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21 Aug 19:16

Reforçando, mais uma vez, só pra garantir.

by Gabriele Talaia

Esse texto diz com muito garbo e elegância muita clareza o porquê eu fico (perdão pela palavra) emputecida toda vez que me usam como exemplo de vida e superação simplesmente por eu levantar da cama todos os dias e levar minha bunda gorda pra cima e pra baixo na numa cadeira de rodas. Eu já falei abertamente disso aqui, e acabo entrando no assunto em tanto outros.

Por isso, agora vou postar esse texto, pra zerar o role. A tradução é livre, feita por mim mesmo. Quem quiser, pode ler o origina, clicando aqui.

“Eu não conheço Scott Hamilton pessoalmente, mas ele está realmente começando a queimar os meus bolinhos.

Você deve ter ouvido falar sobre ele, tenho certeza. Ele foi o único a dizer “A única deficiência na vida é uma má atitude.” Você sabe, essa citação está estampada em todas as imagens de pessoas com deficiência fazendo coisas completamente normais, e compartilhado por todas as redes sociais.

Hamilton é um patinador que teve câncer mais de uma vez e sobreviveu depois de muito tratamento. Bom para ele. Apesar disso qualifica-lo para fazer essa arrebatadora e ousada declaração sobre deficiência, eu não entendo. Eu vou chegar a isto em um momento. Primeiro, eu quero abordar as imagens que seu slogan tantas vezes acompanha.

 Imagem

Essas imagens constituem o que é chamado pornografia da inspiração.

Pornografia da inspiração é uma imagem de uma pessoa com deficiência, muitas vezes uma criança, fazendo algo completamente comum – como jogar, falar, correr, desenhar ou bater numa bola de tênis – acompanhado de uma legenda como “Sua desculpa é inválida” ou “Antes de desistir, tente”. Cada vez mais, eles apresentam a citação de Hamilton.

Há essa única imagem aqui. É sobre uma pequena garotinha correndo em um par de pernas protéticas, juntamente de Oscar Pistorius, também usando próteses semelhantes. Estas pernas, só para registro, custam mais de US $ 20.000 e estão completamente fora de alcance da maioria das pessoas com deficiência. A citação de Hamilton está estampada por toda a foto.

E há um outro menino correndo num modelo semelhante de pernas, com o subtítulo “Suas desculpas são invalidas”. Sim, você pode parar um momento para refletir o uso da palavra “invalida” no contexto de deficiência. Ok.

Depois, há outro com uma menina sem as mãos fazendo um desenho segurando o lápis com a boca e uma legenda escrito “Antes de desistir, tente”.

Eu iria, mas eu poderia eliminar todo o conteúdo do meu estomago.

Deixe-me ser claro sobre a intenção da pornografia da inspiração: ele está lá para que as pessoas sem deficiência possam colocar suas preocupações em perspectiva.  Então eles poderão pensar “Oh, bem, se aquela criança que não possui nenhuma das pernas pode sorri enquanto está tendo um ótimo momento, eu nunca, JAMAIS deverei me sentir mal pela minha vida”. Isto lá para que as pessoas sem deficiência possam olhar para nós e pensar “Bem, isso poderia ser pior… Eu poderia ser essa pessoa.”

Desta forma, estas imagens são modificadas excepcionalmente para objetivar aqueles de nós que eles dizem representar. Não é coincidência que essas genuinamente adoráveis crianças com deficiência nunca são nomeadas: não importa o que seus nomes são, elas somente são objetos de inspiração.

Mas usar essas imagens de como se sentir bem, essa “inspiração”, é baseado no pressuposto que as pessoas nelas contidas tem vidas horríveis e que é preciso um jeito extra de arranque ou coragem para vive-las.

Para muitos de nos, isso não é verdade.

Quando eu tinha 15 anos,  um membro da minha comunidade local abordou meus pais e disse que ela queria me indicar para algum tipo de premio da comunidade. Meus pais disseram “Obrigado, mas há realmente um problema gritante com isso… Ela realmente não tem conseguido nada fora do comum.”

Eles estavam certos. Eu ia para a escola, eu tive boas notas, eu tive uma chave muito baixa de trabalhos depois da escola, e passava grande parte do meu tempo assistindo Buffy – A Caça Vampiros e Dawson Creek. Eu não estava alimentando bebês coalas órfãos infectados com clamídia, antes da escola, ou criando uma cozinha de sopão na rua principal, ou lendo as noticias para idosos no hospital local. Eu estava fazendo exatamente as mesmas coisas que meus amigos não deficientes. Quando meus pais explicaram isso para o bem intencionado nomeador, ele disse “Sim, mas ela é apenas uma inspiração.”

E ai está a dificuldade. Todos os dias da minha vida eu faço as mesmas coisas que todas as não inspiradoras pessoas fazem, e ainda sim sou constantemente parabenizada por estranhos por simplesmente existir. Isso aconteceu duas vezes na semana passada.

Eu estava em um trem com meus fones de ouvido enfiados nos meus ouvidos, ignorando completamente meus colegas passageiros (como é minha vontade no começo de uma manhã) durante a leitura de coisas inúteis no Twitter. Antes de sair na sua parada, uma mulher deu um tapinha no meu braço e disse “Você é uma inspiração para mim”.

Eu deveria dizer “você também”?  Porque nos estávamos fazendo exatamente a mesma coisa: pegando um transporte publico para seus respectivos locais de trabalho. Eu só estava fazendo isso sentada.  Deveria apontar que isso, na maioria das vezes, requer menos esforço e não mais?

Essa é a coisa sobre essas crianças da pornografia de inspiração também – eles não estão fazendo nada que seus colegas também não fazem. Todos nos aprendemos a utilizar os corpos com  que nascemos, ou aprendemos a usa-los num estado ajustado, sendo nossos corpos considerados deficientes ou não. Então, aquela imagem com uma criança pintando um desenho com um lápis em sua boca, invés de utilizar as mãos? Aquela é apenas a melhor maneira para ela, em seu corpo, fazer isso. Para ela, isso é normal.

Eu não posso ajudar, mas pergunto se a fonte desta estranha suposição de que viver nossas vidas leva um particular grupo de pessoas  a ter coragem, é a nova mídia, uma poderosa ferramenta em moldar a maneira como pensamos em deficiência. A maioria dos jornalistas parecem totalmente incapazes de escrever ou falar de uma pessoa com deficiência sem o uso de frases como “a superação da deficiência”, “corajoso”, “sofre”, “desafiando as probabilidades”, “cadeira de rodas”, ou, o meu favorito” inspiradora “.

Se nós mesmos começamos a questionar a maneira como somos rotulados, nós somos levados imediatamente para o extremo oposto da escala, e nos tornamos “ingratos” e “amargos”. Deixamos de ser o que as pessoas esperam.

O que nos leva de volta a Scott Hamilton e seu mantra. A afirmação “A única deficiência na vida é uma má atitude” coloca a responsabilidade da nossa opressão diretamente aos pés, protéticos ou não, das pessoas deficientes. É a acusação da vitima. Isso diz que temos completo controle da forma como a deficiência afeta nossas vidas. Para isso, eu tenho uma coisa a dizer. Seja recheado.

