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08 Jun 16:50

BARRIGUINHA MOLE

by admin

Da série “Comerciais que gostaríamos de ver por aí”

De fazer o Dollynho ficar com inveja…

Do Raphael Gustavo pela Fanpage do Kibeloco.

02 Jun 15:57

Sensualizando na Webcam

by Flavio Lamenza
Hmmm... é disso que você gosta?? To aqui te esperando... e... Porra arturzinho!

23 May 13:36

Como se sente uma mulher

by Claudia Regina

“Do you know what it feels like for a girl?
Do you know what it feels like in this world?”

Madonna

Aconteceu ontem. Saio do aeroporto. Em uma caminhada de dez metros, só vejo homens. Taxistas do lado de fora dos carros conversando. Funcionários com camisetas “posso ajudar?”. Um homem engravatado com sua malinha e celular na mão. Homens diversos, espalhados por dez metros de caminho. Ao andar esses dez metros, me sinto como uma gazela passeando por entre leões. Sou olhada por todos. Medida. Analisada. Meu corpo, minha bunda, meus peitos, meu cabelo, meu sapato, minha barriga. Estão todos olhando.

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Aconteceu quando eu tinha treze anos. Praticava um esporte quase todos os dias. Saía do centro de treinamento e andava cerca de duas quadras para o ponto de ônibus, às seis da tarde. Andava pela calçada quase vazia ao lado de uma grande rodovia. Dessas caminhadas, me recordo dos primeiros momentos memoráveis desta violência urbana. Carros que passavam mais devagar do meu lado e, lá de dentro, eu só ouvia uma voz masculina: “gostosa!”. Homens sozinhos que cruzavam a calçada, olhavam para trás e suspiravam: “que delícia.” Eu tinha treze anos. Usava calça comprida, tênis e camiseta.

Agora, multiplique isso por todos os dias da minha vida.

Sei que para homens é difícil entender como isso pode ser violência. Nós mesmas, mulheres, nos acostumamos e deixamos pra lá. Nós nos acostumamos para conseguir viver o dia a dia.

Esses dias, estava sentada na praia vendo o mar, e dele saiu uma moça. Passou por um rapaz que disse algo. Ela só saiu de perto e veio na minha direção. Dei boa noite, ela falou que a água estava uma delícia, e conversamos um pouco. Perguntei se o cara havia lhe falado alguma besteira. Ela disse, “falou, mas a gente tá tão acostumada, né?, começa a ignorar automaticamente”.

O privilégio é invisível. Para o homem, só é possível ver o privilégio se houver empatia. Tente imaginar um mundo onde, por cinco mil anos, todos os homens foram subjugados, violentados, assassinados, podados, controlados. Tente imaginar um mundo onde, por cinco mil anos, só mulheres foram cientistas, físicas, chefes de polícia, matemáticas, astronautas, médicas, advogadas, atrizes, generais. Tente imaginar um mundo onde, por cinco mil anos, nenhum representante do seu gênero esteve em destaque, na televisão, no teatro, no cinema, nas artes. Na escola, você aprende sobre a história feita pelas mulheres, a ciência feita pelas mulheres, o mundo feito pelas mulheres.

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No seu texto “Um teto todo seu”, Virgínia Woolf descreve por que seria impossível para uma hipotética irmã de Shakespeare escrever de forma genial como ele. Woolf diz:

“quando lemos sobre uma bruxa sendo queimada, uma mulher possuída por demônios, uma mulher sábia vendendo ervas… acho que estamos olhando para uma escritora perdida, uma poeta anulada.”

Desde o início do patriarcado, há cinco mil anos, as mulheres não tiveram liberdade suficiente para serem cientistas ou artistas. Woolf explica:

“liberdade intelectual depende de coisas materiais. … E mulheres foram sempre pobres, não por duzentos anos, somente, mas desde o início dos tempos.”

Esse argumento não serve somente para mulheres: negros, pobres e outras minorias não poderiam ser geniais poetas pois, para isso, é necessário liberdade material.

(Para uma análise mais completa, recomendo: “Um teto todo seu” de Virgínia Woolf: A produção intelectual e as condições materiais das mulheres.)

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Embora o mundo esteja em processo de mudança, ainda existem menores oportunidades e reconhecimento para mulheres e minorias exercerem qualquer ocupação intelectual. Leitores de uma página do facebook sobre ciências ainda supõem que o autor seja homem e comentaristas de televisão não consideram manifestações culturais que vêm da favela como cultura de verdade.

