionam. Que a nossa liberdade será sempre limitada é a conclusão lógica de quem aceita o diagnóstico acima sobre as estruturas emergentes.


Arquivado em:internet, Manoel Galdino, Política e Economia Tagged: capitalismo, Cosma Shalizi, esquerda, internet, Marx, Red Plenty, socialismo, Twitter
02 Sep 15:20

Precisamos falar de pornô

by Gabriella Feola

Você chega em casa e abre o computador. Acessa a internet, olha o Facebook, e vai pra um site qualquer, um desses de filmes pornôs. Escolhe o vídeo que tem a imagem mais interessante, bate uma, toma uma água e liga a TV… Normal. Inofensivo. Muitos diriam: saudável.

Mais um dia. Você chega em casa, vai pro computador, acessa a internet e, desta vez, clica em uma dessas reportagens que aparece na timeline. Na imagem que chama para o texto, destaque para uma mulher americana de meia idade: o nome dela é Shelley Lubben.

Bastante revoltada, ela fala de garotas que, durante a gravação de pornôs, foram forçadas a fazer o que não queriam. A reportagem mostra vídeos de mulheres chorando de dor, enquanto os parceiros de atuação não param de meter e machucá-las. Em seguida, ela fala sobre dados de atores e atrizes que morreram de AIDS – afinal, não é aceitável gravar pornô usando preservativos. Shelley mostra também a lista das muitas atrizes que se suicidaram por depressão ou morreram de overdose.

Para ela, tudo isso é reflexo de uma indústria pornô hardcore que vitimiza e danifica permanentemente aqueles que fazem parte dela.

Inclusive ela mesma.

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Shelley atuava em pornôs nos anos 90. Depois de ser expulsa de casa e ir trabalhar em uma boate de strip, viu nos filmes uma oportunidade de ganhar mais dinheiro e dar uma boa vida à filha pequena.

Durante os 4 anos de carreira, sofreu agressões. Chegou a perder metade do útero por um câncer causado pelo HPV. Mesmo assim, a atriz só largou a indústria quando contraiu herpes e teve grandes problemas de saúde por que esta se espalhou pelo resto do corpo. Se enxergou alcoólatra e só deu uma guinada na vida pessoal ao casar com um filho de pastor e construir a família tradicional com que sempre sonhou.

Hoje é presidente da Pink Cross Foundation, organização voltada para os trabalhadores do pornô americano, acusa a indústria pornográfica de realizar tráfico sexual e acobertar estupros, além de exibir alguns deles na íntegra.

Eu a conheci clicando em um destes links, e fiquei com isso na cabeça. Ela te mostra uma lado tão feio e tão perturbador do pornô que fica difícil navegar pelos sites ou pensar em assistir aos filmes da mesma maneira. Todas as vezes em que um cara apertar o pescoço da garota, você pensará: “Será que isso é uma expressão de tesão ou de dor? Será que nós, espectadores voyeristas, continuamos consumindo porque é justamente a dor alheia que alimenta o nosso prazer? Será que eu tô contribuindo e sendo conivente com a destruição da vida de algumas dessas pessoas?”

Trabalhando na TV USP, eles me deram a liberdade de fazer uma reportagem sobre o assunto. Afinal, será que no Brasil é assim também? Será que os mesmos problemas da maior indústria pornográfica do mundo também são problemas aqui, na nossa pequena fábrica de pornôs?

Eu fui atrás da Shelley Lubben, de algumas atrizes brasileiras e de mais um monte de gente interessante pra falar sobre o assunto. Foram poucos os que toparam me dar entrevista. O vídeo a seguir, uma reportagem feita e exibida pela TV USP, é o resultado dessa busca.


Link Youtube

No Brasil, a indústria pornô não reserva luxos.

Apesar de ser um diretor (e representar a figura do “acusado”), Valter não teve cerimônias em se abrir. Contou sobre os pagamentos miseráveis, sobre as garotas que topam fazer de tudo sem questionar, porque precisam de dinheiro a qualquer custo. O diretor falou ainda sobre a prostituição que anda de mãos dadas com o estrelato na indústria dos filmes. “Há 20 anos, uma atriz entrava num set de filmagem e saia com dinheiro pra comprar um carro novo. Hoje, o dinheiro só dá pra pagar as contas.”

Não é por acaso, portanto, que os entrevistados foram unânimes em afirmar que quase todas as atrizes brasileiras do gênero trabalham como garotas de programa. “Eles me veem num vídeo e aí ligam porque querem sair com aquela mulher do filme”, explicou Patrícia.

A atriz, aliás, foi outra que também conversou conosco sem pudores. Falou dos problemas que teve com algumas produtoras que agem de maneira abusiva, mas deixou igualmente claro que tinha outras opções na vida. Não era de família rica, nem de classe média alta, mas dava aulas de inglês e queria fazer um curso universitário de secretariado. Mesmo assim, escolheu a indústria do sexo: se identificou com a profissão, se sentiu bem sendo desejada, recebendo atenção e não reclama do dinheiro que a atividade rende.

No final das entrevistas, depois de apresentarem todos os problemas, ambos sorriram e explicaram, de maneira bem semelhante, por que continuam na área – a repulsa à rotina de bater cartão e trabalhar de 8h às 18h.

Patrícia disse: “Eu não trocaria pra trabalhar em uma outra coisa, numa dessas salas fechadas…” No dia de sua conversa, Valter, depois de explanar todos os problemas pelos quais as atrizes passam, completou: “É… ainda assim, é bem melhor que trabalhar em escritório, né?”.

Elas estão fingindo

Patrícia garante que gosta da profissão e que até sente prazer em algumas cenas. Por sua vez, Shelley não acredita que seja possível ter prazer fazendo filmes. Shelley é enfática.

“Elas estão atuando! Elas são atrizes, tudo que elas fazem é atuar. – Ahhhhhh eu adooooro. Ahhh eu amo! – MENTIRA!”.

E o desejo e as referências a sexo que vemos na vida das profissionais mesmo quando estão fora das telas – no Twitter por exemplo? Shelley diz que as atrizes precisam se vender como personagens que vivem pro sexo mesmo na vida real, e por isso nunca saem por completo de seus papéis.

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Na visão da ex-atriz, a degradação psicológica e a pressão causada pelos desempenhos humilhantes e fisicamente difíceis obriga as garotas a recorrerem ao álcool e às drogas. “Você quer saber se uma estrela pornô é feliz mesmo? Então não escute o que ela diz, só olhe pra vida real dela: indo e voltando de clínicas de reabilitação, flagrada bêbada chorando, perdendo a guarda de seus filhos num tribunal”.