De longe, a coisa mais impactante na minha vida é o ambiente físico. Isso dita o que eu posso e não posso fazer todos os dias. Mas se Hamilton é para ser acreditado, eu deveria apenas ser capaz de sorrir para uma entrada inacessível de um prédio por tempo suficiente e ele magicamente se tornará uma rampa. Eu posso fazer banheiros acessíveis aparecerem onde não existiam antes, simplesmente irradiando uma atitude positiva. Eu posso simplesmente transformar essa carranca de cabeça para baixo em face de um lance de escadas sem elevador à vista. Problema resolvido, certo?

Eu sou naturalmente otimista, mas nenhum desses exemplos jamais funcionou para mim.

Pornografia da inspiração envergonha pessoas com deficiência. Isso diz que se nós falhamos em ser felizes, sorrir e viver nossas vidas e a vida que fazem as pessoas ao nosso redor se sentirem bem, é porque não estamos tentando o bastante. Nossa atitude não é positiva o bastante. É nossa culpa. Sem mencionar o que isso significa para as pessoas as quais a deficiência não é visível, como as pessoas com doenças crônicas ou mentais, que muitas vezes lutam contra a suposição de que é uma questão de atitude. E nós não estamos autorizados a ficar com raiva e chateados, porque então nós seriamos “más” pessoas com deficiência. Nós não estaríamos fazendo o nosso real melhor para “superar” nossas deficiências.

Eu acho que não importa o que a pornografia da inspiração nos diz sobre as pessoas com deficiência. Na verdade não é sobre nós. Deficiência é complexa. Você não pode resumir isso numa imagem bonita com uma frase comovente.

Então da próxima vez que você for tentado a compartilhar essa foto de uma criança adorável com deficiência para fazer seus amigos do Facebook se sentirem bem, basta parar um segundo para considerar porque você realmente está clicando nesse botão.

Stella Young é editora do ABC Ramp Up.”

Alias, clicando no nome da Stella, logo aqui em cima, você tem acesso ao perfil dela no site da ABC e todos os textos dela, que é um melhor do que outro. Vale o clique, tá?


05 Jun 13:22

Bear Species Of The World, In Order Of Quality

by Dan Nosowitz

The definitive list of bears, from worst to best. Only one can be the world's best bear.

Click to launch the gallery.
    


06 May 12:19

AMORES DE BEETHOVEN (2)

by Mauro A.
Stanley

nunca morrerá

sabine1 sabine2 sabine3 sabine4 sabine5

22 Apr 17:47

Eduardo Galeano Futebol

by Seu Felipe

Quando o Mundial começou, pendurei na porta da minha casa um cartaz que dizia: Fechado devido ao futebol.

Quando o retirei, um mês depois, eu já havia jogado sessenta e quatro jogos, de cerveja na mão, sem me mover da minha poltrona favorita.

Essa proeza me deixou moído, com os músculos doloridos e a garganta arrebentada; mas já estou com sentindo saudades. Já começo a sentir falta da insuportável ladainha das vuvuzelas, da emoção dos gols não recomendados para cardíacos, da beleza das melhores jogadas repetidas em câmera lenta. E também da festa e do luto, porque às vezes o futebol é uma alegria que dói, e a música que comemora alguma vitória dessas que fazem os mortos dançar soa muito parecido ao clamoroso silêncio do estádio vazio, onde algum vencido, sozinho, incapaz de se mover, espera sentado em meio às imensas arquibancadas sem ninguém.

O final de Futebol ao sol e à sombra, de Eduardo Galeano (leiam).


13 Apr 18:27

What You Need To Know About The New Bird Flu

by Francie Diep

The H7N9 avian flu virus outbreak in China has already killed 11 people. Here's what's up with it.

There have been some new developments in China's struggle with bird flu over the past two days, including another confirmed death and a scientific report from Chinese researchers about the first three victims to die. Here's what else you'll want to know:

What is it? The disease is a bird flu (a virus that originated from one adapted to attack birds) of particular type, called H7N9. This is the first time an H7N9 virus has been found to infect people.

How many has it affected? H7N9 has infected 43 people in China, but hasn't spread outside of China. Eleven people have died, the World Health Organization announced today.

How does it work? The virus appears to be passed among birds and from birds to people, but doesn't seem to spread easily from person to person, a trait necessary for a pandemic. However, the U.S. Centers for Disease Control and Prevention say some human-to-human spread "would not be surprising." International and Chinese officials are monitoring more than a thousand people who have come into contact with infected people, CNN reported.

What are the effects? A new report from Chinese scientists, focusing on the first three people to get sick, described a pretty severe disease. The three patients, who all died, developed severe pneumonia and fluid buildup in the lungs. Two experienced damage to the brain and one unfortunate patient, a 35-year-old woman, also underwent septic shock and kidney failure. All three received patients relatively late treatment, when they were already critically ill.

In an opinion piece accompanying the Chinese report, Centers for Disease Control and Prevention scientists wrote that genetic features in the current H7N9 virus suggest that it wouldn't cause severe symptoms in birds, so it may spread in a flock without anyone noticing. The virus also has features that suggest it may be well adapted to infecting mammals. And because H7N9 has never infected people before, humans are unlikely to have immunity.

Chinese scientists have posted the genome sequence of the virus, so it's freely available to scientists all over the world. They also sent a sample to the U.S. Centers for Disease Control and Prevention yesterday, the New York Times reported.

    


13 Apr 18:27

New Species Of Brazilian Porcupine Found, Has Very Cool Rubbery Nose

by Dan Nosowitz

Hi friend! Your Linnaean name means "hope." Hope you don't go extinct too soon after we found you!

Brazilian porcupines are recognizable as porcupines to us North Americans due to their quills, but they don't look much like our more familiar North American porcupine otherwise. Their quills are neat and small like a hedgehog's, they have these goofy protruding fleshy noses, and it's a superior climber, with a prehensile tail. And now there's a new species of it!

Coendou speratus, named after the local name for it, was just discovered in a forest along Brazil's Atlantic coast. It hasn't been discovered until now for a few reasons; first, it's pretty rare, with an estimated four per square kilometer distribution in a small corner of one ill-explored Brazilian state. It also looks fairly similar to other Brazilian porcupines, although it's smaller and tends to live in the mid-level of the forest rather than the canopy.

It's assumed that the porcupine is endangered. We can't really be sure, but the chief problem is that this area retains only about 2 percent of its original forest, due to logging and clear-cutting. With that small of a habitat left, it's likely that Coendou speratus has already suffered some negative effects from inbreeding, though figuring that out can be tricky.

[via New Zealand Herald]

    


09 Apr 15:56

Guillermo Rigondeaux: 'I hope the situation changes in Cuba'

by Bad Left Hook
Stanley

Rigoundeaux era, até 2009, o maior boxeador do momento no boxe olímpico cubano, com duas medalhas de ouro (2000 e 2004) no peso-galo. Em 2009 fugiu para Miami (houve uma tentativa frustrada, em 2007, no Brasil), deixando família, para tentar carreira no boxe profissional.

Guillermo Rigondeaux talks about the difficult decision to leave his family behind in Cuba for a pro boxing career.

09 Apr 15:49

Men-are-People and Women-are-Women: The Obituary Edition

by Lisa Wade, PhD

“You just have to be cheerful about it and not get upset when you get insulted,” said rocket scientist Yvonne Brill.