É verdade: hoje, a vida é muito melhor, principalmente para a mulher ocidental como eu. Mas, mesmo sendo uma mulher livre e bem-sucedida vivendo em uma metrópole ocidental, ainda sinto na pele as consequências destes cinco mil anos de opressão. E, se você quiser ver essa opressão, não precisa ir nos livros de história. É só ligar a televisão:

Rio de Janeiro, 2013. Um casal é sequestrado em uma van. As sequestradoras colocaram um strap-on sujo, fedido de merda e mofo, e estupraram o rapaz. Todas elas, uma a uma, enfiavam aquela pica enorme no cu do moço, sem camisinha e sem lubrificante. A namorada, coitada, tentou fazer algo mas foi presa e levou chutes e socos.

Ao ver esta notícia, você se coloca no lugar da vítima (que sofreu uma das piores violências físicas e psicológicas existentes) ou no lugar de quem assistiu? Naturalmente troquei os gêneros: a violência real aconteceu com uma mulher.

Quantas violências eu sofro só por ser mulher?

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Na infância, fui impedida de ser escoteira pois isso não era coisa de menina. Fui estuprada aos oito anos. (Eu e pelo menos dois terços das mulheres que conheço e que você conhece sofreram um estupro e provavelmente não contaram para ninguém.) Sofri a pré-adolescência inteira por não me comportar como moça. Por não ter peitos. Por não ter cabelos longos e lisos. Desde sempre tive minha sexualidade reprimida pela família, pela sociedade, pela mídia. Qualquer coisa que eu pisasse na bola seria motivo para ser chamada de vadia. Num dos primeiros empregos, escutei que mulheres não trabalham tão bem porque são muito emocionais e têm TPM. Em um outro emprego, minha chefe disse que meu cabelo estava feio e pagou salão para eu ir fazer escova e ficar mais apresentável pros clientes. Decidi que não quero ser escrava da depilação e sou olhada diariamente com nojo quando ando de shorts ou blusinha sem mangas. Já usei muita maquiagem, só porque a televisão e os outdoors mostram mulheres maquiadas, e portanto é muito comum nos sentirmos feias de cara limpa. Você, homem, sabe o que é maquiagem? Tem um produto para deixar a pele homogêna, um pra disfarçar olheiras, outro para disfarçar manchas, outro para deixar a bochecha corada, outro para destacar a sobrancelha, outro para destacar os cílios, outro para colorir as pálpebras, outro para colorir os lábios. Quantas vezes você passou tantos produtos na sua cara só porque seu chefe ou seu primeiro encontro vai te achar feio de cara limpa? Quando estou no metrô preciso procurar um cantinho seguro para evitar que alguém fique se roçando em mim. Você faz isso? Quando vou em reuniões de família, me perguntam por que estou tão magra, e o que fiz com o cabelo e quem estou namorando. Para o meu primo, perguntam o que ele está estudando e no que está trabalhando. Na televisão, 90% das propagandas me denigrem. Quase nenhum filme me representa ou passa no teste de Bechdel. Todas as mulheres são mostradas com roupas sexy, mesmo as super heroínas que deveriam estar usando uma roupa confortável para a batalha. As revistas me ensinam que o meu objetivo na cama é agradar o meu homem. Enquanto você, menino, comparava o seu pau com o dos amiguinhos, eu, menina, era ensinada que se masturbar é muito feio e que se eu usar uma saia curta não estou me dando o respeito. Quanto tempo demorei para me desfazer da repressão sexual e virar uma mulher que adora transar? Quanto tempo demorei para me soltar na cama e conseguir gozar, enquanto várias das minhas colegas continuam se preocupando se o parceiro está vendo a celulite ou a dobrinha da cintura e, por isso, não conseguem chegar ao gozo? Quanto tempo demorei para conseguir olhar para um pau e transar de luz acesa? Quantas vezes escutei, no trânsito, um “tinha que ser mulher”? Quantas vezes você fechou alguém e escutou “tinha que ser homem”? Tudo isso para, no fim do dia, ir jantar no restaurante e não receber a conta quando ela foi pedida pois há cinco mil anos sou considerada incapaz. E tudo isso, porra, para escutar que estou exagerando e que não existe mais machismo.

