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24 Jan 16:32

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16 Jan 13:32

Retrospectiva SUPER 2014: 10 livros do ano

by Redação Super
Dinho Farias

No dia 1°/03, v6 têm DUAS opções: 5 e 9.

Por Gustavo Magnani*, do site LiteraTortura

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Qualquer lista é passível de erros e injustiças, afinal, elas perpassam por um crivo pessoal e subjetivo. Logo, quando a SUPER me convidou para montar a matéria com os 10 melhores livros de 2014, tive duas grandes preocupações: não me aprender apenas a um gênero literário,
como o romance, ou o jornalismo, ou ensaios etc. Com isso, busquei diversificar a lista, assim como as livrarias também são diversas. E, dentro dessa lista, diversificar meu próprio critério de seleção. Deixei de fora livros que me emocionaram e que considero até mais bem escritos do que um ou outro que trouxe para cá.

O critério foi, repito, apresentar livros dos mais diversos públicos, gêneros e objetivos. Não para agradar a todos, mas para representar, de certo modo, a grande gama de obras que são publicadas no Brasil anualmente.

Minha segunda grande preocupação foi a de ler todos os livros da lista. E, confesso, alguns eu não havia iniciado. Mas, apressei a leitura e consegui ler boa parte da maioria. Três ou quatro, ainda não terminei, mas me senti livre para colocá-los na lista, pois o que li deles já os
qualificava para estarem aqui. O título não vai mudar. Mas, eu gostaria de propor que você, leitor, lesse como “10 livros relevantes de 2014”. Sintam-se livres e instigados a deixarem sugestões, críticas e ponderações.

 

1. O Capital – Thomas Piketty [Intrínseca]

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É o tipo de livro que o leitor não pode se limitar a ler uma ou duas ou dezenas de resenhas. É preciso acessar a matéria prima. O barulho em torno da obra de Piketty, no Brasil, ainda não é tão grande quanto na própria França, país do autor, ou até nos Estados Unidos, onde ele lecionou no MIT. Mas, tende a reverberar nos próximos anos por aqui, pois denuncia, com documentos e números, a concentração de renda [assunto principal], que por consequência gera a desigualdade que o capitalismo, segundo o autor, ajudou não só a perpetuar, mas a aumentar. Com uma tese dessas, seria fácil acusar Piketty de “marxista”, alcunha que ele nega, inclusive, brincando que nunca leu “O Capital, Karl Marx”.
É um erro, porém, acreditar que o livro de Thomas seja marxista ou socialista, pois a obra acredita que o próprio capitalismo pode apresentar a solução para um mundo mais igual. Além disso, a esquerda também rechaça a tese de que o livro a representaria, justamente pela crença
apresentada logo acima. O Capital é um livro que não pertence fidedignamente nem a esquerda, nem a direita, e talvez por isso tenha sido capaz de alimentar uma discussão tão profunda: a da desigualdade social.

 

2. Política – Miriam Moraes [Geração Editorial]

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A jornalista e escritora Miriam Moraes é cirúrgica na concepção de sua obra. Não desmereço os outros trabalhos que abordam “política”
de forma filosófica ou sociológica ou econômica, como podem ver pela seleção de “O Capital”. Entretanto, o projeto aqui lançado tem outro objetivo: esclarecer para o brasileiro comum, de forma até didática (nunca simplória), os meandros da política brasileira. E quando digo política, saliento que é a política do dia-a-dia realizada no Congresso, pelos deputados, senadores, ministros, partidos etc. Uma obra de linguagem acessível e abordagem precisa nas necessidades básicas daquilo que o (e)leitor brasileiro precisa conhecer sobre a vida prática da governança nacional. Para ler e recomendar.

 

3. Saga: A Ditadura – Elio Gaspari [Intrínseca]

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Elio é um dos maiores jornalistas vivos e uma das maiores autoridades sobre a ditadura brasileira. Suas obras acerca de um dos momentos
mais tenebrosos da história brasileira, foram relançadas em lembrança aos 50 anos do início da ditadura militar. Saliento que não li os quatro livros, mas pela qualidade das páginas que li, não tenho medo ou remorso de elencar a série. Fonte confiável para o que de fato aconteceu naquele momento da história nacional. Não só fonte confiável, mas fonte que deve ser consultada diante daquilo que vemos na internet ou em artigos ideologicamente comprometidos.