Com essas situações em mente, a ativista não quer apenas que sejam garantidos direitos básicos e segurança aos profissionais que trabalham com filmes. Ela quer o fim da indústria pornô. “Shelley tem muita razão em algumas coisas que diz, mas é uma fanática religiosa. Esse é o problema dela”, diz Valter, católico praticante. Fanática ou não, fizemos o teste que ela propôs: olhamos para a vida real de Patrícia.

Em uma conversa informal, ela contou sobre a relação com a família. Sua mãe e seus irmãos sabem da sua carreira: “minha mãe não deixou de me apoiar”. Nos dias de lazer vive normalmente, conta histórias corriqueiras da sua relação com a família, como ir em quermesse de igreja na época das festas juninas. Ela conta que alguns garotos e homens a reconhecem. Quando está em família, pede pra eles respeitarem seu momento.

Apesar de demonstrar que é possível viver de sexo sem ser emocionalmente demolida, Patrícia sabe que sua situação não é a de uma atriz qualquer. Ela tem nome, fama e 10 anos de carreira. Para as novatas, é muito mais difícil impôr respeito. E essa é a grande diferença.

Meu corpo, minhas regras

Ainda que aquela garota de que você gosta aceite ir ao motel contigo, isso não significa que você pode fazer o que quiser com ela. Mas por que ainda soa estranho ouvir que uma atriz pornô se recusou a fazer sexo anal? E que ela não aceitou apanhar durante uma cena? Ou, em um exemplo mais severo, classificar como estupro o desrespeito a qualquer um desses limites?

Decidir sobre como dispor do próprio corpo é um direito básico de cada um de nós – incluindo as atrizes pornôs e as prostitutas. A impressão de glamour que envolve algumas superproduções faz parecer que todas as garotas são bem tratadas, pagas e protegidas como se deve, mas ainda que o pagamento que ambos os tipos de trabalhadoras do sexo seja relevante, isso não é algo que tire delas a garantia à integridade física e psicológica.

E apesar do foco dessa reportagem recair sobre a questão da mulher na indústria do pornô, isso não quer dizer que são só elas que sofrem. Muitos atores são constantemente submetidos a injeções e remédios para manterem ereção por um período que a natureza não permitiria. Os atores homens, inclusive, são as maiores vítimas da Aids no universo pornô.

Camisinha: usar ou não usar?

A proteção é uma peça chave na discussão sobre o respeito e segurança dos profissionais do sexo. Aqui no Brasil, depois de alguns anos de pressão do Ministério da Saúde, a maioria dos filmes são gravados com preservativo – mas muitos empresários da pornografia alegam que esse modelo não é rentável.

Produtores americanos acreditam que não é isso que o público quer ver e, por isso, garantem que os consumidores não compram filmes do tipo. Shelley rebate dizendo que são os produtores que determinam o que o público vai assistir: se só houver filmes com preservativos, os espectadores só assistirão a filmes com preservativos. E não adianta ficarmos alheios à discussão, pois a decisão dos EUA afeta o mundo todo. Os filmes gravados “para exportação” aqui no país, por exemplo, também são gravados sem preservativo.

Atualmente, as produtoras dos Estados Unidos estão sendo pressionadas a aderir ao uso de camisinha por causa da Medida B, lei aprovada no Estado da Califórnia, coração da indústria pornográfica.

A legislação trabalhista americana já determinava que empresas que submetam profissionais a entrar em contato com fluídos potencialmente contaminantes devem fornecer e aplicar toda a proteção necessária, mas a nova regra especifica que atores e atrizes pornôs estão inseridos nessa legislação.

Para evitar que a camisinha seja obrigatória, as produtoras recorreram à primeira emenda da Constituição americana: acusam a medida B de interferir na liberdade de expressão artística de seus contratados.

Parece muito razoável exigir o uso de preservativos na gravação de filmes. Mas para dimensionar a polêmica, é importante lembrar que a proteção não seria apenas no momento da penetração: de acordo com a Medida B, homens e mulheres deveriam usar camisinhas masculinas ou femininas no sexo oral também.

Pense consigo. Se usar uma camisinha feminina para fazer um sexo oral numa mulher não é algo que normalmente se pratica na vida real, será que a prática deveria mesmo ser obrigatória nos vídeos? Ou seria uma prova de que usar camisinha, não importa em que circunstância, pode ser excitante? É parte da função de um filme pornô participar de um processo educativo para mudar nosso hábito e cultura?

Que outro pornô é possível?

Quantos clichês você vê numa só imagem?

Quantos clichês você vê numa só imagem?

Se como espectadores nós encaramos a questão da segurança, as agressões, cenas extremas e a falta de reconhecimento dos direitos como parte da causa dos danos que podemos perceber entre os membros e ex-membros da indústria pornográfica, também precisamos entrar no debate.

Ao contrário do que pensa Shelley, que quer acabar de vez com os pornôs, eu acredito que a solução não é eliminar os filmes, e sim, a violência e as opressões cometidas dentro de um set.

“O pornô é um microcosmos do mundo em que a gente vive. O que se vê nos filmes é o que se vê no mercado. É como a marca de cerveja competindo pra ver quem faz o comercial mais babaca. Um diretor faz um filme de anal, aí vai o outro e tem que fazer o super super anal e assim por diante…” –Valter

“Não dá pra voltar pro pornô arroz com feijão. (…) Elas usam álcool e drogas porque sabem que não dá pra cumprir certas exigências sóbrias.” –Shelley

Tanto na fala da Shelley quanto na do Valter pode-se perceber a falta de perspectivas que amenizem o problema. Os dois falam sobre a competição cada vez mais agressiva e mais distante do sexo comum: é a cultura do sexo hardcore. As orgias têm que ser cada vez mais numerosas; o freak, cada vez mais freak; e assim o sexo “comum” se torna cada vez menos atrativo comercialmente e, portanto, inviável.

Diretor das antigas, Valter critica a estrutura comum, não concorda com o modelo de produção atual e tem saudades da época em que os filmes eram mais eróticos, mais únicos e feitos em escala menor. “Se você for observar, os filmes seguem todos uma mesma estrutura, 4, 5 posições, ângulos de câmera muito parecidos, e até o ponto de corte chega a ser o mesmo”. Será que não é mesmo possível apostar em um modelo que não seja esse?

