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15 Sep 14:04

Jorge Sampaio

by Unknown
(Foto de João de Vallera)

Há uma imagem que me ficou para sempre. Foi numa enfermaria do hospital dos Capuchos, há pouco mais de quatro anos. Nuno Brederode Santos aproximava-se, já inconsciente, do fim da vida. Jorge Sampaio entrou e, ao final de uns minutos, emocionado como ele ficava com as coisas que o tocavam, pediu para ficar a sós com aquele que foi talvez o seu maior amigo. Por longos minutos, deixámo-los ali, numa conversa silenciosa.

Pensei então que aquele encontro significava, verdadeiramente, o fechar de ciclo de uma geração que, não sendo exatamente a minha, mas a que eu me tinha ligado fortemente e que me tinha marcado para sempre. Um corpo de ideias e um grupo de pessoas em cuja atitude e forma de estar na política e na vida eu me revia muito. E que tinha em Jorge Sampaio o seu óbvio expoente.

Há não muito tempo, escrevi isto num jornal: “Sampaio é uma figura muito rara no cenário político português. Nunca o vi vacilar em matéria ética, nunca lhe notei nenhuma transigência em termos de observância dos princípios que a si próprio se impunha para estar na vida pública. Às vezes, surpreendi-me com a constatação de que convivia, com demasiada naturalidade, com o facto de outros não serem assim. Alguns viam nessa sua atitude uma certa condescendência, a implícita afirmação de uma superioridade moral. Não creio tratar-se disso. Sempre interpretei essa postura de Jorge Sampaio como a manifestação de uma saudável distância face àquilo a que os franceses chamam a “politique politicienne”, que entre nós se traduz lindamente por “política politiqueira”.

Acompanhei com atenção, primeiro a alguma distância, depois mais de perto, a vida cívica de Jorge Sampaio. Não o fiz por mera curiosidade, mas muito mais por, desde há muito, ter sido seduzido pela sua forma única de estar na praça política. Nem sempre estive de acordo com opções que tomou, critiquei escolhas que fez, mas, sem a menor hesitação, posso hoje dizer que me revejo largamente naquilo que soube construir, enquanto figura política. A decência (gosto muito da palavra e acho que se lhe aplica como a poucos) que imprimiu à sua forma de atuar soube granjear-lhe uma genuína admiração por parte de gente de quadrantes muito diversos, às vezes contrastantes. Estou certo que História ser-lhe-á justa, tanto mais que se há uma marca que se lhe cola à imagem, desde sempre e para sempre, essa é a de um apurado sentido de serviço público, feito de uma dedicação permanente à causa da democracia e da solidariedade coletiva. A geração a que pertenço fica a dever-lhe um raro legado de ética e integridade política.”

Não tenho muito mais a acrescentar, na hora da sua morte, a este bosquejo cívico. Mas posso e devo somar a isso o sentimento de sincera amizade que, ao longo de todo o tempo que privei com Jorge Sampaio, com ele criei, extensivo à sua família, à sua mulher Maria José, à Vera e ao André, no que sou plenamente acompanhado pela minha mulher, que de todos se sentiu sempre próxima. Ambos devemos a Jorge Sampaio, ao longo dos anos, gestos de imensa simpatia, de grande confiança, de forte cumplicidade. A sua morte, se bem que anunciada, deixa-nos uma imensa tristeza. 

(Ilustro este texto com uma fotografia de Jorge Sampaio da autoria de um seu grande amigo, o embaixador João de Vallera)
21 Jul 19:20

Jeferson Miola: A fraude do general Médici e as polpudas pensões militares hereditárias

by Conceição Lemes
21 Jul 13:34

Filha homenageia o pai, 1ª vítima da Covid no RN, ao se vacinar: “Para ele não deu tempo”

by William Robson Cordeiro

Por Leonardo Erys, G1 RN

A mossoroense Kalynne Freire viveu o que ela descreve como um “misto de emoções” no sábado passado (17): a alegria de ter se vacinado contra a Covid e o lamento de não ter dado tempo para o pai, Luiz Di Souza, conseguir a mesma proteção.

Kalynne Freire, filha de Luiz di Souza, primeira vítima da Covid no RN, se vacinou em Mossoró

Luiz foi a primeira vítima do coronavírus no Rio Grande do Norte. Ele morreu no dia 28 de março de 2020 aos 61 anos de idade no município de Mossoró, onde atuava como professor de química da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN).

No sábado passado, o município de Mossoró baixou a faixa etária para 33 anos e chegou a vez de Kalynne iniciar a imunização contra a doença com a 1ª dose.

E, neste momento especial, ela não teve dúvidas em homenagear o pai e também o tio, o sargento Francisco Freire, que também perdeu a batalha para a Covid em maio do ano passado. E se emocionou com o fato.

“Fiz a homenagem pela lembrança mesmo deles. Meu pai, que na verdade era meu padastro, nós tínhamos uma convivência desde pequena, então eu o considerava o meu pai. E quase dois meses da morte do meu pai, meu tio também faleceu. Como foi muito no início, não tinha a vacina ainda”, contou Kalynne.

“Foi essa a homenagem que eu quis prestar para eles. Para eles, não deu tempo, infelizmente. E foi exatamente esse misto de sentimento que eu tive: feliz por eu ter passado por isso e triste por eles não terem passado”.

O tio dela, o sargento Francisco Chagas, de 59 anos, inclusive, chegou a gravar um vídeo já dentro do hospital onde estava internado, em que alertava à população sobre a doença. “Se cuidem, vamos dar valor à vida”, dizia ele no registro.

No cartaz, Kalynne ainda fez uma apelo: que as pessoas não escolham vacinas. “Às vezes eu tenho a impressão que as pessoas são cegas em relação à doença. Como é que pode ver tanta gente perder a vida, não só perto, mas no mundo todo, e ficar esperando a morte acontecer e não se prevenir”, afirmou.

“Tenha a consciência de que tomar vacina limita o sofrimento. É muito triste você ver um ente querido seu se perder por isso. Não sabe como tratar, como sair disso. Tem gente que pega e não sente nada e tem gente que pega e se vai. E as pessoas não tem essa consciência”.

21 Jun 14:16

Militar que acusou Haddad por kit gay é condenado a 12 anos por distribuir pornografia infantil

by Luiz Carlos Azenha
12 Jun 18:03

Ao obstruir emendas para Mossoró, a quem Beto realmente serve?

by William Robson Cordeiro

Por William Robson

A produtividade do deputado federal Beto Rosado caiu vertiginosamente neste ano. O parlamentear do Progressistas  afirma que destinou ao longo do seu mandato R$ 74 milhões em recursos para Mossoró, número que não aparece no Portal da Transparência ao longo dos seus últimos quatro anos. Garante também que, deste valor, R$ 43.824.539,00 aguardam execução da Prefeitura de Mossoró.  Na verdade, o que consta no sistema é que tais recursos envolvem o RN, em outros municípios. No entanto,  Mossoró não era esquecida. Estava sempre em sua lista de emendas contempladas, como veremos a seguir.

No site do parlamentar não há registro de emendas em 2021 para Mossoró

O site do deputado detalha, por exemplo, o repasse autorizado referente ao ano passado (R$ 278 mil) Assim como consta 2019 (R$ 520 mil); 2018 (R$ 1,4 milhão), 2017 (R$ 950 mil); 2016 (R$ 250 mil).  Se considerar somente o que o próprio parlamentar divulgou em sua página, Mossoró teve autorizados no Orçamento da União recursos da ordem de R$ 3,398 milhões.

Não se pode negar a importância deste dinheiro para Mossoró. Ainda mais quando a família de Beto comandava a Prefeitura, garantindo óleo na máquina estatal. É um sistema retroalimentar, como assinalou o jornalista Carlos Santos, em que os recursos chegam à cidade, são aplicados em obras visíveis e eleitoralmente viáveis. “É uma máquina que precisa ser azeitada”, assinalou.

Este ciclo foi interrompido no ano passado, com a eleição de Allyson Bezerra. Por coincidência ou não, os recursos para a cidade também cessaram.

Emendas ao Orçamento são instrumentos que os deputados e senadores têm para alocar recursos para seus Estados e Municípios. Assim, Beto apresentou emendas para o RN e para Mossoró, este último até o ano passado, quando sua tia, por assim dizer, comandava o Palácio da Resistência. Servindo para azeitar a máquina política do rosalbismo, os recursos não cumpriam exatamente a sua real finalidade. Ou alcançavam em parte, por tabela.

Para este ano, entre todos os parlamentares do RN, apenas dois apresentaram emendas para Mossoró. Beto, deputado daqui, não está incluído. Somente o cearense General Girão e Benes Leocádio, nascido em Santana do Matos. Aliás, o deputado General Girão se empenhou em trazer recursos para Mossoró a p0nto de se destacar entre seus colegas. e até entre os senadores. Beto, por sua vez fora da lista, tentou se justificar. Afirmou haver emendas de anos anteriores que precisam ser executadas.

O vereador Raério Araújo: “Emendas de Beto só quando a família está no poder”

“Eu fiz o levantamento das emendas de Beto. De 2016 para cá, os R$ 43 milhões que ele se refere, é para o Estado todo. Para Mossoró, não é isso. O que me chamou a atenção é que as emendas individuais, de mais de R$ 16 milhões, ele não mandou nada para cá”, explica o vereador Raério Araújo, que inclusive levantou o debate na Câmara Municipal.

Os recursos destinados para Mossoró este ano, por indicação de outros parlamentares,  são R%$ 300 mil da senadora Zenaide Maia, R$ 350 mil do senador Jean-Paul Prates,  R$ 3.330.993 do senador Styvenson Valentim, além de R$ 4.783.336 do deputado General Girão. Os recursos são destinados para diversos fins, desde a estruturação do hospital psiquiátrico à instalação de antena de telecomunicações na zona rural. “Fica muito ruim quando o deputado federal não manda emendas para a sua cidade. Só enviou quando sua família esteve no poder. Em 2016, com Silveira, Beto também não mandou”, lembra Raério, referindo-se ao ex-prefeito Francisco José Júnior.

Os parlamentares e suas emendas destinadas este ano para Mossoró: Beto não aparece

Por outro lado, o deputado federal, que se mantém no cargo por liminar, ao ocupar a cadeira do secretário Fernando Mineiro, diz que este ano repassou recursos para Mossoró. Garante que foram destinadas emendas de R$ 1,1 milhão para instituições de ensino superior e iniciativas de fomento de projetos e oficinas culturais. Estas emendas não aparecem no Portal da Transparência, nem no site do parlamentar.

Por falar em Mineiro, o secretário esteve nesta quinta-feira (10) em Mossoró  para vistoriar as obras do Hospital da Mulher e aproveitou para fazer visita de cortesia ao prefeito Allyson Bezerra. Mineiro, deputado federal diplomado, consegue manter capacidade de diálogo inexistente em Beto. Inclusive, concedeu entrevista à Rádio Difurosa, garantindo ter novidades quanto ao seu processo que pode defenestrar outro integrante rosalbista do poder, especialmente, da Câmara.  Independente deste processo  judicial, nomes proeminentes de Mossoró emergem para abatê-lo nas próximas eleições. Entre eles está o do presidente da Câmara, Lawrence Amorim.

Beto tem motivos para se preocupar. Ao revelar-se soldado mais fiel ao grupo que representa do que ao povo de Mossoró, obstruindo recursos diante das minúcias eleitoreiras, o seu cálculo é baseado na ideia de que a serventia de suas emendas não contempla a sociedade. Serve para a manutenção do sistema político a que integra. Este diapasão é insensível e também está fragilizado.

Pelo visto, os Rosados não “adoram Mossoró” tanto assim, como sempre ressaltavam. É possível afirmar que Rosado adora Rosado. Mas quem sabe, no próximo ano (eleitoral), ele não se redime desse pecado e destine milhões em obras para Mossoró, não é mesmo?

08 Jun 11:17

Barragem Armando Ribeiro Gonçalves está com 59% da sua capacidade total

by Bruno Barreto
Barragem Armando Ribeiro Gonçalves está com 59% de seu volume total – (Foto: Magno Serafim)

De acordo com o Relatório do Volume dos Principais Reservatórios Estaduais, divulgado ontem (07), a barragem Armando Ribeiro Gonçalves, maior reservatório do RN, acumula hoje 1.414.795.969 m³, correspondentes a 59,62% da sua capacidade total, que é de 2.373.066.510 m³. No mesmo período do ano passado, o manancial estava com 1.533.987.376 m³, equivalentes a 64,64% do seu volume total.

Segundo o relatório as reservas hídricas do RN somam 2.218.651.707 m³, percentualmente, 50,69% da sua capacidade total, que é de 4.376.444.842 m³. No dia 07 de junho de 2020, as reservas hídricas eram de 2.441.024.096 m³, equivalentes a 55,77% do seu volume total.

A barragem Santa Cruz do Apodi, segundo maior reservatório do Estado, acumula 256.505.870 m³, percentualmente, 42,77% da sua capacidade total, que é de 599.712.000 m³. No mesmo período de junho do ano passado, o manancial estava com 215.607.720 m³, correspondentes a 35,95% do seu volume total.

Terceiro maior reservatório do RN, Umari acumula 214.072.477 m³, equivalentes a 73,11% da sua capacidade total, que é de 292.813.650 m³. No mesmo período do ano passado, a barragem estava com 258.120.744 m³, correspondentes a 88,15% do seu volume total.

O açude Rodeador, localizado em Umarizal, sangrou na última quarta-feira, 2 de junho. O reservatório tem capacidade para 21.403.850 m³. No mesmo período do ano passado, ele estava com 17.836.476 m³, equivalentes a 83,33% do seu volume total.

Além do açude Rodeador, outros reservatórios que continuam com 100% da sua capacidade, são: o açude público de Encanto, Riacho da Cruz II e Flechas, localizado em José da Penha.

Outros reservatórios, monitorados pelo Igarn, que sangraram nesta quadra chuvosa continuam com bons volumes, casos de Santana, localizado em Rafael Fernandes, que acumula 6.953.333 m³, equivalentes a 99,33% da sua capacidade total, que é de 7 milhões de metros cúbicos; o açude de Marcelino Vieira, que acumula 11.054.719 m³, correspondentes a 98,7% da sua capacidade total, que é de 11.200.125 m³; e Passagem, localizado em Rodolfo Fernandes, que acumula 8.181.207 m³, percentualmente, 98,88% do seu volume total, que é de 8.273.877 m³.

