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08 Sep 12:17

1522: Circum-navegação prova que a Terra é redonda

O que se especulava desde o tempo de Pitágoras teve fim em 8 de setembro de 1522, com o término da primeira circum-navegação da história.
05 Jan 18:39

Esta pulseira permite que você controle um robô BB-8 usando apenas a Força

by Andrew Liszewski

Como fazer um brinquedo sobre o Star Wars ficar ainda mais legal? Simples: dando a qualquer um o poder de mover um robô apenas com a Força. É exatamente isto que a fabricante Sphero promete ainda neste ano para os fãs da série: o controle por meio de gestos do robôzinho BB-8, como se você fosse um Jedi.

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Durante a prévia da CES 2016, a Sphero demonstrou um protótipo da Sphero Force Band, que foi desenvolvida para parear com o robôzinho BB-8 lançado em 2015 e controlá-lo conforme o movimento dos braços. Apesar da apresentação, o produto final, segundo a companhia, será diferente, mas o funcionamento será parecido com o que foi demonstrado ao Gizmodo durante o evento de tecnologia realizado em Las Vegas.

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Em vez de arrastar seus dedos por uma série de controles virtuais da tela touchscreen de um smartphone, o novo dispositivo vestível da Sphero é equipado com um giroscópio ultrassensível que monitora os movimentos Jedis mais sutis para, na sequência, enviar os comandos para o BB-8.

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Além de permitir fazer o robôzinho ir rolando até determinado local e depois retorná-lo com um movimento “empurre e puxe”, o vestível pode também ser usado para ajudar o BB-8 a superar possíveis obstáculos que encontrar ao realizar movimentos pré programados.

Dependendo de como você mantém seu braço e os gestos realizados, há vários modos de controle, indicados por uma mudança de cor do LED no protótipo de hardware, permitindo que você consiga até controlar a cabeça do robôzinho, fazendo-o responder a interações de pessoas que ele eventualmente encontrar.

Ainda é cedo para divulgar o preço desse novo acessório. No entanto, a Sphero disse que será barato, pois você só vai necessitar do gadget em seus braços para poder fazer o robôzinho rolar por aí, sem a necessidade de um app ou um dispositivo de hardware.

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Quando for disponibilizado, o acessório será vendido em um pacote com o BB-8, da Sphero, ou separadamente para aqueles que já têm o robôzinho em casa, mas não querem mais controlá-lo com uma tela touchscreen.

A Sphero também disponibilizará uma versão “danificada de guerra” do BB-8, pois pode ser que você prefira uma edição do robôzinho que claramente sobreviveu a algumas aventuras.

[Sphero]

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05 Jan 18:37

Há um mistério escondido nos buracos perfurados pela Curiosity em Marte

by Maddie Stone

Em sua lenta subida no Monte Sharp, o rover Curiosity, da NASA, esbarrou em um mistério digno de seu nome: sílica. Muita, muita sílica. E a descoberta pode ajudar na compreensão do passado geológico do Planeta Vermelho, incluindo que tipo de vida pode ter existido por lá.

O silício é um dos elementos mais abundantes na Terra, mas nós não havíamos detectado altas concentrações de minerais de silício em Marte até sete meses atrás, quando a sonda se aproximou do “passo Marias”, uma zona de contato entre duas unidades rochosas localizadas próximas ao pé do Monte Sharp. Foi lá que o instrumento laser ChemCam da sonda identificou, pela primeira vez, sedimentos repletos de sílica, com concentrações de até 90%. A descoberta foi tão surpreendente que a equipe científica da missão tomou a rara decisão de virar o veículo para dar uma volta e fazer mais buscas no local.

>>> Nós finalmente sabemos o que aconteceu com a água em Marte

Depois de perfurar alguns buracos e executar medidas elementais e minerais por um período de quatro meses, a Curiosity foi capaz de confirmar a concentração de sílica em vários locais diferentes. Para os geologistas, isto é fascinante, não apenas porque locais de sílica indicam ambientes com água, mas também porque eles podem nos dizer como eram estes ambientes.

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A rota no pé do Monte Sharp seguida pela Curiosity entre abril e novembro de 2015, enquanto investigava rochas cheias de sílica, primeiro no Passo Marias, depois na área da Bridger Basin. Crédito da imagem: NASA/JPL-Caltech/Univ. of Arizona

Nós já tivemos várias evidências que a antiga Marte era um lugar cheio de água. Logo depois de pousar na cratera Gale, a Curiosity descobriu um leito de lago na baía Yellowknife. À medida que o explorador autônomo viajava a sudoeste, em direção ao Monte Sharp, nós acumulamos mais e mais evidências de antigos rios e lagos por todos os lugares. Tudo isso corrobora décadas de evidências coletadas pelos primeiros exploradores de Marte, incluindo a Spirit e a Opportunity.

Mas água apenas não quer dizer que o Planeta Vermelho já foi habitável. Talvez os lagos de Marte fossem muito ácidos, muito salgados ou muito tóxicos para até mesmo os micróbios mais durões suportarem. É por isso que precisamos de outras linhas de evidência — e locais ricos em sílica são a pista mais fascinante que temos há muito tempo.

“Estes compostos ricos em sílica são um quebra-cabeças”, diz Albert Yen, membro da equipe científica da Curiosity no Laboratório de Propulsão a Jato, em um comunicado à imprensa. “Você pode aumentar a concentração de sílica lixiviando outros ingredientes enquanto deixa a sílica para trás ou trazendo a sílica de outro lugar. Qualquer um desses dois processos envolvem água. Se nós conseguirmos determinar qual deles aconteceu, descobriremos mais sobre outras condições dos antigos ambientes aquosos.”

Se as concentrações de sílica que estamos vendo são resultado de processos de lixiviação, em que outros minerais foram dissolvidos, isto sugere um ambiente altamente ácido. Por outro lado, se a sílica foi acrescentada à mistura de minerais posteriormente, isso poderia indicar condições muito menos extremas.

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Vista da Mastcam do rover Curiosity em 22 de maio de 2015, mostrando o Passo Marias, uma área onde um lamito mais baixo e mais antigo faz contato com uma cobertura de arenito. Crédito da imagem: NASA/JPL-Caltech/MSSS

“Se você quer vida, você quer um ambiente com pH mais neutro, pH 7 ou 8”, explicou Ashwin Vasavada, cientista do projeto Curiosity, em uma conferência de imprensa na União Americana de Geofísica. “Este é o intervalo de pH em que você poderia esperar uma precipitação de sílica.”

Outra peça do quebra-cabeça é a tridimita, um mineral de sílica raro que a Curiosity detectou no buraco perfurado em Buckskin, mostrado acima. É a primeira vez que a tridimita foi encontrada em Marte e, enquanto o mineral é usualmente diagnosticado em ambientes vulcânicos aqui na terra, Buckskin é parte de um deposito sedimentar de grãos finos, talvez um antigo leito de lago. Ainda é incerto se a tridimita foi erodida, transportada ou precipitada de algum outro lugar.

“O quebra-cabeça que Marte nos apresentou é muito complicado”, disse Yen na conferência. “Estamos tentando descobrir de onde tanta sílica vem e as implicações que ela tem na história aquosa de Marte.”

À medida que a Curiosity continua a se arrastar pelo Monte Sharp e pelo tempo geológico, cientistas continuam a explorar diferentes hipóteses para a desconcertante aparição de sílica. Mas uma coisa está clara neste ponto: Marte é tão complexa quanto a Terra — geologicamente, ao menos.

Isso nos dá esperanças de que a vida iria encontrar um caminho no Planeta Vermelho.