Será que não é possível fazer um filme que excite, que instigue, sem machucar? A maior parte da indústria pornô atende determinados grupos de homens héteros e outros grupos de homens gays. E digo ‘determinados grupos’ porque nem todos os homens héteros tem como fetiche ver mulheres com um padrão de beleza questionável, gemendo de maneira mais questionável ainda. Nem todos os homens héteros ou gays acham que os filmes com aquele sexo exagerado e tão claramente atuado é o que se pode ter de melhor num filme pornô.

Que tal pensar em algo que possa valorizar mais o casal, em que a interação e fetiches sejam mútuos e não levem em conta só o prazer masculino? E se fossem produzidos filmes em que o homem também seja objeto de prazer (não necessariamente voltados para o público gay)? Será que não é possível que o público lésbico seja de fato atendido, sem ficar refém do pornô em que duas mulheres se tocam com o claro objetivo de satisfação hétero-masculina?

Há até um vídeo em que garotas homo fazem comentários sobre o pornô lésbico main stream:


Link Youtube | “Seis dedos? Pra que tantos? Lésbicas nem gostam tanto de penetração assim, e muitas ainda tem hímen”, “E agora a outra menina ta enfiando o salto do sapato na vagina dela!”

É possível encontrar filmes e produtoras alternativas, claro, mas ainda em uma quantidade muito pequena, com dificuldade para se manter e, por muitas vezes, com custo acima do pornô comum. Se você não é uma pessoa que se sente plenamente atendida pelo modelo atual e resolver procurar outro tipo, muito provavelmente vai levar três vezes mais tempo buscando um vídeo do que se masturbando.

Uma das alternativas atuais é o site “Make Love, Not Porn”. Criado por Cindy Gallop, pessoa chave na briga por novos modelos de pornô, o site tenta trazer o sexo da vida real para as telas. A criadora incentiva que casais normais façam filmes amadores reais e forneçam esse material para o site. Os visitantes pagam um taxa para assistir ao vídeo por um período determinado (algo em torno de US$5 por 3 semanas) e os usuários que fizeram a filmagem ganham metade dos lucros que o filme arrecadar.

No Brasil, a X-Plastic tem um trabalho relevante – até por ser a única grande produtora de pornô alternativo. Fundada por três integrantes de uma banda de rock, tem nas músicas um forte atrativo, assim como a inspiração na pornochanchada. A fotografia bem cuidada também chama atenção, e as garotas fazem o estilo de pin-ups modernas: tatuadas, com corpo natural e cabelos cuidadosamente diferentes (Patrícia Kimberly, nossa entrevistada, é uma das profissionais que gravam com a X-Plastic).

Alt Porn ou amador. Gonzo ou super produção. Tapas, apertões, puxadas de cabelo… Orgias, vários homens e uma só mulher… todas essas opções podem ser muito excitantes e não têm nada de errado, mas pra isso, é preciso que os envolvidos estejam gostando. Sentir prazer com algum desses tipos de interação é diferente de sentir prazer vendo uma mulher gritar aflita porque a penetração em grupo, os tapas, os puxões estão doendo sem lhe dar nenhum prazer.

Acredito que o ponto não é criar uma cartilha de “pode” e “não pode” dentro do pornô. A intenção desse texto, inclusive, é levantar o questionamento sobre os padrões que temos hoje. Creio que seja preciso encontrar um ponto de equilíbrio que garanta o bem estar dos profissionais, seja economicamente rentável e que, ao mesmo tempo, não criminalize as práticas sexuais de alguém.

O sexo agressivo não é, necessariamente, errado. O sexo com abuso é.

Como a Patrícia disse pra gente: “Enquanto eu estiver gostando e enquanto eu estiver tendo prazer, tudo vale.”


por Gabriella Feola








02 Sep 14:22

Vamos celebrar os momentos silenciosos dos filmes da Marvel

by Luke Plunkett

Os filmes da Marvel são normalmente celebrados por suas cenas de ação ou pelos roteiros espirituosos, mas o vídeo abaixo foca nos momentos mais sutis dos filmes do universo Marvel.

Sem diálogos e com a trilha sonora a cargo de José González, com a música incrível Stay Alive, o vídeo ressalta a emoção dos atores apenas com as expressões e a linguagem corporal.

Criado por Gen Kim, o vídeo “busca mostrar os personagens lutando contra a perda ou a depressão”. “Eu gastei cerca de 65 horas e fiz 13 versões do vídeo antes de chegar a esse produto final”, disse Kim.

Assista ao vídeo abaixo e relembre os principais filmes dos heróis da Marvel!

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29 Aug 17:53

Designer cria jogo inspirado pela cobertura parcial da mídia sobre protestos em Ferguson

by Marcos Costa

Nas últimas semanas, a pequena cidade de Ferguson, localizada no Estado americano do Missouri, ocupou os noticiários do mundo inteiro ao ser palco de inúmeras manifestações e confrontos entre moradores e policiais. O conflito começou no dia 9 de agosto, quando a polícia local matou o jovem negro Michael Brown, de 18 anos, com seis tiros. Brown estava desarmado e os seis tiros em seu corpo saíram da pistola de um policial.

Os violentos protestos mostraram a verdadeira face da relação entre a polícia e a população negra de Ferguson e reacendeu as discussões sobre as tensões raciais já existentes nos Estados Unidos.

Parte da imprensa americana, especialmente os canais de notícias mais conservadores, como a Fox News, não ficou em cima do muro passou a fazer com que Brown, a vítima, seja pintado como o verdadeiro responsável pelo assassinato, focando em seus pequenos delitos anteriores e ignorando a força desproporcional usada na ação dos policiais.

Baseado na cobertura da imprensa e inspirado pela famosa ilustração (abaixo) que mostra como a abordagem do assunto pode mudar a visão das pessoas, o game designer Nicky Case publicou em seu Twitter uma ilustração que foi muito retuítada onde mostra um jovem negro sendo agredido com a frase: “How you frame the story, will change the story” (“A maneira como você enquadra a história vai mudar a história”).

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Case afirmou ao site Kill Screen que a imagem se tratava de um jogo, ainda sem nome e sem data de lançamento, que já estava sendo desenvolvido com base no conflito entre israelenses e palestinos e outros confrontos “deturpados pela mídia”. A morte de Brown foi o combustível que faltava para o designer dar um gás e, de quebra, promover o game para PC.