A barragem de Pau dos Ferros acumula 30.531.260 m³, percentualmente, 55,67% da sua capacidade total, que é de 54.846.000 m³. No dia 07 de junho de 2020, o reservatório estava com 21.169.454 m³, equivalentes a 38,60% do seu volume total.

O Marechal Dutra, conhecido como Gargalheiras, localizado em Acari, acumula 8.366.869 m³, correspondentes a 18,84% da sua capacidade total, que é de 44.421.480 m³. No mesmo período de junho de 2020, o reservatório estava com 15.355.157 m³, equivalentes a 34,57% do seu volume total.

Os reservatórios que estão com volumes inferiores a 10% da sua capacidade, sendo considerados em nível de alerta, são: Itans, localizado em caicó, com 3,66%; Zangalheiras, localizado em Jardim do Seridó, com 5,22% e Esguicho, localizado em Ouro Branco, com 0,78% do seu volume total.

Os reservatórios monitorados pelo Igarn, que permanecem secos, são: Inharé, localizado em Santa Cruz e Trairi, localizado em Tangará.

SITUAÇÃO DAS LAGOAS – A lagoa de Extremoz, responsável pelo abastecimento de parte da zona norte da capital, acumula 11.019.525 m³, que correspondem a 100% da sua capacidade.  Já a lagoa do Bonfim, responsável pelo abastecimento da adutora Monsenhor Expedito, acumula 42.371.761 m³, percentualmente, 50,28% do seu volume total, que é de 84.268.200 m³.  A lagoa do Boqueirão, que atende a usos diversos, acumula 10.224.974 m³, correspondentes a 92,33% da sua capacidade total, que é de 11.074.800 m³.

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05 Mar 18:01

CFK: “Eu não vou pedir absolvição, façam o que tiverem que fazer”

by argentinatraduzida

Durante o depoimento, que durou uma hora, Cristina Kirchner mirou contra o poder judiciário e denunciou o vínculo dele com o governo anterior. “Vocês são os responsáveis. Hoje Prat Gay [ex-ministro de economia 2015-2016] dá aula em Columbia e aquele que nos endividou (Macri) assiste a jogos de futebol no Qatar. E Axel Kicillof e eu estamos aqui”, disse.

Por: Néstor Esposito – @nestoresposito
Tradução: Carlos E. Martínez

FONTE: Tiempo argentino

A vice-presidenta, Cristina Fernández de Kirchner – CFK- interpelou ontem, talvez como nunca antes, aos juízes que devem decidir se continua ou não a causa conhecida como “Dólar Futuro”, e desafiou: “eu não vou pedir absolvição das acusações contra mim, vou pedir que a Constituição seja aplicada. Está tudo escrito, só tem que aplicar a lei”.

Ao longo de quase uma hora de exposição, CFK se dirigiu diretamente a dois dos três juízes da Câmara de Cassação, Diego Barroetaveña e Daniel Petrone, que devem resolver se, a partir de uma perícia de peritos da Suprema Corte, declaram a extinção da causa porque não existiu prejuízo algum para o Estado Nacional com as operações de dólar futuro de finais de 2015.

A vice-presidenta denunciou que “o lawfare continua no seu apogeu” e definiu a causa Dólar Futuro como “um caso modelo da intromissão do Poder Judiciário nos processos eleitorais e na política na República Argentina”.

Nesse contexto, repetiu o histórico do processo e desafiou os juízes a “darem a cara” quando adotam decisões que envolvem questões políticas que afetam a vida dos cidadãos. “Não é possível uma vida democrática saudável com funcionários que parecem parte de uma aristocracia. Nós [os políticos] vamos a eleições a cada dois anos, todos os cargos que tive na vida –disse CFK sinalizando para o Juiz Petrone- foram votados em eleições, eu não tive o acordo do Senado, nem me propôs o Conselho da Magistratura. Somos profundamente democráticos. Que tem corruptos na política? Claro que sim, mas no Poder Judiciário não tem corruptos? Todos podem demonstrar do que vivem?”.

“As decisões que toma o Poder Judiciário afetam a vida e o patrimônio das pessoas”, enfatizou a ex-presidente, corresponsabilizando juízes e fiscais pela situação econômica deixada pela presidência de Macri. Na leitura de CFK, o Poder Judiciário tem contribuído para a vitória de Cambiemos. E depois,  esse mesmo poder, fez parte duma perseguição político-judicial enquanto, por baixo da superfície, a situação social e econômica descia a níveis infernais.

Enquanto à causa, especificamente, lembrou porque se fez a audiência ante a Cassação cinco anos depois do inicio do processo, origem que também questionou (e adjudicou ao falecido juiz Claudio Bonadio uma intencionalidade política sobre os resultados do segundo turno eleitoral em 2015), uma perícia da Corte demonstrou que não há prejuízo patrimonial contra o Estado.

Kirchner ainda lembrou: “O 17 de novembro de 2015, ao meio dia, em plena atividade cambiaria, [o juiz] Bonadio irrompe com uma ordem de busca e apreensão no Banco Central. Qual era o objetivo? Provocar uma corrida, uma desvalorização monetária, um desastre para todos”. Nessa leitura, Bonadio provocou uma comoção no dólar faltando 5 dias para o segundo turno das eleições presidenciais para melhorar as possibilidades de triunfo de Mauricio Macri contra Daniel Scioli. “Não tinha nenhum amigo meu [ou] do meu governo entre os que compraram dólar futuro”, apontou CFK. Mas, por outro lado, Cristina destacou que o ex-funcionário macrista Mario Quintana obteve e executou contratos de dólar futuro depois da assunção do governo de Cambiemos.

“A realidade é que funcionário algum ou amigo do meu governo tinha contratos de dólar futuro; os que tinham eram os amigos de Macri e seus funcionários, e quando chegaram ao governo acertaram a taxa de juros que iam pagar a si mesmos quando desvalorizaram a moeda, sabendo que iriam desvalorizar. (…) Chegaram ao governo, desvalorizaram, usufruíram da desvalorização nos contratos de dólar futuro, e nós que somos acusados, que zeramos a dívida do país e pagamos a dívida ao FMI”, disse CFK.

Está comprovado que não houve prejuízo. Houve ganhos nos balanço do BCRA” desde dezembro de 2015, disse CFK, que denunciou uma deterioração permanente em todas as variáveis sociais e econômicas. O dólar estava em 9,75 pesos e esse era o valor em que se negociavam bens e serviços. “Quando o gênio das finanças (Alfonso Prat Gay) falou que o preço do dólar era o do blue (*) (15,75) tudo foi para o espaço, e vocês, poder judiciário, contribuíram para que esse governo ganhasse as eleições e fizessem o que fizeram. Vocês também são responsáveis. (…) Não olhem para outro lado porque vocês são responsáveis. Hoje Prat Gay dá aulas em Columbia, e quem nos endividou (Macri) vai assistir a jogos de futebol no Qatar. E Axel Kiciloff e eu estamos aqui”.

Por Zoom (e não presencialmente, cara a cara como ela tinha solicitado mas os juízes não aceitaram) a vice-presidenta confrontou: “Eu estou sentada aqui por uma causa manipulada ao calor do processo eleitoral, e agora com uma perícia feita por peritos de sua Corte, Petrone, sua Corte, eu sentada aqui. E quer me convencer que tem um Poder Judiciário na Argentina? Não me venha com essa!

Finalmente, CFK dedicou um parágrafo ao fiscal federal Carlos Stornelli e suas recentes declarações públicas. “Ontem este homem ameaçou literalmente ao Presidente da República, ‘vamos nos ver quando deixe de ser presidente, vamos nos ver de homem para homem’… Quando Alberto deixe de ser presidente vão vê-lo num inquérito judicial, porque isso é o que vocês fazem. E continuam tentando convencer aos argentinos que vocês são independentes e fazem justiça”.

NdT: (*) Dólar blue era o eufemismo adotado pelos médios hegemônicos para referir-se ao dólar ilegal, clandestino.

02 Mar 18:44

Do alto da Torre: Um Memorial dos Potiguara, por que não?

by Da janela: olhares sobre história e memória - Historiador Luciano Capistrano

 Do alto da Torre:

Um Memorial dos Potiguara, por que não?

 

O que guardamos da presença dos povos originários? Ao caminhar pela urbe onde encontramos vestígios dos Potiguara? A um silenciamento sobre os povos Potiguara, para além do patrono da sede da Prefeitura, Palacio Felipe Camarão, a cidade cresceu, urbanizou seus espaços, construiu monumentos de “padra e cal” e os lugares dos aldeamentos ficaram embaixo do tapete de uma vergonha não dita em sermos herdeiros dos primeiros habitantes da Capitania do Rio Grande. A conquista dos ibéricos não ocorreu de forma pacifica. Aqui foi cenário de conflitos violentos, entre portugueses e nativos. “Do aprisionamento dos Potiguara durante a conquista entre 1597 e 1598, [...] Em apenas uma aldeia nas proximidades do Forte, os soldados ‘... mataram mais de quatrocentos potiguares e cativaram oitenta...’”. (LOPES, 2003, p.63). Sobre a localização do último aldeamento Potiguara nos informa o Professor Olavo de Medeiros Filho: “...na Aldeia Velha, o Outeiro do Minhoto, à margem esquerda do Potengi ...” Este local é hoje o Alto da Torre, localizado no bairro Salinas. Uma região repleta de raízes históricas, cortadas por gamboas, com seus mangues e olheiros a brotar água da terra. Tem na região da antiga aldeia de Felipe Camarão e Clara Camarão, uma iniciativa importante para o turismo cultural a “Gamboa do Jaguaribe”. E o que mais poderia ser realizado em memória dos Potiguara? Cadê o orgulho de ser descendente dos nativos? Se desmanchou no ar, o “Tal orgulho tão decantado foi substituído pelo total e mais terrífico e destrutivo dos silêncios: o do esquecimento. Recusa-se, assim, a memória de antepassados heroicos e dignos de lembrança, culto, respeito e veneração.” (SPENCER, 2010, p.232).  Do alto da Torre: um Memorial dos Potiguara, por que não?

(Referência: LOPES, Fátima Martins. Índios, colonos e missionários na Capitania do Rio Grande do Norte. Mossoró: Fundação Vingt-um Rosado; IHGRN, 2003; MEDEIROS FILHO, Olavo de. Aconteceu na Capitania do Rio Grande. Natal: Dept. Estadual de Imprensa, 1997; SPENCER, Walner Barros. Ecos do silêncio. Natal: Sebo Vermelho, 2010).

Projeto: Das ruas às redes: Quinta da história.

(Foto e texto: Professor Luciano Capistrano)

    Foto: Luciano Capistrano - Ao longe o Alto da Torre.

19 Jan 23:12

Caiu a ficha do general Pazuello de que ele é o boi de piranha do Bolsonaro?

by Carlos Wagner
O ministro da Saúde, general da ativa do Exército Eduardo Pazuello, é apontado nos quatro cantos do Brasil como símbolo de incompetência administrativa, mentiroso e “pau mandado” do presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) para fazer o serviço sujo na defesa do negacionismo em relação à pandemia da Covid-19. Por conta disso, ele está Read More...
17 Jan 14:12

Confinamento ?

by Unknown

Ontem, o anunciado confinamento claramente falhou.

Hoje, ao que consta, há imensa gente por aí a gozar o sol, “nas tintas” para a lei de exceção.

Quando um governo dramatiza uma situação - e bem, em função de uma tragédia coletiva cada vez mais evidente - e aquilo que esse governo determina não é cumprido, ao que parece por uma utilização abusiva das exceções que se pensava irem ser utilizadas com honestidade e bom senso, somos obrigados a concluir que estamos perante uma diluição perigosa da autoridade do Estado. 

Ao contrário do que se possa pensar, a democracia não concede aos cidadãos o direito individual de decidir sobre aquilo que devem cumprir, dentro daquilo que lhe é indicado como devendo ser cumprido. A lei não é “facultativa”.

Como cidadão, tenho o direito de ver respeitado pelos outros aquilo que a autoridade democrática - isto é, o poder legítimo, que o nosso voto coletivo escolheu - determinou que deva ser feito.

Ao contrário do que uma leitura primária - mas também saloia e egoísta - pode concluir, cada um poder fazer “o que lhe der na real gana” não significa liberdade, representa apenas o primado de um arbítrio que acaba por limitar os nossos direitos cívicos.

12 Jan 11:28

Breve viagem às línguas dos Estados Unidos da América

by Marco Neves
Os EUA são um país muito mais diverso do que parece de longe. Há várias maneiras de olhar para essa diversidade — uma delas são as línguas que por lá se falam.
29 Dec 19:55

Quem é Zhang Zhan, a “jornalista cidadã” presa pelo governo chinês. Por Marcelo Bamonte

by Diario do Centro do Mundo
Zhang Zan segurando um guarda-chuva com os escritos: “acabe com o socialismo, derrubem o Partido Comunista da China”. Foto: Reprodução/Medium

Publicado originalmente no site Medium

POR MARCELO BAMONTE

O jornalismo brasileiro está em festa. Aliás, quando despontam mínimas centelhas para expôr seu preconceito contra povos orientais, os grandes editoriais não falham em acertar. O país da vez, obviamente, é a maior potência global, e que continua a se expandir: a China.

Batizada de “jornalista cidadã” (em uma época em que diplomas em jornalismo parecem tornar-se insignificantes), Zhang Zhan, 37, foi condenada a quatro anos de prisão pelas autoridades chinesas por causar confusões e espalhar desinformação a respeito das ações do governo para combater a pandemia de Covid-19. Sob a caracterização de combate a um suposto “autoritarismo chinês” para conter o vírus, muitos dos veículos jornalísticos brasileiros voltaram seus olhares à personagem, expondo que ela estaria sendo vítima de uma perseguição do Partido Comunista da China.

O portal IstoÉ fez questão de refrisar que a cidadã estava frágil em sua cadeira de rodas, respondendo com o silêncio a seus acusadores, sozinha, ou praticamente isolada, na Justiça chinesa. Segundo o veículo, esta foi a maneira da cidadã de defender a cobertura que fez da quarentena de Wuhan, contra um regime que impõe a própria interpretação da epidemia. A CNN Brasil optou por uma tentativa sutil de demonização do Partido, ressaltando que o crime é comumente atribuído pelo governo chinês a dissidentes e ativistas de direitos humanos, presumindo uma inocência à figura, ligando-a a movimentos que prezam pela integridade humana. Já o Estadão, fez questão de enfatizar que os julgamentos ocorrem no país quando grande parte do restante do mundo está distraído.

