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01 Aug 00:11

Preços ao produtor sobem 1,33% em junho, maior taxa desde maio de 2012

by REUTERS

RIO DE JANEIRO - O Índice de Preços ao Produtor subiu 1,33% em junho, ante 0,24% em maio, na alta mais forte desde maio do ano passado, com forte impacto dos alimentos. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revisou nesta quarta-feira o dado de maio deste ano depois de anunciar anteriormente alta de 0,28%. Em maio do ano passado, o IPP subiu 1,69%. Em junho, 19 das 23 atividades pesquisadas apresentaram alta de preços na comparação com o mês anterior, contra 17 em maio.

As maiores variações positivas na comparação mensal foram registradas em fumo (4,73%), papel e celulose (4,40%), outros equipamentos de transporte (4,11%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (2,99%). Mas o maior impacto sobre o índice veio dos produtos alimentícios, que subiram 2,35% no mês, a maior desde julho de 2012, quando foi de 3,10%. O impacto foi de 0,45 ponto percentual.

Outros impactos importantes para a alta do IPP vieram de outros produtos químicos (0,22 ponto percentual), papel e celulose (0,15%) e metalurgia (0,13 ponto). Já no acumulado em 12 meses até junho, o IPP subiu 4,25%, com destaque para papel e celulose (10,12%), fumo (9,27%), borracha e plástico (7,24%) e bebidas (5,66%).

Os principais impactos de alta vieram de alimentos (0,81 ponto percentual), refino de petróleo e produtos de álcool (0,58 ponto), outros produtos químicos (0,55 ponto) e papel e celulose (0,33 ponto).

O IPP mede os preços “na porta das fábricas” e não inclui os custos com frete e impostos que influenciam os preços ao consumidor. Com a ajuda de Transportes – após a revogação do aumento das tarifas do transporte público em várias capitais – e Alimentação, os preços ao consumidor perderam força em julho, quando o IPCA-15 desacelerou a alta para 0,07%, voltando a ficar abaixo do teto da meta do governo.

Entretanto, o nível elevado da inflação ajudou a abalar a confiança do consumidor, que atingiu em julho o menor nível desde maio de 2009.

Em sua última reunião, o Comitê de Política Monetária do Banco Central elevou a taxa básica de juro Selic em 0,5 ponto, para 8,50%. Na ata do encontro, o BC deixou claro que manterá o atual ritmo de aperto monetário para fazer a inflação declinar até 2014.

15 Jul 17:12

Enlightenment

But the rules of writing are like magic spells. If you never acquire them, then not using them says nothing.
13 Oct 04:19

Sweden: The new model

SALTSJÖBADEN, A CHARMING seaside town on the outskirts of Stockholm, has an iconic place in Swedish economic history. The “Saltsjöbaden Accord”, signed there between unions and employers in 1938, ushered in the consensus system of labour relations that remains a pillar of Sweden’s economic model. Nowadays the town is famous for a different reason. It is one of Stockholm’s fanciest suburbs, and the setting for “Sunny Side”, a popular television comedy that pokes fun at the country’s new rich. In the show, Saltsjöbaden’s yuppy residents fret over how to get their babies into the best nursery. A badly behaved child is threatened with banishment to Fisksätra, a poor enclave a few train stops away, where immigrants from 100 countries cram into dilapidated blocks of flats.The most equal country in the world is becoming less so. Sweden’s Gini coefficient for disposable income is now 0.24, still a lot lower than the rich-world average of 0.31 but around 25% higher than it was a generation ago. That rise is causing considerable angst in a nation whose self-image is staunchly egalitarian. A leftist group caused a media...
13 Oct 04:19

