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21 Feb 12:12

Lugar Nenhum (Neil Gaiman)

by Nubia Esther

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Lugar Nenhum foi uma história que começou na TV. Inicialmente foi uma série de televisão da BBC que foi ao ar em 1996. Mas, o formato muitas vezes podava ou não fazia jus às ideias pensadas por seu criador, transpor a série para o mundo das palavras foi a válvula de escape encontrada por Gaiman. Desde então, o romance que é considerado um dos expoentes da fantasia urbana tem angariado cada vez mais fãs. Esta nova edição, publicada pela Editora Intrínseca, é a que Gaiman considera a sua favorita. Foi elaborada a partir da combinação das edições originais inglesa e americana e de uma nova revisão. Não sei o quão diferente ela está de suas edições predecessoras, a tarefa exigiria um cotejo minucioso entre diferentes edições. Mas, o próprio Gaiman fala que esta seria a sua versão definitiva, o que já é uma baita recomendação para os fãs de carteirinha atualizarem suas coleções. O fato das capas dessas edições preferidas (aka Os Filhos de Anansi, Lugar Nenhum e Deuses Americanos) seguirem um padrão (muito bonito por sinal) é um incentivo mais do que válido para qualquer bookaholic.

Lugar Nenhum surgiu da vontade de Gaiman em criar uma história fantástica e que ao mesmo tempo lhe permitisse colocar em foco as pessoas que vivem à margem da sociedade. Os quais na maior parte das vezes nos são invisíveis. Para isso ele nos convida a conhecer sua Londres, não a de cima, mas a que vive nas entranhas desta. Um espelho da de cima, mas com suas próprias peculiaridades, pessoas reais e lendas encarnadas. Uma que assim como a outra também é conectada por sua emblemática rede de metrô. Ela que é quase um ser onipresente e onisciente na história criada por Gaiman.

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Foto de Redd Angelo (Fonte)

Mas é lá em cima que essa história começa. É lá que conhecemos Richard Mayhew, um rapaz comum, com uma vida comum e com um futuro já todo programado, mas não por ele. Sua vida poderia ter continuado na normalidade, mas ele resolveu ajudar uma garota que encontra ferida na rua…

“Querido diário,

Na última sexta-feira, eu tinha um emprego, uma noiva, uma casa e uma vida que fazia sentido (ou pelo menos tanto quanto é possível uma vida fazer sentido) até que encontrei uma garota ferida e sangrando na calçada e tentei dar uma de bom samaritano. Agora não tenho noiva, nem casa, nem emprego e estou perambulando por um lugar centenas de metros abaixo das ruas de Londres, com uma expectativa de vida equivalente à de uma libélula suicida. ” (Página 115)

Richard agora é uma das pessoas que caíram pelas brechas do mundo e por não mais se encaixar nos padrões aceitos socialmente tornou-se invisível. Com a antiga vida destruída, só lhe resta embrenhar-se por esse mundo subterrâneo, reencontrar Door (a garota que ele ajudou) e partir para uma jornada de vida ou morte para quem sabe conseguir sua vida de volta.

Richard não é lá um personagem muito marcante, mas aqui está a grande sacada de Gaiman. Ao nos dar um protagonista que praticamente é uma tela em branco, ele nos permite mais do que nos identificar com o agente, nos identificarmos com a sua jornada. E ainda que Richard a comece com muita relutância, ele tem a sua jornada do herói com todos os seus elementos. E é assim, que somos devidamente fisgados para essa fantástica história. Aliado a isso, Gaiman nos brinda com personagens bastante peculiares. A começar por Door e seu estranho dom de abrir caminhos, o Marquês de Carabás e sua maneira tortuosa de conduzir seus negócios, Hunter e todo o seu conhecimento sobre mundos subterrâneos e toda a maldade latente do sr. Croup e do sr. Vandemar. Se tem uma coisa que aprendi lendo Gaiman é que nas suas histórias sempre haverá espaço para os vilões típicos e maus e também para aquele que permeiam aquela zona cinza entre a vilania e a bondade. Os mocinhos, na maioria das vezes não são heróis, só lutam por sua sobrevivência e/ou interesses, ainda que durante o processo um altruísmo heroico possa refulgir. E, se tem algo que Gaiman consegue fazer muito bem, é criar reviravoltas. Lugar Nenhum é um campo fértil para elas e Gaiman nos surpreende constantemente.

Conhecer Londres pelo avesso foi uma experiência fascinante, conhecer o Mercado Flutuante foi quase como participar de uma pesquisa antropológica. Gaiman realmente conseguiu criar uma fantasia de qualidade, dando a evidência necessária às mazelas sociais com críticas sérias e mordazes, mas com o alívio propiciado por passagens repletas de humor. Em uma parte da história, Hunter fala sobre a existência de inúmeras cidades subterrâneas ao redor do mundo, foi impossível não desejar que novas histórias se estendessem para esses lugares. A boa notícia é que demorou, mas Gaiman decidiu retornar ao mundo de Lugar Nenhum. Está vindo um novo livro aí e ele já tem até título: The Seven Sisters. O gatilho para a primeira história foram as pessoas confinadas às margens da sociedade e de certa forma continua sendo para a nova também, desta vez com os refugiados. Mal posso esperar para retornar à Lugar Nenhum ou outro lugar qualquer. Desde que seja no subterrâneo, tudo bem.

Leia uma amostra aqui:

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10 Oct 12:25

Por que precisamos de um teto para os gastos públicos?

by Cassiano Ricardo Dalberto

Para tentarmos entender os motivos para a instituição de um teto para os gastos públicos, como proposto pela PEC 241, precisamos antes dar uma volta e nos situar em termos das receitas e despesas públicas. O gráfico abaixo apresenta a evolução, em termos reais, do PIB, das receitas líquidas do governo e das suas despesas primárias (isto é, despesa total menos os juros da dívida) entre 2000 e 2015.

Evolução das Receitas Líquidas, Despesas Primárias e PIB (Índice 2000 = 100). Dados do Tesouro Nacional.

É possível notar que a partir de 2012 a despesa permanece crescendo (a propósito, vocês notam alguma austeridade aí?), enquanto o PIB e a receita se deterioram. Isso ocorre porque as receitas estão mais atreladas ao desempenho econômico do país: se o PIB cresce, também aumenta a renda e o consumo, e com isso a arrecadação do governo sobe. Se o PIB decresce, a arrecadação vai junto.

As despesas, por sua vez, estão mais ligadas a questões políticas e do orçamento público, e por isso acabam sendo mais rígidas — especialmente para baixo. Em outros termos, é difícil reduzir o gasto público de maneira consistente, mesmo quando há retração econômica.

Como fica nítido na figura, isso levou à uma grave deterioração fiscal: o governo passou a gastar muito mais do que arrecada. Enquanto entre 2000 e 2015 o PIB cresceu 1,9 vezes e as receitas duplicaram, as despesas aumentaram 2,5 vezes (tudo isso em termos reais, isto é, acima da inflação). Em 2015 isso nos levou a um déficit primário do setor público de R$111 bilhões, ou quase 2% do PIB.

Embora o gráfico apresente dados somente até 2015, em 2016 as coisas seguem piorando: enquanto as despesas primárias cresceram 0,7% até agosto (considerando valores acumulados de 12 meses), as receitas seguiram sua trajetória de queda (que acompanha o PIB), caindo 4,2% pelo mesmo critério. Com isso, nosso resultado primário segue um déficit acumulado no ano de R$58,9 bilhões, sendo R$169 bilhões no acumulado de 12 meses.

Eis que esse buraco precisa ser tapado, e o governo pode fazer isso de três maneiras:
1 — aumentando impostos
2 — se endividando
3 — imprimindo dinheiro.

Todas essas opções são ruins:
1 — A carga tributária brasileira, além de muito desigual e elevada, já vem crescendo nos últimos anos (passando de cerca de 30% em 2000 para 35,5% em 2012, o que é consideravelmente alto em comparação com países semelhantes), e aumentá-la não apenas tira mais dinheiro da população (especialmente a mais pobre, que paga proporcionalmente mais em impostos), como em certo momento prejudica a própria arrecadação do governo (Curva de Laffer).
2 — O Brasil paga as taxas de juros mais altas do mundo, de modo que, ainda que nossa dívida pública não seja tão elevada em patamares internacionais, o serviço da nossa dívida (em proporção do PIB) é um dos maiores do mundo.
3 — Impressão de dinheiro -> inflação.

A tendência atualmente é do governo seguir as medidas 1 e 2. De qualquer forma, o dinheiro no fim das contas sai do nosso bolso, enquanto o problema continua. Não somente continua, como tenderá a se agravar, com o aumento do peso da previdência sobre as contas públicas, à medida que nossa população envelhece.

Esse quadro fiscal problemático, por sua vez, contamina a economia e aumenta a recessão: juros aumentam, expectativas pioram, investimentos e empregos diminuem, a renda cai. E com isso o governo fica ainda mais incapacitado de sanar seu problema.

É aí que entra a proposta em questão. A PEC 241 visa inserir um mecanismo que faça com que as despesas também possam acompanhar o andamento da economia. Em essência, a ideia é que os gastos do governo sejam limitados ao valor dos gastos do ano anterior mais o valor da inflação do período. Isso faz com que os gastos não cresçam mais do que a inflação, isto é, que permançam, no máximo, com seus valores estáticos em termos reais, o que é essencial no curto prazo para conter o sangramento. No longo prazo (após 10 anos), a PEC prevê a revisão desse critério, uma vez que até lá é de se esperar que seus resultados tenham sido positivos, permitindo que o país não incorra em novos déficits primários. Além disso, o texto da proposta também estabelece que a saúde e a educação não poderão sofrer cortes reais, isto é, os valores para tais gastos deverão ser no mínimo equivalentes aos do ano anterior, corrigidos pela inflação. Eles podem eventualmente ter acréscimo real, a depender da liberação de recursos de outras rubricas. Ainda, os gastos com o Fundeb e as transferências para Estados e Municípios (que também gastam com saúde e educação) não são afetadas pela PEC.

Essas medidas, em conjunto, são fundamentais se queremos que as contas públicas não virem uma calamidade total. Além disso, podem servir de estímulo para cortar gastos supérfluos e destiná-los a setores prioritários (saúde, educação e segurança), de modo que a despesa pública seja mais racionalizada e eficiente — afinal, somos excelentes no quesito desperdiçar recursos.

Se a PEC 241 tivesse sido aprovada e entrado em vigor em 2010, o cenário que teríamos seria o seguinte:

Cenário alternativo para evolução das Despesas Primárias (Índice 2000 = 100). Dados do Tesouro Nacional.

Ou seja, em comparação com os valores de 2000, ela ainda teria crescido mais do que o PIB e do que as receitas. Mas em valores absolutos, ao invés de termos um déficit de R$111 bilhões em 2015, teríamos verificado um superávit de R$72 bilhões. Isso sob a hipótese conservadora de que o controle fiscal não teria reflexos positivos sobre a economia — e, consequentemente, sobre a arrecadação. Ou seja, as linhas laranja e cinza do gráfico poderiam inclusive estar em patamares mais elevados.

Thomas Sowell diz que a primeira lei da economia é a escassez, enquanto a primeira lei da política é ignorar a primeira lei da economia. É justamente por isso que precisamos criar mecanismos para que a política não possa ignorar a economia — ou pelo menos que que essa ignorância seja minimizada.


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06 Oct 11:53

Mapas — e algumas estatísticas — das eleições 2016

by Cassiano Ricardo Dalberto

Mapas — e algumas estatísticas — das eleições 2016

Um sentimento expressado por muitos nas eleições municipais do último domingo, 02/10, diz respeito à um “anti-petismo”, isto é, uma vontade de votar em candidatos de qualquer partido, menos do PT. Esse sentimento foi um pesado golpe sobre o partido, que conseguiu emplacar apenas 256 prefeituras (quase metade delas no Nordeste, que ainda assim viu uma redução muito grande nesse número em relação a 2012) — o que significa 40,6% das 630 prefeituras atuais sob gestão do partido, e que o coloca como apenas o 10º partido nesse quesito, atrás de PMDB, PSDB, PSD, PP, PSB, PDT, PR, DEM e PTB, respectivamente. Para ilustrar um pouco isso, o mapa a seguir mostra onde estão os municípios onde venceram PMDB, PSDB e PT:

Municípios cujas prefeituras eleitas pertencem ao PMDB, PSDB e PT

Mas é possível que esse sentimento não tenha se restringido ao PT, espirrando sobre outras legendas de esquerda e aliados do partido— embora não pareça ter feito cócegas naquele que era seu maior aliado até pouco tempo atrás: o PMDB. De qualquer maneira, surge a questão: será que o Brasil votou mais à direita ou mais à esquerda? Para verificar isso, resolvi criar um índice bastante simples, que parte de uma espécie de sistema de pontuação de acordo com o alinhamento dos partidos¹ que venceram nas prefeituras. Assim, um partido considerado de esquerda recebe um valor de -2, e um de centro-esquerda tem o valor de -1, enquanto que os de direita tem os sinais trocados: 1 para centro-direita e 2 para direita. Partidos de centro recebem valor 0. Notem que essa pontuação não expressa nenhum juízo de valor sobre a posição no espectro político — trata-se apenas de um meio de quantificar variáveis categóricas para facilitar a análise.

Assim, observando qual foi a média desse índice para diversos recortes geográficos (Brasil, regiões, estados), podemos verificar se houve uma tendência à esquerda ou à direita: valores positivos indicam maioria de prefeituras de direita, enquanto valores negativos apontam um predomínio da esquerda. Quanto maiores esses valores (em termos absolutos), mais intensa essa predominância.

No que diz respeito ao Brasil como um todo, a variável teve média de 0,10, o que indica um direcionamento à direita. Mas seu desvio-padrão foi relativamente alto, 0,84, sugerindo bastante variabilidade dessa informação ao longo do território. Assim, podemos começar a direcionar o olhar para níveis mais desagregados.

Em termos das regiões, todas apresentaram média à direita, sendo que Norte e Centro-Oeste são aquelas com os maiores valores: 0,21 e 0,20, respectivamente. Em seguida aparecem a região Sul (0,17) e a região Sudeste (0,08), sendo o Nordeste (0,01) a região mais ao centro.

Quanto aos estados, apenas 7 deles apresentaram média negativa, e aquele com o valor mais negativo foi o Maranhão (média de -0,47), seguido por Ceará (-0,27), Pernambuco (-0,21) e Acre (-0,18). Os outros 19 estados apresentaram médias positivas, isto é, predominância de prefeituras de partidos de direita e centro-direita. Desse lado, quem mais desponta é Roraima (média de 0,73), seguido por Rio Grande do Norte (0,45), Santa Catarina (0,30) e Amazonas (0,30). O mapa a seguir apresenta uma visualização para esses valores nos estado, onde é possível notar os casos extremos de Maranhão e Roraima — que foram classificados, respectivamente, como esquerda e direita. As cores mais claras expressam valores mais ao centro. Os estados em branco apresentaram valores raazoavelmente próximos de 0 (mais precisamente, entre -0,2 e 0,12), e foram classificados como centro.

Alinhamento político médio dos estados brasileiros, segundo partidos eleitos nos municípios

Um problema com as médias estaduais é que elas podem camuflar o que está acontecendo nas unidades menores que as compõem. Assim, podemos observar a distribuição dessa variável com um pouco mais de detalhes se olharmos para as microrregiões — onde novamente podemos notar os casos mais discrepantes de Maranhão e Roraima:

Alinhamento político médio das microrregiões brasileiras, segundo partidos eleitos nos municípios

Por fim, os municípios. Nesse caso observamos apenas o valor exato do índice, e não sua média, de acordo com os partidos eleitos. Para facilitar a visualização destes, os mapas a seguir trazem recortes segundo as cinco regiões:

Municípios do Norte, segundo alinhamento das prefeituras eleitas
Municípios do Nordeste, segundo alinhamento das prefeituras eleitas
Municípios do Sudeste, segundo alinhamento das prefeituras eleitas
Municípios do Sul, segundo alinhamento das prefeituras eleitas
Municípios do Centro-Oeste, segundo alinhamento das prefeituras eleitas

Como curiosidade final, resolvi aplicar um modelo de regressão (vícios de economista) bastante simples para verificar quais possíveis fatores poderiam estar relacionados (mas sem falar em causalidade!) com a eleição de partidos de esquerda. Para isso, apliquei um modelo logístico com uma variável binária que assumiu valor 1 caso o partido eleito era de esquerda ou centro-esquerda, e 0 caso contrário. Variáveis com coeficientes positivos e significativos apontam uma relação direta com a eleição de partidos de esquerda, enquanto valores negativos sugerem uma relação inversa. A tabela a seguir apresenta os resultados:

Resultados da regressão logística para variável dependente Esquerda=1

Exceto pelas variáveis que indicam a localização geográfica dos municípios nas regiões, as únicas variáveis estatísticamente significantes foram a densidade urbana, o índice de Gini e a renda per capita. Nota-se que municípios com maior densidade populacional tenderam a eleger partidos que não eram de esquerda, mas a associação é muito tênue. Em municípios com distribuição de renda mais desigual (maior Gini) a esquerda teve mais vitórias nas urnas. Já nos municípios de maior renda, há uma tendência a se votar em partidos de direita. As demais variáveis demográficas (como a proporção de mulheres, pretos, pardos, idosos, população em idade ativa) e sócio-econômicas (níveis educacionais, Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) não foram significativas — isto é, não possuem nenhuma relação (do ponto de vista estatístico) com a eleição de partidos de esquerda.

Quanto às variáveis regionais, como o Norte configura o grupo-base, os coeficientes das demais regiões indicam a diferença para aquela. Assim, Nordeste, Sul e Sudeste (em ordem decrescente) apresentam maior probabilidade de terem municípios onde partidos de esquerda venceram, enquanto o Centro-Oeste é estatísticamente indiferente do Norte nesse aspecto — o que está alinhado com a constatação feita anteriormente, sobre a média do alinhamento dessa regiões.

Ok, mas o que isso significa, no fim das contas? Que, ao menos nessa última eleição, é bastante difícil associar fatores sócio-econômicos à vitória de partidos de esquerda (ou de não-esquerda), e que esse tipo de associação pode seguir padrões regionais bem específicos, de acordo com outros aspectos relacionados à história, cultura e mesmo tradição política dessas localidades.

Naturalmente existem ressalvas a serem feitas:

  • A análise desconsidera a heterogeneidade interna de cada município (como os votos para outros partidos não eleitos), o que se deve em parte à restrição atual de informações disponíveis no TSE.
  • A análise dá pesos iguais para cada município, ignorando sua dimensão populacional — o que, de qualquer maneira, exigiria levar em consideração apenas o número de pessoas que votou na legenda vencedora. Essa é uma opção para análise futura.
  • A análise não considera caracterizações mais detalhadas de espectro político, como a proposta pelo Diagrama de Nolan, em função de uma inexistência de classificação dos partidos nesse sentido.

Notas:

1: a classificação dos partidos segundo o espectro esquerda-direita seguiu a classificação existente na wikipédia, que, a despeito de possíveis críticas, está bastante próxima de classificações utilizadas em artigos científicos (que possuem quase sempre o problema de serem incompletas ou estarem defasadas).


