Adoro metáforas…
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Luiz BuenoDisney, Disney
An awaiting evening in Kyoto. This magnificent structure known as the Kinkakuji shines in harmony with the setting sun. I was lucky to get in just five minutes before the gates were closed.
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Luiz BuenoPreparem os ajustes de brilho dos monitores hauehau
Luiz BuenoA graça da banda de plástico acabou?
Luiz BuenoPrOOOooocurAAAanndooOOO NEEEeemoooOo
Luiz BuenoMe add gatas
Quando o Facebook vai cair, hein? Redes sociais costumam ser cíclicas — no início havia o Friendster, depois veio o MySpace e, em meados da década passada, o Facebook apareceu. No que depender do brasiliense Carlos Henrique do Nascimento, o fim do reinado de Zuckerberg está chegando e a próxima parada é a Mirtesnet, a rede social brasileira.
Haha, não, não, claro que não! Mas o tom que o R7 deu às declarações dos caras nesta reportagem poderia levar Zuck a ter alguns pesadelos com o fantasma do Orkut. Vamos esmiuçar essa nova rede social?
Carlos, não olhe agora, mas você foi vítima da temida barrinha do Ask.com!!!
A Mirtesnet tem esse nome em homenagem à esposa de Carlos, a Mirtes (rá!). Há três anos, temeroso pela entrada do seu filho no Facebook, onde o fundador da Mirtesnet via muito conteúdo impróprio (safadinho), ele brincava com o rebento dizendo que eles criariam sua própria rede social. Seria uma mentirinha do bem para afastar o menino das perversidades da Internet, mas Carlos levou a coisa a sério. Bem a sério. Carlos criou a Mirtesnet.
Azul? Não, aqui a cor predominante é o laranja. Mas as diferenças mais gritantes param por aí. A Mirtesnet parece o Facebook de um universo paralelo, que parou de ser atualizado na época em que Timeline não existia. Ele bebe de muitas convenções antigas e já superadas do Facebook, e copia na cara dura muita coisa da rede de Zuck, incluindo alguns ícones, seções e nomenclaturas — pelo menos o “Curtir” virou “Gostei”, ainda assim um ripoff da tradução lusitana.
Existem outras coisas bem esquisitas, como os termos de uso. Como todo bom internauta precavido, resolvi dar uma lida antes de fazer o meu cadastro. Estranhei a menção a coisas como o recurso “Promote”. Uma busca no Google e BINGO: os termos foram copiados do Orkut. Troque “Orkut” por “Mirtesnet” e temos o mesmo documento. E isso é um complicador grande do ponto de vista jurídico, já que os termos de uso do orkut são, na realidade, do Google. Pior: o investidor da Mirtesnet é advogado ou coisa parecida. Podia ter rolado uma consultoria também, né?
Ok, ignoremos tudo isso. É uma cópia, sim, mas o R7 diz que tem (pare e respire) UM MILHÃO DE USUÁRIOS!!!, incluindo “pessoas que moram na capital federal, em diversos Estados brasileiros e até em outros continentes e países, como Estados Unidos, Europa, África e Ásia.” Quanta gente, não?
Achamos estranho uma rede tão popular não ter chegado a nosso conhecimento antes. Seria um revival da célebre VILA DOS COMPUTADOR? Ou algo tão regionalizado a ponto de não chamar a atenção do eixo sul-sudeste? Fomos, mais uma vez, pesquisar.
E, ok, talvez eles usem uma lógica de programação muito bizarra, mas o código-fonte da página revela um quase ingênuo JavaScript com variáveis expostas e facilmente legíveis. Dentre elas, uma “userID”. Não programo, mas imagino que esse número siga uma lógica crescente: na medida em que os usuários se cadastram, eles ganham o número seguinte vago no banco de dados.
O meu? 32721.
Ocorreu-nos que, talvez, o tal “um milhão de usuários” possa ser na realidade uma estatística de visitação, como número de acessos ou page views. Gustavo Frasão, do R7, fala na manchete que esse número foi alcançado em três meses; um milhão de page views em três meses não é nada de outro mundo, mesmo para um site pouco conhecido. E tem outra: o Distrito Federal tem 2,5 milhões de habitantes. Chegar a quase 50% desse público de forma tão célere e arrebatadora seria algo muito, muito difícil. Basta lembrar o sufoco que foi para o Facebook passar o Orkut por aqui.
Tentamos falar com Natanael Lopes, programador contratado (!) da Mirtesnet, mas ele não respondeu até a publicação desta matéria.
A história da Mirtesnet é sensacional — sério, não deixe de ler a matéria do R7. Separamos na sequência alguns pontos altos de lá.