Poderia, também, citar outros trabalhos publicados ao longo do ano de 2014 sobre o tema, como “Nos Idos de Março” [Geração Editorial], que aborda a vida de 18 autores e como eles lidavam com a censura (este, eu ainda não li, mas estou bastante curioso). Ou, “Na Lei ou Na Marra” [Benvirá], que trata sobre a a transformação de uma democracia em ditadura, sem grandes tumultos e levanta questionamentos interessantes acerca da oposição ao regime e do famigerado AI-5. A obra conta ainda com o segundo volume “Faro Alto Sobre as Diretas”. E, mais, para ficar na regra de “três citações”, “Os Vencedores”, também da Geração Editorial, sobre quem ganhou e quem perdeu com a ditadura. E, não menos importante: o que ganharam e o que perderam.

 

4. Poesia Total – Waly Salomão [Companhia das Letras]

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Tive a audácia, um dia, de me considerar bom leitor de poesia. Descobri que de poesia nada, ou muito pouco, sei, quando fui conhecer a obra de Waly. E só fiz isso através do excepcional livro foi lançado pela Companhia. Na esteira do grande sucesso de Paulo Leminski, a editora apostou em mais um poeta ousado, consagrado pela crítica, mas ainda pouco espalhado pelo Brasil. Comercialmente, o resultado foi positivo, mas não tanto quanto o poeta curitibano. Entretanto, não tenho dúvidas em dizer que a surpresa e a qualidade da obra de Waly me surpreenderam mais do que a obra de Leminski. Talvez, por não possuir expectativas. Talvez, porque Waly mereça um espaço tão grande quando Paulo e outros gênios. Acredito nas duas possibilidades. Leitura obrigatória.

Roubo as palavras do meu colega Luiz Ribeiro, aqui:
“De caráter absolutamente alucinado, sua escrita convive com todos os tipos de gêneros e formas, e é subjugada a todos os tipos de capricho que a linguagem permite. Flerta desde o surrealismo (que ele diz ser um subssurrealismo), até à poesia concreta de Augusto e Haroldo de Campos. Chega até a transar com o barroco e cantar e dançar com a tropicália, com suas letras de canções. O resultado é uma obra movente, densalouca, genialucinada.”

 

5. O Rei de Amarelo [Intrínseca]

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Digo de cara que esta obra foi responsável por dois dos meus melhores momentos com a narrativa, este ano. O primeiro, ao assistir o seriado True Detective [HBO], que com 8 episódios conta uma das melhores histórias já produzidas na televisão. A série possui influência declarada pelo livro de Robert W. Chambers, publicado em – pasme – 1895, mas que chegou ao Brasil só agora, mesmo tendo sido uma das obras mais influentes quando falamos de terror, mistério, suspense.

O livro apresenta contos em diferentes épocas, trajetórias e conflitos, com uma atmosfera futurista, mas também decadente, quase pessimista, ao qual, o leitor, como um “verdadeiro detetive” precisa ir investigando as ligações e influências de uma história na outra. Sim, a obra lembra o filme “Cloud Atlas”, de certo modo. Com a notável diferença que ela foi escrita no final do século XIX e é muito mais sólida.

As influências que o livro sofre e causa, ao longo da literatura, você pode conferir aqui.

 

6. Dias Perfeitos – Raphael Montes [Companhia Das Letras]

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Além de uma das maiores revelações recentes da literatura nacional, é um amigo (e faço esse citação, meio mea culpa para não parecer preferência). Mas, não vejo dificuldade alguma em separar amizade de análise. Dias Perfeitos é importante não só por sua qualidade literária ou pela quantidade de exemplares vendidos. Sua importância reside também no debate e num possível destaque dado (não integralmente por Raphael, mas muito por sua ajuda), ao gênero Policial Brasileiro. É notável o quão longe esse livro conseguiu ir: são mais de 10 países que pubicarão a obra, além de ter tido os direitos vendidos para o cinema. É possível que, passado alguns anos, ao olharmos para o passado, veremos “Dias Perfeitos” como um dos marcos de uma promissora mudança no cenário literário brasileiro, onde o escritor nacional é lido em seu país, com prestígio do público e da crítica, além de ser pretendido por editoras estrangeiras.