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26 Jul 12:16

Curta-metragem contará história do duelo entre Mindinho e Brandon Stark

by Rafael Bacellar

A produtora Wild Wolf Films publicou ontem em seu canal do YouTube o trailer do curta-metragem “The Wild Wolf” que, segundo a sinopse, narrará as circunstâncias do duelo entre Petyr Baelish e Brandon Stark pelo amor de Catelyn Tully, que aconteceu cerca de 20 anos antes dos eventos de Game of Thrones, em Correrrio.

O nível da produção parece alto para profissionais independentes, como podemos ver pelo artefatos e figurinos. Os atores escolhidos fazem jus às descrições físicas dos personagens nos livros.

Vejam o trailer abaixo:

O curta completo deve estar disponível a partir do dia 31 de agosto. Para maiores detalhes, acompanhem a página da produtora no Facebook.

04 Jul 15:19

Leya lança nova edição de luxo de As Crônicas de Gelo e Fogo

by Equipe GOTBR

A editora Leya está lançando uma nova edição de luxo de As Crônicas de Gelo e Fogo. Ela é um upgrade daquela outra versão já conhecida, lançada em 2014.

125063742_1GGA nova coleção conta com  os cinco volumes em capa dura forrada com tecido, clicheria dourada, papel especial, acompanhados de uma réplica de 17 centímetros do Trono de Ferro. Na caixa, como podemos ver, está desenhado o mapa do mundo conhecido.

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A edição já está disponível nas lojas especializadas.

04 Jul 12:17

A bastardia no mundo de gelo e fogo

by Felipe Bini
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Da esquerda para a direita, Aegor “Açoamargo” Rivers, Daemon Blackfyre e Brynden “Corvo de Sangue” Rivers, Grandes Bastardos de Aegon IV Targaryen. (Arte: Male Great Bastards, por Roman Papsuev)

O que é um “bastardo”, afinal? O termo é bastante utilizado e conhecido, mas será que seu conceito e as implicações dessa condição são igualmente compreendidas? Em uma definição simples, um bastardo ou uma bastarda é uma pessoa nascida fora do casamento, isto é, alguém cujos pais não eram casados à época de seu nascimento. Tal conceituação se aplica ao mundo criado por George R. R. Martin, mas não é exclusiva a ele. Durante muitos anos (centenas deles) na história do mundo real, a bastardia, ou filiação ilegítima, resultava em um estigma social e em que as pessoas nessa condição ocupassem uma posição inferior à dos filhos legítimos perante a sociedade, e isso ocorre também em Westeros.

O artigo abordará os pontos principais da bastardia no universo de Martin, buscando esclarecer questões às vezes polêmicas como os direitos e os sobrenomes a eles conferidos. A fundamentação ocorre sob a perspectiva do cânone dos livros, por ser ele mais internamente coerente e detalhado que o da série de TV, e, principalmente, por ser de autoria do próprio Martin. Declarações do autor externas aos livros, como em entrevistas, eventos e correspondências com fãs (disponíveis nos chamados So Spake Martin, compilados pelos Westeros.org), são também utilizadas como fontes.

Conteúdos
(clique nos links para acessar diretamente):

 

Condição social

Em Westeros, filhos fora do casamento não são incomuns, seja entre o povo comum ou entre os nobres. O estigma social que os acompanha, entretanto, é forte, tendo os westerosi conferido aos bastardos em geral vários atributos e peculiaridades que lhes seriam “naturais”: acreditam, por exemplo, que os bastardos cresçam mais rapidamente que crianças legítimas, ou que tenham mais desejo sexual. A maior parte das características atribuídas aos bastardos, porém, são negativas, e percebidas em diversas passagens ao longo de todos os livros. A maioria dos habitantes do continente os trata também diferentemente, como inferiores.

Em O Mundo de Gelo e Fogo, na seção dedicada à Conquista de Westeros realizada por Aegon I Targaryen, o leitor percebe o quanto a rejeição natural dos westerosi aos bastardos é forte e histórica, na descrição sobre as negociações entre o então Lorde Aegon e o Rei da Tempestade, Argilac Durrandon:

Envoy Hands, por Douglas Wheatley para O Mundo de Gelo e Fogo.

As mãos do enviado de Aegon Targaryen a Argilac Durrandon. (Arte: Envoy Hands, por Douglas Wheatley para O Mundo de Gelo e Fogo).

[…] O pacto seria selado com o casamento da filha do rei Argilac com Orys Baratheon, amigo de infância e campeão de Lorde Aegon.
Argilac, o Arrogante, rejeitou esses termos com raiva. Orys Baratheon era um meio irmão ilegítimo de Lorde Aegon, sussurrava-se, e o Rei da Tempestade não desonraria a filha dando sua mão para um bastardo. A simples sugestão o enfureceu. Argilac cortou as mãos do enviado de Aegon e as devolveu par ele em uma caixa. “Essas são as únicas mãos que seu bastardo terá de mim,” escreveu.
(O Mundo de Gelo e Fogo, A Conquista)

Em um dos primeiros acontecimentos de A Guerra dos Tronos, no banquete que recepcionou a corte de Robert Baratheon a Winterfell, Catelyn Stark não permitiu que Jon Snow, notoriamente conhecido como bastardo de Eddard Stark, se sentasse à mesa com os nobres e o rei, por receio de que representasse ofensa. Similarmente, durante o casamento de Edmure Tully com Roslin Frey, realizado nas Gêmeas, Walder Frey não permitiu que seus filhos ilegítimos e a prole deles participassem do banquete principal, sendo relegados a um outro, realizado do outro lado do rio, para cavaleiros e senhores de classes mais baixas (que ficou conhecido como “o banquete bastardo”). Sansa Stark, enquanto se passando por Alayne Stone, filha bastarda de Petyr Baelish, ao escolher que roupas vestir, rejeita vestimentas mais luxuosas ao refletir que “não devia ousar vestir-se acima da sua condição” (O Festim dos Corvos, Capítulo 23, Alayne I).

Em outros exemplos, Qhorin Meia-Mão, em um confronto com os selvagens além-da-Muralha, simula insultar Jon Snow, dizendo que o haviam prevenido “de que o sangue de bastardo era covarde” (A Fúria dos Reis, capítulo 22, Jon VIII). Posteriormente, Alys Karstark diz a Jon que seu pai a alertara de que o mau-humor dele, notado em uma visita dela a Winterfell, era “de se esperar de um bastardo” (A Dança dos Dragões, capítulo 44, Jon IX).

Pelo fato de serem nascidos fora de um casamento, os bastardos são vistos como frutos de enganações e malícia, sendo, por isso, de acordo com o entendimento comum, naturalmente predispostos à traição e à mentira, e pouco confiáveis. Jon Snow reflete por duas vezes em A Tormenta de Espadas sobre a visão geral que os westerosi têm dos bastardos:

Alguns deles viram Jon olhando do topo da Torre do Rei e acenaram para ele. Outros afastaram o olhar. Ainda me julgam um vira-casaca. Isso era desagradável, mas Jon não podia censurá-los. Afinal, ele era um bastardo. Todos sabiam que os bastardos eram desonestos e traiçoeiros por natureza, por terem nascido da luxúria e do engano.
(A Tormenta de Espadas, Capítulo 55, Jon VII)

Os homens diziam que as crianças bastardas nasciam da luxúria e da mentira; a sua natureza era libertina e traiçoeira. Antes, Jon pretendia provar que isso era um erro, mostrar ao senhor seu pai que podia ser um filho tão bom e leal quanto Robb. Arruinei tudo isso.
(A Tormenta de Espadas, Capítulo 73, Jon X)

Aurane Waters, por Nacho Molina Ⓒ Fantasy Flight Games.

Aurane Waters, o Bastardo de Derivamarca. (Arte: Aurane Waters, por Nacho Molina Ⓒ Fantasy Flight Games)

A despeito da mácula que os acompanha aos olhos da maioria da população, os bastardos nobres podem chegar a ocupar posições de destaque em alguns segmentos da sociedade westerosi. Na Cidadela de Vilavelha e na Patrulha da Noite, por exemplo, a vida pregressa é tecnicamente desconsiderada, e os bastardos, e até mesmo os comuns, podem ascender a níveis hierárquicos mais altos, Cotter Pyke e Jon Snow sendo exemplos claros dessa situação. As ordens religiosas da Fé também já aceitaram bastardas nobres na história de Westeros, como as filhas de Aegon IV. Marston Waters foi Mão do Rei durante a regência de Aegon III, e Aurane Waters, o bastardo de Derivamarca, também chegou a ocupar posição no Pequeno Conselho do Rei Tommen, assim como Nymeria Sand, que atuará como conselheira representando Doran Martell. Brynden Rivers também foi parte do Conselho, chegando a Mão do Rei e atuando como Mestre dos Sussurros, mas à época já havia sido legitimado por seu pai.

Como qualquer homem pode ser nomeado cavaleiro, isso inclui também os bastardos, havendo precedentes de alguns que foram alçados até mesmo para a Guarda Real: além do já citado Marston Waters e de Mervyn Flowers, Robert Flowers e Addison Hill chegaram a Senhores Comandantes da ordem. Alguns bastardos também se destacam por sua habilidade marcial e ocupam posições relevantes nas forças militares em decorrência disso, como é o caso de Walder Rivers, Rolland Storm, Daemon Sand, e Humfrey Waters (que chegou a Comandante da Guarda da Cidade de Porto Real).

Em tempos mais remotos da história westerosi, nos períodos de formação dos reinos e unificação de regiões, houve registros de reis nascidos bastardos. Um dos exemplos é Ronard Storm, um bastardo da Casa Durrandon, que usurpou o trono de seu irmão Morden II e reinou durante trinta anos, em um período não especificado, mas anterior à invasão ândala (aproximadamente seis mil anos antes dos eventos das Crônicas). Outro caso foi o de Benedict Justman (inicialmente Rivers), bastardo das casas Bracken e Blackwood, que se ergueu alguns séculos após a invasão ândala da região que se tornaria posteriormente conhecida como as Terras Fluviais. Em uma época em que a região era fragmentada em inúmeros pequenos reinos (os chamados petty kingdoms), Benedict se tornou um cavaleiro respeitado por sua habilidade marcial, recebendo apoio de ambas as casas historicamente rivais de seus pais. Após algumas décadas de batalhas contra os pequenos reis, ele conseguiu unificar a região à força, fundando a Casa Justman após se auto-coroar.

Houve ainda outros casos de bastardos proclamados reis em períodos posteriores, mais recentes, mas sem sucesso. Segundo Meistre Yandel em O Mundo de Gelo e Fogo, após as Revoltas de Porto Real que culminaram na fuga da Rainha Rhaenyra e seus seguidores durante a Dança dos Dragões, a loucura tomou conta da cidade e, nesse contexto de desordem, um profeta conhecido como Pastor arrebanhou multidões e passou a comandar boa parte dela. Surgiu então Gaemon Cabelo-Claro, uma criança de quatro anos, filho de uma prostituta e suposto bastardo de Aegon II (o que Yandel considera não ser improvável). Milhares de comuns passaram a segui-lo, mas eventualmente sua mãe foi enforcada, confessando que ele era na verdade filho de um lyseno. No mesmo contexto, um cavaleiro de nome Perkin, a Pulga, se aproveitou da ausência de qualquer pessoa na Fortaleza Vermelha para instalar lá Trystane Truefyre, um suposto filho bastardo do falecido Rei Viserys I. Quando Aegon II retornou à cidade, porém, Truefyre foi executado. 

Ulf, o Branco, e Hugh Martelo, bastardos montadores de dragão que se auto-proclamaram reis sem sucesso. (Arte: enife)

Ulf, o Branco, e Hugh Martelo, bastardos montadores de dragões que se auto-proclamaram reis, sem sucesso. (Arte: enife)

Ainda na Dança dos Dragões, outros dois bastardos pretendentes a reis surgiram, estes com mais força do que os de Porto Real. Hugh Martelo e Ulf, o Branco eram ambos “sementes de dragão”, nome dado a diversos bastardos não-reconhecidos de Targaryens residentes nas imediações de Pedra do Dragão, que foram convocados a tentar domar dragões para lutarem pelos Negros (uma das facções da Dança). Hugh e Ulf foram bem-sucedidos na doma, o primeiro montando Vermithor, o dragão do falecido Rei Jaehaerys I Targaryen, e o segundo Silverwing, o dragão da Rainha Alysanne. Eles se destacaram lutando pelos Negros na Batalha da Goela, e foram nomeados cavaleiros e senhores de Ponteamarga por Rhaenyra e Daemon Targaryen, mas mudaram para o lado dos Verdes durante a Primeira Batalha de Tumbleton. Diante da aparente morte de Aegon II, entretanto, Hugh revelou suas ambições de se tornar rei e passou a declará-las publicamente. Quando questionado o que lhe daria o direito de se tornar rei, Hugh respondeu, na presença do Príncipe Daeron Targaryen (o herdeiro aparente): “O mesmo direito que o Conquistador. Um dragão.” Hugh se auto-coroou e tinha o apoio de Ulf, mas os bastardos encontraram oposição não só no próprio Daeron, mas também nos chamados Caltrops, um grupo de nobres da Campina que se ofenderam com a pretensão e passaram a conspirar para matá-los. Eventualmente, na Segunda Batalha de Tumbleton, Hugh foi morto por um deles, Sor Jon Roxton, enquanto Ulf dormia de bêbado. Daeron pereceu na batalha, e quando Ulf acordou e percebeu que tanto o Príncipe quanto Hugh estavam mortos, sugeriu a Unwin Peake que invadissem Porto Real: “Marchamos, exatamente como queria. Você toma a cidade, eu tomo o maldito trono, que tal?”. No dia seguinte, foi morto ao beber vinho envenenado que lhe foi servido por Horbert Hightower (que também o tomou, se sacrificando para enganar e matar Ulf).

Ainda que em um período conturbado da história de Westeros, em que a própria questão sucessória causou um conflito em larga escala, as tentativas de coroação dos bastardos foram malfadadas diante da existência de Targaryens legítimos. Tanto Aegon II quanto Rhaenyra tinham apoio de segmentos da nobreza, algo que nenhum entre Cabelo-Claro, Truefyre, Hugh e Ulf chegou a possuir, ainda que os dois últimos pertencessem inegavelmente ao sangue do dragão (o sangue real da época) e fossem guerreiros poderosos, possuindo inclusive dragões sob seu comando.

O estigma social que acompanha os bastardos se tornou tão historicamente forte e culturalmente arraigado, que mesmo a legitimação (que será abordada em mais detalhes adiante) é muitas vezes incapaz de tirar dos westerosi a visão negativa a respeito deles, em tempos mais recentes. Tal situação se verifica com a reação de alguns dos senhores nortenhos após a legitimação de Ramsay Bolton, como Robett Glover: “A maldade está no sangue (…) Ele é um bastardo nascido de um estupro. Um Snow, não importa o que o rei menino diga.” (A Dança dos Dragões, capítulo 29, Davos IV).

Também uma fala de Aegon “Egg” Targaryen, para Duncan, o Alto, quando conversavam sobre Brynden Rivers, deixa clara a posição da Fé dos Sete a respeito dos bastardos, mesmo os legitimados, aparentemente compartilhada também pelos Targaryen:

– O velho Alto Septão disse para meu pai que as leis do rei são uma coisa, e que as leis dos deuses são outra – o garoto respondeu, teimoso. – Filhos legítimos são gerados em um leito nupcial e abençoados pelo Pai e pela Mãe, mas bastardos nascem da luxúria e da fraqueza, ele disse. O Rei Aegon decretou que seus bastardos não eram bastardos, mas não podia mudar a natureza deles. O Alto Septão dizia que todos os bastardos nascem para trair… Daemon Blackfyre, Açoamargo e até Corvo de Sangue. Lorde Rivers era mais esperto do que os outros dois, ele dizia, mas no fim também provaria ser um traidor. O Alto Septão aconselhou meu pai a nunca confiar nele, nem em outros bastardos, grandes ou pequenos.
(A Espada Juramentada)

Coincidentemente (ou não), o primeiro ato de Egg depois de coroado Rei Aegon V Targaryen foi justamente prender e condenar à morte Corvo de Sangue, sob a alegação de que este havia enganado Aenys Blackfyre, um pretendente ao Trono de Ferro, oferecendo-lhe salvo-conduto em Porto Real apenas para assassiná-lo (o que de fato ocorreu). Brynden foi eventualmente poupado da execução ao aceitar vestir o negro.

Nymeria Sand, uma das Serptens de Areia, as filhas bastardas de Oberyn Martell. Lady Nym's Guard, por Aurelien Hubert © Fantasy Flight Games.

Nymeria Sand, uma das Serpentes de Areia, as filhas bastardas de Oberyn Martell. (Arte: Lady Nym’s Guard, por Aurelien Hubert © Fantasy Flight Games).

A sociedade dornesa é mais tolerante a amantes do que o resto de Westeros, e essa situação se estende também aos bastardos, principalmente os frutos desse tipo de união, que são vistos com menos negatividade pelos dorneses. Oberyn Martell não encontra qualquer problema em divulgar sua relação amorosa com Ellaria Sand, filha ilegítima de Lorde Harmen Uller, e gerou também oito filhas bastardas, quatro delas com a amante. Doran Martell envia uma delas, Nymeria, para representar o assento de Dorne no Pequeno Conselho do Rei Tommen. Apesar da maior tolerância, não se pode dizer, no entanto, que os dorneses equiparam os filhos fora do casamento aos legítimos. Daemon Sand, filho de Sor Ryon Allyrion (herdeiro de uma das casas mais poderosas de Dorne), chegou a pedir a mão da Princesa Arianne Martell, herdeira da região, mas foi recusado pelo pai dela, Príncipe Doran, entre outros motivos, por ser bastardo.