Imagem do topo: A primeira amostra da coleção de buracos perfurados pelo rover Curiosity, da NASA, no Monte Sharp. Créditos: NASA/JPL-Caltech/MSSS

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14 Dec 15:21

Você consegue resolver este puzzle de um departamento de inteligência inglês?

by Jamie Condliffe

Não tem jeito melhor de comemorar o fim de ano do que tentar resolver um quebra-cabeça diabolicamente difícil. Bem, pelo menos é isso que pensa uma das agências de inteligência do Reino Unido, a GCHQ. O cartão de Natal que ela está mandando vem com esse enigma perturbador. Você consegue resolvê-lo?

Completar a grade deste quebra-cabeça é, entretanto, só o começo. “Resolver este primeiro enigma cria uma imagem que leva a uma série de desafios cada vez mais complexos”, explica a agência.

É melhor começar logo, então. O quadro que você precisa preencher está logo abaixo, ou você pode acessar uma versão em alta resolução aqui. A GCHQ explica o que você precisa fazer:

“Este é um quebra-cabeça de preencher a grade. Cada quadradinho é preto ou branco. Alguns dos quadrados pretos já foram preenchidos para você. Cada linha ou coluna está com uma sequência de números. Eles indicam o comprimento de quadrados a serem preenchidos consecutivamente, e estão postos na ordem que aparecem na linha ou coluna. Por exemplo, a indicação “2 1 6″ significa que a linha ou coluna tem sequências de dois, um e seis quadrados pretos, com pelo menos um quadrado branco separando cada uma delas.”

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Soluções para o grupo de desafios podem ser enviados para a GCHQ até o fim de janeiro de 2016. O endereço de email para você enviar suas respostas, ao que parece, será revelado durante a resolução dos enigmas. Boa sorte!

[GCHQ]

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14 Nov 14:44

Alguns pontos quentes foram encontrados nas pirâmides do Egito, mas ninguém sabe o motivo

by Kelsey Campbell-Dollaghan

Algumas semanas depois de uma equipe de cientistas começar a usar novas técnicas de varredura para analisar as maiores pirâmides do Egito, eles descobriram anomalias estranhas de temperatura – e ainda não conseguem explicar o que está causando isso.

No fim de outubro, o Ministério das Antiguidades do Egito lançou um projeto chamado Scan Pyramids, que vai usar tecnologias não-invasivas para entender melhor as maiores pirâmides do país. A primeira fase do projeto era uma simples varredura infravermelha nas estruturas para verificar quaisquer esquisitices térmicas que poderiam estar ocultas dentro delas.

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Nesta semana, o ministério confirmou a abundância dessas esquisitices.

Em uma entrevista dada em frente à Grande Pirâmide de Gizé, uma equipe de cientistas da Universidade do Cairo, Universidade de Nagoya, Universidade Laval e do Instituto Francês de Preservação de Patrimônio anunciou o que eles descobriram durante a curta primeira etapa do projeto. Usando varredura infravermelha relativamente simples, eles gravaram a imagem da superfície da pirâmide em diferentes horas do dia, tanto durante as frias noites quanto nos dias quentes.

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Essas varreduras mostraram uma coisa interessante: a primeira fileira de pedras em uma das faces da pirâmide tinha a mesma temperatura, exceto por três que eram significativamente mais quentes: até seis graus, em alguns casos. Em um comunicado, a equipe relata:

Entre as diversas anomalias térmicas identificadas, a equipe observou uma particularmente impressionante localizada no lado leste da Pirâmide Khufu no nível do solo; é interessante observar que enquanto algumas vezes diferenças de temperaturas de .1 a .5 graus são detectadas entre duas pedras adjacentes de calcário de diferentes qualidades, a equipe do #ScanPyramids detectou nessa zona uma área de alguns blocos tendo uma diferença de até 6 graus para os blocos vizinhos.

A equipe está trabalhando com algumas teorias para saber o que pode ter causado esses pontos quentes, com o Ministro das Antiguidades do Egito dizendo que os pontos quentes sugerem “espaços vazios, fissuras ou passagens” que podem nos levar a tumbas escondidas, segundo o The New York Times. No geral, áreas quentes ou frias indicam fluxo de ar, o que certamente pode significar uma passagem secreta.

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A explicação menos dramática

Enquanto isso, ideias do que poderiam ser essas áreas mais quentes invadiram a internet (Algo está aquecendo as pirâmides antigas do Egito por dentro, diz o The New York Post). Mas também há explicações menos glamourosas para esses pontos quentes do que o Post está sugerindo.

Por Exemplo, Nevine El-Aref do Ahram Online, a versão em inglês do jornal egípcio Al-Ahram, falou com um especialista independente que sugeriu que a diferença de calor é devido a algo completamente diferente:

Um egiptólogo egípcio, que falou com o Ahram Online na condição de anonimato, disse que nada foi encontrado atrás dos blocos exceto por fraturas, considerando que essa é a “rocha matriz” do planalto.

Ele disse que quando os egípcios antigos construíram as pirâmides, eles inseriram os blocos e o revestimento das duas primeiras colunas das pirâmides na área da rocha matriz.

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Um comentarista no post de El-Aref, que se identificou como o egiptólogo Frank Müller-Römmer, tem outra teoria:

Pedras para a criação da estrutura interna da pirâmide de Khufu foram usadas de diferentes pedreiras do planalto de Gizé. Nas declarações feitas durante a conferência para a imprensa no dia 9 de novembro detalhes de uma análise das pedras com temperatura mais alta em comparação com as pedras ao seu redor estão ausentes. As diferenças nas temperaturas também podem ser explicadas por diferenças de material.

A tal da “rocha matriz” mencionada pelo arqueólogo anônimo? Pense nela sendo o alicerce – o fundamento que serve como base para o resto da pirâmide. Está debaixo de uma imensa quantidade de pressão, e rachaduras e fissuras podem significar mais fluxo de ar e temperaturas diferentes.

Sem deixar rastros?

Essa não é a primeira vez que a rocha matriz das Grandes Pirâmides entra na conversa dos arqueólogos.

Em 1995, um engenheiro francês queria furar a rocha matriz para “conferir rachaduras que podem estar aumentando a umidade dentro do monumento,” possivelmente “dissolvendo as rochas de calcário e a argamassa de gesso que prende ele,” relatou o Christian Science Monitor naquele ano. Não está claro se ele foi bem sucedido, mas ele conseguiu perfurar outras partes da pirâmide.

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De qualquer forma, o projeto enfureceu muitos arqueólogos que argumentavam que o trabalho causava mais danos do que poderia ajudar em reparos – e até acusaram esse trabalho de “conservação” de ser apenas uma desculpa para busca por passagens e câmaras secretas. O projeto ScanPyramids é, de certa forma, uma resposta a esses esforços invasivos.

No momento, não sabemos exatamente o que são esses pontos quentes. O próximo passo do projeto é investigar essas anomalias com outra tecnologia – como tomografia múon – e, se tivermos sorte, em breve estaremos dentro das pirâmides por conta própria, sem precisar de furadeiras. [Ahram Online]

Imagens: AP Photo/Nariman El-Mofty

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08 Nov 22:57

O maior reator de fusão nuclear no mundo está prestes a ser ativado

by Maddie Stone

O termo “stellarator” soa como uma fonte de energia que veríamos nas histórias em quadrinhos, e não está muito longe disso. Este é o maior reator de fusão nuclear do mundo, e será ativado ainda este mês.

>>> Vídeo mostra como o reator de fusão nuclear Wendelstein 7-X foi feito

Instalado no Instituto Max Planck, na Alemanha, o stellarator Wendelstein 7-X (W7-X) parece mais um projeto de arte do que o futuro da energia – especialmente quando você o compara com o tokamak, um reator simétrico e em forma de anel.