She must be chuckling in heaven, because her obituary at the New York Times made the common mistake of making her femaleness and femininity a central part of their retrospective.  After objections, NYT corrected the obit.  Here are the tracked changes, courtesy of NewsDiffs:

1

At Feministe, Caperton offers a nice discussion of this phenomenon and draws our attention to the Finkbeiner Test, named after journalist Ann Finkbeiner.  Inspired by the Bechdel Test for movies, the Finkbeiner Test is used to judge whether stories about women focus excessively on the fact that they are women.  To pass the test, the story cannot mention:

  • The fact that she’s a woman
  • Her husband’s job
  • Her child care arrangements
  • How she nurtures her underlings
  • How she was taken aback by the competitiveness in her field
  • How she’s such a role model for other women
  • How she’s the “first woman to…”

Awesome.

We’ve documented lots of instances of the men-are-people and women-are-women phenomenon.  It’s no wonder it shows up in obituaries too.  I’m glad that we’re becoming sensitive enough to the issue to notice it and that institutions like the NYT are responsive enough to change the most egregious examples of it.  Next step: prevention.

Lisa Wade is a professor of sociology at Occidental College. You can follow her on Twitter and Facebook.

(View original at http://thesocietypages.org/socimages)

30 Mar 18:32

Ativismo Pornô

by marimessias

Esperei anos para poder dizer isso, lá vai: pornografia ta em alta.

Atores-galãs como Matthew McConaughey e James Franco estrelam homenagens ao gênero, enquanto do lado de lá atrizes/atores como Stoya, Sasha Grey e James Deen se tornam tão mainstream que até teus pais conhecem (e curtem).

Uma galera tem se perguntado o que gerou essa mudança e a primeira conclusão é que foram os próprios profissionais da área, que mudaram muito. Sasha Grey, que sempre teve um discurso mega feminista, por exemplo, dizia que seu sonho era fazer pornô. Entrou pra carreira assim que a lei permitiu, aos 18 anos, e aos 21 se aposentou. Lançou livros, fez filmes e tem uma banda. E aqui tu pode ler um texto da Stoya falando sobre heteronormatividade e monogamia.

Coroando tudo isso, no final do ano passado um estudo desmitificou a ideia de que o universo pornô só tem maluco.  A teoria que as atrizes seriam um grupo com problemas psicológicos, abuso de drogas ou com histórico de abuso sexual é pura balela. Na verdade, não só elas não sofrem mais abusos que os atores homens como, comparado com o resto do mundo, elas também tem auto-estima mais alta, são mais otimistas, tem uma rede de amizade e apoio maior, uma espiritualidade mais desenvolvida e gostam mais de sexo.

E pra quem ainda insiste naquele papo vintage de que pornografia nunca é bom para as mulheres (ignorando que esse é um dos únicos mercados onde elas ganham mais que eles), eu apresento o Feminist Porn Awards. A premiação valoriza produções que mostrem prazer feminino real, que rompam com os estereótipos bizarros da indústria pornô e que tenham mulheres em outras funções, além da atuação.

Provando que essa galera sabe o que quer não tem vergonha de assumir, uma nova geração de atores, atrizes e casais do universo pornográfico quer ajudar a salvar o mundo. Fazendo sexo, claro.

Um bom exemplo disso são os noruegueses do Fuck for Forest. O FFF é uma ONG ambientalista que recolhe fundos para salvar as florestas fazendo filmes pornográficos e shows de sexo explícito.

Eles realmente acreditam que sexo pode salvar o mundo e deixam bem claro, no site, que menores de idade e pessoas que se ofendem com demonstração de amor ou exposição de verdades não são bem vindas.

O trailer aí de cima é de um documentário, dirigido pelo  Michal Marczak, que acompanha os grupo em manifestações e ações em florestas e que acabou de ser lançado no SXSW desse ano.

Outra coisa que foi lançada no SXSW desse ano foi o PSIgasm, sobre o qual já falamos aqui. PSIgasm é um projeto/gadget/sextoy criado por um casal do queerporn. Com ele, os dois pretendem entender melhor as reações fisiológicas do corpo ao sexo e, disseminando informações, diminuir os tabus e aumentar o prazer (especialmente o feminino, já que cerca de 70% das mulheres afirma não ter orgasmos!).

Aliás, queerporn pode ser considerado um tipo de ativismo per se. Diferente da pornografia que a maioria de nós conhece, que é direcionada para uma preferência sexual (seja hetero ou gay), o queerporn mistura pessoas com diversas identidades de gênero (desde transgêneros até cisgêneros, que são aqueles cujo gênero concorda com o seu sexo). E o que isso faz? Esse tipo de porn é conhecido por ser mais ousado e romper com tudo: barreira de gênero, padrão de beleza, enfim. Aqui tem um texto bem massa sobre o tema, pra quem se interessou.

Pra terminar não podia deixar de citar o Zak Sabbath (1/2 de um dos mais doces casais do porn). Antes mesmos de entrar para o universo pornográfico, Zak já tinha uma carreira bastante conhecida como artista (ele já expôs no MoMA e no Whitney Museum e ja ilustrou Pynchon), onde atende por Zak Smith. E, segundo algumas fontes, essa é a carreira que o sustenta até os dias de hoje, já que grande parte do dinheiro que ele faz com porn é doado para ONGS como a Food Not Bombs.

Além disso, Zak foi um dos precursores dessa vibe de desmitificação dos astros pornô. Por exemplo, o desenho aí de cima é a Mandy Morbid, sua namorada, e faz parte do livro We Did Porn, onde ele reuniu seus retratos de atrizes pornô. Em 2010 ele também dirigiu o programa I Hit It With My Axe, onde uma galera (tipo de Kimberly Kane, Sasha Grey, Justine Joli) jogava D&D. Sim, isso mesmo.

Então era isso, né. E não esqueça: faça sexo, não faça guerra.

 

30 Mar 18:16

What’s The Deal With Seinfunk?![via]



What’s The Deal With Seinfunk?!
[via]

20 Mar 19:33

Willy Wonka

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20 Mar 19:30

Spring Clean

by nedroid

Spring Clean

20 Mar 19:29

Real Fireman.

20 Mar 19:26

O Rasputin del Gol e o Drogba de Melipilla

by ImpedCorp

Maxim Molokoedov: o russo preso no Chile que virou ídolo do Santiago Morning
De certa forma, é como se chegar ao Chile fosse sempre difícil. Dizem que, para os índios aimarás, chilli significa “local onde se acaba a terra” – e olhando a geografia se entende. Pense que, antes dos aviões e dos grandes navios, antes dos automóveis e dos trens, pisar no solo do estreito país exigia superar enormes barreiras naturais. Ou escalar os Andes a Leste, ou cruzar a vastidão do Pacífico a Oeste, ou aguentar as securas do Atacama ao Norte, ou sobreviver ao gelo da Patagônia ao Sul. Não era fácil, mas o tempo deu um jeito – e hoje as divisões inferiores do Campeonato Chileno são povoadas por estrangeiros das mais exóticas procedências.

Não parece haver razão concreta para a invasão que só encontra precedente na chegada dos COLONIZADORES espanhóis (ns). A explicação mais provável tem a ver com a estabilidade econômica dos transandinos, mas não é só isso: o dinheiro não enche os cofres de lá em proporções fora da média sul-americana. O caso chileno é, mais provavelmente, uma soma de coincidências que faz com que sua segunda e terceira divisões tenham hoje jogadores vindos de lugares tão diversos quanto Espanha, França, Rússia, Costa do Marfim ou MAURITÂNIA.