Isso é um resumo muito pequeno do que eu sofro ou corro o risco de sofrer todo dia. Eu, mulher branca, hetero, classe média. A negra sofre mais que eu. A pobre sofre mais que eu. A oriental sofre mais que eu. Mas todas nós sofremos do mesmo mal: nenhum país do mundo trata suas mulheres tão bem quanto seus homens. Nenhum. Nem a Suécia, nem a Holanda, nem a Islândia! Em todo o mundo “civilizado” sofremos violência, temos menos acesso à educação, ao trabalho ou à política.

Em todo o mundo, somos ainda as irmãs de Shakespeare.

* * *

E você, leitor homem? Quando é abordado de forma hostil por um estranho na rua, pensa “por favor, não leve meu celular” ou “por favor, não me estupre”?

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Fotos: autorretratos por Claudia Regina.

***

Nota editorial: esse texto foi fechado para comentários, após ter mais de 3200 deles publicados. Além de sobrecarregar o servidor, a qualidade dos diálogos começou a se perder. Faremos agora um pente fino e os comentários ofensivos serão apagados. Em caso de dúvidas sobre a política de comentários, recomendo o recente artigo “Sobre dinâmicas saudáveis e atritos em nossa comunidade“. Estamos fazendo nosso melhor para cultivar o espaço, mas somos poucos, humanos e falhos. Contamos com o apoio de vocês.

Gostaria de agradecer a postura bastante saudável e de bom senso da maioria da comunidade, que mostrou-se capaz de caminhar rumo a auto-regulação, votando positivamente as discussões mais construtivas e negativamente as que apenas geravam ruído. Por fim, compartilho a melhor notícia. Esse artigo já foi lido por mais de 600.000 pessoas, em menos de dois dias. Tivemos recorde histórico de visitas no PdH, com uma tema de grande relevância. Agradeço a Claudia pela imensa confiança em publicar seu relato conosco.

Abraços, Guilherme.



21 May 14:55

O Ranking de uma vida | Listas Descaralhantes #16

by Bruno Passos

Meu próximo artigo será sobre um tema bastante pesado que já venho trabalhando faz alguns dias. Toda vez que escrevo sobre ele, tenho dificuldade de dormir e me sinto pequeno.

Esse texto ainda está maturando e, nesse meio tempo, me senti compelido a escrever algo mais leve e divertido, como uma espécie de bonança que precede a tempestade (sim, a gente pode inverter os ditados).

Compartilharei com vocês algumas de minhas grandes paixões. Os itens abaixo me fizeram compreender o mundo de uma forma mais interessante e surpreendente. Espero que aconteça o mesmo com vocês ou que, pelo menos, os mantenham entretidos até o fim. É o Ranking de uma vida.

10 Filmes Estranhos que emocionam de alguma maneira também estranha

Aqui uma lista de filmes não tão conhecidos que, de alguma maneira, mexeram comigo.

Evitarei falar as sinopses, seja um cara generoso, aceite um palpite amigo e se torne um pouco mais corajoso.

1. Like Stars On Earth (Taare Zameen Par – 2007)

1

Esqueça as crianças da Disney. Na Índia, as coisas são diferentes. O moleque é um capeta e não tem consciência disso (diferente das crianças com moral superdesenvolvidas e sábias de Hollywood). Seus dentes fariam inveja ao Ronaldinho Gaúcho e o tamanho de sua cabeça coloca o Emílio Surita no chinelo.

É amigo, aqui definitivamente não é o Kansas.

Ainda bem! Um filme para você, que assim como eu, também cresceu um tanto desajustado tentando entender qual era o seu lugar e porque as pessoas ficavam tão bravas com você quando a única coisa que fazia era ver a vida de um jeito diferente dos outros.

Vencido todo meu preconceito inicial com o filme, acabei encontrando um indiano que era a minha cara.

2. Jeff, Who Lives at Home (2011)

2

Jeff acredita que para tudo e todos existe um propósito, embora ele não seja capaz de consertar uma maçaneta quebrada nem de descobrir qual é o seu.

Quem sabe realmente não existam coisas grandiosas destinadas a ele? Quem sabe ele não irá realizar nenhum grande feito na vida?

E o que isso importa?

3. Ondine (2009)

3

Você gosta de contos de fada? Pois saiba, amigo, eu gosto e muito. Mas não de coloridos gatos de bota ou das traquinagens 3D que me arremessam no cinema.