The United States: The rich and the rest

THE HAMPTONS, A string of small towns on the south shore of Long Island, have long been a playground for America’s affluent. Nowadays the merely rich are being crimped by the ultra-wealthy. In August it can cost $400,000 to rent a fancy house there. The din of helicopters and private jets is omnipresent. The “Quiet Skies Coalition”, formed by a group of angry residents, protests against the noise, particularly of one billionaire’s military-size Chinook. “You can’t even play tennis,” moans an old-timer who stays near the East Hampton airport. “It’s like the third world war with GIV and GV jets.”Thirty years ago, Loudoun County, just outside Washington, DC, in Northern Virginia, was a rural backwater with a rich history. During the war of 1812 federal documents were kept safe there from the English. Today it is the wealthiest county in America. Rolling pastures have given way to technology firms, swathes of companies that thrive on government contracts and pristine neighbourhoods with large houses. The average household income, at over $130,000, is twice the national level. The county also marks the western tip of...
09 Oct 03:06

o cara com um violão

by Vinícius Perez

me sinto intimidado sempre que chego em um lugar e vejo um cara com um violão. acho que ele vai roubar meus amigos, que meus pais vão perceber que eu fracassei como filho e vão o adotar. eu vejo o cara com um violão e coloco o braço em volta da minha namorada, fingindo que é carinho quando é só pra me certificar que ela não vai correr e fugir com ele. eu fico olhando o cara com um violão e um sentimento de inadequação toma conta de mim: percebo que andei engordando, que essa camisa que fica meio estranha nos ombros, que eu preciso ler mais livros, que o último gol que eu fiz foi em 1998.

daí o cara com um violão começa a tocar um cover besta de pearl jam e eu fico calmo de novo. o cara com um violão nunca tem bom gosto, ainda bem. como é que é mesmo? jeremy spoke, spoke. isso aí. ainda bem.

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08 Oct 03:35

The week ahead

07 Oct 21:28

Sinal de vida - Fernando Henrique Cardoso

by conteudo livre
A condenação clara e indignada, por ministros do Supremo Tribunal Federal, do mau uso da máquina pública revigora a crença na democracia


Tenho dito e escrito que o Brasil construiu o arcabouço da democracia, mas falta dar-lhe conteúdo. A arquitetura é vistosa: independência entre os poderes, eleições regulares, alternância no poder, liberdade de imprensa e assim por diante. Falta, entretanto, o essencial: a alma democrática.

A pedra fundamental da cultura democrática, que é a crença e a efetividade de todos sermos iguais perante a lei, ainda está por se completar. Falta-nos o sentimento igualitário que dá fundamento moral à democracia. Esta não transforma de imediato os mais pobres em menos pobres. Mas deve assegurar a todos oportunidades básicas (educação, saúde, emprego) para que possam se beneficiar de melhores condições de vida. Nada de novo sob o sol, mas convém reafirmar.

Dizendo de outra maneira, há um déficit de cidadania entre nós. Nem as pessoas exigem seus direitos e cumprem suas obrigações, nem as instituições têm força para transformar em ato o que é princípio abstrato.
Ainda recentemente um ex-presidente disse sobre outro ex-presidente, em uma frase infeliz, que diante das contribuições que este teria prestado ao país não deveria estar sujeito às regras que se aplicam aos cidadãos comuns... O que é pior é que esta é a percepção da maioria do povo, nem poderia ser diferente, porque é a prática habitual.

Pois bem, parece que as coisas começam a mudar. Os debates travados no Supremo Tribunal Federal e as decisões tomadas até agora (não prejulgo resultados, nem é preciso para argumentar) indicam uma guinada nessa questão essencial. O veredicto valerá por si, mas valerá muito mais pela força de sua exemplaridade.
Condenem-se ou não os réus, o modo como a argumentação se está desenrolando é mais importante do que tudo. A repulsa aos desvios do bom cumprimento da gestão democrática expressada com veemência por Celso de Mello e com suavidade, mas igual vigor, por Ayres Britto e Cármen Lúcia, são páginas luminosas sobre o alcance do julgamento do que se chamou de “mensalão”.

