Elétroco pelas ruas de Instambul
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Elétroco pelas ruas de Instambul
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Quando a gente observa uma estrutura – sua casa, o prédio em que você trabalha, a ponte onde milhares de carros passam todos os dias – , é difícil perceber os fenômenos físicos envolvidos em seu comportamento.
Suas deformações e deslocamentos geralmente não podem ser detectados a olho nu – a não ser que você esteja em um estádio lotado com torcedores fanáticos pulando na arquibancada.
Por isso, para um aspirante a arquiteto, a engenheiro (ou maker curioso) o estudo sobre o assunto acaba se tornando muito abstrato e de difícil compreensão. A maioria dos alunos tem dificuldade para entender o comportamento de vigas, pórticos, treliças e cabos apenas com o desenho na lousa nas aulas de estrutura.
Com esse incômodo em mente, o arquiteto brasileiro Marcio Sequeira desenvolveu ao longo dos últimos 15 anos o Sistema Estrutural Mola. As peças do Mola foram projetadas com materiais específicos para permitir a visualização desses fenômenos. A ideia é simular o comportamento das estruturas de forma tátil e visual, tornando o assunto mais concreto e intuitivo.
Para sair do mundo dos protótipos e produzir o primeiro lote do produto, a solução foi criar uma campanha de financiamento coletivo. Em 2014 ele lançou o Kit Estrutural Mola 1, que teve grande repercussão: atingiu na época a marca de maior financiamento coletivo já feito no Brasil.
Com este primeiro conjunto de peças, é possível construir mais de 100 diferentes configurações de estruturas:: colunas, vigas, pórtico plano, pórtico espacial, treliça, etc.
A partir dali, o Mola deixou de ser um projeto e se tornou uma empresa brasileira que cria produtos educativos inovadores e é reconhecida ao redor do mundo. Em 2016, foi lançado o Kit Estrutural Mola 2, trazendo novas peças para ampliar as possibilidades de aprendizado. Novamente via financiamento coletivo, ultrapassou a arrecadação do Mola1 levantando R$700.000 com o apoio de pessoas de 35 países.
Atualmente, o Massachusetts Institute of Technology (MIT), a École Polytechnique Fédérale de Lausanne (EPFL), e a Universidad Politecnica de Madrid (UPM) estão entre as universidades que adotaram o Mola como uma ferramenta de aprendizado em suas aulas.
+70 países já possuem algum Kit Mola
Como o modelo não requer conhecimento técnico, qualquer pessoa interessada nas estruturas que nos cercam pode usar os kits para aprender ou se divertir. De professores de física do Ensino Médio a pais com filhos que buscam atividades offline, o Mola tem chegado em vários cantos de todos os continentes.
Agora a empresa está lançando o Mola Structural Kit 3, que adiciona elementos e peças de cabo e é totalmente compatíveis aos outros kits. Com os novos componentes, será possível explorar e entender diversos novos conceitos: comportamento de cabos, sistemas estaiados, pontes suspensas, tensegridade, sistemas de redes, malhas de cabos.
O sonho da equipe é ver o Mola sendo usado no mundo inteiro, melhorando a educação de arquitetura e engenharia e inspirando as pessoas que moldarão as cidades do futuro.
Todos os produtos Mola, inclusive o lançamento Mola3, podem ser adquiridos no Kickstarter até o dia 13 de junho. A campanha alcançou a meta em menos de 8 horas e até o momento arrecadou mais de $245,000 (aprox. R$950.000) com a colaboração de pessoas de 49 países.
Este artigo O produto brasileiro que já ultrapassou R$900.000 no Kickstarter foi originalmente publicado em Fazedores. [CC-BY-SA]
Modernidade Líquida. Zygmunt Bauman (via Bruna Moraes) #grifeinumlivro #livros
https://www.instagram.com/p/ByF028FgwQA/?igshid=chn9u8zq1a7w
Something that is kind of annoying about NASA photos is that they end up so touched up, and so many liberties taken with them that they become creatures of their own.
Enter these old CD-ROMs
So I was happy to find this CD-ROM, NASA: Voyagers to the Outer Planets Volume 4: Saturn. It’s great that these are on archive.org, but like all old CD-ROM’s they are not quite ‘ISO CD9660’ enough so they don’t mount on Windows 10, or OS X. So once more again I used Qemu & a raw disk image, xcopying the CD to the disk and using 7zip to extract the disk onto the native filesystem.
Seeing that Voyager 2 was launched in 1977, and didn’t rendezvous with Saturn until 1981, it’s safe to say that the images are not in TIFF, GIF, or anything that modern machines will read. Instead they are compressed with Kris Becker’s implementation of Huffman encoding. Thankfully the source to the compression, and various manipulation tools are included in both C & Fortran. It was not to much work to get the C version to build, and have it detecting a 32bit LittleEndian machine. The program was meant to be run interactively however, so a few small changes had it running command line to let me script decompress the entire image set.
The image formats that it can output to are:
Which make it sound even less than useful. However ImageMagick does understand the FITS format, so running this at home on a 3Ghz 2006 MacPro took about 10 minutes to decompress and re-encode the images from the CD. Obviously doing this at work on 32cores will be much more faster than 8 cores, although I guess back in ’88 using a VAX-11/780 felt pretty awesome still.
As for the images, they are at surprisingly high resolution 800×800. What struck me about many of the images, is how they show a greater detail in things like the shadows of the rings on Saturn, or even an almost TV like quality to various moon flybys.
And the unexpected over exposures and flares.
But I thought it was an interesting glimpse into these images.
Also these CD-ROMs comprise a highlight selection. Which means for someone more intrepiding than me, there is far more of these raw vintage images out there.
Rotten Riley, the 4 year old female Labrador Retriever dog breed from Imperial, Missouri. Pic submitted by Keith.
O perfil no twitter do Brasil em Dados (grupo do qual faço parte) publicou um gráfico com a desigualdade na taxa de desemprego entre negros e brancos.