O mais famoso deles é o russo Maxim Molokoedov, que se tornou mais conhecido pela história que pela origem. Preso no aeroporto de Santiago com drogas na bagagem em 2010, ele foi descoberto no futebol da cadeia e teve um contrato oferecido pelo Santiago Morning. Ganhava o direito de sair em condicional nos dias de treino e jogo, sob vigilância de agentes policiais. Chegou até a marcar gols nos amistosos disputados em 2012. Em fevereiro, a pena de três anos e um dia do russo chegou ao final, ele recuperou a liberdade e decidiu ficar no país, agora como exemplo de REINSERÇÃO SOCIAL.

Na Primera B, a segundona chilena, o RASPUTIN del gol só entrou em duas das cinco partidas disputadas em 2013. Ainda não balançou as redes, mas já teve a oportunidade de fazer o duelo mais aleatório do continente: no último dia 10, o Estádio Municipal Santiago Bueras (que no Brasil seria chamado de BUEIRÃO) viu o duelo entre o Morning do russo Molokoedov e o San Luis do mauritano Doudou Touré. Os dois entraram no segundo tempo.

Doudou Touré no San Luis de Quillota.Touré é peregrino da VIDA. Nascido em 1991 na fronteira da Mauritânia com o Senegal, emigrou com a família aos dois anos para a Gâmbia. Aos doze, partiram para os Estados Unidos, onde começou a praticar soccer. Depois, Touré tratou de fechar a trinca norte-americana: iniciou a carreira profissional no México e mais tarde defendeu o Vancouver Whitecaps, do Canadá, onde estava antes de descer para o Chile. Comparado a Balotelli, o africano estreou no dia 2 de março, contra o Coquimbo Unido dos brasileiros Vanderson Gomes (ex-segundona carioca) e WEIMAR (ex-Cianorte).

O San Luis ainda conta com Javier Alvial, nascido nos Estados Unidos, que foi revelado pelo PUERTO RICO ISLANDERS. Nenhum deles se sentirá sozinho com o passaporte forasteiro: a quatrocentos quilômetros dali, no Deportes La Serena, quem busca destaque é o goleiro espanhol Juan Carlos Caballero. Ele jamais conseguiu se firmar em lugar algum: aos 34 anos, defende o 15º clube da carreira. Em 2003 chegou a passar pelo Sevilla, onde atuou apenas duas vezes, e no Chile já defendeu o Cobreloa no péssimo Clausura de 2009, quando o time ficou em 13º lugar.

Magallanes-3-La-Serena-2O arqueiro estreou pelo La Serena na derrota por 3×2 contra o Magallanes e em seguida virou banco. Como o time segue mal, ele ainda pode regressar à titularidade. Mas não seria o único goleiro de naturalidade atípica a fracassar no Chile nos últimos tempos: em 2012, a Universidad de Concepción contratou o estadunidense Jimmy Maurer com expectativa. O norte-americano estreou em 23 de março, uma noite verdadeiramente desgraçada em que o goleiro titular foi expulso muito cedo e Maurer entrou numa fogueira que acabaria em derrota por 5 a 2 em casa. O adversário era o apenas esforçado Santiago Wanderers, que logo depois enfileirou uma série de DEZESSEIS partidas sem vitória, voltando a triunfar apenas CINCO MESES mais tarde, em fins de agosto. Jimmy Maurer nunca mais foi visto em campo.

De todo modo, mesmo aqueles que não conseguirem muito sucesso e acabarem sendo rebaixados terão companhia: na terceira divisão, as bandeiras curiosas também estão presentes. O time B do Colo Colo conta com Adrián Santos Sahibbedine, filho de brasileiro com chilena, e nascido na França. Em 2012, ele atuou cinco vezes pela equipe e marcou um dos gols na vitória por 3 a 0 sobre o Melipilla, em junho. Talvez os POTROS (como é conhecido o Melipilla) tenham ficado com inveja, e para 2013 eles também inovaram na contratação: o jogador que mais tem rendido manchetes para o clube é o marfinense Frank Aolie. Já dono do apelido exagerado DROGBA MELIPILLANO, Aolie lidera o ataque de uma equipe ineficiente: seu time é o penúltimo colocado e, em seis rodadas, só foi capaz de vencer o lanterna.

À esquerda, Bishara.

No topo da pirâmide chilena, há menos novidades. Argentinos, peruanos, venezuelanos ou paraguaios são as ousadias mais comuns na primeira divisão do país. Mas que ninguém se engane pelo local de nascimento: há dois selecionáveis PALESTINOS disputando o torneio. Ambos nascidos na América do Sul, mas de pais vindos do Oriente Médio. Um deles é Daniel Kabir Mustafá, revelado na Argentina e recém-contratado pelo San Marcos de Arica. O outro é mais famoso: Roberto Bishara, o homem dos mil apelidos – segundo a wikipédia, desde o glorioso PRÍNCIPE ÁRABE até o pouco alentador CARA DE ARROZ –, que já defendeu 25 vezes a seleção de seu país. Dentre todos os desgarrados que o Chile recebe, Bishara talvez seja o que se sente mais em casa: desde 2001 defende o Club Deportivo Palestino, fundado e mantido pela colônia de imigrantes daquela terra.

Maurício Brum

17 Mar 20:59

Happy St. Patrick's Day From This Micro Pig Pushing A Guiness Around In A Shopping Cart

St. Piggy's Day?

Image by Richard Austin / Rex

Image by Richard Austin / Rex

Image by Richard Austin / Rex

15 Mar 16:27

Isso é o que está acontecendo na minha vida agora

by joão baldi jr.

scrubs

Essa terça-feira, eu estava no trabalho. Um pouco cansado, um bocado chateado, meu dia estava sendo ruim. Aí o telefone tocou.

“Alô, boa tarde”

“Boa tarde, tô falando com o João?”

“Sim, é o João. Em que eu posso ajudar?”

“Aqui é o Joaquim, do projeto. Tá sabendo da reunião?”

“Opa. Que reunião? Que projeto?”

“O projeto, daqui do Sérgio, ninguém te falou?”

“Eu conheço um Sérgio, mas não sei de projeto”

“Então, não devem ter te atualizado, o pessoal é foda”

“Ah, sim, o pessoal é foda…”

“Mas vamos marcar uma reunião então, amanhã você pode?”

“Olha, eu primeiro queria saber mais sobre o projeto e…”

“Não, amanhã, na reunião, eu te explico. Amanhã você pode?”

“Então, amanhã não posso, fora o dia todo, exame médico”

“Qual exame? Ressonância?”

“Não, não, endoscopia”

“Endoscopia é brabo. Um dia enrabaram um amigo meu na endoscopia”

“Como?”

“Enrabaram. O rabo, sabe? Na endoscopia. Comeram ele”

“Mas…assim…meu deus…cara…”

“Ele tá processando até hoje. Enrabaram ele mesmo”

“…”

“Enarabaram, cara”

“Ok, mas…então…amanhã eu não posso estar na reunião”

“Por causa da endoscopia, certo?”

“Isso”

“Mas cuidado, tá? Foi assim que enrabaram meu amigo”

“Não, eu meio que entendi essa parte”

“Ele tá até hoje processando, o médico saiu impune, acredita?”

“Ah, apenas imagino, deve ser terrível”

“Ser enrabado, né, cara?”