Ele abrange um juízo não político-partidário, mas dos valores que mantêm viva a trama democrática. A condenação clara e indignada do mau uso da máquina pública revigora a crença na democracia. Assim como a independência de opinião dos juízes mostra o vigor de uma instituição em pleno funcionamento.
É esse, aliás, o significado mais importante do processo do mensalão. O Congresso levantou a questão com as CPIs, a Polícia Federal investigou, o Ministério Público controlou o inquérito e formulou as acusações, e o Supremo, depois de anos de dificultoso trabalho, está julgando.

A sociedade estava tão desabituada e descrente de tais procedimentos quando eles atingem gente poderosa que seu julgamento — coisa banal nas democracias avançadas — transformou-se em atrativo de TV e do noticiário, quase paralisando o país em pleno período eleitoral. Sinal de vida. Alvíssaras!

Não é a única novidade. Também nas eleições municipais o eleitorado está mandando recados aos dirigentes políticos. Antes da campanha acreditava-se que o “fator Lula” propiciaria ao PT uma oportunidade única para massacrar os adversários. Confundia-se a avaliação positiva do ex-presidente e da atual com submissão do eleitor a tudo que “seu mestre” mandar.

É cedo para dizer que não foi assim, pois as urnas serão abertas esta noite. Mas, ao que tudo indica, o recado está dado: foi preciso que os líderes aos quais se atribuía a capacidade milagrosa de eleger um poste suassem a camisa para tentar colocar seu candidato no segundo turno em São Paulo. Até agora o candidato do PT não ultrapassou nas prévias os minguados 20%.

No Nordeste, onde o lulismo com as bolsas-família parecia inexpugnável, a oposição leva a melhor em várias capitais. São poucos os candidatos petistas competitivos. Sejam o PSDB, o DEM, o PPS, sejam legendas que formam parte “da base”, mas que se chocam nestas eleições com o PT, são os opositores eleitorais deste que estão a levar vantagem.

No mesmo andamento, em Belo Horizonte, sob as vestes do PSB (partido que cresce), e em Curitiba são os governadores e líderes peessedebistas, Aécio Neves e Beto Richa, que estão por trás dos candidatos à frente. Em um caso podem vencer no primeiro turno, noutro no segundo.

Não digo isso para cantar vitória antecipadamente, nem para defender as cores de um partido em particular, mas para chamar a atenção para o fato de que há algo de novo no ar. Se os partidos não perceberem as mudanças de sentimento dos cidadãos e não forem capazes de expressá-las, essa possível onda se desfará na praia.

O conformismo vigente até agora, que aceitava os desmandos e corrupções em troca de bem-estar, parece encontrar seus limites. Recordo-me de quando Ulysses Guimarães e João Pacheco Chaves me procuraram em 1974, na instituição de pesquisas onde eu trabalhava, o Cebrap, pedindo ajuda para a elaboração de um novo programa de campanha para o partido que se opunha ao autoritarismo.

Àquela altura, com a economia crescendo a 8% ao ano, com o governo trombeteando projetos de impacto e com a censura à mídia, pareceria descabido sonhar com vitória. Pois bem, das 22 cadeiras em disputa para o Senado, o MDB ganhou 17. Os líderes democráticos da época sintonizaram com um sentimento ainda difuso, mas já presente, de repulsa ao arbítrio.

Faz falta agora, mirando 2014, que os partidos que poderão eventualmente se beneficiar do sentimento contrário ao oportunismo corruptor prevalecente, especialmente PSDB e PSB, disponham-se cada um a seu modo ou aliando-se a sacudir a poeira que até agora embaçou o olhar de segmentos importantes da população brasileira.

Há uma enorme massa que recém alcançou os níveis iniciais da sociedade de consumo que pode ser atraída por valores novos. Por ora atuam como “radicais livres” flutuando entre o apoio a candidatos desligados dos partidos mais tradicionais e os candidatos daqueles dois partidos.

Quem quiser acelerar a renovação terá de mostrar que decência, democracia e bem-estar social podem novamente andar juntos. Para isso, mais importante do que palavras são atos e gestos. Há um grito parado no ar. É hora de dar-lhe consequência.


O GLOBO 07/10/2012