Não só em Westeros há preocupação com a existência de um casamento para que haja legitimidade dos filhos. Em conversa entre Daenerys Targaryen, Reznak mo Reznak e Galazza Galare, a Graça Verde de Meereen, esta explica para a Rainha a respeito dos costumes matrimoniais meereeneses:

– Magnificência, você não entende – protestou Reznak. – A lavagem dos pés é santificada pela tradição. Significa que será a serva de seu marido. A roupa do casamento é carregada de significados, também. A noiva é vestida em véus vermelho-escuros, sobre um tokar de seda branca, com franjas de pérolas.
A rainha dos coelhos não pode se casar sem suas orelhas de abano.
– Todas essas pérolas me farão chocalhar quando andar.
– As pérolas simbolizam fertilidade. Quanto mais pérolas Vossa Veneração usar, mais crianças saudáveis nutrirá.
– Por que vou querer uma centena de crianças? – Dany se virou para a Graça Verde. – Se nos casássemos pelos ritos westerosis…
– Os deuses de Ghis não considerariam a união verdadeira. – O rosto de Galazza Galare estava oculto atrás de um véu de seda verde. Apenas seus olhos podiam ser vistos, verdes, sábios e tristes. – Aos olhos da cidade, você seria a concubina do nobre Hizdahr, não sua legítima esposa. Seus filhos seriam bastardos. Vossa Veneração deve se casar com Hizdahr no Templo das Graças, com toda a nobreza e Meereen presente para testemunhar sua união.
(A Dança dos Dragões, capítulo 36, Daenerys VI)

 

Direitos

Os bastardos têm poucos direitos no que concerne à sucessão, sendo este um dos pontos principais que os diferencia dos filhos legítimos. Enquanto existirem membros legítimos de uma Casa, os bastardos estão de fato excluídos de sua linha sucessória. É esse o entendimento que se extrai dos livros, em passagens como as seguintes:

Cersei podia não estar contente com as escapadelas do senhor seu esposo, mas no fim das contas pouco importava se o rei tinha um bastardo ou uma centena. A lei e o costume poucos direitos davam aos filhos ilegítimos. Gendry, a moça no Vale, o rapaz em Ponta Tempestade, nenhum deles podia ameaçar os filhos legítimos de Robert…
(A Guerra dos Tronos, Capítulo 30, Eddard, VII)

– E não somos os únicos Walder. Sor Stevron tem um neto, Walder Negro, que é o quarto na linha de sucessão; e há o Walder Vermelho, filho de Sor Emmon; e Walder Bastardo, que não está na linha. Chama-se Walder Rivers, e não Walder Frey.
(A Fúria do Reis, Capítulo 4, Bran I)

Catelyn voltou a ler a carta depois de o meistre ter ido embora.
– Lorde Meadows nada diz sobre o bastardo de Robert – confidenciou a Brienne. – Suponho que tenha entregado o garoto com o resto, embora eu deva confessar que não compreendo por que motivo Stannis o deseja tanto.
Talvez tema a pretensão do garoto,
– A pretensão de um bastardo? Não, é outra coisa… Como é a aparência dessa criança?
– Tem sete ou oito anos e traços agradáveis, com cabelos negros e olhos azuis-claros. Os visitantes achavam freqüentemente que fosse filho de Lorde Renly.
– E Renly assemelhava-se a Robert – Catelyn teve um vislumbre de compreensão. – Stannis pretende exibir o bastardo do irmão perante o reino, para que os homens possam ver Robert no seu rosto e interrogar-se por que motivo não existe tal semelhança em Joffrey.
(A Fúria dos Reis, capítulo 45, Catelyn VI)

Sem dúvida, a mais significativa senhoria foi atribuída a Sor Lancel Lannister. Joffrey premiou-o com as terras, castelo e direitos da Casa Darry, cujo último jovem senhor perecera durante a luta nas terras fluviais, “sem deixar herdeiros legítimos de sangue Darry, mas apenas um primo bastardo”.
(A Fúria dos Reis, capítulo 65, Sansa VIII)

Em algumas circunstâncias excepcionais, os bastardos podem ser considerados como possíveis sucessores, como na ausência de filhos legítimos ou quaisquer parentes próximos do senhor falecido. Tal situação pode ser verificada em uma discussão realizada em Winterfell, presenciada por Bran Stark, a respeito da sucessão da Casa Hornwood (A Fúria dos Reis, capítulo 16, Bran II).

Em regra, porém, o bastardo não tem o direito de herdar, ou seja, assumir os títulos e propriedades do pai. A legitimação, efetuada por um Rei, tecnicamente equipara os antes bastardos aos legítimos, e lhes confere os direitos de herdeiro, como se verifica em diálogo entre Robb Stark e sua mãe Catelyn, a respeito de um possível testamento de Robb, que incluiria Jon Snow como seu herdeiro. Visto que Jon era um bastardo e não podia herdar, Robb planejava legitimá-lo para que pudesse fazê-lo:

Ele está decidido a fazer isso. Catelyn sabia como o filho podia ser teimoso.
– Um bastardo não pode herdar.
– É verdade, a menos que seja legitimado por decreto real – disse Robb. – Há mais precedente para isso do que para libertar um Irmão Juramentado de seus votos.
– Precedente – disse ela com amargura, – Sim, Aegon Quarto legitimou todos os seus bastardos no leito de morte. E quanta dor, desgosto, guerra e assassinato nasceram daí? Sei que confia em Jon. Mas pode confiar nos filhos dele? Ou nos filhos deles? Os pretendentes Blackfyre atormentaram os Targaryen ao longo de cinco gerações, até que Barristan, o Ousado, matou os últimos nos Degraus. Se legitimar Jon, não há maneira de torná-lo bastardo de novo. Se ele se casar e tiver filhos, os filhos que você tiver com Jeyne nunca estarão a salvo.
(A Tormenta de Espadas, Capítulo 45, V).

A ordem em que os bastardos legitimados entram na linha de sucessão, porém, é, incerta, segundo George R. R. Martin (So Spake Martin: The Hornwood Inheritance and the Whents). Provavelmente pela ausência de precedentes, não há posição sedimentada sobre se os legitimados entram na linha atrás de todos os filhos nascidos legítimos, ou se são inseridos nela normalmente, pela ordem de nascimento.

A legitimação pode tanto ser um instrumento conveniente para uma Casa em que faltem sucessores legítimos quanto um ato com consequências catastróficas. O caso mais famoso a esse respeito foi a legitimação por Aegon IV de seus bastardos reconhecidos. Tal ato significou a inclusão de Daemon, que era Targaryen também da parte da mãe, Daena, na linha sucessória do rei. Tal fato, somado à suspeita de que o Rei Daeron II, sucessor de Aegon IV e tido como seu filho legítimo, fosse na verdade um bastardo, foi o argumento legal para a Rebelião Blackfyre, um dos mais sangrentos confrontos da história de Westeros no pós-Conquista.

Por outro lado, o decreto legitimário conferido a Ramsay pelo Rei Tommen Baratheon funcionou como um “prêmio” para os Bolton, pois efetivamente atuou em benefício da Casa: a legitimação garantiu que a partir de então Roose teria um sucessor legítimo Bolton. Isso impediria que, na eventualidade de sua morte, membros de outras casas que fossem aparentados lançassem pretensão a sucedê-lo como senhores do Forte do Pavor pelo fato de ele não ter filhos legítimos, o que efetivamente poderia significar a extinção da casa. Igualmente, a legitimação de Addam e Alyn de Hull, efetuada por Rhaenyra Targaryen, foi em última instância benéfica para a Casa Velaryon. Ela impediu a extinção dos Velaryons, pois, na ausência de outros membros, Alyn, legitimado, esteve apto a se tornar Lorde Velaryon e gerar a prole da qual descendeu a família desde então, algo que não seria possível na condição de bastardo.

 

Reconhecimento e legitimação

Os filhos ilegítimos de nobres em Westeros, apesar de não se equipararem aos legítimos e carregarem consigo a má fama inerente à bastardia, não são, muitas vezes, simplesmente deixados à sua sorte pelos pais por terem nascido “do lado errado dos lençóis”. Não é inusual que um nobre tenha uma certa preocupação com os filhos naturais de que tenha conhecimento, e lhes garanta um mínimo de bem-estar (sem que, necessariamente, torne pública a paternidade). É claro que muitos nobres têm bastardos cuja existência sequer conhecem, e, estes, portanto, vivem efetivamente como comuns, sem qualquer tipo de vínculo ou auxílio por parte do pai.

Gendry é um exemplo de bastardo não-reconhecido, que vive como uma pessoa comum e não tem direito a sobrenome. (Arte: Gendry, por Henning Ludvigsen Ⓒ Fantasy Flight Games)

Gendry é um exemplo de bastardo não-reconhecido, que vive como uma pessoa comum e não tem direito a sobrenome. (Arte: Gendry, por Henning Ludvigsen Ⓒ Fantasy Flight Games)

Gendry e Barra, filhos ilegítimos de Robert Baratheon, são exemplos de bastardos não-reconhecidos, caso em que não lhes é conferido qualquer benefício ou direito da parte do pai. A paternidade deles é conhecida por algumas poucas pessoas, mas em razão de o pai não ter reconhecido tal fato e ele não ser de conhecimento público e notório, essas pessoas sequer têm direito a um sobrenome, não se diferenciando do povo comum. Segundo O Mundo de Gelo e Fogo, Aegon IV tinha inúmeros filhos naturais que não haviam sido reconhecidos por ele, para os quais a legitimação não teve qualquer efeito. A publicidade da paternidade nobre de um indivíduo, portanto, é essencial para que ele adquira as vantagens de ser um bastardo nobre.

Um nobre pode formalmente reconhecer alguém como seu filho ou filha natural, caso em que essa pessoa receberá um sobrenome, efetivamente se diferenciando do povo comum (os “plebeus”). No caso de uma mulher nobre não-casada dar à luz um filho, ele, por óbvio, será automaticamente reconhecido como bastardo dela e receberá um sobrenome. Nos casos de reconhecimento por nobres homens, não é incomum que o bastardo em questão seja também admitido na residência do pai que o reconheceu, apesar de isso não ser regra. Segundo Petyr Baelish, em conversa com Sansa, “é falta de educação bisbilhotar a origem dos filhos ilegítimos de um homem” (A Tormenta de Espadas, capítulo 68, Sansa VI). Um bastardo reconhecido não se torna herdeiro de seu pai, e nem recebe o direito de ostentar o brasão da Casa dele.

Acima do mero reconhecimento de um bastardo está a legitimação, situação em que ele tecnicamente se equipara aos filhos nascidos legítimos de seu pai. A legitimação, porém, só pode ser realizada através de um decreto expedido pelo Rei, e, assim, pouco ocorreu na história de Westeros. Historicamente, Rhaenyra Targaryen, enquanto pretendente a Rainha durante a Dança dos Dragões, legitimou os irmãos Addam e Alyn de Hull como membros da Casa Velaryon. O caso de legitimação mais famoso, porém, é o do Rei Aegon IV Targaryen. Aegon havia tido inúmeras amantes ao longo de sua vida, e filhos e filhas com várias delas. Em seu leito de morte, o rei legitimou todos os seus bastardos reconhecidos, tanto os chamados Grandes Bastardos (aqueles que tinham mães nobres), quanto os de mães comuns. Na história recente de Westeros, Robb Stark expediu um testamento, de paradeiro desconhecido, que legitimava Jon Snow e o nomeava seu herdeiro, e Stannis Baratheon ofereceu também a Jon a legitimação e o direito de herdar e assumir Winterfell (oferta que foi recusada). O caso mais notável, porém, é o de Ramsay, filho de Roose Bolton, legitimado por Tommen Baratheon.

Ramsay Snow, por Abby Mckenzie.

Ramsay, por Abby Mckenzie.

Ramsay é um exemplo que abrange todos os “estágios” pelos quais um bastardo pode passar. Ele é fruto do exercício da tradição (à época já proibida) da primeira noite por parte de seu pai, quando este soube que um moleiro que vivia em terras sob seu domínio havia se casado: Roose enforcou o homem por não ter informado seu senhor sobre o casamento, e estuprou a esposa sob seu corpo. A mãe de Ramsay apareceu um ano após esses eventos no Forte do Pavor, a sede da Casa Bolton, com um bebê, que Roose percebeu ser seu filho pelos olhos, muito parecidos com os seus. Deu então à mulher o moinho, alguns animais e um saco de moedas anualmente, sob a condição de que ela nunca revelasse ao filho quem era seu verdadeiro pai. Durante anos, portanto, Ramsay viveu efetivamente como um comum, visto que Roose sequer o havia formalmente reconhecido. Ramsay posteriormente descobriu sua paternidade, e depois da morte de Domeric Bolton, filho de Roose, dois anos antes da Guerra dos Cinco Reis, passou a viver no Forte do Pavor com o pai, já que este não tinha mais qualquer filho, bastardo ou legítimo. A partir desse momento, ele não foi declarado herdeiro por Roose, mas foi publicamente reconhecido como filho bastardo de Lorde Bolton, e passou a ser conhecido como Ramsay Snow. Em última instância, após a aliança Bolton com o Trono de Ferro sob os Lannister, a Casa foi recompensada por seus serviços, com o Rei Tommen Baratheon concedendo o título de Guardião do Norte para Roose e um decreto legitimatório tornando Ramsay oficialmente um Bolton. Ramsay, portanto:

  1. foi, durante os primeiros meses de vida, um bastardo cuja existência o pai desconhecia;
  2. passou depois a ser conhecido pelo pai e auxiliado por ele durante a infância, sem reconhecimento público, vivendo como um comum;
  3. foi posteriormente acolhido na residência de Roose e reconhecido como Ramsay Snow, sem direito de herança;
  4. finalmente foi legitimado pelo Rei como Ramsay Bolton, passando a pertencer oficialmente à Casa e se tornando herdeiro de seu pai.
As armas de Sor Walder Rivers, filho bastardo de Lorde Walder Frey.

As armas de Sor Walder Rivers, filho bastardo de Lorde Walder Frey.

Os bastardos reconhecidos não têm o direito de ostentar as armas (os brasões) da Casa de seus pais como seus, mas podem ter suas próprias, muitas vezes adaptadas das originais. Em A Espada Juramentada, Duncan reflete que era comum que os bastardos utilizassem o mesmo desenho das armas de seus pais, mas com as cores invertidas. Walder Rivers, bastardo de Lorde Walder Frey, é um exemplo desse caso, tendo também adicionado uma diagonal vermelha ao brasão. Aegor “Açoamargo” Rivers, por sua vez, misturou as armas das casas de seu pai (Aegon IV Targaryen) de sua mãe (Barba Bracken) para criar seu próprio desenho.

 

Sobrenomes

A questão dos sobrenomes dos bastardos é confusa, e por vezes, polêmica. Em A Guerra dos Tronos, o leitor é primeiramente apresentado ao conceito de sobrenome para bastardos nobres, não apenas através de Jon Snow, mas posteriormente em um capítulo de Catelyn Stark, quando esta conhece Mya Stone, filha bastarda de Robert Baratheon:

– Prometo, senhora, que nenhum mal lhe acontecerá. Será minha honra levá-la para cima. Fiz a subida às escuras centenas de vezes. Mychel diz que meu pai deve ter sido um bode.
– E tem um nome, jovem?
– Mya Stone, ao seu dispor, senhora.
… foi um esforço para Catelyn manter o sorriso. Stone era um nome de bastardo no Vale, tal como Snow no Norte e Flowers em Jardim de Cima; em cada um dos Sete Reinos o costume tinha criado uma denominação para as crianças nascidas sem nome de família.
(A Guerra dos Tronos, capítulo 34, Catelyn VI)

Percebe-se que os sobrenomes são originados com o costume, e, ao longo dos livros, são apresentados também os sobrenomes referentes às outras regiões de Westeros. Segue a lista dos sobrenomes bastardos regionais, com sua tradução do original inglês, e seu motivo aparente:

  • Terras da Coroa: Waters (“águas”, em referência ao Mar Estreito e à Baía de Água Negra);
  • Terras Fluviais: Rivers (“rios”, aludindo ao Tridente e seus afluentes que permeiam a região, e também lhe dão nome);
  • Vale de ArrynStone (“pedra”, referindo-se às montanhas que compõem o relevo regional);
  • Norte: Snow (“neve”, em alusão à ocorrência meteorológica mais comum na região do que nas outras);
  • Ilhas de Ferro: Pyke (em referência a uma das ilhas que dão nome à região, na qual se localiza o castelo homônimo);
  • Terras Ocidentais: Hill (“colina”, referindo-se aos acidentes geográficos espalhados pela região);
  • Campina: Flowers (“flores”, provavelmente devido ao fato de a região ser historicamente a mais fértil de Westeros, tendo várias casas com nomes e brasões associados ao plantio, colheita e flores);
  • Terras da Tempestade: Storm (“tempestade”, aludindo ao fato de a região ser frequentemente assolada por esses fenômenos)
  • Dorne: Sand (“areia”, relacionando-se com o deserto existente na região, e com o clima seco e árido).

Uma questão que às vezes gera confusão é qual seria o sobrenome dos bastardos de membros da Casa Targaryen. A resposta é que eles não têm um sobrenome específico, sendo a eles aplicadas as regras gerais como aos bastardos de membros das outras casas de Westeros.

Aegon IV Targaryen reconhece Daemon como seu filho bastardo. (Arte: Marc Simonetti para O Mundo de Gelo e Fogo).

Aegon IV Targaryen reconhece Daemon como seu filho bastardo. (Arte: Marc Simonetti para O Mundo de Gelo e Fogo).

Frequentemente, porém, se encontra em alguns meios a afirmação de que eles receberiam o sobrenome Blackfyre, o que é incorreto. Blackfyre se tornou o nome de uma Casa, posteriormente extinta em sua linha masculina, fundada por Daemon, filho bastardo de Aegon IV Targaryen com Daena Targaryen. Quando de seu nascimento, Daena não divulgou quem era o pai, e o filho recebeu o sobrenome Waters. Depois de Daemon se destacar em um torneio aos 12 anos, Aegon o reconheceu como seu bastardo, o nomeou cavaleiro e lhe confiou Blackfyre, uma das espadas ancestrais de aço valiriano dos Targaryen, bem como terras e outras honrarias (atos que chocaram todo o reino). A partir de então Daemon, ainda bastardo, adotou o sobrenome Blackfyre em alusão à espada. Posteriormente, quando Daemon foi legitimado por seu pai juntamente com vários de seus meio-irmãos, ele fundou efetivamente a Casa Blackfyre, que existiria como um ramo cadete da Casa Targaryen, invertendo as cores do brasão desta ao criar o seu próprio. Os descendentes de Daemon, e apenas eles, adotaram também o sobrenome Blackfyre.

Outra dúvida que surge, entretanto, se refere a como o sobrenome bastardo seria atribuído: se pela região de origem do pai ou da mãe, pelo local de nascimento, pelo local de criação, ou qualquer outro método. Martin, em correspondência com um leitor em junho de 2001, esclareceu alguns pontos a respeito dos sobrenomes dos bastardos:

Nomes de bastardos são dados apenas a bastardos que tenham no mínimo um dos pais de alto nascimento. Então o filho bastardo de dois camponeses não teria nenhum sobrenome.

Assim, um nome de bastardo como “Snow” ou “Rivers” é simultaneamente um estigma e uma marca de distinção. A coisa toda com os nomes de bastardos é costume, não lei.

O pai de alto nascimento pode conferir o nome habitual, um novo de sua própria criação, ou até nenhum. A maioria dos filhos legítimos de bastardos mantêm o nome de bastardo, mas há casos em que uma geração posterior mexe nele para remover a mácula. Há um caso desses que vocês vão conhecer no próximo livro, um personagem secundário descendente de um Waters (um nome de bastardo ao longo da costa das margens da Baía de Água Negra) cujo tataravô mudou o nome para Longwaters exatamente por esse motivo.
(So Spake Martin: SF, Targaryens, Valyria, Sansa, Martells and more, tradução livre)

É importante observar a declaração de Martin de que o sobrenome para bastardos nobres é ao mesmo tempo um estigma e uma marca distintiva em conjunto com a informação de que bastardos de comuns não têm sobrenomes. O nome de bastardo funciona inicialmente como um bônus, apesar de trazer também ônus: ele existe para que o filho natural do nobre seja diferenciado das pessoas comuns (recebendo, efetivamente, um sobrenome, uma marca associada aos nobres), mas traz também consigo toda a carga social negativa da bastardia.