Dias Perfeitos conta a história de Téo, um estudante de Medicina que, ao se apaixonar por Clarice, uma garota completamente o oposto dele (bem resolvida, moderna, ousada), resolve sequestrá-la e viver uma “aventura romântica” digna de Nicholas Sparks (só que ao contrário).

 

7. O Pintassilgo – Donna Tartt [Companhia das Letras]

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Vencedor do prêmio Pulitzer de 2014, é outro sucesso de crítica e público, tendo permanecido por mais de 40 semanas na lista de mais vendidos do The New York Times. A excepcional e entusiasmada união de críticos e leitores em torno do livro, é uma das mais formidáveis dos últimos anos, demonstrando que Donna Tartt possui habilidade em construir uma trama instigante, que prende o leitor, mas que também se
sobressai (e muito) aos ditos livros “comerciais”.

São 730 páginas, centenas de críticas elogiosas e algumas outras negativas. O Pintassilgo conta a história de Theo, um nova-iorquino de 13 anos, sobrevivente de um grave acidente que matou sua mãe. O menino é abandonado pelo pai e adotado por uma família rica de um amigo. O plot gira em torno do submundo das artes, pois a ligação de Theo com sua mãe é uma pequena e misteriosa pintura, que o colocará no centro de uma conspiração bastante interessante.

 

8. A Festa da Insignificância – Milan Kundera [Companhia das Letras]

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A última publicação do gênio tcheco havia sido em 2002. Ao anunciar um novo livro, em 2013, o universo literário ganhou certa histeria. O autor de “A Insustentável Leveza do Ser” voltaria a lançar uma obra inédita.

Aqui, a trama não é de tanta relevância, como podem imaginar. Ela chega a ser quase insignificante, pois Kundera possui sua maneira única de dialogar com o mundo através de romances. O foco é a futilidade contemporânea, mas não de um modo piegas ou clichê, afinal, estamos falando de um dos maiores escritores vivos.

O tamanho do livro, 136 páginas (leitura pro ônibus), torna a leitura obrigatória.

 

9. O Salmão da Dúvida – Douglas Adams [Arqueiro]

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Douglas Adams é um ícone nerd. Talvez, o maior da literatura. É dele a saga O Guia do Mochileiro das Galáxias, que deu origem ao famosíssimo “Dia Da Toalha”, que gerou também o “Dia do Orgulho Nerd”. Este não é um livro comum, naturalmente.

Sua publicação ocorreu 13 anos depois da morte do autor, e reuniu textos encontrados no computador de Douglas, artigos, resenhas, coletâneas de histórias e uma visão muito bem construída e cuidadosa da figura desse escritor: um ateu radical, um humorista genial.

O destaque do livro são os 10 capítulos que ele escrevia ao falecer. Ainda existe certa discussão, se tal texto seria uma continuação da saga, ou se seria um livro avulso. A grande maioria das pessoas acredita que seria uma continuação “da trilogia de cinco livros”. Adams é, até hoje, o autor que mais me fez rir ao ler qualquer tipo de texto. Por saber que fazer rir é, dadas as corretas escalas, tão difícil quanto fazer chorar, não poderia deixá-lo de fora da lista.

 

10. O Réu e o Rei – Paulo César Araújo [Companhia das Letras]

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Publicado com um esquema nunca antes visto no Brasil, o Réu e o Rei é um livro importantíssimo para o ano de 2014. Antes, explicarei o esquema: A tiragem inicial altíssima, de 30 mil exemplares, só foi anunciada para a imprensa e para os leitores, quando o livro já estava quase dentro das livrarias. As próprias livrarias não foram avisadas com a antecedência rotineira. Isso para não correr nenhum risco de processo prévio que pudesse censurar a distribuição da obra.

Caso você não se lembre, Paulo César escreveu uma biografia não autorizada de Roberto Carlos, que gerou um processo por parte do cantor e a proibição da venda, causando um prejuízo enorme para a editora em questão (Planeta).

“O Réu e o Rei” conta as minúncias da história do escritor nos “bastidores” da biografia que escreveu. O processo, as consequências, todos os problemas que decorreram daquela obra e, também, um pouco sobre Roberto Carlos, obviamente. É um livro longo, 528 páginas. Mas, pela divisão de capítulos, o leitor pode ler apenas aquilo que lhe interessar, como eu fiz. Não é o ideal, bem sei. Mas, muitas vezes, é o possível.