Me agrada a falta de saturação e o frio que passamos sozinhos. Desde Entrevista com o Vampiro, Neil Jordan mostra que contos de amor adultos são com ele mesmo.

4. Lost in Translation (2003)

4

As melhores histórias de amor são as que têm menos beijos.

Continuando nossa leva de desajuste, o Japão do Bill Murray é a minha São Paulo e posso dizer que foi um tremendo golpe de sorte ter encontrado a Scarlett por aqui.

Desperte o Bill que existe dentro de você, ou claro, a Scarlett.

5. A Lenda do Pianista do Mar (1998)

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O filme desconhecido mais bonito jamais criado.

Este merece até uma resenha:

O excelente diretor italiano Giuseppe Tornatore (Cinema Paradiso, Malena) dá vida a fábula de “1900”, nome de um garoto que é encontrado ainda bebê dentro de um navio e cresce escondido em meio a carvão e caldeiras, até que em uma de suas andanças dentro do navio acaba encontrando um piano e desenvolvendo um talento inesperado.

Na época de ouro do jazz e dos bares esfumaçados somos apresentados a uma lenda fantástica sobre a música em contato com a natureza bruta de um homem.

5b

Existem três cenas antológicas, daquelas que não saem da mente: a tempestade; a primeira gravação; e a que você contará para os amigos toda vez que falar do filme — o duelo.

Dizer mais sobre elas seria estragar o prazer de descobrir por si só as sensações que o filme proporciona.

5c

A trilha do filme pra lá de classuda é assinada por ninguém menos que Ennio Morricone, naquela que foi citada pelo próprio como sua terceira trilha favorita. Simplesmente genial, daquele sons hipnotizantes pra se ouvir por horas.

Poucos filmes reuniram de maneira tão poderosa imagem e música. Estrondoso.

6. As Vantagens de ser Invisível (2012)

6

Atire a primeira pedra quem assistir e não se tornar jovem novamente. Para mim, este filme é sobre saudade e camaradagem.

Saudade da época em que você poderia saber se um cara era seu amigo de verdade apenas pedindo pra ele não contar pra ninguém que você era afim daquela garota lá do canto da sala.

7. A Outra Terra (2011)

7

Tudo ia muito bem, se não fosse um descuido.

Você poderia ter evitado tudo se só pensasse por um segundo quais seriam as consequências de não pensar. Ok, ficou complexo.

Quando erramos com alguém e tentamos nos redimir, quem queremos realmente ajudar?

8. Perfect Sense (2011)

8 

As pessoas são egoístas e você é egoísta. O que é preciso para que voltemos a nos ver?

Ah, esses adoráveis contos de fada estranhos.

9. Modigliani (2004)

9

Ama-se uma profissão, ama-se alguém…

Até onde a paixão pura e sem egoísmo pode levar um homem ou uma mulher? Descobri aqui que este é um caminho nada óbvio, até quando ambos são correspondidos por seus amores.

10. Waking Life (2001)

10

Pegue um dia existencial, deixe o telefone no vibra, aperte unzinho ou compre uma pipoca ou traga seu melhor ácido ou simplesmente só assista Waking Life que dará na mesma.

O filme que te trará mais perguntas na História. Pra se ver sozinho e viajando.

Fantásticamente lógico!

10 pinturas que me moldaram

Poderia passar o dia me divertindo e fazer uma lista com mais de 100, porém, tentei focar em pinturas não tão conhecidas e de alguns artistas, até certo ponto, renegados pelo grande público.

Espero que os interessados fiquem tão extasiados como eu fiquei quando os conheci pela primeira vez.

1. Teun Hocks – Homem no Fogo

1

Longe de ser a melhor pintura que já vi, o artista normalmente pinta por cima de fotografias. Ainda assim, este quadro sintetiza tudo que tenho em mente a respeito de qual é a função de uma obra. A Arte não deve ser algo frio e que só tem significado após lermos que raios o artista quis dizer com aquilo.

Um quadro só é algo realmente especial se ele se relacionar com seu dono, se ele entende-lo e acalentá-lo. Um quadro deve ser como um amigo. Ao olharmos, devemos nos sentir encorajados e reconfortados.

É por isso que gosto tanto de Homem no Fogo, do Hocks.