O jogo vai colocar o usuário na pele de um jornalista amador que precisa percorrer as ruas de uma cidade tomada por protestos e registrar as cenas dos conflitos entre policiais e população. O modo com que você enquadra os fatos irá moldar como os habitantes da cidade irão interagir com você posteriormente.

“Tire fotos simpáticas aos policiais e eles serão mais legais com você, te deixando ter acesso a áreas que não teria de outra forma”, afirmou Case. “Dependendo do tipo de foto que você tirar, você pessoalmente vai tornar um protesto pacífico em um conflito completamente violento”, explicou.

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Se conseguir fotos que realmente registrem a realidade e que sejam interessantes para o público, o seu personagem ganhará mais seguidores no Twitter que, no jogo, é a pontuação usada.

Essa não foi a primeira vez que Nicky lança um jogo com uma abordagem mais politizada. No começo deste ano, o desginer produziu Nothing to Hide (Nada a Esconder), um jogo que trata da falta de privacidade e a intensa vigilância que cada pessoa está submetida. Você pode jogar uma demo de Nothing To Hide no próprio site do autor.

“Em Nothing To Hide, eu mostro um mundo arruinado pela vigilância. Já neste novo jogo, são os próprios cidadãos que têm todas as câmeras. E, embora eu acho que esse mundo cheio de câmeras seja uma ótima maneira de manter as pessoas no poder em cheque​​, é preciso tomar cuidado para que ela não mate a privacidade dos cidadãos”, afirmou Case. “Isso poderia criar uma mentalidade de justiça na multidão, onde qualquer coisa que você diz ou faz pode ser usado contra você”, diz o desiger, em entrevista ao Kill Screen.

Para Case, esses tipos de jogo, mesmo sem gráficos glamourosos e milhões investidos, funcionam como uma espécie de contraponto a títulos como Watch Dogs ou Battlefield Hardline, que se resumem basicamente a quebra de privacidade e fetichização da violência policial. “É um jogo simples e divertido, mas acho que ajuda a mostrar o quão fodidas as coisas são”.

O jogo de Case ainda não tem nome e nem data de lançamento. Mas ele já sabe que o subtítulo será: “A maneira como você enquadra a história vai mudar a história”

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28 Aug 11:25

Três candidaturas ideológicas

by Vinícius Justo

É comum falar em “candidatos nanicos”: presidenciáveis de partidos menores, sem coligações e com tempo de TV e recursos financeiros escassos, concorrendo pelos mais diversos objetivos (alguns insondáveis, talvez impublicáveis). Na eleição de 2014, são oito as candidaturas que não possuem chances de vitória nessas condições. Entretanto, três delas apresentam maior força do que as outras e prometem apresentar alternativas ideológicas aos principais candidatos, promovendo seus partidos a partir de suas diferenças em relação ao mainstream político brasileiro.

São os candidatos do PSC (Pastor Everaldo), do PSOL (Luciana Genro) e do PV (Eduardo Jorge). Cada um a seu modo busca apelar para um nicho específico do eleitorado, procurando enfatizar sua singularidade e sem medo de defender propostas impopulares, pouco factíveis ou sem condições políticas de implantação. Se a eleição se tornar acirrada, entretanto, talvez seja definida por seus poucos eleitores, seja pelo “voto útil” no primeiro turno ou pela decisão polarizada no segundo turno.

 

Pastor Everaldo (PSC)

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A candidatura do PSC apresenta mais uma defecção da base aliada de Dilma Rousseff para o pleito de 2014. Participando do governo até pouco tempo, Everaldo faz questão de apresentar sua candidatura como defensora de valores conservadores – entre eles, a definição de família como um núcleo composto por “pai e mãe” – que estariam sendo solapados pela atual administração federal. Entrevistado pelo Jornal Nacional (o critério para escolher os entrevistados foi ter um percentual igual ou superior a 3% das intenções de voto), o pastor foi confrontado com essas contradições, decidindo-se por um discurso bastante enfático a favor da iniciativa privada, do Estado mínimo e das privatizações.

Na conjunção entre princípios conservadores bastante caros ao eleitorado mais religioso e defesa de uma participação bastante reduzida do Estado na economia, o discurso de Everaldo busca ultrapassar o nicho evangélico que tem sido a fonte primária de sua intenção de votos (9% dos eleitores evangélicos votariam nele, segundo o último Datafolha). No entanto, existe a possibilidade de que mesmo sua base evangélica esteja sob ameaça pela candidatura de Marina Silva, também evangélica (ambos pertencem à Assembleia de Deus, uma das maiores igrejas neopentecostais do Brasil).

Antes da morte de Eduardo Campos, o pastor parecia garantir a possibilidade de segundo turno com sua candidatura. Hoje, com o segundo turno praticamente certo, mesmo a importância estratégica para os outros partidos parece comprometida. Resta ainda sua defesa dos valores cristãos tais como os entende; plataforma insuficiente para vencer a eleição, mas que pode ajudar o PSC no seu esforço até agora bem sucedido de crescimento parlamentar.

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Luciana Genro (PSOL)

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O Partido Socialismo e Liberdade foi criado a partir de dissidências do PT em 2005, motivadas tanto pela adoção de políticas econômicas menos radicais quanto pelos questionamentos quanto à ética do partido durante o escândalo do mensalão. Era de se esperar que, à semelhança de seu partido original, o PSOL defendesse bandeiras de esquerda de modo mais veemente e começasse pequeno, buscando crescer popularmente aos poucos e atingisse o grau que o PT levou décadas para obter.

Não é um caminho fácil, especialmente porque o PT conseguiu, apesar dos pesares, manter-se como o partido de esquerda no espectro político. Apesar de ótimo desempenho nas eleições de 2006 na candidatura majoritária (Heloísa Helena teve 6,5 milhões de votos), o partido não conquistou nenhuma nova cadeira no Congresso – apesar de passar a ter um senador pelo Pará, suplente de Ana Júlia (PT), então eleita governadora do estado. Em 2010, apesar de a votação de Plínio de Arruda Sampaio ter sido muito menor, o partido manteve três deputados (perdeu Luciana Genro no Rio Grande do Sul mas o coeficiente eleitoral de Chico Alencar no Rio permitiu a eleição de Jean Wyllys). A tentativa neste ano é de fazer a candidatura presidencial ajudar a aumentar essa bancada.

O curioso é que o único cargo que Luciana Genro poderia tentar neste ano é a presidência da República. Como seu pai, Tarso Genro, é governador do Rio Grande do Sul, Luciana não poderia concorrer a cargos eletivos no estado.