Carlos, o fundador, sobre o nome da rede social:
“Quis colocar o net no final para dar ideia de internet. Mirtes é o nome da minha mulher e ela achou muito ruim quando ouviu ‘Mirtesnet’. Ficou legal, gostei e coloquei, mesmo contra a vontade dela. Até porque apelidos são para isso, né? Quando alguém gosta do apelido que você coloca, nem tem tanto efeito. Agora quando não gosta, fica interessante e o nome pega pra valer.”
O programador Natanael, de 23 anos, está empolgado com a parada toda e no momento trabalha fazendo “ajustes finos” na Mirtesnet:
“É um desafio, um grande desafio. O problema é que uma rede social como essa envolve todos os conceitos e práticas possíveis no mundo da programação, o que torna o trabalho bem mais difícil. Aqui no escritório trabalho das 9h às 17h, mas fico horas em casa estudando para colocar em prática novas ideias e soluções para o site no dia seguinte. É bom saber que tenho alguma participação nesse projeto e ver o reconhecimento das pessoas. Um milhão de usuários em tão pouco tempo é gente pra caramba.”
Aqui Carlos comenta sobre o que espera para o futuro da Mirtesnet:
“Quero que ela se torne a primeira grande rede social brasileira e seja a mais conhecida do Brasil. Assim como as pessoas perguntam hoje se fulano tem ‘perfil no face’, em breve vão falar que têm ‘perfil no mirtes’. É só questão de tempo e acredito muito que vai dar certo. Até minha mulher que antes não gostava já apoia a ideia. Aos poucos vamos dar uma identidade totalmente personalizada, com aquele jeitinho brasileiro de ser.”
O acesso à Mirtesnet é uma viagem no tempo. Como já dito, o site passa a estranha sensação de ser um Facebook do Mundo Bizarro, com tons de laranja, erros básicos de alinhamento e, quando não gráficos chupados do Facebook, uns bem feiosos.
São poucas áreas disponíveis, mas todas bem definidas. Existe o perfil, o feed de notícias, uma área para fotos e o novo sistema de grupos. Todas lembram versões atuais ou antigas das equivalentes do Facebook. A última novidade implementada é o bate-papo em texto, novamente muito parecido com o da rede rival e mais famosa.
A Mirtesnet ainda sofre daquele mal de rede social nova: todo mundo só fala de Mirtesnet lá. Sucesso total. Tem uma galerinha que vestiu a camisa e ajuda os novatos, oferece dicas, interage com o perfil oficial da rede. E, nessa, rola muita zoeira — boa parte involuntária, mas umas sacadas divertidas, como incluir o status de relacionamento “Forever Alone” e os comentários hilários de usuários mais desencanados.
Segundo Carlos, a pegada da Mirtesnet é propiciar amizades com desconhecidos enquanto protege as crianças de conteúdo impróprio. É uma conta meio complicada de fechar, mas… né? A lógica vai contra as acepções modernas de redes sociais, que tendem a fechar mais e mais o conteúdo a amigos próximos (filter bubble etc), com quem temos contato recorrentemente. Não deixa de ser, portanto, uma abordagem criativa. Meio paradoxal e totalmente sem nexo, mas criativa.
Poxa, dá um aperto no peito matar os ideais de um cara que, de verdade, tem colhões… Sair na doidera e criar uma rede social, levar a coisa a sério e angariar mais de 30 mil usuários pode não ser difícil, mas é uma aventura e tanto. Especialmente se considerarmos que Carlos saiu do emprego, fez um monte de dívidas e, no momento, receba apenas R$ 2.500 dos cinco anunciantes que a Mirtesnet já conseguiu, insuficiente para fechar um mês no azul — as despesas com hospedagem e com o Natanael passam essa soma.
Mas coragem pura e simples (ou ingenuidade) não é uma característica muito apreciada no agressivo mundo dos negócios. A Mirtesnet é lenta e não tem absolutamente nada novo, é apenas uma cópia mal feita do Facebook de uns dois, três anos atrás. Se projetos mais ambiciosos, com muito dinheiro investido e melhores tecnicamente, como Diaspora, Google Buzz e o novo MySpace, falharam em enfrentar a hegemonia do Facebook ou mesmo em se manterem no ar, a Mirtesnet conseguirá? É bem provável que não. Mas talvez consiga, pelo regionalismo da coisa, o que seria mais um feito surpreendente da listinha de feitos surpreendentes de Carlos. Agora, ganhar o Brasil e o mundo? Desculpa, não vai rolar.