2. The Burning of the Houses of Lords and Commons – Turner

2

Fiz questão de nunca pesquisar a história deste quadro para que ela continuasse a poder ser sempre a minha.

Toda vez que olho pra esta obra, simplesmente não consigo pensar em nada que seja lógico, só me sinto compelido a me mexer e nunca ser indiferente a nada.

Ao olhar as chamas dominando toda a composição, não dando clemência para a terra, o ar e nem mesmo a água, me vejo movido a viver da maneira mais intensa que me é possível viver.

E ainda lembro do grande pintor que foi Turner, precoce, solitário e com princípios. Alguém que merece ser lembrado não só por seus quadros belos e perigosos, mas também por seu caráter.

3. Brenva Glacier – Sargent

3

Gostaria de ter uma expressão em português para blow my mind, porque é simplesmente isso que aconteceu a primeira vez que vi esta pintura.

A pergunta que sempre me fiz foi a seguinte: como alguém conseguiu tirar tanto de apenas uma casa velha no meio de algumas montanhas? Simplesmente fantástico!

Ao que não conhecem, hora de se maravilharem com as obras de John Singer Sargent.

4. Twilight in the Wilderness  – Church

4

Qual é a cor das nuvens, qual é a cor da terra? Um dos maiores nomes das paisagens românticas, Church conseguiu, aqui, aquecer sem trazer calor e acalmar sem deixar monótono.

Poucos homens conseguiam entender tão bem a vida e ainda dizer isso com uma paisagem.

5. Night Hauling – Andrew Wyeth

5

Inspirador. Quando escrevo a noite, às vezes olho para esta pintura. É como se eu pudesse roubar toda a inspiração que a noite oferece, como se tudo estivesse ao meu alcance somente nesta hora especial.

E a obra retrata exatamente um homem simples trabalhando a noite, impossível sintetizar de forma melhor a solidão de uma noite produtiva.

6. Falling Bough – Walton Ford

6

Enfim um artista ainda vivo! Walton Ford pinta metáforas da humanidade através de seus animais. É poético, delicado e brutal.

Pra mim, a imagem é o retrato perfeito do que é a Força da Natureza. Agora, uma dica e tanto: sempre procure livros de pintura na Amazon. Tenho este do Ford, um puta livrão que paguei menos de 40 dólares há 2 anos. Recomendo Muito.

Aliás, o que não falta é recomendação de livro de pintura para eu passa para quem quiser.

7. Colossus – Goya

7

O pintor que entendeu a guerra. Para ele, não existiam brilhos, glórias e braços orgulhosamente estendidos.

Goya pintou a dor e a loucura humana em grande parte de seus quadros. Este, em especial, sempre me pareceu o mais otimista deles, não louvando ou romantizando a guerra, mas sim mostrando a força de um povo que não residia em suas armas, mas em sua moral e carne.

8. Ixion – Ribera

8

Tão pouca coisa sendo mostrada e tanto acontecendo. O quadro inteiro é uma aula. A anatomia pesada e larga, as luzes douradas, a urgência e principalmente a falta de obviedade me atraem neste quadro.

Ribera, da escola dos pintores tenebristas que vieram depois de Caravaggio, não tem nem um décimo do sucesso que merecia. Vi ao vivo uma pintura desse mestre, assim como vi a de Caravaggio.

Posso dizer sem nenhum risco que, em certos pontos, ele coloca o encrenqueiro italiano no bolso.

9. Mending the sail – Sorolla

9

A mais absurda aplicação de luz que já vi. Sorolla, conhecido como — não a toa — “o Pintor das Luzes”.

Escolher somente uma obra dele foi uma grande covardia, na certa existem dezenas que poderiam estar nesta lista. Na minha opinião, é o pintor que mais imprimiu luz em uma tela. Tem uma reprodução de um quadro dele onde pescadores estão deixando sua pesca na praia e posso garantir que os peixes de lá estão mais frescos que os do meu almoço de amanhã.

Dica monstra:  aqui você encontra um ótimo livro e com um ótimo preço de suas obras mais famosas. Tenho e recomendo.

10 – Campo de trigo com corvos – Van Gogh

10

Procurei tentar evitar quadros muito conhecidos, mas aqui não teve jeito. A urgência com que este quadro conversa comigo é muito grande. Como poderia um homem que pintou isso pouco tempo antes de morrer estar depressivo? Alguns psicólogos associaram os corvos a sinais de depressão. Creio que estes doutores não entendiam muito de arte.