As desigualdades raciais afetam não apenas as chances de obter melhores posições e remunerações, como também a chance de ficar desempregado. pic.twitter.com/R7oHitGKS3
— Brasil em Dados (@brasilemdados) May 10, 2019
Um comentário sugeriu que a comparação não era válida, pois há outras diferenças entre brancos e negros que explicam esse gap, como por exemplo, escolaridade. De fato, como o próprio Brasil em Dados mostrou em postagem mais antiga, há diferenças no acesso à escola entre negros e brancos, por exemplo — ainda que venha caindo ao longo do tempo:
Cada vez mais crianças têm realizado seu direito à educação. A desigualdade racial no acesso à escola também diminuiu.#BrasilEmDados #MenosFake #MaisDados pic.twitter.com/XI1ESC9KLW
— Brasil em Dados (@brasilemdados) October 27, 2018
Mas isso significa que a comparação não é válida?
Para entender o que cada comparação mede, precisamos trazer aqui duas abordagens que normalmente não se conversam, a de racismo estrutural e causalidade com Directed Acyclic Graphs (DAG).
Racismo Estrutural
O Aspen Institute forneceu uma definição de racismo estrutural que é:
A system in which public policies, institutional practices, cultural representations, and other norms work in various, often reinforcing ways to perpetuate racial group inequity. It identifies dimensions of our history and culture that have allowed privileges associated with “whiteness” and disadvantages associated with “color” to endure and adapt over time. Structural racism is not something that a few people or institutions choose to practice. Instead it has been a feature of the social, economic and political systems in which we all exist.
Em resumo, o racismo estrutural é uma norma existente na sociedade de maneira generalizada que enquadra quem se desvia dela, no caso, favorecendo brancos e prejudicando negros.
DAGs
DAGs são uma forma simples de modelar relações causais entre variáveis. A vantagem, além de ser intuitivo, é que foi desenvolvido um cálculo de causalidade – do mesmo modo que existe cálculo proposicional na lógica, cálculo diferencial e integral na matemática – que permite computar se é possível (ou não) estimar o efeito causal de uma variável sobre outra, bem como derivar outras proposições testáveis sobre as relações estabelecidas.
Eu desenhei um modelo de como o racismo pode causar o diferencial de riqueza entre brancos e negros. O modelo é o da imagem abaixo:
O que a imagem mostra é o seguinte. Cada bola é uma variável, e cada flecha mostra a direção da causalidade. Ausência de flecha implica que não há causalidade entre aquelas variáveis. ,
Nós estamos interessados em estimar o efeito causal da discriminação racial de jovens (variável amarela) sobre a diferença de riqueza (wealth gap, com “I” na bola). A parte de baixo do gráfico tem as relações causais dos jovens, e a parte de cima dos pais e como isso impacta nos filhos (os jovens). Comecándo pela parte de cima do gráfico, sabemos que a discriminação racial faz mulheres negras terem um pré-natal pior que mulheres brancas. Logo, uma flecha dessa variávei para qualidade da gestação. A gestação afeta como será a primeira infância, que por sua vez é influenciada pela renda, escolaridade e riqueza dos pais. A primeira infância influencia o QI das crianças e suas habilidades não cognitivas. Estas, por sua vez, influenciam a escolaridade, que conjuntamente com QI e habilidades não-cognitivas vão influenciar empregabilidade, salário e acumulação de riqueza. Além disso, riqueza dos pais também influencia riqueza dos filhos, já que existe herança, além de outras ajudas que os mais ricos conseguem dar aos filhos.
Chegando na parte de baixo do DAG, vemos que a discriminação racial sobre os filhos afeta já a primeira infância (por exemplo, reduzindo auto-estima), que afeta as demais variáveis (como por exemplo habilidades não-cognitivas de controlar impulsos e não ser violento). Além disso, a discriminação ocorre durante toda a vida, na escola (afetando escolaridade), na hora de conseguir um emprego ou não ser demitido, de receber promoção ou aumento de salário e para conseguir empréstimo para comprar casa, tendo efeito em todas as variáveis e contribuindo para o wealth gap. No modelo acima, nem coloquei esse efeito direto sobre riqueza ou desemprego, porque já tinha flecha demais. Mas não ia mudar qualitativamente o resultado.
Nesse modelo, uma regressão do diferencial de riqueza (wealth gap) sobre discriminação racial tem o efeito causal identificado, sem controlar por nenhum variável. Nesse caso, mede-se o efeito total (isto é, o efeito direto + o efeito indireto, via variáveis mediadores). Se eu “controlar” pela educação, por exemplo, o efeito total não é mais identificável. Para eu estimar o efeito direto (que no modelo acima é zero, pois não há flecha da discriminação racial para wealth gap), tenho que controlar para desemprego, habilidades não-cognitivas, riqueza dos pais, educação e renda.
Quando, portanto, as pessoas dizem que é preciso controlar para educação, QI etc., de forma a medir o efeito do racismo, elas na verdade estão tornando impossível medir o efeito total do racismo sobre a diferença de riqueza, e tornando possível medir apenas o efeito direto.
Obviamente, isto vale para a questão de gênero (as melhores estimativas do efeito direto do machismo sobre diferencial de salário nos EUA, por exemplo, é de 7%. Mas o efeito total é muito maior, pelas razões acima). Então, quando se fala de racismo estrutural, as pessoas têm em mente um modelo como o DAG acima. Na verdade, elas têm em mente um DAG mais complexo ainda, com mais variáveis. Por exemplo, temos a questão do racismo no sistema de justiça, na chance de uma mulher negra casar, na falta de exemplos de liderança nos espaços em que convivem, etc. Então o DAG é bem mais complexo que isso. Cada uma dessas variáveis isoladamente pode ter um efeito causal pequeno, mas é o conjunto delas que torna um efeito total grande, e que torna completamente diferente o racismo de um bullying, e também porque dizemos que não há racismo reverso. O racismo não é apenas o ato direto, mas o ato direto reforçando toda uma cadeia de causalidade gigantesca indo na mesma direção.