Um bastardo reconhecido pode se casar e transmitir também seu sobrenome a seus descendentes, que passam a ser legítimos para aquele sobrenome. É o caso de Walder Rivers, um cavaleiro filho bastardo de Lorde Walder Frey, que é casado com uma senhora da Casa Charlton. Dessa união resultaram Walda Rivers e Aemon Rivers (que, por sua vez, tem também uma filha chamada Walda Rivers). É também o caso de Jon Waters, filho bastardo de Alyn Velaryon e Elaena Targaryen, que transmitiu seu sobrenome a seu filho. Este, um cavaleiro de renome, por sua vez, o alterou para Longwaters, numa tentativa de remover o estigma da bastardia, sobrenome que foi transmitido para as gerações seguintes desde então, chegando a Rennifer Longwaters, o chefe dos carcereiros das masmorras da Fortaleza Vermelha (o personagem ao qual Martin se referira em sua resposta). Martin também esclareceu em outra correspondência que se bastardos reconhecidos de diferentes regiões se casassem, o filho provavelmente herdaria o sobrenome do pai (So Spake Martin: Bastard’s offspring).

Quanto a como o sobrenome seria atribuído, o autor esclarece que as regras não são estáticas, pelo fato de não haver em Westeros uma lei formal que estabeleça isso, mas apenas o costume, informando que sequer os nomes “habituais” das regiões são regra, e podem ser excepcionados. Com efeito, nas próprias Crônicas há um exemplo de bastardo cujo sobrenome foge à regra regional, como Martin declarou ser possível: é o caso do filho de Lollys Stokeworth, fruto de um estupro coletivo durante as revoltas de Porto Real. Como Lollys é uma nobre, ele é também obviamente um bastardo nobre, ainda que não se saiba quem é seu pai. Sor Bronn da Água Negra, que se casou com Lollys posteriormente à concepção, o nomeia como Tyrion Tanner. O nome faz referência tanto a Tyrion Lannister (a quem Bronn anteriormente servia), quanto ao fato de que Lollys foi estuprada atrás de um curtume (“tanner” sendo a palavra em inglês para “curtidor”).

Edric Storm, filho bastardo de Robert Baratheon e Delena Florent. Arte por Roman Papsuev.

Edric Storm. Arte por Roman Papsuev.

Em análise dos diversos bastardos nobres de Westeros apresentados pelos livros e que receberam os nomes regionais, a única consistência observável é a de que os sobrenomes condizem com a região onde os bastardos foram criados.

As hipóteses de os sobrenomes serem atribuídos de acordo com a região a que pertencem os pais encontram empecilhos em dois bastardos de Robert Baratheon. Mya Stone, notoriamente conhecida como sua filha natural e nascida e criada no Vale de Arryn, contradiz a possibilidade de o sobrenome advir da região do pai: Robert é originalmente das Terras da Tempestade (cujo nome de bastardo associado é Storm). Edric Storm, filho de Robert e Delena Florent, impossibilita a conclusão de que os sobrenomes decorram da região da mãe, visto que ela é da Campina. Edric, porém, não foi criado com a mãe e nem com o pai (que já era rei e vivia em Porto Real quando de seu nascimento) tendo crescido em Ponta Tempestade.

Jon Snow, independentemente de quem sejam seus pais, é um dos exemplos que indicam que o sobrenome de bastardo não vem do local de nascimento. Quando Eddard voltou ao Norte depois da Rebelião de Robert, vindo do sul, trouxe consigo um bebê que dizia ser seu filho ilegítimo. Sabia-se, obviamente, então, que essa criança havia nascido em alguma das regiões do sul de Westeros, onde Eddard esteve. Ainda que não se soubesse exatamente qual seria essa região (e a crença predominante entre os nortenhos parecia ser a de que sua a mãe seria a dornesa Ashara Dayne), o sobrenome atribuído a Jon foi Snow. O caso de Brynden “Corvo de Sangue” também é inconsistente com a hipótese da região de nascimento dar o sobrenome ao bastardo: apesar de ter nascido em Porto Real, ele recebeu o sobrenome Rivers, tendo sido criado, no mínimo a partir dos dois anos, nas Terras Fluviais.

Jon Snow, o Bastardo de Winterfell. Arte: Guillem H. Pongiluppi.

Jon Snow, o Bastardo de Winterfell. Arte: Guillem H. Pongiluppi.

Tem-se, então, que Edric Storm é um impeditivo para a possibilidade de o sobrenome ser referente à região de nascimento da mãe (visto que os bastardos da Campina, a região de sua mãe, são Flowers); Mya Stone e os bastardos de Aegon IV, como Aegor Rivers e Brynden Rivers, impedem que a regra seja a região de origem do pai; o mesmo Brynden e Jon Snow, por sua vez, ao receberem seus sobrenomes quando não nasceram nas Terras Fluviais ou no Norte, invalidam a possibilidade de que o sobrenome se refira à região de nascimento. O sobrenome condizente ao local de criação, porém, é uma situação consistente em todos os bastardos nobres conhecidos. O fato de muitos bastardos serem conhecidos pelo nome do castelo onde foram criados também é coincidente com isso, como o Bastardo de Graçadivina (Daemon Sand), o Bastardo do Forte do Pavor (Ramsay Snow), o Bastardo de Winterfell (Jon Snow), o Bastardo de Nocticantiga (Rolland Storm) e o Bastardo de Derivamarca (Aurane Waters).

 

Conclusões

A visão geral que os habitantes de Westeros têm dos nascidos fora do casamento, chamados bastardos ou filhos naturais, é de que são pessoas socialmente inferiores aos nascidos legítimos, naturalmente pouco confiáveis e tendentes à malícia. Apesar de os bastardos de nobres poderem ascender em alguns segmentos da sociedade westerosi, a opinião negativa em relação a eles é histórica e extremamente forte.

Um nobre pode reconhecer uma pessoa como seu filho bastardo, caso em que ela receberá um sobrenome e se diferenciará dos comuns, mas não terá, via de regra, direitos de herança dentro da Casa de seu pai. Apesar de não haver lei que formalmente defina os sobrenomes de bastardos nobres, o costume observável é que eles recebem um sobrenome correspondente à região em que foram criados. Pessoas que foram geradas por um nobre, mas que não foram reconhecidas por ele ou não têm sua paternidade pública e notoriamente conhecida, vivem efetivamente como comuns, não tendo sequer um sobrenome.

A legitimação, que só pode ser conferida por um Rei, autoriza que o nascido ilegítimo se equipare aos filhos nascidos legítimos, e lhe garante também o direito de herdar de seus pais. Mesmo esse ato, entretanto, não retira automaticamente do antes bastardo o estigma social que acompanha essa condição, fortemente arraigado na cultura westerosi.

04 Jul 12:13

Vídeos detalham efeitos visuais usados em “Battle of the Bastards”

by Rafael Bacellar

O estúdio Iloura, responsável por parte dos efeitos especiais que tornaram a impressionante Batalha dos Bastardos possível, liberaram esse VFX Breakdown que mostra detalhes do uso de computação gráfica na pós-produção do episódio.

Confiram:

A Variety também publicou um vídeo do tipo, que além de focar na batalha em si, ainda mostra os processo por trás da grande sequência envolvendo os dragões em Meereen, que também marcou o episódio 6.09. Além disso, ainda trouxeram comentários dos coordenadores de VFX da série, Steve Kullback e Joe Bauer, que descreveram a sexta temporada de Game of Thrones como a mais difícil até então.

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[Fonte: watchersonthewall.com; cgimeetup.net]

11 Apr 19:24

Quatro caras

by Alexandre Esposito

João, José, Pedro e Paulo. Não se conheciam, mas naquele domingo estavam lado a lado. Era um festival de música e a banda favorita dos quatro tocava. Calhou de estarem próximos e, quando o maior hit do grupo fez todo o público pular junto, se esbarraram algumas vezes. Cantaram juntos. Brindaram com os copos plásticos de cerveja. Foi um momento tão bonita que parecia até cena de comercial de operadora telefônica. Quatro caras. Relativamente comuns e com muita coisa em comum, celebrando juntos.

No domingo seguinte, os quatro saíram de casa para participarem de manifestações políticas. João, José e Pedro tinham ideologias e partidos diferentes, mas eram todos a favor do impeachment do governo e vestiam camisas da Seleção. Mais uma vez o destino os aproximou novamente. E por destino, entenda-se o som de outros manifestantes em uma rodinha, cercando um rapaz solitário que vestia vermelho e caminhava em direção a uma manifestação de apoio ao governo. Esse rapaz era Paulo.

“Quem defende corrupto também é corrupto!”, gritou alguém na multidão.

“Vagabundo tem que apanhar!”, ameaçou José.

“Porrada nesse mortadela!”, continuou João.

Não demorou para que o primeiro pontapé acertasse Paulo e o levasse ao chão. Os outros chutes vieram logo em seguida. Na barriga, na cabeça, onde desse. Paulo nunca mais saiu do lugar onde caíra.

Os quatro caras tinham muita coisa em comum. Mas uma diferença, apenas uma, acabou sendo fatal.

Passado mais um domingo, João, José e Pedro mais uma vez vestiam camisas de futebol. Mas dessa vez porque era dia de clássico. Mas enquanto João e José subiam a avenida com suas camisas do Corinthians acompanhando os cantos da torcida organizada, Pedro descia a transversal com seu uniforme do Palmeiras e um bandeirão verde e branco.

Quando os dois grupos se encontraram, a música parou e os mastros das bandeiras viraram arma. No fim da briga, a roupa alviverde de Pedro estava manchada de vermelho e ele não voltou mais para casa.

Os três caras tinham muita coisa em comum. Mas uma diferença, apenas uma, acabou sendo fatal.

O novo encontro de João e J0sé aconteceu um pouco antes do domingo seguinte. Foi na madrugada da sexta para sábado, no Baixo Augusta. João bebia e curtia com uns amigos do trabalho, quando viu, do outro lado da rua, José caminhando de mãos dadas com seu namorado. Um dos colegas do João fez uma piadinha para os dois, que apressaram o passo ainda calados. O resto do grupo cercou o casal com mais piadas e ofensas. João empurrou o namorado de José no chão. Quando José resolveu revidar com um soco, João quebrou a long neck que segurava em uma parede e usou contra o rapaz. Quando a ambulância chegou para socorrer José, já era tarde demais.

Os dois caras tinham muita coisa em comum. Mas uma diferença, apenas uma, acabou sendo fatal.

Passado algum tempo, João colocou mais uma vez sua camisa da Seleção Brasileira e foi às ruas protestar. Mais uma vez presenciou um grupo de manifestantes agredindo alguém de opinião diferente. Mas dessa vez ele que tinha dado o azar de ser o único cara de amarelo entre dezenas de sujeitos de vermelho. E assim, João foi mais uma vítima de uma intolerância da qual também era culpado. Uma intolerância que faz com que nossas diferenças importem mais do que aquilo que temos em comum. Que transforma nossa empatia em desprezo. Uma intolerância nos dizima.

Os quatro caras agora não eram mais nenhum cara. Tinham muita coisa em comum. Mas as poucas diferenças, uma a uma, foram fatais.

Por que? Até quando?

08 Apr 16:42

Melissa McCarthy confirma participação em 'Gilmore girls'

by Rafaela Santos
Melissa McCarthy confirmou que estará nos novos episódios de "Gilmore girls". A atriz contou a novidade durante uma entrevista no programa de Ellen DeGeneres."Estava difícil encaixar a minha agenda com o cronograma da atração. Eu estaria fora do país, mas literalmente há uma hora e meia, descobrimos que poderei participar. Estou muito empolgada". contou ela, que voltará a interpretar Sookie St. James, melhor amiga de Lorelai (Lauren Graham).Depois de quase dez anos fora do ar, a série de Amy Sherman-Palladino voltará a ser exibida pela Netflix. A nova temporada será dividida em quatro episódios de 90 minutos.Assista ao vídeo da entrevista (em inglês):  
07 Apr 11:48

Demolidor (S01 e S02)

by anica

daredevil

Lembro que comecei a ver a primeira temporada do Demolidor meio naquela desconfiança de “Ok, só um episódio para ver qualé”. E aí gostei e foram lá mais dois, três e quando vi já tinha assistido toda a primeira temporada e queria mais.

Tá bom, o fato de serem só treze episódios ajuda para a sensação, mas além disso o negócio é que no meio do cansaço de tanta coisa de herói saindo no cinema e na TV, Demolidor chegava como algo completamente diferente, trazendo um pouco da humanidade que os “super” – hiperbólicos em seus poderes e paixões – já tinham deixado para trás.

Até porque o Demolidor da primeira temporada ainda é um herói em construção, aprendendo sobre como “ser” e também se questionando bastante sobre o que faz. A dúvida de Matt Murdock não vem só por ser católico, mas também porque a partir do momento que veste sua roupa (preta) para combater o crime à noite, ele de certa forma está aceitando o fato de que a justiça não funciona.

E o que torna a jornada de Matt nos treze primeiros episódios tão bacana de acompanhar, é o fato de que ele (assim como todos os coadjuvantes) são bastante humanos. Aquele punhado de qualidades e defeitos que fazem com que a história escape do maniqueísmo, pelo menos no sentido mais geral da palavra – ainda há uma luta do bem contra o mal, mas os dois pontos não se delimitam facilmente, se confundem em diversos momentos.

A começar pelo próprio Matt, que usa e abusa de tortura para conseguir a informação que deseja, isso para não falar de outras tantas leis que ele acaba quebrando para chegar até Fisk, o grande vilão da temporada e outra figura que entra na zona cinza: ele realmente acredita que fará o bem para a Hell’s Kitchen. O problema é que o que ele vem como “bem” é fruto de uma infância carregada de violência e abuso.

Aliás, o duelo entre Fisk e Matt é emocionante, do começo ao fim. E acredito que muitos críticos apontaram Demolidor como “uma série de herói para quem não gosta muito de heróis” porque muitos confrontos entre as duas personagens não se davam à noite enquanto Matt vestia seu uniforme, mas nos tribunais (ou ainda, através das investigações de Karen Page e Ben Urich).

E as atuações são ótimas – não consigo pensar aqui em qualquer pessoa do elenco que tenha deixado a desejar, todos davam conta dos desafios de suas personagens. Ayelet Zurer como Vanessa, por exemplo, está fantástica: sua personagem é contida, mas dona de uma força enorme porque no fim é ela quem controla o Kingpin (adoro o modo como uma cena é montada para mostrar isso, quando ela escolhe a abotoadura que ele usará). Vincent D’Onofrio também, até porque consegue montar uma personagem que é um misto de insanidade e (muita) inteligência.

E nessa altura já deve ter dado para perceber que um dos pontos positivos da série é justamente a galeria de personagens. Algo que vale notar é como na primeira temporada há relativamente poucas personagens e como isso permite um bom desenvolvimento de todos, não só do protagonista. Ao ponto de uma conversa entre Matt e o melhor amigo Foggy ser um misto de cena cômica com drama:

foggy

Isso para não falar de Wesley, uma das minhas personagens preferidas da primeira temporada.

E siiiim, Demolidor é uma série linda, falando do visual mesmo. O cuidado com as cores, acaba criando cenas de encher os olhos (aquela de Karen vendo as luzes do letreiro na frente do apartamento de Matt, por exemplo). E mesmo as lutas (e eu sou uma pessoal que se entendia facilmente com cenas de luta, mas uou).

Enfim, primeira temporada foi ótima e aí vem aquela dúvida de se a segunda manteria o nível. Comecei assistindo meio que no automático porque apesar de achar que a chegada de Frank Castle marca bem o novo ponto do dilema moral de Matt (antes a lei não bastava, agora já não basta mais sua atitude como vigilante), a história em si é um tanto bagunçada e meu deus do céu, como a Karen ficou chata na segunda temporada.

Eu entendo a intenção: dar mais espaço para uma mulher respondendo as críticas da temporada passada de que elas seriam pouco importantes para a trama (do que eu discordo um tanto, vide o que comentei sobre a Vanessa). O problema é que eles pegam a Karen e vão de um ponto para o extremo oposto: elas está em TODAS as tretas. E, em grande parte delas, não como agente sob controle da situação (como o Matt cada vez que coloca o uniforme), mas como uma “donzela em perigo”, tendo que ser salva ora pelo Castle, ora pelo Matt. Sei lá. Dava para ter dividido um pouco com a Claire (que merecia mais tempo de tela), até para a coisa não ficar tão repetitiva como ficou.

Mas vá lá, foi o único ponto que realmente me incomodou. Mesmo o plot da Elektra que fica meio rocambolêstico no fim (para a história ter alguma coerência todo mundo – todo mundo mesmo – tem que ter ficado sabendo que Elektra era quem era só naquele momento, caso contrário a narrativa simplesmente não fecha). Eu acabo relevando o negócio todo porque: a) eu gostei de como a retrataram e desenvolveram ao longo dos episódios (a expressão da atriz quando ela mata um ninja na frente do Matt e pergunta se ele ainda gosta dela, caracoles!) b) as cenas de luta com a Elektra ficaram muito boas (já disse que não gosto de cenas de luta? talvez eu goste?) e c) all the feeeeeeeeeeeeeeeels.

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Eheita.

E de novo Matt dividido entre o que é e o que pensa precisar ser. De como ele se afasta de todos os amigos e acaba se aproximando justamente de Elektra, porque ela não questiona a vida de vigilante dele (no máximo a vida de cara do bem, hehe).

É interessante perceber como eles deram conta da introdução de novas personagens – as histórias do Castle e da Elektra se fundem no motivo: é Castle que fala para Matt que há um limite que depois de ultrapassado não tem mais volta (para Matt, matar alguém) e a fala acaba sendo retomada quando Stick fala para Elektra que Matt foi salvá-la porque se Elektra matasse seu mentor, aquele seria um caminho sem volta para ela.

Mais próximo da conclusão da temporada dá para perceber que já estão preparando o terreno para um A Queda de Murdock. O legal é o modo como estão fazendo isso: a ameaça de Fisk na prisão e o fato de que agora Karen sabe que Matt é o Demolidor prepara o terreno, mas não de forma urgente. Dá para fazer mais algumas temporadas de Demolidor até que essa linha seja retomada.

Então é isso. Falando bem a verdade eu nem ia publicar o post, mas aí lembrei que depois de Jessica Jones eu meio que me arrependi de não ter comentado a primeira temporada, então vai tudo aqui, né. E que venha logo Luke Cage. Antes que eu me esqueça:

avocados

06 Apr 11:09

texnessa: sicktress: petermorwood: hortensevanuppity: elodieunderglass: sugaryumyum: princessni...

texnessa:

sicktress:

petermorwood:

hortensevanuppity:

elodieunderglass:

sugaryumyum:

princessnijireiki:

latinagabi:

saturnsorbit:

Let’s not forget to acknowledge Alexandre Dumas this Black History Month

The writer of two of the most well known stories worldwide, The Three Musketeers and The Count of Monte Cristo was a black man. 

That’s excellence.

Let’s not forget that he was played on screen by a white man. And the fact that he was black is barely ever mentioned or the book he wrote inspired by his experiences.