É possível criar tanta vida e não apreciá-la? Eu duvido. Aliás, os especialistas no pintor também.

A última biografia publicada como definitiva (e aceita assim pelo Museu Van Gogh de Amsterdã) cita que provavelmente o pintor foi assassinado, provavelmente por acidente. Algo muito mais plausível.

Recomendo que vejam o documentário Van Gogh, da série O Poder da Arte.

Obs: uma pequena curiosidade para os leigos: ele não cortou a orelha inteira, apenas um lóbulo. 

10 Fotos que me fazem querer mudar de São Pulo

1.

1

Saca só este loteamento ainda não descoberto para Hobbits! Brincadeira, né?

Toscana querida, fica difícil ver esta foto e resistir a ideia de pegar um papelão e descer escorregando transtornadamente esses montes.

É o paraíso de toda mãe, um lugar sem quinas!

2.

2

Que tal um chalezinho em Neuchatel, na Suíça? Quer saber quando um lugar é realmente fantástico?

Quando está nublado e ainda assim você o acha maravilhoso. Passaria um mês ai, eu, 300 filmes, um cobertor, alguns quilos de embutidos e um goró, porque ninguém é de ferro né.

3.

Home in Scotland

Nem só de bebida vive a Escócia!

Uma das casas mais bonitas que já vi. Um casal decidiu adaptar ruínas de uma casa de mais de 150 anos e assim criaram o lar dos meus sonhos. Ah, seus beberrões bastardos!

Obs: pesquise mais imagens da vista da casa no Google, a vista ainda é absurda.

4.

4

Kap Topin, na Groenlândia, não deve ser o lugar mais agitado do mundo, eu admito. Agora me diz se tem algum lugar que seria mais legal estar aquecido do que neste casebre estranho no meio do nada?

Um horizonte inteiro só pra você (e pros habitantes da cidadezinha a suas costas, claro!)

5.

5

Sempre quis morar em um barco. Claro, se for um barco super high tech de alguns milhões fica um pouco mais interessante.

Não deve ter nada melhor do que poder carregar sua casa com você e atravessar o mundo assim (ok, não poderia ir para Marília tanto assim, mas meus pais teriam que entender).

6.

6

Grécia e suas casinhas com tudo branco. Está aí um bom lugar para se morar.

Não lembremos da crise, afinal, esta lista se trata só da parte boa, não é mesmo? Na minha gigante ignorância urbanística e arquitetônica, penso que esse tipo de construção seria uma saída mais do que fantástica para as favelas no Rio. As casas aqui são todas diferentes, assim como são nos morros daqui. Se trata apenas de um pouco de coordenação visual e da manutenção da integração com o meio ambiente.

Quem sabe se virasse um cartão postal, esta parte do povo seria lembrada com mais freqüência por estes bundões que nos governam? Opa, era pra pensar só na aprte boa, né?

7.

7

Não, não morarei numa boia gigante. Mas atire a primeira pedra que não daria um dedo (nem que fosse o mindinho) para poder brincar em um destes?

Nunca entendi porque exploramos tão pouco os recursos de lazer que o mar pode nos oferecer. Eike, fica aqui a dica, um Parque Bóia GiganteX.

A gente merece.

8.

8

La Pedrera, em Barcelona, um edifício sem nenhuma linha reta.

Gaudí, seu velho doido! Que lugar fantástico! E pensar que foi construído em 1905. A pergunta que fica é porque tanta caixa de sapato feita de concreto quando se  pode criar prédios com vida há tanto tempo?

9.

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Sim senhores!

Pegue seu quintal, junte uma boa quantidade de mato, algumas luzinhas bacanas e pronto, você acaba de criar o lugar mais bonito e gostoso pra se jogar pingue e pongue de toda a História.  As pessoas precisam voltar a pensar em utilizar espaços ao ar livre.

É mais fácil interessante do que se pode pensar.

10.

10

Por último, o único lugar do Estados Unidos que eu gostaria de morar, o Maine. Um estado esquecido no canto do país onde tudo parece tranquilo e sossegado. Tenho a impressão que eu poderia visitar o Hagrid na esquina debaixo ou comprar coisas inúteis e muito baratas na rua de cima.

Bem, as coisas inúteis eu realmente posso! Edward Hoopper e Winslow Hommer, foram grandes adeptos desse pedaço perdido da Inglaterra.