O PSOL costuma ter um eleitorado de convicções mais à esquerda e, de forma similar ao PT no seu começo, tem força apenas nas grandes cidades. Os votos que elegeram seus três deputados federais em 2010 vieram em sua grande maioria das capitais e de suas regiões metropolitanas:

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Esse eleitorado costuma ser mais fiel, mas também muito reduzido. Ainda é incerto se, em um eventual segundo turno, o eleitor de Luciana Genro preferiria Dilma ou Marina, ou ainda anular seu voto – a candidata afirmou em artigo que Marina é “segunda via do PSDB”. O que é praticamente impossível é a opção maciça deles por Aécio caso este chegue a disputar o segundo turno.

 

Eduardo Jorge (PV)

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O PV novamente lança candidatura própria. Em 2010 abrigou Marina e sua candidatura, bem maior do que imaginada inicialmente, conseguiu quase 20 milhões de votos. Evidentemente não se espera algo sequer próximo disso; a briga é pelo quarto lugar, com propostas de certo modo equidistantes às de PSOL e PSC e com características claras de terceira via no sentido europeu: forte na questão ambiental, na defesa do desenvolvimento sustentável, favorável à legalização da maconha, entre outras.

Se por um lado a candidatura pode apelar a um eleitor mais liberal (no sentido econômico), por outro recusa fortemente o eleitor conservador e não é tão afeito às ideias econômicas de esquerda. O diferencial do meio ambiente não terá tanto apelo quanto poderia com a existência da candidatura de Marina, o que dificulta bastante as coisas para Eduardo Jorge. De certa forma, suas limitações são as mesmas de PSOL e PSC, mas sem alguns de seus trunfos (no caso do primeiro, a insatisfação do eleitor mais à esquerda com o governo do PT; no caso do segundo, o apelo ao “voto evangélico”).

A candidatura pode, no entanto, lançar as bases para um reposicionamento do PV no âmbito nacional e estadual. A tendência é que seu eleitor seja mais de oposição ao governo atual do que de situação, mas não é certo que passe para Aécio caso este chegue ao segundo turno – embora seja provável que o partido declare apoio ao tucano. No caso de Marina, a transferência de votos deve ser bastante grande, apesar dos problemas que a ex-senadora teve com o partido em 2011, levando-a a sair e organizar a Rede Sustentabilidade.

 

Projeções

Com o provável acirramento do primeiro turno, é possível que esses três candidatos não ganhem mais tanto espaço quanto poderiam obter antes da morte de Eduardo Campos. Ao contrário, o voto útil pode fazer com que encolham ainda na primeira fase da disputa. No entanto, não poderão ser completamente desconsiderados, pois terão presença nos debates televisivos (fazem parte do grupo de sete candidatos por partidos com representação congressual, além dos três principais e de Levy Fidélix, do PRTB) e podem, com boa dose de sorte, criar situações constrangedoras para os concorrentes maiores. Em uma eleição ainda muito indefinida, cada voto vale bastante.

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texto publicado inicialmente no Plano Político

-- leia mais de Vinícius Justo --


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26 Aug 20:29

Instagram lança Hyperlapse, app para criar time-lapses e estabilizar seus vídeos

by Emerson Alecrim

Criar vídeos com aspecto profissional no smartphone ficou mais fácil. Nesta terça-feira (26), o Instagram anunciou o Hyperlapse, app que promete eliminar a instabilidade típica de filmagens casuais e, como adendo, aplicar efeitos de aceleração.

Hyperlapse é o nome de uma técnica similar ao time-lapse. Neste, frames são registrados entre intervalos longos a partir de um ângulo fixo para causar sensação de passagem rápida do tempo. A principal diferença do hyperlapse é que a câmera se mexe, resultando em vídeos que podem combinar passagem do tempo e movimento.

Instagram Hyperlapse

O Instagram Hyperlapse oferece algo neste sentido. Se você estiver andando pela rua enquanto grava, por exemplo, o aplicativo é capaz de estabilizar o “balanço” causado pelos seus passos. Se você deixar o smartphone parado, pode acelerar o vídeo para criar time-lapses.

Em seu comunicado, o Instagram afirma que o Hyperlapse foi desenvolvido para ser o mais simples possível. Basta abrir o aplicativo e dar um toque na tela para começar a filmar. Outro toque para a gravação. Depois, basta escolher a aceleração do vídeo, que pode ser até 12 vezes maior que a velocidade original.

Dá para criar vídeos com até 45 minutos. Pelo menos inicialmente, não é possível fazer cortes. O resultado final pode ser compartilhado no Facebook ou Instagram, assim como simplesmente ser guardado no dispositivo.

Pelo menos por enquanto, o Instagram Hyperlapse só está disponível na App Store. Não há previsão de lançamento para Android, muito menos para Windows Phone.

Coincidência ou não, a Microsoft revelou na semana retrasada um projeto de mesmo nome, só que com finalidade diferente: o Hyperlapse da empresa se propõe a corrigir vídeos já existentes, trabalho bem mais complicado.

Com informações: CNET

Atualizado às 20:11

Instagram lança Hyperlapse, app para criar time-lapses e estabilizar seus vídeos








26 Aug 17:34

7 vislumbres do belo design para o futuro do Android

by Eric Limer
Silvano.pereira

Parece q ele pegou um pouco da ideia de Tiles...

A versão mais recente do Android (Lemon Meringue Pie?) está a caminho, trazendo consigo um visual totalmente novo para o Google em geral. Por enquanto ele está em beta, mas os designers já estão brincando com as novas diretrizes do Google. E gostamos do que vimos!

Confira a galeria aqui: http://gizmodo.uol.com.br/galerias/7-material-design-android/

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26 Aug 14:41

454 – God’s masterpiece

by fernanda szuster

501 – God’s masterpiece

26 Aug 14:10

Richard Dawkins e a ciência que dá conselhos

by Lucio Carvalho
Silvano.pereira

A justificativa do Dwakins foi ridícula! O aborto nesse caso seria aconselhado pelas mesmas razões pela qual eu apoio o aborto em geral, se a mulher (ou o casal) não se achar em condições de criar o filho(a) (o Down com certeza dificulta a criação).

dawkins

Respeito muito, de verdade, meus “colegas” pais e mães de crianças com deficiência e, antes de mais nada, digo abertamente que não trocaria minha experiência pessoal com meu filho por nada nesse mundo. Não aconteceu na minha vida saber antes do parto de sua condição, por isso não me atrevo a tentar imaginar ou opinar sobre o que outros pais que se viram nessa situação pensaram e decidiram fazer de posse dessa informação durante a gestação. Também não tenho parâmetro algum para isso, que é algo que só importa à realidade de quem vive a situação. Mas garantidamente não condeno qualquer decisão pessoal que tenham tomado ou tomem, seja por ter o bebê ou interromper a gestação. Aliás, não me ocorre pensar em opinar sobre o uso da liberdade de ninguém.