Assim, lá onde se aparente sofisticação ao demandar que a comparação seja feita controlando para diversas variáveis, de modo a identificar corretamente o tamanho do racismo, temos na verdade é falta de sofisticação. A comparação simples, que parece menos sofisticada, é na verdade mais sofisticada, pois está captando o efeito total do racismo, e não o efeito localizado. E, como se pode perceber e é o que diz quase todo o movimento negro quando fala de racismo estrutural, é o efeito total que é grande. É por isso, por exemplo, que cotas raciais também são importantes e porque quando se fala de brancos pobres se está ignorando o racismo estrutural.
DAGs
“Nesta rua nº 7 é a entrada para a Casa Allemã”: só se for a entrada dos fundos, pois a foto é da rua da Quitanda, e a Casa Allemã funcionava na rua Direita, que é a primeira paralela.
De qualquer forma, o prédio que mais me chamou a atenção não está no número 7, mas no 17.
Ou no 127, seu endereço atual, já que até a numeração da rua, como quase tudo por ali, se modificou bastante.
Só não se modificou o sobradão, que até hoje assiste impassível às mudanças.
(A foto da década de 1920 é minha mesmo; a atual é do Google Street View.)
Atualização às 14:15: Pouco depois da publicação do post, o Diego Vargas me confirmou que a Casa Allemã tinha, sim, uma entrada pela rua da Quitanda. A loja ficava na rua Direita, mas ia até o fundo do lote, comunicando as duas ruas. A informação está no livro “Cidade-exposição: comércio e cosmopolitismo em São Paulo”, de Heloisa Barbuy. Obrigado, Diego!
Titus, the 9 month old male American Pitbull dog breed from the United States. Photo submitted by JB.
Já tinha visto escultura na areia no Brasil… mas os brasileiros já trouxeram pra Lisboa também! Detalhe… numa praia criada na beira do Rio Tejo… lá tinham uns brasileiros com sua criatividade… e olha que lindo!!!
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Elétrico na praça do Comércio – Lisboa
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Olá, amigos! Escrevo hoje sobre um prédio que há tempos vinha merecendo um banho de loja, cuja rica decoração, como que por timidez, escondia-se na mesmice cromática em que se encontrava a fachada. Para nossa surpresa, o prédio acaba de ganhar um multicolorido banho de loja, numa miríade de cores bem vivas, a começar pelo forte tom laranja predominante. Trata-se da sede da Associação Beneficente Luso-Brasileira, no número 100 da Rua do Lavradio, hoje abrigando no térreo o Restaurante Demi-Glace – aliás muito bom, diga-se de passagem.
Batizada inicialmente de Centro Luso-Brasileiro Paulo Barreto[1], a instituição foi fundada em 1880, mas até o primeiro quartel do século XX não dispunha de uma sede condigna para receber seus afiliados e exercer suas atividades beneficentes. No dia 9 de outubro de 1926 o jornal A Noite publicava um projeto de autoria do arquiteto italiano Ricardo Buffa, que transformava o acanhado sobrado oitocentista num “novo e grandioso edifício”, como escreveu o periódico. [2]
Parece que Buffa gostava mesmo de evocar a proteção mitológica do grifo, animal fantástico com cabeça de águia e corpo de leão. Sua própria residência, por ele projetada na Rua Hermenegildo de Barros, 108 e 110, está guardada por dois deles. No caso específico do prédio da Rua do Lavradio, é oportuna a utilização deste animal para uma fachada de uma instituição cuja missão é amparar, já que o grifo, sendo o único animal que tem os pés na terra, como o leão, e o braços no céu, como a águia, possui no mundo cristão forte associação com o Cristo.
A construção, finalmente erigida em 1927, esteve a cargo do construtor português Joaquim da Silva Cardoso.
O jornal traz ainda algumas imagens do interior do prédio, que eu aqui reproduzo. Infelizmente, como 9 entre 10 interiores do tipo na cidade, não deve mais existir…
Abaixo vão algumas imagens da fachada após a restauração. Clique nelas para vê-las em tela cheia.
[1] Para quem não sabe, a Wikipedia explica: Paulo Barreto é o verdadeiro nome do famosíssimo João do Rio. Jornalista, cronista, tradutor e teatrólogo carioca, João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto nasceu a 5 de agosto de 1881 e morreu no dia 23 de junho de 1921.
[2] Buffa, muito habilidoso com o lápis, parece ter aqui adaptado uma fotografia do prédio corrente para divulgar seu projeto.
As fotos de hoje têm algo em comum com as do post anterior: elas também mostram a São Paulo que um turista viu.
Desta vez o turista é espanhol. As fotos, de 1969, estavam até agora em Valência. Eu as achei à venda em um site, por 50 centavos de euro cada uma, e as repatriei.
E desta vez o turista sabia fotografar um pouco melhor. As fotos têm alguma qualidade técnica, e algumas têm enquadramentos bastante incomuns para fotos de turista.
A primeira foto foi tirada “desde la ventana del hotel”, como diz a anotação no verso. Mas nem precisava dizer: essa vista só poderia ser mesmo de uma janela do antigo hotel Othon, que funcionou até 2008 na praça do Patriarca. O que atraiu o olhar do espanhol pode ter sido a surpreendente mistura: o ecletismo do Teatro Municipal, o art déco do viaduto do Chá e a arquitetura moderna das torres de vidro formam um conjunto de evidente (e muito paulistana) desarmonia.
A arquitetura moderna, por sinal, parece ter impressionado bastante o visitante. Andando pela região central, ele fotografou o Copan, o Itália e o Bretagne.
O Copan ainda estava com seu anexo (aquele prédio mais baixo em que funciona o Bradesco) em final de construção. Já o Bretagne aparece retratado a partir de sua área interna, numa época em que, sem grades nem controle de acesso, podia-se entrar à vontade. Todos os ângulos ressaltam a monumentalidade dos edifícios.
Além de andar pela região central fotografando prédios, podemos ver que o visitante fez pelo menos mais dois passeios. Em um deles esteve no Instituto Butantan, que hoje em dia é muito pouco frequentado, mas na época fazia parte do roteiro turístico da cidade.