As primeiras apurações sobre o caso, em sua maior parte, vieram de três principais fontes, sendo duas delas agências europeias de notícias (AFP, na França, e Reuters, em Londres) e a última, curiosamente, da própria advogada da acusada. A cobertura que veio a seguir se pautava apenas nos veículos e fontes citadas, sendo replicadas e meramente traduzidas para seus próprios portais. O resto do material, em mandarim, pouco foi explorado ou sequer traduzido.

No Jornal Nacional, a serviço de lembrar seus espectadores, foi reforçada, em uma matéria especial, a imagem do médico Li Wenliang, figura que tornou-se holofote da mídia ocidental por ter “avisado sobre o coronavírus”, mas que acabou “perseguido” e punido pelas autoridades chinesas. O oftalmologista, para relembrarmos, notificou no início do ano uma espécie de “nova pneumonia”, mas a informação de que teria sido perseguido e morto pelo Partido é simplesmente mentirosa. Aliás, o médico era membro do próprio PCCh, tendo que apenas assinar uma notificação judicial após informar as autoridades sobre o que havia descoberto. Wenliang, no final das contas, passou informações imprecisas, e reforçou este fato em entrevista à CNN quando estava vivo. Como reforça o jornalista Pedro Marin, “Também é simplesmente mentiroso que o governo chinês teria reprimido Li para “esconder a realidade sobre o coronavírus”; exatamente no mesmo dia em que Li fez seu post, a Comissão Municipal de Saúde de Wuhan emitiu documentos internos para hospitais orientando no combate ao que nessa altura ainda era uma pneumonia desconhecida”.

Inocente?

Zhang Zan desrespeitava os regulamentos de segurança impostos pelo governo para a proteção de sua população, causando tumultos em hospitais, filmando pacientes e não cumprindo os protocolos. A advogada, na verdade, já havia sido presa muitas vezes, de dez a 65 dias desde 2019. O seu primeiro aviso oficial da justiça chegou muito antes, em 2018.

Dotada de uma enorme fé cristã, Zhan, quando presa anteriormente, realizava greves de fome com intenção até de martírio, onde foi caracterizada como uma pessoa “muito devotada à sua religião”, sem medo de praticá-la em sua expressão máxima. Por conta de seu comportamento, ela recebeu diversos atendimentos psiquiátricos durante sua detenção, onde continuou reforçando seus pontos sobre Jesus, a Bíblia e Deus em si.

Os pontos se conectam com seus próprios vídeos no Youtube. Em um deles, falando devagar, Zhang admite que, em conversa com uma paciente da doença, havia pregado o evangelho para ela, dizendo que “a cruz de Jesus Cristo carrega os pecados de todos, a salvação é encontrada em ninguém mais, mas em Jesus”. Completou, como é possível escutar no vídeo, dizendo: “na verdade, eu prefiro pregar o evangelho para aqueles policiais e pessoas que a colocaram em quarentena”.

Em um de seus artigos condenando o governo do país, inclusive dizendo que os mesmos tinham delírios messiânicos, Zhan utilizou a palavra “Deus” 62 vezes. Além disso, no escrito, ela se autoproclama uma escolhida de Deus para realizar sua missão. Curiosamente nos relembra uma das principais fontes do jornalismo ocidental para falar sobre a China, Adrian Zenz, líder religioso que fabricou o mito de campos de concentração para muçulmanos e povos minoritários no país, e que também se autoproclama um escolhido de Deus para atuar contra a China.

Em outros vídeos, Zhang ataca o materialismo histórico dialético, método que o Partido utiliza tanto no campo teórico quanto prático. Segundo ela, “se o COVID é um vírus que ameaça nossa vida, o mecanismo social do materialismo que perseguimos também não é um vírus fatal”?. Tirando o espectro religioso, Zhan tampouco fora jornalista antes de chegar a Wuhan para realizar seus trabalhos criminosos de difamação e desinformação. Em um de seus próprios vídeos, Zhang é perguntada por um policial se cumpre o ofício do jornalismo, respondendo que “já havia dito a ele que não é uma jornalista”.

Além disso, sob a alcunha de agente da informação, Zhang Zhan tentou atacar pontos de tratamento da Covid, tentando “libertar” as pessoas do lockdown. As autoridades, como vemos nos vídeos publicados por ela própria, tentam contê-la enquanto a mesma derruba grades e tenta interferir no trabalho dos médicos. Por fim, Zhang, em outro vídeo, expressa que a pneumonia do Corona deveria se chamar “pneumonia do socialismo”, já que engloba diversas características que se equivalem a um regime socialista.

Fica claro que, com o mínimo de apuração, tarefa básica de qualquer jornalista sério, pode-se provar que Zhang não passa de uma baderneira que, motivada por interesses próprios, busca atacar a China para desestabilizar a organização do Partido que se mostrou efetiva, sendo uma das melhores em combater o vírus ao redor do mundo. O respaldo do jornalismo ocidental é claro, em busca da falsa defesa da democracia e condenação do regime que soube lidar com a vida de sua população de forma mais organizada. Nada mais é do que uma tentativa de aumentar a hegemonia e monopólio da informação, caindo nos vícios e contradições intrínsecas à sua própria prática farsante. Com a população que ultrapassa um bilhão de cidadãos, apenas 4,634 mortes foram registradas. Já os países estandartes da democracia e liberdade, cumprindo seus anseios narcísicos e delírios de governo, acumulam mortes e mais mortes. A União Europeia, que passou por uma segunda onda, exigiu a liberação imediata da jornalista, mostrando mais uma vez que pensa poder influenciar e estender seus tentáculos por todos os cantos do globo.

Novamente ponderando um escrito de agosto do jornalista Pedro Marin, “Se o encontro de nosso povo com a morte pela doença fosse o mesmo que tiveram os chineses, seriam 694 mortes”, fazendo a comparação também com a Venezuela, Vietnã, Argentina e Cuba. Em todos os casos, esses infernos na terra tinham menos mortos que nós. No Brasil, “sem pressa” para resolver a situação, acumulamos caixões e pilhas de cinza em crematórios, enquanto o presidente joga futebol, despreocupado com o cargo que exerce. O Brasil se torna oficialmente um dos países que se orgulha em perder de 47×0. Aliás, esse é o número de nações que já começaram a se vacinar.

26 Dec 15:08

Coronel Hélio não declarou empresa ao TSE

by renato renato
Torneira muito arrochada tem vazamento
Coronel Hélio apresentou-se como o arauto da moralidade

por Valmir Sabino
A disputa para a Prefeitura de Natal reuniu 13 concorrentes ao cargo das mais variadas correntes ideológicas. Dentre os nomes, o Coronel Hélio Oliveira (PRTB) se apresentava como o candidato do presidente da República. Abertas as urnas, o ex-militar da Aeronáutica ficou na sexta colocação obtendo algo em torno de 9.300 votos.

Na campanha, o postulante exaltou sua trajetória durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff e não cansou de exaltar Jair Bolosonaro que, mesmo declarando apoio a diversos bolsonaristas em todo Brasil, simplesmente ignorou o nome de Hélio Imbrósio Oliveira.

A luta contra a corrupção, o resgate de valores e a busca da moralidade formaram a base do raso discurso político. Para tentar causar algum impacto nas falas, o candidato não economizou no uso dos clichês “Deus, pátria e família” e “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.

Para o registro da candidatura na Justiça Eleitoral, o Coronel Hélio apresentou a declaração de bens com imóveis e veículos, além da participação societária no valor de R$ 680 mil na empresa Construtora Civilnorte LTDA (CNPJ 08.049.298/0001-36). O estabelecimento funciona em Macaíba e tem como atividade principal a construção de estruturas pré-moldadas de concreto.

Por outro lado, a Construtora Civilnorte não é a única sociedade limitada que o militar reformado possui. Apesar de não ter sido declarado ao TSE, conforme documento emitido pela Receita Federal, Hélio Oliveira também é sócio administrador da Predesign Construção e Pré Fabricados LTDA (CNPJ 17.505.536/0001-61) que também está em Macaíba. O empreendimento possui um capital social de 3 milhões de reais.

O bem não informado a Justiça Eleitoral foi constituído em janeiro de 2013. Porém, em maio do mesmo ano, o prefeito de Goianinha sancionou uma lei que regulamentou a doação de um terreno para a construção de uma unidade da Predesign no município. O dispositivo legal estabeleceu um prazo de 02 anos para a conclusão das obras. Em caso de descumprimento, existe a previsão legal para a devolução da área para o patrimônio público.

Até a presente data, não existem registros do funcionamento da empresa do Coronel Hélio em Goianinha. No Diário Oficial do Estado de 13 de abril de 2016, consta a informação que a Predesign recebeu uma licença prévia do IDEMA com validade até 11 de março de 2018. Entretanto, o negócio não se desenvolveu na área. Também não foi encontrado nenhuma sinalização de devolução do terreno para a prefeitura da cidade do agreste.

Não se sabe qual o motivo que levou o político bolsonarista, defensor da moralidade ao não informar a participação societária na declaração de bens fornecida à Justiça Eleitoral. Pode ter ocorrido um equívoco no registro da candidatura, ou seja, um esquecimento ou uma desorganização no levantamento dos dados. Contudo, não deixa de ser estranho, já que se trata de empreendimento de relevância pública.

Segundo juristas, a omissão de bens, mesmo que seja de forma parcial, pode gerar ao candidato penalizações previstas no Código Eleitoral.

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16 Dec 11:37

Em 2019, o Brasil arrecadou um centavo a cada R$ 323 exportados pelo agronegócio. Cifra representa 0,000003%.

by Carlos Eduardo Mantovani

Em números, a farra fiscal do agronegócio

Em 2019, o Brasil arrecadou um centavo a cada R$ 323 exportados pelo setor. Cifra representa 0,000003%. Agrotóxicos entram no país sem impostos. Reforma Tributária precisa enquadrar os grandes proprietários rurais

por Brasil de Fato 09/12/2020 Por Diogo Giovanaz, no Brasil de Fato

Todas as vendas de produtos do agronegócio para fora do Brasil em 2019 renderam aos cofres públicos apenas R$ 16,3 mil em imposto de exportação. A cifra representa 0,000003% do valor total das vendas, ou seja, o Estado brasileiro arrecadou um centavo em imposto de exportação a cada R$ 323 mil faturados. A alíquota oficial é 30% – a mesma aplicada na Argentina, por exemplo –, mas a legislação permite que o governo altere o percentual tributado para estimular setores específicos da economia.

Esse e outros dados reveladores sobre o modelo agroexportador foram reunidos no artigo Agrotóxicos, capital financeiro e isenções tributárias, escrito por Marcelo Carneiro Novaes e Thomaz Ferreira Jensen. O texto é um dos 38 que compõem o livro Direitos Humanos no Brasil 2020lançado nesta segunda-feira (7) pelo Movimento Humanos Direitos e pela Rede Social de Justiça e Direitos Humanos. 

Novaes é advogado, membro da Defensoria Pública do Estado de São Paulo e do Fórum Paulista de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos e Transgênicos. Jensen é economista, assessor sindical e membro da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos e da Associação Brasileira de Reforma Agrária (Abra). 

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e sua família são defensores ferrenhos das isenções fiscais e dos subsídios estatais ao agronegócio. Em novembro, quando o governo de São Paulo retirou a isenção de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre alguns insumos agrícolas para 2021, as redes sociais bolsonaristas, incluindo dois dos filhos do presidente, se referiram ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), como “inimigo do agronegócio” e “inimigo da nação.”

Adubos e fertilizantes, milho em grão, farelo de soja, sementes, produtos veterinários, agrotóxicos e rações são alguns dos itens que hoje são isentos e sobre os quais passará a incidir taxa de 4,14% no estado. O artigo de Novaes e Jensen não menciona essa medida específica, mas deixa claro que mudanças pontuais não alteram a lógica de “agro-dependência”.

Indústria do veneno

“Não há crise de governança em matéria de agrotóxicos. Trata-se da consecução de uma política estrategicamente pensada e aplicada, direcionada para o fomento do agronegócio, um dos eixos fundamentais do modelo de reprodução do capitalismo rentista e especializado na exportação de bens primários, com baixíssimo valor agregado”, diz o texto, acrescentando que cerca de 80% do agrotóxico consumido no país destina-se para apenas quatro culturas: soja, cana de açúcar, milho e algodão.

Os autores ressaltam que o mercado de fabricação de agrotóxicos é oligopolizado por empresas estrangeiras e movimenta, em média, US$ 10 bilhões – mais de R$ 55 bilhões – anualmente no Brasil. 

As indústrias do setor desoneram-se integralmente do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), do Programa de Integração Social e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (PIS/COFINS). Além disso, são beneficiadas por desoneração parcial de ICMS.

“Chega-se, assim, a […] um subsídio tributário direto de uma quantia próxima a US$ 3 bilhões por ano, correspondente a 30% das vendas do setor, o que está em consonância com a carga tributária vigente no país, que beira os 35%”, concluem os autores.

Os agrotóxicos são considerados insumos para atividade agrícola, assim como os fertilizantes, sementes, aviões e maquinário. Por isso, o gasto com a sua aquisição é abatido integralmente nos tributos sobre a renda, o que os autores chamam de “subsídio indireto.”

Financeirização

Cerca de 90% dos agrotóxicos são vendidos diretamente a grandes e médios produtores rurais.

“Troca-se o ‘pacote tecnológico’, composto por sementes e agrotóxicos, por parte da produção futura”, descreve o texto, em uma operação complexa que classificam como escambo.

“O produtor rural emite um título de crédito que é repassado às indústrias e aos outros agentes da cadeia de financiamento, tais como bancos, securitizadoras, serviços de estocagem e comercialização externa (tradings), gerando novos títulos de crédito em cada fase da operação, que é finalizada, no mais das vezes, com um contrato de hedge para ‘trancar o preço futuro’.”

“Trata-se de uma operação estruturada e complexa que envolve, numa perspectiva contida, a emissão de cinco títulos creditícios (existem mais de vinte à disposição dos operadores), calculados com o valor-base da venda. São US$ 9 bilhões comercializados mediante ‘escambo’, com a operação lastreada em cinco títulos, no mínimo. Isso representa US$ 45 bilhões que alimentam o sistema financeiro e a circulação da riqueza-capital”, completam os autores.

Os títulos de crédito do agronegócio, em sua grande maioria, são isentos de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), cuja alíquota é de 0,38%, além de Imposto de Renda incidente sobre o lucro da operação. O montante poderia chegar a US$ 1 bilhão ao ano.