“Mas falando da reunião, amanhã não dá, ok?”

“Enrabado, cara, imagina”

“Olha, vou ter que desligar, me manda um email com uma nova data”

“Pode deixar, João Pedro”

“Desculpa, eu me chamo João Luis”

“Não é João Pedro? Não é da ti isso aí?”

“Não, cara, nada de ti”

“Ah, foi engano então”

“É, ok…”

“Mas toma cuidado, ok? Meu amigo foi…”

“Sodomizado, eu sei”

“Sodo o que?”

“Sodomizado. É…enrabado, como seu amigo foi”

“Isso, enrabado. Tá processando até hoje”

“Até mais então”

“Opa, grande abraço”

“Ok”

“Pobre coitado…foi enraba-”

Nesse momento eu desliguei o telefone, olhei para a minha colega de baia e ela me olhava como quem tinha acabado de ouvir um cara dizer “sodomizado” e “enrabado” no telefone da empresa. Foi um dia bem ruim.

14 Mar 00:37

Buni

by Ryan Pagelow

Playing House

13 Mar 22:43

Uma bicicleta feita de carros

by Bruno Natal

O projeto de reciclagem de sucata automotiva para fabricação de bicicletas, Bycicled, é espanhol.

13 Mar 22:36

muhfugga: fuckyeah-nerdery: sigfodr: A version for tumblr...















muhfugga:

fuckyeah-nerdery:

sigfodr:

A version for tumblr that can be read without opening a new tab, since plenty of people would scroll past this story otherwise.

The bravest woman on Earth.

Dying

04 Mar 16:36

Jetpack

by Reza
04 Mar 14:25

Viva Intensamente

by Flavio Lamenza


Caprichou demais Will!!
28 Feb 15:33

Barriers to P=NP Proofs

by Pip


Why TSP resists being mapped to a small linear program

Sebastian Pokutta just gave a beautiful colloquium talk on proving lower bounds on the size of linear programs. He is a recent addition to the Georgia Tech faculty, but alas not in our College of Computing. He is a faculty member of the ISyE Department at Tech, which is perhaps the best industrial engineering department in the world, and his addition certainly adds to their strength.

Today Ken and I want to talk about results that he presented and their connection to attempts to prove that the Traveling Salesman Problem (TSP) can be solved in polynomial time.

TSP is one of the most famous of all the {\mathsf{NP}}-complete problems. It is famous enough to be the subject of a movie.

The attempts on TSP may be more fundamental still. Recall that we once presented {\mathsf{P}} versus {\mathsf{NP}} itself not in terms of Turing machines or nondeterminism, but as an issue between linear and integer programs, that is between LP’s and IP’s.

The Start Of The Game

The idea is to express the problem as a linear programming problem, then invoke the wonderful result that any linear programming problem can be solved in time polynomial in its size. Put another way: get an LP for for the TSP, and then let the LP solver do all the heavy lifting—sorry too much jargon?

This is a plan, a great plan, but with one small difficulty. How do we express the TSP as a LP that is not too large? For decades people have tried to find such LP’s, and all have failed—at least so far.

This and other attempts have led to a kind of “game” between those who try to solve TSP this way and those who try to find flaws in their proofs. Let’s call the players the makers and the breakers. The makers try to find the magic encoding of TSP into an LP, while the breakers try to show that the encoding is incorrect.

This is an interesting game, indeed a game that I hope some day one side wins forever. To be sure, this requires that {\mathsf{P}=\mathsf{NP}} be resolved. In one direction, if we can efficiently encode TSP instances via LP’s then {\mathsf{P}=\mathsf{NP}}. The other direction uses the fact that solving LP’s is known to be a complete problem for {\mathsf{P}} even under very restricted reductions. These reductions would be efficient, but they need not preserve the “character” of the original formulation of the TSP instance.

Exactly what kind of character an LP formulation of a TSP instance may have is how the game is played. Not just how big it is, but how it encodes features of the instance, and how it relates to integer programs for TSP, are the main issues.

History

The game started in earnest when Ted Swart in the mid 1980′s claimed to have discovered a polynomial-size way to express a special case of the TSP as a polynomial sized LP—he did the Hamiltonian Cycle problem. This really is the start: his attempt is listed #1 on Gerhard Woeginger’s {\mathsf{P}} versus {\mathsf{NP}} claims page. Note that there are sub-classes of instances on which the answers to TSP and Hamiltonian Cycle coincide and remain {\mathsf{NP}}-complete. As shown in a 1981 paper by Alon Itai, Christos Papadimitriou, and Jayme Luiz Szwarcfiter, these can be vertex-induced subgraphs of the rectangular grid, which are planar graphs. Then there is a TSP tour of total cost {n} (using Euclidean length) if and only if the graph has a Hamiltonian cycle.

Swart’s idea was to encode Hamiltonian Cycle/TSP as an integer program in a way that its relaxation to a linear program had the same answers. The encoding was direct: it defined what is called the standard TSP polytope {P_0} for a given instance. {P_0} lives in a space that has a co-ordinate {x_{i,j}} for every pair of nodes (cities) {i} and {j}. Points in this space are assignments of real numbers to every (possible) edge. {P_0} is defined to be the convex hull of those points that assign {1} to {n} edges that form a cycle, and {0} to all of the {\binom{n}{2}} other edges.

src

In an IP we can define the desired extreme points directly by constraints saying {x_{i,j} \in \{0,1\}}, but in an LP relaxation we can only say {x_{i,j} \geq 0} and {x_{i,j} \leq 1}. The other constraints saying {\sum_j x_{i,j} = 2} for each {i}, and preventing a union of disjoint cycles, can be handled already by LP, the latter most efficiently with some extra variables. The problem is that the resulting relaxed LP polytope may have other extreme points that are not integral, and hence do not represent tours.

Swart thought he had found an LP encoding and objective function that evaded the problem, but his initial method failed: errors were found by breakers. Then he repaired his encoding, and more errors were found. The game with Swart’s methods looked like it could go on forever, but finally Mihalis Yannakakis in 1988 stopped it with a famous paper, Expressing combinatorial optimization problems by linear programs.

Mihalis showed that any symmetric LP could not efficiently encode the TSP problem. Symmetric means that if you permute the labels {i,j,\dots} of the cities, then any other variables can be permuted so that the LP itself remains the same. In particular, no one city has a distinguished role. Since Swart’s attempts were all symmetric that stopped him. Mihalis gave the breakers a powerful tool: They no longer had to look at the details of the LP encoding—if the encoding had a certain symmetry then it had to be wrong. Pretty neat.

The Game Today

Mihalis left the makers a possible approach. If they could avoid the symmetry condition then his breaker theorem would no longer apply. He conjectured that the symmetry condition could be lifted, and he was right. Enter Sebastian and his colleagues: Gábor Braun, Samuel Fiorini, Serge Massar, David Steuer, Hans Raj Tiwary, and Ronald de Wolf. In a series of papers they gave the breakers a much more powerful set of tools. Besides removing the symmetric condition, they extended and improved the lower bounds. The two main papers are

  • Linear vs. Semidefinite Extended Formulations: Exponential Separation and Strong Lower Boundshere.
  • Approximation Limits of Linear Programs (Beyond Hierarchies)here.

As usual see the original papers for the details. In the rest we will try to give a flavor of what these results are and what they mean.

How Did I Get Here?