E no outro foi ao parque do Ibirapuera, onde conheceu o famosíssimo “Monumento a los Cangançeiros”:
Enfim… Prédios, cobras e cangaço, eis o que este espanhol deve ter voltado dizendo que viu em São Paulo.
Pietro, the one tear old male Basset Hound from Belo Horizonte, Brazil. Photo submitted by Admario.
I love how the video author casually makes a 9 second run.
I haven’t tried it yet, but I’m suspecting 15 seconds would be about my fastest.
Não sou a primeira, e provavelmente não serei a última a adaptar a famosa frase do guru da administração moderna, Peter Drucker (“A cultura come a estratégia no café da manhã”), ao abordar o processo de transformação digital, suas falácias e o maior dos entraves ao sucesso: a cultura organizacional. A bem da verdade, poderia começar a escrever este texto mencionando outra frase de Drucker: “O maior perigo em tempos de turbulência não é a turbulência em si; é agir com a lógica de ontem”.
Isso ficou muito claro nos depoimentos de Paula Cardoso, CEO do Carrefour eBusiness, Carolina Sevciuc, Diretora de Transformação Digital da Nestlé e Fabio Mota, VP da Raízen, durante o “CI&T Business Impact Summit” 2019, realizado na última quarta-feira, em São Paulo.
Durante sua fala, Mota promoveu uma pequena enquete entre o público presente ao evento. A composição da audiência era majoritariamente de profissionais de TI e de áreas de apoio, com exceção do RH. “Uma pena. RH é super relevante, por que processos de transformação mexem com a cultura da empresa, com os seus pilares. Transformar é trabalhoso. Tortuoso”, disse ele.
A transformação digital é, antes de tudo, a transformação de processos tendo como objetivo final atender melhor o cliente. É uma nova forma de pensar o negócio, de se organizar e de trabalhar. Para que funcione, é necessário trazer para a mesma mesa pessoas das áreas de negócio capazes de influenciar o processo de transformação. “E isso não é trivial”, ressalta Mota, apesar do discurso estar na ponta da língua de muitos líderes.
É difícil trazer para a mesa novos modelos de funcionamento que soam como contrassenso para toda a organização. O caminho encontrado por Paula Cardoso para superar as resistências naturais foi propor a criação de uma nova unidade de negócio e de uma nova governança, com comitês de trabalho e indicadores que a empresa não olhava antes. Saber mostrar resultados durante o processo de transformação é muito importante, sobretudo para companhias abertas, obrigadas a divulgar resultados trimestrais.
“A decisão de mudar o negócio é top-down. É uma decisão que a direção precisa tomar, e tem que acreditar nela, mudar os processos de governança, indicadores, tudo, para que você consiga ir mudando, e remunerando, e reconhecendo as pessoas, de acordo com aquilo que você quer atingir”, diz ela.
“Os mecanismos de governança usados até hoje não propiciam a mudança. Trabalhamos em silos. Não sentamos todos na mesa de forma transversal”, comenta Paula, retratando a realidade de como a maioria das empresas trabalha. “São chefes distintos, métodos distintos, bônus distintos, objetivos distintos, dinheiros distintos…”, diz Mota. Tudo isso faz com que trabalhar considerando um único propósito, baixando a guarda para ajudar a entender a maior dor do cliente e resolvê-la, acabe se tornando o maior dos desafios.
“Cada departamento da empresa consegue definir bem quem é o cliente, mas cada um deles o enxerga por um lado do prisma, e isso começa a aparecer quando você coloca todo mundo junto”, diz Mota. “A gente teve que chegar para o comprador e dizer que a missão dele não era mais fazer o processo mais espremido possível, mas pilotar o processo [tratado pelo app CSFácil] até o ponto de equilíbrio, de modo a não afetar a produtividade do cliente [o caminhoneiro]; para o pessoal de atendimento, dentro da central, dizer que talvez valesse a pena abrir mão da rapidez e fazer mais uma ligação que, no fim, poderia ajudar para cortar um passo na jornada do cliente lá na ponta, quando ele chega no terminal”, comenta o executivo.
Como diria o próprio Peter Drucker, “mais arriscado que mudar é continuar fazendo as mesmas coisas”.
Mas um cuidado precisa ser tomado: o de não olhar para a mudança como um processo pontual. “Se a empresa não olhar para o negócio como um todo, corre o risco de ter o digital fazendo apenas pequenas iniciativas que contribuem pouco para mudar o negócio. Isso não é ser digital. Isso é ter algumas iniciativas de experiência digital”, diz Paula Cardoso.
Para mudar a cultura da empresa é necessário que todos compreendam o que é ser um negócio digital. “Mais do que patrocinadores da mudança, os líderes precisam ser seus evangelizadores. E o RH pode ajudar muito”, comenta Mota.
Isso não significa sair promovendo programas motivacionais. Significa atuar na gestão da mudança, na absorção das novas práticas. Como vimos, a transformação digital muda o dia a dia das pessoas, a maneira como elas decidem, e vai criando novos valores que levam à nova cultura, mais colaborativa, mas leve…
Além de compreender o “como” a transformação acontecerá é fundamental entender “quem” a tornará realidade. Na Nestlé, por exemplo, foi instaurado um processo de mentoria reversa no qual as pessoas que navegam pelo modelo digital mais facilmente trocam experiências com aquelas que não estão muito bem adaptadas. E o RH tem atuado na capacitação das pessoas para novas formas de atuação. “Estamos revendo todas as habilidades, todas as performances, disponibilizando todo o tipo de treinamento dentro da organização, definindo qual é o tipo de profissional que a gente quer. Isso não significa mudar todo mundo, mas dar oportunidades e aprender a conviver com os dois lados”, conta Carolina Sevciuc. Aos poucos, mais gente vai assumindo a nova mentalidade e o perfil exigidos pelo digital, praticando os novos modelos e a empresa se percebe um negócio digital.
” O impacto pessoal é o mesmo de quando eu comecei a trabalhar. As exigências do digital são tão diferentes e, ao mesmo tempo, tão básicas, que você não sabe como é que você não fazia assim antes”, diz Paula Cardoso. “A primeira mudança para mim foi realmente a de como olhar o negócio e como olhar o cliente. Pequenos detalhes que você começa a perceber que se feitos de forma diferente, mudanças muitos simples, podem ter um impacto muito grande na vida do cliente”, completa.