Agro-dependência

O artigo reúne ainda dados que mostram a baixa participação do agronegócio nas receitas públicas.

Em 2019, a União arrecadou, excetuadas as contribuições previdenciárias, R$ 1,04 trilhão de reais, sendo que o setor da Agricultura, Pecuária e Serviços Relacionados contribuiu com apenas 0,27% dessas receitas. 

Em São Paulo, a participação da agricultura e pecuária na receita do ICMS não passa de 0,1% do total. O texto mostra ainda que o estado concede ao setor agroexportador subsídios que representam mais que toda a economia estimada com a reforma da Previdência do Servidor Público paulista e com a venda de empresas e fundações públicas em dez anos.

Na conclusão do artigo, os autores defendem que a financeirização do capital investido no agronegócio e as “absurdas benesses tributárias” concedidas pelo Estado brasileiro evidenciam a necessidade de se atacar o problema da agro-dependência em sua totalidade, tendo em vista um projeto de Nação com soberania popular e alimentar.

Marcelo Carneiro Novaes e Thomaz Ferreira Jensen ressaltam, entre outras medidas, a urgência de revogação da Lei Kandir, que veda a tributação de ICMS incidente sobre as operações de exportação de bens primários e semi-processados, e uma “tributação agressiva sobre as atividades rentísticas do mercado financeiro e dos grandes complexos agroindustriais.”

O vídeo do lançamento do livro Direitos Humanos no Brasil 2020 estará disponível no canal da TVT no Youtube a partir desta terça-feira (8).

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BRASIL DE FATOO Brasil de Fato (BdF) é um site de notícias e uma radioagência, além de possuir jornais regionais no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, em São Paulo, no Paraná e em Pernambuco. Lançado em 25 de janeiro de 2003, o BdF circulou por mais de dez anos com uma versão impressa nacional. Por entenderem que, na luta por uma sociedade justa e fraterna, a democratização dos meios de comunicação é fundamental, movimentos populares criaram o Brasil de Fato para contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país.

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07 Dec 11:34

Alberto: “Vamos vacinar 300 mil pessoas até o final do ano”

by argentinatraduzida

A informação foi dada pelo presidente em entrevista à rádio, e anunciou que nas próximas horas serão assinados contratos para adquirir as doses necessárias do Sputnik V.

FONTE: Política argentina

O presidente Alberto Fernández confirmou que serão vacinadas 300.000 pessoas contra o coronavírus antes do final do ano. Em diálogo com a rádio El Destape, o chefe de estado indicou que o calendário começará com a vacina russa e que os contratos para a aquisição das doses necessárias já estão em condições de serem assinados nas próximas horas.

O objetivo do Governo é que as primeiras pessoas a receberem a vacina sejam o pessoal de saúde, que depois, em janeiro, poderão ser redistribuídas pelo país para vacinar mais 5 milhões de pessoas de grupos de risco contra a COVID-19. A campanha continuará em fevereiro, com mais 5 milhões. Se não houver mudanças, o governo antecipa que em março a vacina Sputnik V começará a ser aplicada com as vacinas de outros laboratórios.

“Este contrato está pronto para ser assinado, estou muito feliz e grato ao governo russo, porque eles foram absolutamente solidários conosco e deram a vacina que precisávamos com rapidez”, disse o presidente, acrescentando: “Com base no que aconteceu na Europa, é razoável pensar que uma segunda onda do coronavírus possa vir no outono na América Latina.”

Nesse sentido, o Ministro da Saúde, Ginés González García, anunciou hoje no portal Infobae que “é muito provável que a vacina contra COVID-19 seja incorporada ao calendário obrigatório em 2022” e, em declarações ao canal 9 de Mendoza, concluiu: “Será a maior campanha de vacinação da história da Argentina, pois mobilizará todos os ministérios, províncias e muitas instituições e jurisdições.”

07 Dec 11:31

Four Days in Occupied Western Sahara — A Rare Look Inside Africa’s Last Colony as Ceasefire Ends - uma reportagem da “Democracy Now!” TV

by noreply@blogger.com (AAPSO)

 

Quatro dias no Sahara Ocidental Ocupado - Um olhar raro no interior da última colónia da África quando chega ao fim o cessar-fogo e a repressão sobre a população civil saharaui nas zonas ocupadas se intensifica.

 

No momento em que a guerra voltou ao Sahara Ocidental, o programa de televisão norte-americano “Democracy Now!” conseguiu entrar no território do Sahara Ocidental ocupado por Marrocos. A reportagem, com 59’ 00”, mostra com total transparência como a população saharaui e todos aqueles que lutam pela autodeterminação e pelo respeito dos Direitos Humanos são (mal)tratados pelas forças policiais do ocupante.

Para além de uma grande reportagem e notável peça de jornalismo, o programa de «Democracy Now!” é também um indescritível ato de coragem de toda a equipa que o fez e realizou.

 

VEJA e PARTILHE !

 

Não diga depois que não viu, não ouviu, não conhece... a situação que há 45 anos prevalece no território.

30 Nov 17:45

O “day after”

by elikatakimoto

Gostaria de compartilhar o que estou sentindo – entre uma aula remota e outra – neste fatídico, indigesto e histórico “day after”. Pensei em ler vários jornais e assistir doze horas de programas para retirar meu certificado e estar devidamente habilitada a dar a minha opinião. Mas o tempo urge e já vi cientista político com doutorado dizendo hoje pela manhã que está tudo muito confuso. Então, movida pela emoção como sempre faço, decidi botar a mão nesse teclado cheio de pelo da minha gata e fazer a minha contribuição para o caos.

Vamos aos fatos:

1-   É a primeira vez que o PT não elege nenhum prefeito de capital desde a volta das eleições diretas, em 1985.

2- PT foi o partido mais presente no segundo turno, concorrendo em 15 das 57 cidades. Ganhou em 4: Contagem e Juiz de Fora, MG, e Diadema e Mauá, SP. O resultado foi pior do que em 2016.

3 –  Aqui está o mapa das prefeituras dos partidos considerados de esquerda de 2016 para 2020:

  • PDT – de 334 para 314
  • PSB – de 414 para 253
  • PT – de 261 para 183
  • PCdoB – de 80 para 46
  • REDE – de 5 para 6
  • PSOL – de 2 para 5

Isso posto, a minha análise. 

Antes, porém, preciso dizer qual é o meu lugar de fala: sou professora e a primeira suplente na ALERJ e na Câmara do Rio. Fui candidata duas vezes pelo PT e não ouvi pouca coisa pelos lugares por onde andei. Meu lugar de fala é um local hostil mas que, dado tudo o que estou vendo, não troco por nenhum outro porque a minha paz não se dá pelas palavras duras que recebo e sim pela minha consciência.

Comparado com o quanto a direita avançou e o desempenho do PT e de outros partidos ditos de esquerda, é impressionante e didático quando vemos os jornais hoje. O PT está na boca de todos comentaristas. O que me leva a concluir que não podemos analisar isso pelo viés racional e sim psicológico.

Ainda que o PT acabe, o antipetista vai continuar falando do PT porque o conceito “PT” está associado a uma ameaça. Pessoas que se acham intelectualmente superiores ficam muito mais confortáveis vivendo em um país sem mobilidade social. E se tem uma coisa com a qual o PT mexeu foi com essa ilusão, a dizer, que o pobre está onde está porque não se esforçou o suficiente. A palavra “meritocracia” que muita gente nunca tinha ouvido apareceu forte para dar conta da conjuntura promovida pela chegada de um trabalhador à presidência.

Perdi a conta de quantas pessoas falaram que não iriam votar em mim porque sou do PT ou que votariam “apesar disso”. Para essas e outras tantas que dizem odiar o PT, eu sou didática sem ser agressiva porque sou dessas que acreditam que o grito não ensina. Continuo existindo e me vestindo como quero.

No caso do segundo turno em que algumas cidades foi “uma escolha muito difícil” (lembrando a manchete do Estadão com a foto de Haddad e Bolsonaro nas eleições de 2018) entre um candidato de direita e outro de esquerda, ao mostrar o programa sem apresentar o partido, a pessoa se simpatizava com o programa do PT (ou outro partido de esquerda como foi em POA) sem pestanejar.

Percebi nitidamente que as pessoas querem as mudanças que o PT propõe votando em outro partido que está falando que vai fazer o contrário. Em suma, ninguém lê ou quer saber das propostas. O voto é justificado em cima de palavras do pastor ou de um medo ilusório de que o comunismo vai ser instaurado no Brasil. 

Mesmo considerando todas as misérias que o capitalismo nos trouxe, mesmo vendo que o meio ambiente está agonizando pelo lucro desenfreado e perverso promovido por esse sistema, mesmo olhando a fome em vários países capitalistas, é o comunismo que as pessoas temem.

E veja bem, nem estou dizendo que sou a favor do comunismo, só estou pontuando um medo que não se justifica mas que existe. Não acho que corremos o mínimo risco de virarmos Cuba mas percebo que estamos virando um Brasil muito mais desigual.

Toda forma de amor é natural. O ódio não. Toda forma de odiar é ensinada. E o ódio a um partido que em nada ameaçou a nossa democracia (a despeito da perfeição não existir) não é exceção. Quando algo nos incomoda, sabemos muito mais sobre nós mesmos do que sobre o objeto que nos desestabiliza emocionalmente. 

Vem de longe esse ódio. A Lava jato e o espetáculo midiático contra tudo que tivesse a ver com o PT foi apenas um capítulo desse livro inacabado chamado Brasil. O antipetismo é uma modalidade de ódio olímpica praticada por pessoas que se informam pela grande mídia e têm seus pensamentos moldados por quem detém o grande capital fazendo com que raciocinem como se fossem grandes empresários.

Os anos que o PT ficou no comando desse país e o que fez em vários governos e municípios (Beijo, Maricá!) são um exemplo perigoso para os interesses do capital. A elite burguesa está ainda impregnada dos seus valores e privilégios herdados do escravismo colonial. 

Nesse sentido, Boulos é “PT” porque traz de volta a memória do que pode ser um governo de esquerda, ainda que o programa de governo apresentado pelo candidato psolista tenha divergências com os programas do PT. Estou querendo dizer que o ódio unifica uma galera que, dado o resultado de ontem, não é pequena: começa na extrema-direita fascista e termina no centro liberal. As diferenças entre eles são várias sendo que a extrema-direita vive numa terra plana e a galera do centro liberal, no mundo da lua. Dito de outra forma: o povo brasileiro historicamente é conservador e de direita. Confia em Deus e no patrão e veem em ambos uma oportunidade. Defende a PM e ataca a ciência. Ou defendem os dois e desprezam a história.

E não será mostrando a conta bancária da pessoa e os programas de governo da esquerda que nos levará a ter sucesso nas próximas eleições. Não será pelo aumento da fome e nem do desemprego nos governos de direita. O governo do PT permitiu a mobilidade social mas o outro lado joga de forma imunda. O disparo das fakenews não foi punido e entrou em 2020 como uma tática praticamente oficializada nas eleições. Nosso inimigo não é Bolsonaro e sim a inoperância das leis.

Reverter isso não se faz em dois nem em quatro anos. É necessário trazer os jovens para o debate, intensificar os diálogos com as universidades, os secundaristas, os botequins, com as igrejas, estar nos bailes, nos rolês aleatórios, com os bêbados e com os equilibristas… é necessário trazer de volta Henfil e tanta gente que partiu no rabo de foguete e puxar pela mão quem se absteve do voto. E esse trabalho precisa começar hoje.

Quanto a uma frente ampla de esquerda, vimos que temos que melhorar essa ideia e “combinar com os russos”. Em Recife, doeu ver o PCdoB na chapa que usou a máquina do estado e do município contra Marília Arraes do PT. Por outro lado, aquele quadro com Lula, Dino, Ciro e Marina no programa eleitoral do Boulos nos fez inicialmente sonhar. Mas a verdade é que somente PT e PCdoB foram às ruas pedir votos para Boulos. Foi o que cientista político com doutorado falou: é tudo muito confuso.

No que toca ao PT, tivemos alegrias pontuais mas o saldo foi negativo. É preciso encarar essa realidade mesmo que doa os ossos. É o que estou fazendo agora entre uma aula remota e outra. Vale observar, que há outros partidos de esquerda mas a grande mídia praticamente os despreza. Didática melhor não há: o PT é mais do que um partido. É uma ideia a ser combatida.

No que toca ao todo, avançamos um pouco. Voltamos a viver na terra redonda e a gravidade voltou a fazer sentido. Em tempos de crise sanitária em que a vacina está prestes a chegar, isso não é pouca coisa. No Rio, ao menos temos agora um prefeito que não demoniza o carnaval. Avançamos nove casas. Ufa.

O Brasil só acabou para quem desistiu dele. A luta que se perde é a luta que não se luta. Se fosse fácil, seria lenda e não história. 

Bora que 2020 está acabando e 2022 está logo ali.

27 Nov 23:42

A guerra voltou ao Sahara Ocidental

by noreply@blogger.com (AAPSO)

A guerra voltou ao Sahara Ocidental. Um vídeo animado em 8 minutos que explica quase tudo para se compreender ao que agora se chegou....

22 Nov 07:56

Marleide Cunha, a “persona non grata” eleita vereadora de Mossoró: “não me intimido com nenhum poderoso”

by Bruno Barreto
Professora diz que amor pela educação a faz ir à luta (Imagem: cedida)

Por Valcidney Soares*

Há uma semana, a vida de Marleide Cunha virou de cabeça para baixo. Considerada “persona non grata” pela Câmara Municipal de Mossoró, a pequena professora de 1,48m mostrou que na verdade é uma gigante: com 1528 votos, foi eleita vereadora pelo PT, deixando para trás até vereadores que haviam votado por conceder esse título a ela.

A pedagoga de 48 anos, nascida em Ipanguaçu-RN, começou a trabalhar cedo. Aos 17 anos, entrou numa sala de aula pela primeira vez como professora. Naquela época, mesmo sem graduação, era possível lecionar apenas com um curso de magistério. De lá pra cá, diz, “nunca mais saí do chão da escola”. Junto com a docência, iniciou também a graduação em Pedagogia. Se formou, fez especialização na área de formação de professores, e um mestrado em políticas e gestão da educação.