Além de todos esses problemas, parece que falta direcionamento. Em várias postagens o pessoal que desenvolve a Mirtesnet pergunta aos usuários o que eles querem ou onde o site “pode melhorar”. Não é assim, vocês têm que antecipar as necessidades, ou criá-las. De qualquer forma, tenho meus pitacos aqui:
A Internet segue órfã das comunidades do Orkut e elas seriam um marketing bem pesado para a Mirtesnet. ”As comunidades do orkut, o layout do Facebook”. Isso poderia funcionar, isso poderia ser grande. [Mirtesnet via R7]
Luiz BuenoWeinne
Eis um projeto de fotografia maravilhosamente colorido, feito pelo fotógrafo Robert Weingarten – ele mostra como o nosso mundo pode ser psicodélico.
Weingarten tirou uma foto às 6h30 da manhã do mesmo ponto de vista – sua casa em Malibu, Califórnia (EUA) – por um ano inteiro. Mesmo que o ponto de vista seja o mesmo, cada foto captura algo completamente diferente das outras.
A coleção se chama “6:30 AM Series” e foi fotografada em 2003. Weingarten usou a mesma câmera, no mesmo tripé, no mesmo local, com a mesma lente focada no infinito e na mesma abertura de f/22. Ele ajustou a velocidade do obturador da câmera, mas na maior parte ele apenas deixou que cada dia se diferenciasse do ontem e do amanhã.
Você vê laranja, vermelho, branco, azul, roxo, rosa e assim por diante. O mundo, as nuvens, o nevoeiro – é impressionante ver cada céu assumir a sua própria personalidade.
Confira a incrível série de fotografias de Weingarten no link a seguir: [Robert Weingarten via Laughing Squid]
Luiz BuenoSem piadas de duplo sentido com feitiços pfv
Luiz Bueno:((
Our mission statement has always been: "At Zelda Reorchestrated, we are committed to lush symphonic performances of the greatest songs from The Legend of Zelda™ as they would have sounded from the warm halls and intimate expression of a live philharmonic. We do not seek profit or fame. We simply love Zelda and wish to share its inspiration on all of us with all of you."
Zelda Reorchestrated has been a wonderful project from some of the most talented fans and musicians for nearly ten years now, culminating with the release of Twilight Symphony, one of the most impressive fan projects that gaming has ever seen. Today, however, the Zelda Reorchestrated team is preparing for one last goodbye as they part ways an move on to bigger and better things. Head inside for more information.
Luiz BuenoÉ sempre bom lembrar da nossa insignificância :P
Luiz BuenoJogaaaço
Luiz BuenoIsso é sério?
Quando estou no caixa da farmácia e vejo que uma criança não para de me encarar, relembro como é estranho para as pessoas verem uma mulher careca.
Eu, careca, em Paraty. Foto de Alex Castro.
Os adultos olham de revesgueio, pra disfarçar o espanto, mas é só começar uma conversa mais a fundo e a pergunta aparece:
Ninguém pergunta para um homem o motivo dele passar a máquina na cabeça, mas não custa responder:
Primeiro, porque acho bonito ter cabelos curtos.
Quando eu era criança usava o cabelo até a cintura. Um dia minha mãe disse que queria fazer um aplique e eu, com uns 10 anos, ofereci toda feliz o meu cabelo pra ela. Quando chegamos no salão eu pedi um corte igual ao da Xuxa! Mas a cabeleireira disse que se deixasse tão curtinho assim demoraria muito pra crescer e negou. Cortou que nem uma tigelinha e eu, que já era motivo de bullying na escola por vários outros motivos, ganhei mais um. Traumatizei. Mas aos 17 anos minha vontade de ter cabelos curtos voltou e consegui realizar o desejo. O cabelo cortado vendi para o salão, para de novo virar aplique (dica: cabelos são um bom negócio!) Desde então sempre mantive a cabeça leve: curto ou raspado.
“Um beijo pra você, pro meu pai, pra minha mãe e pro seu barbeiro!”
Segundo, pela praticidade.
Não ter cabelo algum me faz economizar tempo e dinheiro. Não preciso pentear, passar shampoos e cremes, ficar horas no salão, acordar uma hora mais cedo para fazer chapinha.
Além disso tudo também tenho a teoria que um ladrão, ao me ver na rua, vai achar que sou uma budista sem bens materiais e preferir roubar a patricinha ao lado. Não foi só uma vez que me perguntaram se sou uma monja (além de careca uso óculos e roupas ripongas, faça as contas!)
Mas esses motivos parecem não ser o suficiente. Quando dou estas respostas as pessoas riem e fazem uma carinha de incredulidade. Acho que não acreditam. Acho que o que elas realmente queriam perguntar é:
Como você tem coragem de cortar o cabelo assim? Você não se sente menos feminina? Não acha que isso afasta os homens que devem achar que você é lésbica?
Ahá! O problema não é ser careca: é ser uma mulher careca.