Paula sabe que a transformação digital ocorrerá em primeiro momento de dentro para fora, com (e para) as pessoas que fazem parte da empresa. Depois, envolvendo todo o ecossistema. Sem contar com as pessoas, não há tecnologia, metodologia ou pacote de soluções digitais capaz de levar este processo adiante. Portanto, encontrar formas de engajar a organização ao processo de transformação, de incluir as pessoas através do convencimento, é muito importante, para não correr o risco de “morrer certa, abraçada às suas crenças”, comenta a executiva..
Carolina Sevciuc vai além. Para ela, a transformação digital é, acima de tudo, um processo de saber fazer escolhas. “Saber onde colocar a nossa energia”, diz. “Se cercar das pessoas certas, que tenham repertório e sejam capazes de ter ajudar a encontrar o próprio caminho, uma vez que não existe um manual de inclusão digital, modelo único. “E, acima de tudo, ter muita paciência”, completa a executiva da Nestlé.
Ambas, e outros executivos presentes ao evento da CI&T concordam que a questão mais importante para quem está conduzindo o processo de transformação digital é a resiliência. Abordar a cultura organizacional pode parecer amedrontador, às vezes. Mas também é desafiador. Estamos falando de uma maratona, na qual cruzar bem a linha de chegada é o mais importante.
Em 2017, uma pesquisa da McKinsey já havia apontado os pontos abordados pelos executivos como os 3 principais desafios sobre a cultura na perspectiva digital:
Segundo a consultoria, para avançar nestes aspectos, a empresa não deve se preocupar em criar uma “cultura perfeita”, mas sim uma “cultura de mudança constante”.
E aí é impossível não mencionar outra frase famosa de Peter Trucker: “A questão relevante não é simplesmente o que faremos amanhã, mas sim o que faremos hoje para nos prepararmos para o amanhã”.
@@@@@@
Vale muito ler outros dois artigos que partem da frase de “A cultura come a estratégia no café da manhã” para abordar o processo de transformação digital.
Vamos voltar um pouco para Angola… para ver as semelhanças com Portugal… essa parede de azulejos que se encontra dentro da fortaleza de São Miguel de Luanda… é uma prova da herança que Angola teve de Portugal…algo tão típico e tradicional de Portugal
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O índio Tibicuera nasce um pouco antes de 1500. Franzino e sem grandes expectativas na tribo, ganha a imortalidade de seu pajé e parte dali para presenciar momentos marcantes da história do Brasil.
“As Aventuras de Tibicuera”, obra publicada em 1937 por Érico Veríssimo foi a forma que o autor encontrou para contar sua própria versão da história brasileira. Algumas edições mais antigas traziam na capa o subtítulo “que também são as aventuras do Brasil”.
O autor contempla o grosso da história brasileira. Tibicuera vê os portugueses chegarem ao país (quando ainda nem sonhava em se tornar um país), se torna amigo do imperador, acompanha a luta de Zumbi dos Palmares e até participa da Guerra do Paraguai.
Escrito como livro infanto-juvenil, “Tibicuera” também pode animar os mais velhos. A obra é dividida em pequenos capítulos e o tom leve, bem-humorado, torna a leitura um passe de mágica.
Veríssimo foi um mestre da ficção especulativa, mas talvez ainda seja pouco conhecido por esse seu lado. Em “Viagem à Aurora do Mundo” (1939), os personagens fazem viagens no tempo ao olhar através de um dispositivo que permite observar a evolução da vida na terra.
Em “Incidente em Antares”, de 1971, o autor mergulha no realismo fantástico com uma história na qual uma greve de coveiros faz com que os defuntos não tenham o descanso merecido e fiquem vagando pela cidade.
“Tibicuera” pode não ser uma ficção científica pesada (ou “hard”, no inglês), do tipo que destrincha conceitos de ciência no enredo. Mas traz um bom uso da especulação sobre uma distorção na realidade e usa isso para contar uma boa história, divertida e com uma função social.
Depois de passar por séculos de aventuras, a história de Tibicuera, pelo menos no livro, acaba em 1942, em um apartamento em Copacabana.
Veríssimo teve um predecessor importante. Entre 1872 e 1882, Machado de Assis publicou duas histórias sobre imortalidade que podem ter motivado o escritor gaúcho a escrever “Tibicuera”. Falamos dos contos de Machado neste texto do Sci-Fi.
AS AVENTURAS DE TIBICUERA
AUTOR Érico Veríssimo
EDITORA Companhia das Letras
QUANTO R$ 37,90
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Em 19 de março comemora-se o Dia de São José, um dos santos mais populares da devoção católica no mundo. No Rio de Janeiro o pai de Jesus dá nome a inúmeras construções, entre as quais escolas, fortalezas e, obviamente, capelas e igrejas.
Entre os inúmeros templos dedicados ao santo, escrevemos hoje sobre o principal deles – a Igreja de São José da Avenida Presidente Antonio Carlos, no Centro. Localizada no sopé do extinto Morro do Castelo, ela deu nome, já em princípios do século XVII, a uma das mais importantes artérias da cidade colonial. Acertou quem pensou na Rua de São José, que ligava a igreja de mesmo nome ao Convento de Santo Antonio.
Antes, porém, um pouquinho para o santo…
José de Nazaré é o pai de Jesus na Terra. Embora fosse da família do Rei Davi, desempenhava a atividade artesanal de carpinteiro. É assim, munido das ferramentas de seu ofício, ou carregando ao colo o Menino Jesus, e geralmente barbado, que ele é representado na iconografia cristã.
Um atributo, entretanto, o identifica mais facilmente. Diz a lenda que, no momento em que se escolhia um marido para a Virgem Maria, um ramo de lírio branco teria miraculosamente brotado do cajado de um dos candidatos – José. O lírio branco é, pois, símbolo da pureza e da castidade, e aparece com enorme frequência nas representações de São José.
