Shared posts

22 Jul 17:10

Os maiores furos de roteiro e erros de continuidade em Game of Thrones

by Ana Carol

Todas as grandes produções de cultura pop tem dessas. Furos, erros de continuidade, coisas que todo mundo aponta e, na maioria das vezes, deixa passar porque se a obra for boa nada disso importa. Tem em Harry Potter (veja aqui e aqui). Tem em De Volta para o Futuro (veja aqui). Tem em Django (aqui), Titanic (aqui), Edward Scissorhands (aqui). Mas queremos quer falar sobre Game of Thrones.

continuidade_erros

Com essa quinta temporada de Game of Thrones, muitas críticas, descontentamentos e discussões foram reacendidas em relação à adaptação da série. Temos coisas originais sobre Game of Thrones que as pessoas gostam muito: A cena da luta de Brienne com o Cão, como Ned reconhece Arya na multidão antes de ser decapitado, Catelyn abraçando Robb e dizendo que “vingarão a todos” e as cenas de Shireen que eram belas e comoventes. As críticas, no entanto, começam quando os caras mexem nas motivações dos personagens e, consequentemente rolam alguns furos de roteiro.

Personagens viram heróis, santos e imortais, enquanto outros, eternas vitimas. O maior dos jogadores de repente se revela o mais burro deles, para cumprir função dentro de um polo específico. Muitas coisas ficam sem sentido (principalmente pra quem leu os livros), sem substância (para todos) e, pra tentar dar um pouquinho de sentido ou substância rolam aqueles longos diálogos que já viraram a marca da série. Então nos livros temos monólogos internos, descritos através de páginas e páginas. Na série temos diálogos, daqueles que tomam longos minutos de cena. Enfim, essa é por definição uma adaptação, e os caras se esforçam muito (é surreal o quanto) para fazê-la.

Essa lista não será um apontamento sobres erros ou acertos na adaptação como um todo. Me arrisco a dizer que se a gente fosse apontar tudo aqui, daria texto pra um livro,  a série basicamente mudou todos os personagens. Portanto, vamos expôr apenas alguns perceptíveis detalhes da adaptação que se contradizem, principalmente quando os produtores dão aquelas escapadinha marota do cânone. A maioria deles, você vai perceber que foram colocados justamente nesses longos diálogos. Outros foram apenas escolhas do design de produção. Muito deles na verdade não são tão ruins assim. Já outros, são de chorar. Que comece a dança:

1. OS  CABELOS LOIROS DE SHIREEN BARATHEON

shireen_baratheon

A atriz Kerry Ingram e sua personagem possuem cabelos claros. No entanto, quanto aos Baratheon, sua “semente é forte” e todo herdeiro da casa possui cabelos negros.

No episódio 1.06 “A Golden Crown”, assim como no primeiro livro de As Crônicas de Gelo e fogo, vemos Ned Stark perceber que os filhos de Cersei não são de Robert pois historicamente todo Baratheon nasceu com cabelos extremamente escuros. Uma guerra envolvendo cinco reis foi feita envolvendo a evidência capilar de meia dúzia de crianças. O líder mais irritado com toda a questão da mancha na moral e na dinastia é justamente aquele que tem uma filha com os cabelos tão loiros quanto os das crianças “ilegítimas e fruto de um incesto”.

Kerry Ingram foi uma excelente Shireen Baratheon, não importando a cor de seus cabelos. A atriz passava cerca de 4 horas fazendo a maquiagem do escamagris e o esforço de produção já conta muito aqui, sem dúvida. Mas… esse é só o começo da nossa jornada com os cabelos em Game of Thrones. Tem mais Baratheon mal explicado vindo aí.

2. O FILHO ESQUECIDO DE CERSEI COM ROBERT

cersei_robert_son
No episódio 1.02 “The Kingsroad”, Cersei tem uma conversa com Catelyn Stark sobre o filho de cabelos castanhos que ela teve com Robert e que veio a falecer dias após seu nascimento. Essa é uma cena exclusiva da série, que serviu para mostrar que Cersei se esforçou para dar filhos legítimos ao rei, e que a semente Baratheon é de fato forte, sendo todos os herdeiros legítimos crianças de cabelos castanho. Além disso, o diálogo mostra o quanto Cersei dobrou seus esforços na criação de Joffrey, deixando que ele fizesse tudo o que seu filho morto não pôde fazer, e ajudando a transformá-lo em um monstro no processo.

No entanto, a série manteve a ideia da profecia da infância de Cersei, onde ela teria apenas três filhos com Robert, todos eles com “coroas douradas”. A bruxa não citou esse primeiro filho. Onde é que foi parar esse filho de Cersei na profecia de Maggy? É claro que, por ter sido uma criança que não viveu muitos dias, é sensato compreender que ele “não importa”. Mas Cersei nunca se esqueceu dele. Uma mãe não se esquece, principalmente uma mãe como a Cersei da série.

3. COROAS DOURADAS E MORTALHAS DOURADAS

coroas_douradas
E assim é a profecia de Maggy, a Rã, Cersei teria três filhos com Robert. (…) De ouro serão suas coroas, e de ouro suas mortalhas (…). Martin nos disse nessa entrevista que devemos ficar de olho nas palavras vazias que lemos em profecias como essas. E como já havíamos colocado nesse post sobre o assunto, “o leitor é induzido a pensar que todos os três filhos serão reis/rainhas. Isto pode ser verdade, afinal, dois já foram coroados, mas também pode ser um jogo de palavras; “coroa” pode significar apenas aquilo que fica sobre suas cabeças; no caso, os cachos dourados de Joffrey, Tommen e Myrcella“.

Myrcella morreu na série de TV sem ser coroada. A ideia de que os três filhos de Cersei deverão ser coroados é algo muito substancial e, enquanto Myrcella quase foi coroada nos livros e está viva, na série nos deram o fim da personagem. Sem um link direto para a profecia, que foi a primeira cena da temporada. David e Dan gostam tanto de ser didáticos em certos aspectos da história (como em dizer diversas vezes em episódios a autoria do assassinato de Joffrey), mas… A profecia toda de Cersei ficou a desejar. Talvez essa questão seja linkada nos primeiros episódios da próxima temporada. Tomara.

4. AINDA SOBRE OS CABELOS E AS CORES EM GAME OF THRONES…

cabelos_hair_lannister
As características físicas dos personagens de TV não são levadas em conta de maneira tão estrita como vemos nos livros de George R. R. Martin. Vários personagens como Tyrion, Cersei, Jaime e Sansa tiveram sua ‘perucas’ modificadas com o passar das temporadas. Isso é algo bastante comum em séries de TV, ainda mais tratando-se de uma que já está há cinco anos no ar. E mais comum ainda em sagas de fantasia: em Harry Potter, a cada ano, as cores e formas dos cabelos dos personagens mudavam bastante por motivos de: Diferentes diretores e cinematógrafos, diferentes designers de figurino, a puberdade e adolescência do elenco, etc. E também, é necessário dizer que Martin faz isso mesmo com seus personagens: Os modifica fisicamente, adicionando cicatrizes horrendas no rosto, cabeças carecas, corta mãos, genitália… Muita coisa muda, de dentro pra fora e de fora pra dentro. Mas em Game of Thrones, a cor do cabelo muitas vezes é a coisa mais importante. Novamente, é o que define guerra. É como se esconde um herdeiro exilado. É como se estabelece uma dinastia.

Sansa já mudou o tom de seu ruivo infinitas vezes. Ainda na primeira temporada, o cabelo da atriz que era natural passou a ser revestido de apliques. Cersei e Daenerys passaram pelo mesmo problema com seus apliques (comprimento, textura, volume). Tyrion começou a série sendo o mais loiro dos Lannisters (e essa característica fomenta algumas teorias). Hoje já não é mais. Jaime definitivamente não é mais loiro como antes.

Além disso, muitas das fotos promocionais tiradas nos sets de filmagens não condizem com a fotografia feita para a exibição da série. A talentosíssima Helen Sloan, responsável por essas fotos de estúdio, toma todo um cuidado para que a iluminação dos personagens tenha sempre uma continuidade. Mas um exemplo que gosto bastante de dar sempre que posso é o de Melisandre, que teve sua cor ‘apagada’ durante os primeiros episódios da quinta temporada. Nas fotos de Helen Sloan ela está vermelha, na série não.

É bem prepotente da minha parte ficar colocando meus dedos em cima desses detalhes de design de produção, quando é claro o esforço tão fora do comum que a equipe coloca nos detalhes de cena. Eu sei que é. Acreditem, eu sou meio que apaixonada pelo design de produção de Game of Thrones e estamos trabalhando em um artigo sobre como a série trabalha a continuidade através dos elementos de cena. Infelizmente, no caso da cor dos cabelos, tem um monte de coisa que acaba “se perdendo na tradução”. Não vou nem citar a sobrancelha de Daenerys para não ficar parecendo comentarista do Facebook. Ops, citei.

5. O HERDEIRO DA CASA TYRELL

tyrell_family
Nos livros, Loras e Margaery possuem dois irmãos mais velhos: Willas e Garlan. Na série de TV, o herdeiro da casa Tyrell é o menino Loras, fazendo inadmissível o fato dele ter sido preso pela Fé sem que isso tivesse consequências imediatas. Loras ser o único homem herdeiro de sua casa foi definido em um diálogo entre no episódio 3.05 “Kissed by Fire”, contradizendo não só os livros como o próprio HBO Viewers’ Guide, que mostrava Willas e Garlan na árvore genealógica dos Tyrells na 1ª temporada:

main-qimg-607919b389ff67e0e6a4beed624a372e

A Casa Tyrell deveria ter se levantado contra a Fé imediatamente, principalmente em um contexto onde Loras não é um membro da guarda real (nos livros ele é). Muitas pessoas acham que todos os juramentados da Campina estão em Porto Real, já que nos livros o acordo firmado com Mindinho levou mais de 50.000 homens para Blackwater contra Stannis. Mas na série o número foi muito menor e Stannis perdeu a guerra para o fogovivo. No episódio 3.05 “Kissed by Fire”, Olenna lista para Tywin como a casa Tyrell o apoiou até então: 12,000 membros de infantaria, 1.800 cavaleiros montados, 2.000 tropas de apoio, um milhão de tonéis de trigo, meio milhão de tonéis de cevada, aveia, centeio, 20 mil cabeças de gado, e 50.000 cabeças de ovelhas. Apenas isso. Onde é que estão os homens da Campina? Na Campina. Fazendo o que?

A adaptação de Loras já é problemática sem precisar deste detalhe, completamente focada em sua sexualidade como se essa fosse a única coisa que um homem gay fizesse com sua vida. Sexo. É muito legal que Loras seja gay, como tantos outros personagens dos livros (incluindo aqui Jon Connington (leia o que Martin falou sobre isso aqui) e até mesmo Cersei, que se aventura com sua amiga Taena “pântano de Myr” Merryweather em uma cena curiosa de O Festim). Representatividade é algo maravilhoso. Mas como herdeiro de uma das casas mais ricas e influentes do Reino, ele poderia ter as costas mais quentes. Fica parecendo que toda família de Westeros é bunda mole. Lady Olenna foi reduzida a uma vovó chateada, que não tem mais ninguém a quem se apoiar a não ser Mindinho. Jogaram Mace Tyrell em Bravos, mas corvos correm na velocidade da luz na série. Por que não correram neste caso?

Não temos em Game of Thrones a Fé dos Sete explicada apropriadamente. A estrela de Sete Pontas (espécie de bíblia da religião) por enquanto é só um conceito que George ainda não desenvolveu adequadamente. No entanto vemos a Fé Militante da série de TV perseguir Loras com base em conceitos bíblicos cristãos, e da ideia de sodomia. A ideia de sodomia (que é colocada no discurso de ódio, mas não verbalizada) não se aplica a Westeros, uma vez que não tenha havido Sodoma e Gomorra neste universo. Não há dentro do universo de Westeros base religiosa para se perseguir alguém por ser gay. A “fornicação” pela qual Cersei foi acusada é valida porque, como rainha, ela cometeu traição política contra Robert ao traí-lo ainda em vida (com Jaime) e conspirar para matá-lo (com Lancel). A alegada fornicação praticada por Margaery nos livros (que é o motivo pelo qual ela é presa lá, acusada com falsos testemunhos) também é valida porque Margaery é rainha e estaria traindo Tommen e o reino.

No meu ponto de vista, toda vez que Game of Thrones (a série) tenta se apropriar de agendas de direitos humanos e minorias ela falha porque o fã médio não traduz o texto como crítica. Porque o texto é ruim. Loras sempre foi alvo de piadas na série, e sempre será. Assim como a gravidade das cenas de estupro nunca são lidas como os produtores entendem. Enquanto o discurso continuar a ser alegórico, fetichista, raso as pessoas não vão se importar com o que acontece a Loras e consequentemente o que a mensagem desse plot expressa. Portanto, não só furado, esse plot do Loras herdeiro também muito ruim. Pelo menos por enquanto.

Atualização: O leitor Red Dragon lembrou uma coisa muito importante que discutimos no Podcasteros do episódio 5.06 “Unbowed, Unbent, Unbroken”: não é estranho que a evidência para a condenação de Loras tenha sido o fato de que Olyvar, um escudeiro, conheça sua marca de nascença? No universo das Crônicas é bem comum que escudeiros – ou até servos comuns – vejam seus respectivos senhores sem roupa em situações do dia-a-dia, como banhos, trocas de armadura/roupa ou uma festa no bordel do Mindinho. Isso fica bem evidente nas Aventuras de Dunk e Egg.  Fim da Atualização.

6. QUANTOS MEMBROS DA GUARDA REAL SÃO NECESSÁRIOS?

tommen_kingsguard
Na segunda temporada de Game of Thrones, Myrcella é enviada para Dorne na companhia de um membro da Guarda Real em 2.06 “The Old Gods and the New”. Nos livros quem a acompanha é sor Arys Oakheart e ele fica ao lado da princesa para protegê-la o tempo todo, afinal de contas ela tem sangue real e não é uma garota qualquer. Por direito ela pode e deve levar sua guarda consigo. Mas na cena do episódio 5.04 “Sons of the Harpy” (que ilustra o tópico), Tommen está sendo escoltado por cinco homens do manto branco. Na Guarda Real, segundo cânone da série e livros, são sete os homens escolhidos para fazer parte da honraria de um rei. Então Tommen tem esses cinco caras, mais Jaime (que estava em Dorne) e Meryn Trant (que estava em Bravos), mais Arys Oakheart que deveria estar em Dorne. Nessa conta, são oito homens, quando deveriam ser sete. Na série, quando encontramos Myrcella em Dorne, vemos que ela não tem guarda nenhum. Onde ele foi parar? Talvez Arys tenha voltado para Porto Real e a conta no final das contas bate. Seja como for, por motivos de enquadramento e cinematografia, essa cena ficou bem mais legal com cinco guardas do que ficaria com quatro. Infelizmente, nenhum deles parece ter nada que os faça merecer vestir o manto branco.

Vale lembrar que no episódio 1.10 “Fire and Blood”, nove membros da Guarda Real são vistos em tela enquanto Joffrey tortura Marillion (quatro guardam a porta e cinco estão ao lado do rei). E olha que Barristan tinha acabado de ser mandado embora e Jaime não estava presente. Quantos são os membros da guarda real de um rei? O quanto o enquadramento de cena desejar.

7. AS BATATAS DA MÃE DE OLLY

batatas_game_of_thrones

A mãe de Olly preparava para o jantar deliciosas batatas quando os selvagens chegaram em seu vilarejo e passaram todos na faca e na flecha no episódio 4.03 “Breaker of Chains”. Mas não existiam batatas na idade média, principalmente no período e geografia em que Westeros se inspira. Batatas são nativas da América e só chegaram na Europa no fim do século XV. George R. R. Martin não incluiu batatas em seus livros, mas incluiu dragões, então a gente pode deixar essa passar. Além disso, nos livros Martin também usa ‘peru’ e ‘abóbora’, ítens que não existiam na europa neste período.

Mas a culpa das batatas não deve cair apenas em cima da mãe de Olly. Sor Bronn também cita sua existência em Westeros no episódio 2.08 “The Prince of Winterfell”.

Atualização: Um de nossos sábios leitores, Wesley, sugeriu que as batatas poderiam vir de alguma das ilhas que são claramente inspiradas nos continentes americanos. Em tempo, como o parágrafo acima denota, estamos falando de ficção. Sabemos que as batatas são um detalhe superficial. Esperamos que entendam e que não levem as batatas tão a sério. O Olly levou e olha só no que deu. Fim da Atualização.

8. A ORAÇÃO DE ARYA STARK

arya_pray
Arya tem aquela oraçãozinha, aquele mantra, aquela parada sinistra de ficar colocando nomes em uma lista mental de pessoas que ela quer matar um dia. Muitos dos nomes que ela coloca nessa lista o Deus da Morte acaba levando mesmo sem que ela interfira. Essa lista vive mudando e, no episódio 5.02 “The House of Black and White”, a lista já estava bem editada: “Cersei. Walder Frey. O Montanha. Meryn Trant.” – são os nomes que ela fala.

Joffrey, e o Cão saíram da lista por motivos de #valarmorghulis (morreram e ela sabe disso). O nome de Ilyn Payne foi excluído, provavelmente em respeito ao ator Wilko Johnson que teve que sair da série pra tratar de um câncer. Tywin também saiu, mesmo sem ela saber o que aconteceu com ele, talvez os produtores quisessem honrar a memória de Charles Dance. Ela também excluiu os nomes de Melisandre, Beric Dondarrion e Thoros de Myr, estes sem motivo aparente. O motivo talvez seja o fato de que Thoros e Beric não aparecem na série desde a terceira temporada e os produtores não quiseram citá-los pra gente não ter que lembrar deles e pensar “Cadê, HBO?”.

A nível de curiosidade, nos livros Arya não adiciona em sua lista nomes de pessoas que ela não conheceu pessoalmente (como Walder Frey).

9. ENTRAR EM VALÍRIA DENTRO DE UM BARQUINHO PARA FUGIR DE PIRATAS

quaithe_jorah
A ausência de Quaithe em outras temporadas de Game of Thrones é uma das coisas que mais incomodam os fãs de Daenerys. A pequena aparição que a personagem teve durante a segunda temporada foi mais alegórica do que fundamentada. Se fosse cortada não seria problema, porque tudo o que Quaithe disse não teve impacto nenhum nos personagens que a rodearam. Em 2.07 “A Man Without Honor” Quaithe e Jorah conversam em Qarth sobre a traição de Jorah e sobre Pyat Pree. Na ocasião, a mulher mascarada está tatuando um homem que pretende atravessar o Mar Fumegante para visitar as ruínas de Valíria. Fica aqui estabelecido que, se você deseja visitar a terra amaldiçoada, é preciso ser louco o bastante para fazer uma tatuagem sinistra com Quaithe. Ninguém navega por Valíria. Ninguém ousa ir. Isso é dito pelos próprios roteiristas da série no vídeo de História e Tradição da 1ª temporada sobre dragões.

E o que Jorah faz na primeira oportunidade? Isso mesmo, ele atravessa a porcaria da cidade de barquinho, para fugir de piratas.  O mais triste é ver que ele não encontra nada ali, além de Homens de Pedra. Todo uma mitologia simplificada de maneira bastante incoerente.

A cereja do bolo talvez seja ver Jorah contrair sua doença tão instantaneamente. Mas pra quem atravessou Valíria de barquinho, tudo pode acontecer.

10. EGG É PAI DO REI LOUCO? QUEM FOI ORYS I? E MAEGOR III?

aerys_crazy
No cânone da série de TV, Egg (Aegon V) foi pai de Aerys II, o Rei Louco. Isso porque meistre Aemon diz isso a Jon Snow no episódio 1.09 “Baelor”. Bryan Cogman, editor dos roteiros da série, confirmou em entrevista ao Winter is Coming há muito tempo que realmente essa é a estrutura criada para a série. Fica claro que, fazendo isso, os roteiristas encontraram uma maneira de aproximar Aemon e Egg de Aerys II, Rhaegar e Daenerys. Como Aemon morreu sem nenhum tipo de ligação com a “sobrinha neta”, fica difícil entender qual foi o real sentido disso tudo. Talvez eles pensaram em uma série prequela de Dunk e Egg? Ou em flashbacks? O mais estranho em toda essa história é o fato de que Aemon teria que ter, no mínimo, 10 anos a mais do que sua idade real para que essa cronologia fizesse sentido. Mas ele não tem, e morre na série com 103/104 anos, idade aproximada dos livros (onde ele morre com 102).

Seja como for, toda a geração de Jaehaerys II teria sido eliminada da história. O que é uma pena, porque a família Baratheon é ligada aos Tagaryen por causa de Rhaelle Targaryen, irmã de Jahaerys II, que casou-se com Ormund Baratheon. Sendo assim, Rhaelle é avó de Robert, Stannis e Renly. E isso torna a Rebelião de Robert muito mais interessante.

E ainda temos mais dois exemplos de desvio da árvore genealógica original de Westeros. Orys I e Maegor III, reis que nunca existiram nos livros, mas existiram na série.

Orys I é citado por Tywin Lannister no episódio 4.04 “Oathkeeper”. Em um diálogo com Tommen enquanto o corpo de Joffrey é velado, Tywin fala que agora Tommen será rei. E pergunta ao neto quais qualidades um rei deve ter. Tommen primeiro cita “justiça”, e Tywin aponta:

“Orys I foi justo. Todos aplaudiram suas reformas. Nobres e plebeus. Mas não por muito tempo. Ele foi assassinado em seu sono em menos de um ano por seu próprio irmão. Isso foi realmente justo da parte dele? Abandonar seus súditos a um mal que ele foi ingênuo demais em reconhecer? “

Bem… nunca existiu um Orys rei na dinastia Targaryen. O único Orys citado nos livros é um Baratheon. Na época em que o episódio foi ao ar, Elio do Westeros.org disse que, muito provavelmente, devemos interpretar o texto de David e Dan como um Orys que foi rei em algum lugar qualquer antes da família Targaryen conquistar Westeros. Um rei que deixou seu povo em mãos tão inábeis que é lembrado até hoje, centenas de anos depois.

Maegor III é citado no episódio 5.09 “A Dance of Dragons” em uma conversa entre Mace Tyrell e Tycho Nestoris. Mace fala que Maegor III tentou banir a prática da usura, e saiu cortando as mãos daqueles que eram pegos tentando fazer empréstimos em seu reinado. Acontece que apenas um rei levou o nome de Maegor nos livros, e ele foi um homem terrível demais para ser homenageado por sua casa mais tarde, e não uma, mas duas vezes. Martin contou recentemente em seu blog que Bryan Cogman, o especialista no cânone da série, dificilmente deixaria algo desse tipo passar batido no texto. No entanto, o ator Roger Ashton-Griffiths afirmou que o nome estava escrito exatamente assim no roteiro do episódio .

11. O USO DA LÍNGUA EM MEEREEN

kill_masters
Atualização: Alguns leitores bastante atentos deram a dica de que pichação existe desde que mundo é mundo. Desde as paredes do paleolítico (comunicação), até império romano (vandalismo e propaganda) e na idade média também (vandalismo e propaganda). No texto a gente apontou apenas que a série relacionou diretamente com a Revolução Francesa por se tratar, nesse caso, de um ato de guerra. Fim da Atualização.

Tem essa cena em que os Imaculados picham a frase “kill the masters” com sangue as muralhas da cidade no episódio 4.04 “Oathkeeper”. Esse conceito de pichação como ato de guerra, ganhou forma durante a revolução francesa. Por que Game of Thrones mostra isso em um tipo de sociedade onde quase ninguém sabia ler e escrever é que a gente não sabe dizer. Aliás, o uso do grafite também é usado pelo Fé Militante no bordel de Mindinho. E escrever isso na língua comum, como se Meereen precisasse ainda mais da apropriação cultural de Daenerys é bizarro. Licença poética, gente. A cena é bem forte e bem bacana, na verdade.

Mas aí, temos outros momentos onde Daenerys se perde na tradução. São apenas detalhes, a gente sabe que a série faz um trabalho bom valorizando o valiriano e o ghíscari e criando línguas específicas para a Baía de Escravos. Mas são detalhes que existem.

Daenerys falando na língua comum com seus dragões. Ela solta um ‘easy, easy‘ para Rhaegal e Viserion no episódio 5.01 “The Wars to Come“. Isso com certeza deve ter sido algo improvisado na hora da cena. Aliás, algumas vezes na hora de filmar o diretor percebe que a fonética do valiriano não está dando certo e aí ele pede para David Peterson mudar a palavra. Dessa vez pode ter sido para o inglês, mas já aconteceu de mudarem do valiriano para o dothraki, como no episódio 5.10 “The Dance of Dragons”.

Sobre isso, o proprio criador da língua explicou o que aconteceu em seu blog. Quando Dany sobe nas costas de Drogon e comanda “valahd”, ela não está falando valiriano. Ela está falando em inglês e a série inventou uma palavra e a colou na pós produção. A palavra ‘voe’ em valiriano (sōvētēs, no plural) já havia sido usada na série no episódio 2.10 “Mhysa”. Dessa vez os produtores queriam usar outra coisa, mas o resultado não ficou natural na cena, pois Emilia Clarke acaba falando a palavra “fly” mesmo (assista). Então, eles inventaram uma palavra que combinasse com a fonética do inglês, no caso, a tal da “valahd” que não existe no vocabulário valiriano, mas lembra a palavra “horizonte” do vocabulário dothraki. E colocaram o tal do ‘valahd’, dublando a palavra em cima da cena.

Sobre o encontro de Dany com Rhaegal e Viserion em 5.01 “The Wars to Come“: Este foi o primeiro episódio da história da série em que vimos os nomes dos dragões serem proferidos. Por isso é tão comum ver pessoas chamando os dragões de ‘o dracarys preto’, ‘o dracarys verde’ e o ‘outro dracarys’. O nome de Drogon também demorou para ser proferido em cena, tendo sido mencionado pela primeira vez no episódio 4.10 “The Children”. Em entrevista os produtores disseram que isso aconteceu por ser simplesmente difícil encaixar o nome dos dragões em diálogos. Então tá bom.

12. O ESTRANHO CASO DO BEBÊ QUE NÃO CRESCE

gilly_baby_sam
Gilly dá a luz a seu filho no episódio 3.03 “Walk of Punishment”. No episódio 5.10 “Mother’s Mercy”, o bebê ainda tinha a mesma aparência de quando o vimos pela primeira vez. Tyrion viaja de Westeros para Pentos, Myrcella passa anos em Dorne, Tommen ganha idade para fazer sexo, Drogon cresce dez vezes o seu tamanho, Mance Ryder chega ao punho dos primeiros homens dizendo que acenderá a maior fogueira que o Norte já viu, some durante temporada inteira, volta pra acender a fogueira, passa por duas batalhas épicas, é capturado, preso, morre queimado, Jon vira comandante, salva o povo de Durolar, volta, conta tudo pra Sam. Mindinho se teletransporta pelo continente inteiro. Mas o bebê de Gilly não envelheceu um dia.

13. O TELETRANSPORTE DE MINDINHO

mindinho
Mindinho é um caso complicado em Game of Thrones. Um dos personagens mais sacrificados por causa da adaptação (veja o que Martin falou sobre a diferença do personagem em relação a série), ele tem que viajar por toda Westeros o tempo todo na série de TV. Ainda na primeira temporada, David e Dan descobriram que uma maneira bem esperta de se economizar na produção dos episódios é usando a técnica do diálogo textão interminável. Dois atores, um cenário interno, seis minutos de textão. Na época, foi o que salvou a série. O piloto de Game of Thrones precisou ser refeito e eles usaram esse recurso para que a história fizesse sentido pra quem não havia lido os livros. É bem fácil de entender: Nos livros estamos dentro da cabeça dos personagens. Na série de TV não tem como, por mais que o ator ou atriz sejam excelentes. Então diálogos resolvem as coisas. E aí que todo diálogo com Mindinho rende cenas bem icônicas pra série, logo, ele meio que é usado pra caramba. Mindinho parece que chega pra explicar, unir, ser as fatias do pão que fazem da história um saboroso sanduíche. Mas para que esses diálogos aconteçam, Mindinho precisa estar em todo lugar. E como ele faz pra estar em todo lugar? Ué, ele viaja. Como? Se teletransportando em tempo recorde:

As viagens de Mindinho nos livros: O conhecemos como mestre das moedas em Porto Real. Em A Fúria, ele viaja para Ponteamarga para fazer uma aliança com os Tyrell. No fim do livro, ele volta para a cidade e aproveita para levar Jeyne Poole para sabe-se lá onde. Em A Tormenta ele parte para casar-se com Lysa, mas na verdade enrola nos arredores da cidade até o casamento de Joffrey. No fim do livro ele recebe Sansa em sua fuga de barco, a leva até os Dedos e depois os dois rumam para o Ninho Da Águia. E lá estão até hoje, planejando altas confusões.

As viagens de Mindinho na série: Primeira temporada, Porto Real, mestre das moedas. Segunda temporada, ele encontra os Tyrells no acampamento de Renly. Depois parte para Harrenhal, onde encontra Tywin, para firmar o acordo entre os Tyrell. E então volta para Porto Real. Lá ele ludibria Sansa, finge que vai embora mas também a espera nos arredores quando ela foge com Dontos do Casamento de Joffrey. De lá eles partem para o Vale.

E então finalmente vemos que o personagem está estabelecido no Vale, aproveitando dos frutos de seu árduo trabalho, se preparando para o inverno? Mas é claro que não. Ele leva Sansa para Winterfell. Convence ela a ficar porque Ramsay será bom com ela e, se ele não for, ele tem certeza que Sansa saberá domá-lo. E ele também tem certeza que Stannis chegará logo para acabar com os Boltons. E agora que ele deixou tudo acertado, ele viaja para Porto Real. Lá, convence Cersei a lhe dar mais sabe-se lá quantos territórios, conta tudo sobre Sansa e ainda arranja um tempinho para tramar com Vovó Olenna sobre o vindouro julgamento da Fé.

Tudo isso poderia ser resolvido com corvos? Sim. É possível viajar por Westeros desse jeito? Não. Westeros é perigosa, mesmo para os melhores tipos de cavaleiros. Mindinho não é cavaleiro nenhum, mas tem a “sorte” de jamais se encontrar com nenhum desses perigos.

14. OUTROS TELETRANSPORTES, ENCONTROS E DESENCONTROS

brienne_brynden_beric

Um ideal muito forte que dá estrutura pra história de George R. R. Martin é o lance do ‘cavaleiro andante’. Em um universo tão grande e vasto, é preciso colocar seus personagens nas ruas, campos, estradas e pousadas, para a história literalmente andar. A série de TV sempre dá um jeito de manter essa estrutura, e não teria como ser diferente: Dany, Arya, Bran, Tyrion, Brienne, Jaime e até Melisandre. Todo mundo já saiu pra viver suas aventuras, sendo jogados de um lugar para o outro. E todo mundo se f0d3 pra c@r@lh0 em suas andanças (menos Mindinho, é claro).

Nem sempre a série de TV consegue manter uma veracidade espacial quando cria a adapta cenas como essas. Na primeira temporada da série, Catelyn viaja de Porto Real até o Vale dentro de três episódios. Isso mostra o quanto a série realmente precisa correr para contar sua história, o que até torna o lance do Mindinho mais realista. Assim como Melisandre, que parte de Pedra do Dragão no episódio 3.03 “Walk of Punishment” (com aquele diálogo com Stannis onde ele manda um ‘Your fires burn low, my king’) e chega ao seu destino no episódio 3.06: “The Climb”. Lá ela pega Gendry e volta pra casa em 3.08 “Second Sons”.  Mas, ao mesmo tempo, Arya e o Cão viajam das Gêmeas até o Ninho da Águia durante uma temporada inteira.