“Eu sou uma professora apaixonada pela educação, mas não um amor que imobiliza, que deixa a gente num romantismo. Esse amor pela educação me faz ir à luta, me faz defender a educação com unhas e dentes, me faz ser uma fera em defesa da educação pública”, afirma. Para Marleide, sua trajetória é resultado do ensino. “Eu sou de uma família muito humilde, e foi a educação que transformou toda minha vida. Acredito que a educação é capaz de transformar a vida das pessoas, e que transformando a vida das pessoas ela transforma a sociedade”, diz.

A atuação no sindicalismo começou primeiramente no Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do RN, o Sinte. Em 2008, ingressa na diretoria do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (Sindiserpum), que viria a ser seu grande campo de batalha. A líder sindical se ausentou por alguns anos para se concentrar nas salas de aula, e em 2014 retorna já como presidenta, após vencer as eleições. Foi reeleita e segue “fazendo luta”. “Sempre participei de todas as assembleias com voz firme, de todas greves existentes até hoje, no estado e no município, porque realmente acredito que é no movimento que a gente transforma as coisas”, comenta Cunha. A paixão com que defende os ideais a fez voltar rapidamente para a presidência do sindicato, de onde estava licenciada durante a campanha. Quatro dias após ser eleita, Marleide já ocupava sua sala no Sindiserpum novamente, onde ficará até dezembro. “Tem uma frase que diz que ‘quem não se movimenta, não sente as correntes que te prendem’. Então como não tenho correntes, me movimento o tempo todo”. Para ela, é necessário que os trabalhadores estejam unidos, para evitar o que classifica de um “retrocesso” no país.

Em março de 2019, veio a grande reviravolta na vida da docente. Liderando a greve municipal dos professores, o Sindiserpum publicou “outdoors” por Mossoró em que acusava a prefeita Rosalba Ciarlini (PP) e os vereadores da base governista de serem “traidores dos servidores”, por não aprovarem o reajusto salarial da categoria. Enfurecidos, os vereadores aliados da prefeitura aprovaram em sessão única a concessão do título de “persona non grata”, expressão em latim que significa “pessoa não agradável”.

“Para mim foi uma surpresa muito grande, assim como foi para toda a sociedade. Porque é uma força do poder legislativo desproporcional contra uma cidadã. Eu sou uma professora que luta em defesa de direitos, que luta em defesa da educação, então como é que eu posso ser uma ‘persona non grata’, uma pessoa que faz mal ao município?”, questiona. Segundo Marleide, os vereadores queriam “se vingar pelo ego ferido, porque não aceitam críticas”. A forma de vingança, então, foi “manchar a história de uma pessoa”.

De acordo com a vereadora eleita, o episódio trouxe consequências na vida pessoal. “Eu não nego que causou uma dor muito forte, porque eu sempre vivi com base em princípios muito sólidos de verdade e honestidade”, diz. “Hoje eu estou aqui para contar que foi uma covardia, uma injustiça, que eu estava apenas lutando em defesa da população, dos servidores, dos professores, combatendo injustiças”. A retaliação, segundo a sindicalista, não veio apenas pela greve dos professores, “mas por conta da voz que eu faço ecoar nesse município, uma voz que combate a injustiça”.

Marleide dá aula desde os 17 anos; agora, será uma das três vereadoras mulheres de Mossoró (Imagem: cedida)

Entretanto, o título de “persona non grata” pode vir à baixo nos próximos dias. O vereador Gilberto Diógenes (PT), aliado de Marleide e que apoiou sua candidatura, propôs um requerimento para retirar esse título concedido à pedagoga. Nessa semana, segundo Cunha, deve haver a votação para deliberar. Marleide, então, aguarda que a concessão deixe de ilustrar sua história. “O que eu espero, sinceramente, é que o poder legislativo e a base governista respeitem a vontade do povo. A vontade do povo de Mossoró ficou muito clara. É que eu não sou uma ‘persona non grata’”, argumenta. “Isso precisa ser corrigido e eu espero que esses vereadores tenham a honra, e reconheçam que foi uma tomada de decisão equivocada”. Assim, ela espera entrar em 1 de janeiro de 2021 na Câmara como uma “persona de coragem”, mote usado durante a campanha para se contrapor ao título ingrato.

Mas, se a concessão da expressão pelos vereadores governistas visava prejudicar a sindicalista, o tiro saiu pela culatra. Para Cunha, o título a projetou por toda a cidade, ajudando a conquistar mais de 1500 votos e se eleger vereadora. “O ‘persona non grata’ me trouxe visibilidade para toda a população. Eu andava nas ruas e as pessoas diziam: ‘foi muita covardia, a gente não concorda, a gente vai mudar isso’”, afirma. Porém, a eleição não veio só por causa disso: “é um conjunto de ações, de atitudes, das pessoas reconhecerem princípios éticos e morais, e que eu pretendo continuar honrando a confiança de cada um”.

Na próxima legislatura, porém, a petista não vai mais travar embates com a prefeita Rosalba Ciarlini. A ex-senadora e ex-governadora perdeu a reeleição. Em 2021, o Palácio da Resistência, sede da prefeitura, será comandado pelo atual deputado estadual Allyson Bezerra (Solidariedade). “Eu espero que a próxima legislatura seja independente, não seja tão subserviente como foi na atual. Foi uma coisa escandalosa”, afirma. Sobre se será oposição ou situação ao futuro prefeito, ela ainda não sabe. “Eu só digo uma coisa: vou estar lá fiscalizando, propondo, e se os direitos das pessoas forem desrespeitados, com certeza vou estar falando e sendo a voz de cada um e cada uma”, ressalta.

Para Marleide, a quantidade de mulheres na próxima legislatura é lamentável. Em 2016, cinco mulheres se consagraram nas urnas e chegaram à Câmara entre os 21 eleitos. Em 2020, entretanto, o número de vereadores aumentou para 23, mas apenas três candidatas mulheres se elegeram. “A gente precisa fazer com que as mulheres participem da política. Eu sei que não é fácil pra mulher. Se uma campanha já é difícil para os homens, para a mulher é mais difícil ainda porque ela tem que dar conta de tudo. Da campanha, da família, da casa, dos olhares, como se mulher na política fosse algo estranho”, explica.

Durante a campanha, uma das propostas de Cunha era plantar uma árvore para cada voto que recebesse. Com 1528 sufrágios alcançados, o desafio não será fácil, mas ela diz que vai cumprir “nem que tenha eu mesma que plantar cada uma”. “As pessoas as vezes são incrédulas porque talvez não tenham conhecido pessoas que realmente firmem compromissos que podem cumprir. Eu nunca digo que vou fazer algo se não puder fazer. E não acho que seja algo que dependa do Executivo, por isso me comprometi a fazer”, assegura. Para realizar o feito, ela pretende contar com a ajuda de outras pessoas. “A gente pretende criar espaços de convivência onde as pessoas possam se reunir nas comunidades. A gente tem geógrafos, biólogos, ecólogos, gestores ambientais, pessoas que têm interesse nessa pauta e vamos construir um projeto, fazer um cronograma para executá-lo. Com certeza serão plantadas 1528 árvores em Mossoró”, reforça.

No status do WhatsApp, a sindicalista e professora traz um verso de uma música do carnaval pernambucano: “sou madeira de lei que cupim não rói”. Segundo ela, o trecho é uma maneira de se impor. “Eu não me intimido com nenhum poderoso, porque eu acho que os poderosos só são poderosos quando a gente baixa a cabeça, quando a gente se ajoelha”, aponta. “Quando a gente se agiganta, então eles não são tão poderosos. É o conhecimento que me dá essa liberdade, essa autonomia de não ter medo, e enfrentar as dificuldades e aqueles que se acham donos das pessoas”, observa Marleide. “O conhecimento e os princípios que meus pais humildes fizeram com que eu seguisse na vida, ninguém me tira!”.

*É estudante de jornalismo da UFRN.

O post Marleide Cunha, a “persona non grata” eleita vereadora de Mossoró: “não me intimido com nenhum poderoso” apareceu primeiro em Blog do Barreto.

27 Oct 11:00

Pai de Daniela Reinehr, 1ª mulher a governar SC, é negacionista do Holocausto e disse que Hitler “transformou a Alemanha”

by Kiko Nogueira
Altair Reinehr, pai de Daniela, de SC, em frente à casa onde nasceu Hitler

A vice-governadora de Santa Catarina, Daniela Reinehr, de 43 anos, assumirá o Executivo a partir de terça-feira (27).

Produtora rural, ex-PM, defensora da isenção de impostos para agrotóxicos, ela foi absolvida do processo que resultou no afastamento de Carlos Moisés (PSL) no caso do aumento salarial dos procuradores do estado.

Daniela nasceu em Maravilha, é casada, tem dois filhos e se define nas redes como “advogada, cristã, conservadora e patriota”.

Vem de berço.

Ela é filha de Altair Reinehr, conhecido revisionista e negacionista do holocausto judeu.

Reihner foi amigo e testemunha de defesa no julgamento de Siegfried Ellwanger Castan, fundador da Editora Revisão, que publicava livros antissemitas.

Castan foi condenado à prisão por racismo pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Recorreu ao STF e perdeu.

Um de seus livros era intitulado “Acabou o Gás!… O Fim de um Mito” (uma amostra do “humor” alemão).

Em 2018, o Facebook de Reihner era lotado de postagens em apoio a Bolsonaro e ao Comandante Moisés.

Em 2005, escreveu um artigo no diário “A Notícia”, de Joinville, em que afirmava que o número de judeus mortos pelo nazismo era muito menor que os consagrados 6 milhões.

Estes índices teriam sido inflacionados para esconder a “barbárie dos aliados”.

Bolsonaro com Daniela Reinehr e o general Luiz Ramos

Disse ele:

Encerrada a 2ª Guerra Mundial na Europa, com a rendição incondicional da Alemanha, os Aliados – vencedores e arautos da democracia e da liberdade de expressão – precisavam de pretextos para justificar seus hediondos crimes e ocultá-los sempre que possível. E assim passou-se a falar nos campos de concentração de Dachau (este visitei), Treblinka, Sobibor, Sachsenhausen, Majdanek, Birkenau e outros, especialmente o de Auschwitz, sinônimo de matança de judeus em quantidade industrial.

Foi aí que surgiu a lenda do holocausto e o mito dos 6 milhões de judeus mortos em câmaras, onde o gás caía de chuveiros! Isso com maior intensidade a partir de 1967 e com ímpeto total após a queda do muro de Berlim.

 

Em Auschwitz foi erigido pomposo monumento, com 19 lápides, com dizeres em 19 idiomas distintos: “Aqui 4 milhões de pessoas foram torturadas e assassinadas pelos genocidas hitlerianos”. Em 1979, até o papa João Paulo 2º, em visita àquele local, foi confrontado com essa infame mentira.

Em 2011, publicou uma série de relatos sobre uma viagem à sua amada Germânia. Num deles, conta que esteve na residência onde nasceu Hitler:

Braunau é a cidade natal de Adolf Hitler, que após uma infância bastante infeliz, teve uma adolescência e juventude marcada por enormes dificuldades, sacrifícios de toda a ordem e notadamente incompreensões. Após a I Guerra Mundial, passou vários anos numa prisão em Landsberg, onde escreveu o seu livro “Mein Kampf” (Minha Luta).

Depois, ingressou na política e em 30 de janeiro de 1933 foi nomeado Chanceler da Alemanha. Neste posto, realizou algo inédito e até hoje não imitado. Num curto espaço de tempo, acabou com o problema do desemprego de 6 a 7 milhões de pessoas, revitalizou a indústria, moralizou os serviços públicos e transformou a Alemanha num canteiro de obras. Por sua iniciativa, a Alemanha foi dotada de rodovias – por muitos ainda hoje consideradas – as mais modernas do mundo. E isso foi na década de 30…!

Enquanto tudo ia bem, sua popularidade como estadista crescia, chegando a ter mais de 90% de aprovação. A “história oficial” o considera como o causador da II Guerra Mundial, o que cada vez mais está sendo questionado por historiadores de renome de diferentes países. Encerrado o conflito, com a derrota da Alemanha e seus aliados – de “estadista mais amado e mais popular do mundo” – foi jogado no outro extremo.

Hoje – oficialmente – é o estadista mais odiado, notadamente na Alemanha, onde é proibido “FALAR BEM DE HITLER”, publicamente. Nem é permitido lembrar obras reconhecidamente positivas. (Aqui convém observar o seguinte: nas escolas dos países europeus, não se ensina a conhecer o governo de Hitler, nem o que era o Nacional-Socialismo, mas ensina-se a odiar ambos.) E tudo isso em nome da democracia, da verdade e da “…liberdade de expressão…!”

A casa onde Hitler nasceu localiza-se numa esquina duma ampla avenida, no centro de Braunau. Tem três andares e não está aberta à visitação. Em frente à casa há uma enorme pedra, onde, de um lado lê-se: “Stein aus dem Konzentrationslager Mauthausen” (Pedra do campo de concentração de Mauthausen). Do outro lado há a inscrição: “Für Frieden, Freiheit und Demokratie. Nie wieder Faschismus. Millionen Tote Mahnan”. (= Para a paz, liberdade e democracia. Nunca mais fascismo. Milhões de mortos advertem”. )

Não é mencionado o nome do “Adolf…!” Por que será…?! 

26 Oct 11:16

Prezado Leonardo Boff

by Unknown

Alguém assinando com teu nome escreveu um comentário (ver ao final) no meu blog. Supondo que sejas mesmo tu, escrevi a seguinte resposta:

Também tens o meu respeito. E, sim, pensamos diferente. Por exemplo: não considero que o PT fale em nome de todo o povo. O PT fala em nome de uma parte do povo, defende os interesses de uma parte do povo, quer falar em nome da maioria do povo. Mas não falamos, nem devemos querer falar, em nome de TODO o povo.

Na história política do século 20, quem se arrogou a pretensão de falar em nome de TODO o povo, acabou mais cedo ou mais tarde adotando posturas inaceitáveis. Entre outros motivos, porque quem acredita que fala em nome do TODO, acaba caçando bruxas, internando dissidentes, falando ame-o ou deixe-o.

Cito o exemplo dado por você: “Quando irá tirar o passaporte não dirá: sou da classe média ou da classe operária etc... Dirá sou do Brasil, dessa totalidade que transcende as classes”. Penso totalmente diferente: do meu ponto de vista, a Nação não “transcende” as classes; a Nação (ou a sociedade brasileira) é uma unidade contraditória, composta por classes diferentes, por pessoas que têm gêneros, etnias, culturas diferentes. A palavra TODO me arrepia, entre outros motivos porque desconhece a existências destas contradições, algumas das quais antagônicas (como a contradição que opõe trabalhadores e capitalistas).