Passemos, agora, à igreja propriamente dita. Segundo o historiador Augusto Maurício, uma pequena ermida dedicada a São José já se encontrava no local da atual igreja desde o ano de 1608. Com o passar do tempo o pequenino templo, muito danificado, teve de ser demolido. Foi então que a Irmandade de São José resolveu, a partir de 1806, erigir uma nova morada, e a nova igreja demorou de 1808 a 1842 para ser concluída, com risco do Mestre Felix José de Souza (1807) e adaptações de João da Silva Muniz (1816).
Como se vê na foto inicial desta postagem, ela repousa atualmente meio espremida entre um palácio eclético – o Palácio Tiradentes, sede da ALERJ – e um arranha-ceú moderno – o Edifício Estácio de Sá.
O frontão elevado – tipicamente oitocentista – traz no paramento branco dois baixos-relevos. No de baixo, uma cartela em cantaria traz as iniciais JMJ – de Jesus, Maria e José, entre um ramo de lírio, à direita, e uma palma, à esquerda. O de cima, circular, traz uma vez mais as mesmas iniciais, desta vez circundadas por um festão de flores e um resplendor. Entrecruzam-se aqui, formando um X, uma cruz alusiva ao Cristo e o ramo de lírio branco alusivo a São José.
Maurício recorda ainda da fama do poderoso carrilhão, cujos sinos de bronze podiam ser ouvidos a longas distâncias.
A fachada lateral, além de riquíssima arquitetonicamente, guarda um detalhe curioso e digno de nota: repare que as janelas vão se aproximando à medida em que se afastam da fachada principal, num interessante jogo de perspectiva.
Faz muito tempo que eu não escrevia no blog, mas hoje esta foto caiu nas minhas mãos e eu achei que ela valia um retorno.
É difícil precisar a data da imagem, mas ela parece ser do final da década de 1910. Seja de quando for, ela mostra uma coisa importante que São Paulo tinha na época, e não tem mais: um cinema em frente a uma praça.
A praça em questão é a da República, vista aqui da esquina da 7 de Abril. E o cinema é o Cine República, quase na esquina com a Rua do Arouche. Ele funcionou ali por cerca de 60 anos.
Tá certo que, durante esse tempo, houve interrupções. Inaugurado em 1911, o prédio nem sempre funcionou como cinema, intercalando esse uso com vários outros: ringue de patinação, mercado, pavilhão de exposições, repartição pública e até mesmo fábrica da Ford.
Mas, curiosamente, nenhuma dessas outras destinações vingava. Reforma após reforma o lugar teimava em virar cinema de novo, reafirmando sua vocação. Nos anos 50, já defasado, o prédio foi inteiramente demolido para a construção de um novo, que comportasse tela gigante e tecnologia cinemascope. O cinema só se rendeu mesmo à construção da estação República do metrô, nos anos 70.
A foto tem a autoria anotada no verso: Photografo Tondelli. E embora o lugar tenha se modificado muito, nem tudo que se vê nela teve a mesma sorte do cinema. As palmeiras ainda estão lá, hoje escondidas pela vegetação que se adensou.
Olá, amigos! Recentemente escrevi sobre a presença de ornamentação egípcia na cidade. Um dos prédios ali retratados era o de número 116 da Rua do Ouvidor, “canto da Rua dos Ourives”, como se dizia na época, e que hoje nada mais quer dizer do que “esquina da Rua Miguel Couto”, já que a parte que sobrou da Rua dos Ourives após a abertura da Avenida Central recebe hoje o nome do famoso médico brasileiro.[1]
O edifício atual – lotado de informação decorativa na fachada – sempre muito me intrigou, até porque acerca dele consta pouquíssima informação bibliográfica. Ele não está, por exemplo, nem no Guia da Arquitetura Eclética no Rio de Janeiro, da Prefeitura, nem no ótimo e recentíssimo Guia da Arquitetura do Rio de Janeiro, da Editora Bazar do Tempo.
Esta, portanto, não será uma postagem curta nem fácil, já que há muito o que explicar sobre o prédio e suas atividades desde que foi construído, provavelmente ainda em finais do século XIX.
Para corroborar a informação acima, transcrevo aqui a nota do dia 9 de julho de 2011, publicada pelo jornalista Ancelmo Gois em sua coluna do jornal O Globo: “Um belo prédio, no número 116 da Rua do Ouvidor, está de volta à paisagem do Centro do Rio depois de cinco anos fechado. Construído no século XIX, é um dos poucos sobreviventes do período anterior à reforma do prefeito Pereira Passos, que mudou a cara da região central da cidade, com a abertura da Avenida Rio Branco. No prédio restaurado pela empresa DRVS funcionava a loja Ao Rei dos Mágicos, onde foi produzido, em 1877, o primeiro telefone do Brasil.”[2] [3]
As únicas informações concretas que encontrei sobre a construção no Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro dão conta de um processo iniciado já no ano de 1912, quando ali funcionava a Joalheria Luiz de Rezende, o mais antigo joalheiro do Brasil. Rezende, nascido em Portugal em 1839 e chegado ao Rio de Janeiro com apenas 13 anos, com seu negócio formou uma das maiores fortunas de seu tempo.
No processo, Luiz de Rezende “vem pedir-vos licença para de accordo com os projectos juntos modificar a fachada do prédio número 116 da Rua Moreira Cezar”.[4] No dia 4 de janeiro de 1913, porém, o processo era arquivado porque “nada fizeram”, segundo informava apenas dois dias antes o funcionário H. Goes.
É preciso voltar um pouquinho no tempo, para ver se explicamos essa estória direito. Não prometo conseguir…
Segundo o Relatório da Comissão Construtora da Avenida Central, publicado n´O Album da Avenida Central, reeditado pela João Fortes Engenharia, à página 209, o proprietário dos números 66 e 67 da Rua dos Ourives era Luiz de Rezende, que teria recebido em permuta um terreno na novíssima Avenida Central. Estes números 66 e 67 da Rua dos Ourives são visíveis na planta-projeto da nova avenida, contida na mesma publicação, como vemos abaixo.