Arya e Cão demoraram uma temporada inteira para viajar das Gêmeas até o Vale. Mas Mindinho viaja do Vale para Winterfell e depois para Porto Real em 3 episódios na 5ª temporada. E Catelyn Stark fez a viagem inversa: de Porto Real ao Vale em 3 episódios. De repente, na cabeça do espectador, não há motivo pelo qual Dany não ter subido nas costas de Drogon pra dar uma espiada em Westeros. Se é rápido pra todo mundo, ela poderia ir e voltar em um mesmo dia. Aí é que está: Dany não pode fazer isso porque seria vista. Ou seja, viajar é perigoso. Mas personagens como Mindinho e Brienne nunca passam por verdadeiros apuros em suas viagens. Se Westeros é tão boa com eles, porque não pode ser para outros personagens?

Sobre Brienne, o arco dela as vezes acaba sendo extremamente circunstancial. Ela encontrou Arya e Sansa em um curtíssimo período de tempo e com muita sorte. Todos os outros personagens que estavam próximos a região que ela se encontra foram esquecidos. Como Beric Dondarrion e sua Irmandade, além do tio Brynden “Peixe Negro” Tully. Brynden está sabe-se lá onde (seu arco dos livros foi cortado, já que o cerco a Correrrio não ocorrerá, o castelo já é de Walder Frey), e todo o imediatismo de resolver a questão dos Tully após o Casamento Vermelho foi para o ralo da continuidade.

Algo que é inerente ao período medieval e principalmente ao período de guerra é a criação daqueles personagens que são os ‘sem bandeiras’, os ‘saltimbancos’, os ‘leleks da zoeira’. A galera que sai nas ruas querendo fazer justiça com as próprias mãos, ou querendo fazer violência em nome do rei (alô Montanha). São esses pequenos conflitos dos heróis contra os pequenos bandidos que ajudam a acumular XP para esses personagens enfrentarem o boss. Histórias de capa e espada são assim. Arya e Brienne foram transformadas em seus arcos por isso. Não há motivo pelo qual Brienne não tenha encontrado personagens desse tipo durante as duas últimas temporadas.

A notícia boa é que a sexta temporada parece que será a temporada que dará forma para esse sentimento abstrato. De acordo com os casting calls, veremos muitos personagens do tipo “cavaleiro sem estandarte”, muita gente na rua procurando briga, além de novos senhores nortenhos. Quem sabe o retorno dos esquecidos Brynden, Beric, Thoros, Gendry? Com tanto personagem morto, talvez haja espaço para eles agora.

Ainda sobre a questão de viagem e o tempo que elas levam para ser feitas, a quinta temporada de Game of Thrones foi bastante inconsistente. No mesmo episódio em que Cersei vela o corpo do pai, vemos Tyrion chegando a Pentos. Esses acontecimentos deveriam acontecer com meses de diferença. E ainda vemos Melisandre desertar Stannis e correr para a Muralha, chegando lá antes que um corvo carregue uma mensagem contando tudo o que aconteceu. Conveniências.

15. O CASAMENTO DE ROBB E TALYSA PELA FÉ DOS SETE

robb_talisa_casamento
Talisa Maegyr é uma personagem original criada para a série. Nos livros, Robb se casa com Jeyne Westerling, herdeira dessa casa que é juramentada aos Lannisters. Lá a personagem está viva e não foi com o seu rei para o Casamento Vermelho. Nos livros faz um certo sentido Robb casar-se com a moça perante a Fé dos Sete, já que ele deflorou-a embaixo do teto dela, e como gosta de ter a honra limpa, acertou a união as pressas pra não ficar feio com os pais dela. Mas Talisa… não é Jeyne. Não é Westerling. Não é, sequer, westerosi. A personagem veio de Volantis. Então a gente junta o REI DO NORTE com uma volantina e… casamos os dois perante a fé dos Sete. A cerimônia acontece no episódio 2.10 “Valar Morghulis”, e é uma das cenas mais bonitas da série. É bonita, mas não faz o menor sentido. Bryan Cogman justificou a cena dizendo que Robb é filho de Catelyn, e foi criado pelas duas religiões.

Aliás, essa não foi a primeira vez que um nortenho esqueceu de onde veio na série. No episódio  2.08 “The Prince of Winterfell”, Lorde Rickard Karstark fala sobre fazer um sacrifício ao Pai, uma das entidades dos Sete:

I lost one son, fighting by your son’s side. I lost another to the Kingslayer, strangled with a chain. You commit treason because your children are prisoners? I would carve out my heart and offer it to the Father if he would let my sons wake from their graves and step into a prison cell. I don’t want your grief, I want my vengeance, and you stole it from me.“―Rickard para Catelyn, por ter libertado Jaime.

O plot de Robb e Talisa deixou um gosto amargo depois que a teoria sobre as cartas que ela escrevia para mãe não ter sido confirmada. Eu, pessoalmente, era entusiasta dessa possibilidade. E falando em cartas…

16. AEMON, DAENERYS E OS DRAGÕES TARGARYEN

aemon_daenerys

Nos livros Aemon descobre sobre Dany e seus dragões. Na série ele apenas ouve falar de Dany. Por que Sam não é informado sobre os dragões na carta que recebe e divide com Aemon? Que coisa triste ver Aemon partir da série sem saber que o maior sonho da vida de seu irmão Egg finalmente se realizou, e os dragões voltaram a existir nesse mundo.

A carta que Sam recebe no episódio 5.05 “Kill the Boy” é praticamente ilegível (clique aqui para ver) mas seu carimbo possui três correntes, o que pode significar que a mensagem veio da Cidadela. Sam lê o seguinte do pergaminho:

And though Daenerys maintains her grip on Slaver’s Bay, forces rise against her from within and without. She refuses to leave until the freedom of the former slaves is secure.

Se chegarmos mais perto, vemos que Sam leu apenas as duas primeiras linhas para Aemon. O restante da carta não é revelado. Descobrimos no tópico sobre Robb e Talisa que cartas misteriosas não costumam revelar muito. Mas seria interessante ver Sam ter esse súbito interesse em ir para a Cidadela pelas informações que pode estar recebendo sobre dragões.

Toda essa questão de corvos em Game of Thrones é problemática. Aemon saber sobre Daenerys e não saber sobre os dragões foi muito estranho. E é uma pena. E como Aemon consegue ficar sabendo de notícias do outro lado do mundo enquanto Jon não parece fazer A MÍNIMA IDEIA de que Sansa está sendo violentada ali mesmo, embaixo de seus olhos? Winterfell ficou sem corvos depois que Theon mandou matar todos na 2ª temporada?

17. O CASO DO COLAR RARO QUE NA VERDADE TODO MUNDO TEM

ocolardemyrcella
Assim como as cartas de Talisa, todo mundo queria acreditar nessa super reviravolta de roteiro, que nunca aconteceu, provando-se apenas um furo. No episódio 5.02 “House of Black and White”, Cersei exige que Jaime parta para Dorne em busca de Myrcella. O desespero de Cersei vem da ameaça recebida pelos Martell, uma víbora que exibia em suas presas o colar da herdeira Lannister. Cersei diz a Jaime na cena que existem apenas dois colares como aquele nos Sete Reinos. Um de Cersei e um de Myrcella.

Mas a gente sabe que isso não é verdade. Sansa recebe um colar Lannister de Joffrey, seu prometido, no episódio 1.06 “A Golden Crown”. “É belo, como aquele que sua mãe usa”, diz Sansa para o príncipe. No episódio 3.08 “Second Sons”, ela também o usa em seu casamento. No episódio 1.05 “The Wolf and the Lion” vemos Ros mostrando o seu colar Lannister a Theon. Ela conta que foi um presente de Tyrion.

Tyrion também deu um colar parecido para Shae, e por isso Cersei prende Ros em 2.08 “The Prince of Winterfell” achando que ela é a amante de Tyrion.

Se esse não era um pingente tão raro na casa Lannister, Cersei poderia claramente ter ludibriado Jaime a ir a Dorne, quando Myrcella não estaria verdadeiramente em perigo, e aquela víbora seria um artefato falso para tirá-lo de Porto Real e forçá-lo a trazer Myrcella de volta, deixando Cersei reinar em paz por um tempo. Esse seria um plot interessantíssimo. Mas não foi, pois sabemos que Ellaria realmente roubou o colar e enviou a ameaça, como foi revelado no episódio 5.09 “The Dance of Dragons”.

E já que estamos aqui, vamos falar de Ellaria.

18. O ESTRANHO CASO DA PERSONAGEM COM DUAS PERSONALIDADES

ellaria_sand_diff
Em uma cena da quarta temporada, Ellaria é uma pessoa. Na temporada seguinte, uma pessoa completamente diferente. A morte de Oberyn, seu grito de desespero (uma das imagens mais fortes e terrivelmente tristes da TV) foi o que a moveu na direção oposta de suas motivações na série. Isso pode ser compreensível em certo ponto, mas não no sentido da narrativa como um todo.

O meu ponto aqui é: Na guerra dos tronos, a grande maioria dos personagens são relacionáveis por possuírem tons de cinza. Temos Joffrey e Ramsay que são apenas negros. Mas sempre foram assim, e é essa a ideia. Ellaria, no entanto, não. Ela era interessantíssima, à frente de seu tempo em tantas questões (bastardia, incesto, feminismo). Na própria série de TV ela é anti-violência, tentando fazer Oberyn não entrar em conflitos. Há um momento de trágica violência, onde ela perde seu amor, de uma maneira brutal e inacreditável. Há o grito de horror. O dela e o nosso. Ela, como personagem, é rompida, quebrada, despedaçada. E como ela responde a isso? Se transformando em uma criança, contradizendo tudo o que acredita. Como se, primeiramente, a única coisa que a definisse como ser humano fosse Oberyn. E tendo exatamente a MESMA atitude que alguém sem inteligência teria se passasse pelo mesmo tipo de trauma: o de machucar uma criança, uma mulher como ela, indefesa, para manipular uma guerra. Esse tipo de agenda já é visto em Game of Thrones em diversos outros personagens, como Cersei por exemplo. Mas, o bacana nessa história é ver que, a cada personagem novo, vivemos um mundo novo. Se for pra viver o mesmo de sempre, pra que servem personagens novos?

Acho que, talvez, todos nós conseguíssemos comprar um ideal de vingança de Ellaria se ele fosse elaborado com menos contradições. Não é natural trocar de personalidade em um período de tempo tão curto, seja lá qual tenha sido o twist na sua vida. Ellaria é apenas um exemplo de como os dorneses da TV parecem não saber o que fazem. Não foi esse tipo de atitude que fez com que Dorne fosse o único reino não conquistado pelos Targaryen.

Mas somos fãs de Indira Varma. Atriz fantástica, merecia algo melhor.

19. VARYS E ILLYRIO

varys_illyrio_season1

Ah, Varys. Enquanto nos livros suas intenções são completamente turvas e difíceis de ser decifradas, na série de TV temos o personagem afirmando que esse tempo todo lutou para que Dany se sentasse no Trono de Ferro. E essa sempre foi sua agenda. O problema com esse discurso, que chegou com a quinta temporada, é o fato de que Varys pretendia matá-la na primeira temporada da série. Pediu para que Jorah a espionasse, ludibriasse e mandasse notícias, e não que a protegesse. Ou ainda na quarta temporada quando ele avisa Tywin sobre os dragões, alertando-o.

A cena que ilustra esse tópico é do episódio 1×05 “The Wolf and The Lion”. Em um momento exclusivo da série, vemos Arya observar os dois homens conversando (nos livros, não nos é revelado explicitamente que que se trata dos dois na cena, apesar de Martin já ter confirmado em entrevista). Na conversa, eles falam sobre a guerra civil entre Lannisters e Starks que está batendo à porta, e Illyrio diz que aquela não é hora de guerra, pois Khal Drogo não está pronto para deixar sua terra. Varys no entanto acha que a hora chegou, e que os dothraki precisam mover-se rápido. Varys diz: “Esse não é mais um jogo para dois jogadores.” Illyrio responde: “Nunca foi”.  Se Varys estivesse apoiando Dany durante todo esse tempo, seria mesmo inteligente facilitar algo para Drogo? Dothrakis estupram e pilham. Dany seria instantaneamente odiada, todo mundo a veria como uma selvagem. Esse não tem como ser um plano viável.

Do que eles estavam falando na verdade, você sabe se leu A Dança dos Dragões. A série de TV excluiu um importante personagem dos livros e, fazer com que Varys apareça como o grande apostador de Dany a essa altura do campeonato não faz sentido. Se ele realmente estivesse planejando isso, Dany já poderia ter chegado a Westeros. Nessa entrevista aqui, o Conleth Hill foi questionado sobre a mudança nas motivações do personagem, antes da quinta temporada ir ao ar. Se ele queria matar Dany, como assim agora ele desde o começo torce por ela? Ele conta que “a cada indivíduo é permitido mudar de idéia” e cita o fato de que a série excluiu personagens e precisou fazer mudanças. “Essa é a minha maneira evasiva de dizer que eu não sei!“, completou.

Tyrion, quando fala sobre isso com Daenerys em 5.08 “Hardhome”, afirma que Varys teve que fazer isso para sustentar sua própria sobrevivência em Porto Real. Mas Varys sabe todos os caminhos, todas as maneiras, conhece todas as pessoas. Ele realmente precisava ser esse tipo de agente triplo? Se fosse o caso, precisava fazer Jorah de bobo durante tanto tempo?

Além disso temos a ausência de Illyrio na série de TV para a 5ª temporada. Como é que o maior financiador de Daenerys “não está em casa” no momento em que ela mais precisa?

 20. IMACULADOS SENTINDO DOR E SENDO RUINS COMO GUERREIROS

imaculados_dor

A cena da morte de Barristan foi dolorida para espectadores e exército de Imaculados na mesma intensidade. Pelo menos a vulnerabilidade de Verme Cinzento se justifica pela relação de amor que tem com Missandei, e o medo que tem de morrer por conta disso. Comprando ou não essa ideia, é fato que Raleigh Ritchie é muito bom em cenas de luta (vide episódio 3.09 “Rains of Castamere”). Então sugeriram no roteiro que o cara tem sentimentos por alguém, e que isso agora o define. Tudo bem, é humano e é bonito. Mas o que dizer de todos os outros mi-lha-res de guerreiros comprados por Dany que meio que não estão servindo pra nada? Verme Cinzento é bom no que faz e tem suas fraquezas. Todos os outros Imaculados só têm a parte das fraquezas.

Aquelas ruas de Meereen (onde vimos a morte de Barristan, por exemplo) são cenários naturais em Split, na Croácia. Filmar na Croácia é uma parada complicada, porque os sets são estreitos e irregulares. Podemos até considerar que filmar cenas de luta ali é difícil pra caramba e o resultado nem sempre é o melhor de todos. Mas a cena dos Imaculados na arena em 5.09 “A Dance of Dragons” foi feita em Osuna, em uma arena de touradas grande e espaçosa. Por que eles estavam tão ruins ali também?

Lembrando que, na cena dos livros, não temos Imaculados na arena, porque não temos Filhos da Harpia na arena. Qual a motivação, qual a ideia, o que tiramos no final das contas de um momento desse porte onde Dany não se sente protegida por seu próprio exército?

20.1. BÔNUS: Na cena da arena, os Filhos da Harpia matam seus próprios colegas mestres escravos. O que isso quis dizer? Talvez seja respondido na 6ª temporada. Tem que ser.

21. OS LANNISTERS ESTÃO POBRES DESDE O COMEÇO DA HISTÓRIA E NINGUÉM REPAROU

lannisters_pobres
No episódio 4.05 “First of His Name”, Tywin anuncia para a filha que os Lannisters não possuem mais riquezas, e que a última mineração frutífera em Casterly Rock aconteceu há três anos. No passo em que a série anda, seria como se em A Guerra dos Tronos os Lannister já tivessem começado pobres. É isso mesmo.

Nos livros Tywin e os outros Lannisters jamais afirmam tal coisa. Aliás, Kevan sugere que os Lannisters usem seu próprio dinheiro para aliviar as dividas da coroa. Se não houvesse mais ouro, tio Kevan não mandaria essa. E mesmo que a gente venha a descobrir isso, estar pobre há tanto tempo não teria como ser segredo. Para minerar ouro é necessário empregar muita gente. Esses homens que serviam de mão de obra, agora sem emprego, fariam o que com suas vidas? Como é que Varys, Tyrells, as casas do oeste ou o Banco de Ferro não teriam descoberto isso de alguma maneira?

22. VAMOS FAZER UM ACORDO AQUI ENTRE NÓS DOIS, A GENTE FALA BEM RÁPIDO, NINGUÉM VAI ENTENDER E TODOS VÃO ACEITAR

roose_bolton_petyr
Essa história toda de Sansa em Winterfell gerou muita confusão. O que muitas pessoas não entendem é que, quando se critica o arco da Sansa em Winterfell, se critica principalmente o esforço fora do comum que o roteiro teve em colocá-la ali. A cena em que mindinho encontra Roose Bolton serviria para os dois firmarem o acordo. Acordo nenhum foi firmado e a série seguiu como se o acordo tivesse sido feito. Aí vem os detalhes:

O “não acordo” com Ramsay: Primeiramente, deve-se assumir que Petyr não sabia nada sobre a personalidade de Ramsay. O próprio roteirista Bryan Cogman afirmou que Mindinho não sabia de nada porque Ramsay é um personagem diferente dos livros. Enquanto no texto original ele é um bastardo famoso e temido por sua crueldade e psicopatia, na série ninguém sabe quem ele é. Então Mindinho nunca ouviu falar nas coisas terríveis que ele faz em nome do estandarte do pai. Isso é de fato colocado em um diálogo de Petyr com Ramsay, quando ele literalmente fala para ele: “I haven’t heard much about you” no episódio 5.03 “High Sparrow”. Ou seja, devemos assumir que Mindinho não é tão inteligente como nos foi vendido durante todas as temporadas anteriores. Porque além dele não saber nada sobre os Boltons, ele não se deu ao trabalho de pesquisar. É como se Mindinho fosse um tipo de apostador que não soubesse reconhecer a cor de uma moeda ou seu preço. Ele simplesmente jogasse sua bolsa pra cima e corresse, para depois voltar pra ver o que sobrou.

O “não acordo” com Roose: Mindinho fez essa proposta para Roose onde ele casaria Sansa com seu herdeiro e a tornaria Guardiã do Norte. Ele assegura que Sansa ainda é virgem e que nunca consumou seu casamento com Tyrion: “Pela lei da terra, ela não é mulher de ninguém.” De onde ele tirou essa lei, eu também não saberia dizer.

Até aqui a gente tem que assumir duas coisas: Que Mindinho é muito burro e preguiçoso por não ter pesquisado a família com quem fez uma aliança, e que Sansa pode ~pela lei~ casar-se novamente. Mas a proposta tem que ser boa para Mindinho e Roose Bolton. Mindinho está dando de graça a única pessoa com que ele se importa e Roose está cometendo traição. A traição do Roose é justificada, ele precisa de Sansa em Winterfell como precisou de Jeyne “Arya” Poole nos livros. Quando começam a discutir isso, Mindinho garante que agora que Tywin morreu, Roose pode fazer o que quiser: Jaime só tem uma mão e é politicamente inútil, Cersei está em guerra com Margaery e perderá, e Margaery ama Sansa e a apoiará. No entanto, não existe motivo para Mindinho fazer esse acordo. O que ele ganharia com isso? A gente sabe que é o Norte. É claro que ele tava de zoeira com a cara de Roose. Mas Roose ficou sem resposta. Quando ele começa a questionar isso chega uma carta da Cersei, Petyr vai embora pra Porto Real e A QUESTÃO É ENCERRADA SEM QUE MINDINHO SE JUSTIFIQUE. A cena de fato acaba sem uma explicação. Sendo assim, não há um contrato claro entre os dois. Como Roose comprou isso? Como ele deixou Mindinho partir sem uma resposta?

23. SANSA STARK OU ALAYNE STONE: QUEM É ESSA MOÇA?

sansa_hair
No episódio 5.01 “The Wars to Come” vemos uma cena entre Sansa, Petyr e Bronze Yohn Royce no Ninho da Águia. A expressão facial e corporal de Sansa são muito peculiares. Ela está entediada e irritada, triste. Olhem bem pra cara dela aqui. Absolutamente o oposto do que vimos em sua última cena na temporada anterior (3.08 The Mountain and the Viper), onde ela está bela, com seu vestido corvo, empoderada e confiante. O que foi que aconteceu com Sansa nesse meio tempo? De um episódio para o outro? Ninguém sabe dizer.

Mas temos essa garota que precisa estar de cabelos pretos para não ser reconhecida em Westeros. E o que acontece na primeira vez em que ela para para fazer um desjejum na estrada? É reconhecida por sua pseudo-heroína, Brienne. E logo depois colocada em Winterfell para casar-se com Ramsay. E logo depois tira o castanho dos cabelos para voltar a ter o ruivo Tully que sempre nos admirou.

E então perguntamos a vocês: Para quê serviu Sansa pintar os cabelos na série de TV?

E falando em estuprar mulheres só pra servir plots furados…

24. A TRISTE HISTÓRIA DE TYSHA, SHAE E GILLY

shae_gilly
Aqui teremos que analisar a sutil diferença que existe na série em relação aos livros.

Em A Guerra dos Tronos, Tyrion conta como conheceu sua antiga esposa Tysha para Shae e Bronn. Que ela estava sendo perseguida, Tyrion a salvou e logo depois os dois ficaram juntos. Se casaram (Tyrion tinha 13 anos) e depois Tywin fez Jaime contar ao irmão que a garota era uma prostituta contratada, fez sua guarda pessoal estuprá-la e Tyrion estruprá-la por último. Em A Tormenta de Espadas, Jaime revela ao irmão que Tysha era realmente uma órfã e que Tywin o fez mentir para Tyrion para lhe ensinar uma lição.

Essa cena acontece no episódio 1.09 “Baelor”. Tyrion conta a mesma história e, ao texto, foi adicionado uma complexa fala de Shae. Ela diz que Tyrion “deveria ter sabido que ela era uma prostituta, pois uma menina não convidaria outro homem em sua cama depois de quase ser estuprada.”

A série eliminou a revelação que Jaime faz a Tyrion nos livros. Isso faz com que Shae estivesse certa sobre sua anedota sobre a esposa de Tyrion. David Benioff disse na última Comic-Con que fez isso porque precisaria fazer algo como um flashback e que não teria como desenvolver isso no episódio. Então, aos olhos de todos os espectadores, Shae estava certa e Tysha era realmente uma prostituta. Todo comportamento de Tywin é de certa forma validado. Não há mais memória de Tysha, nem a compreensão de que aquilo foi a mais pura escrotidão humana vezes mil.

Mas a questão é a seguinte. No episódio 5.07 “The Gift”, Gilly faz exatamente o que Tysha supostamente fez nos livros. Ela se deitou com Sam imediatamente depois de ser abusada por patrulheiros em Castelo Negro. Se Gilly fez isso, quer dizer que ela é como uma prostituta, desapegada do próprio corpo? Essa frase é justa com Gilly ou Tysha, mesmo que ela usasse seu corpo para ganhar dinheiro?

25. A IDADE DE TOMMEN E O OS RECASTS

tommen
Sempre que rola um recast muita gente se chateia. Gostando ou não da série de TV, todo mundo se apega demais ao elenco e deve ser daí que as insatisfações surgem. No ano passado fizemos um post sobre o assunto aqui no site: Já trocaram Daario Naharis, Montanha Clegane, Tommen, Beric Dondarrion, Selyse Baratheon e Rickard Karstark. De lá pra cá rolaram mais duas trocas: Myrcella e Camisa de Chocalhos.

Tommen talvez seja a situação mais complicada. Nem o próprio Dean-Charles Chapman sabe dizer ao certo qual a idade de seu personagem. Durante as entrevistas de tapete vermelho na premiere da 5ª temporada o ator disse que seu personagem tinha 17 anos, e depois que tinha 12. Nenhuma dessas informações foram confirmadas pela produção da série e o próprio ator disse que os produtores não compartilharam essa informação com ele. Ele apenas assumiu isso, sem um pingo de precisão como podemos perceber.

No início dos livros Tommen tem sete anos e, no ponto em que estamos da narrativa hoje, o personagem tem entre nove e dez, a mesma idade de Bran. Quando vemos o quanto o ator Isaac Hempstead-Wright (que é mais novo que Dean) cresceu nos últimos anos, fica até mais fácil digerir o recast. Mas a questão não acaba aqui.

Todos os personagens foram envelhecidos em 2 anos para a série de TV. Mas Tommen não foi. Loras fala em uma cena da primeira temporada que o garoto possui oito anos. De acordo com a lógica da série, cada temporada cobre o período de um ano na vida dos personagens. Logo, Tommen hoje teria 12 anos. No entanto, o personagem parece ter bem mais, principalmente por conta das cenas de sexo com Margaery (que não existem no livro). No caso de Bran, a mudança física pode e deve ser atribuída a seu estado mental, seu poder como troca-peles, sua visão verde, sua longa viagem pelo norte, passando frio e fome. O próprio Jojen era descrito como um garoto jovem que parecia um velho por sua gravidade, voz, trejeitos. Tommen, no entanto, só fica ali quietinho tomando seu leite com pêra.

Uma evidência clara que Tommen foi envelhecido no recast é o fato dele não possuir alguém como regente para governar por ele até que ele tenha idade. Nos livros, Cersei é rainha regente, e também foi para Joffrey que ainda não era maior de idade. Na série ela foi regente de Joffrey, mas para Tommen ela é apenas rainha mãe. É como se de alguma maneira estranha, Tommen fosse mais velho do que Joffrey. Se Tommen fosse mais novo do que Joffrey e ainda tivesse a mesma idade de Bran, o conselho estabeleceria que alguém deveria ser regente do rei. Não foi o caso.

A  maioridade em Westeros nos livros é a de 16 anos. Na série, indefinida. No episódio 1.04 “Cripples, Bastards & Broken Things” Sam conta que seu pai o obrigou a sair de casa e se juntar a Patrulha da Noite no dia do seu 18º nome, pois ele era “quase um homem agora”. Nos livros, o pai de Sam o envia para a Muralha com 15 anos. Nessa fala, talvez, Sam tenha estabelecido que a maioridade em Westeros seja a de 18 anos. Poderia ser essa a idade de Tommen?

26. ALIÁS, ROLOU UMA CONFUSÃO COM JAIME: 

Sobre Jaime, como contamos aqui, nos vídeos de História e Tradição ele conta que foi feito cavaleiro da guarda real aos 16 anos, quando na verdade os livros contam que foi aos 15. Até aqui, tudo bem. Mas no episódio 2.08 The Prince of Winterfell, Tyrion disse que o irmão havia sido nomeado por Aerys aos 17 anos. Nos episódios da 4ª temporada, assim como nas animações do blu-ray da série, o livro branco da Guarda Real mostra que Jaime tinha 16 quando foi agraciado pelo Rei Louco. Que confusão.

27. A BUSCA DE JON POR BRAN E COMO É QUE SE ESQUECE DISSO DURANTE UMA TEMPORADA INTEIRA

bran_jon
A produtores da HBO criaram uma estrutura para o personagem de Jon Snow em que toda temporada ele é enviado para uma quest. Na primeira temporada, sua quest foi sobreviver na Patrulha e fazer seus votos. Na segunda, encontrar o tio e se aliar aos selvagens. Na terceira, escalar a Muralha e fazer aquela trairagem. Na quarta, encontrar o irmão Bran, e… OPA! O que foi que aconteceu com essa quest aqui, pessoal?

Na quinta temporada, a quest foi Durolar. Jon foi feito comandante, ajudou no que pôde Stannis, foi o pai e a mãe de Olly, foi até Durolar, lutou, voltou, foi traído. Em nenhum momento das 10 horas exibidas de Game of Thrones, vimos Jon Snow se lembrar que esqueceu de encontrar Bran do lado de lá da Muralha. Uma temporada INTEIRA baseada numa quest que depois foi esquecida como lágrimas na chuva.

Mas tudo indica que a ligação entre Jon e Bran será um dos temas da 6ª temporada de Game of Thrones. Muitas pessoas acreditam que teremos flashbacks com as visões de Bran, onde poderá ser revelada a origem de Jon. É claro que isso seria espetacular. Mas seria ainda mais doce ver que Jon não se esqueceu do que fez na temporada passada. Que ele não se esqueceu da família antes de ter que morrer.

(Para quem não lembra, a série estabeleceu que Jon sabe a respeito da jornada de Bran além da Muralha no episódio 4.04 “Oathkeeper”, na cena em que ele e Sam discutiam na biblioteca de Castelo Negro)

 28. A RELAÇÃO DA CASA STARK COM SEUS LOBOS X A RELAÇÃO DE DANY COM SEUS DRAGÕES

fire_ice
Os livros e a série de TV foram feitos a partir da paixão de seus criadores pela casa Stark. Essa é a grande verdade. George começou a escrever a Guerra dos Tronos depois que sonhou com a cena em que os meninos encontram os filhos de lobo na mata. Bran I, inclusive, foi o primeiro capítulo que George escreveu. David Benioff resolveu que queria fazer a série depois de ler a cena em que Bran é jogado da torre. Aqui está. Bran é o que desperta a curiosidade de todo mundo. É claro que talvez David tenha se apaixonado pelo plot com o incesto (eles realmente curtem essa parada) mas hey, mais fascinante do que a queda de Bran é a maneira como ele é curado pela companhia de Verão. Os Starks sem seus lobos pedem metade da graça, assim como Dany não tinha tanta graça assim antes do final do livro um, onde vemos os baby dragons ganharem vida. Essas coisas são importantes na relação que temos com o que é dinastia, o que são as casas, o que é costume, o que é sangue.

Fantasma desaparecer da companhia de Jon é um erro de continuação dos mais irritantes. OK, orçamento, computação gráfica, animais em set. Mas nem no final? Nem no momento em que Jon morre?

Por outro lado, no vídeo de Por Dentro do Episódio de A Dance of Dragons, os produtores falam com bastante sentimento sobre a relação de Dany e Drogon. Sobre como eles possuem um vínculo, e como Drogon pressentiu que Dany estava em perigo e voou para salvá-la. Por que Dany tem essa relação com Drogon, mas Jon não tem essa relação com Fantasma?

Vale lembrar que no episódio 5.07 “The Gift”, Fantasma faz jus ao nome que recebeu e aparece, do nada, PARA SALVAR SAM.

Agora que trouxemos o tema do Gelo e Fogo, chegou a hora de falar sobre aquela tal de Casa dos Imortais.

29. A CASA DOS IMORTAIS, ONDE ESTÃO MEUS DRAGÕES, ACHEI MEUS DRAGÕES, MAS SUMI COM MEUS DOTHRAKI.

casa_imortais

Daí sei o que você está pensando: “Ué? Mas qual é o erro de continuidade aqui? Apenas foram visões diferentes. Pára de querer achar erro em tudo, Game of Thrones BR…”! Mas aí é que está. A cena serviu para Dany deixar Khal Drogo para trás. Todas as outras coisas que ela viu ali trouxeram ZERO influências sobre a vida dela. E olha que a cena talvez tenha entregado que o que Dany encontrará na Muralha será morte. Ela não necessariamente precisava ter adivinhado isso, e isso nem precisa ser verdade. Mas, se essa for uma interpretação, deveria continuar a assombrá-la, a segui-la. E quanto a Drogo, ela realmente deixou ele pra lá: Nunca mais pensou ou falou no nome dele ou do filho. A visão foi mais pro espectador do que pra personagem. Ela atravessa Westeros e passa pelo inverno para encontra-se com Drogo e Rhaego. Nada do que ela viu ali, o fim das coisas, o pó, a neve, a sala do trono, nada disso a fez refletir sobre o futuro. Nada daquilo a fez ser curiosa.