É claro que, se me perguntarem como tem sido a vida com meu filho, eu posso ficar horas a fio falando dos momentos felizes e também das apreensões que vivi com ele, que nasceu com a síndrome de Down, e com sua mãe e sua irmã mais velha. Mas irei alertar ao meu interlocutor o mais breve possível, caso ele tenha esquecido, que a experiência humana nunca é transferível, mas apenas compartilhável. Quero dizer que, por mais que uma pessoa se esforce em crer que seu exemplo de vida é notável e tem validade universal, isso não pode ser real.

O que quero dizer é que a experiência feliz de uma família na qual veio ao mundo uma criança com síndrome de Down não representa garantia nenhuma de que isso possa repetir-se alhures. Portanto, não dou conselhos sobre isso, justamente porque é impossível para mim entender a dimensão total da experiência de cada um. Falta-me essa balança de precisão, assim como o mundo parece já não ter fita métrica em relação à moral que persegue – realidade que o comportamento social às vezes torna evidente.

Por isso não consigo entender o que tinha em mente o biólogo, etólogo, divulgador científico e escritor britânico Richard Dawkins ao atacar frontalmente o fundamento de incoercibilidade moral ao aconselhar em seu twitter, no último 20 de agosto, a uma pessoa que pediu sua opinião sobre o que fazer diante de uma gestação na qual o feto fosse diagnosticado com a síndrome de Down. Aborte e tente novamente, aconselhou Dawkins, pois segundo ele “seria imoral para trazê-lo para o mundo, se você tem a escolha”.

Desnecessário relatar que, mundo afora, um grande barulho se fez a partir da declaração – logo explicada (mas não relativizada) por ele mesmo, conforme texto publicado no The Guardian e em seu próprio website. E ruídos de toda espécie ressoaram web adentro. É que, antes disso, Dawkins tuitou que não daria o mesmo conselho sobre a questão do autismo, porque, segundo ele, seriam pessoas que poderiam contribuir socialmente, enquanto as pessoas com síndrome de Down estariam fadadas a não desenvolver-se e a ter no sofrimento sua única possibilidade de vida.

Além de ter descartado todo o esforço científico em torno da validade do aconselhamento genético, Dawkins falou como um autêntico oráculo. A questão é entender se cabe à ciência postular enunciados taxativos sobre situações genéticas complexas e ainda não compreendidas de todo ou se, pelo menos, o seu “aconselhamento” tem efetivo amparo e respaldo na comunidade científica. Talvez, inadvertidamente, ele tenha assumido a mesma postura de seus maiores detratores, a comunidade religiosa, confundindo questões filosóficas complexas, tendências tecnológicas e inclinações bioéticas para frutificar suas crenças morais, também intransferíveis.

Tenho a impressão de que a declaração de Dawkins retrocede a discussões até já ultrapassadas tanto no campo da ética quanto da bioética. Retrocede ao aderir sem maiores explicações ao conceito de wrongful life e ao imaginar inovador um pensamento já compreendido como de interesse ao assim chamado ableism, corrente de pensamento no qual desconsidera-se o reconhecimento da dignidade inata da pessoa com deficiência em detrimento de uma necessidade expressa de ajuste e enquadramento social. É lamentável que a polêmica tenha surgido menos de um ano após o falecimento de Adrienne Asch, filósofa e bioeticista que defendeu muitas e muitas vezes que as práticas do aborto seletivo afrontariam a noção social a respeito das deficiências, sedimentando práticas discriminatórias e consolidando-as como opções políticas. Em artigo traduzido pela antropóloga Débora Diniz, do Anis (Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero), para a Physis – Revista de Saúde Coletiva, é possível conhecer melhor suas ideias e preocupações.

No texto de Dawkins, onde este defende-se das acusações de eugenismo, jamais fica claro o que ou de quem seriam, afinal, as vidas aceitáveis. Pelo contrário, tal decisão seria amparada no sentido de “evitar-se o sofrimento”. Trocando em miúdos, isso equivale a proteger a pessoa da condição de deficiência, como se isso fosse insuportável e realizável a partir do julgamento de um terceiro. Para não sofrer, nesse raciocino, seria melhor não existir. Em nenhum momento é dada ao indivíduos a possibilidade da consciência, como se se negasse que as pessoas com síndrome de Down pudessem ter uma. Essa não é uma “proteção” desejável, porque somente a existência pode indicar a consciência de existir. E também o sofrimento não é, obviamente, uma exclusividade das pessoas com síndrome de Down, bem como não se trata de uma condição determinada geneticamente. Por que ser tão restritivo, nesse caso?

Acostumado a polêmicas, mesmo assim custa-lhe um bom pedaço da argumentação a tentativa de descolar-se da acusação de pregação eugênica. Embora sua posição seja calcada pelo que ele chama de “opção da maioria”, não é compreensível que essa possa ser uma premissa de credibilidade. Ou, então, todas as “opções da maioria” seriam igualmente justificáveis. Outro argumento defendido é o de que a síndrome de Down não é uma condição hereditária, razão pela qual não poderia ser evitada precocemente. Não vejo sentido algum nessa afirmação, pois exames não invasivos para detecção precoce estão disponíveis há muitos anos na Europa e pelo menos há uns dois anos aqui mesmo, no Brasil.

Trata-se, portanto, de uma condição extinguível, e os números disponíveis indicam que a opção da maioria vai mesmo por esse caminho, especialmente em solo europeu. Mas duvido muito que isso aconteça para evitar-se o sofrimento de quem quer que seja. Estou mais de acordo com a tese habermasiana de que a natureza humana conforma-se cada vez mais pela regulação do mercado e, então, aos homens e suas escolhas morais recai totalmente o peso da decisão, cuja margem foi alargada inexoravelmente pelo acesso à tecnologia e pela propulsão do consumo.