Mas stellarators e tokamaks funcionam de acordo com princípios semelhantes: em ambos os casos, supercondutores em bobina são usados ​​para criar uma poderosa gaiola magnética, a qual serve para conter um gás enquanto ele é aquecido até a temperatura necessária para os átomos de hidrogênio se fundirem.

Os stellarators são ridiculamente difíceis de se construir, um fato que deve parecer óbvio após dar uma olhada no W7-X. Seu anel com 16 metros de largura é repleto de dispositivos e cabos de todas as formas e tamanhos, incluindo 250 portas de acesso. Por dentro, temos cinquenta bobinas magnéticas de 6 toneladas cada.

Ainda assim, os stellarators têm certas qualidades que os tornam mais adequados para aplicações comerciais. Tokamaks só podem ser ativados por períodos curtos, e eles estão propensos a perturbações magnéticas que podem desestabilizar todo o reator. Como explica a Science News, diferenças na forma como os campos magnéticos são criados tornam os stellarators imunes a estes problemas.

Demorou 19 anos para construir o W7-X. Espera-se que os reguladores nucleares da Alemanha autorizem a ativação do reator até o final do mês. Se tudo correr bem e o stellarator conseguir conter o seu calor, este dispositivo poderia dar um novo rumo para a energia de fusão. O futuro energético da humanidade: painéis solares, turbinas eólicas, e núcleos de estrelas em miniatura que se parecem com katamari gigantes. Eu meio que gosto disso.

[Science News via Digital Trends]

Foto por IPP/Bernhard Ludewig

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28 Oct 11:51

A polêmica sobre a espécie “Homo naledi” é ótima para a ciência

by Kiona Smith-Strickland

A descoberta do Homo naledi, que parece ser uma nova espécie semelhante à humana, vem sendo bastante questionada por paleoantropólogos.

Para começar, há um debate para saber se os Homo naledi são de fato uma nova espécie. Alguns antropólogos, como Jeffrey Schwarz, dizem que a espécie parece mais com um ancestral dos primeiros humanos a partir de um gênero diferente, os Australopithecus.

Outros, como Tim White, dizem que o fóssil descoberto próximo a Johanesburgo, na África do Sul, provavelmente pertence aos Homo erectus. White diz que o pesquisador do Homo naledi, Lee Berger, cometeu alguns equívocos.

Enquanto isso, alguns no campo vêm criticando Berger por não datar a sua descoberta, enquanto outros questionam as afirmações de Berger de que os restos mortais foram deliberadamente enterrados na caverna Rising Star, onde foram encontrados.

Mas o debate é possível em primeiro lugar porque Berger publicou suas descobertas muito mais rápido que o normal, em uma revista de acesso aberto, e imediatamente ofereceu scans digitais dos espécimes para baixar ou imprimir em 3D.

A ideia das publicações científicas é que, quando você publica, está colocando seus dados e métodos para que outros cientistas vejam e comentem – e julguem. Em tese, cientistas devem ler esses documentos e, assim, checar o trabalho dos outros.

A polêmica em relação às conclusões de Berger é o que deve acontecer com mais frequência na comunidade científica.

Demora muito tempo para dizermos qualquer coisa em paleoantropologia

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Imagem por Patrick Randolph-Quinney (2015)

A paleoantropologia se move lentamente, até mais do que outros campos da ciência. Pense em Barbávore e outros Ents de O Senhor dos Anéis. Quando uma expedição de campo encontra um espécime, pode demorar de dez a quinze anos até que os pesquisadores compartilhem as descobertas com o resto da comunidade científica e com o público geral – ao publicar em uma revista científica.

De certa forma, isso faz sentido. Escavar um sítio arqueológico exige um trabalho cuidadoso e muita documentação – em parte porque os fósseis em si são muito frágeis, e em partes porque é importante preservar as informações sobre onde os fósseis estavam em relação aos outros, e em que camada do solo eles foram encontrados. Essas informações ajudam pesquisadores a datarem os fósseis e a reconstruir o que pode ser acontecido naquele sítio. Às vezes é preciso passar algumas estações do ano em campo para fazer isso corretamente.

Os paleontólogos tradicionais dizem que leva mais tempo ainda para analisar os fósseis, compará-los com outros espécimes, e verificar novamente o trabalho.

O problema é que, assim como cientistas de outros campos, paleontólogos frequentemente são bastante possessivos em relação a seus dados e espécimes. Então, enquanto alguns dos mais antigos na área levam dez anos para interpretar os fósseis, normalmente mais ninguém consegue observá-los. Não é comum que os espécimes – nem mesmo imagens deles – e os dados sejam compartilhados com outros cientistas.

Então paleontólogos trabalham dessa forma por uma década antes de finalmente ter bastante certeza das conclusões para publicá-las, normalmente acompanhadas de fotografias e tabelas de medidas. Mesmo depois da publicação, ainda pode demorar anos até que os fósseis sejam observados por outros pesquisadores ou professores que estejam interessados neles.

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John Hawks via Wikimedia Commons

Berger quebrou a tradição ao publicar seus trabalhos em apenas dois anos, e ao liberar escaneamentos digitais dos fósseis para que outros cientistas possam fazer réplicas em impressoras 3D. Foi bastante inesperado, e muita gente na área ficou feliz de ver isso.

Os críticos de Berger podem estar certos ao dizer que ele apressou a pesquisa e a escavação, em partes para se adequar ao calendário das equipes de filmagem da National Geographic. Podem estar certos quando dizem que o processo de revisão da eLife foi relaxado o suficiente para permitir a publicação de um artigo científico cheio de erros. Se for o caso, essas coisas serão evidentes na qualidade do trabalho da expedição, que é fácil de avaliar: todos os dados estão abertos, detalhados, para qualquer um que quiser checar, verificar ou desacreditar. E é assim que a ciência deveria funcionar.

E o debate está acontecendo, em partes, na mídia popular, desde o trabalho de Berger na National Geographic aos artigos de seus críticos na Time e Newsweek. O público está assistindo, e isso não apenas coloca holofotes no campo da paleoantropologia como também na natureza do debate científico. Mesmo que Berger e sua equipe estejam errados, ao menos em um ponto eles acertaram. [The Guardian]

Primeira imagem: John Hawks_Wits University/CC

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26 Oct 00:31

A maioria dos planetas parecidos com a Terra ainda não nasceu

by Maddie Stone

Com a missão Kepler da NASA ainda descobrindo maravilhas cósmicas e alguns projetos de caça a planetas em preparação, as chances de encontrarmos uma segunda Terra nunca foram tão grandes. Ainda assim, o tempo pode ser um obstáculo para nós quando falamos em encontrar planetas idênticos: de acordo com um novo estudo teórico, 92% dos planetas parecidos com a Terra ainda não nasceram.

Usando dados coletados pelo Telescópio Espacial Hubble e pela missão Kepler, uma equipe de astrônomos da NASA conseguiu, pela primeira vez, estimar a chance de mundos parecidos com a Terra aparecerem durante o tempo de vida do Universo. Isso significa planetas pequenos e rochosos na zona habitável não muito quente e nem muito fria da sua estrela. E, pelo jeito, queimamos a largada.

Quando nosso sistema solar nasceu há 4,6 bilhões de anos, apenas 8% dos planetas parecidos com a Terra existiam. Quando nosso Sol apagar completamente daqui a algumas eras, muitas das futuras Terras ainda não terão sido formadas.

Como astrônomos chegaram a essa conclusão? Basicamente, ao olhar para o espaço muito distante. Observar essas galáxias é mais ou menos como olhar para trás no tempo, e com a coleta de informações sobre o início do Universo, podemos reconstruir várias coisas interessantes, incluindo a taxa de formação de estrelas.