Uma khaleesi sem um khalasar é o que? Uma grande quantidade de dothrakis foi chacinada em Qarth e, o que sobrou dele, nunca mais foi mostrado. Só que agora temos os dothraki encontrando-a, no fim da quinta temporada. Não teria sido mais sábio que a relação dela com a cultura dothraki tivesse sido mais natural? Depois da Casa dos Imortais onde foram parar seus irmãos de sangue que restaram?

30. SANGUESSUGAS DERRUBAM REIS, SACRIFÍCIO HUMANO DERRETE NEVE, OS GREYJOYS VENCEM A GUERRA, ACABOU CASA BARATHEON, CRIME OCORRE, NADA ACONTECE, FEIJOADA

stannis_feijoada

Stannis ter resistido ao cerco de Ponto Tempestada durante UM ANO INTEIRO comendo sola de sapato, até Davos chegar para salvá-lo com suas cebolas, mas… Não ter resistido uma semana ao frio do norte pode ser considerado furo de roteiro? Nos livros Stannis está em uma situação bastante semalhante na guerra. Ainda não aconteceu a morte de Shireen ou a morte de Stannis e Selyse, mas do ponto de vista temático todas elas fazem bastante sentido para a história. O problema óbvio aqui é como dentro da timeline a série resolver contar essa tragédia. Se você não é um nortenho, dificilmente sobrevive a um frio daqueles. Ao mesmo tempo, estamos falando do mais obstinado líder militar de Westeros. Nos livros Stannis está há 19 dias parado sem conseguir se mexer em uma distância de três dias de marcha à Winterfell. Ele pode morrer assim sem mais nem menos e ser apenas uma página no livro de história de outro alguém? Com certeza. Mas não com tanta rapidez como foi na série de TV. Do ponto de vista narrativo isso seria impossível. Voltamos novamente a relação entre monólogos internos e diálogos. É fácil a gente chegar de um ponto A a um ponto B. O difícil é a gente demonstrar como é que vamos fazer para trilhar esse caminho. Porque se o caminho não tiver uma construção, um significado, ele não é uma história.

O ponto que levou muita gente a ficar meio revoltada com o fim da adaptação do Stannis vem dessa sensação de o quão rápido ele teve que resolver tudo para correr de encontro a espada da Brienne e morrer. Episódios inteiros na Muralha de Jon Snow andando pra lá e pra cá e de repente ele resolveu sair e de repente a neve começou e de repente ele decide queimar a filha e de repente não deu certo e de repente ele morre. Não houve conflito, não houve o momento em que ele desistiu ou decidiu. E aí rolam os efeitos colaterais em ter que desesperadamente tirar Stannis da guerra dos tronos:

✖ Stannis resistir um ano a um cerco, mas não resistir “uma semana” ao frio. Estamos nos repetindo aqui, mas tá ruim de superar.
✖ Esqueceram que Balon Greyjoy existe no lance do ritual das sanguessugas, e ele acabou ganhando a guerra dos Cinco Reis.
✖ Aliás, nas imagens promocionais da Guerra dos cinco Reis na época da segunda temporada, a HBO definiu como os cinco reis da guerra em seu material promocional, incluindo DVDs e Blu’rays: Robb, Joffrey, Stannis, Renly e Daenerys. O que Daenerys tinha a ver com isso não sabemos. Balon Greyjoy e sua guerra para ser feito Rei das Ilhas de Ferro não foi considerada:

4-1-2012 10-07-45 PM
✖ Stannis morrer devendo sei lá quantos milhões para o Banco de Ferro. Quem vai pagar? (Se ele morrer nos livros essa também será uma questão a ser resolvida)
✖ “Vinte bons homens” de Ramsay destruírem um acampamento de milhares de guerreiros.
✖ De repente as pessoas se viram torcendo para o Ramsay.
✖ A morte de Stannis encerrou apenas o arco de Renly.
✖ Melisandre ficar literalmente sem palavras pra explicar o que aconteceu é sintomático.
✖ Roose Bolton nem aparece na batalha. Ramsay de repente virou bonzinho e não se importou em procurar o corpo de Stannis para esfolá-lo ou garantir que ele estava morto.
✖ Sansa observa a batalha começar na Torre Queimada. Quando o embate começa ela corre de medo e encontra Theon e Myranda. Ao jogar Myranda das ameias os soldados Bolton já estão voltando na batalha, e por isso Sansa e Theon resolvem pular. Isso quer dizer que a batalha durou o tempo que Sansa correu de uma Torre pra outra.

31. DE QUE LADO ESSA MURALHA ESTÁ E QUAL O TAMANHO DELA?

muralha

Por que Jon Snow e os selvagens voltaram de Durolar do outro lado da Muralha? Sendo que é exatamente ali que existem White Walkers? Na ida para Durolar na série de TV, os personagens Jon, Edd e Tormund seguiram a cavalo para Atalaialeste do Mar. Para que? Isso mesmo pessoal, pois lá existe uma baía onde eles poderiam ir para Durolar com seus navios. E assim lá eles chegaram, viveram o pior dia de suas vidas e voltaram. É, voltaram! Mas voltaram do outro lado da Muralha. É como se eles tivesse voltado a Atalaiaste, mas atravessado a Muralha de novo, exatamente onde deve estar cheio de White Walkers neste momento. Por quê? Para ter o simbólico momento onde Alliser Thorne os permite entrar. Veja no mapa a atitude insana de João.

O que faz menos sentido, é claro, é ver que depois Alliser mata Jon e vai ter que lidar com os selvagens que ele mesmo permitiu deixar passar. Se ele quisesse matar Jon, era só não abrir o portão e deixar ele lá que os White Walkers terminariam o serviço que começaram.

Sobre o tamanho da Muralha, no episódio 3.10 “Mhysa”, Sam conta que a Muralha se estende por 500 milhas (um pouco mais que 800km) e 700 pés (213 metros) de altura. Aqui, Sam quase dobrou o tamanho da Muralha. Nos livros a Muralha possui 300 milhas de comprimento e, sabemos que a ideia desse post não é comparar a diferença livros x série mas, se a Muralha fosse tão grande assim, Westeros deveria ser maior na série. O que, sabemos bem, não é o caso. Muito pelo contrário.

Já que estamos na Muralha, vamos encerrar esse tópico com uma questão que envolve tanto livros como a série de TV mas não é um erro de continuidade, e sim uma questão pra você tentar responder. Durante uma patrulha, Jon e sua turma encontram os corpos de dois companheiros de Benjen Stark e os levam de volta para a Muralha para estudá-los. No meio da noite os corpos acordam da morte como wights e tentam atacar Lorde Mormont. Jon o salva e tudo fica melhor na vida de Jon depois desse dia.

Mas aí fica a pergunta: Se a Muralha protege o reino dos homens e criaturas não podem ultrapassá-la, como esses homens conseguiram passar para o lado sul?

32. O POST TÁ ACABANDO, LISTAREMOS NOSSAS ÚLTIMAS CONSIDERAÇÕES:

sand_snakes_fighting

Nenhuma dessas considerações tem a ver com essa luta, mas esse GIF merece estar em um texto sobre coisas que não fazem sentido.

Prometi no começo desse artigo que não colocaríamos aspectos sobre as motivações gerais ou arcos inteiros nessa lista. Por motivos de ‘não cabe’. Mas, antecipando os comentários, listaremos as pontas soltas que a série deixou de maneira geral. São eles:

✖ Os produtores não sabiam se escreveriam para a personagem Shireen Baratheon na série de TV. Portanto, no episódio 2.02 “Night Lands”, Melisandre comenta que Selyse não deu filhos a Stannis, apenas abortos. Shireen no entanto foi escalada a partir da terceira temporada, onde vemos que na verdade Stannis tinha sim, uma herdeira.

✖ Na segunda temporada de Game of Thrones, muitos dos membros da Patrulha da Noite exibiam um tenebroso sorriso com dentes podres. Isso foi ignorado nas temporadas seguintes (veja essa cena como comparativo aos dias de hoje).

No episódio 2.01 “The North Remembers” Tyrion chega em Porto Real usando sua armadura de guerra da batalha do Ramo Verde (Green Fork). Ele voltou para casa com Bronn, para servir como Mão do Rei. Na época, muita gente questionou o fato de Tyrion ter andado durante meses a fio até chegar a Porto Real usando uma armadura pesada, uma vez que ele não é um soldado e, mesmo que fosse, não é um cavaleiro para andar por aí assim.

✖  No episódio 2.05 “The Ghost of Harrenhal”, Bronn usa a palavra “aniversário” ao invés de “dia do nome”, em uma referência a Joffrey.

Depois de matar um White Walker no episódio 3.08 “Second Sons”, Sam foge com Gilly sem pegar de volta a obsidiana que usou. Aquela parecia ser a única arma que ele tinha. Mas mais tarde, no episódio 3.10 “Mhysa”, vemos que Sam ainda possuia muitas delas. Vale lembrar também que as obsidiadas que Jon usa em 5.08 “Hardhome” não possuem o mesmo formato das que Sam achou no episódio 2.05 “The Ghost of Harrenhal“.

Ainda sobre Sam, em 3.10 “Mhysa”, ele fala para Bran: “Você é o irmão de Jon! Aquele que caiu da janela!”. Mas é sabido por todos em Westeros que Bran caiu escalando, e não que ‘caiu da janela’. Que ele caiu da janela apenas nós, Jaime e Cersei sabemos. Robb e Catelyn também adivinharam, mas não estão mais vivos pra contar, nem saíram espalhando por aí em vida.

Arya e Sandor chegam ao Bloody Gate em 4.07 “Mockingbird”. Os cavaleiros do Vale não ligam para sua presença, mesmo que o nome de Arya seja anunciado. Eles dão meia volta e isso nunca mais é mencionado na série de TV.

Em 4.08 “The Mountain and the Viper”, Daenerys diz que Jorah espionou para Robert Baratheon “o homem que matou meu pai e roubou o trono do meu irmão”. Mas o homem que matou seu pai foi Jaime Lannister, como ela mesmo lembra em 5.08 “Hardhome”. Nos livros ela não cita Robert Baratheons, e culpa “os homens que mataram seu pai”, usando plural.

Em 4.10 “The Children”, Jaime leva Tyrion até uma passagem secreta e fala para o irmão seguir, que Varys o encontrará no final para tirá-lo da cidade. No entanto Tyrion muda subitamente o caminho, para ir se encontrar com o pai. Como Tyrion sabia onde encontrar as passagens secretas para a Torre da Mão? Apesar de Varys lhe ter dado um mapa com os túneis secretos em 2.09 “Blackwater”, Tyrion jamais explorou ou leu os caminhos secretos de Maegor em tela. Tyrion também não tinha verdadeira motivação para mudar de caminho naquele momento, mas essa é outra história…

Como uma das crianças mais bem criadas de Westeros, educada por meistres em uma casa onde havia uma das maiores bibliotecas do continente, Arya deveria entender pelo menos alguma coisa de valiriano. Qualquer coisa. Mas ela não entende nada (assim como seus amigos pobres e órfãos), como demostra ao encontrar Melisandre no episódio 3.06 “The Climb”.

✖ Em 4.09 “Watchers on the Wall”, Jon e Sam atravessam a Muralha e passam pelo portão quebrado por Mag, o Poderoso durante a batalha da noite anterior. Os destroços do portão estão na direção contrária da que deveriam estar, já que o gigante o empurrou de fora para dentro.

✖ Trystane é o herdeiro Martell na série, de acordo com o seu anúncio quando foi escalado. Mas na segunda temporada, Tyrion envia Myrcella para se casar com “o filho mais novo dos Martell”, e não o herdeiro de Dorne. Durante as falas da quinta temporada ele não é explicitamente citado como o único herdeiro, mas dificilmente acreditamos que a HBO escalará os outros filhos de Doran Martell a esta altura.

Roose Bolton sugere a Walder Frey em 3.10 “Mhysa” que Ramsay estava aprontando das suas com Theon, mas na temporada seguinte em 4.02 “The Lion and the Rose” ele fica surpreso ao ver o que aconteceu com Theon. (Perceberam como subitamente nem mesmo Roose sabia do que Ramsay era capaz?).

Em 4.07 Mockingbird, Tyrion conta a Bronn que Falyse, a irmã mais velha de Lollys, herdaria as terras de Stokeworth depois que o pai delas morresse. No episódio 5.02 “House of Black and White”, no entanto, sabemos que é a mãe das meninas (Tanda Stokeworth) quem governa o lugar, assim como nos livros.

✖ Em 4.05 “First of His Name”, Oberyn conversa com Cersei sobre sua filha Elia Sand, a mais nova e mais difícil de suas filhas. É estranho pensar em uma filha com uma personalidade mais rebelde do que as das irmãs mais velhas depois desta 5ª temporada.

Em 4.03 “Breaker of Chains” Daenerys e seus Imaculados aparecem nos portões de Meereen munidos com catapultas. Quando e como Daenerys conseguiu construir tais instrumentos de guerra? Com que material? Nos livros, para conseguir material para o cerco de Meereen ela ordena que seu exército desmembre os navios que usou para chegar a Yunkai. Na série não só existe uma cena que mostra isso, como temos Daario Naharis no episódio 3.08 “Second Sons” dizendo para ela explicitamente que não havia material para sitiar Yunkai quando eles invadiram a cidade. De Yunkai para Meereen não houve cena ou diálogo que explicasse as catapultas. Mistério.

✖ Ainda sobre 4.03 “Breaker of Chains”, Tywin discute o estupro e assassinato de Elia com Oberyn Martell. Tywin insiste que, durante a guerra, soldados cometem atrocidades o tempo sem o consentimento de seus comandantes, deixando implícito que o Montanha estuprou Elia por livre e espontânea vontade, tirando de si a responsabilidade pela brutalidade de sua morte. No entanto, no episódio 1.09 “Baelor”, vemos Tyrion se queixar com o pai de que os homens dos clãs das montanhas (contratados como mercenários) estavam brigando demais entre si, e Tywin se irrita dizendo que se soldados agem de forma indisciplinada, seu comandante é sempre o responsável.

Em 1.04 “Cripples, Bastards and Broken Things”, Viserys conta para Doreah que os crânios do dragões da sala do trono, foram dispostos de modo que ficavam progressivamente maiores à medida que chegavam perto do Trono de Ferro. Mas em 3.07 “The Bear and the Maiden Fair”, Tywin e Joffrey falam sobre como os crânios estavam dispostos de maneira contraria a sugerida por Viserys: do menor (tamanho de uma maçã) para o maior (tamanho de uma carruagem).

No episódio 4.05 “First of his Name” Tommen e Daenerys são nomeados “Rei dos Ândalos e dos Primeiros Homens”. Nos livros, o título é, na verdade, “Rei dos Ândalos, dos Roinares, e dos Primeiros Homens” – reconhecendo os três principais grupos étnicos nos Sete Reinos. O roinares são os ancestrais dos dorneses. Se Tommen não é rei dos Roinares, ele não reina Dorne. Mas sabemos que isso não é verdade. A série tirou os roinares dos títulos formais de reis desde o episódio 1.01 “Winter is Coming”, quando Ned executa o patrulheiro desertor recitando o título de Robert. No entanto, no episódio 4.10 “The Children”, Daenerys é nomeada por Missandei como “Rainha dos Ândalos e dos Primeiros Homens”. Anteriormente Daenerys já havia sido referenciada sem o título roinar, nos episódios 3.07 “The Bear and the Maiden Fair“.

✖ Em 5.04 “Sons of the Harpy” Mindinho conta a Sansa que esteve no Torneio de Harrenhal e viu Rhaegar dar a rosa do amor e da beleza para Lyanna. Harrenhal pertencia, até o inicio da guerra dos Cinco Reis, a família Whent. A mãe de Catelyn era dessa família: Minisa Whent. ...

16 Jul 16:08

Promoção de Aniversário: 10% de Desconto na Loja Valinor

by Fábio Bettega

Neste mês de aniversário de 14 anos da Valinor a Loja Valinor está dando um presente pra você, fã de J. R. R. Tolkien! Um desconto de 10%* em todos os itens da Loja  Valinor ao utilizar o Cupom de Desconto abaixo:

 

VALINOR_14ANOS

 

Promoção válida até 31/julho/2015 ou enquanto durarem os estoques

* exceto réplicas de armas e tarifas dos Correios

Like
Like x 1
16 Jul 10:58

Parem as Máquinas: Escala De Ódio de Além do Tempo

by Thiago Pasqualotto

Estamos ainda de luto com o final de Sete Vidas, nossa novela das seis preferida cheia de diálogos lindos e DRs intermináveis. Além das lágrimas derramadas ao ver Júlia trocar Felipe pelo chato do Pedro.


Mas já temos uma nova novela para amar ou odiar. E antes que alguém fale "eu odeio novela de época e bla bla bla", calma! Além do Tempo terá uma passagem de tempo de 150 anos (não é piada) que acontecerá no capítulo 70, depois todos reencarnam nos dias de hoje.

Então chega de papo furado e vamos logo conhecer os personagem da nova novela das seis.

Personagem: Lívia


Quem é:
É noviça por imposição de sua mãe Emília. Muito sonhadora, quer deixar o convento pra dar uns pegas no Rafael Cardoso sem arder no mármore do inferno.

Por que vamos odiar:
A gente ama porque Alinne Moraes finalmente voltou pras novelas. Mas a gente também odeio porque ela vai passar metade da trama escondida atrás de um hábito. 

Almoço na casa da vó / Choppinho com os amigos


Numa escala de 1 a 5 bocas gigantes, quanto vamos odiar:


Personagem: Felipe


Quem é:
Conde Felipe é sobrinho neto da Vilã-Condessa Vitória. Sua falecida esposa o deixou um filho (Alex) e várias dúvidas e tristezas que o fazem ser bastante amargo com a vida. Está noivo da Paolla Oliveira, mas quer mesmo é dar uma sapecada na freirinha Moraes.

Na missa de domingo / Depois da balada de sexta


Por que vamos odiar:
Não tenho nada contra, pelo contrário!



Numa escala de 1 a 5 gatinhos fofos, quanto vamos amar:


Personagem: Condessa Vitória


Quem é:
A poderosíssima Condessa Vitória Castellini é extremamente orgulhosa e apegada a sua origem nobre. Vaidosa, prepotente e altiva, é temida e odiada pelos subalternos. Esconde um passado obscuro repleto de maldades.

Por que vamos odiar:
Temida e odiada na mesma frase? Já estou apegado. A gente ama vilãs!

Numa escala de 1 a 5 condessas falidas (#RipCarolaScarpa), quanto vamos odiar:


Personagem: Emília


Quem é:
Sofrida e trabalhadeira, guarda em segredo um grande amor e, ao mesmo tempo, um grande ódio em seu coração.

Por que vamos odiar:
Querida, a senhora sofre de mágoa de cabocla. Conheço muita gente assim, minimiza suas frustrações infernizando a vida dos outros, no caso, vai mandar a filha pro convento. 

Numa escala de 1 a 5 freirinhas falsianes, quanto vamos odiar:


Personagem: Dorotéia


Quem é:
Pobre com mania de rico. É uma mulher fútil e sonha em manter o status de nobre graças ao casamento da filha Paolla Oliveira com o Rafael Cardoso.

Por que vamos odiar:
Eu sou tipo aquelas véias noveleiras que batem em vilã no meio da rua, misturo todos os personagens e tô ainda com ódio da Julinha Lemmertz desde aquela desgraça de Em Família.


Numa escala de 1 a 5 flautinhas doces, quanto vamos odiar:


Personagem: Roberto


Quem é:
Filho de Dorotéia e irmão de Melissa. É um típico bon vivant, de caráter um tanto duvidoso e um tipo sedutor que sempre tira proveito da boa aparência e do sobrenome para se dar bem.


Por que vamos odiar:
Olha aí, gente, playboy cafajeste não é exclusividade dos seus ex-namorados, já existia desde o século 19.

Numa escala de 1 a 5 cafajestinhos do século 21, quanto vamos odiar:


Personagem: Melissa


Quem é:
Meiga, abusada e mau caráter. Sua família é nobre, mas está completamente arruinada e em decadência porque não está fácil pra ninguém. Seus interesses a fazem ser capaz de qualquer coisa para manter o noivado e futuro casamento com Felipe.

No Facebook / No Whatsapp


Por que vamos odiar:
Não sei, mas onde que no século 19 a MAC já tinha lançado esse batom cor emo-gótica? Melissa é vidente, química e fashionista.  


Numa escala de 1 a 5 caretas da Paolla, quanto vamos odiar:


Personagem: Resto do Elenco


Quem é:
Gente que sofre e luta por alguma coisa que eu não sei exatamente o que é porque nunca prestei muita atenção nas aulas de história sobre o século 19.  

Por que vamos odiar:
Não odeio, mas me solidarizo com quem vai ter que gravar o dia todo debaixo do sol do Projac usando figurino de época, enfrentando insolação, desmaios e espartilhos apertados. 

Numa escala de 1 a 5 canais de história da TV paga, quanto vamos odiar:


Conte pra gente o que achou da nova novela AQUI.
Veja a chamada de elenco sincera no Morri Na TV AQUI.
13 Jul 14:43

[Comic-Con] Assista ao painel de Game of Thrones

by Ana Carol

comic_con_2015_gameofthrones
comic-con-logoAqui está, na íntegra, o painel de Game of Thrones realizado durante a San Diego Comic-Con 2015. Apresentado por Seth Meyers, estavam no palco Carolyn Strauss (produtora), David Nutter (diretor), Alfie Allen (Theon), John Bradley (Sam), Gwendoline Christie (Brienne), Liam Cunningham (Davos), Natalie Dormer (Margaery), Conleth Hill (Varys), Hannah Murray (Gilly), Sophie Turner (Sansa), Carice van Houten (Melisandre) e Maisie Williams (Arya).

Uma jornalista de Vanity Fair contou que as pessoas que conseguiram lugar na primeira fila do Hall H dormiram do lado de fora durante dois dias. Vale lembrar que mais tarde aconteceria o painel de Star Wars por ali também, e mais cedo o de Walking Dead.

Elenco e produção responderam perguntas do apresentador e plateia. A HBO exibiu um vídeo onde Game of Thrones é referenciada em outras produções da cultura pop e um vídeo com testes de elenco, que você pode assistir aqui. Nenhuma grande novidade foi exibida. Nossa equipe já estava esperando que esse painel fosse acontecer um pouco de “mais do mesmo”, tradicionalmente vídeos com anuncio de casting acontecem “ano sim, ano não” na Comic-Con. Esse foi o “ano não”.

Assista abaixo. Os 10 principais pontos, a gente destaca em seguida:

 

1. Jon Snow e Stannis estão mortos, conta o diretor David Nutter

David já tinha dito isso em diversas outras entrevistas, mas repetiu hoje tanto para a EW quanto no painel da série. Ele conta que disse isso para o próprio presidente Barack Obama e fizemos um artigo em separado sobre essas declarações, leia aqui. Quando citou o Casamento Vermelho, episódio que ele também dirigiu, foi vaiado pela plateia. Parece que David e Dan só chamam o cara pra fazer coisas que as pessoas não gostam de ver. Lembrando que ele também dirigiu a morte de Shireen e, quando o assunto surgiu, David foi severo dizendo o quanto a cena foi difícil e triste de ser feita.

Voltando a Jon Snow, um membro da audiência perguntou se o elenco sentirá falta de Kit. Maisie responde que ele já foi tarde, porque ninguém suportava mais aquele cabelo. (LOL)

2. Sophie Turner sobre a controversa cena de sua personagem.

Quando pediram a Sophie para falar mais sobre por que sentia que a cena de violência contra Sansa foi uma boa escolha para sua personagem, a atriz conta que continua mantendo seu comentário original, de que a cena foi ótima. Dito isso, ela também brinca ao comentar que não entendeu por que os produtores escolheram focar a cena na reação de Theon: “Eu estava fazendo uma grande performance“, disse a atriz, rindo.

Turner também lembrou a todos na platéia que apesar do que aconteceu com Sansa, ela ainda é uma personagem forte, e elaborou sobre por que ela  sente que Sansa “escolheu agir daquela maneira”:

“Durante esse tempo todo o que ela fez foi ficar em alerta, porque qualquer ato radical poderia mudar sua situação – ela poderia morrer com os Boltons, um risco enorme para se tomar. Ela não é idiota. Acho que ela pensou consigo que poderia ter lutado se quisesse, mas ela não o fez. É bom para a personagem. Ela é uma daquelas pessoas que conspiram dentro de sua mente, e não em voz alta.”

3. Margaery Tyrell poderá ter maiores problemas em breve.

Apesar de todos se manterem cheios de segredos sobre o que está por vir na série, a atriz Natalie Dormer diz que, tanto quanto ela sabe, problemas estão chegando para sua personagem Margaery:

“Eu não tenho nenhuma pista [quanto ao que vai acontecer com ela], tudo o que posso dizer é que sua avó não estará mais ao redor para cuidar dela e ela está em uma nova situação em que não sabe qual passo tomar. Eu acho que Margaery terá problemas, para ser honesta.”

4. Maisie Williams e os desafios de gravar sem poder enxergar (de verdade).

No final da temporada de Game of Thrones, muita gente se perguntou sobre o que iria acontecer com Arya Stark, agora que ela está cega. Enquanto Williams disse recentemente que está preocupada com o que vai acontecer mais pra frente, ela também revelou no painel que, como atriz, se preocupa com os desafios físicos que enfrentará para interpretar uma personagem que não consegue enxergar.

Do ponto de vista técnico, Williams diz que as lentes de contatos em si são um aborrecimento, porque eles são “grossas e difíceis de colocar.”

“Estou preocupada em ter que fazer qualquer cena de luta, primeiro porque eu não consigo enxergar usando as lentes e elas são extremamente desconfortáveis. Leva três segundos para os roteiristas escreverem “Arya luta enquanto está cega”, mas leva muito mais tempo para que eu domine isso.”

Uma fã chegou vendendo ostras, amêijoas e conquilhas. Maisie se lembra que ninguém aguenta mais ver Arya limpando o chão. Percebe-se que a garota realmente não está disposta a ser Ninguém.

5. Alfie Allen diz que o momento de redenção de Theon poderia ter sido diferente.

Embora a vida em Westeros seja difícil para todos, os fãs da série não podem negar que a jornada de Theon como Reek/Fedor tem sido bastante miserável. Mas apesar do mau que ele fez, vimos que no season finale da 5ª temporada Theon tentou se redimir, presumivelmente ajudando Sansa a escapar. Quando perguntado o que ele achava da redenção de Theon, o ator Alfie Allen diz que apesar de ter gostado, ele se pega pensando em todos os outros caminhos que a linha de história poderia ter percorrido.

“Como ator, teria sido interessante ver onde as coisas poderiam ter ido – talvez pudesse ter sido mais sombrio, mas é bom ver uma luz no fim do túnel para Theon – Eu não sou de todo ruim!”

Algo interessante sobre Theon: Na cena do casamento de Sansa, a roupa que ele estava usando era a mesma peça de figurino usada por Robb Stark.

6. As fãs que chutaram a porta e perguntaram se na 6ª temporada os escritores reagirão as críticas e cuidarão melhor da representatividade feminina na série.

Todo mundo riu nervosamente e a produtora Carolyn Strauss disse que sim. Segundo ela os escritores estão tentando fazer o melhor, e que naquele tempo as coisas não eram boas para homens e mulheres. Os roteiristas apenas refletem isso na história.

Os finais de temporada em Game of Thrones são notoriamente cheios de acontecimentos, e com certeza os fãs gostariam de ver um episódio com mais de uma hora. Quanto a saber se isso poderia vir a ser concretizado, a produtora Carolyn Strauss deixou a possibilidade em aberto:

“Lembre-se, quase todos os episódios finais duram mais de uma hora, pelo menos por um minuto ou dois, mas temos muitas opções por aí, vamos ver o que acontece.”

Carolyn também contou que, mesmo que a série tenha alcançado os livros, George é consultado tanto quanto sempre foi.
Sobre as exibições em IMAX e Game of Thrones no cinema, a produtora revelou que não sabe dizer se isso continuará a ser feito, ou se a série passará um dia a ter um “episódio filme”.

6. O clichezão do “quem vai sentar no trono de ferro”:

Sim, dois dias na fila pra fazer essa pergunta. Enfim. Gwendoline disse que gostaria de ver Hodor. Carice escolheu Sam. Liam disse “Bem, os Baratheons é que não vão ser”.

7. Gwendoline queria ter esperado mais para ver a vela acender

A atriz foi a única que levantou a mão quando Seth Meyers perguntou quem ali já havia lido os livros. Gwendoline disse que aprendeu muito com a Brienne dos livros (o que é curioso, porque as personagens são bastante diferentes). Ela também conta que adora como a relação de sua personagem com Jaime não é baseada em sexualidade. E, quando perguntada sobre o que mudaria na quinta temporada, respondeu que esperaria pela vela de Sansa na Torre. Liam concorda, dizendo que se isso acontecesse ele ainda teria um chefe.

8. Conleth Hill é um ser humano maravilhoso

Extremamente engraçado e cheio de tiradas geniais durante a conversa, é até um pouco esquisito ouvir a voz dele quando não está sussurrando algum segredo em Westeros e Essos. Inclusive, Maisie Williams disse que todos ali na mesa gostariam de trabalhar mais com o ator.

Sobre Varys, Conleth disse que acredite em última instância que Varys é um homem bom. E que não leu os livros porque, com Varys, você precisa viver o momento.

9. Carice curtiu ver Melisandre quebrar, Liam está na bad.

Clarice foi questionada sobre fazer amizade com Thoros de Myr pra trocar dicas um com o outro. Ela disse que não sabe de nada, que está no escuro, e que sua escuridão é cheia de terrores, então não pode revelar nada sobre isso. Em outro momento, ela contou que recebe muitos emails de pessoas que odeiam Melisandre, que entende isso e que curtiu bastante ver Melisandre começando a ficar despedaçada.

Seth Meyers disse a Liam que está feliz por seu personagem, porque já que Stannis morreu, ele poderá trazer um pouco de luz para sua vida. Liam encarnou Davos, dizendo que isso não irá acontecer.

10. A cara que John Bradley faz quando o auditório aplaude ele e Hannah Murray por fazerem sexo:

Screen Shot 2015-07-11 at 01.44.31
O ator conta que sempre achou que seu personagem pensava em sexo como pessoas normais pensam sobre o espaço sideral: Você sabe que existe mas não acredita que um dia chagará lá.

 

A 6ª temporada de Game of Thrones ainda não tem data de estreia.

13 Jul 14:17

George R. R. Martin ainda não terminou o sexto livro

by Leandro Ribeiro

Jack-Bender-Lost-Last-Ship_LNCIMA20140807_0169_30

 

Como vocês viram por aqui, o diretor Jack Bender (LOST e The Sopranos) dirigirá os dois primeiros episódios da sexta temporada de Game of Thrones. Ele rspondeu a um Ask Me Anything (AMA) no Reddit há alguns dias, que não noticiamos para vocês pois, como as gravações ainda não começaram, ele não respondeu nada de relevante sobre Game of Thrones, exceto por isso:

Imagem1

 

– Você leu uma cópia antecipada do livro 6 de Game of Thrones para se preparar para dirigir os episódios da próxima temporada?

