Shared posts

18 Aug 05:17

Paes debocha, secretário de Cabral ameaça e mídia manipula

by Conceição Lemes

Adilson Filho: A política neoliberal de Cabral e Paes está acabando com a Educação no Rio de Janeiro e levando os profissionais ao limite

por Conceição Lemes

O que acontece neste momento no Rio de Janeiro é duplamente histórico para a categoria. Há mais de 20 anos os professores do Município não entram em greve. E, pela primeira vez, essa greve é unificada com a dos professores do Estado.

“A política neoliberal do governador Sérgio Cabral e do prefeito Eduardo Paes [ambos do PMDB] está acabando com a Educação no Rio de Janeiro e levando os profissionais ao limite.  Clima de pânico e desconfiança geral se instaurou por aqui”, critica Adilson Filho, professor da Rede Estadual do Rio de Janeiro. “A reação do governo à greve é a pior possível. Enquanto o prefeito debocha da população com declarações estapafúrdias, o secretário estadual de Educação, de forma ditatorial, ameaça demitir os servidores.”

Uma das declarações estapafúrdias de Paes a que Adilson se refere foi em entrevista nessa sexta-feira 16  ao jornalista Ricardo Boechat, na rádio Bandnews. Perguntado se matricularia seus filhos numa escola da rede municipal, o prefeito afirmou :”por ter dinheiro para pagar uma escola particular não matricularia seus filhos numa escola pública municipal”.

Em nota o Sindicato Estadual de Profissionais do Rio de Janeiro (Sepe-RJ)  repudiou a declaração de  Paes e comunicou que a próxima assembleia será realizada na terça-feira 20, às 10, no Clube Municipal.

O Sepe repudia com vigor as declarações do prefeito Eduardo Paes. A categoria questiona tal tipo de afirmação já que o prefeito, ao dizer uma coisa dessas, na verdade, deixa transparecer que a escola pública municipal se destina apenas às parcelas menos favorecidas da população.

Para o sindicato, a resposta do prefeito é uma confirmação da parte do próprio governo às denúncias que a categoria, em greve desde o dia 8 de agosto, vem fazendo sobre as precárias condições de trabalho nas escolas e sobre a desvalorização profissional a que a categoria vem sendo submetida nos últimos anos.

Outro ponto que a categoria questiona são os ataques desferidos por Paes durante a entrevista ao Sepe, desqualificando a direção do sindicato acusando-a de partidária. O sindicato, ao contrário do que o prefeito diz é uma entidade democrática, plural e sua diretoria tem amplo domínio da pauta e das necessidades da categoria.

Os ataques contra o sindicato não passam de uma cortina de fumaça do governo municipal para encobrir os verdadeiros motivos da greve nas escolas. O prefeito também não disse o que a categoria quer saber: para onde vai o dinheiro da educação?

Na entrevista, o prefeito não soube responder por que existem funcionários na rede recebendo vencimentos abaixo do salário mínimo. Ele também não respondeu quando o âncora questionou o porquê de um município grande como o Rio de Janeiro pagar salários para os professores menores do que o de muitos municípios, como Duque de Caxias, Nova Iguaçu, e Itaboraí. Quando um professor enviou uma pergunta sobre o desvio de função, com profissionais lecionando disciplinas que não a sua, o prefeito Eduardo Paes condenou a prática da Secretaria Municipal de Educação (SME).

O Sepe também lamenta que, em pleno processo de negociação, o prefeito anuncie o corte do ponto, sem qualquer decisão judicial sobre a greve da rede municipal. A prefeitura não apresentou qualquer proposta de reajuste que não fosse a anunciada pela Casa Civil para todo o funcionalismo, que é de 6,75%.

O Sepe reafirma que a assembleia da categoria é quem avalia o resultado das negociações e quem define o final da greve. A próxima assembleia será realizada na terça feira (dia 20 de agosto), no Clube Municipal, às 10h, na qual serão discutidos os rumos da greve.

Já o secretário estadual de Educação, Wilson Risolia, ameça exonerar os professores e concursados em estágio probatório, entre outras intimidações. Ao que tudo indica ele “quer apagar fogo com gasolina”, diz o Sepe/RJ em nota de repúdio aos ataques de Risolia:

É lamentável que, em pleno contexto de busca de democracia, com a população nas ruas, exigindo e clamando por seus direitos, o secretário se faz de surdo e de forma absolutamente autoritária, e diz que vai demitir os grevistas!

Não é a primeira vez que esse secretário age como se estivesse em pleno regime de exceção, numa ditadura militar! O secretário quer negar um direito de garantido na constituição a todo trabalhador, que é o direito de greve. O secretário também desconsidera e desconhece o Poder Judiciário e assume o papel de juiz ao afirmar que a greve é ilegal, sem que essa tenha sido julgada.

A greve é pública e foi reconhecida pelo próprio governo, na medida em que o vice-governador e o subsecretário de Educação chamaram o sindicato para uma audiência no dia seguinte a sua deflagração.

Esclarecemos que a SEEDUC [Secretaria Estadual de Educação] foi avisada, através de ofício, da paralisação e assembleia geral da categoria realizada no dia 8 de agosto, quando a greve foi votada. Assim como a rede estava em estado de greve desde abril.