Acontece que, por mais que as galáxias estivessem produzindo estrelas rapidamente após o Big Bang, elas só usavam uma pequena fração do hidrogênio e hélio do Universo – os elementos necessários para criar formas mais complexas de matéria. O tanque de combustível cósmico ainda está quase cheio. Isso significa que novas estrelas – e novos planetas rochosos – vão continuar a se formar no futuro. Os pesquisadores estimam que a maioria dos 92% de planetas restantes vão surgir entre 100 bilhões de anos e 1 trilhão de anos de onde estamos. Somos os precursores cósmicos.

Isso não significa que devemos todos ir correndo para um banco criogênico e viajar no tempo até um futuro menos solitário. Graças à missão Kepler, astrônomos estimam que atualmente existe cerca de um bilhão de mundos como o nosso planeta só na nossa galáxia. Se tivermos sorte, um deles pode conter alguns micróbios alienígenas, ou ao menos uma atmosfera que podemos terraformar. Talvez até exista mesmo uma ou duas megaestruturas alienígenas em algum lugar a alguns anos luz de distância de nós. [arXiv, NASA]

Imagem por L. Calçada, ESO

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26 Oct 00:26

Furacão Patricia, um dos mais fortes já registrados, se aproxima da costa do México

by Daniel Junqueira

A costa oeste do México está em alerta: o país se prepara para receber o ciclone tropical mais forte já registrado no mundo.

De acordo com a Gawker, na madrugada de hoje, um grupo de pesquisadores voou até o centro do furacão Patricia, que se move no Pacífico em direção ao México, e conseguiu medir os ventos dele, que chegaram a 325 km/h, os mais fortes já registrados nas Américas – tanto no Pacífico quanto no Atlântico Norte. Ele já atingiu a categoria 5, a mais devastadora da escala Saffir Simpson.

É impressionante pensar que um grupo de pesquisadores foi até o meio do furacão que acabou se tornando um dos mais fortes já registrados. Mas mais impressionante ainda é o poder de destruição que ele tem.


Furacão Patricia

GIF mostra a movimentação do furacão Patricia. Via NOAA

A Organização Meteorológica Mundial diz que o Patricia tem ventos fortes o suficientes para “fazer um avião ir pelos ares e mantê-lo voando”, e comparou sua intensidade com o tufão Haiyan, um dos mais fortes registrados na história e que matou mais de 6 mil pessoas nas Filipinas em 2013.

A expectativa é que o furacão chegue entre o fim da tarde e a noite de hoje ao solo mexicano, atingindo inicialmente o estado de Jalisco. O Patricia se desloca a 17km/h, mas deve ficar mais lento conforme chega mais perto da costa.

O Patricia deve deixar um rastro de destruição no México. Suas consequências serão “potencialmente catastróficas” ao país, que vê sua população se preparando para se proteger do ciclone. [Gawker, BBC, G1]

Imagem de topo via AP

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26 Oct 00:24

É isso o que acontece quando um buraco negro tritura uma estrela

by Maddie Stone

Quando uma estrela anda muito perto de um buraco negro, forças gravitacionais enormes começam a destruí-la em um assassinato cósmico épico chamado de “evento de interrupção de marés”. Parte da massa da estrela é arremessada para longe no espaço, enquanto o resto é aspirado, desencadeando um clarão que espalha raios-X no céu.

Usando o Observatório de raios-X Chandra e outros telescópios, uma equipe de astrônomos conseguiu encontrar um lugar onde vai acontecer um desses assassinatos cósmicos. O evento em questão, chamado apropriadamente de “ASASSN-14li”, foi detectado próximo ao centro da galáxia PGC 043234, que fica a 290 milhões de anos-luz da Terra.

Este é o evento de interrupção de marés mais próximo que encontramos em quase uma década, e os astrônomos estão esperançosos de que ele ajudará a desenvolver teorias sobre a estrutura e evolução desses acontecimentos cósmicos. As descobertas feitas até hoje, incluindo indícios de que o vento tenta fugir da gravidade do buraco negro, foram detalhadas na Nature.

Bem legal, mas deve ser bem interessante ver isso acontecendo. Por isso, a NASA preparou um vídeo conceitual:

“Durante o evento de interrupção de marés, filamentos contendo muito da massa da estrela caem no buraco negro”, escreve a NASA. “Esses filamentos gasosos se fundem com um disco que brilha intensamente em raios-X. Conforme o disco é formado, sua região central aquece tremendamente, o que faz um fluxo de material – chamado de vento – se afastar do disco.”

Stephen Hawking ganhou as manchetes recentemente dizendo que “se você sentir que está em um buraco negro, não desista. Há uma saída”. Hawking estava se referindo a uma teoria que sugere que os azarados o suficiente para serem devorados por um buraco negro podem não ser triturados e comprimidos por toda a eternidade – em vez disso, eles podem parar em outro universo. Muito mais animador!

Mas, com base no que estamos aprendendo sobre a forma como buracos negros lidam com algumas estrelas, acho que vou preferir continuar nesse mesmo universo. [Nature, NASA]

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21 Oct 12:41

O que “De Volta Para o Futuro” disse que teríamos em 2015 e o que realmente temos

by Daniel Junqueira

Marty McFly chega hoje de 1985 para dar uma rápida passada pelo nosso ano de 2015. Não é novidade nenhuma que o mundo atual não é exatamente parecido com o que foi previsto pelos produtores de De Volta Para o Futuro II lá em 1989, mas é impressionante como algumas das coisas do filme realmente se tornaram realidade, enquanto outras parecem estar próximas de se tornar.

>>> Seis visões de 2015 imaginadas por filmes

Em De Volta Para o Futuro II, Marty McFly e o Doc Emmet Brown viajaram de 1985 para o dia 21 de outubro de 2015, chegando ao nosso ano às 16h29 do horário local da cidade de Hill Valley, no estado da Califórnia, nos EUA. Lá, o jovem McFly encontrou um mundo com carros voadores, hoverboards, táxis pagos via impressão digital, hologramas, sapatos que amarram sozinho e jaquetas que se ajustam automaticamente ao seu corpo, além de se secarem quando estão molhadas.

O que disso nós já temos, o que ainda teremos e o que provavelmente não teremos tão cedo?

Hoverboard

hoverboard

Um skate sem rodas: pule em cima de uma prancha flutuante e ande por aí sem precisar se esforçar demais. Talvez seja a coisa mais legal vista no filme, e ainda é algo que estamos tentando fazer virar realidade. Não são poucos os projetos de hoverboard que temos por aí.

A Lexus está desenvolvendo um que é real, mas não tão simples quando parece, e enfrentou problemas como o fato de não flutuar o suficiente e ainda precisa de uma pista especial para ser usado. O mesmo acontece com o projeto Hendo 2, que agora tem a ajuda do skatista Tony Hawk para chegar ao hoverboard dos sonhos.

Esse talvez seja o grande obstáculo para que se tornem reais: atualmente, eles precisariam da construção de toda uma infraestrutura própria para poder ser adotados em grande escala nas grandes cidades. Na Hill Valley do filme, Marty conseguia flutuar por onde quisesse.

Carros voadores

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Talvez seja melhor esquecer esse sonho. Os carros voadores são desejados há cerca de um século pela humanidade, mas parecem cada vez mais distantes. Como falamos em maio, o principal problema deles é a segurança.

Existem projetos por aí, mas nenhum parece estar próximo de se tornar realidade – a Terrafugia Transition, por exemplo, tem autorização para testar esses veículos desde 2011, e mesmo assim promete sempre que eles serão lançados “daqui a dois anos”.

A verdade é que provavelmente não precisaremos dos carros voadores. Em vez de colocar seres humanos em uma máquina ainda mais perigosa do que carros normais, o que estamos tentando fazer agora é tirar das pessoas o controle do carro com os diversos projetos de carros autônomos.