Other things not to forget about Alexandre Dumas:

  • chose to take on his slave grandmother’s last name, Dumas, like his father did before him.
  • grew up too poor for formal education, so was largely self-taught, including becoming a prolific reader, multilingual, well-travelled, and a foodie, resulting in his writing both a combination encyclopedia/cookbook (which just— is fucking outrageous to me) AND the adaptation of The Nutcracker on which Tchaikovsky based his ballet
  • he also wrote a LOOOOT of nonfiction and fiction about history, politics, and revolution, bc he was pro-monarchy, but a radical cuss, and that got him in a lot of hot water at home and abroad.
  • even beyond that, he generally put up with a lot of racist bullshit in France, so he went and wrote a novel about colonialism and a BLATANTLY self-insert anti-slavery vigilante hero (which he then cribbed from to write the Count of Monte Cristo, the main character of which, Edmond Dantés, Dumas also based on himself).
  • (…a novel which also features a LOAD of PoC beyond the Count, and at LEAST one queer character, btw, bc EVERY MOVIE ADAPTATION OF ANYTHING BY DUMAS IS A LIE; seriously, at LEAST one of the four Musketeers is Black, y'all.)
  • famously, when some fuckshit or other wanted to come at Dumas with some anti-Black foolishness, Dumas replied, “My father was a mulatto, my grandfather was a Negro, and my great-grandfather a monkey. You see, Sir, my family starts where yours ends.”
  • for the bicentennial of his birthday, Pres. Jacques Cirac was like, “…sorry about the hella racism,” and had Dumas’s ashes reinterred at the Panthéon of Paris, bc if you’re gonna keep the corpses of the cream of the crop all together, Dumas’s more widely read and translated than literally everybody else.
  • and they are still finding stuff old dude wrote, seriously; like discovering “lost” works as recently as 2002, publishing stuff for the first time as recently as 2005.

ALSO IMPORTANT:

SWAG

I am absolutely ashamed to admit I had NO idea Dumas was black.

when this post first went around (a year ago apparently) I was like BUT WHAT ABOUT DADDY DUMAS THOUGH because basically

  • daddy general dumas was an immense fierce french warrior who was a 6 foot plus, stunningly gorgeous and charismatic Black gentleman 
  • he invaded egypt
  • the native egyptians said “is this napoleon? this must be napoleon. we for one welcome our majestic new overlord”
  • then napoleon showed up
  • napoleon has all the presence of yesterday’s plain Tesco hummus
  • the native egyptians were like “… no… no, we’ve thought very hard and we’ll have General Dumas actually”
  • this did not make napoleon happy
  • in fact it made him jealous
  • napoleon felt so emasculated that he launched a campaign of revenge against General Dumas, including taking away his pension, that probably inspired a lot of Alexandre’s rather satisfying scenes in which fathers are nobly avenged and the money-grubbing villains are rubbed in the mud

I was never taught that he was Black either. WTF.

General Dumas (aka Thomas Alexandre Davy de La Pailleterie) looked like this…

image

…and like this…

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…while “Napoleon has all the presence of yesterday’s plain Tesco hummus“…

image

:-D

I suspect Alexandre Dumas would have laughed at that, because besides looking like someone who laughed a lot…

image

he was also a foodie.

He was also born in present-day Haiti. Back then, it was the French colony of Saint-Domingue.

Read the fuck out of this of the day.

03 Mar 16:33

Baby

Does it get taller first and then widen, or does it reach full width before getting taller, or alternate, or what?
29 Feb 15:30

OSCAR: Os melhores memes de Gloria Pires comentando a premiação

by Bic Muller

E ontem foi dia de comemoração! Depois de muito 7x1, Leonardo Dicaprio finalmente ganhou um Oscar



Ficamos tristes por perder um meme tão clássico, mas como Deus sempre fecha uma porta e abre uma janela, ele nos tirou o meme do Leo sem Oscar e nos presenteou com um Glória Pires mais perdida que caravana de portadores de labirintite numa rave.



No começo da transmissão, Glória parecia estar apenas se ambientando com a função de comentarista e tentando ser sucinta nas respostas para não correr o risco de atrapalhar a cerimônia ao vivo, mas lá pelo terceiro "bacana" que ela mandou, as pessoas começaram a estranhar...




E aí meus amigos, foi ladeira abaixo... Glória virou uma máquina de memes e a cada bloco ela ficava mais desconfortável e mais evasiva e a internet mais eufórica




Glória ganhou até Oscar


As pessoas estavam se questionando como ela foi parar ali


E os memes crescendo... 



Enquanto Maria Beltrão, a outra apresentadora, tentava a todo o custo incluir Glória na história, ela parecia mais e mais nem aí com a transmissão



Glorinha se reservou no direito de comentar apenas "Não assisti" "Ótimo" "Curti" "Bacana"



Pra ter uma base, essa foi a frase mais comprida que ela disse durante toda a transmissão



Aí lá pelas tantas eu acho que Maria Beltrão tacou o foda-se e começou a perguntar dos filmes pra Glória de propósito só pra ver o que ela ia responder mesmo. 

E aí amigos, o estrago já tinha sido feito e dificilmente Gloria vai conseguir reverter a fama de perdida no Oscar 









Depois de uma transmissão inteira com Glória monossilábica, finalmente descobrimos para quem ela tava torcendo no Oscar




29 Feb 11:38

Oscar 2016 - o que teve?

by Thiago Pasqualotto

Após 5 indicações, DiCaprio desencantou e finalmente levou o Oscar de melhor ator. Um sopro de esperança para Katy Perry no Grammy. A cerimônia aconteceu neste domingo (28) em Los Angeles, o melhor filme da noite foi "Spotlight: segredos revelados".

Se você perdeu ou não prestou atenção nos detalhes, calma, agora a gente conta tudo O QUE TEVE de relevante.


Teve Vestido de fuxico das mulheres rendeiras de Piracicaba. Na Cate Blanchett até crocs e pochete fica elegante. 


Teve Alicia Vikander fazendo cosplay de Roberto Carlos. Onde foi parar a perna direita dela, gente???


E teve Brie Larson me deixando confuso com esse decote. A câmera tremeu ou tô vendo um filme 3D sem os óculos?


Posso falar? Não vou mentir, adorei essa calça-vestido da Lady Gaga. Tinha tudo pra ser algo mega estranho, mas ficou lindo nela e já me acostumei com a Gaga mais normal. Tô amando.


Julianne Moore musa, diva, rainha, sempre maravilhosa e sambando na nossa cara com seus 55 anos bem vividos.


Teve o emoji de berinjela.


Gloria Pires nem precisou ir até Los Angeles para ser a estrela do Oscar. A linda roubou a cena durante toda a exibição do prêmio na Globo com suas expressões sempre animadérrimas. 


Charlize Theron fez degrade com o red carpet. Decote profundo, linda, não tem o que falar, só admirar.

  
Essa foto eu coloquei pra vocês darem uma relaxada.


Sempre gostei da Jennifer Garner, o vestido tá ok, mas o que essa danada anda fazendo com o rosto dela? Pesquisei várias fotos pra ver se não era um ângulo ruim, mas não. Ela andou exagerando no botox mesmo, parece que teve um derrame. :(


- Como é que é? Trabalhar no domingo?


Segurando pum na hora da foto.


Olivia Pope toda trabalhada no couro. Achei dominatrix, já quero ela dando chicotadas no Fitz. #Scandal


 A estrela da festa não poderia deixar de aparecer. A estatueta.


Miga, sua louca! Saiu com o lençol amarrado no corpo.


Aqui vemos a serenidade no olhar de quem paga tudo no débito.


Enquanto isso, Glorinha continuava opinando sobre os vencedores da noite. Sempre muito objetiva e sincera.


Miga, pra boy tu tem bom gosto, mas pra vestido tá puxado. Que decote desgraçado.


REGINA GEORGE TRAI O AARON SAMUELS TODA QUINTA NA SALA DE PROJEÇÃO EM CIMA DO AUDITÓRIO.


A brasileira Silvetty Montilla fez bonito no red carpet.


Teve boy para todos os gostos.


A internet é sempre maravilhosa.


Tão animada quanto Gloria Pires... estava Rooney Mara com sua sandália Djean.


Teve marmita.


Sofia Vergara é dessas que não precisa nem se preocupar muito com o vestido. Ela já é um evento por si só em qualquer premiação. 


Sylvester Stallone tão puxado que essa boca aí deve ser o umbigo dele.


Eu olho pra Whoop Goldberg e fico com vontade de pegar uma canetinha pra desenhar uma sobrancelha nela. Aflição! 


E Glorinha continuava com cara de quem preferia estar em casa com a Cleo vendo o jogo dos pontinhos do Silvio Santos.


Rose e Jack se encontraram e eu nunca superei que ela ficou naquela porta enorme sozinha enquanto ele morria congelado no mar. Egoísta filha da mãe.


Teve Rose moda sustentável.


E teve Rose de vinil reciclado.


O que você achou, Glorinha?


Heidi Klum, a arroz de festa, foi de debutante dos anos 90.


Teve Klum quartinho de menina-moça.


Teve Klum cortina.


Teve Klum decoração de festa.


E teve Klum de Xuxa em Lua de Cristal.


Enquanto Glorinha tirava um cochilo no sofá.


27 Feb 00:46

Personagem Wes de How To Get Away With Murder fala português com sotaque carioca!!!

by Morri de Sunga Branca
O Ator Alfred Lewis Enoch, que interpreta o chato do Wes na série How To Get Away With Murder (sigla htgawmhmhtwbswg) deu uma entrevista, e, pasmem...o moço fala português com sotaque carioca!

— Paulo Mac (@paulomac) 21 de fevereiro de 2016
Já não bastasse ele falar português mais fluente que eu e você juntos, o ator também fala espanhol e claro, inglês.
Aliás, ele também fez participação em Harry Potter, o que sugere que ele também fale a língua da cobra do Voldemort. 

Eu não duvidaria nada também que o ator falasse a língua dos Elfos do Senhor dos Anéis, o dialeto de avatar ou a língua dos anjos da Sarah Sheeva:


E a gente aqui falando só fluente em falar várias bosta, né amigos?
25 Feb 11:36

“The Winds of Winter” terá reviravolta envolvendo personagem morto na série de TV

by Rafael Bacellar

No ano passado, em uma entrevista à Entertainment Weekly, George R. R. Martin revelou que estava pensando em escrever uma grande reviravolta no sexto livro das Crônicas de Gelo e Fogo, “The Winds of Winter” (Os Ventos do Inverno), algo que não poderia ser reproduzido na série de TV por que um dos personagens envolvidos teria sido definitivamente morto na adaptação.

Isso vai enlouquecer os leitores, mas eu amei. Eu ainda estou ponderando se devo ir nessa direção ou não. É uma grande reviravolta. É fácil escrever coisas que são chocantes ou inesperadas, mas elas precisam crescer à partir dos personagens. Crescer a partir das situações. De outra forma, seria apenas o choque pelo choque. Mas isso pareceu algo bem orgânico e natural, eu consegui visualizar tudo acontecendo. E com os outros três, quatro personagens envolvidos… faz muito sentido. Mas não é nada que eu tenha pensado antes. E não é nada que eles poderão fazer na série, por que na série eles fizeram algumas decisões envolvendo um esse personagem em particular que irão tornar isso impossível. No meu caso, essas decisões não foram feitas.

Em uma entrevista recente ao site IGN, ele confirmou que este acontecimento estará mesmo no livro. Do que vocês acham que se trata?

Confiram abaixo um trecho do vídeo, que também conta com a presença de Ryan Condal, um dos criadores da série Colony (USA), que foi exibida no cinema do Martin há alguns dias:

Ele também falou sobre as diversas distrações que atrapalharam o seu [naturalmente lento] processo de escrita, entre elas a colaboração com a HBO. E claro que a entrevistadora não pôde deixar de parabenizar o escritor pela sua participação especial na série Z Nation.

“The Winds of Winter” ainda não tem data de lançamento prevista (embora George pareça empenhado a terminá-lo o quanto antes).

25 Feb 11:35

Novos cartazes promocionais da sexta temporada mostram o Salão das Faces

by Ana Carol

A HBO liberou neste começo de tarde mais pôsteres promocionais da sexta temporada de Game of Thrones.

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São dezenas de pôsteres homenageando personagens vivos e mortos, expostos na Casa do Preto e Branco em Bravos. Algumas imagens foram divulgadas com exclusividade pela Sky Atlantic, HBO Nordic, Hollywood Reporter e TV Line. Parte delas veio acompanhada de uma frase de efeito dos personagens:

poster2 poster1Cb_Xd3mW0AAvC7H“I will do what queens do. I will rule.”

Cb_LiiyUkAEgKuy“There’s only one war: life against death.”

Cb_LR2dUYAAuoAe“I have only two talents in this world: war and women.”

Cb_UM15UkAACQCM“I will be your champion.”

Cb_koVnXIAAj86E“I was never meant to be a father.”

Cb_YU-_UAAEc1RK“We don’t get to choose whom we love.”

Cb_Y2E8UMAEgTce“If you lie to me, I’ll pull your guts out through your throat.”

Sansa-HOF Joffrey-HOF Cb_q_mxWoAEPgkX“If you want justice, you’ve come to the wrong place.”

Cb_o416WIAAKKYS“Anyone can be killed.”

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Continue nos acompanhando para mais notícias sobre a nova temporada da série.


Game of Thrones retorna em 24 de abril as 22h na HBO Brasil e mundialmente.

05 Feb 10:54

Produtores falam sobre o desastroso piloto descartado de Game of Thrones

by Rafael Bacellar

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Nesta semana, no episódio do podcast Scriptnotes – que discute, principalmente, o processo de desenvolvimento de roteiros para cinema e TV – o host John August (roteirista de “Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas”, “Vamos Nessa” e vários projetos do Tim Burton) recebeu os showrunners David Benioff e D.B. Weiss, de Game of Thrones,  além do ator Jason Bateman e do também roteirista Craig Mazin, de “Uma Ladra Sem Limites” e “Se Beber, Não Case”.

Durante o programa, Mazin, que é amigo de Benioff e Weiss, revelou que ele e Scott Frank (roteirista de “Minority Report” e “Irresistível Paixão”) foram convidados para assistir ao piloto original de Game of Thrones – que demorou QUATRO ANOS para ser finalizado. E parece que o resultado foi desastroso.

“Assistir a eles assistindo aquele piloto foi uma das piores experiências da minha vida”, disse Weiss, “assim que terminamos, Craig falou: ‘Vocês tem um GRANDE PROBLEMA nas mãos.'”

“E Craig não teve nenhuma grande ideia. Apenas aconselhar que mudássemos tudo”, acrescentou Benioff. E  exatamente isso que os dois fizeram. Mais de 90% daquele episódio foi regravado, dando origem à série que conhecemos hoje.

Mazin admitiu que, depois de ter assistido ao piloto original, ele não tinha muitas esperanças para Game of Thrones, mas tudo mudou depois que assistiu a premiere na HBO.

Eu sentei ali enquanto a série se desenrolava e fiquei atordoado. ATORDOADO. Lembro especificamente de ter saído e ter dito [a David e Dan], “Esse foi o maior resgate da história de Hollywood!”. Por que eles não transformaram algo simplesmente ruim em algo bom. Eles pegaram uma verdadeira merda e transformaram em algo brilhante. Isso nunca acontece!

A dupla de criadores ainda disse ao Scriptnotes que a HBO não ficou tão empolgada com a audiência da série inicialmente, mas que, graças aos deuses, isso mudou com os anos. Hoje, Game of Thrones é o programa mais assistido e pirateado da história do canal.

Quando perguntados sobre como o trabalho afeta a amizade deles, Weiss respondeu que Benioff já o ameaçou de morte inúmeras vezes enquanto estava bêbado. David se defendeu:

Dan tem essa tática de escrever um e-mail com 14 páginas sabendo que depois de quatro ou cinco páginas eu estarei tão entediado que vou desistir de argumentar. “Você venceu. Corte logo a cabeça dele!”

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Sobre a 7ª temporada da série, os produtores adiantaram que já estão escrevendo algumas cenas, e que trocaram uma sequência de pequeno porte na Sala do Trono por um grande desfile nas ruas de Porto Real, que demorará cerca de 3 dias para ser filmado. O pessoal do Los Siete Reinos acredita que possa ser uma nove coroação. E vocês, o que acham?


  • Você pode ler o script e curiosidades à respeito do piloto não-aprovado aqui no site.
  • Para ouvir o Scriptnotes 235 na íntegra (e em inglês), basta clicar aqui.

Game of Thrones retorna no dia 24 de abril.

[Fonte: uproxx.com]

28 Jan 12:44

ENCONTRE O ERRO: OS PERSONAGENS DE A REGRA DO JOGO

by Bic Muller

Já dizia o sábio que a expectativa é mãe da decepção. 
E bem, A Regra Do Jogo não saiu exatamente como planejamos. Digamos que numa escala que vai de Esperança até Vale Tudo ela ficou ali por Em Família, quase chegando em Zazá.

Não tivemos uma abertura que fosse capaz de virar hashtag como foi o #OIOIOI. 

O soooool até que foi legal nos primeiros dois dias mas depois disso convenhamos, né?

Eu ia fazer um Encontre o Erro clássico, de uma cena ou sequência estapafúrdia, mas acontece que eu fico muito mais confusa com os personagens que com uma cena em particular. 

Então dá play na abertura de Avenida Brasil pra ficar com mais saudade ainda de um tempo que não volta mais...




ANTENA

Antena prometia ser a nova Carminha. Chegou já no primeiro capítulo sendo maravilhosa, exagerada, gargalhando alto, roubando a amiga rica. 

E de repente, não mais que de repente essa mulher forte, decidida e independente virou capacho do macho que não dá bola pra ela. Eu solto um UÉ????? cada vez que ela aparece, principalmente depois que ela começou a fazer a Luma de Oliveira e usar coleira com o nome do bofe. 



Não consigo entender como isso aconteceu e fico bem triste de ver uma personagem com tantas possibilidades se resumir a mendigar amor de um cara que caga pra ela. 

Que desperdício de vilã...

Amiga, fica aqui pra você uma dica que é tão antiga que já existia até no Orkut:


Numa escala de 1 a 5 Carminhas revoltadas o que esse personagem anda fazendo com a própria vida????

        

ROMERRO



Toda vez que assisto a novela o Romerro ta de um jeito. Tem dia que tá bonzinho, tem dia que tá malvado, é da facção, tá fugindo da facção, tá pobre, tá rico, não consigo acompanhar, as vezes parece que to assistindo a umas 5 novelas diferentes no mesmo horário.

Fora que ele tinha uma doença degenerativa gravíssima e sem cura e aparentemente melhorou sem explicação.

Mas eu bem que avisei que esse nome não ia dar muito certo. Juro que não é implicância gratuita com Romerro Britto, mas teria sido melhor se por exemplo tivessem usado o Rômulo ou até mesmo chamado o personagem de, sei lá, Picasso


Numa escala de 1 a 5 Carminhas inconformadas, o que esse personagem anda fazendo com a própria vida????



GIBSON, O PAI


Ele disse que criou a facção depois de um assalto em sua casa, em que fizeram suas duas filhas e a esposa de reféns e isso arruinou a vida delas. Não entendo como foi ISSO que arruinou a vida delas, sendo que uma filha ele jogou no hospício e a outra ele forjou a morte e deixou ela vivendo em um casebre com seu sequestrador a ponto dela desenvolver síndrome de estocolmo.

Fora que C A D A V E Z que chamam ele de paaaaaaaai, eu imagino:


Numa escala de 1 a 5 Carminhas sofridas, o que esse personagem anda fazendo com a própria vida????


CHATÓIA


Mocinha, né mores? Já temos uma dificuldade enorme de gostar das mocinhas, porque mocinhas geralmente são sinonimo de gente sonsa e credo, que pavor de gente sonsa.