– Sim

Apesar de polêmica, pois indicaria que o sexto livro já estaria em fase final, a declaração foi corrigida tanto pelos responsáveis do Westeros.org (Elio e Linda) quanto pelo pessoal do Watchers on The Wall. O diretor teria se equivocado com a própria pergunta que lhe foi feita pois questiona sobre um sexto livro de Game of Thrones (não das Crônicas de Gelo e Fogo, que é o nome correto dos livros). O que Jack Bender leu foi um resumo do que deve acontecer na sexta temporada.

Portanto continuem suas orações pelo senhor Martin.

P.S.: Diretor que não sabe de nada dirigindo episódios da sexta temporada… Quem na série não sabe de nada? Hummm… É isso! Jon Snow confirmado na sexta temporada!

 

Leia também:

Jack Bender dirigirá dois episódios da 6ª temporada de Game of Thrones

13 Jul 14:15

10 momentos da 5ª temporada de Game of Thrones em que pensamos “Agora vai!”, mas não foi…

by Leandro Ribeiro

A quinta temporada teve seus altos e baixos, mas como sempre Game of Thrones gosta de nos lembrar que “se você procura justiça, veio ao lugar errado”. Por isso listamos aqui alguns momentos dessa temporada que nos venderam errado. Aqueles momentos em que fizeram com sua expectativa o mesmo que Jon Snow fez com aquele White Walker.

556bb676378caf0d670e4d50_jon-snow-white-walker

 

1. Daenerys indo ver os dragões

Esse é lá do começo. Você ai contente por que finalmente vai ver que tamanho ficaram os dragões e o que diabos Daenerys vai fazer com isso, só para perceber que, vejam só, Targaryens não são imunes ao fogo mesmo né?

drqgqcpbe8xam1msoxos

Já falei pra não tentarem queimar a mamãe!

 

2. Dorne

Dorne! Dorne caramba! Você vai ver, vai ser foda! Tem as Serpentes da Areia, Doran, os Jardins da Água!

Não foi…

Imagem1

Acho que não…

t65ZXGa

8a4c0947bfb80108f84174b85d0fb4ee

 

3. Sansa em Winterfell

Vai ser foda!  Ela vai ser Lady Stoneheart! Vai se vingar! Vai matar todo mundo! O Norte se lembra!

O Norte tinha alzheimer…

sansa-and-lord-bolton-with-a-smiling-ramsey

Antes

tumblr_inline_nq1p7ieO081tqw18p_540

Depois

Novo spin-off da Sansa

Novo spin-off da Sansa

4. Barristan “O Ousado” lutando

Vai ser foda! Finalmente Barristan vai lutar, alguém finalmente vai dar uma coça nesses mascarados!

Não foi…

Barristan_selmy_sons_of_the_harpy

Deixa só eu tirar um cochilo aqui

Deixa só eu tirar um cochilo aqui

 

5. Brienne

Vai ser foda! Brienne esta indo pra Winterfell, ela vai salvar Sansa, vai ficar no lugar do Abel, vai… vai…

Não foi. (Aliás, ainda tá lá.)

54fef22febd1a8c7648a0f6c_got-brienne-snow

 

6. A vela / O Norte se lembra

Brienne deixou uma mensagem para Sansa! Quando ela acender aquela vela o bicho vai pegar! O Norte se lembra!

PS.: Conseguimos dar um zoom na cena e ver em detalhes a vela. Saibam por que ela não funcionou!

il_fullxfull.726713265_t9mj

 

7. Val? É você?

Caraca! Que personagem foda! Imagina essa mulher na Muralha chutando bundas!

GOT508_110614_HS_DSC_29351

Nãããããooooooo!

tumblr_inline_nq1oxy5oqA1tqw18p_540


8. Shireen Baratheon (ou Eu não queria acreditar)

A pequena Shireen (que os sete cuidem dela melhor que o R’hllor) ganhou um abraço do pai, conseguiu fazer amigos na Muralha, e ganhou um presente de Davos. Tudo para acreditarmos que, vejam só, Stannis tinha um coração. E ele tinha! Só que era um coração flamenjante.

shireen-rip

adY3oxB_700b

 

9. Stannis em Winterfell

Caraca, vai ser foda! Stannis vai chegar com aquele mega exército em Winterfell e vai acabar com os Bolton!

Imagem2

Mas ainda tem um exército enorme e ele é um comandante militar foda! Quem é esse tal de Ramsay contra isso?!

Imagem3

Mas ele ainda tem chances, e determinação e Melisandre! O sacrífico tem que funcionar!

Imagem4

Imagem5

Assim fica difícil…

stannis-510

10. Benjen Stark

O nível de enganação nessa temporada foi tanto que nos enganaram até no Previously.

benjen e jon snow
Caraca Benjen Stark! Finalmente vou saber onde ele foi parar! Será que rola Coldhands?

Não. Apenas. Não.

 


E vocês? Qual sua mágoa com essa temporada? Conta pra gente.

23 Jun 11:01

The Best Pictures of Zookeepers Giving Chris Pratt a Run for His Money

jurassic world Memes zookeepers funny - 531717

Which of these brave animal caretakers will be the next Jurassic Zookeeper? Well, probably none of them but they've definitely got the raptor-taming stance down.

Modeled after a now iconic image of Chris Pratt calming his raptor squad from the box office hit "Jurassic World", here are some of the best examples of zookeepers reenacting the scene.

Submitted by:

22 Jun 12:16

Targaryens e o sangue do dragão: esclarecendo crenças e mitos

by Felipe Bini
1500px-King_Who_Knelt_Chase_Stone

“The King Who Knelt”, por Chase Stone para O Mundo de Gelo e Fogo.

A singularidade da Casa Targaryen e de seu “sangue do dragão” é algo inegavelmente notável dentro do universo de Gelo e Fogo: eles definitivamente não são uma casa como outra qualquer de Westeros. Não à toa, foram os primeiros a conquistar, unificar e governar os territórios westerosi de Dorne à Muralha. A peculiaridade Targaryen é suficiente para que boa parte de O Mundo de Gelo e Fogo seja dedicada a eles, e para que George R. R. Martin já tenha declarado que pretende escrever ainda um livro, após a conclusão da série principal, dedicado inteiramente à história da Casa, provisoriamente intitulado Fire and Blood.

Entretanto, no mundo das discussões sobre as Crônicas, vemos frequentemente afirmações errôneas sobre os Targaryen, muitas vezes motivadas por passagens dos próprios livros, que se tomadas isoladamente podem gerar confusão. O que se pretende aqui é esclarecer alguns mitos que são propagados a respeito do “sangue do dragão”, crenças que em alguns momentos são também utilizadas para fundamentar teorias, que ficam comprometidas por se basearem em falsos argumentos. É claro que tudo o que será apresentado aqui tem fundamentação nos próprios livros que compõem o cânone de Gelo e Fogo: a série principal, os contos de Dunk & Egg, O Mundo de Gelo e Fogo, The Princess and the Queen, e O Príncipe de Westeros, e em declarações de George R. R. Martin em entrevistas ou sessões de perguntas em evento. A adaptação da HBO não é considerada como parte dos conteúdos oficiais das “Crônicas de Gelo e Fogo”, compondo um cânone próprio de “Game of Thrones”.

Conteúdos (clique nos links para acessar diretamente):

Breve histórico e características dos Targaryen

Um breve resumo com algumas características marcantes de membros dos Targaryen pode ser interessante e ajudar a contextualizar algumas explicações.

Os Targaryen inicialmente eram uma das chamadas Quarenta Famílias de Valíria, a nobreza que controlava os dragões e detinha o poder na Cidade Franca. Não estavam os Targaryen, porém, entre as casas mais poderosas. A decisão de deixarem Valíria e se dirigirem a Pedra do Dragão se deu por sonhos proféticos de Daenys, a Sonhadora, que previu que um cataclisma se abateria sobre a Cidade Franca. Aenar, senhor dos Targaryen à época e pai de Daenys, confiou nos sonhos da filha. Ele e sua família deixaram Valíria e desembarcaram em Pedra do Dragão, a mais ocidental das colônias valirianas, em 114 AC, levando consigo cinco dragões (dentre eles Balerion) e acompanhados por casas vassalas, da nobreza menor valiriana: Velaryon, Celtigar e provavelmente também Qoherys

Como consequência da mudança para Pedra do Dragão, os Targaryen foram uma das únicas casas a escapar da Perdição de Valíria (a catástrofe profetizada por Daenys) que ocorreu 12 anos depois, e a única dentre os senhores de dragões. Após aproximadamente um século de sedimentação do poder Targaryen na região da Baía do Água Negra, houve interesse de alguns para que eles, enquanto senhores de dragões, liderassem uma retomada do poder de Valíria em Essos a partir de uma aliança com Volantis. Aegon, o posterior Conquistador, porém, tinha outros planos, e se resolveu a unificar Westeros sob o domínio de um único monarca: ele mesmo. A Guerra da Conquista empreendida por Aegon, cujos detalhes não serão aprofundados, foi bem sucedida e assim se alastrou a influência do sangue do dragão por todo o continente westerosi.

o-DRAGONSTONE-900

“Dragonstone”, por Philip Straub, para O Mundo de Gelo e Fogo. Pedra do Dragão era a mais ocidental colônia valiriana e se tornou a sede dos Targaryen em Westeros.

O termo “sangue do dragão” é costumeiramente utilizado para designar pessoas com as características valirianas. Na aparência física, eles comumente têm olhos púrpuras ou violetas e cabelo dourado-prateado, ou platinado. É importante notar que essas características não são exclusivas dos Targaryen, sendo apresentadas também pelos Velaryon, que além de serem eles mesmos também valirianos, se casaram inúmeras vezes com os dragões ao longo da história. Como uma espécie de ramo cadete da casa principal, os Blackfyre também herdaram essas características, afinal seu fundador, Daemon, era filho de dois Targaryen (Aegon IV e Daena), e a aparência se transmitiu também a seus descendentes. Eventuais filhos de Targaryens com pessoas de outras casas e “sangues” também herdam os atributos.

Um traço historicamente marcante em alguns membros da casa é a capacidade de ter sonhos proféticos, os chamados “sonhos de dragão”. É claro que Daenys é o exemplo maior desse dom, mas há outros exemplos de descendentes que demonstraram experiências similares: Daeron “Bêbado” (filho de Maekar), meistre Aemon e muito provavelmente também a “atual” Daenerys. O dom foi transmitido também para os Blackfyre, com Daemon II comprovando também ter essa capacidade.

É notável, portanto, que de fato o sangue do dragão tem suas particularidades. Passa-se então a uma análise sobre quais aspectos delas são reais e quais são crenças que exageram ou distorcem a realidade.

A “mácula”: são os Targaryen mesmo propensos à loucura?

É uma condição frequentemente associada aos Targaryen a propensão à loucura. Trata-se, porém, de uma questão debatível, afinal é difícil “diagnosticar” e diferenciar insanidade mental de episódios problemáticos isolados de um indivíduo.

"The Mad King", por Z. G. Fisher. Aerys II foi o expoente mais famoso da loucura Targaryen.

“The Mad King”, por Z. G. Fisher. Aerys II foi o expoente mais famoso da loucura Targaryen.

É fato, entretanto, que ao longo da história houve Targaryens visivelmente loucos. O mais famoso deles, é claro, é Aerys II, cuja paranoia levou em última instância à queda da Casa e lhe rendeu o apelido de “Rei Louco”, o que é um feito notável em uma família que já possuía a fama de ter historicamente membros insanos. Seu filho Viserys, “o Rei Pedinte”, também é identificado como louco, segundo sua própria irmã DaenerysIllyrio Mopatis. Outros exemplos incontestáveis são Rhaegel, que dançava nu pela Fortaleza Vermelha, e Aerion “Chamaviva”, que morreu ao ingerir fogovivo acreditando que isso iria transformá-lo em um dragão. Os reis Maegor e Baelor são também tidos como insanos, o primeiro deles por sua absurda crueldade e psicopatia e o segundo pela extrema castidade que em muito ultrapassava os níveis razoáveis. Aemond, filho de Viserys I e um personagem importante da Dança, também apresentava sinais de psicopatia.

Há quem suscite a possibilidade de Daenerys “Filha da Tormenta” ter também sua sanidade comprometida no futuro, tendo ela pai e irmão loucos e já demonstrado certa propensão a atos de crueldade quando em eventuais acessos de fúria, como torturas e execuções atrozes. O próprio Rei Louco quando jovem não era ainda conhecido como tal: Aerys era tido como bastante generoso, atraente e decidido, mas facilmente irritável, características curiosamente coincidentes com sua filha. Alguns episódios posteriores em sua vida, somados a seu sequestro durante o Desafio de Valdocaso, foram o gatilho para a manifestação de sua paranoia e insanidade. Alguns personagens dentro da própria história, como Quentyn e Arianne Martell, Daemon Sand e Mace Tyrell chegam a questionar se a dita mácula atingiria Daenerys.

A aparente propensão à insanidade levou à famosa frase dita por Barristan Selmy e atribuída por ele a Jaehaerys II:

(…) a loucura e grandeza são dois lados de uma mesma moeda. (…) Sempre que um novo Targaryen nasce, os deuses atiram uma moeda ao ar e o mundo segura a respiração para ver de que lado cairá.
(A Tormenta de Espadas, cap. 71, Daenerys VI)

A alegoria de Jaehaerys é um tanto exagerada, afinal a quantidade de Targaryens sãos ao longo da história em muito supera a dos loucos (confirmados ou aparentes), e a maioria esmagadora dos membros da casa não se destacou nem por grandeza nem por loucura. Não se pode, porém, ignorar que houve uma quantidade no mínimo digna de ser notada de Targaryens aparentemente insanos ao longo da história, possivelmente em decorrência de suas práticas incestuosas.

A imunidade Targaryen a doenças existe?

Passa-se, então, a uma análise da tão popularizada e polêmica crença na imunidade a doenças, que supostamente seria um traço daqueles do sangue do dragão. Essa noção é baseada em uma conversa entre Daenerys e Barristan quando ela visita e anda entre os astapori contaminados com o fluxo sangrento (popularmente conhecido como égua descorada). Daenerys argumenta sobre essa suposta característica de sua família para tranquilizar Selmy sobre o perigo de estar ali:

Sor Barristan franziu o nariz e disse: – Vossa Graça não deveria estar aqui, respirando estes humores negros.
– Sou o sangue do dragão – Dany lhe recordou. – Alguma vez já viu um dragão com o fluxo? – Viserys sempre afirmara que os Targaryen eram imunes às pestilências que afligiam as pessoas comuns e, tanto quanto ela podia dizer, era verdade. Conseguia se lembrar de estar com frio, com fome e com medo, mas nunca doente.
(A Dança dos Dragões, cap. 36, Daenerys VI)

A partir dessas linhas, a imunidade a doenças passou, para muitos, a ser uma característica incontestável dos Targaryen. Essa ideia algumas vezes serve até como pretenso argumento para fundamentar teorias, particularmente a hipótese de Tyrion Lannister ser filho de Aerys II. Suscita-se que o fato de o Duende não ter contraído escamagris quando caiu nas águas contaminadas do Roine na região dos Sofrimentos seria uma evidência de seu sangue Targaryen. Várias outras passagens dos livros, no entanto, desmentem a pretensa imunidade e desmontam esse argumento.

Na verdade, quando a fala de Daenerys foi publicada pela primeira vez, ela já era problemática pois contrariava informações anteriormente publicadas, que já indicavam Targaryens doentes. A ideia de imunidade foi suscitada nos livros pela primeira vez com a publicação de A Dança dos Dragões em 2005. Quando isso ocorreu, porém, já havia no próprio cânone relatos de Targaryens acometidos e mortos por doenças que afligiam também as “pessoas comuns”.

Em A Fúria dos Reis, publicado pela primeira vez em 1998, Jeor Mormont, ao contar a Jon Snow sobre a história de Meistre Aemon Targaryen, menciona o seguinte:

– Aemon estava às voltas com seus livros quando o mais velho dos seus tios, herdeiro da coroa, foi morto num acidente de torneio. Deixou dois filhos, mas seguiram-no para a sepultura não muito tempo depois, durante a Grande Peste da Primavera. O Rei Daeron também foi levado, e por isso a coroa passou para o segundo filho de Daeron, Aerys.
(A Fúria dos Reis, cap. 6. Jon I)

Mormont menciona ainda, na mesma conversa, que o irmão de Aemon,  Daeron (o Bêbado, o mesmo que tinha sonhos proféticos) morreu de doença venérea. No original se usa o termo “pox“, que serve para designar genericamente várias doenças infecciosas, dentre elas a sífilis. Foi esta a adotada na tradução de Jorge Candeias, provavelmente porque Mormont acredita que ele tenha contraído a doença de uma prostituta:

(…) O novo rei convocou todos os filhos para a corte, e queria que Aemon participasse do seu conselho, mas este recusou, dizendo que isso usurparia o lugar que pertencia por direito ao Grande Meistre. Em vez disso, serviu na fortaleza do irmão mais velho, outro Daeron. Bem, esse também morreu, deixando como herdeira só uma filha de fraco entendimento. Alguma sífilis que pegou de uma puta, acho. O irmão seguinte era Aerion.
(A Fúria dos Reis, cap. 6. Jon I)

Importante notar que em O Cavaleiro Juramentado, segundo dos contos de Dunk & Egg e publicado em 2003, a informação de Mormont é corroborada e somos novamente informados, desta vez com um pouco mais de detalhes, que entre as milhares de vítimas da Grande Praga da Primavera estavam o rei  Daeron II e os herdeiros Valarr e Matarys.

Há ainda outra prova de doença em Targaryens antiga na cronologia de publicação (e também na cronologia do universo): em O Cavaleiro Andanate, primeiro conto de Dunk & Egg e publicado pela primeira vez em 1998, o pai de Aegon V (Egg) e Meistre Aemon, Maekar I, é descrito como tendo as bochechas marcadas por varíola, o que naturalmente implica que em algum momento anterior ao do conto ele tivesse contraído a doença.

O próprio Aemon é também um exemplo da falta de imunidade: além da cegueira que o aflige há anos, seu falecimento, que ocorre em O Festim dos Corvos, se deu em decorrência de ter se adoentado por exposição a condições climáticas inclementes, durante a viagem de Atalaialeste a Vilavelha.

A lista, porém, não se resume a esses nomes. As publicações de O Mundo de Gelo e Fogo e de O Príncipe de Westeros trouxeram à tona mais pessoas do sangue do dragão doentes, acometidas por enfermidades das mais diversas naturezas. Segue uma lista, com as obras e os capítulos em que se encontram as referências:

  • Aenys I, segundo rei da dinastia dos dragões, morreu sob circunstâncias obscuras: alguns acreditam que por desgaste físico e mental, outros que foi assassinado pela Rainha Visenya para que esta pudesse colocar seu filho Maegor no Trono. O que não se discute, porém, é que Aenys já estava doente por no mínimo dois antes antes de morrer, tendo de ser cuidado pela própria Visenya. Grande Meistre Gawen relata que Aenys tinha a aparência de um homem de 60 anos, apesar de ter menos de 35. (O Mundo de Gelo e Fogo, Os Reis Targaryen: Aenys I);
  • Baelon Targaryen, filho de Jaehaerys I e Alysanne e pai de Viserys I e Daemon, conhecido como o “Príncipe da Primavera”, reclamou de uma pontada na lateral da barriga durante uma caçada. Faleceu alguns dias depois em decorrência de “ventre estourado” (O Mundo de Gelo e Fogo, Os Reis Targaryen: Jaehaerys I);
  • Maegelle Targaryen, oitava filha de Jaehaerys I e Alysanne, foi dada à Fé e se tornou uma septã com talentos para a cura. Ela cuidava especialmente de crianças contaminadas pela escamagris, mas foi eventualmente contaminada ela mesma e morreu da doença em 96 DC. (O Mundo de Gelo e Fogo, Os Reis Targaryen: Jaehaerys I);
  • Viserys I, o rei cuja morte desencadeou a Dança dos Dragões, teve a mão cortada pelo Trono de Ferro. Sofreu febre por uma infecção adquirida ali e esteve à beira da morte, só se recuperando depois que dois de seus dedos foram amputados por Meistre Gerardys (O Príncipe de Westeros);
  • Laena Velaryon, filha de Rhaenys e Corlys Velaryon e esposa de Daemon, deu à luz um bebê malformado, e foi acometida de febre puerperal que lhe custou a vida, a despeito dos esforços empreendidos pelo mesmo Meistre Gerardys, que posteriormente se tornaria Grande Meistre. (O Príncipe de Westeros);
  • Aegon III, chamado Dragonbane (“veneno de dragão”) pelo fato de o último dragão ter morrido durante seu reinado, morreu em 157 DC de tuberculose. (O Mundo de Gelo e Fogo, Os Reis Targaryen: Aegon III);
  • Viserys II, que havia servido como Mão de seu irmão Aegon III e dos sobrinhos Daeron I e Baelor I, ascendeu ao trono após o falecimento deste último e pretendia ser um novo Jaehaerys, mas morreu de uma doença repentina. Especulou-se, posteriormente, que essa doença súbita na verdade fosse envenenamento por seu próprio filho e sucessor, Aegon IV. (O Mundo de Gelo e Fogo, Os Reis Targaryen: Viserys II);
  • jaehaerys_amok_roman_papsuev

    Jaehaerys II, por Roman Papsuev (Amok). A ilustração foi feita seguindo instruções diretas do próprio Martin, que descreveu Jaehaerys como “doentio”.

    Aegon IV, o Indigno, pai de Daeron II, Daemon Blackfyre e demais Grandes Bastardos e indiretamente causador da Rebelião Blackfyre, foi um rei notável por sua promiscuidade e seus excessos na corte, mesmo depois de casado. Aegon adquiriu sífilis de uma prostituta com quem se deitou após a morte de sua ex-amante, Bethany Bracken, e a transmitiu a Jeyne Lothston, a amante seguinte, que faleceu em decorrência da doença. O próprio Aegon não faleceu por conta dessa enfermidade, mas sua morte foi horrenda, indicando também doença: seu corpo ficou tão inchado que ele não podia mover seus membros e seu colchão ficava coberto por suas fezes. Seus membros apodreceram e foram consumidos por vermes, o que os meistres, que não conseguiram nada fazer a não ser lhe dar leite da papoula, disseram ser algo nunca antes visto. (O Mundo de Gelo e Fogo, Os Reis Targaryen: Aegon IV);

  • Jaehaerys II, pai de Aerys II e avô da atual Daenerys, era “amigável, esperto, doentio”, segundo o próprio George R. R. Martin. Sofreu a vida inteira com enfermidades, e reinou por apenas três ano, falecendo após uma curta doença, aos 37 anos, após reclamar de uma repentina falta de ar.  (O Mundo de Gelo e Fogo, Os Reis Targaryen: Jaehaerys II; So Spake Martin: Targaryen Kings. Westeros. 1 de novembro de 2005).

O caso de Viserys II é especialmente notável: ainda que não haja certezas quanto à causa mortis, a própria versão oficial sustentada à época de seu falecimento prova que a possibilidade de um Targaryen doente não era vista como absurda nem incomum, mas natural. Na hipótese de a tradição dentro do universo sustentar que o sangue do dragão não ficaria doente, a doença sequer seria suscitada ou acreditada como causa da morte de Viserys.

É seguro dizer, portanto, que a fala de Daenerys em Dança não corresponde à realidade. O fato de ela não ter contraído o fluxo sangrento quando cuidou dos contaminados e esteve próxima dos mortos pela doença às portas de Meereen não pode tampouco ser utilizado como argumento, afinal outras pessoas, não-Targaryens, também participaram da tarefa e tampouco foram acometidas pela enfermidade. Quando foi tratar dos astapori doentes, Daenerys na verdade corria um risco inconsciente, pois acreditava estar imune à égua descorada por seu “sangue de dragão”, o que não ocorria. No final de A Dança dos Dragões, ela mesma manifesta sintomas de alguma doença, apresentando diarreia, sangramentos e fortes dores na barriga.

É importante notar que ainda que não houvesse as diversas evidências apresentadas, a fonte de informação para várias coisas em que Daenerys acredita, principalmente no que concerne à história dos Targaryen, é seu próprio irmão Viserys, que não era exatamente um especialista nas tradições de sua própria Casa. Tendo vivido praticamente a vida toda fora de Westeros em exílio, a crediblidade das afirmações de Viserys é altamente duvidosa, e ainda mais por sua insanidade. A ideia de que “o sangue do dragão não fica doente” é aparentemente mais uma manifestação de megalomania de Viserys transmitida para Daenerys, que, não tendo acesso a outra fonte de informações, a tomou como verdade com naturalidade.

Seriam os Targaryen imunes ao fogo?

Outra questão polêmica e confusa é aquela referente à relação dos Targaryen com o fogo. É também uma crença comum entre muitos leitores que os membros do sangue do dragão sejam imunes a ele, principalmente por episódios envolvendo Daenerys “Filha da Tormenta”. Essa ideia é também disseminada em discussões sobre teorias, sendo levantada para rejeitar a hipótese de Jon Snow ser filho de Rhaegar Targaryen sob o argumento de que se o rapaz fosse realmente do sangue do dragão, sua mão não queimaria com a lamparina no episódio envolvendo o ataque de Othor, transformado em criatura, a Jeor Mormont, em A Guerra dos Tronos. A hipótese da imunidade Targaryen ao fogo, no entanto, é infundada, como se verá a seguir.

"Daenerys the Unburnt", por Michael Kormack. O evento do nascimento dos dragões foi um "milagre", segundo George R. R. Martin.

“Daenerys the Unburnt”, por Michael Kormack. O evento do nascimento dos dragões foi um “milagre”, segundo George R. R. Martin.

O primeiro dos episódios que dão a ideia de imunidade ao fogo ocorre no final de A Guerra dos Tronos: é nada menos que a pira funeral de Drogo que queimou também viva Mirri Maz Duur e culminou no nascimento de Drogon, Viserion e Rhaegal. Daenerys andou fogueira adentro e após o ritual mágico que ela inconscientemente (ou intuitivamente) realizou, saiu sem nenhuma queimadura, mas nua e careca. Neste episódio é inegável que Daenerys esteve em contato direto com bastante fogo e não foi consumida por ele como seria normal. A singularidade do evento lhe rendeu o epíteto “A Não-Queimada”.

Outro momento em que Daenerys não teria se queimado em contato direto com o fogo ocorre em A Dança dos Dragões, quando Drogon retorna a Meereen atraído pela confusão na Arena de Daznak e Daenerys tenta controlá-lo e domá-lo. Interpreta-se nessa passagem que Drogon teria cuspido fogo diretamente em Daenerys e ela mais uma vez não teria queimado. Vejamos a passagem:

– Não – gritou, agitando o chicote com toda a força que tinha. O dragão lançou a cabeça para trás. – Não – ela gritou novamente. – NÃO! – As farpas arranharam o focinho do animal. Drogon se ergueu, suas asas cobrindo-a com sombras. Dany bateu com o chicote na barriga dele, uma vez após outra, até que seu braço começou a doer. O longo pescoço de serpente do dragão parecia um arco. Com um shiiiiiiiissssss, cuspiu fogo negro sobre ela. Dany correu embaixo das chamas, agitando o chicote e gritando. Não, não, não. Para BAIXO!
(A Dança dos Dragões, cap. 52, Daenerys IX)

Aqui temos interpretações diversas sobre o que realmente ocorreu. Há a interpretação de que o fogo de Drogon não atingiu Daenerys em cheio, passando acima dela, e a de que de fato as chamas atingiram mas novamente queimaram apenas seu cabelo. É disto o que a própria Daenerys diz se recordar, apesar de admitir que as lembranças daquele momento são confusas: “O fogo queimou meu cabelo, mas, fora isso, não tocou em mim. Acontecera o mesmo na Arena de Daznak. Disso ela se lembrava, embora muito do que se seguiu estivesse obscuro.” (A Dança dos Dragões, cap. 71, Daenerys X).

Neste capítulo, percebemos também que Daenerys está de fato careca e tem as mãos queimadas e com bolhas: “Sua pele estava rosada e macia, e um claro líquido leitoso vazava das rachaduras nas palmas, mas as queimaduras estavam sarando.” (A Dança dos Dragões, cap. 71, Daenerys X).

O que parece confuso, é que se as chamas de Drogon tiverem de fato atingido Daenerys em cheio e ela for realmente imune a fogo, não haveria necessidade de ela correr embaixo das chamas: poderia simplesmente correr em meio a elas. Barristan Selmy, no capítulo 70, A Mão da Rainha, se lembra de que o cabelo de Daenerys pegava fogo e que ela mesma estava queimando. Apesar de ser aparentemente mais uma momento em que Daenerys não se queimou quando em contato com o fogo, este é um tanto mais confuso e muitos menos certo do que aquele envolvendo o nascimento dos dragões, que é incontestável.

Episódios envolvendo Daenerys à parte, George. R. R. Martin já se pronunciou algumas vezes a respeito de uma possível imunidade dos Targaryen como um todo ao fogo, e em todas elas declarou que ela não existe. A primeira dessas declarações é encontrada em uma resposta de Martin a um e-mail de fã com perguntas sobre Egg e os Targaryen, datado de novembro de 1998, e registrada no banco de dados de entrevistas e declarações de George, os chamados SSM (So Spake Martin), do Westeros.org :

(…)
Por último, alguns fãs estão lendo demais naquela cena de JOGO DOS TRONOS em que os dragões nascem – quer dizer, nunca foi o caso de que todos os Targaryens são imunes ao fogo em todos os momentos.
(So Spake Martin: Egg and the Targaryens. Westeros. 5 de novembro de 1998.)

Nesta resposta as coisas não ficaram muito claras, mas já é possível interpretar que o evento do nascimento dos dragões foi algo único.

A segunda declaração aconteceu em 1999, em um bate-papo online para o já extinto site Event Horizon (que traduzimos no ano passado). Na tradução abaixo, “Granny” é a usuária que fez a pergunta e as maiúsculas estão na resposta original de George:

Granny: Os Targaryens se tornam imunes ao fogo quando “se ligam” a seus dragões?

George_RR_Martin: Granny, obrigado por perguntar isso. Me dá uma oportunidade de esclarecer um equívoco comum. TARGARYENS NÃO SÃO IMUNES AO FOGO! O nascimento dos dragões de Dany foi único, mágico, maravilhoso, um milagre. Ela é chamada A Não-Queimada porque andou pelas chamas e viveu. Mas o irmão dela com certeza não era imune àquele ouro derretido.
(Transcript of Chat with George R. R. Martin. Event Horizon. 18 de março de 1999.)

Afirmativa mais expressa do que essa não será fácil de conseguir. Nela, George mais uma vez nota que alguns leitores fazem uma interpretação extensiva do episódio do nascimento dos dragões e faz questão de esclarecer a inexistência de imunidade ao fogo dos Targaryen.

Em 2003 GRRM repetiu praticamente as mesmas coisas em uma entrevista para Robert Shaw:

Shaw: Todos os Targaryens são imunes ao fogo?

Martin: Não, nenhum Targaryen é imune ao fogo. A coisa com Dany e os dragões, aquilo foi simplesmente um evento mágico de uma vez só, muito especial e único. Os Targaryens podem tolerar um pouco mais de calor do que a maioria das pessoas comuns, eles realmente gostam de banhos quentes e coisas desse tipo, mas isso não significa eles são totalmente imunes ao fogo, não. Dragões, por outro lado, são praticamente imunes ao fogo.
(“Interview with the Dragon”. © Robert Shaw. 2003.)