Pepsi Perfect

Marty tem uma tarefa quando chega a 2015: ir até a lanchonete temática dos anos 80 e pedir uma Pepsi. Ele pediu e recebeu a Pepsi Perfect, que tem uma garrafa diferente da que estávamos acostumados a ver em 1985.

A Pepsi Perfect será lançada em versão limitada e terá como única diferença a garrafa, que será parecida com a do filme. O líquido será o mesmo. Ah, claro, o preço não é o mesmo, e cada uma das garrafas será vendida por US$ 20,15.

Eu acho que a situação atual dos refrigerantes em 2015 está muito boa, e não precisamos de nenhuma garrafa especial custando mais de 20 dólares.

Cadarços que se amarram sozinhos

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A Nike anunciou o Air Mag, o tênis de De Volta Para o Futuro II, em 2011. Mas ele não se amarrava sozinho, e essa era a melhor parte do tênis usado por Marty. No entanto, o sonho não acabou.

No ano passado, a Nike voltou a prometer os calçados com o power lace, o cadarço que se amarra sozinho. Ela voltou a falar sobre o tênis no começo de 2015, prometendo que eles chegariam às lojas até o fim do ano. E até agora, nada.

Talvez hoje seja o dia? Pode ser. Mas, se for, estará atrasado: o Marty McFly que chegar a 2015 precisará amarrar seus sapatos por conta própria como faziam nossos antepassados em 1985.

Chicago Cubs campeões de beisebol

Ok, essa é fantástica: no ano de 2015 de De Volta Para o Futuro, os Chicago Cubs eram os campeões da World Series de beisebol. No começo do ano, Bob Gale, roteirista do filme, disse que incluiu o título dos Cubs como forma de tirar sarro do time.

O time de Chicago não é campeão da World Series desde 1908. Isso mesmo, são mais de 106 anos sem conquistar o título mais importante do beisebol norte-americano.

Os Cubs estão na final da Liga Nacional dos EUA. No momento eles enfrentam os New York Mets pelo direito de disputar a final da 2015 World Series. Os primeiros resultados não foram os melhores: os Mets saíram vitoriosos nas três primeiras partidas da série.

Pode ser que, em algumas semanas, os Cubs sejam campeões de beisebol – como já havia sido previsto em 1989. Eles só precisam ganhar as próximas quatro da série de sete.

Táxis e pagamentos com digitais

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No filme, Biff Tannen pagou um táxi usando apenas o seu dedo, com um leitor de digitais. E não é que temos isso atualmente? Pelo menos nos EUA, onde o Apple Pay funciona: usando apenas o dedo e o leitor de digitais do iPhone, é possível pagar serviços como Uber, Lyft e alguns táxis que usam aplicativos.

Não temos isso exatamente no Brasil, mas é possível nem tirar a carteira do bolso para pagar táxi em alguns desses serviços que aceitam pagamento pelo próprio aplicativo. É um cenário que devemos ver com mais frequência daqui para a frente.

E outras coisas

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Algumas tecnologias que estão ganhando força apareceram sem muito destaque no filme. Claro que, hoje, elas funcionam de maneira diferente, mas o conceito é o mesmo encontrado no filme.

Marty Jr usa por alguns momentos um headset que pode tanto ser algo como o Google Glass quando um dispositivo de realidade virtual como o Oculus Rift. A casa dos McFly é toda automatizada: um leitor de digitais fica no lugar da maçaneta da porta, é possível fazer videochamadas pela TV e até pagar coisas com cartão de crédito.

São coisas que podemos fazer hoje em dia; não estão tão presentes na vida das pessoas em 2015 como dava a entender o filme, mas, ainda assim, existem. Por outro lado, a casa dos McFly tem aparelhos de fax espalhados por todos os cantos – isso, definitivamente, ficou no passado.

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Podemos dizer que De Volta Para o Futuro II acertou bastante sobre como viveríamos em 2015 (apesar de ter deixado de lado uma coisa fundamental, que é a internet), mas, no geral, parece que os produtores superestimaram um pouco o desenvolvimento tecnológico. Carros voadores, pizzas que se hidratam e ficam prontas em segundos, hologramas espalhados pelas cidades e roupas que se ajustam automaticamente parecem estar longe de existir, enquanto algumas outras coisas estão perto, mas ainda não são reais.

Claro, este é um filme de ficção científica e que não tinha pretensão nenhuma de adivinhar o futuro. É verdade! E é incrível como esse filme de 1989 ainda consegue fascinar tanto a ponto de querermos que aquelas coisas lá mostradas se tornem realidade. E é engraçado ver como, de certa forma, o filme incentivou o desenvolvimento de algumas dessas tecnologias – eu tenho certeza que os hoverboards só existem por causa de De Volta Para o Futuro II.

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20 Oct 19:54

Um asteroide inesperado vai passar pela Terra no Dia das Bruxas

by George Dvorsky

A principal atração do Dia das Bruxas deste ano não vai ser nenhuma festa à fantasia. Um asteroide bem grande descoberto há alguns dias está perto de passar pela Terra a uma distância não vista em uma década – e isso vai ocorrer bem na noite do dia 31 de outubro.

O asteroide, chamado 2015 TB145, foi descoberto no dia 10 de outubro por astrônomos com ajuda do telescópio Pan-STARRS. O objeto mede entre 280 e 620 metros de diâmetro, então é bem grande – mais ou menos o tamanho de um arranha-céu. Se não bastasse isso, ele também está se movendo a uma velocidade de 35 quilômetros por segundo (12,600 km/h), que a NASA descreve como “extraordinariamente alta”.

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Quando o 2015 TB145 estiver próximo da Terra no dia 31 de outubro, ele estará a uma distância de 0,0032 AU, ou 1,3 distâncias lunares. Isso dá cerca de 479.000 km. Será o objeto a sobrevoar mais próximo da Terra desde 2006, quando o asteroide NEO 2004 XP14 voou a 1,1 distâncias lunares. Depois da passagem pelo Dia das Bruxas, a próxima vez que veremos um objeto tão próximo da Terra será em agosto de 2027, quando o NEO 1999 AN10 vai voar a cerca de 1 distância lunar da Terra.

A NASA diz que o 2015 TB145 vai passar com segurança pela Terra e continuará sua órbita excepcionalmente excêntrica e inclinada – o que pode explicar porque ele só foi descoberto há alguns dias.

Durante o sobrevoo, o asteroide vai atingir uma luminosidade de magnitude 10, e por isso deve ser observado por astrônomos com telescópios. Ele será visto com mais facilidade no hemisfério norte, mas a lua minguante da noite diminuirá relativamente o brilho no momento. [NASAiTelescope via Gizmag]

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20 Oct 19:54

Como uma bactéria transforma plantas em zumbis

by Kiona Smith-Strickland

Parece um tipo de mashup bizarro de videogames, mas agricultores relatam plantas “zumbis” desde o começo dos anos 1600: plantas que ganham uma cor amarelada e estruturas estranhas em vez de florescerem e se reproduzirem.

Desde 1967, sabemos que isso é causado por uma bactéria chamada fitoplasma, que infecta diversas espécies diferentes de plantas com flores, incluindo macieiras, coqueiros, amoreiras, sândalos, cana de açúcar e uvas de vinho. Ela ocorre principalmente em regiões tropicais e subtropicais.

Plantas infectadas continuam vivas, claro, mas não conseguem se reproduzir, e também frequentemente ganham ramos estranhos no lugar das suas flores tradicionais. Isso acontece porque o fitoplasma sequestra os ciclos de vida da planta para ajudar a infecção a se espalhar e reproduzir.

“Essas plantas se tornam mortas-vivas,” diz o geneticista Günter Theißen. “Depois de um tempo, elas passam a servir apenas para a bactéria se espalhar.”