Mas Chatóia tá passando dos limites. Ganhou uma BOLADA de dinheiro e mesmo assim preferiu continuar vivendo uma vida simplesinha e inclusive apareceu em uma cena pechinchando um negócio do casamento dela. AHHH ME POUPE QUERIDA 

2016, gentes! Já tá na hora de superar essa mania novelística que bonzinho sempre tem que ser pobre, porque quem gosta de dinheiro é vilão. Amores, dinheiro é ótimo, principalmente quando a gente tem, tá? Vamos aceitar isso, obrigada de nada.

Numa escala de 1 a 5 Carminhas sem rivotril, o que esse personagem anda fazendo com a própria vida????





PEDANTE



Pedante é um investigador que passou a novela inteira investigando, investigando mas na verdade acabou indo do nada pra lugar nenhum. Tão incompetente que até a biruta da Nelita conseguiu descobrir mais coisas que ele.

Sério, nunca vi um policial tão tapado. Não junta lé com cré, não sabe se defender, atrapalha as ações, quase morre, prende a pessoa errada, solta a pessoa certa, não percebe que o avô e o próprio pai são bandidos perigosos.

Só consigo imaginar um lugar que Pedante tenha conseguido se formar policial


E atenção agora para cenas exclusivas do Pedante em uma eletrizante perseguição policial:


Numa escala de 1 a 5 Carminhas entediadas, o que esse personagem anda fazendo com a própria vida????


BIRITA


Taí uma personagem que fico na dúvida se faz parte do núcleo de humor involuntário ou se só sinto constrangimento mesmo. 

Nah, não fico na dúvida. No casamento dela com Orlando só faltou eu me esconder atrás do sofá. Eu tava rindo de nervoso com aquela cena de vexame que não acabava nunca.

Birita não pode com bebida de jeito nenhum! Nunca vi coisa igual.
Um bombom de licor é suficiente pra pomba dela girar com força.


No último porre de perfume ela tentou agarrar o próprio sobrinho. Não sei mas olhei no relógio e aqui tá marcando a famosinha: hora de parar.


Mas o que acho pior mesmo nessa história é que Birita mesmo maluca desse jeito conseguiu desvendar mais crimes que o Pedante hahahahaahahahahahahaahahah ai ai 

Numa escala de 1 a 5 Carminhas desoladas, o que esse personagem anda fazendo com a própria vida????

        


BELEZA


Ela começou a novela com muito frizz no cabelo e querendo ser funkeira, brigava com a mãe, era chata e mimada e não tava nem aí para os sentimentos dos outros.

Mas lá pelas tantas não sei como exatamente, parece que descobriu as maravilhas do óleo de coco, ajeitou o cabelo, mudou o visual, esqueceu o passado esquisito e ficou boazinha. 


Opa, errei! Era essa foto aqui



Não consigo compreender essa personagem também. É outra que agora só fica mendigando o amor do bofe que não quer nada com ela. 

MAS QUE DIACHO DE NOVELA QUE SÓ TEM MULHER SUBMISSA E EMOCIONALMENTE DEPENDENTE DE MACHO? GENTE PELAMORDEDEUS VAMO LEMBRAR DAS SPICE GIRLS E SAIR GRITANDO
GIRL POWER POR AÍ!!!!! 

Numa escala de 1 a 5 Carminhas insatisfeitas, o que esse personagem anda fazendo com a própria vida????



DOMINGAS


Passou a novela toda apanhando do marido canalha e o que seria uma bela oportunidade de falar sobre empoderamento feminino, lei Maria da Penha e denúncias de violência doméstica acabou por isso mesmo. O traste saiu de casa e JURO QUE NÃO SEI ATÉ HOJE COMO ISSO ACONTECEU, um dia eu estava assistindo a novela e de repente ela apareceu na cama com o Carmo Dalla Vechia.

E daí  T O D O D I A que eu via a novela ela tava na cama com ele e rolava o seguinte diálogo:

- ain, nunca me senti assim
- ahhhh vou te ensinar a ser amada
- nhaaaa num mereço ser amada, sou feia
- é linda, eu te amo


Eu já tava achando que eles estavam repetindo o mesmo capítulo sempre, mas daí ele finalmente revelou seu grande segredo:

Numa escala de 1 a 5 Carminhas exaustas, o que esse personagem anda fazendo com a própria vida????



CÉSAR


César apareceu DO NADA na casa da Domingas (sério gente, como esse homem foi parar lá? eu não sei até hoje, me ajudem!) e pá, eles começaram a transar como se não houvesse amanhã.
Mas ele não revelava o nome dele e ficava putinho se ela perguntava alguma coisa.
Normal, né gente? Um dia você tá em casa de boas, chega um desconhecido, você transa com ele várias vezes mas ok não saber nem o nome do sujeito.

Ok, achei que ele ia desvendar algum segredo da facção do nível: Adisabeba que é o verdadeiro pai (bem que podia, né nom?!) ou que ele era irmão perdido da Tóia. Sei lá, gente. Tanta coisa pra inventar.

Mas não. Ele só era um cara que sofreu um acidente em que seus dois filhos morreram. E ele fez o que? FUGIU DA ESPOSA QUE PERDEU OS DOIS FILHOS E DEIXOU ELA SOZINHA SEM ENTENDER PORQUE FOI ABANDONADA. Sério. Sério mesmo. Que historinha mais... aff. Poderíamos ter dormido sem essa.

Numa escala de 1 a 5 Carminhas desinteressadas, o que esse personagem anda fazendo com a própria vida????

 



BRENO


Um dia eu tava lá vendo a novela quando PÁ! 
Quando foi que Otávio Muller virou crossdresser na novela? 
Mas assim, sem explicação, sem contexto, sem nada? 

Podia ser uma trama legal?
Podia.
A crossdresser precisava ser núcleo cômico? 
Não. 
Já é 2016, gente. Vamos usar isso com mantra, ok?

Numa escala de 1 a 5 Carminhas perdendo estabilidade emocional, o que esse personagem anda fazendo com a própria vida????



JULIANO


EPA, quase que me esqueci desse aqui! Pra vocês verem...
Juliano prometeu ser a Nina reloaded e acabou que passou metade da novela fugindo da polícia e a outra metade fugindo da facção. 
A sorte dele é que na polícia tem o tapado do Pedante e a facção parece mais um quadro dos Trapalhões.

Tem um relacionamento com a BelizzzzzzzzzzzRONC
mas ama Chatóia. Triângulo amoroso tão puxado que a gente não torce pra ninguém pois tanto faz.

Numa escala de 1 a 5 Carminhas entrando numa crise nervosa, o que esse personagem anda fazendo com a própria vida????

 

ADISABEBA

Sinceramente eu esperava que Adiseba fosse a rainha da facção, amada por 586 milhões de bandidos, aclamada pela polícia, temida pelos inimigos. Mas não. Mas não. O chefe é o Gibson. Vê se pode uma coisa dessas? Desperdício de Susana Vieira nessa novela.

Ainda bem que ela é muito maior que isso. Já fez 365 novelas durante os 500 anos de Rede Globo e mesmo assim o melhor papel continua sendo sempre ela mesma. 



Por uma novela apenas com Susanas Vieiras. Acho que assim não dá mais erro.



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10 Dec 10:36

The Legends of Ashildr: personagem de Maisie Williams ganha livro de Doctor Who

by Thais Aux

Livro reúne 4 contos do diário da personagem de Maisie Williams na 9ª temporada de Doctor Who

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24 Nov 11:16

Dr. Drauzio, mito da internet

by Lele

Melhor vídeo do ano.

Senta pra assistir. Adota a gente, Drauzio <3

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03 Nov 11:27

6ª temporada de Game of Thrones estreará mais tarde do que o previsto

by Ana Carol

gameofthrones_season6

Parece que Game of Thrones quebrará uma tradição em seu retorno no ano que vem. Tudo indica que veremos Westeros e Essos apenas em maio de 2016, e não no começo de abril ou final de março como estamos acostumados há cinco anos.

O canal anunciou esta semana que retorna em fevereiro com parte de suas produções originais do inverno americano: as série aclamadas GirlsTogetherness, além da estreante Vinyl, de Martin Scorsese. A nova programação estreia a partir de 14 de fevereiro, um mês mais tarde do que a HBO costuma fazer.

São sempre um drama com duas comédias nas noites de domingo. Game of Thrones, Veep e Silicon Valley costumam voltar algumas semanas após Girls e suas companheiras.

Como não tem como a HBO exibir duas séries dramas primetime no mesmo domingo, é natural esperar que Game of Thrones voltará com sua sexta temporada apenas em maio. Essa perspectiva é animadora se pensarmos que Os Ventos de Inverno poderia ser publicado no começo do ano que vem e os fãs dos livros teriam mais tempo para ler e estudar a obra antes da David e Dan soltarem sua voadora cruel de spoilers da trama.

Seja como for, a HBO costuma anunciar a data de retorno da série no finalzinho do ano. Portanto, logo mais teremos mais notícias concretas sobre isso.

22 Oct 10:46

Expectativa x Realidade: De volta pro Futuro. O que Marty Mcfly não esperava MESMO que iria acontecer

by Bic Muller
Sim, amigos. O futuro finalmente chegou!



Lógico que estou falando do dia de hoje no filme De Volta para o Futuro, que é quando o Delorean desembarca pra descobrir o que estamos aprontando por essas bandas



E se ele achava que ia chegar aqui e encontrar carros voadores, está muito enganado. Não, ainda não temos. Mas em compensação tem muita coisa que precisamos te explicar, Marty:

Aqui no futuro o prateado não pegou muito. No lugar temos uma galera usando essa calça estranha:



Temos que te explicar também que hoje em dia existem pessoas chamadas subcelebridades. São pessoas que não sabemos direito quem são, mas fazem coisas esquisitas pra virar notícia e usam apelidos estranhos para se identificar. Ex: Peladona De Congonhas e a novíssima mas não menos desconhecida Índia Fitness




Pois é. Por essa você não esperava, hein Marty?



A TV tá bem parecida com o que você imaginou, e nos comunicamos por vídeo também. Se chama Facetime.



Temos também um aplicativo que depois que você vê a mensagem, ela desaparece. É muito usado para mandar nudes



Interessante, né?



Espero que tenha trazido muito dólar no bolso. Tá valendo 4 pila hoje...




Juro.




Ah, Brasil perdeu de 7x1 pra Alemanha na Copa!



Quem apostar nesse placar vai ficar rico...





Em 2015, o barulho que você faz quando bate o dedinho na porta, passou a se chamar FALSETE, e, através disso, é possível mostrar cultura pra esse povo:


Faz um falsete aí, Marty!!!


Ahhh, as pessoas não estão usando aquele seu tênis...



Ao invés dele, acharam melhor usar saboneteira no pé:




Hey baixinho! As coisas mudaram por aqui!
Xuxa aproveitou que venceu a validade do pacto e se mudou pra Record:




ALERTA!!! Aqui no futuro, temos uma nova ameaça contra a saúde pública mundial, não, não é uma doença, é uma mulher, ela tem matado muita gente...seu nome? Shonda Rhimes ou shondanás, se preferir. 

Quem assiste grey's anatomy, scandal ou how to get away with murder está sofrendo muito com as perdas....





Em pleno 2015, tem gente falando o absurdo que família é apenas união entre homem e mulher....Essa é pra chorar e se revoltar junto.






Agora vem a pior notícia, Marty...

BOMBA: Infelizmente, o casal Joelbinha se separou =(



Agora não tem mais quem ensinar o cavalo manco a nova dança do estado do Pará, porque parece que a banda GRAÇAS A DEUS tá acabando mesmo. 


E o pior de tudo, Marty, é que as gírias da sua época, como "supimpa", "do balacobaco" ou "é do borogodó" foram substituídas pela palavra: 




Inclusive, Bela Gil deixa a dica: 


Em 2015 uma importante questão divide a humanidade. 
Uma guerra que causa brigas, separa casais e provoca muita confusão na internet.

Marty, siga meu conselho: enquanto estiver em 2015, em hipótese alguma faça esta pergunta pra alguém:




é bolacha.

É...acho melhor você ficar por aí em 1985 mesmo, Marty... Não evoluímos muito não...



13 Oct 12:07

Last Kingdom – S01E01

by dwookie

Dia 10 de Outubro de 2015 foi um dia adorável! Foi dia dos Dinamarqueses desembarcarem na Nortúmbria!

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Como eu já disse em outras ocasiões, desde 2006, acompanho Uhtred em sua busca incessante por Bebbanburg e seu papel (ainda que fictício) na história da Inglaterra.

Ler essa história, já é sensacional.

Para quem ainda não leu, recomendo essa promoção. A coleção com os 08 livros já publicados no Brasil!

Entretanto, ver isso na TV é ainda melhor. Acho que não existe uma frase melhor para descrever esse momento senão a boa e velha Wyrd bið ful ãræd.

Valeu a pena esperar! E por ter sido uma longa espera, não me alongarei por aqui. Vamos direto para a resenha…

S01E01 – THE DANES HAVE ARRIVED

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Logo no início me convenci que a série seria bem fiel ao livro.

A primeira cena, mostra Bebbanburg sendo vista pelos olhos de Uhtred! Em As Crônicas Saxônicas, a história é narrada em primeira pessoa. Ver a primeira cena da série fazendo menção ao estilo narrativo de Cornwell, foi sensacional.

E o que vimos, pelos olhos do pequeno Uhtred? A linda Fortaleza de Bebbanburg.

A fortaleza fica numa rocha elevada que se desenrola na direção do mar. […] Para chegar a Bebbanburg é preciso pegar a estrada para o sul, uma longa tira de rocha e areia guardada por uma grande torre de madeira, o Portão de Baixo, construído em cima de uma parede de terra. Passamos trovejando pelo arco da torre, os cavalos brancos de suor, passamos pelos depósitos de grãos, pela oficina do ferreiro, pelos abrigos dos falcões e os estábulos, todas construções de madeira bem cobertas com palha de cevada, e em seguida subimos o caminho interno até o Portão de Cima, que protegia o pico da rocha rodeado por uma paliçada de madeira envolvendo o castelo do meu pai. Ali apeámos, deixando os escravos levarem nossos cavalos e falcões, e corremos até a paliçada do leste, de onde olhamos para o mar. O Último Reino – As Crônicas Saxônicas

Bem parecida como Cornwell a descreve, logo no primeiro capítulo de O Último Reino.

Se vocês repararem, por todo episódio veremos que as construções são feitas de madeira. Cornwell deixa claro que são poucas as construções de pedras. Sendo apenas aquelas que resistiram ao tempo, construídas pelos Romanos.

Levou-me ao palácio, que era apenas uma casa grande, parcialmente construída pelos romanos com pedra e em parte feita mais recentemente com madeira e palha… O Último Reino – As Crônicas Saxônicas

Até mesmo o palácio de Alfredo só tem alguns lugares feitos de pedra.

Alfredo estava em Wintanceaster, a capital de Wessex, uma bela cidade numa região rica. Os romanos tinham feito Wintanceaster, claro, e o palácio de Alfredo era na maior parte romano, ainda que seu pai tivesse acrescentado um grande salão com traves belamente esculpidas, e Alfredo estava construindo uma igreja ainda maior do que o salão, fazendo as paredes de pedra que, quando cheguei, estavam cobertas por uma teia de andaimes de madeira. O Último Reino – As Crônicas Saxônicas

Levar isso em consideração é uma amostra de que a BBC está comprometida em manter a verossimilhança da obra e consequentemente da História da Inglaterra.

Ainda falando sobre fidelidade da obra, quem leu os livros sabe que existe uma sessão, antes do Prólogo, chamada de Topônimos.

Ali Cornwell explica sobre a grafia dos topônimos na Inglaterra anglo-saxã. Então, Londres  era conhecida como Lundene, Lundonia, Lundenwic, Lundenceaster e outros.

Ver isso na série, é para deixar qualquer fã doido!

Eoferwic é YorkLoidis passa a ser Leeds, diante de nossos olhos! Sei que é um detalhe pequeno, mas são esses os detalhes que me fazem lembrar dos livros, e me mostra um cuidado ao abordar a  obra de Cornwell.

Os Vikings

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Eu tinha certo receio da caracterização dos barcos. Era o que mais me assustava, porém fiquei tranquilo quando vi os primeiros barcos.

Os vikings estão bem caracterizados também e gostei muito de Ravn e Kjartan.

Kjartan é dos responsáveis por um dos barcos de Ragnar. Ver ele ali, navegando foi bem nostálgico.

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Talvez por eu sempre ter imaginado um Ragnar difernente, este Ragnar me surpreendeu.

Talvez o Ragnar da série, faça mais sentido do que o Ragnar que eu imaginava. Ele é um dinamarquês que quer encontrar um lugar para estabelecer sua família. E não o grande guerreiro que eu imaginava há 10 anos atrás.

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E é exatamente quando aborda Ragnar e seus objetivos na na Inglaterra, que vi um (dos 3) melhores momentos do episódio.

Ragnar pedindo para seu pai experimentar a água e descrevendo a região.

Vejo um lugar para engordar e envelhecer. The Last Kingdom – Ragnar

Gostei de ver essa abordagem inicial, retratando os interesses dos dinamarqueses, pois nos livros vimos isso apenas depois, quando Uhtred já está com Ragnar.

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Essa reflexão é bem interessante. Deixando claro que os dinamarqueses vieram para colonizar e não apenas explorar a região.

A série já mostra que não há “os bons”e “os maus”. Há um grupo de pessoas que querem algo e pagarão o preço que for para ter. Mais um motivo para não saber para que lado torcer. Saxões ou Dinamarqueses?

Osbert e Beocca. Paganismo e Cristianismo

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O diálogo entre o padre Beocca e Osbert é bem divertido, e vemos algumas informações sobre a Inglaterra e sobre o paganismo vs. cristianismo.

O deus Woden, era adorado pelos ancestrais de Uhtred. Beocca se incomodando com essa citação me faz ter certeza de que teremos ótimos momentos.

Diálogos e cenas como nos livros

Muitas pessoas se preocupam com a fidelidade das séries que se baseiam em livros. Será que ficará fiel?

Eu não me preocupo tanto, caso a série consiga contar uma boa história, ainda que alterando alguns pontos principais.

Em The Last Kingdom eu não senti problemas com as alterações. Percebi apenas alterações mínimas como cor de cabelo ou alguma característica física, que para mim é irrelevante.

Exceto o fato de que na série Ragnar, o Jovem está com eles na Inglaterra e irá para a Irlanda.

Nos livros, ele está na Irlanda e aparece depois.

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Ragnar, o Jovem

Mas o que gostaria mesmo de abordar são os momentos épicos, que fazem lembrar do livro.

Temos Ragnar, o Intrépido vindo à cavalo, aparecendo nos portões de Bebbanburg e jogando a cabeça de Uhtred (O filho de Uhtred, irmão de Osbert, o mesmo Osbert que passará a ser nosso amado Uhtred) no chão, é de arrepiar.

E o diálogo de Uhtred Pai, com Uhtred/Osbert. Abaixo, transcrevi o diálogo encontrado no livro. Muito parecido com aquele no episódio.

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— Nossos ancestrais — prosseguiu depois de um tempo — tomaram esta terra. Tomaram, cultivaram e mantiveram. Não entregaremos o que nossos ancestrais nos deram. Eles atravessaram o mar e lutaram aqui, construíram aqui e estão enterrados aqui. Esta é nossa terra, misturada com nosso sangue, reforçada com nossos ossos.