O que causa estranhamento é que, ainda de acordo com a figura acima, o número 67 da rua dos Ourives faz esquina com a rua do Ouvidor, e este prédio, ainda segundo a mesma figura, não estava incluído no traçado das construções a serem derrubadas para a passagem da nova avenida. Ora, este prédio, a meu ver, é o prédio que ora estudamos – o de número 116 da rua do Ouvidor! Teria havido uma mudança de numeração e logradouro em algum momento após a construção da avenida, de Ourives 67 para Ouvidor 116? Digam-me – e me ajudem! – vocês.
Um parêntese nessa novela. No terreno recebido em permuta, na nova avenida, Rezende mandou construir, nos números 106 e 108, um belíssimo prédio eclético de quatro pavimentos, projetado pelo arquiteto Alfredo Bandeira e construído por Paulo Schroeder, visto na foto abaixo, de Marc Ferrez.[5] [6]
Mas voltemos ao nosso prédio, já que um só já basta para complicar, e esqueçamos também, por um momento, toda essa problemática enfadonha de endereços…
Segundo preciosa informação do amigo Sergio Coelho, sobrinho-tetraneto do joalheiro Luiz de Rezende, o projeto de reforma da fachada do prédio, do arquiteto francês Charles Adda (1873-1938), é de 1911, e os trabalhos em serralheria e escultura foram executados pelo também francês Clément Desvernine. Ainda segundo Coelho, sendo o proprietário membro efetivo e atuante da Ordem Rosa-Cruz, originária do Egito, teria mandado ornamentar a loja com símbolos da vida e da mitologia egípcias.
No gradil encontram-se fundidas diversas materializações atribuídas ao deus solar egípcio Rá: corpo de escaravelho, asas do falcão e serpente. Na sacada estão ainda as esculturas em ferro fundido de duas deidades da mitologia egípcia, uma masculina e outra feminina.
Entre o terceiro e o quarto pavimentos o prédio apresenta uma faixa de baixos-relevos que percorre toda a extensão da construção. Estes ornamentos guardam pouca ou nenhuma relação com os motivos egípcios acima descritos, mas eram muito empregados na arquitetura de então, herança dos palácios renascentistas franceses. São elmos, espadas, flechas, lanças, um aríete com cabeça de carneiro, uma tocha e um feixe de varas entrecruzados, tudo emoldurado entre festões (abaixo).
O coroamento estava arrematado por um lanternim vazado, hoje desaparecido, no qual quatro esfinges aladas faziam as vezes de cariátides, como mostra a imagem abaixo, publicada em 1922 na Revista O Malho.
Uma última notícia: a joalheria teria sido vítima, em 1937, do primeiro roubo espetacular do país, jamais solucionado e conhecido como o “Buraco do Rezende” – um evento que vale, por si só, nova pesquisa…
Até a próxima!
[1] Segundo Cruvello Cavalcanti em sua “Nova Numeração dos Prédios da Cidade do Rio de Janeiro”, de 1878, o antigo número 118 da Rua do Ouvidor virou o novo número 116. Era um sobrado e estava em nome de Adelaide Pires de Oliveira e outro.
[2] O jornalista deve ter retirado a informação do consagrado livro “História das Ruas do Rio”, de Brasil Gerson, que ali informa que o proprietário, Antonio Ribeiro Chaves, possuía no número 116 a tal loja “Ao Rei dos Mágicos”.
[3] Na edição 1041 do jornal O Programa-Avisador, de 1887, a loja Ao Rei dos Mágicos anunciava “bichas elétricas de efeito cômico” e “fogos especiais estrangeiros sem cheiro nem fumaça” e já informava seu endereço como Rua do Ouvidor, 116.
[4] Lembremo-nos de que, após a Proclamação da República, uma enxurrada de troca de nomes de ruas tomou conta da cidade, e mesmo a consagrada Rua do Ouvidor foi destituída, por força de um decreto de 1897, vindo homenagear um “herói” da Guerra de Canudos, o Coronel Moreira César. Em 1917 – segundo nos informa o arquiteto e historiador Nireu Cavalcanti -, outro decreto devolveu-lhe o nome que recebera já em meados do século XVIII.
[5] Os nomes dos profissionais responsáveis pelo projeto constam d´O Album da Avenida Central, publicado por volta de 1907 pelo fotógrafo Marc Ferrez (1843-1923). No térreo deste prédio funcionou, como consta de fotografia dessa mesma publicação, a famosa Confeitaria Castellões.
[6] Atualmente o espaço está ocupado pelo Edifício Martinelli, cujo endereço é Avenida Rio Branco, 108.
The weather's good for skiing today in Serfaus, Austria. Snow conditions are listed as "powdery," with depths of 170 cm at the summit and 30 cm at the base. All 68 ski lifts and all 198 slopes in the wider Serfaus-Fiss-Ladis area are open.
Wedged on a plateau 4,680 feet (1,427 m) above the Inn valley in between the peaks of the Furgler, Schönjoch and Pfroslkopf mountains, the tiny Tyrolean village of Serfaus, with just over 1,000 permanent residents, is a postcard-perfect example of alpine charm.
Just last month, Serfaus-Fiss-Ladis was elected the world's second-best ski area (1). But there's another reason to visit Serfaus. A few feet underneath the cow sheds on its traffic-free Main Street runs the world's shortest (and highest) metro system, the Dorfbahn.
Indeed, at the bottom of the village, among the pristine peaks and meadows, an incongruous logo sticks out: a white U in a blue square, marking the entrance to an U-Bahn (underground metro). That sight is otherwise only encountered in Berlin, Vienna and other large German-speaking cities.
This is Parkplatz ('Parking Lot') the first of four stops on the Dorfbahn ("Village Metro"). Just a third of a mile (500 metres) down the road is station Kirche ('Church'), and then one more stop at Zentrum ("Town Centre") gets you to Seilbahn ("Cable Car"), the end of the line. From here, skiers have access to the more than 125 miles (200 km) of ski slopes in the area accessible from Serfaus and the neighbouring villages of Ladis and Fiss.