Mas Dawkins parece estar historicamente ainda aquém das ideias que Habermas expressou em O futuro da natureza humana, porque centrado na ideia de seleção negativa, mais próximo das ideias nascidas em Francis Galton do que gostaria de perceber em si mesmo e mais distante das do primo daquele, Charles Darwin, sabidamente seu grande inspirador científico. É que embora se tenha muitas vezes atribuído a Darwin a origem de ideias de inspiração eugênica, um parágrafo apenas em A descendência do homem retira toda e qualquer dúvida:

A ajuda na qual somos impelidos a dar aos necessitados é principalmente um resultado incidental dos instintos de simpatia, que foi originado como parte dos instintos sociais, mas que foi subsequentemente aprimorado, como visto antes, a ser mais amigável e mais amplo. Jamais poderíamos abandonar a simpatia, mesmo aos maiores apelos da razão, sem deteriorar a parte mais nobre da nossa natureza. Um cirurgião pode hesitar enquanto perfaz uma operação, porque ele sabe que está agindo para o bem do seu paciente; mas se intencionalmente negligenciamos os fracos e necessitados, seria apenas por um beneficio contingente, junto com um enorme mal em troca.

Tudo que eu não quero crer nem consigo imaginar é que Dawkins queira remontar suas opiniões morais à Inglaterra vitoriana. Muitas voltas o mundo deu desde então e o horror surgido na esteira da Segunda Guerra Mundial e das experiências eugênicas concretizadas ali (e antes dali) não permite senão que se avance a uma compreensão humanizante do tema. Evidentemente que todo o conceito de diversidade humana e genética é posterior à criação da ONU, UNESCO e declarações de direitos, mas é compreensível que o assunto em si mesmo, tratado como se num ambiente de ensaio, perca nuances próprias do humano. Infelizmente, ainda há muita ciência feita e mantida nessa espécie de ambiente, sem contato com o real fora de abstracts e papers.

Achei graça de muitos pais convidando Dawkins para um “estágio imersivo” a fim de que ele redimensionasse seu conceito de sofrimento e refletisse, por um momento, sem o uso diametral da razão sobre o assunto. Para uma mentalidade crítica como a dele, acho que a ideia não causou muito impacto. Para mim, foi entusiasmante. Talvez assim ele entendesse que existe uma simetria possível entre pessoas com e sem a síndrome de Down e que a vida, nesses casos, não é apenas “compatível”, mas possível e desejável. É claro que qualquer comparação da síndrome de Down com outras condições incompatíveis com a vida está, nesse caso, inadequada. Porém, ele mesmo optou por seguir essa linha de raciocínio e situou a síndrome de Down no espectro do “imoral” e do “descartável”. Ora, eu quero entender é porque, afinal de contas, ele sentiu-se no dever de dar conselhos desta ordem. De um modo bem mais sutil, o mercado de saúde está dando conta do assunto e, se vivemos sob o seu imperativo, a ciência – por outro lado – não deveria estar no lugar de questioná-lo em detalhe e garantir que se observassem princípios éticos e universais, visando a preservação da dignidade humana?

Por isso a ideia do estágio in loco não me desagrada e, pela experiência vivida, as pessoas com síndrome de Down têm uma característica afetiva marcante, provavelmente determinadas por uma expressão demasiada do sistema límbico, responsável pelas emoções humanas e suas manifestações. Acho que o contato real seria benéfico para ele, assim como é para a sociedade como um todo. Ou acaso estamos dispensando o afeto das relações humanas em prol… em prol do que mesmo?

Há alguns anos atrás, conversando com um amigo envolvido na causa ambientalista, ele contou-me uma história muito tocante, que acredito aplicar-se neste caso também. Ele disse que desde o secundário – hoje ensino médio – sentia uma necessidade de engajar-se com as questões ambientais e de conservação, mas a vida foi dura com ele e, por razões de sobrevivência, ele só conseguiu ser um ambientalista técnico, ou seja, conhecia muito as razões do que defendia, mas muito pouco “o que” defendia. Entre os focos de sua atenção, no entanto, as baleias eram os seres que ele mais admirava. Sabia tudo sobre baleias, espécies e acredito que até a quantidade de cada uma delas no mar. Um dia, porém, convidaram-no a uma expedição em que encontrariam baleias de verdade, não sei de que espécie. E então ele pode mergulhar e ir encontrá-las como nós encontramos cães e gatos pelas ruas, de tão próximos. E então a mágica se deu. E não se daria se as baleias não estivessem mais ali.

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26 Aug 14:09

O que ninguém conta sobre morar junto

by Alberto Brandão

Um dos meus textos mais populares aqui no PapodeHomem é o “O que ninguém conta sobre morar sozinho”. Apesar de apresentar muitos detalhes similares – pelo simples fato de se desvincular dos cuidados dos pais – juntar as escovas de dentes tem algumas particularidades que só começamos a entender depois que vivemos essa transição.

Infelizmente, muitas pessoas ficam com medo de abrir alguns detalhes, com medo de estar jogando um balde de água fria num momento importante na vida das pessoas. Conviver é difícil e choques vão acontecer por muito tempo até acostumarem-se.

Eu, dentro da incrível jornada que é a vida, já morei junto, já me separei, já morei junto de novo (até com a mesma pessoa) e assim fui colecionando alguns aprendizados que, sim, adoraria que alguém tivesse me contado quando tomei a decisão pela primeira vez.

O fato é que quando esse dia chega, e os dois lados estão com o julgamento extremamente comprometido pela paixão. Você só consegue pensar naquela pessoa, tudo o que quer é morar junto e acordar sentindo aquele calor na nuca, todas as manhãs. Os pontos negativos são negligenciados e a emoção acaba falando bem mais alto do que a razão.

1. Morar junto é como abrir uma empresa

Este é o ponto que o amor oculta logo de início. Morar junto (casando ou não) é como abrir uma empresa e tocar um negócio. A paixão ajuda a manter as coisas mais leves e com um peso menor, mas existem burocracias e pormenores que acabam criando incômodos muitas vezes inevitáveis.

Pode ser uma empresa ou uma rebelião.... dá tudo na mesma.

Pode ser uma empresa ou uma rebelião…. dá tudo na mesma.

Tudo isso inclui transparência financeira, cronograma de planos e direcionamentos que o casal pretende tomar. Levei muito tempo para aprender que, sem estes pontos, é muito difícil se guiar em dupla sem medo. Seu parceiro é como um sócio, que apesar de já ter confiado um passo inicial muito importante, precisa e busca por algumas certezas que amenizem o medo de caminhar no escuro.

Por isso, é normal ver conflitos acontecerem quando um membro da relação não entende claramente para onde o outro está caminhando. A comunicação sobre mudança de planos, imprevistos e o andamento do caixa deve ser frequente e sempre bem honesta.