Alguém pode dizer: como pode uma discussão eleitoral resvalar para uma discussão aparentemente filosófica? Pois é: isto só prova que no debate sobre a tática do PT em São Paulo, estão em jogo questões muito profundas.

Do ponto de vista estritamente eleitoral, tua preocupação, que também é a minha, é que precisamos colocar a esquerda no segundo turno das eleições em São Paulo capital. Não sei qual era a tua posição, antes da campanha eleitoral começar, acerca do que deveria ser feito. A minha é mais ou menos pública, mas não consegui convencer o Partido dela. Assim, trabalho com a realidade posta. E estou 100% convencido de que para levar a esquerda ao segundo turno, seria um erro retirar qualquer uma das candidaturas postas.

Você diz que Boulos e Erundina poderiam, “com o apoio do PT", ir para o segundo turno. Eu sempre brinco que poder, tudo pode, ou quase. Mas veja: as mesmas pesquisas, em que você se baseia para fazer esta afirmação, nos informam algo um pouco diferente. O que as pesquisas informam? Que, a preços de hoje, o segundo turno seria entre Covas e Russomano. E que Covas está mais firme do que Russomano. Portanto, para ter segundo turno, o caminho mais fácil é tirar Russomano. E a questão é: quem arranca votos de Russomano? Segundo leio nas pesquisas, é principalmente Tatto. Portanto, para quem deseja um segundo turno sem Russomano, não faz muito sentido defender a retirada de Tatto.

Ah, claro, você imagina que Tatto & Lula poderiam transferir votos diretamente para Boulos. Como já disse, poder tudo pode, ou quase. Mas, na vida real, como é que isto seria feito? A lei não permite fusão dos tempos de TV, nem transferências dos recursos financeiros. Não consigo ver os meios de comunicação de massa trabalhando para ajudar nesta operação. Portanto, tudo dependeria da militância do PT; que, segundo este raciocínio, seria capaz de fazer por Boulos aquilo que não conseguiria fazer por Tatto. Com todo o respeito, com base na minha experiência pessoal, eu acho que as coisas não funcionariam assim.

Os exemplos de Porto Alegre (onde o PT apoiou o PCdoB) e de Belém (onde o PT apoiou o PSOL) mostram duas coisas: que o PT não é sectário e que as coisas, mesmo quando são corretas, para dar certo, precisam ser feitas na hora certa e do jeito certo.

Sei que você não é filiado ao PT e respeito (embora não concorde com) os motivos que te fazem votar em Boulos e Erundina. Penso, entretanto, que o respeito precisa ser recíproco. Afinal, todo mundo é livre para tentar conquistar o voto do eleitorado paulistano que tem ou já teve o PT como referência. Mas é deveras curioso que nos peçam que façamos, pela candidatura de outro Partido, aquilo que dizem que não seríamos capazes de fazer por nossa própria candidatura.

Ademais, veja a situação bizarra em que estamos: lutamos para tirar votos da direita, e estamos conseguindo; mas somos o tempo todo desqualificados, espezinhados, vilipendiados, humilhados, por ataques que vêm de gente de esquerda. E, mesmo assim, temos optado pelo silêncio obsequioso, por não responder, por não gastar munição escassa, demarcando contra um aliado potencial.

O PT existe há 40 anos. Houve uma época em que diziam que nós atrapalhávamos a luta para derrotar a ditadura, porque dividíamos o voto da oposição. Voltamos a ouvir isto em 2018, especialmente da boca de um cidadão que no segundo turno viajou para Paris. Agora estamos ouvindo isto de novo, no caso de São Paulo, inclusive da boca de pessoas que são nossas amigas e companheiras. Sei das boas intenções, mas delas o inferno está cheio. Muito resumidamente: não consigo enxergar como enfraquecer o PT poderia ajudar na luta da classe trabalhadora contra o bolsonarismo e seus cúmplices. Por tudo isso e mais um pouco, sigo com Tatto.

Um abraço, Valter Pomar

 

 

SEGUE O TEXTO COMENTADO

Valter Pomar, você tem todo o meu respeito por sua vida e por sua luta. No entanto,penso diferentemente de você.Falar do PT e não falar de povo, não é falar do PT.A palavra povo não ocorre nenhuma vez em seu texto.Arrepia-se quando falo do TODO. O todo deve ser pensado em contraposição da PARTE donde vem partido. Quando irá tirar o passaporte não dirá: sou da classe média ou da classe operária etc... Dirá sou do Brasil, dessa totalidade que transcende as classes.Não precisa se arrepiar,basta entender o sentido de Parte e do Todo. A questão toda para mim é que se as coisas correram como estão correndo,ninguém das esquerdas vai para o segundo turno. Imperará a direita (Russomano) o centro-direita(Covas). E assim Bolsonaro não se sente ameaçado pela cidade maior de nosso país. Como fazer frente à pós-democracia e ao Estado sem lei(RR Casara) de Bolsonaro se ninguém das esquerdas vai ao segundo turno?Vejo que Boulos e Erundina (dizem que foi a melhor prefeita da capital, SP)podem, com o apoio do PT ir para o segundo turno.Em POA o PT apoiou a Manuela do PC do B (certo:)entrando com o vice, o Rossi.Tal apoio seguramente vai dar a vitória à Manuela, o que beneficia em muito o PT. Não pedi licença ao Lula,mas uma justificativa a um amigo de 40 anos que tem o direito de saber da minha posição.Ele mesmo disse várias vezes, até na live que fizemos somente ele e eu, que fui um dos poucos intelectuais que nunca o abandonaram, mesmo na pior das crises.
A minha questão não é Lula. Nem sou filiado ao PT, mas a causa que Lula e o PT representam, a causa dos humilhados e ofendidos. Essa é a causa da Teologia da Libertação e certamente também a sua. E mais não digo. Um abraço, Leonardo Boff

26 Oct 11:09

Rudá, Lula e Tatto

by Unknown

Se alguém te chamar de brilhante desde criancinha, prepare o lombo, que aí vem porrada. Este é o caso do artigo de Rudá Ricci, intitulado “O segundo turno em São Paulo pode estar nas mãos de Lula” (ver ao final).

Na primeira parte de seu texto, Rudá retoma a tese segundo a qual “a direção raquítica” do PT “interdita qualquer autocrítica por puro medo”. 

Como sou da direção do PT, mas não sou do setor majoritário desta direção; e como, além disso, defendo que devemos fazer autocrítica, poderia sair à francesa desta polêmica. Mas não consigo ouvir uma tolice deste tamanho ser dita, sem retrucar. 

Óbvio que o PT vive uma crise; esta crise possui várias causas, entre as quais a insistência em manter uma estratégia ultrapassada; mas essa insistência não se deve, como pensa Rudá, ao “puro medo” de fazer autocrítica. 

O motivo é ao mesmo tempo mais simples e mais complexo: um setor do PT não acredita e não concorda que seja possível adotar outra estratégia. E, portanto, não acredita que tivesse sido possível, entre 2003 e 2016, fazer as coisas muito diferentes do que foram feitas. 

Reduzir este debate estratégico a uma questão de “puro medo”, além de não contribuir em nada para enfrentar a questão, nos conduziria a achar que os reformistas são reformistas porque são covardes; e que os revolucionários são revolucionários porque são corajosos, uma simplificação característica de certo machismo-leninismo latino-americano.

Mas Rudá não escreveu seu texto para falar disso, mas sim para falar da eleição de São Paulo. Aliás, é engraçado: determinado setor da esquerda, que adora criticar o PT por seu eleitoralismo, de repente passou a ver nas eleições municipais de uma cidade a pedra filosofal que permitiria criar uma nova esquerda no Brasil. Leiam o texto de Rudá até o fim e verão que ele pensa exatamente isto.

Segundo Rudá, o desempenho eleitoral do PT na cidade de São Paulo seria um “desastre”. Acontece que, como a eleição ainda não aconteceu, a opinião de Rudá se baseia nas pesquisas. E, se for este o critério, então qualquer debate sério deveria começar reconhecendo que, não apenas o PT, mas o conjunto da esquerda enfrenta sérios problemas; e problemas em todo o Brasil, não apenas em São Paulo. Mas não se deve pedir peras al olmo, assim que sigamos em frente.

Especificamente sobre São Paulo, Rudá desanca um argumento que utilizei numa polêmica com Leonardo Boff. Meu argumento foi: “Se eu fosse apoiador de Boulos, eu pediria exatamente o oposto: que a candidatura Tatto continuasse na disputa, tirando votos principalmente de Russomano".

Rudá diz assim: “Valter está muito pressionado. Daí apresentar um argumento tão frágil, o que não lhe é comum”. Começo concordando com Rudá: Bolsonaro está governando o país, o PT está em crise e eu mesmo não estou me sentindo muito bem. Mas termino discordando: não acho que o argumento seja frágil não.

Rudá pensa que meu argumento seria frágil porque “Russomanno está em queda e Boulos em ascensão”. 

A rigor, segundo a mais recente pesquisa da Falha Global, se considerada a margem de erro, Russomano está em queda e Tatto está em ascensão. Mas para facilitar o debate, vamos supor que Rudá tenha razão. Pergunto então o seguinte: Boulos estaria ascendendo pelo mesmo motivo que Russomano cai? Há uma transferência de votos entre eles? Ou Russomano está caindo por outros motivos, entre os quais a presença da candidatura Tatto? 

A esse respeito, sugiro a leitura do seguinte texto, que analisa a mais recente pesquisa sobre a eleição de São Paulo: https://www.pagina13.org.br/analise-da-pesquisa-datafolha-para-prefeitura-de-sao-paulo/

Com base na pesquisa, esta é minha hipótese (nem tendência, nem prognóstico, mas hipótese); e, se esta hipótese for verdadeira, Boulos deveria seguir fazendo sua campanha e deixar Tatto em paz. 

Salvo, é claro, se o objetivo principal não for ir ao segundo turno; salvo se o objetivo principal for ultrapassar o PT. 

É com esta impressão que fico, acerca da posição de Rudá, segundo a qual poderia ocorrer uma onda de voto útil que “deverá destruir de vez a candidatura do PT”. Pode acontecer isto? Claro que pode, quase tudo pode acontecer. E, aliás, se acontecer, Boulos poderia ir ao segundo turno do mesmo jeito. Mas, se é assim, porque gastar tanta energia buscando arrancar, não apenas votos, mas também a desistência do PT? Por qual motivo não dedicar mais tempo a arrancar votos da direita? 

A campanha do PT não está atacando o PSOL, estamos buscando votos que estão com candidaturas da direita. Por qual motivo Rudá não defende que o PSOL faça o mesmo, ao invés de pressionar pela desistência do PT?

Sigo para outro argumento de Rudá: “A questão da desistência do PT não tem relação com Tatto, mas com Lula”. 

Segundo Rudá, “se Lula apoiar nos próximos dias a candidatura de Boulos, a força de seu nome e deste simbolismo da unidade das esquerdas em São Paulo garantiria, possivelmente, a esquerda no segundo turno”. 

Não é maravilhoso?? Segundo Rudá, Lula seria supostamente capaz de fazer, por Boulos, algo que Lula não estaria conseguindo fazer por Tatto. 

Como argumento é meio esquisito. Mas como vacina, é ótimo. Se por acaso Boulos não for ao segundo turno, já temos um culpado.

Mas Rudá acha que o super-Lula seria capaz de fazer algo mais, a saber, alterar “o estado de letargia em que o PT se encontra”. Ou seja: aquilo que Lula e o PT não estariam conseguindo fazer diretamente, em favor de si mesmos, supostamente conseguiriam fazer por tabela, através de uma "boa ação" feita em favor de outros. 

Não sei o que Rudá tomou antes de escrever seu texto, mas quero experimentar. Deve ser algo tipo a poção mágica do Obelix: supera o “medo” e te faz ficar “bem” ao mesmo tempo!!!!

Vejam a frase de Rudá: a “oxigenação” produzida por este movimento “pode levar o PT a ser novamente de esquerda. Porque seria uma aproximação do PT ao PSOL”.

Gente, é realmente divino e maravilhoso! No mesmo texto nos dizem que: 1/não somos de esquerda; 2/devemos desistir de nossa candidatura de SP; 3/e, assim, nos aproximando do PSOL, voltaríamos a ser novamente de esquerda!!!!

E não terminam aí os efeitos mágicos do proposto "sacrifício de Tatto". Segundo Rudá, “tudo poderia ficar mais emocionante porque esta aproximação do PT à candidatura de Boulos, também alteraria a composição interna do PSOL, fortalecendo a corrente de Ivan Valente, projetando Erundina. Estaria lançada a ponte para formarmos a 'Geringonça' brasileira”.

Só falta propor que a cerimônia sacrificial seja acompanhada de uma versão customizada do seguinte clássico: “ai esta terra ainda vai cumprir seu ideal, ainda vai tornar-se um imenso Portugal!!!”

Rudá termina me cobrindo de elogios, para ao final dizer que talvez só me falte “ser menos fiel ao PT atual e ser mais fiel à esquerda brasileira. Sendo mais fiel ao projeto da esquerda, ajudará imensamente seu partido”.

Confesso que não consigo levar a sério um “projeto de esquerda” que se organiza em torno de pesquisas, de voto útil, de eleições e de um demiurgo. Mas confesso, também, que sou fiel ao PT. Não por patriotismo de partido. Mas porque aprendi algo básico nestes mais de 40 anos: a prestar atenção no que o inimigo quer. E o que o inimigo mais quer, hoje, é destruir o PT.

(texto sem revisão)

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O segundo turno em São Paulo pode estar nas mãos de Lula

Por Rudá Ricci 


Vi que Valter Pomar respondeu ao meu artiguinho sobre o envelhecimento do PT e, agora, responde ao apelo de Leonardo Boff para apoio ao Boulos (citando Lula). Decidi não polemizar com Pomar por dois motivos.


Primeiro, admiro Pomar. Eu o conheci muito jovem, nos seminários que o Vladimir organizava sobre a revolução russa e marxismo em uma sala, se não me engano, no Paraíso, na capital paulista. Ele já se revelava brilhante. Mas, há um segundo motivo para não desejar polemizar.


Minha intenção não é fazer ping-pong. Muito menos com dirigente do PT. Minha intenção era, com o artiguinho, motivar um debate sobre os erros do PT, já que a direção raquítica do partido interdita qualquer autocrítica por puro medo. Infelizmente, o PT vive sua maior crise.