Before I start talking about LP’s and TSP’s and the like, I would like to relate the cool answer to a question Prasad Tetali posed after Sebastian’s talk, when the three of us were talking alone. Sebastian answered—you can guess the question—that he did not set out to work on the TSP problem. Rather he was interested in communication complexity, and worked on that for quite a while. Then he and his co-authors noticed that there were neat connections to the classic paper of Mihalis—connections that allowed them to improve his results. The rest is history, ongoing.

Projections

The key to the interest in the maker-breaker game is that the makers are not obligated to directly encode the TSP. They can use any variables that they like to encode the TSP: they do not have to use the obvious ones {x_{i,j}}. This freedom carried to extreme would make the breakers’ job essentially impossible. Like any game—from chess to football—one needs rules to have a “fair” game—the completely unstructured game is as hard as {\mathsf{P}} versus {\mathsf{NP}} itself. So the key notion of “character” of a TSP instance is what the game players call extended formulations.

Suppose that {P} is some polytope that represents some combinatorial problem, such as {P_0} for TSP. The maker need not create an efficient encoding of {P}, but is allowed to work in a higher dimension and create an efficient encoding of another polytope {Q}. The restriction is that there must be a linear projection {\pi} so that

\displaystyle  \pi(Q) = P.

Essentially the polytope {P} is a shadow of the polytope {Q}. Note that in the following picture from Sebastian’s talk the shadow polytope has more faces than the higher-dimensional one: six vs. eight.


One thing I feel is under-emphasized in these papers is the attractiveness of extended formulations. The size of the smallest polytope that projects to another one is a natural question, and has quite a pretty theory. The question has beautiful connections to other parts of theory, such as communication complexity. For those trying to solve TSP, if it did have a small extended formulation, one could use it to solve the TSP fast. If the polytope {Q} is simpler than {P}, working in the higher-dimensional space is just fine. Projections are good for solving. This is why a maker would seek to find small extended formulations—and why it is significant that they cannot work.

Main Results

The question is now quite precise: Can we show that any {Q} that projects to the polytope {P} must be very large? That is, must it require an exponential number of constraints? If this is true, then the makers are in trouble. At least they cannot use higher-dimensional variables and clever constraints to encode the TSP. There are still possible loop-holes, but the game has become much harder for them.

The results that are proved are of the form: any polytope {Q} that projects to—i.e., is an extended formulation of—the polytope {P} must have size at least {\dots} Here is the main example specific to TSP:

Theorem 1 Any extended formulation of the TSP polytope {P_0} must have at least {2^{\Omega(\sqrt{n})}} constraints.

This applies even when the LP for {Q} itself is not symmetric. One thing this implies is that the force of Mihalis’ original insight is not just against symmetric programs, but against all programs that can project to a certain symmetric target.

Note also that as with Mihalis’ original barrier result, this takes out of the maker’s hands the argument that all the magic can be put into the choice of objective function. The barriers apply already just at the step of defining the feasible solution space. We don’t need to examine the objective function in any claimed program whose constraints are already ruled out.

Barriers, Dodgeball, and Alley-Oop

Barriers do offer the maker some guidance in finding approaches that might possibly work. But what Ken and I wish to say is that the guidance should be more than just playing “dodgeball” around the barriers. The reason is that the breakers may have set up not only the ground-level barriers but also the potential of an “alley-oop” play. This is a play where the other side thrusts the ball higher than your defense considered, and can jump and fire it down from above and behind you.

In the TSP case, suppose you encode TSP via a basic polytope {P_1} different from {P_0}. Maybe the basic variables aren’t edges between cities after all; maybe they’re compound; maybe they’re something else. You might think you’ve dodged the theorem. But first if your constraints defining {P_1} are still symmetric, they may fall under a slight modification of the theorem.

OK, let’s say your {P_1} assigns distinguished roles to one or more of the cities. Now you’ve got a different basic {P_1} and have avoided symmetry. Since projections and other easy inversions of extensions are your friends, you create a bigger LP {Q}, but not too big—it’s still polynomial-sized. Are you safe now?

src

Here’s the rub: Because {Q} is not too big, there’s a lot of room to build a {Q'} with a higher set of constraints but still under a a bound like {2^{\sqrt{n}}}. Because you say your {Q} accurately encodes the TSP your way, there’s a lot of leverage already for the higher {Q'} to encode TSP in some standard way, and so project to {P_0}. Indeed {Q'} might use extra variables to achieve the kinds of symmetries that {P_1} sought to avoid, while preserving the property of all (relevant) extrema being integral—on taking your statement for {Q} as a basis. But Sebastian’s theorem rules out {Q'}, and so your attempt {Q} can still get dunked after all. That’s the alley-oop.

In circuit lower bounds, the alley-oop can be extending a proposed argument so that it naturalizes, perhaps adding the “bait-and-switch” trick we noted here. In other cases it can be taking a field extension, or using padding and translation to show implausible larger consequences.

The moral we draw is that makers facing such barriers shouldn’t play dodgeball. Rather than squint at the barriers looking for loopholes, they should erect a counter-principle that is by-nature tall enough to prevent an alley-oop. The theorems in Sebastian’s joint papers have clear ideas, which they extend to other computational problems besides TSP. Thus any maker wishing to advance another round should not expect to find a proof that works ad-hoc via a loophole, but should seek one that stands on a clear new idea. Preferably the idea should likewise extend to other problems directly, rather than by appeal to complexity-theoretic reductions.

A Personal Connection

The way that Sebastian proves his lower bounds is to show that the size of any {Q} that projects to {P} is controlled by the complexity of playing certain communication protools. I must add a personal note about this, since (nondeterministic) communication complexity plays a major role here. Back in 1981, Bob Sedgewick and I introduced this notion in a paper entitled Lower Bounds for VLSI. We needed this type of protocol to prove new lower bounds on the size of VLSI circuits.

Our results also were a kind of barrier. Our lower bound proofs actually didn’t care if the VLSI connections themselves could be nondeterministic. Of course there is no practical notion of “nondeterministic VLSI,” but some problems have unexpectedly good upper bounds in that model. What this means is that anyone hoping to prove expectedly higher lower bounds for practical deterministic VLSI would have to try other techniques from ours—but ours were the only game in town for some time.

One key idea that was first made explicit in our paper is the relation between the cost of the protocol and the cost of covering 0-1 matrices with rectangles, as illustrated here:

Again see Sebastian’s papers for details of how all this fits together.

Open Problems

Can the makers still succeed? The new theorems have made it much harder for them to win. But there are still loop-holes and still room for creative new ideas. Let’s leave the discussion of those for another day.

[Fiorni->Fiorini; improved first "alley-oop" paragraph]


19 Feb 02:03

AU PIANO

by Mauro A.

elise1 elise2


19 Feb 02:02

FANDANGO ASTURIANO

by Mauro A.

guima1guima2guima3


28 Jan 14:39

É impossível jogar Tetris para sempre

by marcus

Todo jogador de Tetris vai, invariavelmente, perder no jogo, não importando seu nível de habilidade e disposição para jogar o quebra-cabeça.


Link para o vídeo

Supondo que exista um jogador de Tetris perfeito (isto é, que escolhe sempre a melhor posição para colocar uma peça), mais habilidoso do que o jogador do vídeo acima, que seja incansável e que o algoritmo que gera as peças deste Tetris seja genuinamente aleatório, então o jogo vai, invariavelmente, ter um fim.