Este é o ponto no qual muita gente se exalta e clama por liberdade, mas é só medo de sentar e lidar com as coisas de forma adulta.

2. Seu parceiro só mostra a versão melhorada de quem é

Uma das coisas mais marcantes nesta transição é o choque entre o idealizado e o modelo real.

Quando passamos apenas uma fatia limitada de tempo com uma pessoa, é muito comum ver apenas a parte boa. Sua namorada é doce, sensível e compreensiva porque você normalmente não está perto quando ela perde a cabeça, fica sem paciência e quer ficar deitada na cama, com preguiça de tomar banho e pentear o cabelo. Seu namorado não a visita quando está com aquele calção de goleiro, que já completa o sexto jogo sem lavar. Você acredita que ele é incrivelmente organizado porque ele sempre arruma o apartamento quando você avisa que vai chegar, mas nunca contou que deixou uma fatia de pizza por 2 semanas em cima da mesa da cozinha.

E você pode dizer que passa muitos dias seguidos na casa dela e que nunca viu nada disso acontecer, mas acredite, se tem algo que você não está mostrando, do outro lado acontece a mesma coisa. Ao longo do tempo a resistência cai e tudo se mostra, abrindo espaço para o choque de realidade.

3. A relação muda no primeiro dia

Apesar do ponto anterior ser até esperado pelos mais observadores, este me pegou inteiramente de surpresa. É comum ver casais que passam de 3 semanas a 1 mês juntos, um na casa do outro ou em viagens, acreditarem que esta experiência mostra como seria morar junto. Puro engano.

Pensa que dá pra manter essa pose toda por muito tempo?

Pensa que dá pra manter essa pose toda por muito tempo?

A partir do momento que entram na casa onde vão morar, não importando se um mudou pra casa do outro ou mudaram juntos para um lugar novo, aquele passa a ser um problema dos dois. Já no primeiro dia, quando os dois sentam e observam todas as caixas e coisas espalhadas pela casa nova, fazendo a lista do que falta comprar e quanto dinheiro ainda tem no banco, as atitudes começam a mudar.

É difícil dizer exatamente o que muda, dada a complexidade de cada relação. Mas é comum comentar sobre esta súbita mudança com casais de amigos que passaram a morar junto e receber uma confirmação de que foi parecido.

Os motivos vão variar bastante. O medo de não conseguir pagar as contas, de estar dando um passo maior que a perna, de ter tomado uma atitude precipitada. E se aquela não for a pessoa certa? E se eu quiser ir para praia com meus amigos sem ela? Será que eu estava pronto? Os medos são muitos e começam a assombrar muito rápido, surge a realização de que qualquer decisão, por menor que seja, terá alguém a ser consultado e essa pessoa possui um altíssimo poder de veto.

Essa pressão, se observada com bastante antecedência pode ser reduzida e transformada em motivo de maior companheirismo entre os dois. É comum, para quem viveu sozinho por muito tempo, se retrair e  assumir seus medos como um problema individual, ao invés de dividir os medos e encarar a situação em dupla, como um inimigo comum.

4. A individualidade existe e deve ser preservada

Eu sei, falei um monte sobre como o casal se torna uma entidade e que divide todas as decisões sobre o andamento do time, mas existe um problema:

Você não se apaixonou por uma cópia de você e isso pode ficar evidente o tempo todo.

Ao morar junto, vários traços da nossa personalidade passam a ser omitidos em detrimento da vida conjugada. Você gosta de jogar futebol nas terças à noite, mas não gosta de deixar sua namorada sozinha em casa. Você gostava de treinar Muay Thai, mas agora seu namorado fica em casa vendo TV e você prefere ficar esse tempo com ele.

No começo, tudo isso parece atitude de um casal unido, sacrificando seus passatempos preferidos para ficar mais tempo um com o outro. Parece funcionar, até o momento em que ambos perdem suas características mais marcantes.

O casal vai se tornando cada vez mais dependente da presença do outro, o que antes era um cessão voluntária passa a se tornar uma obrigação. Esse comportamento vai se estendendo até o momento em que nenhum dos dois faz mais nada sozinho, a não ser trabalhar. E se algum dos dois trabalha em casa, é pior ainda. Daí em diante um vira uma cópia do outro e começa a se perceber num caminho bem entendiante, praticamente sem saída.

Evitar este ciclo é um exercício constante. Saber quando exigir, e também respeitar a individualidade ajuda não apenas a movimentar o cotidiano, mas a manter os assuntos variados.

Caso contrário, a pessoa interessante que você conheceu pode estar com os dias contados.

5. Saiba existir em silêncio

Existe algo muito ruim e que afeta demais a forma que o casal interage diariamente. Por muito tempo sofri do que acredito ser um mal e em conversas vejo amigos reclamarem com bastante frequência. Existe uma dificuldade em estar junto, no mesmo cômodo sem interagir.

marriedlife

Há uma inquietude em ver a outra pessoa calada, focada em alguma atividade. A insegurança bate, o medo e as aflições começam a falar mais alto. “Sera que fiz algo?”, “Por que ele está tão calado?”, “Será que está chateado com alguma coisa?”.

Da faísca surgem os questionamentos: “Está tudo bem?”, “Por que você está tão calado?”.

Assim, o casal desaprende que ficar em silêncio e cuidar das coisas da vida faz parte, que não precisam conversar o tempo todo, retomando a fagulha de atenção. Que este tipo de situação vai ficar cada vez mais comum, e a ausência de toque e fala, não significa que estão se distanciando. Apenas que estão cada vez mais à vontade na presença do outro.

* * *

Tudo o que falei até aqui não quer dizer que a experiência de compartilhar um lar seja intrinsecamente negativa, mas são pontos que, acredito, devem ser observados e contornados sem pânico.

Importante aceitar que cada um vem de um lugar diferente, com costumes, hábitos e preocupação que às vezes podem ser conflitantes. Seu marido pode lavar louça de uma forma que não é costumeira pra você, assim como sua esposa pode guardar coisas com uma lógica que você não compreende.

O choque de pequenas diferenças vai se tornando um problema com o tempo e a convivência, caso não entendam – e aceitem – que as diferenças fazem parte do que torna a parceria tão interessante.

Para ler mais

Esse texto faz parte de uma série sobre moradia e convivência, feita pelo Alberto Brandão. Se quiser ver o que mais já foi dito sobre o tema, aqui vão os links:


por Alberto Brandão