Osbert passa a ser Uhtred

No desenrolar da trama, vemos Osbert se tornando Uhtred, através do batismo. Uma confirmação da sua situação cristã.

Agora temos finalmente nosso Uhtred. Aquele que seguiremos até o final da série.

Os eventos se desenrolam de forma rápida e percebo que a série terá um ritmo rápido em alguns momentos e desenvolvimento mais lento em outros.

Finalmente chegamos à primeira Parede de Escudos.

Eu poderia postar frame a frame da batalha, pois achei sensacional essa cena! Posso dizer que essa foi a segunda cena, das 03 que eu adorei.

Tudo bem vívido, visceral, bem real!

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Os dinamarqueses gritavam para nós, mas estávamos muito distantes para ouvir seus insultos. Os escudos, redondos como os nossos, eram pintados de amarelo, preto, marrom e azul. Nossos homens começaram a bater com as armas nos escudos e esse era um som temível, a primeira vez que eu escutava um exército fazendo aquela música de guerra;

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o choque de lanças de freixo e lâminas de espadas de ferro contra a madeira dos escudos.

— É uma coisa terrível — disse Beocca. — A guerra é uma coisa medonha. Não respondi. Estava achando gloriosa e maravilhosa.
— A parede de escudos é o lugar onde os homens morrem — continuou

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Beocca, e beijou a cruz de madeira pendurada no pescoço. — Os portões do céu e do inferno estarão atulhados de almas antes que este dia termine.

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Lama, gritos, sangue, som das espadas e da madeira se chocando! Tudo muito real!

Teve até luzes passando pelas frestas da parede de escudos dos dinamarqueses.

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As tomadas de dentro da parede conseguiram passar a sensação sufocante dessa manobra de batalha.

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Eu gostei de cada momento e de cada detalhe. E assisti mais algumas vezes!

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Cornwell deve ter ficado feliz! Imaginem as próximas, quando Uhtred participar delas!

 O pequeno Uhtred atacando Ragnar ficou muito parecido como no livro. No livro ele o ataca à cavalo. Mas gostei do “duelo”entre os dois.

Uhtred recuperando seu colar, que representa Bebbanburg, foi bem significativo.

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A nova vida de Uhtred

A caminhada de Uhtred pelos salões dos dinamarqueses demonstrou um pouco dos horrores da guerra, que nos livros, é bem mais detalhado.

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Enquanto os dinamarqueses se divertem e comemoram a vitória, ao mesmo tempo matam os cativos, se divertem com as recém-escravas.

Aqui está outra cena que eu gostei muito. O momento em que Ravn dá a faca para Uhtred.

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– Cuidado com a lâmina. Está afiada.

– Poderia matar um homem.

The Last Kingdom

Ali deixa-se claro, que ele não teme o garoto. Pelos “olhos” de Ravn, Uhtred aprende um pouco sobre os dinamarqueses. E um aviso importante vem logo no primeiro episódio.

Nunca, nunca lute com Ubba. The Last Kingdom

Sabemos ainda que toda a Inglaterra está sendo atacada, e Wessex, O Último Reino, ainda resiste, porém por pouco tempo.

Finalmente vemos a interação de Brida com Uhtred. Ela é uma garota inglesa que foi levada também pelos dinamarqueses. Ela é uma personagem excepcional que contribuirá com ótimos momentos para a trama. Como havia dito no post anterior, ela é uma das minhas personagens preferidas.

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Muito do que Uhtred é, ele deve à ela.

Continuamos e agora vemos Uhtred e Brida vão para o campo de batalha recolher as armas dos caídos. É Uhtred quem leva a arma que ficará nas mão do cadáver de seu pai.

E ali, o pequeno Uhtred se torna outra pessoa. Agora inicia sua jornada no mundo dinamarquês.

Kjartan e Sven. Banimento e traição.

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Aqui passamos para a segunda parte do episódio. Já no ambiente dinamarquês, sob os cuidados de Ragnar, Brida e Uhtred brincam com Thyra (a filha de Ragnar).

Sven, um garoto dinamarquês, filho de Kjartan aparece e algo trágico acontece.

Aqui na série, a cena é mais leve do que na obra literária. No livro, além de rasgar as roupas de Thyra, o garoto exige que ela toque nele.

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Quando Ragnar vai tirar satisfação com Kjartan você senta a ira do dinamarquês. E pela primeira vez fiquei com medo dele na série.

Os diálogos estão muito parecidos com os do livro.

— Desculpe — murmurou ele.

— Não estou ouvindo — rosnou Ragnar.
— Desculpe, senhor — disse Sven tremendo de medo.
— Desculpe o quê?
— O que eu fiz.
— E o que você fez?
Sven não encontrou resposta, ou não encontrou uma resposta que quisesse dar […] — Você pôs as mãos na minha filha — disse Ragnar —, amarrou-a numa árvore e a despiu.

— Uhtred! — gritou Ragnar, fazendo com que eu pulasse. — Ele diz que ela só estava seminua. É verdade?

— Sim, senhor.

— Então só meia punição — disse Ragnar, e impulsionou a espada, com o punho na frente, direto contra o rosto de Sven. […]

Sven estava agachado, gemendo, as mãos apertando o olho arruinado.
— Acabou — disse Ragnar a Kjartan. O Último Reino – As Crônicas Saxônicas

E quem aqui não ficou nostálgico quando viu Ragnar citando os galhos de aveleira, para resolver uma disputa?

Nos livros foi um pouco diferente, mas a simples menção já alegrou os fãs antigos.

Ragnar fez um gesto abrupto, e os galhos de aveleira foram largados no chão. Essa era evidentemente sua resposta, que não fez sentido para mim, mas Kjartan entendeu, assim como Rorik, que se inclinou e sussurrou para mim:

— Isso significa que agora ele deve lutar por Sven.
— Lutar por ele?
— Eles marcam um quadrado no chão com os galhos e os dois lutam dentro do quadrado.
No entanto ninguém se mexeu para arrumar os galhos de aveleira formando um quadrado. Em vez disso, Kjartan voltou à sua casa e chamou Sven. O Último Reino – As Crônicas Saxônicas

A trama se desenvolve, e dessa vez ainda mais rápido. O momento em que Aelfric aparece para negociar o resgate de Uhtred se desenvolve de uma forma bem legal.

TLK_101_28Mais uma vez vemos Beocca, e quão bem ele quer o garoto. Eu gostei muito do ator escolhido para interpretar Beocca.

Com Ragnar pagando pelo resgate, finalmente chegamos à terceira aprte da série.

Uhtred já cresceu. Me assustei com a passagem de tempo. Achei que o desenvolvimento desse primeiro episódio fosse mais lento. porém, eles aceleraram o início.

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Li muitos comentários contrários à escolha de Alexander Dreymon para interpretar Uthred.

Visualmente ele só não tem o cabelo loiro de Uhtred. Porém, após ver sua atuação eu acredito que acertaram 100% na escolha do ator.

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Ele tem um jeito esperto, que Uhtred demonstra. É insolente em alguns momentos, e quando necessário, demonstra obediência. Eu gostei. A interpretação aliada ao figurino criou um Uhtred (diferente do que imaginava) mas mesmo assim, um ótimo Uhtred.

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Agora é aguardar ele se tornar o Senhor da Guerra que estamos acostumados. Nos livros, nesse momento abordado, ele tem cerca de 16 anos.

Ragnar, Sigrid e Ravn em Valhalla

Captura de Tela 2015-10-12 às 14.08.02

Aqui está um momento muito impactante e emocionante do primeiro livro.

Lembro que, na época, eu não aceitei a morte de Ragnar. Não daquela forma. Cornwell (por meio de Uhtred) nos deu uma explicação plausível para a morte de Ragnar, nos livros.

Procurei Ragnar mas não pude identificá-lo. Imaginei por que ele não havia saído do castelo com a espada na mão, e decidi que ele sabia que ia morrer e não quis dar ao inimigo a satisfação de ver isso.

Naquela época 9 em cada 10 pessoas que conversava comigo, não havia aceitado aquela morte.

É claro que hoje, muitas pessoas dirão que no livro foi melhor. Mas o que importa é que a série deu a visão muitos imaginaram, ao ler o primeiro livro:

Algo como E se…?

E se Ragnar saísse do castelo com a espada na mão?

E se ele fizesse o que Uhtred esperava que ele fizesse?

Como seria?

Captura de Tela 2015-10-12 às 13.59.16

Agora tivemos a resposta.

Achei essa alteração perfeita! Era algo que eu sempre quis ver, e hoje estou satisfeito por isso.

Uhtred e seu novo caminho

Eu tinha 16 anos e não era mais criança.
E Ragnar, meu senhor, que tinha me feito seu filho, estava morto.

O Último Reino – As Crônicas SAxônicas

A partir de agora, novamente o status quo de Uhtred foi alterado. Sem sua família dinamarquesa, o que ele fará?

Eu aguardo muito o próximo episódio. E com a ótima atuação de Alexander, cada vez mais fico tranquilo com a escolha de Uhtred.

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O episódio se encerra de uma forma incrível. Mais da metade do primeiro livro tratado no primeiro episódio.

Foi um ritmo acelerado, porém para um episódio piloto, foi uma ótima decisão.

Acredito que muito tempo abordando sua infância, não convenceria alguns espectadores.

Precisamos lembrar que há um grande público de séries que não conhece a obra literária e depois desse episódio emocionante, terá uma imensa vontade de assistir o próximo episódio e/ou ler os livros.

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E agora é esperar pelo próximo episódio! Que a BBC já disponibilizou em seu canal BBC on Demand.

Aguardando o lançamento da série no Brasil (ou não) essa é uma série que vale a pena assistir! Eu já tinha certeza de que seria boa, mas depois de ver o primeiro episódio, não paira mais dúvida.

E vocês o que acharam?

13 Oct 12:06

O que esperar de “The Last Kingdom”?

by dwookie

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Nortúmbria, 866-867 d.C.

Meu nome é Uhtred. Sou filho de Uhtred, que era filho de Uhtred, cujo pai também se chamava Uhtred. O escrivão do meu pai, um padre chamado Beocca, o escrevia Utred. […] algumas vezes pego os velhos pergaminhos no baú de madeira e vejo o nome grafado como Uhtred, Utred, Ughtred ou Ootred. Olho esses pergaminhos que são documentos dizendo que Uhtred, filho de Uhtred, é o único e legítimo dono das terras cuidadosamente marcadas por pedras e diques, por carvalhos e freixos, por pântano e mar, e sonho com aquelas terras ermas batidas pelas ondas, sob o céu empurrado pelo vento. Sonho e sei que um dia tomarei as terras de volta daqueles que as roubaram de mim. O Último Reino – As Crônicas Saxônicas

É assim que inicia o primeiro livro da grande saga, conhecida por As Crônicas Saxônicas de Bernard Cornwell. E possivelmente será assim que a série se iniciará.

O DESTINO É INEXORÁVEL!

Estou aqui pois a ansiedade é tanta que quis compartilhar com vocês o que estou esperando de The Last Kingdom.

Os livros

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Em 2006, quando li O Último Reino, a primeira coisa que imaginei foi: Como seria uma série disso?

Série? Sim.

Na época já existia uma série baseada nos livros As Aventuras de Sharpe de Bernard Cornwell. O protagonista era ninguém menos que Sean Bean, nosso amado Ned Stark. A série é antiga (1993 – 2005) e fez um certo sucesso no Reino Unido.

Então, nada mais justo do que querer uma série de As Crônicas Saxônicas. Porém, demorou um pouco para o sonho ser realizado.

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Quase 10 anos se passaram e hoje, 10 de Outubro de 2015, eu aguardo ansiosamente o primeiro episódio de The Last Kingdom.

Se você ainda não conhece a história e quer saber um pouco mais sobre ela, convido vocês a lerem meu post que fala sobre os livros de As Crônicas Saxônicas.

Ali, falo especificamente sobre essa (e outras também) obra literária de Bernard Cornwell, pelas quais sou apaixonado.

Hoje eu quero conversar sobre a série. Mais especificamente sobre o que podemos esperar dela.

The Last Kingdom

BBC AMERICA

08 episódios

Aproximadamente 60 minutos (cada)

2015

Sinopse

The Last Kingdom (O Último Reino), em resumo, abordará as invasões vikings ao território conhecido hoje, por Inglaterra.

A história  nos mostrará o avanço dinamarquês por todo território inglês chegando até Wessex, o único reino que resiste (a duras penas) aos ataques. Graças a Alfredo, Wessex parece manter coesão suficiente para resistir ao domínio completo dos dinamarqueses.

E no meio disso tudo, acompanharemos Uhtred, que busca acima de tudo reconquistar a fortaleza de Bebbanburg, que é sua por direito de sangue.

Uma história da Inglaterra

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Nos trailer disponibilizados pela BBC vimos paredes de escudos, vikings gritando, batalhas e mais batalhas. Poderíamos supor que seria uma série sobre vikings.

Porém, quem espera uma outra série sobre vikings, talvez se decepcione. Acredito que Last Kingdom mostrará a história de surgimento da Inglaterra. A história de como reinos divididos  foram unidos e passaram a ser chamados de Inglatrra.

E de que forma contar uma história dessa? Da melhor forma possível. Da forma Cornwell de fazer história.

Uhtred, filho de Uhtred

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 O protagonista da história é  o jovem Uhtred. Um garoto nobre que perde o pai em uma das incursões viking e é levado (sequestrado) e criado por Ragnar, um dinamarquês.

Será por intermédio dele que veremos os dois lados da história. O lado dos saxões (os habitantes da Inglaterra naquela época) e o lado dos dinamarqueses. Esse é o diferencial da série.

Saxões, Dinamarqueses e o fio condutor da trama

Nos livros, Bernard Cornwell acertou em cheio ao criar Uthred no meio de tudo isso. O desenvolvimento dele, por toda As Crônicas Saxônicas, é magistral. Ora estamos torcendo pelos saxões, ora pelos dinamarqueses. Os olhos de Uthred são os nossos olhos. É a partir dele que vamos formar nossa opinião.

É difícil escolher um lado, quando estamos dos dois. Quando entendemos ambas convicções, quando entendemos ambos anseios.

Se, no livro, conseguimos entrar na história de forma natural e orgânica, acredito que na série essa “imersão” poderá ser ainda mais profunda.

E é isso que espero da série. Olhar tudo pela visão de Uthred. Seja pelo lado saxão, seja pelo lado dinamarquês.

Selo BBC de Qualidade

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Eu sou fã de algumas séries da BBC. Doctor Who e Sherlock são duas das séries que acompanho com maior fervor.

Por isso, tenho total confiança na qualidade da série.  Veremos ótimos figurinos, lindas ambientações e principalmente, sensacionais atuações. Disso tenho certeza.

Claro que não podemos esperar algo do nível Game of Thrones, pois estamos falando de um outro tipo de orçamento que, talvez, não seja alto suficiente para suprir toda produção.

Personagens

O que seria de uma série sem bons personagens?

Aqui você verá ótimos personagens. Há aqueles que amamos muito e muitos que amamos odiar. não vou falar de todos, mas alguns merecem destaque:

Ravn

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— Falo sua língua, a língua dos britânicos, a dos wends, a dos frísios e a dos francos. Agora a linguagem é meu trabalho, garoto, porque me tornei um skald.

— Skald?

— Um bardo, é como você me chamaria. Um poeta, tecelão de sonhos, um homem que cria glória a partir do nada e espanta os outros com essa criação. E agora meu trabalho é contar a história deste dia de tal modo que os homens jamais esqueçam nossos grandes feitos. O Ultimo Reino – As Crônicas Saxônicas

 O skald é um dos personagens que mais gostei em As Crônicas Saxônicas. Através dele, aprenderemos bastante sobre a cultura nórdica.

A relação dele com Uhtred é bem divertida.

Ubba

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Nunca, dissera Ravn, nunca lute contra Ubba. O Último Reino – As Crônicas de Gelo e Fogo

Amo odiá-lo. Um guerreiro excepcional  que faz você sentir uma raiva crescente. Talvez pelo fato dele ser um dos antagonistas de Uhtred que me irritei tanto.

Recentemente, estava lendo O Trono Vazio (o oitavo livro da série) e quando ele foi citado, eu ri. Ainda tinha raiva dele. Esse é um persoangem que vale a pena acompanhar e odiar.

Brida

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Foi então que vi Brida pela primeira vez. Era da minha idade, tinha cabelos pretos, magra como um graveto, com grandes olhos escuros e um espírito selvagem como um falcão na primavera. […] Ragnar estava rindo, mas por fim puxou a menina e, como adorava todo mundo que tivesse espírito, deu-a a mim.

— Mantenha a garota em segurança — disse ele […].

Foi o que fiz. O Ultimo Reino – As Crônicas Saxônicas

Brida é uma personagem fantástica e é muito interessante ver o desenvolvimento dessa personagem.

De todas mulheres da série, ela, Stiorra e Æthelflaed são as que mais me fascinaram.

Ragnar, pai

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Ele podia ser chamado de jarl Ragnar, earl Ragnar, mas tinha enorme popularidade, era um brincalhão e lutador que rompia o medo como se fosse uma teia de aranha. o Último Reino – Cônicas Saxônicas

O que falar de Ragnar?

Eu não consigo falar sobre ele, sem cercá-lo de elogios. Vocês verão ele na série e saberão que estou dizendo.

Parede de Escudos

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 Aquele júbilo, aquela loucura. Os deuses deviam sentir-se assim em todos os momentos durante todos os dias. É como se o mundo ficasse mais lento. Você vê o atacante, vê que ele está gritando, mas não ouve nada, e sabe o que ele fará, e todos os movimentos dele são muito lentos e os seus são muito rápidos, e nesse instante você não pode fazer nada errado, você viverá para sempre e seu nome será gravado no céu numa glória de fogo branco porque você é o deus da batalha. As Crônicas Saxônicas – Morte dos Reis, página 360

Na minha opinião, nas obras de Cornwell, parede de escudos é praticamente um personagem!

Estou certo que muitos dos leitores do blog concordarão comigo: Preciso ver uma parede de escudos!

As descrições de Bernard Cornwell desde A Trilogia de Artur são resposáveis pela minha paixão pela era Medieval.

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E hoje poderemos ver a parede de escudos narrada por Cornwell! Pelas imagens já divulgadas, será tudo aquilo que o escritor inglês nos disse!

Eu não vejo a hora de assistir! (Ok, talvez ela não apareça no primeiro episódio… mas não custa torcer).

Ritmo da série. Ritmo dos livros

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Quem leu os livros, assim como eu, espera um desenvolvimento cadenciado da história. Porém, soube que o ritmo da série será acelerado em alguns momentos, e mais devagar em outros. Se isso será bom ou ruim, só saberemos a partir do primeiro episódio.

Acredito que a rapidez se dará porque teremos apenas 08 episódios nessa primeira temporada. E mesmo sendo episódios de 01 hora, temo que é pouco tempo para abordar toda história do modo como ela merece ser abordada.

Se tudo der certo, teremos ao menos mais 08 temporadas! Eu espero muito que dê certo!

ATUALIZADO

Meu amigo Vagner do Desbravando Livro (não disse que ele sabe das coisas?) me disse que cada temporada abordará 2 livros.

Creio que a série será ainda mais rápida do que eu imaginava.