Certamente um lugar que eu moraria com prazer.

Top 4:  paixões que nunca terei

Eis aqui 4 mulheres que não tive o prazer de conhecer, mas que já ocuparam um posto de destaque neste coração que não parou jamais de bater forte:

1. Daria Werbowy

1 

Nunca gostei das magricelas, mas se para tudo nesta vida se encontra uma exceção.

Esta é a minha. Daria, uma modelo polonesa de olhos de lince.

Assustadoramente natural, toda vez que olho para ela tenho a impressão de estar olhando para um animal acuado, mas feroz, daqueles que preferem estar distante dos nossos olhos, não por temor, mas sim como se não tivéssemos o direito de contemplá-los durante mais do que alguns segundos.

Assim são os felinos selvagens, assim me parece Daria.

2. Alisson Stokke

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Uma jovem atleta americana que, com apenas uma foto, em 2007, alcançou fama mundial e roubou toda a minha atenção durante um bom tempo.

Avessa a fotos sensuais, mídia e exposição gratuita, esta jovem resolveu deixar para lá toda a fama que poderia ter depois da foto rodar o mundo e seguiu sua vida tranquila, morando com os pais e treinando atletismo em uma universidade da Califórnia.

Para mim, a melhor representação corporal que o esporte já produziu.

Saúde, beleza e cabeça no lugar. Com o sorriso comum mais conquistador e o braço forte mais feminino da história.

3. Brit Marling

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Americana, atriz (e também roteirista e diretora) surgiu (para mim) no filme Another Earth.

Desde o canino maior que os outros dentes até a sobrancelha desalinhada e mais escura que o cabelo, é um alento de naturalidade no cinema atual, onde tudo é alinhado, brilhante e um tanto sem graça.

Na minha imaginação, ela carrega no olhar um peso triste e aconchegante, daqueles olhares que devem ser dados quando estamos apaixonados em um dia de chuva.

4. Monica Bellucci

4

Nosso primeiro encontro foi em Malena. Eu tinha 15 anos e não conseguia deixar de me identificar com Renato (o garoto do filme). Nunca soube descrever o que senti. Posso fechar os olhos que ainda hoje vejo vários homens oferecendo o isqueiro a mais linda meretriz que já existiu.

Poucas vezes vi um formato tão perfeito quanto daquela boca, daqueles seios de contornos redondos. Nunca mais esqueci Malena, nunca mais esqueci Monica.

Os anos se passaram e nada mudou, a não ser o fato que hoje a senhora Cassel (esposa do ator Vincent Cassel) vive no Rio de Janeiro e faz com que meu grande sonho de pintá-la pareça, pelo menos nos meus devaneios, um pouco mais real.

Obs. muito importante: se você, leitor, tem algum contato com a senhora Bellucci, por favor, me leve a sério e me dê uma ajuda em contatá-la.

Bom, temos aqui alguns bons anseios de vida. Falta você me dizer quais são os teus.



20 May 02:01

Your ears make more wax when you’re afraid

by geth

Your ears make more wax when you're afraid

Learn Something Every Day is 2!

To help celebrate we have called in some of our favourite artists & illustrators to contribute for the whole month!

We would like to thank everyone who has visited & shared our little side-project, we have been flattered with all the attention it has gained.

However, every good thing must come to an end, and sadly as of August 31st so will Learn Something every Day.

Thanks again for your loyal support & kind messages. See you around! :)

Drawn by Jim Datz
© Jim Datz 2011
www.neitherfishnorfowl.com

20 May 01:57

Cortando a comida

by noreply@blogger.com (ANDRÉ Montejorge)
O título não é sobre regimes, mas trata-se de uma frase literal! Cut Food é um projeto feito pela fotógrafa Beth Galton em parceria com a food stylist Charlotte Omnès. A inspiração surgiu depois do pedido de um cliente – cortar um burrito ao meio - e o resultado foi uma sequência de fotos sensacionais. A série de imagens mostra inusitadas seções transversais dinâmicas de alimentos embalados, coisa que raramente se vê. Para não dizer nunca. Segundo Beth: “Ao cortar esses itens pela metade deixamos de lado apenas o appetite appeal e passamos a explorar os mundos interiores desses produtos.". Bom, filosofias à parte, eu achei visualmente sensacionais! “Interiormente legaus”!