Contudo, Valter Pomar parece ter decidido retrucar o apelo ou declaração de voto de Leonardo Boff. É louvável esta disposição de um líder como Pomar em polemizar com essas críticas que surgem a partir do desastre do desempenho eleitoral do PT em São Paulo.


Aqui, vale a pena uma breve observação sobre uma passagem do texto de Pomar. Diz, à certa altura: "Boff : seria “um gesto político generoso e amigo dos pobres e sem-teto apoiar a chapa BOULOS/ERUNDINA”. Pois é: de boas intenções, o inferno está cheio. Se eu fosse apoiador de Boulos, eu pediria exatamente o oposto: que a candidatura Tatto continuasse na disputa, tirando votos principalmente de Russomano.". 


Valter está muito pressionado. Daí apresentar um argumento tão frágil, o que não lhe é comum. Argumento frágil porque, primeiro, Russomanno está em queda e Boulos em ascensão. Em uma semana, tendem a estar em empate técnico ou muito próximo disso. Tendência, não prognóstico, que fique claro. Se ocorrer, a onda do voto útil deverá destruir de vez a candidatura do PT. 

Aliás, foi este o movimento na eleição que elegeu Haddad como prefeito de São Paulo. Erundina, candidata do PSOL naquele pleito, chegou a se aproximar de 10% e, com o voto útil pregado pelo PT, desabou. A questão da desistência do PT não tem relação com Tatto, mas com Lula.


Se Lula apoiar nos próximos dias a candidatura de Boulos, a força de seu nome e deste simbolismo da unidade das esquerdas em São Paulo garantiria, possivelmente, a esquerda no segundo turno. 

Para deixar claro, na minha leitura, seria algo ainda maior.  Uma entrada de Lula neste momento, na terra que o projetou no cenário nacional, alteraria o estado de letargia em que o PT se encontra. Não será o apoio de Lula e a desistência de Tatto que fará o PT menor. O maior partido da esquerda brasileira não depende de uma capital. A sinalização de Lula pode alterar este cenário de letargia interna, provocando um forte debate sobre mudança de perspectiva e atuação política do PT. Tal oxigenação pode levar o PT a ser novamente de esquerda. Porque seria uma aproximação do PT ao PSOL.


E é aí que tudo poderia ficar mais emocionante porque esta aproximação do PT à candidatura de Boulos, também alteraria a composição interna do PSOL, fortalecendo a corrente de Ivan Valente, projetando Erundina. Estaria lançada a ponte para formarmos a "Geringonça" brasileira. 


Já disse que quando António Costa, líder do PS português, anunciou, em 2014, a aliança com o Bloco de Esquerda, eu estava em Portugal. E li os editoriais da grande imprensa, ironizando esta guinada à esquerda. Resultado: a aliança governa Portugal com muito sucesso.


Portanto, a eleição de São Paulo teria este condão de abrir janelas para a esquerda nacional. Alteraria o cenário de composição da centro-esquerda com o liberalismo e social-liberalismo. Algo que ocorreu com o PS português quando se aproximou do Bloco de Esquerda.


Ao PT, talvez, o momento doloroso tenha sido providencial. Era preciso uma chacoalhada para filiados e dirigentes perceberem as consequências de erros em série. Para retornarem ao ninho da esquerda.


Continuo admirando Valter Pomar. Sincero, honesto, comprometido e... fiel. Talvez, só falte a ele ser menos fiel ao PT atual e ser mais fiel à esquerda brasileira. Sendo mais fiel ao projeto da esquerda, ajudará imensamente seu partido.


Pomar pode ser uma liderança importante no "aggiornamento" tão necessário deste partido que ainda é o maior do sistema partidário brasileiro, mas que sangra nestas eleições não porque seja alvo de ataques externos. Sangra porque suas direções não sabem o que fazer.


23 Oct 11:56

Há 10 anos, Assange e WikiLeaks divulgavam ao mundo crimes de guerra dos Estados Unidos e aliados

by Antonio Mello

No dia 22 de outubro de 2010, Julian Assange e o WikiLeaks liberaram o material que lhes foi entregue pela soldado dos EUA Chelsea Manning denunciando crimes de guerra cometidos pelos Estados Unidos no Iraque.
 
Um pool de jornais pelo mundo participou do furo, que revelou o lado oculto da guerra, com assassinato de inocentes e tortura, cometidos pelos soldados dos países que esses mesmos meios de comunicação tratavam como combatentes pela liberdade e democracia.
Os registros da guerra do Iraque foram um exemplo brilhante do que as organizações de mídia podem realizar ao colaborar. The Guardian (UK), Der Spiegel (Alemanha), Sveriges Television (Suécia), Le Monde (França), Al Jazeera, Channel 4 e BBC Radio relataram o material.
 
Os registros da Guerra do Iraque publicados pelo WikiLeaks revelaram 15.000 mortes de civis que eram desconhecidas. Eles também expuseram tortura que os militares dos Estados Unidos instruíram os oficiais a ignorar.

“Em nosso lançamento desses 400.000 documentos sobre a Guerra do Iraque, os detalhes íntimos dessa guerra da perspectiva dos EUA”, o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, esperava corrigir alguns dos ataques à verdade que ocorreram “antes da guerra, durante a guerra, e que [tinha] continuado desde que a guerra foi oficialmente concluída. ”

“Os objetivos declarados para entrar nessa guerra, de melhorar a situação dos direitos humanos, melhorar o estado de direito, não se concretizaram”, acrescentou Assange. “Em termos de número bruto de pessoas mortas arbitrariamente, [isso] piorou a situação no Iraque.”
 
John Sloboda, o cofundador do Iraq Body Count, colaborou com o WikiLeaks e analisou os mais de 400.000 relatórios de incidentes militares dos EUA revelados a eles pelo denunciante do Exército dos EUA, Chelsea Manning. 
 
“Ao tornar essas informações públicas”, sugeriu Sloboda, “Manning e Assange estavam cumprindo um dever em nome das vítimas e do público que o governo dos Estados Unidos não estava cumprindo”.
Dez anos após essa denúncia ao mundo, Assange está na prisão de Belmarsh, em Londres, e enfrenta um pedido de extradição do governo dos EUA sob a acusação de violar a Lei de Espionagem quando na verdade fazia jornalismo.
Ao apresentar evidências de que o governo dos Estados Unidos está visando Assange por suas opiniões políticas, Paul Rodgers, professor emérito da Universidade de Bradford, na Inglaterra, destacou um discurso que Assange proferiu em um Comício da Coalizão Stop the War em Trafalgar Square em 8 de agosto de 2011.

Assange referiu-se à “informação [WikiLeaks] revelada mostrando a miséria e a barbárie cotidiana da guerra, informações como as mortes individuais de mais de 130.000 pessoas no Iraque, mortes individuais que foram mantidas em segredo pelos militares dos EUA, que negaram ter contado o mortes de civis. ”

“Quero dizer-lhes o que penso ser a forma como as guerras acontecem e podem ser desfeitas”, proclamou Assange. “Se as guerras podem ser iniciadas por mentiras, a paz pode ser iniciada pela verdade.”
Fonte: Kevin Gosztola [The Dissenter]


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15 Oct 14:24

Produtividade da economia brasileira afunda com perda de escala e de empregos industriais

by Paulo Gala

A tabela acima (retirada do capitulo 8 desse livro) mostra a produtividade do trabalho nos diversos subsetores produtivos do Brasil. A industria da transformação emprega um numero razoável de pessoas com alta produtividade (ver gráfico abaixo do Credit Suisse). O setor de serviços não sofisticados emprega muita gente com baixa produtividade. O setor de serviços sofisticados emprega […]

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02 Oct 10:49

É PRECISO UMA COMISSÃO DA VERDADE DA COVID, AFIRMA MÉDICA LIGIA BAHIA

by Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena

“Não é natural esse número de mortes. Essas mortes são um genocídio. Genocídio! Elas poderiam ter sido impedidas. A saúde pública ficou manietada. Impediram que a saúde pública atuasse para controlar a pandemia. A gente podia ter controlado essa pandemia. Essas mortes precisam ser cobradas, indenizadas coletivamente. Uma cobrança não só pecuniária, mas moral. É preciso que a gente tenha um ajuste de contas nesses dois sentidos. É imoral que as pessoas tenham sido deixadas à morte, uma morte que poderia não ter ocorrido. É preciso que a sociedade se mobilize e faça uma comissão da verdade da covid”.

A declaração é da médica e pesquisadora Ligia Bahia ao TUTAMÉIA. Doutora em saúde pública pela Fundação Oswaldo Cruz e professora adjunta da Universidade Federal do Rio de Janeiro, ela analisa a evolução da pandemia no Brasil, desmonta o discurso criminoso de Bolsonaro sobre a doença, condena a atuação do setor privado na crise sanitária –“um fiasco, fechou as portas na cara dos doentes”–, argumenta contra a volta das aulas presenciais e comenta a atitude das elites nesse momento no Brasil.

Para ela, a sociedade brasileira naturaliza a morte. “A posse de Fux é exemplar.  Como é que Fux, presidente do STF faz uma posse presencial em plena pandemia?! Tem acesso à informação, é uma autoridade pública, em um cargo importantíssimo. A posse presencial era totalmente desnecessária. Não fez a menor diferença [em termos de divulgação], a não ser pelo adoecimento [de, ao menos, nove pessoas]. Virou um covidário”.

Na análise da médica, esses comportamentos têm “alguma coisa da ordem da rebeldia. ‘Eu sou rebelde, não recebo ordens desse conjunto de pesquisadores e cientistas que são muto radicais, do contra, que não compreendem que precisa ter uma posição equilibrada’. Não há posição equilibrada em pandemia”. E completa:

“Para essas elites no Rio e em São Paulo que vão para o Leblon e as que brigaram no Gero é preciso perguntar primeiro o que eles estavam fazendo no Gero, que é um local fechado, e o que estão fazendo no Leblon se aglomerando. Elas estão ali brigando, tentando demostrar o quanto elas são importantes, o quando elas não obedecem. É a rebeldia. Isso está acontecendo nas campanhas eleitorais, o que é muito preocupante. Tem uma parte da sociedade que faz o que quer. Dependendo de quem você é, você adota normas ou não. Isso está acontecendo em ambientes que a gente não previa. Temos um descontrole muito grande”.

“Não é por acaso que a posse de Fux [na presidência do STF] foi presencial. A gente está aí configurando um projeto extremamente autoritário, profundamente antidemocrático e nada nacional. Para essas pessoas não tem a menor importância ter a saúde pública, ter educação pública, que a gente tente se construir como uma nação mais igualitária”, afirma.

A seguir alguns trechos da conversa (acompanhe a íntegra no vídeo acima e se inscreva no TUTAMÉIA TV):

AJUSTE DE CONTAS

[Filas nas agências, discursos e ações de Bolsonaro, a cronologia das aberturas]. Todos são elementos que vamos ter que anotar para quando chegar a hora de termos ações que cobrem pelas as mortes excessivas. Tem que ter um tribunal, uma litigação judicial. E estamos nos preparando para isso. Um conjunto de entidades (Idec, ABI, SBPC) e um conjunto de cientistas estão preparando uma ação. A ideia é que essas mortes sejam cobradas, indenizadas. Não individualmente, mas que sejam indenizadas coletivamente. Que se faça uma cobrança e que essas mortes sejam objeto de indenização. Não só pecuniária, mas moral. É preciso que a gente tenha um ajuste de contas nesses dois sentidos. É imoral que as pessoas tenham sido deixadas à morte. Uma morte que poderia não ter ocorrido.

Há um prejuízo enorme para o país com essas mortes. A gente tem profissionais de saúde que morreram com 28 anos de idade. Significa que o investimento social nessa pessoa até 28 anos não será retribuído para a sociedade. As pessoas foram para a escola, se formaram, estavam no início da carreira e morreram. Morreram porque não tinham equipamento de proteção individual, porque trabalham em três lugares ao mesmo tempo, porque não havia profissionais para substituí-los, não tinha teste.

É preciso que a sociedade se mobilize. Estamos preparando toda uma documentação científica que fundamente esse conceito de excesso de mortes. Mortes que poderiam ser evitadas, não individualmente, mas no conjunto. Exemplo: colocar num gráfico no eixo X a cronologia das aberturas e no y as mortes. Fica muito claro. Quem foi que determinou que era para abrir? Continuamos dizendo: não façam.

Não é transformar em banco de ressarcimento. A ideia é que o Brasil se veja, e que se possa refletir sobre isso. É preciso que a gente faça uma comissão da verdade da covid. A sociedade civil americana também vai cobrar as mortes. A Itália também. Não estamos sozinhos; não é uma jabuticaba.

PARALISIA CRIMINOSA E ASSASSINA

“Nós temos o que fazer, nós sabemos o que fazer, não nos deixaram fazer. A saúde pública ficou manietada no Brasil. Não podemos usar o nosso potencial. Impediram que a saúde pública atuasse para controlar essa pandemia. A gente podia ter controlado essa pandemia. O Brasil respondeu muito bem na Aids, na Zica. O Brasil tem uma infraestrutura de vigilância epidemiológica, de laboratórios, de pesquisa. Tudo isso poderia ter sido mobilizado a favor da população. Foi o que os outros países fizeram. Se a gente não tivesse o SUS, a gente estaria numa situação muito pior. Um sistema universal público e gratuito, como o SUS, é um talismã que nos protege de uma desgraça.

Mas a rede básica que temos, que é bem capilarizada, não pode funcionar adequadamente. Não teve teste, equipes não tinham nem oxímetros. Foi uma maldade o que aconteceu. A saúde básica não foi mobilizada. Foi uma paralisia criminosa, uma paralisia assassina. Porque nós tínhamos recursos, não só na saúde, mas recursos de outros equipamentos sociais que poderiam ter sido mobilizados. Por exemplo, os pontos de cultura, as rádios comunitárias. Era possível atuar de maneira coordenada e vigorosa. Tínhamos a experiência passada. E a gente sabe fazer isso. A gente perdeu tempo.

OS TRÊS SENSOS COMUNS QUE NATURALIZAM AS MORTES

O que aconteceu no Brasil é que a gente perdeu. As autoridades têm uma importância muito grande. Sempre tiveram, desde a Idade Média. Elas são o locus de confiabilidade na transmissão de informação para a população. [Quando Bolsonaro diz que] é natural que as pessoas morram, tem sentido. Mas as pessoas podem morrer mais cedo com qualidade de vida pior, ou morrer mais tarde, com uma qualidade de vida melhor. Esse senso comum [a morte é natural] acabou escondendo toda uma discussão sobre a necessidade de transmitir informações confiáveis. É mentira que esse número enorme de pessoas tenha morrido naturalmente, não! Não é natural! Essas mortes são um genocídio. Genocídio! Elas poderiam ter sido impedidas. Não é verdade que só foram atingidas pessoas muito velhas; morreram jovens, jovens profissionais de saúde. Não soubemos ou não podemos ou não quisemos proteger a população brasileira do genocídio. O governo federal não assumiu esse papel. O número de mortes é dramático. É um trauma que a gente nem está se dando conta.