 

Gustavo Magnani é escritor e idealizador do Literatortura. Seu primeiro livro, “Ovelha – Memórias de um pastor gay” será publicado no primeiro semestre de 2015, pela Geração Editorial.

15 Jan 15:37

O inventor do Pau de Selfie está p* da vida

by BIA GRANJA

Com vocês…. Wayne Fromm, o cara que inventou o Pau de Selfie.

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Se você pensa que o inventor do Pau de Selfie está gozando de uma vida plena, rica e feliz após o sucesso viral e absurdo de sua invenção… saiba que a vida do cara não anda às mil maravilhas não.

Ele tá puto, muito puto. E não, ele não está incomodado porque até sua vizinha de 83 anos tem um Pau de Selfie, mas sim porque ele foi enganado e passado pra trás. “O Pau de Selfie não existiria se não fosse por mim”, disse Wayne.

Em 2002, durante uma viagem com a filha pela Itália, ele se viu naquela situação clássica do “esticando o braço a gente não cabe na foto eu não sei usar o timer da câmera eu não quero ficar pedindo pras pessoas tirarem foto o que eu faço pesquisar”. O que ele fez? Inventou uma vareta onde você coloca sua câmera em uma ponta e na outra aperta um botão que dispara a foto.

Já viu isso em algum lugar (ou em TODOS os lugares)? Sim, estamos falando do Pau de Selfie.

Wayne, um executivo do mundo dos brinquedos, criou esse brinquedinho e, desde 2005, registrou uma porção de patentes relacionadas ao produto, descrito como um “aparato para segurar uma câmera e o modo de uso desse aparato”. Nesse processo, ele prototipou mais de 100 versões diferentes do produto até chegar na versão final, que ele chamou de Quik Pod.

Ele sabe que não inventou o conceito (veja tuite abaixo), mas a patente dele se refere especificamente à câmeras digitais e uma vareta com um disparador na ponta.

Found in a 1995 book of "useless" japanese inventions: the selfie stick. pic.twitter.com/FI49ysDp2i

— Tess Rinearson (@_tessr) January 5, 2015

Na década seguinte, ele realizou um verdadeira volta ao mundo tentando convencer as pessoas que ter um pau extensor pra tirar fotos de si mesmo era a próxima revolução no mundo da fotografia. Ninguém achou útil e o produto nunca deslanchou. Temos que lembrar que quando ele inventou o Quik Pod, não existia nem iPhone, muito menos Instagram ou essa urgência absurda de registrar todos os passos da nossa vida e, principalmente, fazer selfies, algo que se tornou um fenômeno cultural.

Produto bacana, momento errado.

No último Natal, no Brasil e no mundo, os Paus de Selfie (ou monopods ou selfie sticks) foram febre em todas as lojas on e offline. E Wayne não está recebendo nenhuma remuneração pela sua invenção.

O que aconteceu?

Depois de passar mais de 10 anos viajando o mundo INTEIRO pra promover, mostrar, vender e tentar emplacar seu Quik Pod, Wayne fez o que ele afirma ter sido o maior tiro no pé: levou o produto pra vender nas Olimpíadas de Pequim em 2008. Pequim, sabe?, aquela cidade que fica na China, aquele país também conhecido como o maior pirateador de produtos da história da humanidade. Então…

Diz ele que foi aí que a coisa degringolou e que inclusive ele tem provas de que foi pirateado: já que muitas versões de Pau de Selfie estão sendo vendidas por aí com uma foto da filha dele na embalagem. Bom, essa é a história que ele conta, né?

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Wayne e sua filha Sage

Atualmente, o Quik Pod vende bem e é um sucesso também, junto com todas as versões pirata, mas Wayne quer mais e está, nesse momento, envolvido em uma porção de processos judiciais pra reaver o prejuízo causado pelas cópias ilegais do seu produto e quebras de patente.

Wayne, o inventor do Pau de Selfie, se encontra muitíssimo puto da vida, já que ele fez tudo certinho, registrou, pagou mil taxas, royalties e afins e não está vendo o dinheiro entrar, apenas o… não, não vou fazer essa piada pronta. hehehehe

 

 

Valeu pela dica, Rene de Paula

 

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