Tetris nada mais é do que um puzzle onde diferentes peças formadas por quatro módulos quadrados (chamadas tetraminós) caem e o jogador tenta alinhá-las de tal maneira a eliminar linhas formadas por dez destes módulos. O número de tretraminós, descontadas suas rotações, é de apenas sete, como podemos ver na figura abaixo.

Tetris Pieces

O artigo How to Lose at Tetris chama as peças 2 e 3 de Z-Tetraminós, por motivos óbvios. Aliás, mais do que isto: o Teorema 1 deste paper afirma que

O jogo de Tetris que consiste apenas de Z-Tetraminós com orientações alternadas vai sempre acabar antes que 70.000 tetraminós sejam jogados

A pergunta que fica, a partir deste Teorema, é se é possível que setenta mil Z-Tetraminós ocorram em sequência. E a resposta para isto é só uma: sim.

Como mostrei em Chimpanzés, Máquinas de Escrever e Shakespeare: Uma Aplicação do Lema de Borel-Cantelli, dado um conjunto finito de eventos, qualquer sequência destes eventos é possível de ocorrer. No caso do Tetris, os eventos são as aparições dos Z-Tetraminós.

Ou seja, embora muito improvável, é possível que, num algoritmo genuinamente aleatório, setenta mil Z-Tetraminós ocorram em sequência. E aí, não importa quão bom jogador de Tetris alguém seja, ele sempre perderá após esta sequência de peças, conforme o teorema acima, demonstrado aqui, explicita.

28 Nov 11:14

Doc: “Funk Ostentação”

by Bruno Natal

O funk se espalhou pelo Brasil, não é de hoje, e mais distante de suas origens, vai assumindo outras formas. O funk de ostentação é uma delas, em diferentes mutações, como também mostra uma reportagem do Diário de Pernambuco (de onde foi tungada a foto).

28 Nov 11:05

Romário se prepara para apresentar nesta quarta a deputados documento que pede CPI da CBF

by Perrone

Romário precisa de 171 assinaturas

Romário se dedicou nesta terça ao texto que pedirá a abertura de nova CPI da CBF. Ficou praticamente pronto. Ele planeja apresentar o material aos demais deputados nesta quarta para colher assinaturas.

Antes, porém, o ex-jogador tentará acrescentar alguns documentos para encorpar o pedido. Ele já conseguiu cópia do contrato da Confederação Brasileira com a TAM. Empresas de Wagner Abrahão, amigo de Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero, aparecem como beneficiárias do acordo.

Até ontem à noite, o estafe de Romário tentava cópia dos contratos relativos aos amistosos da seleção. Mesmo se não obtiver o documento, o ex-deputado vai falar da necessidade de investigar esses acordos para pedir a abertura da CPI.

A remuneração dada Ricardo Teixeira, consultor da entidade, está na lista. Assim como o fato de antes de deixar o cargo o dirigente ter conduzido assembleia que antecipou a próxima eleição na confederação. Ela será no primeiro semestre de 2014, antes da Copa do Mundo.

Com essa data, Marco Polo Del Nero, virtual candidato, se livra dos efeitos negativos que um possível fracasso da seleção no Mundial poderiam ter.

Também será apresentado um cálculo sobre quanto a União teria deixado de arrecadar com impostos por conta de isenções a que a entidade tem direito, segundo a equipe deputado.

 Casos investigados pelas CPI da Nike e da CBF também serão retomados por Romário. Para isso, ele montou uma tropa de elite com parlamentares que participaram das CPIs anteriores.

Pelas contas dos colaboradores de Romário, 50 deputados já assinaram um manifesto de apoio à investigação, antes mesmo de o documento oficial ficar pronto. São necessárias 171 assinaturas.

28 Nov 10:58

O negro no futebol – mas só dentro das quatro linhas

by ImpedCorp

“Crime, futebol, música, caralho, eu também não consegui fugir disso aí. Eu sou mais um.”

É assim que Mano Brown descreve a perspectiva de futuro de um negro no Brasil. As opções são essas: ser músico, bandido ou jogador de futebol.

Sou branco. Não consigo mensurar o sentimento terrível de saber que o fato de ter nascido com uma determinada cor vai impor barreiras na minha vida a partir do momento que eu resolver por o pé na rua e tentar buscar algo. O jornalista Mário Filho, em sua obra “O negro no futebol”, diz que “nenhum preto, no mundo, tem contribuído mais para varrer barreiras raciais do que Pelé. Quem bate palmas para ele bate palmas para um preto”. É desse tamanho a importância do esporte para a consolidação do orgulho racial em uma sociedade que é má com os diferentes.

Mas o brilhante texto de Felipe Prestes publicado aqui neste site levanta uma questão ainda mais importante: essa possibilidade de ascensão e sucesso dos negros no futebol significa igualdade? Se ainda não leu o texto de Felipe, leia. Em resumo: a maior parte dos treinadores é de ex-jogadores. Grande parte dos jogadores de futebol é negra. Não é tão grande a parte de treinadores que é negra. Vale a pena espremer os números para mostrar essa realidade com mais clareza.

Para fazer isso, fizemos uma lista dos 10 jogadores mais utilizados por cada um dos 20 clubes da Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro em 2012. Os dados são todos do ogol.com.br. Essa compilação nos dá um universo de 200 jogadores. Para fins de comparação, usamos os 36 técnicos que, em algum instante, responderam por algum time nesse campeonato.

Dos 200 jogadores mais utilizados nesse Brasileirão, 110 são brancos (55%) e 90 são negros (45%). (Essa análise é falha. O conceito de negro e branco é discutível, há CINQUENTA TONS DE CINZA entre esses dois caixotes, mas, nesse momento, vale a simplificação.) No fim das contas, a informação que importa é: o percentual de negros e brancos é quase igual nos escretes brasileiros.

Levando em conta que, em tese, esses são os treinadores brasileiros do futuro, faria sentido que a média fosse parecida nos profissionais da prancheta. Afinal, dos 36, apenas nove nunca jogaram futebol profissionalmente – Gilson Kleina, Ney Franco, Guto Ferreira, Artur Neto, os irmãos Oswaldo de Olveira e Waldemar Lemos, além dos interinos Eduardo Souza, Fernando Gil e Gustavo Bueno. Ou seja, três quartos dos técnicos foram jogadores. A tese se sustenta.

Esse número – 55% de brancos e 45% de negros dentro de campo – deveria ser correspondente nas casamatas, certo? Certo, mas não é o que acontece. Entre os 36 treinadores utilizados no DILMÃO 2012, apenas – atentem – três são negros: Joel Santana, Hélio dos Anjos e Cristovão Borges. O resto – Muricy Ramalho, Abel Braga, Fernandão, Vanderlei Luxemburgo, GENINHO, Argel etc. – são brancos. A proporção é de um para doze.

Apenas 8,3% dos técnicos da elite do futebol brasileiro são negros, enquanto 45% dos jogadores o são. A discrepância é enorme. Por quê?

Ao ir além e analisar-se a Seleção Brasileira, a conta fica ainda mais estranha. Utilizando como base a convocação de Mano Menezes – que não é base para nada -, são 21 jogadores, sendo nove negros (Jéfferson, Daniel Alves, Sandro, Ramires, Paulinho, Arouca, Lucas, Neymar e Hulk), representando 42% dos convocados, e 12 brancos, 58%. Basicamente o mesmo número atingido antes.