Cortar o cabelo parece fichinha perto das coisas para as quais eu realmente precisei de coragem: dar a primeira palestra, largar um emprego fixo para ser freelancer ou voar de asa delta.
Muitas mulheres me falam: “puxa, acho lindo! Um dia vou ter coragem”. Deixa eu contar um segredo: cabelo cresce! Não gostou? É só esperar e rapidinho ele está lá de novo. Não é preciso coragem, só um pouco de desprendimento.
É claro! Também me sinto menos feminina porque não pinto as unhas. Porque não uso brincos, pulseiras e colares. Porque não uso salto alto e maquiagem (que ficam restritos às festas fetichistas). Porque não me depilo regularmente. Porque não acho divertido fazer compras. Porque não sou ciumenta e possessiva. Porque abro potes sozinha. Porque sei o que é a regra do impedimento.
Se for considerar o que a nossa sociedade construiu como “feminino” eu sou, como diria Rita Lee, “mais macho que muito homem”.
Mas e daí? Desde quando ser feminina é uma necessidade?
Sim, sou hetero e me atraio por alguns deles. Mas, por incrível que pareça, homens não são responsáveis pelas minhas escolhas capilares.
Uma coisa que me deixa triste é ver mulheres que trocam o discurso do “me odeio porque sou gorda” pelo “agora sou feliz porque sei que tem homem que gosta de gorda”.
Ser careca me economiza o trabalho de afastar homens que acham que mulheres devem ter cabelos compridos esvoaçantes? Sim! Mas dizer que minha escolha cabelística foi feita por causa disso seria reafirmar que a minha existência é pautada na opinião dos homens sobre a minha beleza, e aí daria no mesmo.
Sou careca porque me adoro careca!
Eu, careca. Foto de C. Souza.
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Nota do editor: o post abaixo foi sugado, com todos os respeitos, do grande Alexandre Matias, que faz a linda curadoria do Trabalho Sujo, além de publicar em seu blog no Link do Estadão e ser o diretor de redação da revista Galileu. Como o post em si tem apenas um parágrafo, isentei qualquer outra fala. A do Matias bastou. O resto é história.
A primeira vez que John, Paul, George e… Pete Best tocaram perto de Londres foi num show na cidade de Aldershot, na região metropolitana da capital inglesa. No show, o grupo dividiu o palco com Ivor Jay & the Jaywalkers, numa noite chamada de Big Beat Sessions, no Palais Ballroom. Mas a apresentação foi mal divulgada e o público daquela histórica noite foi de 18 pagantes – embora algumas fotos, tiradas por um certo Dick Matthews, tenham sobrevivido para contar a história, veja abaixo:
As imagens vieram do Beatles Source, num link descolado pelo Eugênio.
O post original tá lá no Trabalho Sujo.
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Enquanto a internet se assustou com um ataque apocalíptico que não foi bem assim, algo mais nefasto estava para acontecer no fundo do mar. Autoridades egípcias encontraram um trio de mergulhadores que tentaram cortar cabos de comunicação submarinos cruciais.
Ontem, a guarda costeira do Egito chegou a um barco pesqueiro suspeito no porto da cidade de Alexandria. Não sabemos o que levou eles até lá, mas durante a investigação, eles pegaram a equipe de mergulhadores no meio do corte. O cabo em questão pertence à Egypt Telecom, fornecedor monopolista do país, fazendo com que ele fosse uma conexão importante na vasta rede de conexões de internet submarinas.
Os caras estavam tentando cortar o ponto 5:
O representante oficial militar das Forças Armadas do Egito escreveu da seguinte forma:
A Marinha hoje frustou com sucesso três mergulhadores, enquanto eles cortavam um cabo submarino de internet da empresa Egypt Telecom, próximo à costa de Alexandria. A Navi perseguiu os três mergulhadores, prendeu todos eles e entregou-os aos guardas da fronteira para tomar as ações legais necessárias contra eles.
E seja la o que eles queriam fazer, foi um bom primeiro passo para uma destruição da internet. Se você quiser realmente se parecer com um vilão de desenho animado, cortar os cabos seria um dos primeiros passos. A rede de cabos submarinos é uma fraqueza, considerando que é difícil protegê-la.
Até agora, não há explicação sobre qual era o plano dos mergulhadores, mas é possível que eles apenas tivessem algo a ver com outras tentativas inexplicadas de destruir os cabos que servem a Europa, África, Oriente Médio e Ásia nos últimos dias. E uma ação coordenada para cortar os cabos – se esse for o plano – poderia realmente causar danos na Internet por um bom tempo.
Então preocupe-se o quanto quiser com ataques DDoS, mas existem alvos físicos para ataques contra a Internet. Você só precisa ser um vilão do James Bond para chegar neles. [Reuters]
Imagem via Forças Armadas do Egito