O secretário de Educação não cumpriu sequer o que foi acordado na mesa de conciliação no Tribunal de Justiça. Não houve audiência no mês de julho e descontou os dias da greve de advertência, mesmo tendo sido votado o abono pela Assembleia Legislativa, bem como manteve o código 30 (falta não justificada).

Ao ameaçar de exoneração os professores e concursados em estágio probatório, o secretário desconhece a decisão acerca do assunto que diz:

“1. A simples circunstância de o servidor público estar em estágio probatório não é justificativa para a demissão com fundamento na sua participação em movimento grevista por período superior a trinta dias.

2. A ausência de regulamentação do direito de greve não transforma os dias de paralisação em movimento grevista e faltas injustificadas.” (RE 226966)

Queremos declarar que esse tipo de atitude autoritária não ajuda e aposta numa radicalização do movimento grevista! O secretário, ao que tudo indica, quer apagar fogo com gasolina.

Queremos deixar claro para os profissionais de educação que o Departamento Jurídico do Sepe/RJ está a postos e já entrará com ação preventiva para que não haja desconto e hoje, entrará com uma ação a partir do que saiu publicado na Imprensa, hoje (dia 16 de agosto), com ameaças do secretário de Educação.

Vamos juntos continuar a lutar pelo nossos direitos . Vamos juntos continuar a defender uma escola pública de qualidade. Nossa pauta não é apenas por reajuste salarial. É, principalmente, em defesa de uma escola pública que garanta aos nossos alunos uma formação plena!

Para piorar, os profissionais da educação ainda têm de enfrentar a mídia.

“Parte cooptada pelos governos do município e/ou Estado e outra parte, como O Globo, que tenta jogar a sociedade contra os profissionais da educação”, acusa Adilson.” Deixam, assim, em segundo plano, as nossas legítimas reivindicações e  destacam, como de costume, a piora do trânsito na cidade.”

Nessa sexta-feira 16, o jornal Extra, das Organizações Globo, se superou. E na capa:“Paes dá 35% de aumento para professores, mas eles rejeitam”.

Manchete totalmente inverídica. A necessidade de desqualificar o movimento da Educação é tamanha que o jornal comeu bola. Fez papel ridículo. Os professores, na verdade, pleiteiam 19!!!

A reação foi tamanha que o Extra foi forçado a publicar — como manchete na capa! — a correção na edição desse sábado.

Ou seja, os profissionais de Educação do Rio têm três frentes de batalha: Cabral, Paes e a mídia.

“Gostaríamos que a sociedade entendesse  que a nossa luta  não é só salarial”, arremata Adilson. “Mas contra essa política  que transformou salas de aula em linhas de produção, desumaniza a educação e promove  clima de competição que só prejudica os jovens alunos.”

[Gostou deste conteúdo? Ajude-nos a produzir mais, assinando o Viomundo]

Leia também:

Quem integrava a “quadrilha” que a polícia do Cabral arranjou

Paulo Moreira Leite: Os ministros do STF vão se render ao medo?

O post Paes debocha, secretário de Cabral ameaça e mídia manipula apareceu primeiro em Viomundo - O que você não vê na mídia.

22 Jul 15:40

Descoberta falha de segurança em cartões SIM que pode afetar 750 milhões de aparelhos em todo o mundo

by Ronaldo Gogoni

gogoni-sim-card

A última semana não foi muito agradável para quem trabalha com segurança. Após os informes de ataques de hackers ao fórum do Ubuntu e ao Developer Center da Apple, chega agora a notícia que um grupo de pesquisa sediado na Alemanha descobriu após anos de pesquisa, uma falha em modelos antigos de cartões SIM que em teoria pode afetar 750 milhões de usuários em todo o mundo.

Karsten Nohl, fundador da empresa Security Research Labs revelou que, após três anos de estudo conseguiu encontrar uma falha em cartões SIM que utilizam a tecnologia de encriptação DES (Data Encryption Standard) que, embora seja um padrão antigo (e bota antigo nisso, ele foi desenvolvido em 1977) e em vias de substituição, ainda é largamente utilizado. Nohl diz que ao mandar para aparelhos com esses chips uma mensagem falsa solicitando uma resposta automática, em 25% dos casos eles revelavam a chave de segurança de 56 bits do cartão. Com ela em mãos, Nohl foi capaz de enviar um SMS com um vírus, que dá ao atacante controle total do aparelho, como se ele fosse o proprietário, podendo interceptar mensagem e até realizar pagamentos. Segundo ele, o processo não demora mais do que dois minutos.

Ainda que o padrão de criptografia DES seja bem antigo, ele é utilizado hoje em cerca de 3 bilhões de aparelhos, o que de cara pode significar que 750 milhões de usuários podem ser afetados. O motivo disso é que segundo Nohl, os cartões saem da linha de produção com a falha randomicamente, daí a taxa de sucesso em hackear os cartões em apenas 25% de todos os que testou. Ela já foi descontinuada em prol da AES (Advanced Encryption Standard, mais moderninho, de 1998), além do fato de muitas operadoras usarem o método Triple-DES (desenvolvido no mesmo ano de criação do AES), que não é vulnerável à técnica de Nohl.

Ele não acredita que os hackers tenham descoberto a falha, mas agora que ele a divulgou calcula que levará cerca de seis meses para que o façam. Por causa disso ele vai detalhar o método na próxima conferência Black Hat que será realizada em 1º de agosto, na esperança que as operadoras façam sua parte.

Fonte: The Verge.