Mas pense nos treinadores da Seleção Brasileira. Vamos juntos: Mano Menezes, Dunga, Carlos Alberto Parreira, Luiz Felipe Scolari, Emerson Leão, CANDINHO, Vanderlei Luxemburgo, Zagallo, brancos, brancos, brancos. Nos últimos 20 anos, foram oito treinadores (sendo que Parreira recebeu o boné duas vezes, em 1991 e 2003).

Nenhum negro.

O mais recente negro a treinar a Seleção chama-se ERNESTO PAULO, que o fez em 1991, por um período de 90 minutos, numa derrota para o PAÍS DE GALES, em 11 de setembro daquele ano. Treinador da base do selecionado brasileiro, ele fazia tampão para o técnico do Tetra depois da saída de Falcão. Depois ainda treinou o time no fracassado torneio pré-olímpico para Barcelona.

Antes disso, o último treinador contratado, que desempenhou realmente o papel na casamata canarinho, chamava-se GENTIL CARDOSO, um simpático senhor de boina, nascido no Recife, que dava seus treinos através de um MEGAFONE e morreu há 42 anos. Ele foi responsável por fazer uma junção dos melhores jogadores de Náutico, Sport e Santa Cruz e levá-los ao Campeonato Sul-Americano EXTRA de 1959, no Equador. (O “extra” é porque um campeonato igual já havia sido disputado naquele ano, na Argentina. Sentido pra quê?) Gentil fracassou, conseguindo levar seu selecionado de pernambucanos apenas ao terceiro lugar daquela competição. Em 27 de dezembro, fez seu quinto e último jogo no comando do time da CBD, após 23 dias no cargo.

O futebol é, sim, uma ferramenta importante para a afirmação do orgulho negro. O Pelé descrito por Mário Filho deixa claro. Mas no que diz respeito a posições de autoridade e cargos superiores, a igualdade ainda é distante. As causas e as soluções não estão nos números. Pelo menos não nesses.

Gustavo Foster

28 Nov 10:56

Antes que a Música Morra - Before the Music Dies 2006

by noreply@blogger.com (Moderador: Arapa Rock Motor / Albeяt ॐ)
O documentário foi lançado em 2006 como forma de espalhar uma mensagem importante sobre o futuro da música popular além da fronteira da música, sem cunho comercial. Conta a história da música norte-americana neste momento precário. Os cineastas Andrew Shapter e Joel Rasmussen viajaram pelos EUA com a intenção de compreender por que a música de massa parece tão enlatada e repetitiva, e para ver se as corporações realmente tinham o poder de silenciar as inovações musicais. As respostas que encontraram nessa jornada – em última instância, a promessa do que o futuro trará – é o que faz de BEFORE THE MUSIC DIES um filme divertido e que prende a atenção. 

No coração de BEFORE THE MUSIC DIES estão entrevistas com músicos, pessoas de dentro da indústria, críticos de música e fãs que revelam como a música chegou a esta hora da verdade. Há performance de artistas de gêneros bem variados, de The Dave Matthews Band e Erykah Badu a artistas de rua de Seattle, passando por cantores de gospel do Mississippi – todos nos mostrando que sempre existe boa música por aí… desde que você saiba onde procurar. BEFORE THE MUSIC DIES vai renovar a sua paixão pela ótima música e inspirá-lo a fazer papel ativo em seu futuro.

Torrent - Magnet Link 
DvdRip | Avi | 1.2 Gb | 91 Minutos | Inglês | Sem Legenda |

Na Integra:
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26 Nov 13:11

Sobre a tia dos patins e uma proposta de relativização do estranhamento no ocidente

by joão baldi jr.

No meu prédio tem uma senhora que costuma ficar andando de patins, segurando sacolas e falando sozinha numa língua desconhecida toda noite, ali entre as 20h e 22h, circulando exclusivamente entre a área do portão e da portaria, sempre apoiada na grade e olhando pra tudo e todos com cara de surpresa. No começo eu tentava achar justificativas racionais para aquele comportamento – a violência no rio, a dificuldade inerente ao processo da patinação, o fenômeno de pentecostes no qual o espírito santo desceu nos apóstolos e os caras saíram por aí falando outras línguas, o que pode parecer forçado pra você mas eu fiz crisma e eu também acreditava no teste de fidelidade do joão kléber, então qual o problema, certo? – mas com o passar o tempo e a repetição constante do ritual eu acabei aceitando a realidade de que, como bem considerou um amigo quando ciente do evento, se tratava apenas de uma tia esquisita pra cacete.

E tudo ia bem, naquele nível de estranhamento normal da vida cotidiana que eu sempre reservei pro amigo que fala sozinho, pro colega de trabalho que cuspia no carpete como se fosse grama e pra tia avó que me chamava por um nome de menina quando eu era pequeno – ainda que eu notasse que possivelmente havia ali um certo grau de ironia que eu não captava direito na época –  até uma noite em que, pegando uma correspondência na portaria, eu entreouvi um comentário dessa mesma vizinha dizendo que o cara do 103 era estranho porque chamava a própria namorada de darth vader no telefone. E o cara do 103, como vocês podem imaginar e minha namorada bem sabe, sou eu.

E isso me levou, é claro, não apenas a questionar o meu próprio nível de estranheza pessoal – se a mulher de meia idade que anda de patins sozinha com sacos de pão velho praguejando em esperanto na sua portaria te acha estranho, em que direção a sua vida está indo, amigo ? – quanto também a refletir sobre a minha própria visão do estranho que me cerca, seja entre amigos ou desconhecidos.

Afinal, se eu tenho uma excelente explicação para os dias em que chamei minha namorada de darth vader – ela estava com sono, respirava fundo demais no telefone, fazia um barulho engraçado, começamos a fazer piadas sobre isso, ela começou a construir uma estrela da morte no quintal com uns amigos – não teriam todas as pessoas que eu porventura considero incomuns, esquisitas ou apenas estranhas pra cacete também justificativas plenamente razoáveis para seus comportamentos e qualquer tipo de estranhamento da minha parte seria baseado apenas num amplo desconhecimento dos fatos? Não estaria o mendigo que eu considero falar sozinho apenas segurando um celular muito pequenininho? Não poderia a mulher dos patins estar praticando pra um campeonato de hóquei indoor gradeado com sacolas que meu futebolcentrismo e o descaso da sportv ainda me impede de conhecer? Não estaria aquele antigo colega de colégio que comia cascas de parede apenas ingerindo nutrientes essenciais para uma dieta específica? Não estaria o cara que cuspia no carpete aqui no escritório apenas tentando matar ácaros afogados? [no caso desse último item a resposta é não, ele apenas era meio doido e bem porco mesmo].

E diante disso tudo,ficam apenas duas grandes lições: a primeira é a de que devemos sempre tentar entender melhor o que nos cerca antes de definir nossas opiniões. O que para nós é insanidade, bizarrice ou um possível desvio psicótico pode ser na verdade uma coincidência, uma peculiaridade, ou talvez até mesmo um real desvio psicótico, não podemos dar mole. E a segunda é que nunca, nunca, nunca mesmo, devemos confiar em porteiros. Tipo, o cara super gente boa comigo mas quando a vizinha maluca chega ele se junta com ela pra falar mal de mim? Muito vacilo um lance desses.