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Bem, The Last Kingdom promete ser uma ótima série. tanto para aqueles que leram a obra literária de Bernard Cornwell, quanto para aqueles que gostam de séries de qualidade.

Agora é esperar!

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Farei uma resenha de cada episódio, assim que sair, e espero todos vocês para podermos discutirmos sobre a série, os livros, aqui no blog.

Aproveito a oportunidade para convidar vocês a seguirem as páginas Desbravando Livros e Last Kingdom BR.

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Esses caras sabem tudo sobre As Crônicas Saxônicas, e lá na página deles também é um bom lugar para conversar sobre a série.

E convido todos que ainda não seguem a página do Drunkwookie, para clicar na imagem abaixo e se juntar à nós.

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Para quem quiser comprar os livros, tem uma promoção sensacional no Submarino. A coleção com os 08 livros já publicados no Brasil!

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16 Sep 11:14

Crítica: ‘Que Horas Ela Volta?’

by Vinicius Volcof

O quartinho, geralmente pequeno, pouco arejado e escondido no espaço residencial, é um elemento simbólico das práticas de desigualdade e exclusão que envolvem aquelas que exercem a profissão de empregada doméstica. Tão comum nas casas e apartamentos das classes alta e média nas metrópoles brasileiras, tal quartinho delimita a fronteira entre o “nós” e o “elas”, mesmo que muitas vezes a faxineira, babá ou empregada seja considerada “quase da família”. Não nos enganemos: o “quase” aqui não é mero apêndice, mas finca uma distância, pois quem é quase, de fato não o é.

Que horas ela volta?, filme nacional dirigido e roteirizado por Anna Muylaert, é mais do que um filme: é uma tese. Seu discurso envolve análises sobre o comportamento das elites metropolitanas e a desigualdade brasileira, mas também sobre algumas das mudanças sociais em curso no Brasil nessas últimas décadas. Quase como que seguindo um modelo de artigo acadêmico, divide-se em partes bem delimitadas, com uma introdução que revisita as estruturas de hierarquia como já as conhecemos, passando à chegada de um elemento novo que desagrega e incita mudanças, depois à tomada de consciência que leva a novos comportamentos – provocando reações dos que querem conservar a velha ordem – e assim por diante, até uma conclusão que se permite otimista e até mesmo, por que não, com um quê de poética.

Nessa história, acompanhamos a rotina de Val (Regina Casé) enquanto empregada doméstica de uma família rica do Morumbi, com destaque às relações afetivas que ligam as personagens: o carinho pelo adolescente Fabinho (Michel Joelsas) e o total respeito e subserviência à “dona” Bárbara (Karine Teles), uma espécie de socialite, e “seu” Carlos (Lorenço Mutarelli), um artista encostado. Val trabalha há décadas com essa mesma família, tendo sido babá na infância de Fabinho e agora, mais velha, servindo como doméstica. Porém, a dinâmica das relações muda à medida que a filha de Val, Jéssica (a excelente Camila Márdila), chega de Pernambuco para passar um tempo com a mãe, enquanto se prepara para o vestibular.

Jéssica é a antítese da mãe, renega o comportamento subserviente e não aceita “ser tratada como uma cidadã de segunda classe”. Ela também tem um sonho, logo visto com descrença e certa zombaria pelos patrões de Val, que é passar no vestibular da USP e tornar-se aluna da temida, ótima e elitista FAU, a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo.

A menina, pobre e migrante nordestina, ousa sonhar, ousa falar, encarar, ousa querer, e diante dessa sociedade racista e desigual, isso é simplesmente inaceitável. No mundo organizado tal como Val conhece, sob as regras da elite paulista, o comportamento da filha é uma afronta e uma arrogância, uma deturpação da ordem estabelecida e das coisas como elas devem ser. Porém, para Jéssica, inaceitável é o comportamento da mãe: “Onde você aprendeu a ser assim?” – pergunta, a certa altura, a menina – “Essas coisas a gente não precisa aprender, não. A gente já nasce sabendo o que pode e o que não pode [fazer]” – responde a mãe, em uma das inúmeras cenas de embate entre as duas.

Anna Muylaert
Anna Muylaert, 51, diretora de Durval Discos (2002) e É Proibido Fumar (2009), faz seu melhor filme até agora com Que Horas Ela Volta?

Sensível para explorar sua protagonista em toda sua complexidade e captar o melhor de Regina Casé, em atuação magistral, a diretora aqui nos oferece um dos espetáculos mais honestos que o recente cinema brasileiro produziu. Que Horas Ela Volta? sobe à boca do estômago, fecha o palato, cora as bochechas, pesa na mente e aperta o peito. Faz a memória trabalhar, especialmente se você for branco e membro da classe média paulistana (como eu). Além disso, se tudo der certo, o filme também é capaz de trazer à lembrança episódios de abusos e desigualdades, sempre leves e perdoáveis (para quem não os sofreu), a qualquer um que já teve na vida a figura de uma empregada doméstica.

Embora talvez exagere nos alívios cômicos, que podem ser também problematizados por sempre se basearem no sotaque de Val, a história parece ter ciência do seu peso e profundidade e por isso constrói uma série de momentos leves e memoráveis, alguns dos quais impregnam na memória do espectador e têm tudo pra virar bordão de quem assiste, como “Meg, sinceramente” e “Ah, é descasado” (entendedores entenderão). A própria página do filme nas redes sociais explora essa faceta impagável da personagem, com postagens igualmente hilárias (veja aqui).

Tendo demorado cerca de vinte anos para compor o roteiro, Anna Muylaert reitera em cada entrevista que seu objetivo aqui foi demonstrar o gap social evidente de nossa sociedade, mas que ainda é invisibilizado. Em entrevista sobre o filme1, Regina Casé dá destaque ao aspecto afetivo das relações entre as personagens, pontuado de forma delicada e inteligente por toda a história: “O afeto vem pra melhorar algumas coisas e para piorar outras. Porque o afeto faz essa relação ficar meio nebulosa.” Partindo dessa fala, ao olharmos para a personagem de Val pelo plano dos afetos, considerando os tantos anos cuidando do filho dos patrões e distante de sua própria filha, vê-se que suas relações pessoais parecem truncadas e trocadas.  Assim, à medida que Fabinho dá e recebe seus carinhos, não consegue fazer o mesmo com a própria mãe, enquanto Jéssica, ao rever Val depois de uma década de distância, mal consegue chamá-la de mãe.

Dos olhos de Jéssica às expressões de Val, da aproximação sorrateira e cheia de segundas intenções dos homens da casa ao crescente descontentamento da patroa, as relações interpessoais passam do amigável ao desagradável à medida que papéis sociais deixam de ser cumpridos, relações hierárquicas são quebradas, expectativas são frustradas e afetos são transferidos. E tudo isso sem perder o foco de Val: aqui, a protagonista está na cozinha, limpa o banheiro, varre as escadas e dorme no quartinho.

O Cinema nacional já havia se dedicado antes a explorar narrativas de empregadas domésticas, da comédia pastelão (e de qualidade) Domésticas – o filme (2001), que basicamente lançou Fernando Meirelles, ao documentário Doméstica (2012), de Gabriel Mascaro. Contudo, nunca antes a representação fora tão bem construída, e contando com tamanha profundidade e delicadeza, como também nunca antes fora feita pelas mãos e lentes de uma mulher (aqui diretora, roteirista e produtora do filme). Acima disso, existe um marco temporal de impacto político e histórico no fato desse filme estar nas telas neste exato momento, pois o Brasil de hoje (apesar da crise) não é o de vinte anos atrás, e se a desigualdade ainda não foi mitigada, pelo menos houve algum chacoalhão social que intensificou a mistura de classes, não num regime de integração, mas de coexistência ainda mais turbulenta e intensificada.

Quando lemos no jornal ofensas aos nordestinos, como aquela cidade do Sul que queria proibir sua entrada e os dizia para que voltassem “pra sua terra”, quando alguém reclama que “aeroporto tá parecendo rodoviária” ou quando um bairro faz uma petição contra o metrô, dizendo que uma estação ali irá trazer um fluxo incômodo de “gente diferenciada”, tudo isso representa esse chacoalhão social e a intensificação dessas relações. Esses impactos se dão como um descarrilamento de trem, tirando-nos dos trilhos da ordem estabelecida, num processo cheio de turbulências e reações – e nunca, nunca fácil.

Assim, Que Horas Ela Volta? é um filme de nosso tempo que, como só os ótimos filmes conseguem ser (a exemplo de O Som ao Redor), curiosamente também diz muito sobre nosso passado, nossa história e nossa construção social.

Não à toa está causando furor por onde passa, agradando crítica e público, como o do Festival de Berlim, de onde saiu com o Prêmio de Melhor Filme pelo Júri Popular, e no Festival de Sundance, onde Regina Casé e Camila Márdila foram surpreendidas pelo prêmio duplo na categoria de Melhor Atriz. Nos cinemas do Brasil, tem lotado salas; nos EUA, segundo a página do filme, nesse último final de semana ganhou mais doze salas de exibição; na França, segundo a própria Regina Casé, está em mais de 180 salas e, por fim, no Rotten Tomatoes, site de avaliação de filmes, tem incríveis 98% de aprovação. À boca pequena, diz-se que ele desponta como um dos favoritos ao Oscar do ano que vem, mas diante do estouro de verdade e da profundidade da tese política, histórica e social construída aqui por Muylaert e vivida ricamente por todos esses atores que se jogaram de cabeça na proposta, os troféus devem ser definitivamente o que menos importa.

 

  1. Entrevista ao programa Amaury Junior, RedeTV!, de 14/08/2015.

O post Crítica: ‘Que Horas Ela Volta?’ apareceu primeiro em Posfácio.

25 Aug 11:28

Coisas que eram normais nos anos 90 e provam que somos todos sobreviventes

by Bic Muller
Se você conseguiu sobreviver aos anos 90, já pode se considerar um vencedor, pois sofríamos provações quase diárias e perigos que hoje em dia são inimagináveis para qualquer criança passar. 

Entre balas assassinas, viajar no porta malas dos carros, brinquedos possuídos e programas de TV duvidosos, os anos 90 explicam muito essa nossa geração no mínimo esquisitona porém muito guerreira.

Então pega sua mola maluca, bota seu carrinho de rolimã na ladeira e vem com a gente!!


Bala Soft

Quem nunca viu a luz branca e o filminho da vida passar ao engasgar com uma bala dessas, não teve infância. Essa bala maldita tinha o tamanho e formato exatos para asfixiar uma criança. Depois eles mantiveram o tamanho mas fizeram um buraco no centro, que era pras crianças continuarem engasgando mas dar tempo de respirar até um adulto botá-las de ponta cabeça...


Pogobol

Nada mais era que um brinquedo que tinha como objetivo a criança subir sem segurança nenhuma e ficar pulando até desequilibrar e bater a cabeça no meio fio.


Xuxa encapetada

Era uma boneca gigante que diziam ser possuída pelo capeta. Inclusive muitos relatos desta misteriosa boneca mexer a cabeça sozinha e assombrar os mais terríveis pesadelos das meninas dos anos 90.


Fofão assassino

De quem foi a idéia de que seria saudável para o psicológico das crianças inventar um treco horroroso desses para entreter os pequenos? Como se não bastasse, ainda havia boatos sobre o boneco do fofão ter um punhal satanista dentro dele. Pois sim, anos depois a verdade será revelada: havia sim um negócio pontiagudo dentro dele, que pra dizer O MÍNIMO devia infringir umas 15 normas de segurança em brinquedos infantis.


Confira o vídeo


Sapo Chulé

Este simpático sapo tinha como atrativo um par de tênis que quando você tirava dos pés do boneco, empestiavam a casa com um cheiro horroroso de chulé. Qual o objetivo pedagógico deste brinquedo? Desconhecemos até hoje...


Arminha de espoleta do Rambo

Nos anos 90 as pessoas achavam absolutamente ok dar uma arminha de espoleta para as crianças...


Pipoqueira da Eliana

Já comi muita pipoca queimada na vida graças a essa porcaria...
Aliás, não conheço uma pessoa sequer que tenha conseguido fazer pipoca na pipoqueira da Eliana sem torrar.


Garrafinhas da Coca-Cola

Diziam que tinha veneno dentro das garrafinhas de coca-cola. Tenho quase certeza que era mentira dos nossos pais pra gente não estragar as garrafinhas, mas acho que até hoje ninguém de fato arriscou beber o conteúdo delas pra comprovar...


AAs infantil

Que atire o primeiro frasco de remédio quem não envederou pelo mundo da automedicação graças a este delicioso comprimidinho amarelo...


Cigarrinhos Pan

Um clássico dos "aonde é que vocês estavam com a cabeça?". Como poderia ser uma boa idéia vender cigarrinhos de chocolate para crianças a gente não sabe até hoje.


Mas não eram apenas os brinquedos que eram sem noção nos anos 90. Naquela época achavam tudo bem levar uma banda em um programa infantil pra cantar uma música cujo título era "Eu quis comer você" 


Ou uma atração internacional dizendo que não gosta de homem com pinto pequeno...


Família Dinossauro

Apesar de passar na tv pela manhã, o programa tinha pouco ou quase nada de infantil. Tratava de assuntos como o dia que a Charlene entrou no cio, o capítulo em que eles discutiam se a avó dinossaura estava velha demais e deveria ser jogada em um poço de piche para ser sacrificada e  o último episódio da série foi com o Dino num dilema se matava a família toda ou esperava o apocalipse acabar com a vida deles. Terminou com eles unidos esperando a morte e o mundo acabando mesmo.... Bem próprio para crianças, não é mesmo?


Fora isso, também se enquadrava na categoria "bonecos assustadores" com este Baby que falava "Não é a mamãe" cada vez que puxavam a cordinha...


Praga e Dengue

O que esperar de um programa infantil cujos animadores de platéia se chamavam Praga e Dengue???


Que a apresentadora se vestia assim


Em um cenário altamente inflamável?


Somos sobreviventes ou não somos? Lembrou de mais algum perigo que corríamos? Você tem algum brinquedo bizarro/perigoso que não foi listado? comenta AQUI
24 Aug 11:51

Osha e Rickon (e Jon Snow) estão em Belfast… eles voltarão para a 6ª temporada?

by Rafael Bacellar

Com as gravações a todo vapor na Irlanda do Norte, um monte de fotos e relatos da presença do elenco de Game of Thrones em Belfast começam a surgir na internet. Essa semana, foi a vez dos atores Natalia Tena (Osha) e Art Parkinson (Rickon) serem clicados num restaurante conhecido da cidade, onde também estavam Alfie Allen (Theon), Iwan Rheon (Ramsay) e John Bradley (Sam).

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Foto: @beckycmpbll

Isso significa que eles estarão de volta na sexta temporada da série? Muito provavelmente. Seria muita coincidência que todos esses atores estivessem no mesmo lugar trabalhando em projetos diferentes. Isso também pode ser uma confirmação de que o misterioso “Lorde Nortenho” que está sendo escalado para o próximo ano seja mesmo um Umber, já que eles supostamente estão abrigando Rickon desde a terceira temporada (ainda não tivemos nenhuma menção a Skagos).

Outros pessoas já vistas e/ou fotografadas nos arredores foram Maisie Williams (Arya), Jonathan Pryce (Alto Pardal) e Nathalie Emmanuel (Missandei), David Bradley (Walder Frey), Nikolaj Coster Waldau (Jaime), Sophie Turner (Sansa) e até Michelle Fairley (Catelyn) – que aparentemente mora por lá e estava apenas fazendo uma visita aos colegas no set. Calma.

Quem também já foi visto várias vezes é Kit Harington (Jon Snow), e embora não sejamos como outros sites que publicam uma nota cada vez que ele põe a cara na janela, ficamos ligados em todas as novidades. Dessa vez, ele posou com um fã que estava visitando Belfast para uma foto que foi publicada no dia 20 /08.

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Foto: @flawlessuk

Com tantas aparições de KH ultimamente, é mesmo difícil acreditar que ele tenha ido gravar uma única cena de funeral, e esse papo de que ele está visitando a cidade ou pretende se mudar pra lá também não cola muito… como eu disse, é muita coincidência. Não é a toa que os fãs estão se referindo ao retorno de Jon Snow como “o segredo mais mal guardado de Westeros”.

As informações são do site Watchers on the Wall.


Game of Thrones ainda não teve data de retorno anunciada.

 

05 Aug 14:14

Bianca Comparato e João Miguel farão série da Netflix

by Rafaela Santos
Bianca Comparato e João Miguel vão estrelar a primeira série original brasileira da Netflix. "3%" será dirigida por Cesar Charlone e mostrará um mundo dividido entre progresso e devastação. A única chance dos personagens passarem para “o lado melhor” é por meio de um processo cruel e só três por cento dos candidatos são aprovados.- Em última instância, a série traz à tona questões sobre a dinâmica da sociedade que impõe constantes processos de seleção pelos quais todos nós temos que passar, gostemos ou não - diz Charlone.Escrita por Pedro Aguilera e produzida pela Boutique Filmes, a atração começará a ser gravada no início de 2016 e lançada internacionalmente no final do ano.Assista ao vídeo em que Bianca Comparato fala do projeto:  
31 Jul 11:51

Presidente da HBO diz que Game of Thrones terá pelo menos OITO temporadas

by Rafael Bacellar

Nada de seis temporadas e um filme, ou mesmo sete temporadas – plano original dos criadores David Benioff e D. B. Weiss. Em entrevista coletiva concedida à TCA (Television Critics Association), o presidente de programação da HBO, Michael Lombardo, declarou pela primeira vez que Game of Thrones vai além do plano inicial de D&D (embora ele já tenha expressado essa vontade antes), com pelo menos oito temporadas e, talvez, uma “prequela”.

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Executivos da HBO com produtores e elenco da série (Lombardo é o último da esquerda p/ direita)

“Acabar na sétima temporada nunca foi o plano. A verdadeira discussão sempre foi o quão longe podemos ir depois da sétima temporada. Os showrunners sentem que é possível fazer apenas mais dois anos depois da sexta, mas eu amaria que eles mudassem de ideia e continuassem. É o que eu espero que aconteça.”

Sobre a prequel:

“Eu estou aberto a tudo que David e Dan quiserem fazer — a respeito de Game of Thrones ou de qualquer outra coisa. Tudo depende inteiramente da vontade deles. Eu acho que existe muito material pra ser explorado numa prequela, se George e David e Dan decidirem fazer isso. Mas ainda não conversamos sobre o assunto. No momento, estamos focados nos próximos anos da série. “

Lombardo também defendeu a produção das críticas que recebeu esse ano por causa da violência excessiva (especialmente no arco da Sansa em Winterfell):

“No episódio piloto tivemos um garoto de 7 anos atirado de uma torre. Game of Thrones teve violência desde o início. Eu não posso falar pelo gosto pessoal das pessoas, mas acho a série fenomenal. Ela chegou a 20 milhões de telespectadores esse ano, e continua a crescer dramaticamente. Não existem dois showrunners mais preocupados em não cruzar certas linhas do que David e Dan — mas todos tem sua própria linha. Tudo que eles mostram é essencial para a história.”

E é claro que não poderia faltar a clássica pergunta: Jon Snow está morto?

“Morto é morto. Sim, ele está morto. Por tudo que eu li, vi e ouvi, Jon Snow está realmente morto.”

As informações são da Entertainment Weekly.