Outra fala de Bolsonaro dizia: Se não morrer de covid, morre de fome. Colou. Virou um axioma. A gente não pode dar uma resposta política a isso. Os partidos não puderam responder, porque não era uma resposta cientifica. Era uma resposta política.

Outra ideia é a de que os velhos tinham que se sacrificar pelos jovens. Aí tem três elementos. Um, que é natural a morte. Dois, que se as pessoas não saírem para trabalhar, elas vão morrer de inanição. Elas vão morrer, porque elas não batalharam pela vida elas, são néscias. E três: a vida é uma batalha que os mais fortes vencem. Há concorrência, quem merece, vive; quem não merece, não vive. Os velhos que sacrifiquem. Se eles morrerem, vem a chamada imunidade de rebanho –que é um conceito totalmente estapafúrdio–, e aí todos os jovens vão poder viver e serem felizes para sempre. Os velhos tem que se sacrificar pelos mais jovens. Os três sensos comuns são muito fortes na sociedade brasileira, que é uma sociedade que, de fato, naturaliza a morte.

VOLTA ÀS AULAS

Além de uma crise sanitária, temos uma crise educacional. Colégios privados têm aula online e estão avançando. Crianças do ensino público estão ficando para traz. É muito ruim. Esse gap não pode ser ampliado.

Não está na hora de voltar o ensino presencial. Nem pensar.

Mas é preciso retomar o vínculo que as crianças têm com as escolas. É preciso computador, internet. Está mais do que na hora de fazer uma campanha pela internet gratuita e pública. Especialmente para as populações que mais precisam dela. É preciso criar áreas de livre acesso nas favelas.

Pelo lado da saúde, o retorno está incorreto. É melhor proteger as crianças e os funcionários. É o único que está isolado e significa um terço da população.

FIASCO DAS EMPRESAS E PRIVATIZAÇÃO

As empresas privadas foram um fiasco na pandemia, não fizeram nada, tivera atitudes irresponsáveis. Propusemos a unificação dos leitos (públicos e privados). As empresas foram contra. Tiveram prejuízo. Preferiram prejuízo a abrir suas portas para a tender a população. Tinham leitos ociosos. Foi uma atitude de quase negar água para quem está no deserto.

A gente não conseguiu canalizar recursos públicos para o público. Uma parte dos recursos públicos foram canalizados para o privado. O setor privado fechou as portas na cara dos doentes.

Isso também está sendo contabilizado para esse futuro acerto de contas. O respirador novo ficou com o privado e o velho ficou com o SUS. É um sistema de troca muito desfavorável para o SUS. Essa completa descoordenação é proposital. O que está havendo é uma ação ativa na privatização. Está se apostando na privatização.

VACINA E ANGÚSTIA

A afirmação de Bolsonaro de que a vacinação é livre é um movimento ideologizado, politizado e completamente criminoso. Bolsonaro não pode falar isso; ele é presidente da República e, no Brasil, a vacinação é obrigatória. Ele não pode falar em público contra a lei. O decreto da covid prevê a vacinação. Ele está duplamente infringindo a legislação brasileira e provocando uma desinformação enorme.

A situação é muito angustiante. Não se pode dar boas notícias. A gente tem um patamar muito elevado de casos. A gente vai ter a vacina, mas ainda vai continuar tendo casos. A doença é muito grave. A vacina vai ajudar muito, mas ainda teremos um longo período pela frente. Precisaremos usar máscara, lavando as mãos, diminuir os nossos contatos, construir bolhas sociais, com poucas pessoas, ter reuniões com poucas pessoas.

 

27 Sep 13:56

“Bullying” diplomático

by Unknown
O embaixador americano em Portugal, numa pouco profissional entrevista ao “Expresso”, enunciou algumas nada subtis ameaças ao Estado português, no caso do nosso país não alinhar na “guerra santa” contra a China, obrigando a escolher o lado dessa nova “cortina de ferro” que Washington pretende decretar pelo mundo.

O diplomata não se deu sequer ao cuidado de disfarçar o seu desconhecimento das dimensões técnicas das questões que aborda. Já teve, entretanto, a resposta devida do ministro dos Negócios Estrangeiros português.

O mundo ocidental tem poderes diferenciados a representá-lo, mas não tem tutelas a orientá-lo. A Aliança Atlântica é uma coligação de países livres cuja leitura dos respetivos interesses estratégicos tem de ser levada em conta para a definição da posição comum, que não cabe a um único país definir e, muito menos, impor. Além disso, em prioridade, Portugal coordena com os seus parceiros da União Europeia a sua relação geopolítica com países terceiros, sejam eles aliados militares de alguns, como é o caso dos Estados Unidos, sejam as relações económicas e políticas de todos, como é o caso da China. Mas, em derradeira instância, a definição da posição portuguesa é feita em Lisboa.

Ficamos a aguardar agora a reação de quantos, deste lado do Atlântico, desde há muitas décadas têm “a voz da América” como um oráculo acima de qualquer crítica. Não nos obriguem a recordar o “catering” na cimeira das Lajes.
24 Sep 14:40

Shark Tank e as pobres sardinhas brasileiras

by Paulo Gala

*escrito com André Roncaglia Shark Tank mostra como a economia brasileira não aprende. O programa Shark Tank é um sucesso da TV a cabo nos EUA e alguns anos atrás veio para o Brasil. Trata-se de um cenário em que pequenos empreendedores têm uma ideia inovadora mas bateram nos limites do modelo de negócios que […]

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28 Aug 10:47

Prints e áudio revelam que antes da eleição da UFERSA Ludimilla mantinha contatos em Brasília em defesa da nomeação do primeiro colocado

by Bruno Barreto

Antes mesmo da consulta a comunidade acadêmica, nome formal para a eleição que forma a lista tríplice que vai para o presidente escolher quem se torna reitor das universidades federais, a professora Ludimilla Oliveira agiu em defesa da nomeação dos mais votado da lista tríplice para o comando da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA).

Iniciativa nobre, diga-se.

Ludimilla sempre foi uma das cotadas para estar entre os três primeiros colocados e o print abaixo mostra que em dezembro do ano passado ela já vinha mantendo contatos com membros da bancada federal como os deputados Beto Rosado (PP) – seu ex-aluno-, General Girão (PSL) e Benes Leocádio (Republicanos). Em 12 de dezembro de 2019 a confiança era de que ela venceria a eleição.

A articulação acima era para que o presidente respeitasse a ordem da lista tríplice para a Reitoria da UFERSA. Ela conta, inclusive, que a bancada do Rio Grande do Norte defende a ideia de se respeitar a ordem estabelecida pela comunidade acadêmica. Ela chega a classificar como “intervenção”. “A bancada não concorda com essa intervenção na Ufersa”, afirma.

Ainda assim, Ludimilla sabia conforme o print abaixo demonstra que a receita para se tornar reitora seria ser adversária do reitor Arimatéia Matos, que já teve ligações com o PT, e não ter filiação partidária. “O capitão vai gostar de saber”, diz uma em uma das frases da conversa atribuída a um interlocutor com trânsito no Palácio do Planalto.

Desde o fim do ano passado o Blog do Barreto ouve relatos de que ela passou a pagar posts nas redes sociais que permitissem qualquer associação dela com a esquerda.

Outro print mostra que em 13 de dezembro do ano passado o então deputado Fábio Faria (PSD) juntamente com Beto Rosado articularam uma reunião o presidente Jair Bolsonaro. A ideia àquela altura era defender a nomeação do primeiro colocado. “Vão defender a ideia do primeiro lugar e pronto”, frisa.

No áudio abaixo Ludimilla esbanja confiança de que está contando com a ajuda de Fábio, Benes, Girão e Beto para garantir que a ordem da lista tríplice seja respeitada. “Aqui eu conheço todo mundo”, disse. “A situação aqui para a gente em Brasília é muito muito tranquila”, complementa.

No segundo trecho do áudio ela conta que os deputados do RN (a época é muito claramente um período que antecede o período da pré-campanha) tentaram convencer o presidente Bolsonaro a respeitar a vontade da comunidade acadêmica. “Claro que tem que ser contra, né? Quem for a favor disso não se elege de jeito nenhum”, frisa. Em outro trecho ela critica General Girão, um entusiasta das intervenções nas instituições federais de ensino. “Esse General é candidato a um mandato único”, disparou.

Tudo mudou depois das eleições quando ela ficou em terceiro lugar na lista tríplice com 18,33%. Ela passou a defender que a nomeação dela era dentro da legalidade (de fato é) e chegou a dizer numa live (ver abaixo) que quem achar ruim que vá embora. Ela, nesses contatos mantidos em Brasília, sabia com quem contar e a receita para ser nomeada.

Deu tudo certo!

Na última sexta-feira, Ludimilla foi confirmada como reitora pelo presidente Bolsonaro (ver vídeo abaixo) e no próximo domingo assume o cargo.

Apesar do apoio político e os contatos em Brasília, ela considerou uma obra de Deus a sua ascensão (vídeo abaixo).

Outro lado

O Blog do Barreto fez contato com Ludimilla Oliveira que alegou não ter tempo de responder aos nossos questionamentos sobre os prints e áudios vazados. “Estou muito ocupada com a transição da UFERSA, responderei posteriormente”, explicou.

Nota do Blog: o editor desta página combinou com Ludimilla de fazer uma entrevista não só sobre esse tema como também das pretensões dela a frente da Ufersa. Ela não garantiu responder até o próximo sábado como sugerido, mas se comprometeu em fazer o máximo possível para responder.

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25 Aug 10:44

Qual a estratégia do Governo Fátima ao desativar os leitos Covid no Tarcísio Maia?

by William Robson Cordeiro

Por William Robson

Ao ler o título deste artigo, é possível que você tenha se perguntado: a pandemia acabou? As fases da retomada da economia chegaram ao seu ciclo final, praticamente tudo está voltando ao normal, mas ainda amargamos o avanço, mesmo que regressivo, deste mal. Até esta segunda-feira (24), alcançamos 2.173 mortos, segundo nova atualização do Governo. Ou seja, não há o que comemorar.

Porém, se é possível falar em algum legado a ser deixado por esta pandemia, a quantidade de leitos de UTIs que estarão disponíveis para os potiguares pode ser um. O RN já apresenta índices de ocupação na casa dos 40%, motivo de satisfação, não de baixar a guarda. Este nível levou a direção do Hospital Regional Tarcísio Maia a tomar uma decisão importante e, ao mesmo tempo, histórica neste final de semana.

Em entrevista ao Foro de Moscow desta segunda-feira (24), a diretora da unidade, Herbênia Ferreira, explicou as razões pelas quais o hospital está desativando os seus leitos destinados a pacientes com Covid. Para não sermos tão apressados, a expressão melhor não seria “desativação”. O termo técnico “reversão gradativa” é mais apropriado. Os leitos serão deslocados para atender a pacientes com outras doenças, demanda há muito necessária.

Tal reversão garantiu à unidade o triplo de leitos de UTIs. Veja bem: O TRIPLO. São 20 leitos de UTI para outras patologias e nove leitos para COVID que ainda permanecem, além de sete leitos específicos de isolamento também para Covid. A diretora ressaltou que, em toda a sua carreira na unidade, nunca tinha visto algo do tipo.

Diante disso, você pode levantar outra questão: foi preciso uma pandemia para que isso ocorresse? Em tese sim, mas o que deve ser levado em consideração é a estratégia complexa do Governo que articulou o enfrentamento com benefícios remanescentes. Isso passou pela instalação das unidades, sua reversão e controle do sistema entremeado com cidades vizinhas a fim de não ficarem órfãs de atendimento à Covid, caso necessário. Afinal, a pandemia não acabou nem aqui, nem lá.

A reversão, assim,  se deu pelo fato de que outros hospitais da região passaram a ser equipados com leitos de coronavírus. Milena Martins, assessora técnica da Secretaria de Saúde, explicou que a realização da reversão teve o suporte da entrega de dez novos leitos de UTI do Hospital Regional de Assu, que por sua vez, também passará por reversão garantindo redução da fila de espera para pacientes graves de outras patologias.

Desta forma, não se pode negar que esta lógica deu resultado e colocou o RN entre os Estados que estão em desaceleração na pandemia. Para se ter a ideia do sucesso das estratégias implantadas pela governadora Fátima Bezerra, basta perceber que duas regiões – Potengi e Agreste – não registravam nenhum paciente internado em leitos de UTI. E mesmo com os altos índices de ocupação na região Oeste, 78%, há maior equilíbrio quanto ao atendimento dos casos mais graves.

Fátima tem enfrentado a pandemia no Estado com o boicote de diversos adversários. A começar pelo presidente Bolsonaro, a cloroquina, a Ivermectina do prefeito de Natal, Álvaro Dias, a pressão econômica dos empresários, o túnel placebo de Rosalba e seus decretos divergentes aos do Governo. Tudo foi usado para fazer da Covid uma questão mais política do que de saúde pública. A governadora afirmou uma vez que não importasse se suas ações viessem a custar seu mandato. As vidas estariam em primeiro lugar. O tempos e os números mostraram que ela está certa e indo bem.

20 Aug 12:01

Com medo, Bolsonaro correu de Natal

by renato renato

Com medo das manifestações de protestos dos estudantes do IFRN e confissões políticas geradas pelo seu grande articulador político no RN, Rogério Marinho, o Presidente Bolsonaro fugiu da sua programada visita à Natal.
Hoje, o ministro do desenvolvimento econômico, Rogério Marinho, detalhou em entrevista a a 98 FM a agenda do Presidente  Jair Bolsonaro, ao Rio Grande do Norte, nesta sexta-feira (21). Os compromissos envolvem entrega de unidades habitacionais, títulos de terra, inauguração de poços e dessalinizadores, e um importante ato voltado para a carcinicultura. Todos os compromissos do Presidente serão no meio do mato, ou seja, nas zona rurais. Mesmo assim, os estudantes estarão presentes e promovendo manifestações . O estoque de gás de pimenta foi reforçado.

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