Plantas mortas-vivas

Agora, graças ao trabalho do estudante de pós-graduação Florian Rümpler, da Universidade Friedrich Schiller de Jena (Alemanha), cientistas entenderam exatamente como a bactéria domina as plantas e as transforma em mortas-vivas.

A bactéria produz a SAP54, que imita a estrutura de uma proteína em suas plantas hospedeiras; essa proteína está envolvida no desenvolvimento das flores. Quando outras proteínas na planta – chamadas proteínas de domínio MADS – se juntam com a SAP54, isso quebra o processo de desenvolvimento de pétalas e outros órgãos das flores. Em vez de flores, algumas plantas infectadas desenvolvem estruturas que lembram folhas em uma condição chamada filódia.

Em outras plantas, como as macieiras, a infecção do fitoplasma causa uma condição conhecida como “vassoura-de-bruxa”, na qual a árvore produz uma massa densa de brotos em um único ponto, criando ramos estranhos. Plantas infectadas também podem ficar amareladas e morrer conforme a bactéria atinge o floema, o tecido que transporta carboidratos para as folhas.

Rümpler e sua equipe dizem que a imitação não é uma coincidência: o fitoplasma parece ter evoluído para imitar as proteínas do hospedeiro como forma de tomar controle do seu sistema reprodutor. Os geneticistas publicaram o artigo no Trends in Plant Science.

Espalhando a infecção

Como a bactéria se beneficia disso? Quando o fitoplasma reorganiza o ciclo de vida da planta, ele também usa essa planta para ajudar a encontrar novos hospedeiros.

O fitoplasma só consegue viver em plantas infectadas ou no sistema digestivo de insetos como cigarrinhas, que espalham a bactéria para novas plantas hospedeiras. Muitas plantas produzem um hormônio chamado jasmonato, que ajuda a repelir cigarrinhas e outros insetos que se alimentam de plantas. O fitoplasma incentiva a produção de uma proteína chamada SAP11, que faz as plantas produzirem menos jasmonato.

Como resultado, plantas infectadas se tornam alvos de cigarrinhas, que colocam ovos em suas folhas. Quando os ovos chocam, as cigarrinhas recém-nascidas comem as folhas e ingerem o fitoplasma, espalhando-o para outras plantas.

[Friedrich Schiller University Jena, Trends in Plant Science]

Imagem de topo: Joseph O’Brien, USDA Forest Service, Bugwood.org, via Wikimedia Commons

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13 Oct 13:43

Beauty of the Krasnoyarsk Egraki Hills

by tim
Russian blogger Dmitry is traveling thru Siberia and shared with his readers a few photos of awesome the Egraki hills near Krasnoyarsk. Nature is really stunning there. Just a few shots but the views are awesome and can be opened … Read more...
13 Oct 13:42

Frozen Fountain in Magadan Russia

by tim
In Russia there is a saying that "winter always happens unexpected". It often implies, that even all people know that winter is pretty early and harsh still nobody is often ready. And here is a life demonstration of this rule … Read more...
13 Oct 13:42

Awesome Laser Show in Moscow

by tim
A few days ago there was an awesome laser projection show on one of the Moscow city's embankments. The show was projected right onto the building which is especially important right now - Russian Defense Ministry Building. The command center for … Read more...
13 Oct 13:42

Beauty of Russian Nature in Fall and Winter Months

by tim
Thanks to Russian photographer Anton we can see some new awesome shots from Russian region of Altai Mountains - one of the most untouched and nice looking places in Russia. Anton says that this place has fantastic beauty which brings people … Read more...
20 Mar 15:11

Marco Civil: a força das operadoras de telefonia por trás da disputa política

by Felipe Seligman - Agência Pública
Nilson T. Saito

O futuro da Internet do Brasil em jogo. De um lado as Teles que querem ganhar ainda mais em cima dos usuários e sao contra a Internet Livre. Informe-se e entenda o que está acontecendo.

O Congresso vem discutindo há tempos o Marco Civil, que visa garantir os direitos e deveres de usuários e empresas na internet brasileira. Mas por que ele ainda não foi aprovado? O texto a seguir explica os motivos, analisando o histórico e bastidores do projeto.

Esta reportagem foi feita pela Pública, uma agência de jornalismo investigativo cuja missão é “produzir reportagens de fôlego pautadas pelo interesse público sobre as grandes questões do país, do ponto de vista da população”. Visite-os em apublica.org e siga-os no Twitter e Facebook.


No dia 6 de novembro do ano passado, a bancada do PMDB – segunda maior da Câmara – se reuniu no Congresso Nacional para ouvir com exclusividade o que Eduardo Levy, diretor executivo do Sinditelebrasil (Sindicato das Empresas de Telefonia), tinha a falar contra o projeto do Marco Civil da Internet, que já naquela época trancava a pauta da casa. Uma didática exposição concentrava as principais críticas sobre a tão falada neutralidade da rede, e defendia a desnecessidade de um projeto sobre o assunto.

Diante das informações prestadas, o deputado Fábio Trad (PMDB-MS) levantou a mão. “A pergunta que eu faço ao Levy é a seguinte: se hoje nós temos uma desigualdade – afinal, em tese, todos pagam o mesmo por serviços diferentes – existe algum estudo que demonstre prejuízo financeiro às empresas – às teles, por exemplo – em virtude dessa igualdade diante de serviços diferentes?”

A resposta veio em seguida. “Não é que o projeto provoque prejuízo às teles. O que está em jogo aí é que o projeto provoca uma necessidade de investimento maior para manter o nível de serviço igualitário, que acarretará, ao fim, no aumento do custo para o usuário”, afirmou um convicto Eduardo. Não o Levy, como seria de se esperar, mas Eduardo Cunha, líder do PMDB na Câmara, e apontado como o mais ferrenho defensor dos interesses das empresas de telefonia nessa questão.

O objetivo da palestra de Levy era municiar os deputados peemedebistas para o debate que ocorreria naquele mesmo dia, à tarde, também convocado por Cunha, com a Comissão do Marco Civil. O encontro entre a bancada e o representante das teles, disponível no Youtube, demonstra bem o grau de confusão de interesses na bancada do Marco Civil da Internet, que se agravou com a disputa política entre PMDB e o governo Dilma durante a votação do projeto neste ano, seguidamente adiada.

O Marco Civil, como o próprio nome diz, refere-se à criação de princípios básicos, uma espécie de Constituição de direitos e deveres fundamentais a serem seguidos no mundo digital. Trata-se de uma matéria que envolve interesses complexos e difíceis de serem equacionados. Algo que, por mais técnico que pareça, terá repercussão direta na sua sua vida e na dos 100 milhões de brasileiros conectados.

As regras a serem definidas no Marco Civil terão repercussão direta na vida dos brasileiros – não apenas dos já conectados na dos que ainda irão se conectar. Também afetarão instituições tão diversas quanto as próprias empresas de telecomunicação, como Oi, Telefônica ou Tim; os provedores de conteúdo, entre eles Google e Facebook; a sociedade civil organizada; a Polícia Federal e o Ministério Público; e até mesmo as relações internacionais do governo Dilma Rousseff.

O histórico da lei da internet, feita através da internet

O projeto que está para ser votado, e que corre o risco de ser desfigurado no Congresso, é resultado da mobilização da sociedade e de um processo democrático acompanhado de perto pela pesquisadora Juliana Nolasco, da Faculdade de Direito da FGV-SP. Ela trabalhou no Ministério da Cultura, que participou do início do processo de elaboração do Marco Civil; e atualmente, já fora do governo, finaliza uma dissertação de mestrado sobre o tema. Para nos guiar ao longo dessa reportagem, ela destacou alguns momentos-chave da discussão.

