Shared posts

22 Oct 23:15

Contas de sumir

by noreply@blogger.com (Filipe Tourais)

 

 

Salário 2013 (7h)

Salário 2013 (8h)

Salário 2014 (8h)

Corte real (€)

Corte real (%)

 

 

620,00 €

708,57 €

603,66 €

-104,91 €

-17,4%

 

 

800,00 €

914,29 €

769,14 €

-145,15 €

-18,9%

 

 

1.000,00 €

1.142,86 €

947,86 €

-195,00 €

-20,6%

 

 

1.500,00 €

1.714,29 €

1.370,79 €

-343,50 €

-25,1%

 

 

2.000,00 €

2.285,71 €

1.760,00 €

-525,71 €

-29,9%

 

 

3.000,00 €

3.428,57 €

2.640,00 €

-788,57 €

-29,9%

 

 

4.000,00 €

4.571,43 €

3.520,00 €

-1.051,43 €

-29,9%


 


 

As notícias sobre cortes sucedem-se, com nome de “poupanças” e com a notícia seguinte a fazer esquecer a anterior. Recapitulemos, portanto. Primeiro, foi o aumento do horário semanal de trabalho na Administração Pública das 35 para as 40 horas sem o correspondente acréscimo remuneratório. Depois, o anúncio de cortes salariais entre 2,5 e 12%, mas calculados sobre uma remuneração que não aumentou e deveria ter aumentado: o valor de 8 meses de prestação do crédito à habitação não se reduziu para o valor de 7 prestações  e 8 litros de leite não passaram a custar o que antes custavam 7. Esses cálculos vêm ilustrados na tabela junta. Na segunda coluna vêm indicados os valores que deveriam estar a ser pagos depois de aumentada a jornada de trabalho das 7 para as 8 horas. Na terceira coluna vêm os valores dos cortes salariais anunciados apesar de aumentada a semana de trabalho das 35 para as 40 horas calculados recorrendo à ferramenta disponibilizada aqui. E nas quarta e quinta colunas vêm os valores dos cortes reais em termos absolutos e em variação percentual. Não incluem o aumento nos descontos para a ADSE, nem qualquer aumento de impostos, nem a desvalorização real decorrente da inflação. Também não consideram a revisão da tabela salarial que vem prevista no OE 2014, embora ainda sem qualquer quantificação. O Governo incluiu a sua menção apenas para avisar que os cortes não se vão ficar por aqui.
22 Oct 11:38

“O Presidente da República é, neste momento, uma irrelevância”

by Miguel Abrantes
Constança Cunha e Sá (vídeo): “Eu acho que isto é uma guerrilha do Governo contra a Constituição, contra o Tribunal Constitucional e acho inacreditável que durante estes dois anos, durante estes três Orçamentos, o Presidente da República nunca tenha tido uma palavra sobre esta matéria.”
22 Oct 00:02

A talentosa Miss Swaps [2]

by Miguel Abrantes
alberto.carmo

estes malandros que sabem ler estragam tudo

    ‘Maria Luís Albuquerque explicou em entrevista ao Negócios (disponível apenas para assinantes) o essencial das opções do Orçamento do Estado para 2014. Existem vários pontos que merecem reflexão, mas um dos mais interessantes é a forma pragmática como a ministra da Finanças desvaloriza, no actual contexto, os modelos e os instrumentos de análise dos efeitos na economia da austeridade e dos estímulos orçamentais.

    A responsável considera que o debate em torno dos multiplicadores orçamentais (instrumento que estima os impactos das decisões orçamentais na economia e que tem incendiado o debate internacional) não é útil, por um lado porque “99% da população não sabe o que é o multiplicador e não quer saber” e por outro por que “os estudos que demonstravam o que quer que fosse no início do programa de ajustamento apontavam para um resultado que não tem nada a ver com o que verificámos”.

    Assim, no caso do IRC a ministra diz mesmo que a decisão é tomada por uma questão de convicção, não existindo uma estimativa para o seu efeito na economia. Sobre o impacto potencialmente recessivo dos cortes orçamentais, Maria Luís Albuquerque considera que “uma boa parte desse efeito tem de já estar descontado nas expectativas”.