Nesta resposta George entra em detalhes interessantes, que já verificávamos nos livros do cânone. A maior tolerância ao calor e aos banhos quentes já havia sido demonstrada tanto em capítulos de Daenerys em Jogo dos Tronos quanto notada por Duncan a respeito de Egg em A Espada Juramentada. É importante ressaltar que a cena em que Daenerys pega com as mãos nuas os ovos de dragão que estavam no fogo e não se queima e a cena na Casa dos Imortais em que o o fogo de seus dragões passa por ela sem afetá-la são exclusiva da série de TV.

Mais uma vez, The Princess and the Queen nos traz mais alguns esclarecimentos para a questão. A Dança dos Dragões incluiu vários momentos em que membros do sangue do dragão foram atingidos e afetados pelo fogo, tendo alguns deles até mesmo morrido em decorrência dele. Cita-se:

  • Rhaenys, a Rainha Que Nunca Foi, que montava o dragão Meleys e morreu em combate contra Aemond Targaryen em Vhagar e Aegon II em Sunfyre na Batalha de Pouso de Gralhas. Os três dragões caíram em combate, mas apenas Meleys pereceu, e um corpo foi encontrado do lado de sua carcaça tão carbonizado que era impossível reconhecer suas feições, mas ao que tudo indica se tratava de Rhaenys.
  • Aegon II sofreu graves queimaduras durante a mesma batalha. Apesar de não ter falecido, sua armadura derreteu em seu braço esquerdo, e ele demorou um ano para se recuperar, tendo que ficar sob constante efeito de leite da papoula.
  • Baela, filha do Príncipe Daemon, montava o dragão Moondancer e combateu Aegon II e Sunfyre em Pedra do Dragão após a recuperação destes. Durante o duelo, os dois dragões caíram ao chão, e Baela foi encontrada queimada e machucada, mas viva, após a queda.
  • Rhaenyra também foi vítima do fogo de dragão. Ao se recolher para Pedra do Dragão, ignorante do fato de que Aegon II já estava na ilha e havia convencido a guarnição e a população a mudarem de lado, ela foi emboscada, capturada e dada a Sunfyre para que este a devorasse. A princípio o dragão não mostrou interesse em Rhaenyra, mas após um corte em seu peito e a exposição de seu sangue, Sunfyre cuspiu fogo nela e a devorou, à vista de seu filho Aegon III.
"Rhaenyra Facing her Death", por Arthur Bozonnet para O Mundo de Gelo e Fogo.

“Rhaenyra Facing her Death”, por Arthur Bozonnet para O Mundo de Gelo e Fogo. Rhaenyra foi queimada por Sunfyre antes de ser devorada.

A Tragédia de Solarestival é também outra referência. O evento, que segundo os registros se deu por uma tentativa mágica de Aegon V de fazer chocar ovos de dragão, acabou resultando em um incêndio de grandes proporções que acabou vitimando, entre Targaryens, o próprio Aegon e seu filho Duncan, o Príncipe das Libélulas.

O episódio envolvendo Aerion pode também ser novamente citado: “Chamaviva” acreditava ser um dragão em forma humana e morreu ao ingerir fogovivo pensando que a substância iria libertá-lo.

É válido também lembrar que o costume entre os Targaryen era cremar os corpos dos membros falecidos da família, como confirmou George quando revelou que o destino do corpo de Rhaegar: “Rhaegar foi cremado, como é tradicional para os Targaryen falecidos” (Charla con George R. R. Martin. Asshai. 27 de agosto de 2008). Essa prática pôde ser verificada também com Visenya, a filha natimorta de Rhaenyra durante a Dança, e com Aemon, Meistre de Castelo Negro, falecido na costa de Dorne.

A conclusão a que se chega, portanto, baseada nas próprias declarações expressas do autor da obra e em inúmeras passagens do cânone, é que os Targaryen não são imunes ao fogo, apesar de serem tolerantes a altas temperaturas. É bom esclarecer que GRRM não tem o costume de mentir e desinformar em suas entrevistas e declarações, como alguns podem acreditar ou suspeitar. Sua praxe em relação a perguntas mais capciosas ou cujas respostas podem comprometer ou revelar spoilers e plot points importantes é simplesmente não responder ou dar respostas como “continue lendo” ou outras evasivas. É especialmente notável, portanto, que Martin não só tenha se mostrado satisfeito ao ser perguntado sobre a questão da suposta imunidade ao fogo,  como também tenha deliberadamente esclarecido a questão mais de uma vez.

Aegon I, em detalhe de ilustração de Amok. As feições valirianas são visíveis.

Aegon I, em detalhe de ilustração de Amok. As feições valirianas são notáveis.

Qual é a aparência do sangue do dragão?

E quanto aos aspectos físicos? Todos os Targaryens e seus descendentes, portadores do sangue do dragão, têm a aparência valiriana clássica, com cabelos dourado-platinados e olhos púrpura, índigo ou lilases? A resposta para essa questão definitivamente é não.

Há nos livros inúmeros exemplos de filhos de Targaryens e membros da própria família, frutos de uniões com outras casas e sangues, que não apresentam o fenótipo valiriano. É impossível determinar, porém, a dominância ou recessividade dos genes valirianos, e sequer deve ser a intenção de Martin que seja possível fazer isso. Há casos em que uniões entre Targaryens e “externos” resultaram em aparência valiriana, bem como há casos que resultaram em aparência não-valiriana, e também aparências mistas.

Os filhos de Rhaenyra, Jacaerys, Lucerys e Joffrey Velaryon. Ilustração por Douglas Wheatley para O Mundo de Gelo e Fogo.

Os três filhos de Rhaenyra, Jacaerys, Lucerys e Joffrey Velaryon, tinham cabelos e olhos castanhos. Ilustração por Douglas Wheatley para O Mundo de Gelo e Fogo.

Dentre os indivíduos do sangue do dragão com aparência não-valiriana, podemos citar primeiramente, em ordem cronológica, os filhos de Rhaenyra: Jacaerys (“Jace”), Lucerys (“Luke”) e Joffrey Velaryon. Segundo a versão oficial, seu pai é Laenor Velaryon, o primeiro marido de sua mãe, mas a aparência dos príncipes parece indicar não ser esse o caso. Tanto Rhaenyra quanto Laenor tinham a aparência valiriana clássica, mas os três príncipes apresentavam cabelos e olhos castanhos. Diante disso, as suspeitas são de que seu verdadeiro pai seria Sor Harwin Strong, guarda pessoal de Rhaenyra, caso em que teriam os príncipes o sangue do dragão apenas por parte de mãe. É importante notar que os três montaram dragões, sendo suas montarias Vermax, Arrax e Tyraxes, respectivamente.

Algumas gerações mais tarde podemos encontrar um dos exemplos mais conhecidos de um Targaryen com aparência não-valiriana: Baelor “Quebralanças”, filho de Daeron I e de Mariah Martell, saiu à mãe e tinha cabelos e olhos negros. Apesar de aclamado pela maioria como nobre e honrado, seu aspecto dornês era por vezes visto com desconfiança por alguns. A aparência foi transmitida também a seu filho Valarr, o Jovem Príncipe, que parecia uma versão menor e mais magra de seu pai, com uma mecha dourado-prateada no cabelo.

Aegor “Açamargo” Rivers, filho de Aegon IV e Barba Bracken, herdou características do pai e da mãe. GRRM diz, em correspondência com Les Dabel para uma adaptação de um excerto de A Espada Juramentada para os quadrinhos, que “já que sua mãe não era uma Targ, ele não tem as cores. Ele tem os olhos púrpura, mas seu cabelo é preto. (So Spake Martin: Concerning the Great Bastards. Westeros. 6 de abril de 2004).

Ainda na mesma época, encontramos Daeron, “o Bêbado”, filho de Maekar. O irmão de quem Egg (Aegon V) era originalmente escudeiro tinha a pele amarelada, cabelo cor de areia e uma barba loura. Sua aparência era tão comum que facilitava que não fosse reconhecido como um Targaryen, de modo que podia se dedicar a sua vida boêmia com mais tranquilidade.

Aegon V e seus filhos, Duncan (esquerda), Jaehaerys II (centro) e Daeron (direita). Ilustração por Karla Ortiz para O Mundo de Gelo e Fogo.

Aegon V e seus filhos, Duncan (esquerda), Jaehaerys II (centro) e Daeron (direita). Ilustração por Karla Ortiz para O Mundo de Gelo e Fogo.

Duncan Targaryen, o famoso Príncipe das Libélulas, filho de Aegon V que pereceu junto com seu pai em Solarestival, também era um exemplo de Targaryen sem as características valirianas. A esposa de Aegon era Betha Blackwood, chamada Betha Negra por seus olhos e cabelos escuros, traços que foram transmitidos também a seu filho, como podemos ver na ilustração de Karla Ortiz em O Mundo de Gelo e Fogo, que retrata Egg e seus filhos.

Em se tratando de Targaryens mais próximos à atualidade da série principal, encontramos Rhaenys, filha de Rhaegar e Elia Martell. Como o Quebralanças antes dela, Rhaenys herdou os traços dorneses da mãe. Martin foi questionado sobre a aparência dos filhos de Rhaegar, e respondeu que “Rhaenys se parecia mais com uma Martell, Aegon mais com um Targaryen (So Spake Martin: A Number of Questions. Westeros. 26 de agosto de 2000).

Por outro lado, como curiosidade, cita-se o caso de Rhaenys, a Rainha que Nunca foi, que tinha a aparência valiriana clássica, mas uma ancestralidade peculiar. Seus pais eram Aemon Targaryen e Jocelyn Baratheon, esta por sua vez filha de Robar Baratheon e Alyssa Velaron. Rhaenys tinha os cabelos prateados valirianos, a despeito de ter ancestrais Baratheon, cuja aparência de cabelos pretos é historicamente dominante (como se verifica em As linhagens e histórias das Grandes Casas dos Sete Reinos, livro escrito por Meistre Maellon e lido, entre outros, por Jon Arryn e Eddard Stark). No caso de Rhaenys, aparentemente, o “gene” valiriano dos Targaryen foi dominante em relação ao Baratheon.

Os casos citados, portanto, confirmam que os Targaryen e seus descendentes se apresentam com as mais diversas aparências resultantes de uniões com outros “sangues”, não havendo regra quanto a dominância ou recessividade da fisionomia valiriana.

Quem pode domar dragões?

A doma de dragões é um tema que também gera relativo interesse. Com um dos três dragões existentes na série principal já praticamente ligado a sua “mãe” Daenerys, o destino dos outros dois e seus possíveis montadores também são motivos de frequentes especulações pelos leitores. Mas como se dá a doma de um dragão?

Mais uma vez, os conhecimentos de Daenerys vem à tona, mas sua credibilidade é questionada por outras informações encontradas dentro do próprio cânone. Após o episódio da Arena de Daznak e o voo em Drogon, Daenerys percebe que não consegue controlar efetivamente o dragão e submetê-lo a sua vontade, e reflete:

daenerys_drogon_jake_murray

“Daenerys Astride Drogon”, por Jake Murray. © 2013 Fantasy Flight Games.

Os senhores de dragões da antiga Valíria controlavam suas montarias com feitiços de ligação e cornos mágicos. Daenerys fizera com uma palavra e um chicote. Montada nas costas do dragão, frequentemente se sentia como se estivesse aprendendo a montar novamente. Quando chicoteava sua égua prateada no flanco direito, a égua ia para a esquerda, por causa do instinto primitivo dos cavalos de fugir do perigo. Quando acertava o chicote do lado direito de Drogon, ele desviava para a direita, pois o primeiro instinto do dragão é sempre atacar. Mas, algumas vezes, parecia não fazer diferença onde ela o acertava; algumas vezes ele ia para onde queria e a levava consigo. Nem chicote nem palavras podiam virar Drogon, se ele não quisesse ser virado. O chicote mais irritava o animal do que o feria, ela viera a perceber; suas escamas haviam ficado mais duras do que um chifre.
(A Dança dos Dragões, cap. 71, Daenerys X)

Pelos pensamentos de Daenerys, seu feito de ter montado Drogon se utilizando apenas de um chicote e de sua voz seria aparentemente um feito no mínimo notável. O que a história westerosi mostra, no entanto, é que essa foi uma prática não tão incomum assim: com efeito, ela reproduziu inconscientemente a prática comum de seus ancestrais.

Os dragões, pelo conhecimento dos próprios valirianos, surgiram nas Quatorze Chamas, a cadeia vulcânica que se estendia pela Península Valiriana, e em um dado momento da história se espalharam por todo o mundo conhecido. Cinco mil anos antes do início das Crônicas, os valirianos, anteriormente pastores de ovelhas, conseguiram criar dragões e dobrá-los a sua vontade.

Aparentemente, uma parte dos conhecimentos de Daenerys não é desinformação, porém. Não é coincidência que ela mencione os berrantes e a magia dos senhores de dragões valirianos e que um artefato similar apareça na história em posse de Euron Greyjoy, supostamente adquirido nas ruínas da Cidade Franca. Não me delongarei aqui em hipóteses sobre o berrante (sobre o assunto, há um texto texto no Fórum Ice and Fire), mas suspeito que ele seja real, e que a magia deles na Antiga Valíria estivesse mais relacionada com a ligação mágica entre um sangue humano e um sangue de certos dragões, sendo os artefatos os vetores dessa magia que possivelmente envolveria também sacrifício humano, do que efetivamente com a doma de um determinado dragão por um determinado humano. O que se sabe, de fato, é que nenhum dos dragões Targaryen em Westeros foi domado com a utilização de berrantes ou magia.

O conhecimento comum em Westeros, dentro do próprio cânone, é o de que é necessário ter o sangue do dragão para que alguém se ligue a um dragão e o dome. Às crianças Targaryen, quando ainda pequenas, eram dados ovos de dragão para que desde cedo estabelecessem um vínculo com as criaturas. Dessa forma, quando eclodiam os ovos, os jovens Targaryen já entravam em contato com os também jovens dragões, o que aparentemente facilitava a criação da ligação. O vínculo ocorre individualmente entre um montador e um dragão, e é vitalício. Enquanto o humano vive, o dragão não aceita mais nenhum montador, mas depois de seu falecimento pode se ligar a outra pessoa. Da mesma forma, não há relatos de alguém que se tenha vinculado a mais de um dragão.

Durante a Dança dos Dragões, um episódio revela com um pouco mais de detalhes o processo de doma. O Príncipe Jacaerys Velaryon percebeu que sua facção – os Negros – tinha dragões em abundância, mas lhes faltava quem os montasse. Os Negros estavam baseados em Pedra do Dragão, e a região contava com dragões cujos montadores haviam falecido ou que nunca haviam sido montados e viviam como selvagens. Jacaerys, então, ofereceu títulos, riquezas e terras para as “sementes” que conseguissem domar qualquer desses dragões. “Sementes de dragão” era o termo usado para designar os bastardos não-reconhecidos de Targaryens da região de Pedra do Dragão, normalmente nascidos do direito à primeira noite, e seus descendentes.

Muitos candidatos apareceram para tentar domar os dragões selvagens ou “sem dono” e alguns foram bem sucedidos: Hugh Martelo, Ulf o Branco, Addam de Hull e a menina Nettles. Hugh era o filho de um ferreiro e conseguiu se ligar a Vermithor, dragão que havia sido montado por Jaehaerys I e que já havia queimado Sor Gormon Massey (que não era uma semente de dragão) quando este tentou domá-lo. Ulf se ligou a Silverwing, dragão da rainha Alysanne. Addam de Hull, posteriormente legitimado como Addam Velaryon, conseguiu domar Seasmoke, dragão do falecido Laenor Velaryon. Nettles conseguiu montar Sheepstealer.

O caso de Nettles e Sheepstealer é um dos mais emblemáticos e que melhor mostra o processo de doma. Sheepstealer (“ladrão de ovelhas”, no inglês) era um dos três dragões selvagens da ilha, e matou mais pretendentes a montadores do que os outros dois juntos. Alyn de Hull, irmão de Addam, tentou também domar o dragão mas foi mal sucedido, sendo por ele rejeitado e queimado, apesar de ter sobrevivido. Nettles, porém, uma pequena menina de dezesseis anos, de pele morena, olhos castanhos e cabelos pretos, conseguiu se ligar a Sheepstealer alimentando o dragão com uma ovelha todas as manhãs.

Hugh, Ulf e Addam, os outros sementes que conseguiram domar dragões durante a Dança, ao contrário de Nettles, tinham a aparência valiriana clássica, e eram indubitavelmente sementes de dragão. A falta de traços valirianos em Nettles, porém, suscitou dúvidas quanto à veracidade da “regra de ouro”, segundo a qual somente os do sangue do dragão poderiam domar dragões. Nettles poderia não ser uma semente de dragão e ser justamente a exceção que desprovaria a suposta regra.

O entendimento vigente dentro do próprio universo, tido como verdadeiro pelos Targaryen e pelos meistres, é de fato o de que só os do sangue do dragão podem domar, como se verifica em O Mundo de Gelo e Fogo, em que Yandel diz que Sheepstealer foi domado por uma “semente”. Elio García, co-autor do livro foi perguntado sobre essa questão e disse o seguinte:

Meistre Yandel escreve baseado no registro histórico (… na maior parte …), mas esse registro é imperfeito e muitas vezes uma questão de conjectura. Nesse caso específico, Yandel e suas fontes se submetem à ideia de que se você consegue domar, você deve ter sangue Targaryen. É, claro, raciocínio circular de certa maneira, mas há evidência circunstancial (o fato de que ninguém de que se tenha absoluta certeza que não tem nenhum sangue Targaryen jamais conseguiu domar um dragão Targaryen, pelo menos até onde o registro histórico alcança).
(Reddit AMA w/ Elio & Linda of Westeros.org. /r/asoiaf. 17 de março de 2015.)

A única suposta evidência que indicaria Nettles como uma “semente” seria o próprio fato de ter domado um dragão, mas esse poderia ser um caso de falácia de raciocínio circular: o argumento é justamente o que se está tentando provar, não havendo evidência diferente da própria conclusão. É claro que tampouco é impossível provar que Nettles não tinha sangue Targaryen algum, o que significa que a questão sobre seu status de semente ou não nunca poderá ser respondida com absoluta certeza a não ser por declaração expressa de Martin. A situação poderia ser um red herring por parte de GRRM, ou uma forma de inserir um precedente para a eventualidade de alguém que aparentemente não seja do sangue do dragão montar algum dragão na série principal.

A hipótese de que somente pessoas com sangue valiriano podem se ligar aos dragões é fortalecida pelo fato de que os dragões de Daenerys, particularmente Viserion, têm afinidade com Ben “Mulato” Plumm. O mercenário seria descendente de Viserys Plumm e teria, portanto, sangue Targaryen: Viserys era filho de Elaena Targaryen e Ossifer Plumm, mas correm rumores de que na verdade seu pai seria Aegon IV, pois Ossifer morreu na noite de núpcias. Isso significaria que ele seria Targaryen pelos dois lados, e esse sangue teria sido transmitido até o mercenário.

A própria prática do casamento incestuoso, comum entre os Targaryen e herdada das tradições de Valíria, pode também ser um indicativo das propriedades únicas do sangue do dragão para domar as criaturas: a ideia seria que a capacidade de montar dragões não se espalhasse, o que, se acontecesse, seria prejudicial à manutenção dos senhores de dragões no poder.

É importante ressaltar, também, o que George R. R. Martin escreve na introdução de O Cavaleiro dos Sete Reinos, a edição da Leya que reúne os três contos já publicados de Dunk & Egg:

Os senhores de Valíria governavam a maior parte do mundo conhecido; eram feiticeiros, grandes em sabedoria e, sozinhos entre todas as raças humanas, tinham aprendido a criar dragões e a dobrá-los a sua vontade.
(O Cavaleiro dos Sete Reinos, Introdução)

Diante dessa fala de GRRM, em que ele expressamente diz que os valirianos foram os únicos a conseguirem domar os dragões, e do conhecimento geral que o cânone apresenta, a posição mais segura é mesmo assumir que somente indivíduos que tenham o sangue do dragão possam domar dragões.

Sobre a frequentemente suscitada hipótese de que algum troca-peles poderoso possa “wargar” um dragão, George também já foi foi questionado recentemente a respeito:

Pergunta: O que você pode nos dizer sobre um montador de dragões warg?

Resposta: Não há histórico/precedente para alguém wargando um dragão. Há uma rica história sobre o vínculo mítico entre dragão e montador. Houve casos de dragões respondendo a seus montadores mesmo a uma grande distância (hmm) o que mostra que é um vínculo verdadeiro e muito forte. Aprenderemos mais sobre isso. Continue lendo (ouvimos “continue escrevendo” do fundo da sala).
(Off the Dial, George R.R. Martin Q&A. Stacey Simms. 4 de junho de 2014.)

Percebe-se, assim, que o vínculo entre dragão e montador é realmente forte, mas, pelo que indica George, diferente da ligação entre um troca-peles e seu animal. Com efeito, a força desse vínculo pode ser verificada em alguns episódios durante a Dança. Após a Batalha de Pouso de Gralhas, em que tanto Aegon II quanto Sunfyre ficaram feridos, Aegon se recolheu em Porto Real para se recuperar, enquanto que o dragão foi deixado para trás no próprio local de batalha, onde se alimentou de carcaças e gado. Posteriormente, o dragão também se recuperou e saiu do local quando este foi reconquistado pelos Negros. Pedra do Dragão foi o destino de Sunfyre, e há duas versões para os motivo de seu retorno: a primeira sustenta que seria por ser seu local de nascimento, e a segunda que, seu montador, Aegon II, estava escondido na ilha após a queda de Porto Real para os Negros. O força do vínculo pode também ser notada entre o Príncipe Daeron e e seu dragão Tessarion. Após a morte do príncipe, que representava os Verdes, durante a Segunda Batalha de Tumbleton, o dragão continuou atacando os dragões dos Negros durante a batalha, especialmente Vermithor, dragão de Hugh Martelo, com quem Daeron tinha adquirido especial inimizade. Esse fato levou Arquimeistre Gyldayn a especular em seu relato sobre a Dança que o dragão compartilhe dos sentimentos de seu montador, e que o vínculo possa se estender até mesmo além da morte.

"The Deaths of Prince Lucerys and his Dragon", por Chase Stone para O Mundo de Gelo e Fogo. A ilustração retrata o duelo entre Lucerys em Arrax e Aemond em Vhagar, ambos utilizando selas para montar seus dragões.

“The Deaths of Prince Lucerys and his Dragon”, por Chase Stone para O Mundo de Gelo e Fogo. A ilustração retrata o duelo entre Lucerys em Arrax e Aemond em Vhagar, ambos utilizando selas para montar seus dragões.

O que se percebe pelos contos e por Mundo, é que após a doma e o estabelecimento do vínculo entre o domador e o dragão, este atende a comandos de voz e se dobra mais facilmente à vontade do humano se estiver alimentado e com a barriga cheia. Isso é expressamente dito em The Princess and the Queen, e comprovado pelo método de doma de Nettles. O costume entre os montadores westerosi também incluía a utilização de um chicote para domar as criaturas e de selas para montar.

Nota-se, portanto, que Daenerys, aparentemente, já cumpriu a fase de estabelecer seu vínculo com Drogon, e agora intuitivamente segue os passos dos domadores de dragões antigos para aparender a montá-lo e a controlá-lo efetivamente. Sua ligação, no entanto, só pode se estender a um de seus três dragões, o que significa que os destinos de Viserion e Rhaegal ainda estão em aberto. Pela regra de ouro, apenas uma pessoa do sangue do dragão poderá domá-los, mas o berrante valiriano pode também desempenhar um papel que altere esse cenário.

Conclusões: mitos ou realidade?

Depois de todo o exposto, é impossível não concluir que o sangue do dragão tem realmente suas peculiaridades e características únicas, e algumas confusões quanto às crenças comuns sobre suas propriedades podem ter sido elucidadas.

A existência da “mácula”, a propensão à loucura, pode realmente existir, dado o número notável de Targaryens loucos ao longo da história, mas não se pode dizer que a probabilidade seja assim tão alta. A suposta imunidade a doenças é definitivamente descartada, em razão de inúmeros exemplos ao longo da história que mostram Targaryens acometidos por enfermidades, a despeito do que acreditam Viserys e Daenerys. Segundo as palavras de George R. R. Martin e outros exemplos históricos, não existe tampouco imunidade ao fogo, apesar de os Targaryen terem de fato uma certa tolerância a altas temperaturas. Descendentes de membros do sangue do dragão podem ter outras aparências que não a valiriana clássica (cabelos dourado-prateados e olhos em tons de púrpura), não sendo possível determinar categoricamente dominância ou recessividade de seus “genes”. E finalmente, quanto à doma de dragões, diante das declarações de Martin e de exemplos históricos do universo, a posição mais segura é a de que apenas o sangue do dragão é capaz de domar as criaturas.

 

17 Jun 11:07

George R. R. Martin deve vir ao Brasil em 2017

by Leandro Ribeiro

george-rr-martin

 

Depois de muitos “Come to Brazil, Martin” parece que finalmente deu certo. George R. R. Martin respondeu um comentário em seu Not A Blog dizendo que o Brasil está em sua agenda para 2017.

 

 

Captura de tela 2015-06-16 21.50.22

 

Cenato Souza: Venha para o Brasil, Martin :-)

Quando você virá ao Brasil? É um lugar lindo para se conhecer.

George R. R. Martin: Brasil está na minha agenda para 2017, acredito.

Apesar da falta de certeza, é bem provável que aconteça dentro desse prazo mesmo, esperamos que daqui pra lá tenhamos mais dois livros novos para ele autografar :)

A postagem original você pode conferir aqui.

15 Jun 13:06

Membro do elenco afirma que “não voltará” depois de cena do season finale

by Ana Carol

Pelos velhos e novos deuses: É óbvio que esse post possui spoilers do episódio final da 5ª temporada de Game of Thrones. Leia apenas se já o assistiu.

2
Na cena final do episódio exibido esta noite, Jon Snow foi esfaqueado por seus irmãos da Patrulha, sendo acusado de ser traidor por ter trazido os selvagens para o lado sul da Muralha. A última adaga pertenceu a Olly, que perfurou seu peito definitivamente. Nos últimos segundos do episódio, vemos Jon Snow deitado enquanto o sangue de seu corpo dá cor a neve no chão. Kit Harington comentou a cena para a Entertainment Weekly:

Qual foi sua reação quando soube o destino de Jon?
Kit Harington: A cada temporada, você lê alguma coisa no roteiro e diz: “F•deu”. Eu meio que sabia que isso estava chegando. Eu não li A Dança dos Dragões. Mas eu li os outros livros e descobri que isso aconteceria. Então, eu tinha um pressentimento de que deveria ser nesta temporada. Eu não sabia que seria a cena final da temporada, o que tornou tudo mais especial. É sempre bom quando você é a última coisa que acontece no episódio. Não sei, eu adorei. Eu amei como eles fizeram Olly ser a pessoa que me mata. Eu amo como o enredo com Alliser Thorne estava encaminhado. Eu acho que foi muito bem feito. Pareceu ser que o caminho certo para que isso acontecesse.

Você acha que Jon cometeu erros significativos, ou que ele fez coisa certa – mas acabou perdendo a própria vida no processo?
Kit: São muitas as falhas. Ele não prestou atenção às pessoas ao seu redor. Ele só olhou para o todo nesta temporada. Sua maior falha é ser um pouco como Ned, que ao tentar fazer a coisa certa esqueceu que não estava observando as pessoas ao seu redor. Ele tinha limitações. Tudo o que podia ver realmente era essa desgraça iminente dos White Walkers e fazer coisas para um bem maior, e o que estava faltando era Olly, Thorne e alguns dos homens ao seu lado. Ele não estava vendo o descontentamento deles e não estava prestando atenção nas questões menores. E por causa disso, foi servido justiça. Olly coloca a última adaga nele. Naquele momento eu acho que ele percebe que não cuidou de sua família, este jovem a quem ele desapontou.

O motim da Patrulha da Noite foi definitivamente justificado pela história. Mas nós também vimos seu personagem crescer e evoluir como líder ao longo de todos estes anos e por isso também esperávamos que esse crescimento serviria para algo maior – mais do que os outros personagens que vimos morrer na série. Obviamente ele realizou muito durante seu tempo na Patrulha da Noite, mas há um sentimento de que, “não é o que deveria acontecer, ele estava destinado para coisas maiores.”
Kit: Sim, mas temos que seguir com o que Thrones nos está contando. E tratar o drama de Thrones como vida real. E as pessoas morrem e não realizam tudo o que nós desejávamos que fosse destinado a essas pessoas na vida real. E eu acho que isso é uma das coisas poderosas sobre Thrones. A grande perda que acontece com o destino de Jon é percebermos que ele não descobre quem é sua mãe e isso me comove.

No ano passado você disse que a única coisa que você realmente queria era que seu personagem descobrisse isso.
Kit: E ele não descobre. Então não sei. É realmente a maneira que Thrones faz as coisas e eu ficarei interessado em ver a reação do público. Eu espero que não seja, “Aê p•rra, obrigado c•ralho, ele está morto!”

Acho que eles vão ficar de coração partido, mesmo aqueles que dizem, “Tyrion é o meu personagem favorito” ou algo do tipo. Não tem como assistir essa série, ver seu personagem crescer durante todos estes anos, e não se sentir que levou um chute no estômago ao ver a forma como o seu arco terminou.
Kit: Espero que seja o caso.

Eu estava conversando com Dan Weiss e ele disse que Jon está realmente morto. Mas George RR Martin deixou em aberto a possibilidade do personagem estar vivo nos livros. E então essa história sobre um novo contrato e salários do elenco saiu no ano passado e tinha o seu nome entre aqueles que receberam aumentos para a 6ª temporada e para uma possível sétima temporada. Então deixe-me perguntar-lhe: Jon está realmente morto?
Kit: É o que sei. Eu tive uma conversa com Dan e David, fizemos a caminhada do Tony Soprano [que é quando se deixa um ator saber que que ele terá um destino ruim]. E eles disseram: “Olha, você se foi, está feito.” E, quanto a coisa do salário, isso me irritou quando essa história saiu. Eu não sei de onde veio, mas foi impreciso de muitas maneiras. Ajuda a colocar perguntas em sua cabeça e nas cabeças dos fãs que as coisas não são o que são de verdade. Muito honestamente, nunca me contaram nada sobre o futuro das coisas nesta série, mas esta foi a única vez que eu sabia. Eles me sentaram e disseram: “É assim que vai ser”. Se alguma coisa no futuro não acontecer do jeito que me foi dito, então eu não sei de nada. – Está apenas na cabeça de David, Dan e George. Mas eu digo que estou morto. Estou morto. Eu não vou voltar na próxima temporada. Então, isso é tudo o que posso te dizer, realmente.

Como foi seu último dia no set?
Kit: Tive um grande encerramento e, como qualquer um dos atores que morrem em Thrones, eu só queria ir embora de lá – tinha lágrimas nos olhos. Eu estava mais comovido e emocional do que eu pensei que estaria.

Quaisquer presentes de despedida como foi Rose e seu arco e flecha?
Kit: Não! Rose teve seu arco e flecha e eu não tive merda nenhuma! Então, sim, eu sou definitivamente menos popular do que a Rose.

O que vem por aí para você?
Kit: Estou à procura de filmes para o próximo ano. Tenho muita sorte hoje – consigo recusar papéis e fazer o que eu realmente quero fazer. Há alguns filmes que eu estou olhando, mas eu não posso falar sobre eles ainda. Eu poderia tirar umas férias. Eu poderia tentar escrever. Eu estou tentando descobrir isso.