Total length of the Serfaus Metro: no more than 0.8 miles (1,280 m). The Dorfbahn is served by a three-carriage hovertrain. Following the completion of renovations later this year, travel time along the single-line track will be reduced from 11 to 9 minutes and hourly capacity will increase from 1,600 to 3,000 passengers.
So how exactly did a metro get stuck under such a tiny alpine village?
Serfaus started gaining renown as an alpine resort in the 1930s, but mass tourism only took off from the 1950s. By the 1970s, the town's main street was so swamped each winter with traffic heading up to the cable cars that the council took radical action.
Because Serfaus essentially is a dead-end street, the town council decided to ban cars to a parking lot at the bottom of the village. From there, buses took them to the cable car at the other end of town. Which worked fine for a while. But as Serfaus continued to attract more tourists each year, those buses started clogging up the town too. In 1983, the town council decided on a better solution: taking all that traffic underground, restoring peace, quiet and fresh air to the town above.
In 1985, the town's main drag, the Dorfbahnstrasse was dug up for the construction of a tunnel 10.6 feet (3.24 m) wide and 11.5 feet (3.52 m) high. Total elevation difference is 66 feet (20.1 m), with a maximum gradient of 5.35 percent. The Dorfbahn started operation at the end of the same year — free of charge (as it still is). Except for access to hotels, cars are buses are now banned from the town centre.
The Serfaus metro is served by a single hovertrain, also variously known as an aerotrain, tracked hovercraft or air-cushion vehicle. The cable-drawn vehicle uses lift pads instead of steel wheels in order to eliminate rolling resistance and enable high performance. Since it only needs a paved surface instead of actual track, the system is relatively cheap and easy to install and maintain.
Hovertrains are not in commercial use anywhere, but they do operate at some airports (e.g. Skymetro in Zürich, the Minneapolis–St. Paul Airport Trams, Cincinnati Airport People Mover) and for other internal transport at other institutions (e.g. Getty Center Tram in L.A., the Hospital Tram System in Huntsville, Alabama).
In 2017, after 32 years and almost 30 million passengers, a three-stage, $28-million renovation programme was initiated at the Parkplatz and Seilbahn station.
Last year, station Zentrum was substantially enlarged and station Kirche was moved 80 metres to the east. It now has three levels, with access via escalators and elevators. Barriers have been removed, making it easier for all passengers to hop on and off. Newly-designed aerodynamic carriages in silver and red (pictured) will go into service in the spring of this year. The new trains will be remotely controlled, eliminating the need for drivers.
The line will not be extended, however, and no new branch lines are expected any time soon: the Dorfbahn in Serfaus is therefore likely to remain the world's shortest metro for some time to come.
Map found here at Fascinating Maps.
Strange Maps #964
Got a strange map? Let me know at strangemaps@gmail.com.
(1) By the German winter sports portal Skigebiete-Test, from a total of 250 areas. Zerfaus-Fiss-Ladis scored 89 out of 100, the same as Zermatt (#1, Switzerland), Ski Arlberg (#3, Austria) and Whistler Blackcomb (#4, Canada). Ultimate ranking was based on user feedback.
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Quero fazer um apelo a você que é especializado em áreas relacionadas a ciência, meio ambiente, desenvolvimento sustentável. Venha pra internet, abra um canal no Youtube, crie uma conta no twitter. Ocupe espaços. Há muita carência de informação.— Nil Moretto (@nilmoretto) 26 de janeiro de 2019
Os conspiracionistas, os mentirosos, os que inventam narrativa pra acomodar ideologia agem com muita velocidade pq o trabalho deles é simples, não precisam respaldar seus argumentos. Desmentir e confrontar essa galera é um trabalho hercúleo, principalmente se não somos da área.— Nil Moretto (@nilmoretto) 26 de janeiro de 2019
Se você tem bagagem, experiência, tem às mãos sua pesquisa, venha e torne público! Um vídeo que alcance mil pessoas já alcançará muito mais que a média de um artigo científico. Eu sei que pesa uma suspeita sobre a internet, mas a credibilidade de uma plataforma se constrói.— Nil Moretto (@nilmoretto) 26 de janeiro de 2019
A proposta foi bastante disseminada: mais de 4.000 retweets e 20 mil curtidas até o momento; e bastante comentada, quase 390 respostas diretas, mais RTs comentados e menções indiretas.Esse é um apelo mesmo. Tem gente cultuando a estupidez. A educação e a ciência precisam ser valorizados. Precisamos de braços, de gente comprometida com a dialética e não com as narrativas. Terei o prazer em conhecer seu trabalho e apoia-lo e tenho certeza de que não serei só eu.— Nil Moretto (@nilmoretto) 26 de janeiro de 2019
E eis que este ano o Alfarrábio completa a maioridade: 18 anos. É o meu baú particular, com um pouco de tudo, de peito aberto a quem interessar. Volta agora às atividades com um novo layout, mais uma vez de autoria da Rossana, que faz parte dessa história: ela sempre esteve presente e participou de vários momentos aqui no Alfa, e é a responsável por, além do visual, uma série de novas funcionalidades, que ainda tô descobrindo. Pra dar um gostinho retrô, dos primórdios da blogosfera brazuca, tem até *livro de visitas*:
Pra essa reestreia, conto com a valiosa contribuição do caro copoanheiro Rai, direto lá da região da Serra da Canastra, nesse momento de choque diante de mais um crime ambiental e humano:
os morros de minas gerais
escalam azuis abissais
antes que tardios
libertam bençãos
aos mortos
estão em pazos vales de minas gerais
velam pelos vivos
enlameados
na dor atroz
choram os
deuses
por todos nósas lágrimas de minas gerais
inundam o mundo
lavram a ferro
a fundoos mortos de minas gerais
sepultos estão
na lama
no coração
Fica aqui meu abraço fraterno e solidário às vítimas de Brumadinho, de Mariana. Aliás, o Michaelis explica, pelo menos em parte, a tragédia:
bru·ma·doadjVbrumoso, acepção 1.sm1 REG (SP) Mato cerrado e baixo, com espinhos e cipós.2 Terreno aurífero cujo produto não cobre as despesas de exploração.
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