O primeiro aconteceu em 2007. Na época, o então senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) reuniu propostas em torno de um projeto de lei que previa uma série de crimes em informática. A opção do legislador era, portanto, iniciar a regulamentação da internet por meio da criminalização de condutas.

“O Brasil tem uma tradição de regular primeiro o crime. Para se ter uma ideia, a primeira lei brasileira que tratou sobre direito autoral foi o Código Penal do Império”, diz Ronaldo Lemos, professor de Direito da UERJ, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio e do Creative Commons Brasil.

Lemos, uma figura emblemática em todo esse processo, foi o primeiro no Brasil a defender a regulamentação civil, antes da penal, no universo digital. Ainda em 2007, publicou um artigo intitulado “A internet brasileira precisa de um Marco Civil”, no qual defendia que antes de criminalizar condutas, seria necessário elaborar um texto de princípios, o que nos EUA é chamado de “bill of rights”.

Marco Civil da Internet

O projeto de Azeredo continuou na pauta nos anos seguintes. Em 2009 já havia sido aprovado por uma série de Comissões da Câmara e estava pronto para ser ser votado em plenário.

Ativistas da internet, encabeçados pelo sociólogo Sérgio Amadeu e pelo publicitário João Carlos Caribé, iniciaram uma ampla campanha contrária ao projeto, convocando reuniões e abrindo o debate na rede. O Projeto Azeredo, que defendia penas de até 4 anos de prisão por condutas genéricas, como invasão de sites (cuja interpretação poderia até mesmo penalizar alguém que copia o texto de um site e reproduz e seu blog), ganhava ali a pecha de “AI-5 digital” – em referência ao ato institucional da governo militar que, em 1968, suspendeu direitos constitucionais e endureceu de vez o regime ditatorial que havia se instalado em 1964.

A campanha chamou a atenção do governo e a tramitação foi momentaneamente paralisada na Câmara. No meio de 2009, o então chefe de gabinete adjunto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Cezar Alvarez, convidou um grupo formado por estudiosos e ativistas da rede – como Marcelo Branco, por exemplo – assim como defensores da Lei Azeredo, entre eles representantes da Polícia Federal, para conversar sobre o assunto. “Ele [Alvarez] nos disse que o projeto estava parado, mas o governo precisava de uma alternativa. Foi então que defendemos a necessidade do Marco Civil”, conta Lemos, que também participou da reunião.

Alvarez comprou a ideia e a vendeu para o ex-presidente Lula. Pouco tempo depois, no final de junho de 2009, Lula foi a Porto Alegre participar do Fórum Internacional do Software Livre e, em discurso simbólico, defendeu que, em seu governo, seria “proibido proibir”, instando naquele mesmo pronunciamento o então ministro da Justiça, Tarso Genro, a elaborar um anteprojeto de lei a ser enviado ao Congresso.

Genro passou a bola para a equipe do então secretário de Assuntos Legislativos, Pedro Abramovay, jovem advogado que aos 28 anos chegou a assumir interinamente o Ministério da Justiça.

A primeira decisão de Abramovay foi elaborar o texto de forma colaborativa. Ele convidou Lemos, na época ainda na FGV-Rio, que ficou responsável por montar uma plataforma digital, hospedada no culturadigital.br, possibilitando a participação de todos os atores interessados no tema. “Decidimos que o melhor caminho seria escrever a lei da internet pela internet”, conta Lemos.

E assim foi feita a lei. Um primeiro texto foi apresentado em 2010, e depois de mais 2 mil contribuições de atores tão diversos quanto Google, Polícia e ativistas de software livre, o projeto ficou pronto em 2011 para ser enviado ao Congresso. Essencialmente, o texto final reafirmava que a internet é um espaço livre, onde prevalece a liberdade de expressão, a liberdade de acesso à informação, garantindo a privacidade dos seus usuários, cujos dados só podem ser expostos por meio de autorização judicial.

“É uma história curiosa, porque quem participou do debate está junto nesse processo, desde a Polícia Federal até os provedores de internet. Essa aliança que apoia o texto do Marco Civil é improvável e foi forjada graças às conversas”, lembra Abramovay. “No começo, as posições do Google, UOL e do pessoal de software livre eram muito diferentes. Mas conseguiram se juntar, porque viram que tinham vários interesses em comum”.

Molon: buscando consenso

marco civil agbr (2)

O anteprojeto de lei chegou ao Congresso em 2011 e uma comissão especial foi montada para analisar o caso. Como relator foi escolhido o deputado Alessandro Molon (PT-RJ), jovem professor de história que ganhou popularidade na comunidade católica carioca com um programa chamado “Deus é dez”, e que entrou para a política com bandeiras ligadas aos direitos humanos.

O assunto na época não estava entre as prioridades do governo Dilma Rousseff, ocupada em lidar com as primeiras dificuldades com sua base de apoio no Congresso. Molon decidiu continuar o diálogo com a sociedade e reabriu os debates, promovendo sete audiências públicas e seminários, que reuniram 62 palestrantes de dezenas de instituições e das mais diversas áreas. As sugestões para o texto também vieram por meio de redes sociais como o Twitter.

“O que o Molon fez foi muito legal. Ele não abriu para a sociedade como se estivesse fazendo outro processo. Ele reconheceu o processo anterior e continuou a conversa”, diz Abramovay.

Desde o início, porém, o deputado percebeu que empresas de telecomunicação, com forte presença no Congresso, institucionalmente representadas pelo Sinditelebrasil, dirigido por Eduardo Levy – aquele da palestra para a bancada do PMDB – eram contra a elaboração de um projeto, ainda mais se ele defendesse a neutralidade da rede como princípio.

A neutralidade garante igualdade de acesso aos conteúdos da internet para todos os usuários, impedindo as teles de oferecer pacotes diferentes conforme o valor pago. O que as empresas querem é exatamente o oposto: poder cobrar por um serviço apenas de vídeo, ou apenas de texto, ou mesmo diferentes velocidades a depender do tipo de conteúdo acessado, estabelecendo preços diferentes. O argumento é que, ao possibilitar que o usuário escolha o pacote que quer, o serviço é prestado de forma mais barata e mais efetiva.

Consciente da oposição de interesses, Molon tentou construir um projeto que obtivesse o apoio dos mais diversos partidos, mesmo que isso significasse fazer algumas modificações. Para agradar o DEM e o PSDB, por exemplo – que continuavam a defender a questão criminal em aliança com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal – Molon inseriu um artigo que obriga os provedores de conteúdo a guardar por 6 meses todos os logs, registrando o que cada endereço IP acessou na internet.

Isso desagradou outros interlocutores. A guarda das informações, por exemplo, foi criticada pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor): “há um problema a ser atacado no último relatório do Marco Civil. O artigo 16, que prevê a guarda obrigatória dos registros do que o usuário acessou na internet, mesmo sem qualquer conduta suspeita, é uma afronta à privacidade. Essa obrigação reforma a postura de vigilância em massa que o Estado brasileiro deveria combater, não reproduzir”.

Além disso, especialistas afirmam que tal medida poderá inibir a existência de sites que permitem o vazamento de informações relevantes ao público, como faz a organização Wikileaks.

Molon diz que as críticas não têm fundamento. Segundo ele, as empresas que guardam o acesso aos sites não possuem forma de saber informações sobre determinados IPs, que só podem ser identificados pelos provedores de serviços (teles). “A lei, no entanto, proíbe que um fale com outro, ou seja, quem tem a informação dos sites acessados não sabe quem os acessou e quem tem a informação sobre o usuário não sabe que o que ele acessa – a menos que tenha uma ordem judicial”, explica o deputado.