Uma coisa que deixa os atores animados depois de terminar uma série é poder mudar a aparência. Tem planos para cortar seu cabelo?
Kit: Pareço com Jim Morrison no momento. Eu não sei o que fazer com ele. Eu posso cortá-lo se eu quiser, mas é provavelmente sábio deixar assim até que eu consiga um próximo papel. Eu meio que me acostumei com isso, iria me sentir estranho se mudasse.

Olhando para trás, qual a memória mais querida?
Kit: O final da temporada passada. Aquela sequência da batalha no episódio nove, foi uma grande experiência de criação de vínculo para um monte de pessoas do elenco como eu e John [Bradley], Mark [Stanley] e Rose Leslie – tivemos um grande momento filmando esse episódio. Acho que foi o meu momento favorito.

Quaisquer pensamentos sobre como Thrones continua depois disso?
Kit: Você coloca as expectativas das pessoas lá em cima, e aí como você encerra? Eu não sei como eles vão terminar Thrones, mas eu acho que parti em uma grande temporada. E acho que eles vão ter que terminá-la com a batalha mais f•odamente épica que a TV já viu.

Comentários com spoilers do destino de Jon Snow nos livros estão LIBERADOS nesse post.

11 Jun 11:45

George R. R. Martin comenta possível cena de Shireen nos livros

by Felipe Bini
stannis38

Foto: HBO

Depois da polêmica e chocante cena envolvendo o sacrifício de Shireen Baratheon em “The Dance of Dragons”, 9º episódio da 5ª temporada, e do comentário de David Benioff no Inside the Episode, a visão comum sobre o evento ficou sendo a de que “a cena foi ideia de Martin”, e Stannis Baratheon se tornou, justificadamente pelo que a série apresentou, numa figura mais odiada Internet afora do que Ramsay Bolton.

Eu mesmo fui um dos que usou a expressão “ideia do Martin” a princípio, admito, mas logo percebi o erro nessas palavras. Tratar a situação dessa maneira dá margem a uma interpretação errônea do que aconteceu. Vejamos o que é que Benioff diz literalmente disse sobre a cena no featurette:

When George first told us this, it was one of those moments I remember looking at Dan and was just like “oh, that’s so horrible”. And good in the story sense. Because it all comes together, you know. From the beginning, the very first time we saw Stannis and Melisandre, they were sacrificing people, they were burning people alive on the beaches of Dragonstone, and it’s really all come to this. There’s been so much talk about king’s blood, the power of king’s blood, and it leads all ultimatley, fatally, to Shireen’s sacrifice.

Isso, em tradução livre, quer dizer:

Quando George nos contou sobre isso, foi um daqueles momentos em que me lembro de olhar para Dan e ficar tipo “oh, isso é tão horrível”. E tão bom no sentido da história. Porque tudo se junta, sabe. Desde o começo, a primeira vez em que vimos Stannis e Melisandre, eles estavam sacrificando pessoas, queimando pessoas vivas nas praias de Pedra do Dragão, e realmente tudo resultou nisso. Sempre houve tanta conversa sobre sangue de rei, o poder do sangue de rei, e isso leva em última instância, fatalmente, ao sacrifício de Shireen.

O que importa aqui é atentar para o detalhe do que David: “Martin nos contou sobre a cena”. Isso é bastante diferente de dizer “foi ideia de Martin”. Ele não diz que George teria ativamente sugerido a ele, Weiss e Cogman que inserissem a cena tal qual ela ocorreu, ali, naquele momento, naquele episódio, com aquele desenvolvimento. De fato, muito provavelmente não foi isso o que ocorreu, pelo que se depreende. Se fosse esse o caso, George poderia tê-lo feito também em sua marcha para Winterfell original, nos livros, e isso não ocorre. O que mais provavelmente ocorreu é que George tenha contado para eles que essa cena – Shireen ser sacrificada no fogo – eventualmente aconteceria em algum momento em sua história, e os roteiristas se decidiram por inseri-la neste episódio. O por quê dessa decisão, suspeito, é o “fator choque” característico da dupla de produtores.

A declaração de Benioff repercutiu também no Twitter, em que Linda Antonsson, co-autora de O Mundo de Gelo e Fogo e co-webmaster do Westeros.org, publicamente criticou Benioff e Weiss por revelarem no featurette o fato de que a morte de Shireen seria um spoiler. Linda foi bem agressiva em suas críticas, e na verdade não atacava exatamente o fato de a série ter spoilers dos livros (porque isso afinal vai ser comum daqui em diante), mas o ato de revelar expressamente que uma cena nova realmente estará nos livros (afinal, com tantas alterações na série, seria impossível saber o que é spoiler e o que não é, a não ser que os produtores digam claramente que foi George que lhes contou).

Antonsson chegou a sugerir que estaria com vontade de promover um ato dos leitores – que em sua maioria respeitaram os fãs não-leitores e não revelaram spoilers de momentos chocantes da série como a morte de Eddard ou o Casamento Vermelho – para que dessa vez spoilassem o grande evento do final desta temporada em “vingança” contra D&D.

Since D&D care nothing about spoiling book readers, I feel like having a massive campaign to spoil the big one in ep 10. #GameofThrones

— Linda & Elio (@hippoiathanatoi) June 8, 2015

D&D betrayed book readers that they previously praised for now spoiling for show watchers, hence my feelings. Clear enough? — Linda & Elio (@hippoiathanatoi) June 8, 2015

Linda ficou particularmente insatisfeita porque interpretou a fala de Benioff em sua literalidade, no sentido de que nos livros é também Stannis quem ordena o sacrifício da filha, o que indiretamente seria um grande spoiler no sentido de que ele sobrevive à batalha de Winterfell, que foi um cliffhanger deliberado por parte de Martin no final de Dança.

A dúvida quanto à declaração de Benioff também surgiu no que diz respeito a como se dará a cena nos livros: se Stannis terá envolvimento e concordância diretos e expressos na morte de Shireen ou não. Um fã foi ao Not A Blog (pessoal de Martin) perguntar exatamente isso, e George surpreendentemente respondeu, a despeito de já ter reiteradas vezes pedido que as pessoas não postem comentários off-topic sobre Game of Thrones em postagens dele sobre outros assuntos:

GRRM_SHIREEN

Em resumo, mjy6478 perguntou se o próprio Stannis seria de alguma forma responsável pela morte de Shireen nos livros. A resposta de George foi:

Se eu começar a comentar sobre o que pode ou não pode acontecer em cenas que eu ainda não escrevi, estarei “spoilando” meus próprios livros.

Não tenho mais comentários neste momento.

É claro que seria demais esperar que George entrasse nos detalhes perguntados pelo usuário, mas a resposta dele não é tão vazia quanto parece. É importante notar que ele dá a entender que seria uma cena que ele ainda não escreveu, o que pode significar que o contexto em que a cena se dará nos livros seja substancialmente diferente do que ocorreu na TV, afinal já sabemos que a batalha de Winterfell ocorrerá no começo de The Winds of Winter, e presume-se que George esteja um tanto adiantado na escrita do livro.

Ainda hoje, George publicou um novo post que mais uma vez corrobora a ideia de que a inserção da cena no episódio foi ideia dos roteiristas e não dele, e reforça o que muitos de nós sabemos mas que para outros não é assim tão claro: Martin não tem influência direta sobre a série de TV. Em um post em que falou de polêmicas que giram ao seu redor no momento, como o rescaldo do Puppygate, ele disse o seguinte:

Enquanto isso, outras guerras explodem em outras frentes, centradas nos últimos episódios de GAME OF THRONES. Não é minha intenção me envolver nelas, nem deixá-las tomar meu blog ou website, então por favor parem de me mandar emails sobre elas, ou postar comentários off-topic aqui no meu Not A Blog. Travem essas batalhas no Westeros, ou no Tower of The Hand, ou no Boiled Leather, ou no Winter Is Coming, ou no Watchers on the Walls. Qualquer lugar que não aqui, na verdade.

Sim, eu sei que o HOLLYWOOD REPORTER me nomeou “o terceiro escritor mais poderoso de Hollywood” dezembro passado. Vocês ficariam surpresos com o quão pouco isso significa. Eu não posso controlar o que mais ninguém diz ou faz, ou fazê-los parar de dizer ou fazer, seja quanto aos fãs aos profissionais. O que eu posso controlar é o que acontece nos meus livros, então eu vou voltar para o capítulo que estou escrevendo em THE WINDS OF WINTER agora, muito obrigado.

É claro que quando George diz que não pode impedir ninguém de falar ou fazer qualquer coisa é um recado para os que ficaram indignados com a declaração de Benioff  (“os profissionais”) no Inside the Episode, como Linda (“os fãs”), mas o tom da postagem como um todo foi um pedido de “Deixem-me em paz! Eu não mando em nada!”.

stannis19

Foto: HBO

Opinando sobre a cena em si e seus possíveis desdobramentos no livro, minha opinião é a de que é plenamente possível que ela ocorra neles também. Digo, entendo que a morte de Shireen é certa, e acho também possível (mas não certo) que Stannis compactue com ela. Mas não faz mal esclarecer algumas coisas.

Voltando à fala de Weiss, a intenção não é me delongar muito na interpretação dele de que quando vemos “Stannis e Melisandre pela primeira vez eles estão queimando pessoas em Pedra do Dragão”, mas chega a ser impressionante o quão superficial ela é quando se trata dos livros. É claro que a visão se aplica primordialmente à própria série de Benioff, mas não aos livros e à história de George, os quais contraditoriamente Benioff invocou de forma indireta para tentar explicar os motivos da inclusão cena, ao mencionar que Martin a teria lhes revelado.

Benioff não está sozinho na visão de que a característica principal de “Stannis e Melisandre” (os quais ele aparentemente não consegue dissociar um do outro) seja queimar pessoas. Nos livros, o número de pessoas queimadas em Pedra do Dragão não passa de 4: Alester Florent, Guncer Sunglass e os filhos de Lorde Rambton. Diga-se também que nenhum deles o foi por motivos gratuitos, e que seriam provavelmente punidos de alguma forma por seus atos por qualquer outro lorde de Westeros: Florent tentou fazer um acordo com os Lannister às escondidas, Sunglass se recusou a lutar pela causa por não querer abandonar os Sete, e os Rambton atacaram e mataram 4 homens da rainha quando Stannis queimou seu próprio septo. Os três últimos foram queimados por ordem de Selyse, note-se, enquanto Stannis estava em Água Negra. Nunca ninguém foi queimado nos livros simplesmente por não seguir a religião vermelha, e com efeito boa parte dos homens de Stannis seguem os Sete, incluindo Davos, Mão do Rei. Enfim, a fala de Benioff dá a entender que Stannis e Melisandre viviam a sacrificar pessoas aleatórias nas praias por serem infiéis, algo que só ocorre, se muito, na adaptação, como no episódio “The Lion and the Rose” em que Axell Florent foi queimado por se recusar a seguir R’hllor.

Nos livros, Stannis já disse expressamente para Justin Massey que quer que ele lute por Shireen e a ponha no Trono caso ele morra na batalha de Winterfell, e declarou também que não haveria sacrifícios humanos pelo fogo na marcha quando isso lhe foi pedido por Clayton Suggs, este sim um r’hllorista fanático. O capítulo de Asha intitulado “O Sacríficio”, inclusive, dá a entender que ela seria sacrificada na marcha para melhorar a crítica situação em que as tropas se encontravam, mais ou menos como ocorre com Shireen na TV, e inclusive por ter ela também sangue real enquanto filha de Balon (que curiosamente ainda não morreu na série). É possível que os roteiristas tenham se inspirado nesse capítulo para a ideia de incluir a cena, com Shireen, nesse momento, mas no fim das contas o sacrifício de Asha não ocorre nos livros.

A despeito dessas atitudes de Stannis – claramente distantes das de um fanático – acredito que seria sim possível que ele realizasse ou autorizasse o ato de sacrificar sua filha. Isso só ocorreria, porém, em uma situação extrema, em que o personagem acreditasse que enquanto “Azor Ahai, herói messiânico profetizado”, ou ele faria isso ou a própria humanidade estaria condenada. Seria uma situação radical, de tudo ou nada, e não apenas em uma disputa política em que ele está envolvido como a que nos foi (mal) apresentada pela série, em que não faria sentido nenhum dispor de sua herdeira. Não preciso dizer que confio muito mais na capacidade de George para construir um arco crível e dar verossimilhança à situação e à cena, atributos que faltaram em muito na adaptação para a TV, que claramente priorizou mais a criação de simpatia da audiência com Shireen para aumentar o fator choque quando esta morresse, do que com um desenvolvimento da decisão de Stannis que tivesse o mínimo de realismo e coerência.

Há também, é claro, sempre a possibilidade de que o sacrifício de Shireen nos livros ocorra pelas mãos de outras pessoas que não diretamente as de Stannis, sendo as “favoritas” para tanto Melisandre e Selyse, esta também uma fanática. Não se pode deixar de notar a diferença em um ponto fulcral de divergência, em que no texto original as duas e a própria Shireen tenham permanecido em Castelo Negro (por decisão do próprio Stannis, que não arriscaria sua herdeira em batalha), enquanto que na série se decidiu pela diferença: todas elas acompanharam Stannis na marcha. É possível que a infame “carta rosa” (ou “carta do bastardo“) seja o gatilho que motive a sacerdotisa e a rainha a sacrificarem a criança como forma de tentar reviver ou ajudar Stannis em sua causa.

Muitas incertezas e especulações, como deve ser a tônica a partir de agora no que concerne aos possíveis spoilers dos livros que a série trará. Ficam, mais uma vez, a lição de que George R. R. Martin não tem poder de decisão sobre os roteiros de Game of Thrones, e a esperança de que o capítulo de The Winds of Winter que ele declarou estar escrevendo seja um dos últimos.

09 Jun 12:42

Infância dos anos 90 - O QUE TEVE?

by Bic Muller

Tem coisa mais legal que lembrar da nossa infância? Até tem, mas mesmo assim é incrível lembrar como a gente era feliz com bem menos que hoje...

Quando o maior mistério era: Pra onde vai a nave da Xuxa? e a nossa única preocupação era se o nosso pé de feijão no algodão ia vingar...



Então pega o seu óculos do chaves,  sua bala soft, seu pogobol e vem pulando (e caindo e quebrando os dentes) com a gente!!!

E já que toquei no assunto, meu trauma de infância é que eu nunca tive um Pogobol...



Em compensação, tive o Corvette da Barbie!!! Sei que vocês tão invejando!! 



Nossa infância foi uma época tão maravilhosa que o Kinder Ovo custava um real. 
E as coleções eram tão legais! Que atire o primeiro potinho amarelo quem nunca teve:


Os hominhos de metal:



Os gnomos:


Os bichinhos que tinham uma bolinha no meio:


Os leões:


Quem nunca se frustrou com o quebra cabeças???


Aliás, se você reparar bem, nossa infância era cheia de coisas pra colecionar. Acho que é porque não haviam muitas opções, então as empresas criavam várias versões do mesmo produto pra gente colecionar...

Quem não tinha dezenas de Tazos? Papai tinha a manha de comprar aquele kit sortido que vinha com 5 salgadinhos pequenos pra eu ter mais tazos rs. Existia loteria maior do que tirar DOIS TAZOS no mesmo pacote???



Pulseira bate e enrola da Coca-Cola...



Geloucos (nunca entendi isso direito, mas né? colecionava)



O elefante é fã de Parmalat, o porco cor de rosa e o macaco também são o panda e a vaquinha só querem Parmalat... (aposto que você leu cantando)



As bolinhas das olimpíadas de Atlanta em 1996 (meu cachorro estraçalhou as minhas...)



O ioiô da Coca! Quem não sonhava em ter aqueles que acendiam???



A gente também uma época colecionava essas chupetinhas de plástico. O motivo? Não tenho a mínima idéia...


E o álbum do chocolate Surpresa? Nunca, jamais entenderei por que a Nestlé nunca voltou com esse chocolate (e essas figurinhas)



Quem não comia primeiro a parte do chocolate preto e deixava o personagem por último, comia esse chocolate do jeito errado



E quem não mordia a cabeça da tortuguita, ria e falava ESTUPIDANNNNN igual na propaganda?



Personalidades, melhor chocolate branco DA VIDA



E o guarda-chuvinha? Gostinho delicioso de parafina rs e o pirulito do Zorro, conhecido também como "arranca dente de leite" 



Quem nunca viu o filminho da vida passar diante dos olhos por engasgar com a temida bala Soft?



E acho que  a gente deveria começar agora a campanha #VoltaFofys



O gosto inesquecivelmente efervescente das balas Fizz



Adorava misturar os sabores do Guaraná Kas




Coisa boa era comprar o material escolar no começo do ano...

Tinha riqueza maior que possuir um estojo (penal, para os curitibanos) deste?



E esse que era praticamente uma arma branca?



Alguém conseguiu de fato apagar alguma coisa com esse lápis borracha?


E as borrachas troca ponta? Deixavam o papel todo marcado mas o cheirinho.... meu favorito era da azul!



É praticamente impossível você ter passado pelos anos 90 sem um caderno com a Ana Paula Arósio, Luana Piovani, Luigi Barichelli ou Fábio Assunção na capa



E eu aposto que procurando bem em alguma caixa, você ainda tem um álbum com os seus amados papéis de carta...



Mola Maluca, quem nunca jogou de uma escada?



E essas bolinhas flufi? (não lembro se ela se chama flufi mesmo, mas eu chamava assim). Vovó fazia umas genéricas de tricô pra mim quando o orçamento tava curto...


E o pirocóptero? 



Iphone? Ostentação naquela época era ter o Meu primeiro Gradiente!



E a pipoqueira da Eliana? Alguém já conseguiu fazer pipoca nela sem queimar? Duvido!



E a gente era tão feliz que até um pedaço de elástico fazia a nossa tarde divertida...



Pessoas filhas únicas (eu) as vezes tinham que se virar assim pra brincar...



Nada era mais legal do que ver o carteiro entregando um pacotinho cinza com meu nome, pois eu sabia que era hora de Turma da Mônica!!!



E esperar ansiosamente pelas férias pra comprar o Almanacão de Férias!! (Que durava no máximo uns 3 dias)



É... éramos felizes... o importante é que a gente sabia muito bem disso...

A única coisa que fez TODO MUNDO chorar foi a morte do Mufasa.... snif snif.... (chorando agora, inclusive)



Mesmo assim, que infância maravilhosa nós tivemos, meus amigos....
03 Jun 13:53

Ain't No Wall Too High For This Cat

03 Jun 13:51

É a favor de boicote a empresas que apoiam casamento gay? Cuidado, a lista é grande...

by Bic Muller
Olá amiguinho, tudo bem?

Se você não estava procurando água em Marte essa semana, deve ter visto a polêmica sobre o comercial do Boticário, que mostra três casais comemorando o dia dos namorados, dois homens, duas mulheres e um casal hétero SE ABRAÇANDO.

Pois bem, pessoas que "não são homofóbicas mas não suportam viado" resolveram fazer uma campanha de boicote contra a marca, já que a família brasileira né gente? só homem e mulher...

O Reclame aqui foi inundado de reclamações do comercial, coisas tipo isso:


E isso:


E tá rolando até corrente no Whatsapp pra não usar Boticário, porque looooonge deles serem homofóbicos, mas não querem mais consumir empresa amiga dos gays.

Boicote semelhante aconteceu com a Natura, pois é patrocinadora da novela Babilônia, que tem um casal de lésbicas que se beijam.


O genial James Cimino fez então esta matéria AQUI, com uma lista de empresas que apoiam a igualdade, pra esse pessoal que "não tem preconceito mas Deus que me livre essa aberração" boicotar também.

Essa lista de 379 empresas americanas assinou um documento apoiando o casamento igualitário, para que seus funcionários possam ter os mesmos direitos que qualquer outro casal.

Inspirada nisso e com o intuito de facilitar a vida que já não deve ser lá essas coisas desse pessoal, resolvi fazer um post ilustrado pra ajudar na lista de boicotes que deverão começar a fazer desde já!

E já aviso, se você é contra o casamento gay, quer boicotar as empresas que apoiam LGBT e está lendo isso num Ipad, Iphone ou Macbook jogue já isso pela janela, porque a Apple (cujo presidente da empresa é gay) tá na lista! 

Se tem Windows jogue também, porque a Microsoft também assinou. E nem pense em imprimir um abaixo-assinado contra os gays, a HP também faz parte da lista...



Tá puto com essa lista? Vai fazer textão contra a ditadura gay no facebook? hmmmm não vai não. 

O facebook também assinou. Aliás, a corrente de boicote que os senhores estão passando pelo Whatsapp: esqueçam! 

Deleta o aplicativo agora, porque o facebook comprou o Whatsapp e nada de selfie no Instagram também! Tudo empresa do Facebook, que apoia o casamento gay!!


Procurou no Google o endereço do site Reclame Aqui pra fazer a reclamação do comercial? 

VISH, que mancada! O Google também assinou o documento. Outra empresa a favor da igualdade! BOICOTE JÁ!


Gosta de coca-cola? Boicote! A coca-cola também assinou. Inclusive já fez comercial com gays também!



Pode ser Pepsi então? Não não. Tem que boicotar também... Isso inclui Elma Chips, Toddy e todos os outros produtos do grupo PepsiCo que olha, é imenso...

Vai tomar água então? OPA! Calma aí!


Tá ficando nervoso com isso, certo? Vai tomar um calmante? Depende, se for do laboratório Pfizer, vai ter que boicotar o medicamento também...

Aproveita que tá indo no armário do banheiro jogar fora os remédios do laboratório que apoia gays e taque fogo na sua escova e na sua pasta de dentes. Cuidado ao lavar os cabelos, vai que são da:

Colgate-Palmolive


Vai mudar de marca? oooops, a Procter & Gamble também tá nessa.


Groupon? ESQUEÇA. Nunca mais vai poder comprar desconto na pizzaria, porque ele também assinou.

Se resolver ir pra Disney pra descontrair, nunca viaje de American Airlines, nem use o American Express lá. Aliás, você não vai querer ir pra Disney mesmo, eles estão na lista que você vai ter que boicotar.



Nunca fique hospedado no Hilton, feche sua conta no HSBC, não assoe o nariz nem limpe a bunda com Kimberly-Clark, nunca mais compre Johnson & Johnson, e se for correr pra espairecer sobre essa lista, pode tirar o Nike do pé.


Nunca mais vão poder errar seu nome num copo da Starbucks. Se você já fez isso e postou no Instagram VIXE, apaga rápido antes que alguém veja que você tá compartilhando imagem de empresa que apoia o casamento gay!!!


Quebre já o seu cartão Visa! Nunca mais tire Xerox!!!!

Diga não a Levi's!


Não coma mais Oreo!


Tá deprê com isso? Pode ir fechando o pote do seu sorvete...


Vai um chocolatinho aí? Não vai não.


Balinha pode? Não. tem que boicotar também!!


Comprar no Wallmart? Não pode também.


Guarde dinheiro debaixo do colchão.


E pode ir deletando seu Farmville na fase 186, porque o jogo é da Zynga e né? Já sabe.


Reclamar no Twitter também não adianta, amigão


E se resolver beber pra esquecer que você é preconceituoso, fique longe da Smirnoff


Bom, é isso. Só posso desejar duas coisas agora: Boa sorte no boicote de vocês e mais respeito e tolerância em suas cabeças.
02 Jun 14:01

Os 5 personagens que George R. R. Martin gostaria que estivessem em Game of Thrones

by Felipe Bini

George R. R. Martin listou, em entrevista para James Hibberd da Entertainment Weekly, os 5 personagens das Crônicas de Gelo e Fogo que foram excluídos da série de TV mas que ele gostaria de ver na tela. O autor dos livros, que tem papel apenas consultivo na produção da série, diz que sabe que os livros incluem milhares de personagens e entende que por razões práticas os produtores se vêem obrigados a cortar ou mesclar alguns deles. Entretanto, Martin realmente gostaria que especialmente alguns dos excluídos estivessem em Game of Thrones, e ele dá seus motivos.

"Strong Belwas", por Sir-Heartsalot.

“Strong Belwas”, por Sir-Heartsalot.

Belwas, o Forte

Martin revela que gostaria de ter visto Belwas, um guerreiro eunuco enviado por Varys juntamente com um disfarçado Barristan Selmy ao encontro de Daenerys:

Belwas, o Forte, que era parte da comitiva de Dany. Eu entendo por que ele foi cortado, mas eu meio que sinto falta dele.

Nos livros, Belwas protagoniza uma cena grotesca mas emblemática: após vencer o campeão de Meereen em combate singular, ele defeca em frente aos portões da cidade e se limpa com a capa do herói morto. O personagem teve algumas de suas características incorporadas a Daario Naharis.

Jeyne Poole

Martin também revela que gostaria de ter visto mais da amiga de Sansa na TV:

Ela é uma personagem menor no primeiro livro, então ela desaparece e então – BUM – lá está ela no quinto livro de uma forma importante.

"The Prince of Winterfell", por Thrumugnyr. A imagem retrata Theon, Ramsay e Jeyne.

“The Prince of Winterfell”, por Thrumugnyr. A ilustração retrata Theon, Ramsay e Jeyne.

Jeyne obviamente esteve em evidência recentemente, em razão da controvérsia envolvendo a cena do estupro de Sansa por Ramsay Bolton, que nos livros ocorre com ela. A personagem tem um dos destinos mais trágicos dos livros: Jeyne acompanhou os Stark a Porto Real juntamente com seu pai Vayon, mas depois da queda de Eddard e morte de seu pai, foi dada a Petyr Baelish e treinada como prostituta em um de seus bordéis. Ela é enviada pelo próprio Tywin Lannister como Arya para os Bolton, que sabem que na verdade ela não é uma Stark, para que estes sedimentem seu poder no Norte. Quando Theon a encontra antes das núpcias com Ramsay, ela é uma pessoa já psicologicamente quebrada e com marcas de chicote nas costas, e fica ainda mais traumatizada depois das experiências com Ramsay. Mance Rayder (disfarçado como Abel, o Bardo) e algumas guerreiras selvagens são enviados da Muralha para tentar resgatá-la, acreditando se tratar da verdadeira Arya Stark. Durante o curso dos livros, Jeyne ficou completamente abalada mentalmente e foi sempre um peão nas mãos de outros, sem demonstrar nenhum sinal de possível desenvolvimento ou saída desse status, ao contrário da vítima de Ramsay da TV.

Willas e Garlan Tyrell

Willas Tyrell, por Mikey Booch.

Ser Garlan Tyrell, por Aaron Miller. © Fantasy Flight Games

Os irmãos mais velhos de Loras e Margaery, um deles herdeiro de Jardim de Cima e o outro um dos melhores espadachins de Westeros foram ambos cortados. Martin diz sobre eles

E na família Tyrell, Loras não é o filho mais velho nos livros. Há dois irmãos mais velhos, Willas e Garlan. Eu não os inseri só por diversão, eles têm papeis a desempenhar nos dois últimos livros, e eles não existem na série. Eu disse desde o começo que eu queria que tivéssemos mais horas, mas os produtores trabalham 24 horas por dia, 7 dias por semana, 12 meses por ano.

Os Tyrell mais velhos também tiveram algumas de suas características incorporadas ao irmão mais novo: Loras se tornou o herdeiro na TV, enquanto esse posto é de Willas no original. É também com ele que Tywin pretendia casar Cersei e Olenna pretendia casar Sansa, e não Loras como ocorre na série. O outro irmão, Garlan, chamado o Galante, que provavelmente é um espadachim melhor até do que o próprio Loras, apesar de menos famoso, foi quem usou a armadura de Renly na Batalha de Água Negra original, o que na série coube ao irmão mais novo. Não foi a primeira vez que George falou sobre a importância deles nos livros futuros, tendo mencionado os personagens como exemplos do problemático “efeito borboleta” da série em 2013.

Lady Stoneheart (Senhora Coração de Pedra)

Ilustração por garleta. Na imagem, Beric e seus companheiros encontram o corpo de Catelyn no Tridente.

Ilustração por garleta. Na imagem, Beric e seus companheiros encontram o corpo de Catelyn no Tridente.

Finalmente, mais um personagem polêmico, que os fãs insistem em crer que aparecerá na série a despeito de o tempo para tanto já ter passado e das inúmeras declarações e evidências de que ela foi mesmo cortada. A fala de Martin, a citando como uma das excluídas, só vem reforçar esse fato. O autor, no entanto, tenta negar a ideia de alguns fãs de que ela seja um “zumbi inútil”, com importância e relevância limitadas nos livros até o momento que não justificariam sua inclusão, também defendida pelo diretor Alex Graves.

A Senhora Coração de Pedra tem um papel nos livros. Se ele é suficiente ou interessante o bastante… Eu penso que é, ou não a teria inserido. Uma das coisas que eu queria mostrar com ela é que a morte que ela sofreu muda uma pessoa. Eu já falei sobre Gandalf, e como o impacto de sua morte foi enorme. Quando eu era um menino de 12 anos lendo A Sociedade do Anel e “Fujam, seus tolos!” e cai no abismo… foi ‘Puta merda! [J.R.R. Tolkien] matou o mago! Esse era o cara que sabia de tudo. Como eles vão destruir o anel sem ele?’ E agora os ‘meninos’ têm que crescer porque seu ‘papai’ morreu. Se Gandalf pudesse morrer, qualquer um poderia morrer. E então só alguns capítulos adiante Boromir cai. Essas duas mortes criaram em mim a coisa de “qualquer um pode morrer”. Nessa altura eu estava esperando que [Tolkien] pegasse a Sociedade inteira um por um. E então nós também pensamos em As Duas Torres que Frodo está morto, já que Laracna o picou e o amarrou. Eu realmente acreditei porque ele havia me preparado com as outras mortes. Mas então, é claro, ele traz Gandalf de volta. Ele está meio estranho a princípio, mas então ele é basicamente o mesmo velho Gandalf. Eu gostei do impacto que tivemos com a saída dele.

Ele também reitera um fato sobre a personalidade da personagem que muitos entendem – principalmente pelo fato de não haver mais POVs de Catelyn após sua morte nas Gêmeas – mas que é às vezes ignorado pelos mais fervorosos fãs dos Starks, que coincidentemente são os que mais nutrem esperanças de seu retorno:

A Senhora Coração de Pedra não é Catelyn. Eu tentei preparar isso antes com Beric Dondarrion e suas repetidas [ressurreições]. Há uma aparição rápida de Beric no livro um e ele cavalga cidade adentro e ele é esse cavaleiro sulista extravagante. Esse não é o homem que encontramos depois.

Recentemente surgiram, como já é tradicional nas últimas temporadas, rumores de que a personagem poderia aparecer no último episódio da temporada, simplesmente pelo fato dele ser intitulado “Mother’s Mercy” e de Stoneheart ser referida também como “Mother Merciless” nos livros. Mais uma vez, porém, uma interpretação fundada em wishful thinking: o título muito provavelmente se relaciona com o “Perdão da Mãe” (dos Sete) e com o arco de Cersei, já tendo sido referenciado pelo Alto Pardal em episódio anterior.

Gostaram das escolhas de George? O que dizer sobre o “efeito borboleta” na série gerado pela exclusão de personagens? E, claro, algo mais a dizer sobre a exclusão de Stoneheart e os novos rumores (que sim, sabemos que é algo que vocês adoram falar sobre)? Comentários abertos.

