sabe, gostar de você era como um péssimo hábito. como fumar, por exemplo. fazia mal a longo prazo, não levava a nada, mas me fazia bem por alguns momentos. ah, como fazia.
e eu não conseguia parar. por mais que eu tentasse, toda vez que achava que nunca mais, lá vinha você e o seu sorriso e a fofura e todo aquele seu jeito de marcar território de novo.
mas o tempo passou e eu larguei o vício. larguei o que sentia por você. ficou tudo diferente, não sei bem explicar. mas eu sei que você também sabe.
o que eu sentia foi embora, as feridas cicatrizaram e bom, a vida continua, né?
até que um belo dia você reapareceu. e contigo todos os amigos morrendo de medo de que eu caísse no vício de novo e todos os avisos de “é cilada, bino” que eu ouvi em todas as outras vezes.
mas a gente já sabia que seria diferente. não sei explicar como, mas a gente sabia.
pra espanto geral da nação, você se tornou um amigo.
você se tornou aquela vontade de comer bolo que aparece no meio da noite, sabe? se tiver um bolo ali, ótimo, como feliz da vida. se não tiver, ótimo, eu é que não vou perder tempo fazendo bolo, ué.
tanto faz.