29 May 11:24

Crítica: ‘Mad Max: Fury Road’ – Who killed the world?

by Vinicius Volcof

O primeiro filme da saga Mad Max data de 1979, uma produção australiana com menos de um milhão de dólares de orçamento, dirigida pelo estreante George Miller e estrelada por um desconhecido Mel Gibson. A produção era tão precária que de todo o elenco, só Max vestia roupas de couro legítimo, e os carros, tão logo passavam por batidas e capotamentos nas cenas de ação, eram submetidos a rápidos reparos e uma nova camada de tinta para servirem a outras cenas (em algumas sequências é realmente possível ver a tinta fresca se descolando das latarias). Ainda assim, nada disso impediu que o filme se transformasse imediatamente em um clássico, lançando seu protagonista, à época com 21 anos, à categoria de astro e inspirando duas continuações memoráveis. Rendendo mais de US$ 100 milhões ao redor do mundo, Mad Max passou décadas no topo da lista dos filmes mais rentáveis da história, até ser superado por A Bruxa de Blair em 19991.

madmax-furyroad-gifs-1-26569

Quase quarenta anos depois, o hoje septuagenário George Miller revisita seu universo ficcional, depois de um longo desvio para filmes mais infantis, como Babe, um porquinho atrapalhado (1995) e Happy Feet (2006), com o qual ganhou o Oscar de melhor animação. Diversificado e perfeccionista, Miller é formado em medicina e, diz a lenda, financiou grande parte do primeiro Mad Max com longas horas de plantão numa clínica australiana. Agora, com um orçamento de US$ 150 milhões dos cofres da Warner Brothers2, o diretor nos apresenta um filme arrasador, de ritmo frenético, estética lisérgica e, mais importante, fiel ao personagem e à história que conhecemos lá atrás.

Como bem lembrou o pessoal do Cinema com rapadura, em um ótimo podcast sobre o filme, a saga de Max Rockatansky não se estrutura sobre um grande arco dramático de começo-meio-e-fim. Nesse universo, a jornada do herói é diluída no formato de contos em que cada filme representa uma história independente sobre o protagonista. Assim, não é necessário ter visto os três primeiros para entender a história de Mad Max – Estrada da Fúria, pois o novo filme é mais um conto, independente e autossustentável, e isso é maravilhoso.

Nessa história, Max (agora vivido por Tom Hardy) é capturado e levado a uma cidadela de “kamyicrazies” liderados por Immortan Joe (Hugh Keays-Byrne), que escraviza belas mulheres (belas até demais, diante daquele universo caótico) a fim de gerar um herdeiro perfeito. Em meio à seca e ao caos, o protagonista é feito de “bolsa de sangue” para um dos Meninos de Meia-Vida, Nux (Nicolas Hoult, da série Skins), e logo se vê parte de uma perseguição alucinante pelas estradas do deserto.

A particularidade desse episódio, o conto nº 4 da Saga Max, é a expansão do universo ficcional criado por Miller. Mesmo que longe de querer nos explicar o que de fato aconteceu com essa Terra pós-apocalíptica (a degradação é apenas remetida, desde o segundo filme, a guerras nucleares entre potências globais, claramente inspirando-se na Guerra Fria, motivadas pela escassez de água e combustível), nesse capítulo o realizador insere uma grande quantidade de novos elementos, dando ainda mais profundidade à mitologia da história. É assim que se constrói, por exemplo, o cenário da Cidadela, cujos habitantes louvam ao Deus V8 – em referência ao motor de oito cilindros, único capaz de sobreviver àquelas condições precárias – e almejam um céu saído diretamente da mitologia nórdica: Valhalla, com seus portões “brilhantes e cromados” (“Eu vivo. Eu Morro. Eu vivo de novo.”). E a partir desses novos conceitos, que só fazem bem à franquia, é que surgem novos e excelentes personagens, como os habitantes das cidades circunvizinhas (cada grupo com características específicas, e às vezes até mesmo novas línguas), as Parideiras de Immortan Joe e a Imperatriz Furiosa, a melhor personagem que o cinema de ação encontra em anos.

Charlize Theron dá vida à verdadeira protagonista dessa história. Se alguns reclamaram que o filme era uma panfletagem feminista mal disfarçada (*male tears*), incitando, inclusive, ao boicote à obra3, o que a grande maioria do público tem encontrado é uma incrível inovação no gênero de ação. Do mesmo modo como a agente Ripley, vivida por Sigourney Weaver em Alien (1979), inaugurou uma estrada nunca antes percorrida para as mulheres nesse gênero, abrindo caminho para Sarah Connor de Linda Hamilton (O Exterminador do Futuro, 1984) e até mesmo para Angelina Jolie em Lara Croft: Tom Raider (2001) e Salt (2010), a Imperatriz Furiosa de Charlize, com seu braço mecânico, seu olhar desolado, sua testa suja de graxa e suas cenas de porradaria, criam um novo paradigma de protagonista feminina.

Assim como havia feito com o primeiro filme, quando, sob influência do punk e do trash,deu início a um novo tipo de filme de ação (The Warriors, O Exterminador do Futuro, Os Goonies e Garotos Perdidos), George Miller reaparece aos setenta anos para reestruturar mais uma vez o gênero, por vezes condimentado pelo formato Marvel e pelo monopólio de realizadores, como Michael Bay (Transformers 1,2, 3….zzZz), Zack Snyder (Batman vs. Superman) e Christopher Nolan (Batman – O Cavaleiro das Trevas).

Já sobre a centralidade das mulheres nessa história, descola a necessidade de exploração sexual da protagonista feminina. Aqui existe uma metáfora clara entre a feminilidade (nas figuras das Parideiras resgatadas pela Imperatriz Furiosa) e a ideia de fertilidade da Mãe Natureza: nesse mundo desolado, de caos e dor infinitas, essas meninas são escravas sexuais de um monstro, Immortan Joe, que busca um herdeiro perfeito, depois de ser pai de um grandalhão abobalhado e de um anão desfigurado. Para além – e evitando spoilers sobre o filme –, há ainda o aparecimento de uma bolsa de sementes, que pode originar o reflorestamento da Terra e é passado de uma mulher a outra, num influxo geracional do qual só as mulheres participam, como que na aurora de uma nova civilização matriarcal. Atentem-se a essas cenas e perceberão que, a seu jeito, Mad Max é sim um filme feminista, ou pelo menos misândrico, porque, no fim das contas, foram os homens que mataram o mundo.

Isso não quer dizer que o Max de Tom Hardy não seja bom. O ator mostra mais uma vez que dá conta do recado, embora pareça ultimamente estar fadado às alterações vocais: assim como seu Bane, de O Cavaleiro das Trevas Ressurge (2013), Max tem uma voz artificialmente engrossada, um artifício desnecessário. Há quem diga que o Max desse novo filme seja um herói menor, apagado diante da grande Imperatriz, porém, como bem lembrou o pessoal do Jovem Nerd, esse protagonista é um herói de ocasião, que não tem uma grande missão redentora, tampouco é ungido pelo céus, mas apenas frequentemente se encontra no meio de grandes enrascadas, para sua própria desgraça, situações em que geralmente é obrigado a difíceis escolhas morais. Acima de tudo, Max é um louco!

“If you can’t fix what’s broken, you go insane!”

Por fim, quero falar um pouco mais de George Miller, porque ainda impressionado com seu fôlego, criatividade e ousadia. Nessa produção gigantesca, única aposta da Warner para a temporada desse ano de blockbusters, em meio aos grandes lançamentos da Marvel e da volta de Star Wars no fim do ano, Mad Max tem levado legiões aos cinemas do mundo e, no Brasil, conseguiu desbancar o primeiro lugar de Vingadores 2: A Era de Ultron. Sinal do sucesso (merecido) da produção é sua liderança isolada nos acessos do IMDB.com, carregando de carona a página de Mad Max 1 para a sétima posição do índice geral. Em Cannes, onde o novo filme estreou semana passada, a sessão foi interrompida três vezes pelo aplauso dos presentes. Tamanho sucesso se dá pelo trabalho bem feito de uma produção imensa, de centenas de nomes, com destaque para a excelente direção de fotografia de John Seale e a insana edição de Margareth Sixel, esposa de Miller, que passou dois anos montando-o em sua própria casa, bem ao estilo orgânico e analógico de seu marido.

Ainda assim, devemos dar créditos ao diretor. Seu perfeccionismo às vezes arrasta seus projetos por anos. Mad Max: Fury Road, por exemplo, já tinha roteiro pronto em 1999 e teria Mel Gibson mais uma vez no papel do protagonista, mas problemas financeiros e, logo depois, os ataques às Torres Gêmeas, em Nova York, deixaram a conjuntura pesada demais para a história. Alguns anos depois, em nova tentativa, o projeto recebeu sinal vermelho da Warner por causa das complicações da Guerra do Iraque, evitando o desconforto de tratar de temas como o do petróleo. Em 2011, quando conseguiu reunir todo o elenco e equipe e embarcou à sua Austrália natal para finalmente começar a gravar, uma grande tempestade destruiu as locações e, pasmem, fez do deserto, floresta. Incansável, em 2012 Miller decidiu viajar com a equipe à Namíbia, sudoeste do continente africano, onde finalmente conseguiu gritar “ação” pela primeira vez.

Como já falamos praticamente de todos os elementos desse novo filme, agora acho que podemos resumir que o que há de melhor nesse novo Mad Max é o extremo zelo que Miller tem por sua história e o respeito que dedica aos fãs. Retomando antigos elementos dos filmes anteriores – os elementos justamente responsáveis por fazerem desses filmes clássicos –, Miller mostra ser possível manter a mesma qualidade em sequências, se tratadas com carinho, bem pensadas e respeitando o tempo de maturação da história. Assim, mesmo tendo muito mais dinheiro do que tivera com todos os três filmes anteriores juntos, o diretor apostou no mesmo estilo, com as mesmas trucagens de câmera, o mesmo ritmo acelerado (às vezes artificialmente, em flash-foward, uma técnica hoje em dia raramente usada) para reconstruir a mesma ambientação da história que conhecemos nos anos 80, num período em que a técnica só podia oferecer efeitos práticos e um bom diretor era alguém criativo, e não rico. Até mesmos alguns dos antigos atores ele trouxe de volta, sendo o mais emblemático deles Hugh Keays-Byrne, o vilão do primeiro Mad Max, que agora retorna como o icônico Immortan Joe, uma espécie de Darth Vader dos road movies.

Lembrando uma frase célebre de Hitchcok, Miller disse em entrevista que seus filmes são feitos para “serem entendidos no Japão, sem legendas”. Alguns acusam seu novo Mad Max de falta de profundidade, de falta de diálogos ou de ser um mero espetáculo visual. Enganados, talvez, por não perceberem que Miller consegue bem suceder em algo muito difícil, que é contar uma história por meio das cenas de ação, construindo uma ópera pós-apocalíptica sem paralelos até agora.

  1. Fonte: BOSCOV, Isabela. Mad Max. In: Cinemateca da Veja. Abril Coleções. São Paulo: 2008
  2. Fonte IMDB.com
  3. Fonte: O Globo: Mad Max gera polêmica entre ativistas dos direitos dos homens. De 15/05/2015. Leia matéria aqui.

O post Crítica: ‘Mad Max: Fury Road’ – Who killed the world? apareceu primeiro em Posfácio.

27 May 11:38

Divulgada lista parcial de novos personagens para a 6ª temporada de Game of Thrones

by Ana Carol

Screen Shot 2015-05-26 at 13.01.29
Assim como no ano passado, a Sue do Watchers on the Wall conseguiu acesso a uma lista parcial dos novos personagens que veremos no ano que vem em Game of Thrones da HBO. Como da outra vez a lista vazou indicando exatamente quais personagens estariam dando as caras na série, esse ano as informações divulgadas na revelam nomes específicos. Mas quem leu os livros talvez reconheça algumas das descrições que daremos a seguir:

Pirata, um homem entre os 40 e 50 anos. Ele é um um pirata infame que aterrorizou mares ao redor do mundo. Astuto, implacável, com um toque de loucura. Ele é um homem de aparência perigosa.
(Palpite: Euron Greyjoy ou Victarion Greyjoy)

Pai, entre os 50 e 60 anos, é um dos grandes guerreiros de Westeros- um tirano mal-humorado, grave e intimidante. Ele exige disciplina marcial no campo e em sua casa. É descrito que ele tem um papel importante e está “centralmente envolvido” no enredo de um protagonista.
(Palpite: Randyll Tarly)

Mãe, ao redor dos 50 anos. Ela é uma mãe doce, gordinha, e adorável, e tem um fraco por um dos seus filhos, que se beneficia de sua bondade.
(Palpite: Melessa Florent)

Irmã, ao redor dos 20 anos. Ela é gentil, amigável e despretenciosa.
(Palpite: Talla Tarly)

Irmão, 20 e poucos anos . Atlético, bom caçador, excelente espadachim, viril, não particularmente brilhante, mas o filho favorito do pai.
(Palpite: Dickon Tarly)

Sacerdote, em seus 40 ou 50 anos. Um ex-soldado ríspido que encontrou a religião. Agora é um sacerdote rural pragmático e direto que ministra para os pobres do campo. Ele é um trabalhador ardiloso que resistiu a muitas batalhas.

Atriz de destaque, 40 e poucos anos, ela é uma atriz elegante, com uma companhia de teatro itinerante. Divertida, carismática, a atriz da companhia que gosta de beber rum.

Sacerdotisa. De 20 e tantos até 30 e poucos anos. De qualquer etinia – ela é linda, intensa e magnética.

Guerreiro feroz, um homem alto, 30 ou 40 com um poderoso físico. Eles estão procurando por alguém com “etnia mista” para o papel.

Garoto grande, o ator terá 10-12 anos mas no papel terá 7 ou 8. Ele é descrito como “um menino inteligente” que parece grande demais para sua idade. Ele é grande e alto, mas não acima do peso.
É especificado que ele aparecerá apenas uma vez, e terá que ser atarracado/acocorado.

Garoto de 12 anos, com o cabelos castanhos e olhos azuis. Ele precisará usar um sotaque do Norte. Ele tem cenas em que lutará com uma espada de madeira. A duração do papel não é especificada.

Garoto de 7 anos com cabelo castanho escuro, um rosto estreito e olhos verdes. Ele também terá sotaque do Norte e lutará com uma espada de madeira.

 

 

O que vocês acharam? Quais são os palpites de vocês? Divida com a gente nos comentários!

25 May 13:30

Assista a Game of Thrones: O Musical (completo)

by Ana Carol

anigif_enhanced-13089-1432296359-8anigif_enhanced-7875-1432296517-14
Game of Thrones ganhou as notícias nos sites essa semana, não só por conta de ‘U, U, U‘. O elenco da série participou de um mockumentary produzido pela banda Coldplay para arrecadar fundos para o Red Nose Day.

No vídeo de mais de 12 minutos revelado ontem a noite, a banda e o elenco brincam de ensaiar para o musical fictício de Game Of Thrones. Participam da brincadeira Kit Harington (Jon Snow), Emilia Clarke (Daenerys Targaryen), Alfie Allen (Theon Greyjoy), Peter Dinklage (Tyrion Lannister), Nikolaj Coster-Waldau (Jaime Lannister), Mark Addy (Robert Baratheon), Iwan Rheon, Charlotte Hope (Myranda) e Thomas Brodie-Sangster (Jojen Reed):

O primeiro vídeo revelado do projeto estrelava Peter Dinklage, e a gente já havia falado sobre ele aqui.

Vale lembrar que o baterista do Coldplay, Will Champion, participou do episódio “Rains of Castamere”, na 3ª temporada.

Clique aqui para assistir ao trailer do próximo episódio da série, The Gift.

19 May 11:18

Por que desisti de assistir Game Of Thrones

by Lidiany CS

AVISO: esse post contém imagens e discussão sobre estupro e violência contra mulheres.

Próximo mês completam-se cinco anos que criei o Game Of Thrones BR. Desde 2010, muita coisa aconteceu, a série estava em produção quando comecei a escrever e o 5º livro (A Dança dos Dragões) ainda não havia sido lançado. Acompanhei a seleção dos atores e atrizes, divulgação dos trailers e ajudei nas ações para divulgar a série por aqui.  Enquanto escrevia aqui no site, me formei, casei, passei em concursos, me mudei de cidade, também fui responsável pela administração do site e pela criação da wiki em português. Fiz amigos, conheci ótimas pessoas, incluindo as pessoas maravilhosas que fazem e fizeram parte da equipe do site.

George R. R. Martin: eu sempre considerei mulheres como pessoas.

George R. R. Martin: eu sempre considerei mulheres como pessoas.

Foi emocionante acompanhar todo o trabalho de produção e desenvolvimento de uma série desse porte para ver o resultado final. Sem dúvida um trabalho de efeitos visuais, maquiagem, figurino e cenários impecável. Com uma história do porte das Crônicas de Gelo e Fogo, Game Of Thrones tinha tudo para ser a melhor série da década e uma das melhores séries de todos os tempos.

Recurso criado em Game Of Thrones: sexploitation, diálogo em meio a cenas de sexo.

Recurso criado em Game Of Thrones: sexploitation, diálogo em meio a cenas de sexo.

Mas depois de todas as adaptações e escolhas, os roteiristas e produtores preferiram jogar a série na vala comum de tantas outras séries da HBO que apenas exploram e usam nudez e violência contra mulheres como objetos para satisfazer o fetiche e o desejo do público da série. Aqui chego no ponto em que me fez deixar de ver a série. Desde a primeira temporada, sabemos que adaptações foram feitas personagens foram cortados, alterados para melhor ou pior. Porém uma única coisa que não mudou foi a misoginia dos roteiristas e diretores da série. Várias personagens mulheres foram alteradas, para pior. Várias foram excluídas da série, pois não atendiam aos objetivos dos donos de Game Of Thrones ou da HBO. George R. R. Martin escreveu um mundo em guerra, um mundo violento, onde mulheres assim como os homens enfrentam o que há de pior em termos da crueldade humana.

Talysa Maegir: criada para chocar no casamento vermelho.

Talysa Maegir: criada para chocar no casamento vermelho.

Porém, George não trata as mulheres de sua história como meros peões servindo de joguete para as brincadeiras e fetiche dos homens. A violência retratada em Game Of Thrones tem apenas um objetivo, chocar espectadores e aumentar ainda mais o hype em torno da série.

Durante o monólogo de Karl na Fortaleza de Craster várias mulheres são espancadas e estupradas ao fundo.

Durante o monólogo de Karl na Fortaleza de Craster várias mulheres são espancadas e estupradas ao fundo.

George R. R. Martin acredita que mulheres são gente, por isso há tantos pontos de vista femininos e complexos em seus livros, enquanto em Game Of Thrones, as mulheres aparecem com objetivo de atrair a atenção do público masculino, que fetichiza esse tipo de violência misógina e para servir de pano de fundo do jogo de tronos, que é conduzido pelos homens.

Ros e outra prostituta usadas em cena para desenvolver o sadismo de Joffrey.

Ros e outra prostituta usadas em cena para desenvolver o sadismo de Joffrey.

Todo mundo sabe que vivemos em um mundo violento, em que mulheres estão sujeitas a todo tipo de crime torpe e cruel. Porém, ao banalizar esse tipo de violência David Benioff, DB Weiss, Bryan Cogman e tantos outros roteiristas e diretores de Game Of Thrones, estão apenas explorando a já conhecida cultura do estupro. Usar cenas de estupro para impulsionar motivações de personagens é um dos clichês mais problemáticas e mais criticados na ficção.

Meera Reed também já foi alvo da violência dos roteiristas.

Meera Reed também já foi alvo da violência dos roteiristas.

Sansa estava na mira dos roteiristas há tempos.

Sansa estava na mira dos roteiristas há tempos.

Daenerys também foi vítima de roteiro mal escrito. Porém diferentemente do que ocorreu no último episódio, a violência sofrida por Daenerys faz parte da história da personagem, não foi um recurso para aumentar audiência.

Daenerys também foi vítima de roteiro mal escrito. Porém diferentemente do que ocorreu no último episódio, a violência sofrida por Daenerys faz parte da história da personagem, não foi um recurso para aumentar audiência.

As mulheres de Game Of Thrones não são protagonistas de suas próprias histórias.

Quantas vezes Ros foi violentada em Game Of Thrones?

Quantas vezes Ros foi violentada em Game Of Thrones?

Várias séries conseguem explorar a violência contra mulheres sem essa sensualização, sem torná-las meros objetos nas mãos dos personagens masculinos. Game Of Thrones não é uma delas.

Fetichização de sexo lésbico? Bingo.

Fetichização de sexo lésbico? Não, é sexploitation.

talisa-dead2Ao ser usado de forma banal, sem propósito e sem críticas, com um roteiro raso e cheio de falhas, o clichê do estupro como instrumento no roteiro se torna ainda mais problemático em Game Of Thrones. Não há uma única temporada em que a violência contra mulheres não tenha sido usada apenas para desenvolver personagens masculinos. Sexo não é um problema, violência não é um problema, pessoas nuas não é um problema.

Pelo menos Ros tinha falas.

Pelo menos Ros tinha falas.

O público alvo de Game Of Thrones é adulto, sexo e nudez são coisas naturais. O problema está em um roteiro que se apoia em mutilar, estuprar, agredir e violar mulheres sumariamente apenas para desenvolver seus personagens masculinos.

Apenas uma prostituta fazendo acrobacias enquanto Tyrion discursa.

Apenas uma prostituta fazendo acrobacias enquanto Tyrion discursa.

Poderia fazer aqui uma lista enorme de violações realizadas pelos roteiristas ao longo desses 5 anos, mas as imagens falam por si só (ainda poderia colocar muitas outras). Também já escrevi sobre isso em outras ocasiões, indo contra o senso comum da maior parte do público e da mídia que é capaz apenas de aplaudir e aceitar sem críticas essas adaptações. Vejam e adorem, isso é o que se espera de algo produzido pela HBO. No entanto, ao escrever sobre e ao assistir a série não faço isso despida de senso crítico e de valores. E o que vejo é uma adaptação medíocre da obra de George R. R. Martin, escrita por homens que tem uma visão fetichista e objetificadora de mulheres para um público alvo que pensa da mesma forma. Não é por menos que os dados envolvendo esse tipo de violência assustam qualquer pessoa, principalmente mulheres.

É possível conduzir um diálogo entre homens sem usar prostitutas?

É possível conduzir um diálogo entre homens sem usar prostitutas?

Mas é isso que os fãs querem, é isso que estavam pedindo. Os fãs querem ver mais desse tipo de roteiro aí. E é isso que os roteiristas estão servindo e a HBO está vendendo.

Como é escrito o roteiro de Game Of Thrones?

Como é escrito o roteiro de Game Of Thrones?

Por isso, não adianta continuar criticando e expondo os diversos problemas de roteiro da série se não há interesse no público alvo da série em entender o quanto Game Of Thrones se deteriorou ao longo das temporadas. O que interessa é assistir e aplaudir.

f8kugr

Milhares de pessoas acessam o Game Of Thrones BR diariamente com o único objetivo de agredir a equipe, com insultos misóginos, racistas e preconceituosos em geral, uma equipe pequena, mas que aqui é alvo de toda sorte de xingamentos apenas por estarmos em um site criado, administrado e mantido por nós mesmos.

8a4c0947bfb80108f84174b85d0fb4ee

Sei que uma minoria dos fãs consegue pensar diferente e enxergar os vários problemas que tentamos apontar. Mas infelizmente esse número tem se tornado cada vez menor em meio ao mar de insultos. Não posso deixar de agradecer à essas pessoas, incluindo às que me conhecem ou que conheci pessoalmente e que sempre nos apoiaram até aqui.

É preciso agradar o público.

É preciso agradar o público.

Assim dado que, este site não paga minhas contas, tenho uma lista enorme de outras coisas a fazer diariamente, incluindo coisas que me deixam feliz, não vejo sentido em continuar escrevendo sobre uma série que não gosto de assistir, para pessoas que não querem ler. Me lembra aquela parábola do semeador, da semente e dos solos, estou aqui jogando sementes nas pedras, mas atualmente não tenho mais interesse nenhum em continuar lidando com esse tipo de opinião.

Ros, morreu para provar que Joffrey é um psicopata.

Ros, morreu para provar que Joffrey é um psicopata.

tumblr_nidc81dzDW1u6pqd1o9_250Deixei de ver os episódios de Game Of Thrones desde o estupro de Cersei e da incapacidade dos roteiristas  em admitirem que estão escrevendo uma história cheia de problemas,  mas não contentes, persistem e erram ainda mais nessa temporada. Para finalizar, o site continuará online e sendo mantido pela mesma equipecontinuarei escrevendo sobre os livros e publicando conteúdo para auxiliar a equipe, mas não verei e nem tenho interesse em comentar ou divulgar a série. Cinco anos se passaram e no momento, tenho outros planos e outros projetos. Aos misóginos de plantão: a política de comentários continuará a mesma. Cinco anos e vocês ainda não aprenderam que não somos obrigadas a ler chorume?

18 May 18:56

Steven Moffat está confirmado para a 10ª temporada de Doctor Who

by Thais Aux

Está confirmado: Steven Moffat será o showrunner da 10ª temporada de Doctor Who É oficial: Steven Moffat, o showrunner (produtor/roteirista) de Doctor Who, está CONFIRMADÍSSIMO no cargo para a 10ª temporada de Doctor Who, que vai ao ar no ano que vem. O anúncio rolou na última 5ª feira, em Nova York, durante um evento … Continue lendo »

The post Steven Moffat está confirmado para a 10ª temporada de Doctor Who appeared first on Doctor Who Brasil.

18 May 11:18

Sophie Turner e roteirista comentam cena final de ‘Unbowed, Unbent, Unbroken’

by Ana Carol

O texto a seguir possui spoilers do episódio 5.06: “Unbowed, Unbent, Unbroken”. Leia por sua conta.

sansa

A cena de horror que vimos no final do episódio deste domingo, foi comentada por Bryan Cogman e Sophie Turner. Em Unbowed, Unbent, Unbroken, Sansa Stark é abusada por seu marido, Ramsay Bolton, em uma adaptação de uma cena que vemos em A Dança dos Dragões. Nos livros, a garota abusada não é Sansa e a cena é muito mais violenta. No entanto, essa é a segunda vez que Sansa é abusada sexualmente na série, mesmo não sendo nos livros.

A Entertainment Weekly conversou com Bryan Cogman, roteirista do episódio em outubro passado sobre essa cena (já que a revista visitou os sets de filmagens da série da época). O jornalista James Hibberd perguntou:

Como você pode fazer isso com Sansa?
Bryan: Isto é Game of Thrones. Esta não é uma menina tímida indo para sua noite de núpcias com Joffrey. Esta é uma mulher endurecida fazendo uma escolha e ela vê isso como o caminho para voltar para sua terra natal. Sansa tem uma noite de núpcias, de uma maneira que ela nunca pensou que teria, com um dos monstros da série. É muito intenso e horrível e a personagem terá que lidar com isso.

James Hibberd conta que também perguntou (em outubro) se a cena seria tão sádica como a versão de A Dança dos Dragões de George RR Martin, onde a noiva de Ramsay é Jeyne Poole, que também é abusada sexualmente por Theon quando Ramsay os obriga. Cogman pareceu horrorizado com a idéia:
Bryan:
 Não! Deus, não. Não-não-não-não-não. Não. Não deixa de ser uma forma compartilhada de abuso que eles têm de suportar, Sansa e Theon. Mas essa não é a tortura e humilhação extrema que a cena do livro mostra.

 

Para aqueles que suspeitam que Mindinho poderia ter sabido sobre o sadismo de Ramsay, Baelish definitivamente não sabia da situação. Bryan conta que “a diferença entre o Ramsay Snow dos livros e o da série, é que ele não é um psicopata famoso na série. Ele não é conhecido em toda parte como um psicopata. Então Mindinho não sabe sobre ele. Ele sabe que os Boltons são assustadores, bizarros e não confiáveis, e isso é parte de um plano maior.”

 

sansa-thrones

 

[Editado: a entrevista com Sophie também foi feita em outubro passado, antes de Sophie gravar a cena deste episódio. Desde então a atriz deu outras entrevistas em relação a cena, não colocando-a de maneira tão positiva]

A atriz Sophie Turner comentou a cena, dizendo que adorou o resultado. No ano passado, a atriz havia comentado que gravar a cena havia sido uma experiência traumática. Alfie Allen e Iwan Rheon também falaram o mesmo, mas não se sabe ainda se eles falam da mesma cena que ela.

EW: Qual foi sua reação quando você recebeu os scripts e percebeu o que estava para acontecer nesta temporada?
Sophie Turner: Na última temporada, o Alex Graves (diretor) me deu algumas pistas. Ele disse: “Você terá um interesse amoroso na próxima temporada.” E eu fiquei animada, “Terei um interesse amoroso!” Então, eu recebo os scripts e estava tão animada, folheando e de repente, “Ah, você está brincando comigo?!” Eu pensei que o interesse amoroso ia ser alguém como Jaime Lannister ou alguém que iria cuidar de mim. Mas então eu descobri que era Ramsay e que estaria de volta em Winterfell. Eu amo o fato de ela estar de volta para casa para recuperar o que é seu. Mas ao mesmo tempo ela está sendo mantida prisioneira em sua própria casa. Quando li os scripts, me senti tão mal por ela. Mas também me senti animada, porque era tão diferente, e ela iria se encontrar com Theon também, e ver como os dois reagiriam. Theon é um membro do clã Stark, mas ela acha que ele traiu e matou seus irmãos. Há uma relação confusa entre eles.

Você está meio que presa com os dois dos personagens mais confusos da série.
Theon é insano. Eu acho que vai ser a temporada mais desafiadora para mim até agora porque isso é muito emocional para ela. Não é ela chorando o tempo todo, como nas temporadas 2 ou 3, é super confuso.

E há a cena descrita na produção como “a cena onde o romance morre.” Noite de núpcias de Sansa no episódio 6.
Quando li essa cena, eu meio que adorei. Eu adoro o jeito como Ramsay fez Theon assistir. Foi tudo tão confuso. Também foi tão difícil para mim fazê-la. Tenho feito o Bryan Cogman se sentir tão mal por escrever essa cena: “Eu não posso acreditar que você está fazendo isso comigo!” Mas eu secretamente adorei.

Eu acho que a reação dos fãs vai ser muito similar: “Como eles puderam fazer isso com Sansa?”
Eu concordo completamente com eles! Depois de Joffrey, ela fugiu e você acha que ela vai perder a virgindade com um cara que é realmente doce e cuida dela e ela acaba com um cara que é muito pior. Mas eu meio que gosto do fato de que ela não sabe realmente que ele é um psicopata, até aquela noite. Ela tem um pressentimento, mas ela sente mais medo do pai dele. E então, naquela noite tudo piora pra car*lho.

Você já leu a versão do livro?
Não. O Theon também faz parte e ou algo assim, né?

Sim.
Sim, graças a Deus isso não aconteceu! Mas será interessante filmar*.
[*nota de tradução: Sansa ainda não havia gravado a cena]

Uma coisa sobre essa cena, se ainda existem odiadores de Sansa por aí, não tem como não se sentir mal por Sansa agora…
Sim, ou existe algo errado com você. Parece que, após a primeira temporada da série, quando as pessoas estavam odiando Sansa, os produtores devem ter pensado, “Ok, vamos fazer tudo que pudermos para fazê-la a personagem mais abusada e manipulada!”

E Ramsay é uma pessoa muito mais difícil de se manipular do que Joffrey.
Sim, porque você não pode se igualar ao nível dele. Ele é insano. Mentalmente quebrado. Não há nenhuma maneira de compreender suas motivações ou seu pensamento. Portanto, nesta temporada ela tentará descobrir suas intenções e tentar agradá-lo.

18 May 11:13

Sean Bean comenta novamente: Ned Stark não é o pai de Jon Snow

by Lidiany CS

Apesar de já ter saído há alguns anos de Game Of Thrones, Sean Bean ainda continua sendo entrevistado e comentando sobre a série. Volta e meia publicamos algo sobre ele e Ned por aqui, pois aparentemente ele tem saudades de participar da história. Mais uma vez, ele foi questionado em uma entrevista sobre o que acha da paternidade de Jon Snow e comentou sem rodeios sobre o assunto.

Jon-Snow

Sean-BeanO 4º episódio dessa temporada “Sons of the Harpy” forneceu várias informações sobre Rhaegar Targaryen, com dois personagens diferentes rememorando o príncipe que sequestrou Lyanna Stark. Na semana passada em “Kill the Boy” também houve uma cena interessante, em que a câmara mostra Jon Snow caminhando sozinho com o Meistre Aemon que disse: “Um Targaryen sozinho no mundo é uma coisa terrível.”

Sean Bean falou com a Vulture sobre a recente especulação sobre o parentesco de Jon e mais uma vez comentou sobre o que ele pensa do assunto sem rodeios:

“Ele não é meu filho. Ele não é. Isso é o que eu suspeitei o tempo todo. “

Quando questionado sobre como ele acha que Jon receberia essa notícia:

“Provavelmente ele ficará um pouco confuso psicologicamente, eu imagino! Eu acho que é provavelmente uma viagem interessante para Jon Snow como um personagem e para [Kit Harington] como ator. Ele teve muita sorte em ser um dos personagens que tiveram uma história substancial e muito complexa. Ele é sortudo por sobreviver! “

Essa não é a primeira, nem a segunda vez que Sean Bean faz comentários acerca da teoria R+L = J, ele parece ser mais um dos defensores dessa hipótese.

meistre aemon targaryen jon snow

Ano passado, ele disse o seguinte a Vulture:

“Eu definitivamente tenho alguns negócios inacabados que precisam ser resolvidos lá”

“Eu, obviamente, não sou o pai de Jon Snow. E isso precisa ser revelado em algum momento, não é?”

Parece até que Sean Bean está louco para retornar a série, nem que seja com um flashback. E vocês o que acham dessas teorias?

Quer saber mais sobre quem podem ser os pais de Jon Snow? Leia nossa série de posts aqui. Antes de chutar nos comentários qualquer personagem como possível pai, leia esse post aqui.

15 May 11:25

Os Homens de Pedra e a Escamagris

by Lidiany CS

No último episódio de Game of Thrones (Kill the Boy), durante sua jornada para Meereen, ao passar pelas ruínas de Valyria, Tyrion e Jorah encontraram os Homens de Pedra. Após se distraírem com a visão de Drogon sobrevoando as ruínas, eles não percebem quando os Homens de Pedra nas proximidades começam a levantar e pular no barco. Os Homens de Pedra são pessoas contaminadas com escamagris enviados para viver o resto de suas vidas isolados nas ruínas de Valyria, devido à gravidade da doença. Nesse texto, vamos explicar quem são os Homens de Pedra, o que é a escamagris e qual a diferença entre a abordagem da série e dos livros tanto para a doença quanto em relação aos infectados.

game-of-thrones-vanity-fair-gif

✖ O QUE É A ESCAMAGRIS?

A escamagris é uma doença que deixa a carne dura e morta e a pele quebradiça, escamada, enegrecida ou acinzentada se parecendo com pedra quando tocada. A língua e os lábios viram pedra.

Aqueles que conseguem sobreviver a doença ficam imunes de contraí-la novamente, mas a carne danificada pelo estrago da doença nunca se cura e as marcas são permanentes.  As pessoas atingidas pela doença são frequentemente chamadas de ” homens de pedra ” devido à aparência da pele que fica dura e morta.

  • Tratamento

Os meistres dizem que o progresso da doença pode ser contido por limas, emplastros de mostarda e banhos escaldantes. Septões insistem que orações, sacrifício e jejum são a cura. Popularmente, acredita-se que amputar a parte do corpo afetada pode impedir o alastramento da doença, mas este tratamento não é sempre efetivo.

got-game-of-thrones-35170460-4256-2832

✖ QUEM SÃO OS HOMENS DE PEDRA?

Os Homens de Pedra são pessoas gravemente atingidas pela escamagris que foram exilados de suas cidades e enviados para habitar entre as ruínas de Valyria . Eles são chamados de “homens de pedra” por causa de um sintoma da doença que torna a pele dos portadores morta, dura e rachada com um aspecto pedregoso. Homens de Pedra são frequentemente expulsos da sociedade, exilados em uma colônia estabelecida nas ruínas de Valyria.

game-of-thrones-season-5-jorah-mormont-stone-men-hbo

Em “The House of Black and White”, Gilly (Goiva) diz a Shireen Baratheon que duas de suas irmãs tinham escamagris. Antes de morrerem, a pele delas estava completamente coberta pela doença e elas agiam como animais, características dos homens de pedra.

Em “High Sparrow”, enquanto está em Volantis , Tyrion Lannister vê uma sacerdotisa vermelha do Senhor da Luz dando um sermão para escravos na rua. Ela diz que o Senhor da Luz ouve as orações de todos os homens, rei ou escravo, até dos homens de pedra em sua miséria. Tyrion diz cinicamente a Varys que a oração não é mais útil na cura da escamagris do que tentar dançar com a praga.

shireen escamagris

Em “Sons of the Harpy”Stannis Baratheon revela à sua filha Shireen, que quando ela foi infectada com escamagris quando criança, várias pessoas recomendaram que ela fosse enviada para habitar entre os homens de pedra nas ruínas de Valyria, mas ele rejeitou a ideia. Stannis trouxe todos os meistres, curandeiros e boticários que ele conseguiu encontrar de ambos os lados do Mar Estreito para experimentar tudo o que puderam para salvá-la. Milagrosamente, a combinação de seus esforços realmente conseguiu curá-la, embora o dano causado pela doença tenha deixado seu rosto marcado permanentemente.

Para produzir os Homens de Pedra do último episódio de Game Of Thrones foi necessário mais de 4 horas na preparação da maquiagem protética. Veja os detalhes no vídeo Por dentro do episódio Kill The Boy.

stone-men-transformation

Kerry Ingram afirmou que eram necessárias cerca de três horas para aplicar a maquiagem das cicatrizes de escamagris no lado esquerdo de seu rosto e cerca de mais duas horas e meia para tirá-la. Na 5ª temporada, a equipe de maquiagem conseguiu reduzir o tempo de aplicação da maquiagem para até duas horas.

✖  DIFERENÇAS ENTRE SÉRIE E LIVROS

Nos livros (As Crônicas de Gelo e Fogo), a doença geralmente afeta crianças em climas úmidos e frios, que ficam desfiguradas, porém não sofrem com a forma rara e mortal da doença. Os selvagens consideram impuros aqueles que sobrevivem à doença.

gameofthrones15_112

A escamagris é considerada uma sentença de morte se contraída na vida adulta, embora as crianças ainda tenham um pouco mais de chance de sobreviver. Os sintomas podem ser suspensos por limas, cataplasmas de mostarda, e banhos quentes, mas isso é apenas adiar o inevitável. A escamagris mata muito lentamente, deixando suas vítimas sofrendo enquanto sua carne se deteriora. Adultos infectados com escamagris podem sobreviver um ano ou dois, às vezes cinco, alguns vivem até mais dez anos, mas sempre morrem no final. Em seus estágios finais, a doença se volta para dentro, fazendo com que a carne de músculos e órgãos endureçam e morram assim como a pele nas camadas de tecido exterior. Acredita-se também que cortar quaisquer partes infectadas podem evitar a propagação por todo o corpo, embora este tratamento nem sempre seja eficaz. Partes da carne afetadas pela doença perdem a sensibilidade, se alguém está preocupado que tenha sido contaminado pela doença, um teste precoce antes que os sintomas apareçam é picar os dedos e extremidades com uma faca diariamente. Se essa pessoa não puder sentir a faca, isso significa que está contaminada.

game-of-thrones-stone man

Muito raramente, as crianças infectadas com escamagris podem lutar contra a infecção, embora ainda fiquem desfiguradas. Teme-se que a doença ainda esteja adormecida em tais crianças, embora meistres insistam que não seja mais contagiosa. Os selvagens consideram impuros aqueles que sobrevivem à doença e chamam a doença da “morte cinza”, eles matam qualquer criança que sobreviva a doença.

Nos livros, há uma grande área em torno das ruínas de Chroyane, ao norte de Volantis, em Essos, que é usada como uma colônia em larga escala para os “homens de pedra”. Há também rumores de que alguns homens vivem nos destroços da península valiriana, nas ruínas de Oros, Tyria e da Antiga Valyria, estes poderiam ser Homens de Pedra expulsos da civilização – mas estes rumores não são confirmados nos livros.

Em “A Dança dos Dragões”, Tyrion Lannister cai no rio Roine mas Jon Connington consegue tirá-lo e salvar sua vida, mas Jon é infectado com escamagris. Devido às divergências entre o roteiro da 5ª temporada e o livro, Jorah foi contaminado no lugar de Jon.

Especula-se que, estando contaminado pela doença, Jorah irá espalhar a escamagris por Meereen, sendo possível a troca da epidemia da égua descorada (fluxo sangrento) por uma epidemia de escamagris na cidade.

✖ ESCAMAGRIS É UMA DOENÇA REAL?

Não existe um equivalente real direto para a escamagris. Porém a doença, é semelhante à hanseníase na medida em que tende a desfigurar os infectados com ela, e em como a sociedade teme as pessoas com escamagris, tratando-as como “impuras”. Ao contrário da hanseníase, algumas pessoas ocasionalmente conseguem lutar contra a escamagris, embora nunca percam as cicatrizes. A este respeito, a escamagris é também vagamente semelhante a varíola: pessoas que contraíam varíola também poderiam se recuperar mas ficavam com cicatrizes permanentes e graves.

O que vocês acharam dos Homens de Pedra apresentados no último episódio e da doença Escamagris? O que vocês acham que podem acontecer com Shireen e Jorah Mormont em Game Of Thrones?

Fontes: [Wikia, Wiki]
12 May 20:09

PAREM AS MÁQUINAS - Escala de Ódio da novela I Love Paraisópolis

by Bic Muller

E com vários personagens cariocas tentando imitar paulista, estreou esta semana a novela I Love Paraisópolis, que entra na grade da programação no lugar da finada Alto Astral.

E a novela já nos primeiros segundos de exibição, começa com Tatá em NY embasbacada com o merchan descarado da Coca-cola na Times Square





Não tem problema, migas. Eu também fico assim quando vejo a gótica que come macarrão preto na propaganda...

Mas vamos ao que interessa: Odiar os personagens


Personagem: Benjamin



Quem é: 

Ben é o mocinho correto que não gosta de gente que só pensa em dinheiro o dia todo. Bancários, nem passem pela frente deste menino, ele detesta vocês!!11

Por que vamos odiar: 

Ah, a gente odeia os mocinhos, néam?! 

Numa escala de 1 a 5 Pastheos de Salve Jorge, quanto vamos odiar:





Personagem: Marizete / Mariquezine



Quem é: 

A protagonista. Menina trabalhadera, esforçada, nasceu e foi criada em são paulo mas mesmo assim se concentra em não puxar o R naixxxx frasexxxx. 

Por que vamos odiar: 

Vai ter um romance com o Ben e ter um Caio Castro na cola, lógico que a gente detesta quem dispensa o Caio Castro, pô!

Numa escala de 1 a 5 Neymarzinhos fazendo bico porque perdeu a copa, quanto vamos odiar:

  



Personagem: Soraya



Quem é: 

Outra personagem paulixxxxxta da trama. Vilã, gosta do bom e do melhor e tem uma relação doentia pelo filho, o mocinho Ben. Quer destruir a favela, o que causará mil e uma confusões com o núcleo pobre.

Por que vamos odiar: 

Como toda boa vilã rica que se preze, tem um mordomo capacho que fica aturando os chiliques e sendo cúmplice das armações. Fico imaginando a choradeira que não é uma reunião do Sindicato dos Mordomos, ô classe que sofre!!

Numa escala de 1 a 5 pactos pra aparentar ser cada vez mais jovem, quanto vamos odiar:





Personagem: Gabo



Quem é: O vilão. Na primeira aparição já falou que quer superfaturar as obras de Paraisópolis e que detesta o enteado. É casado com Soraya e vai fazer várias maldades com os personagens bonzinhos.

Por que vamos odiar:

O clichêzão dos clichezões. Espero que surpreenda em algo, o que tá cada vez mais difícil na vida dos vilões das novelas...

Numa escala de 1 a 5 vilãs decepcionantes, quanto vamos odiar:


 

UPDATE: A @leca_dpaula falou no twitter e agora não consigo parar de reparar. QUEDELHE a sobrancelha do Henri???? Socorro!!!


Personagem: Margot



Quem é: 

Linda e sofisticada, é a namorada do Benjamin que vai ser trocada pela Bruna Marquezine. É sócia de Ben na empresa e criou ao lado dele o projeto para revitalizar a favela.

Por que vamos odiar: 

Por enquanto ela tá fofinha, mas vai começar a bater pino quando o Ben largar ela. Temos dois caminhos aqui, ou ela vira a xarope que vai ficar implorando pelo amor do cara, ou vira a vilãzinha e se junta com o Caio Castro pra destruir o romance deles. Qualquer uma das duas me parece trama de Malhação das antigas... Não quero odiar Margot, ela é tão elegante, né não?

Numa escala de 1 a 5 invejas de quem pega o Caio Castro na vida real mas não assume, quanto vamos odiar:





Personagem: Grego




Quem é: 

O vilão chefão da favela. É apaixonado pela MariQuezine e vai se juntar com os vilões ricos pra destruir a favela. E o romance dos protagonistas. É o único traficante do mundo que se chama apenas Grego, sem nenhum apelidinho composto depois do nome, tipo Beira Mar, Louco do Gardenal, Dente de ouro, Corta-Cabeça ou qualquer coisa assim...

Por que vamos odiar: Caio Castro é tão carioca imitando paulista que cada vez que abre a boca eu tenho mais certeza que ele fez laboratório com um personagem do Adnet


Personagem: Danda



Quem é:

É a Tatá Werneck né lindos? Vai ser a melhor amiga da MariQuezine e vai improvisar muitos cacos em suas falas nas cenas, tornando-as muito mais engraçadas!

Por que vamos odiar:

IMPOSSÍVEL.

Numa escala de 1 a 5 Tatas Wernecks, quanto vamos amar:


 



Personagem: Lindomar




Quem é: 

Filhinho de papai de Paraisópolis, é par da Danda, com quem vai fazer muitas cenas cômicas, que vão entrar logo em seguida das cenas tensas, quando o clima com os vilões estiver muito pesado, pra novela ficar mais light e engraçada.

Por que vamos odiar:

Vamos nada, já amei a primeira cena dele e da Tatá!

Numa escala de 1 a 5 pares românticos que a gente achava que ia dar certo mas não rolou, quanto vamos odiar:


 


Personagem: Cícero



Quem é: 

Personagem careta e certinho, vai viver um triângulo com Danda e Lindomar.

Por que vamos odiar:

Veio pra completar a cota de bananão atrapalhado porém super honesto da história. Vou odiar só porque curti mais o Lindomar.

Numa escala de 1 a 5 personagens bananas, quanto vamos odiar:



Personagem: Cadinho



Quem é: 

Pai da Danda e tio da Mariquezine, é o típico folgadão engraçadinho que apesar de ser folgadão e engraçadinho, tem coração bão.

Por que vamos odiar:

É a chance do Alexandre Borges se redimir do núcleo mais chato de Avenida Brasil. Estamos torcendo por você!!!

Numa escala de 1 a 5 núcleos ruins, quanto vamos odiar:




Personagem: Vó



Quem vai ser: 

nossa vó 

Por que vamos odiar:

Nicette é a vovó do Brasil, quem nunca imaginou comer um bolinho na casa dela? AMO!

Numa escala de 1 a 5 Palmirinhas, quanto vamos amar:


 

Personagem: Ximena



Quem é: Peguete do Caio Castro, quer que MariQuezine se afaste dele a todo o custo. Vai ser inimiga da Mariquezine eeeee acho que vai ser só isso mesmo. Ou não.

Por que vamos odiar: Po, a Marquezine tem mais inimiga nessa novela que letra de música da Valesca Popozuda, hein? Dorme com um olho aberto, amiga!!

Numa escala de 1 a 5 invejas e recalques dela pegar o Caio Castro em cena, quanto vamos odiar:




Personagem: Paletó



Quem é: 

Clone do Mateus Solano, vai ser o braço direito de Gabo infiltrado na favela. 

Por que vamos odiar:

Vai ser o pau mandado do vilão e tentar destruir a favela MAS QUE DIACHO DE NOVELA QUE TODO MUNDO OU QUER PEGAR A MARQUEZINE OU QUER DESTRUIR A FAVELA????????

Numa escala de 1 a 5 capachos do vilão, quanto vamos odiar:




Personagem: Hoje é dia de Maria



Quem é:

Diretamente da geração de adolescentes que não sentiram o Merthiolate arder, vai ser a jovem chantagista que decepciona a mãe diariamente e não faz nada da vida além de tentar subir #justinbieberdouavidaporvocêteamomaisquetudo nos trending topics.

Por que vamos odiar:

GEN TE. Essa é a menina fofa do Hoje é dia de Maria!!! 33 tipos de artrite e artrose quando alguma criança prodígio que acompanhamos na tv já pode usar decote. Não aceito!



Numa escala de 1 a 5 crianças prodígio, quanto vamos odiar:



Gostou? Odiou? Comenta AQUI
12 May 11:24

Game of Thrones quebra recordes de pirataria com “Kill the Boy”

by Rafael Bacellar

De acordo com a Variety e com o site especializado em pirataria Excipio, com cerca de 2.2 milhões de downloads ilegais, “Kill The Boy”também conhecido como “a segunda estreia da quinta temporada”, quebrou, em menos de um dia, o recorde de 1.86 mi estabelecido pela premiere da quarta temporada.

pirates-1024x576

Segundo a pesquisa, os países que mais pagaram o preço de ferro pelo episódio foram, respectivamente: os EUA, com 214.468 downloaders; a Austrália, com 167.301; o Brasil, com 134.994 e o Reino Unido, com 107.857.

Parece que os piratas não tem tanto medo de atravessar a Antiga Valíria.

[Fonte: watchersonthewall.com]
08 May 11:19

Portugueses criam jogo em que George R. R. Martin foge da morte

by Felipe Bini

Já podemos fechar a Internet: temos agora um jogo em homenagem a George R. R. Martin, cujo objetivo é ajudar o autor a fugir da Morte. Run Run Martin, um plataforma desenvolvido pelos portugueses dos Flip A Coin Studios, está disponível para Android e tem como introdução uma bem-humorada história sobre como George se vê tendo que escapar da Morte, que quer levá-lo antes que ele termine de escrever seus livros:

RRM01

Faz um belo dia hoje e Martin decide ir à loja de vinhos. “Hmmm, eu preciso de inspiração, é isso. Esses últimos livros de m**** estão me matando” Ele precisa do vinho perfeito para terminar seus livros, um sabor da excelência.

RRM02

De repente a Morte aparece!!! MORTE: AH AH! Você não esperava por isso gordão, eu nunca vou deixar você terminar os livros. AQUI É ONDE TUDO TERMINA!!! MARTIN: – Quem ***lho é você? E quem você acha que é para interromper meu processo de procura por vinhos?! Sou eu quem decide quando tudo termina, vagabundo.

RRM03

MORTE: Vagabundo?! Veja minhas roupas idiota, quem você acha que eu sou?! … Não importa, eu não tenho que me justificar para você! VOU CUIDAR DISSO AGORA!!! MARTIN: Ok, então me deixe chegar no meu carro primeiro, eu tenho que pagar por este vinho. Um bom homem sempre paga suas dívidas.

RRM04

MORTE: Você é burro ou algo assim…? Ok gordão, último pedido.

RRM05

CAIXA: São $12,30 por favor.

E assim começa a aventura de Martin para fugir da Morte, em que ele tem que desviar de barris, evitar ser queimado e saltar buracos, como um clássico 8-bit. Confira algumas imagens de gameplay:

Dragões!

Dragões!

Super-Martin?

Super-Martin?

Martins personalizáveis!

Martins personalizáveis.

Segundo Miguel Resende, desenvolvedor do jogo, o objetivo é ter visibilidade suficiente para fazer um jogo completo, com mais níveis e uma história mais elaborada. Para fazer o download pela Google Play Store clique aqui. Uma versão para iOS está em desenvolvimento. E um aviso: o jogo não é tão fácil quanto parece!

07 May 11:41

'Sete vidas' e a arte de valorizar o ato de 'discutir a relação'

by Patrícia Kogut
Poucas vezes se viu o ritmo de uma trama ser tão bem tratado como em “Sete vidas”. A autora, Lícia Manzo, lança mão dos recursos clássicos, como a reiteração. Mas faz isso com tamanha elegância e habilidade que neutraliza seus efeitos deletérios. Ninguém jamais tem a impressão de já ter visto alguma cena. O enredo corre basicamente em duas narrativas que se revezam. A dos acontecimentos em si e a dos personagens elaborando o que houve, como no divã. É que “Sete vidas” tem ação, mas também muita d.r..Um exemplo. Depois do reencontro com Miguel (Domingos Montagner), Lígia (Débora Bloch) perdeu o chão. Embora casada com um homem maduro e amoroso, Vicente (Ângelo Antônio), e apesar de ter construído com ele uma relação sólida, balançou. Acabou beijando Miguel num encontro casual na rua. Depois disso, transtornada, desapareceu de casa por um dia e uma noite. Quando voltou, era aguardada por um preocupadíssimo Vicente. “Precisava de um tempo para ter uma pista, um sinal de que nada mudou”, disse ela, começando sua explicação. Mas já era. Na cena seguinte, ela está conversando com Isabel (Mariana Lima) sobre essa crise. Mas, diferentemente do que acontece muito nas novelas, o papo não repetiu o que já tínhamos visto no encontro com Vicente. Dessa vez foi a psicanalista que desabafou. Se sente culpada por ter tentado controlar a vida da amiga, omitindo dela o fato que Miguel estava vivo. Depois disso, o ambientalista tentou reatar com Lígia, que voltou a explicar o que sente para a irmã. Nessas conversas há sempre uma informação nova, nem que seja algo subjetivo.Com tudo isso, a autora dribla sempre (ou quase) aquela sensação de que quem pular um capítulo não perde nada. Perde, sim. Porque “Sete vidas” tem, ainda por cima, um texto primoroso. É o bom português, mas na chave coloquial que a naturalidade exige. Isso tudo sem falar no trabalho dos atores (viva Débora Bloch). Uma ótima novela.
07 May 11:36

Nono episódio da quinta temporada poderá se chamar “The Dance of Dragons”

by Rafael Bacellar

dany

Um usuário do Reddit publicou há algumas horas um link  para a codificação da página referente ao episódio 5.09 no site da HBO, o que inclui informações à respeito dos créditos (elenco e produção) e o que parece ser o título.

coding-page

“The Dance of Dragons” talvez tenha sido uma forma errada de escrever “A Dance with Dragons” (título original do quinto livro).

Aqueles que leram, devem saber a que acontecimento do Dança o nome pode se referir.

 

AVISO: SPOILERS ABAIXO. Prossiga por sua conta e risco.

 

Se isso for verdade, a cena na Arena de Daznak será mesmo o grande momento da temporada, aquele que sempre temos nos episódios 9. E o título fará ainda mais sentido se todos os dragões forem libertados ao mesmo tempo. 

calen4

Daenerys e Drogon na Arena, por Marc Simonetti.

A informação ainda não foi confirmada pela HBO mas, particularmente, eu sempre apostei nesse título, então acredito que seja provável. E vocês, o que acham?

[Fonte: watchersonthewall.com]
05 May 11:52

Ano de 1997: O QUE TEVE?

by Bic Muller

RAIÔÔ U SOLLLLL!!

Você já parou pra pensar que pessoas nascidas em 1997 já são maiores de idade? 

Pois sim. Enquanto você estava chorando a morte do João Paulo, dupla do Daniel, muita gente que estava dando o primeiro choro na maternidade, hoje em dia já pode dirigir, entrar na balada com o RG original e até ser presa.




Ta se sentindo velho? Então toma o seu calcitran, pega sua bengala e vem andando (bem devagar pra não travar a coluna) com a gente!

E se você estava sujando as fraldas ou comendo areia em 97, a gente conta tudo o que teve:

1997 foi um ano maravilhoso musicalmente. Deborah Blando estava nas paradas de sucesso com a música Unicamente e lançava a moda do terceiro olho colado na testa:



Se você tinha mais de 10 anos em 1997, provavelmente estava em alguma festinha americana dançando Hole in my soul com uma vassoura ou um rodo

(18 anos depois e a gente continua se impressionando com o tamanho desta boca)



Mas vamos falar de micão em 1997? Foi o ano em que Barbie Girl do Aqua tocava em todas as rádios. 



E olha como são as coisas, se não fosse por isso, hoje em dia não teríamos a Barbie Maromba cantando e dançando a versão em português desta música



Também foi o ano em que fomos presenteados com o clássico Dança da Manivela


Aqui tá quente aqui tá frio
Em 97 estávamos sendo surpreendidos ao descobrir que Hanson não era um grupo formado por três loirinhas gatas


mmmmmbop
Você também provavelmente estava batendo boca com as amigas da escola pra poder ser a sua Spice favorita e alugando o filme Spice World. Sem esquecer de rebobinar antes de devolver, pq né? Dava multa.


Eu só queria ser a Posh Spice...
Em 1997 eu tava pensando como seria meu casamento com Leo DiCaprio e colando poster dele na parede. 
Queria ser a Julieta a todo custo (ok que ela se suicidava no final mas são apenas detalhes) e tentava (na verdade tento até hoje) fazer aquele penteado fofo dela.

Ps: o filme é de 1996 mas naquela época demorava quase um ano para o filme ficar disponível na locadora...





Os Virgulóides nos revelavam que o bagulho é de quem tá de pé



Aposto que você também chorou porque as mentirinhas doem demais...



Que atire a primeira pedra de gelo quem não enfrentou filas e cinemas abarrotados pra assistir Titanic.. 



E se indignar até hoje que O JACK MORREU A TOA!!!!!




Lady Di fez o mundo chorar ao morrer em um acidente de carro. Uma pena não estar aqui pra conhecer sua netinha que acabou de nascer...



Foi o ano em que o Brasil descobriu algum esporte além do futebol e o jovem Guga vencia o mundial de tênis usando essa bandana ridícula



Em 97 a Heloísa mexeu muito a cadeira



E a letra desta música continua não fazendo muito sentido...

"mexe a cadeira e vai fazendo a minha mala..."


Qual era o seu Backstreet Boy favorito? O meu era o Howie D porque eu ficava com dó dele ser o backstreet boy mais desaplaudido...



Que dureza era ficar com a rádio ligada esperando a música que a gente queria tocar, pra tentar gravar ela na fita cassete. Momentos de fúria cada vez que a vinheta da rádio tocava no meio da música. Depois vinha o segundo trabalho.

 Ficar ouvindo e pausando as músicas pra escrever a letra no caderninho e decorar. (ou então comprar as revistinhas que tinham as letras, mas nem sempre a mesada dava)


As long as you lovJJJJOVEM PAN

Não podemos falar de 1997 sem lembrar que foi o emblemático ano em que ocorreu a mistura do Brasil com o Egito. Que ano eletrizante, amigos. Bons tempos...






04 May 11:18

Ator explica sua saída prematura de Game of Thrones em ‘Sons of the Harpy’

by Ana Carol

O texto a seguir possui spoilers do episódio 5.04 “Sons of the Harpy”. Leia por sua conta.

got-interview

Tinha dúvidas de que Game of Thrones eliminaria em sua 5ª temporada personagens que ainda estão vivos nos livros? Bem que George R. R. Martin avisou… Valar morghulis.

Sor Barristan, o Ousado, cavaleiro da Guarda Real e mais tarde da Guarda de Daenerys Targaryen, serviu Westeros durante uma época em que os cavaleiros da Guarda Real eram considerados os melhores cavaleiros do reino. Na noite deste domingo, o ator irlandês Ian McElhinney viveu as últimas cenas de seu personagem na série de TV.  O jornalista James Hibberd conversou com Ian em seu trailer logo após filmar sua cena derradeira:

EW: Como você se sente depois de ter filmado sua última cena em Thrones?
IAN McElhinney: Não havia me dado conta da grandeza disso até eu ter de fato filmado a última cena, e fiquei surpreso em como me senti emocionado. Os meninos foram adoráveis; eles me deram um presente muito bom. Eu fiquei um pouco choroso. Tem sido muito divertido. A equipe foi fantástica. São um ótimo grupo de pessoas. Apesar de bastante profissionais, eles são pessoas muito agradáveis. E vir aqui e ver os cenários, os figurinos e todo esse tipo de coisa. Há muito pensamento, cuidado e perícia para fazer isso. Provavelmente não me darei conta até chegar o próximo ano nesta mesma época, quando as pessoas começarão a se reunir para a próxima temporada. Esperemos que eu vá estar ocupado fazendo outra coisa. Eu não estou muito preocupado com isso.

Como foi que você descobriu?
Isso prova que não devemos ler os livros. Eu li os livros. Então eu pensei que nesta temporada eu teria mais coisas para fazer, e eu estava realmente ansioso para isso. E então vi as minhas datas com meu agente e eu pensei, ‘isso não corresponde’. Porque não havia como eles estarem seguindo os livros se eu tivesse presente em tão poucas semanas de gravação. Pareceu-me que eles iriam me tirar da história. Então eu conversei com o produtor de linha e disse: “Você pode confirmar se eles estão me excluindo?” Então os showrunners me ligaram e disseram: ‘Seu tempo acaba aqui na série’. Então, talvez eu os tenha surpreendido revelando que eu sabia.

O que você diria para os fãs dos livros que estão chateados que Sor Barristan não estará mais com a gente?
Estou desapontado. Mas eu acho que você tem que aceitar, – como eu aceitei – que as demandas de TV são diferentes das do enredo do livro. Na TV há uma pressão para criar um número de pontos altos. Uma das melhores coisas sobre esta série – que é verdade nos livros e ainda mais verdade na série – é o elemento-surpresa, os choques. Eles têm que manter isso porque as pessoas esperam isso. Você não pode prever nada, mas o que você pode prever é que haverá surpresas.

barristan_morte

Qual foi sua cena favorita de filmar?
Uma das minhas cenas favoritas, até este momento, foi a cena em que ele diz ao Rei Joffrey na 1 ª temporada: “para o inferno com isso” e vai embora furioso. Eu gostei de filmar aquilo. Eu teria gostado de trabalhar mais com pessoas como Lena, por exemplo. Acho extraordinário que eu comecei ali e nunca encontrei Peter. A cena em que eu deixo Daenerys, e acabo no meio da luta e morto, é uma cena bonita e uma bela preparação para o que acontece. É muito bem escrito, e estou muito feliz com a maneira que cheguei ao fim.

Parece uma cena forte para partir
Ele tinha que ser visto lutando. Falam como ele é o melhor cavaleiro que já existiu, por isso ele tem que lutar. Então é ótimo que ele faça isso. Há um belo contraste com a cena que fizemos hoje [na varanda com Daenerys] e o que acontece logo depois. Houve uma cena agradável semana passada também, onde ele está aconselhando-a. Foram cenas muito pessoais, e é bom ter algo assim. É uma lembrança que levarei comigo.

 
E você, o que achou da partida do personagem? Compartilhe sua opinião com a gente nos comentários.