Efeito Snowden

Polêmicas à parte, o processo corria em ritmo lento na Câmara. A internet ainda não estava na pauta do dia nem do governo, nem do Congresso. Só assuntos externos atraíam a atenção para essa discussão, como o vazamentos de fotos íntimas da atriz Carolina Dieckmann, em 2012, após uma invasão de seu computador, reforçando os que defendiam a criminalização do condutas na internet. Assim, a Lei Azeredo voltou a tramitar. A mobilização contra ela persistiu e o deputado Paulo Teixeira apresentou uma versão substitutiva. O novo texto (Lei Carolina Dieckmann), que acabou sendo aprovado e já está em vigor, foi aprovado sem pelos menos 10 artigos que constavam na antiga lei, esvaziando exatamente os pontos que eram alvo de críticas.

Mas o fator que mudou definitivamente os rumos do Marco Civil ainda estava por vir. A partir de junho de 2013, o ex-agente da NSA (Agência de Segurança Nacional), Edward Snowden, passou a revelar diversos documentos que demonstravam as dimensões espetaculares de um monitoramento cibernético ilegal promovido pelos americanos contra cidadãos, que também envolviam a quebra de privacidades de outros governos – entre eles, do Brasil.

A papelada divulgada em outubro mostrava que a NSA monitorou ilegalmente e-mails de empresas brasileiras e de outros países, além de correspondências dos próprios chefes de Estado. Entre eles, Dilma Rousseff.

A presidente brasileira reagiu publicamente. Cancelou uma visita oficial que faria a Barack Obama e dias depois, na abertura da Assembleia Geral da ONU, fez um duro discurso, criticando a espionagem promovida pelos Estados Unidos e defendendo uma regulamentação internacional sobre o tema.

marco civil agbr (5)

O Marco Civil ganhou relevância e o governo brasileiro passou a aspirar uma projeção internacional, liderando a regulamentação sobre o assunto. Ganhou um novo trunfo ao ver o Brasil ser escolhido como sede da Reunião Multissetorial Global Sobre o Futuro da Governança da Internet, marcada para os dias 23 e 24 de abril em São Paulo. A questão passou a ser o que mostrar no encontro, que terá a participação de ministros de mais de 20 países, além de acadêmicos e representantes da sociedade civil, com o intuito de começar a construir essa regulamentação internacional.

A partir de outubro de 2013, o Marco Civil começou a tramitar em regime de urgência na Câmara a pedido da própria Dilma, que passou a fazer exigências a Molon e realizar seguidos e longos encontros com ele no Palácio do Planalto. Um dos pedidos feitos por ela foi inserir no projeto um artigo que obrigasse os grandes provedores de conteúdo a construir data centers no Brasil, como uma forma de garantir a privacidade das informações que transitam por aqui.

A medida, um tanto polêmica, desagradou os provedores, como Google e Facebook, e foi criticada inclusive por especialistas da área. Dificilmente será aprovada e já existe consenso dentro da Câmara de que seja analisada separadamente do texto principal.

Quem melhor explica a inconveniência da medida é o próprio Ronaldo Lemos: “Apesar de ser bem intencionada, a medida é pouco eficaz e pode, além de encarecer a internet no Brasil, afastar grandes empresas do país. Um data center é como um grande armazém. Se ele está no meio de grandes rodovias, com várias pistas e muito tráfego, faz sentido construí-lo, mas se está em uma pequena estrada, o máximo que vai fazer é atrapalhar o trânsito”, diz. “Uma coisa é construir a infra-estrutura de rede e atrair data centers para o Brasil, a outra é criar uma obrigação”.

O poder das teles

Dentro do Congresso, porém, essa é uma questão menor. O que pegou mesmo foi o fato de Dilma ter encampado a neutralidade da rede como um princípio a ser defendido por seu governo.

Diante disso, as teles começaram a agir. Multiplicaram-se as reuniões e conversas reservadas entre deputados e representantes das empresas, a fim de convencê-los a não aprovar o projeto. O encontro do dia 6 de novembro é apenas um exemplo.

marco civil agbr (4)O líder do PMDB da Câmara, Eduardo Cunha (Antonio Cruz/Agência Brasil)

O descontentamento foi reverberado dentro do Congresso por uma figura central: exatamente o líder peemedebista Eduardo Cunha, que tem relação histórica no setor. Ele foi presidente da Telerj, então estatal do Rio de Janeiro, que fazia parte do sistema Telebrás, privatizado no final dos anos 90. Processo licitatório, por sinal, que ficou marcado por fortes suspeitas de um esquema para direcionar o resultado a um consórcio liderado pelo Banco Opportunity, de Daniel Dantas.

Na ocasião, a Telerj foi adquirida pela Telemar e posteriormente virou a Oi, empresa que, hoje, tem presença constante no Congresso Nacional. Durante a tramitação do Marco Civil, seus gerentes trabalharam em conjunto com o sindicato representativo das empresas na tentativa de derrubá-lo.

Nos bastidores do Congresso, deputados e seus assessores chegaram a comentar, reservadamente, que a atuação da Oi é uma das mais evidentes contra o Marco Civil. Parlamentares passam a falar, por exemplo, que uma votação favorável ao texto do Marco Civil poderia colocar em risco possíveis doações de campanha para as eleições deste ano.

As principais teles não podem doar, por serem concessionárias de um serviço público, mas empresas ligadas a elas são grandes doadores. A Oi é o melhor exemplo: entre seus acionistas estão, além de fundos estatais como BNDESPar, Previ e Funcef, a Andrade Gutierrez (representada pela AG Telecom), umas das empreiteiras que mais faz doação de campanha (veja aqui a composição societária da Oi).

Para se ter uma ideia dos valores envolvidos, a construtora doou para campanhas do PMDB de Eduardo Cunha um total de R$ 20,6 milhões e R$ 14,8 milhões em 2010 e 2012, respectivamente, segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Diante de tal movimentação, a presidente acionou dois ministros para negociar diretamente com as teles e tentar chegar a um acordo: José Eduardo Cardozo (Justiça) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais). Pouco antes do carnaval, eles se reuniram com Molon e representantes das empresas no Ministério da Justiça. Saíram de lá com um discurso que parecia caminhar para um acordo. As teles abririam mão da neutralidade, mas o governo inseriria na justificativa do projeto de lei uma observação dizendo que as empresas poderiam continuar oferecendo planos com velocidades diferentes, sem diferenciar o conteúdo mas garantindo a manutenção do que já existe.

Tudo parecia certo, até que a crise política se instalou.

Marco Civil em segundo plano

marco civil agbr (3)Henrique Eduardo Alves se reúne com líderes e os ministros José Eduardo Cardozo e Ideli Salvatti em busca de um acordo para votar o Marco Civil (Antonio Cruz/Agência Brasil)

“Infelizmente, o Marco Civil virou acessório. A questão agora é governo contra o PMDB”, resume Pedro Abramovay.

Insatisfeitos com o que consideram ser um pequeno espaço no governo, ao menos 9 partidos da base (PMDB, PP, PSD, PDT, entre outros) formaram informalmente o “blocão”, com mais de 250 deputados, pressionando por novos ministérios e pela liberação de emendas indicadas por eles referentes ao ano de 2013.

A principal liderança do blocão é Eduardo Cunha, que de três semanas para cá passou a atacar o PT e a presidente Dilma, ameaçando inclusive romper a aliança entre os partidos. Disposto a promover derrotas ao governo, começou a reunir colegas para derrubar o Marco Civil. Fatores políticos, portanto, passaram a reforçar sua posição tecnicamente contrária ao projeto.

A articulação colocou em risco o que havia de consenso em torno do assunto. Partidos de oposição que eram favoráveis ao Marco Civil, como o PSDB e DEM, passaram a vê-lo de forma política também. Afinal, derrotar a presidente Dilma no que lhe é de mais caro, em ano eleitoral, passou a ser mais interessante.

Com a crise política instaurada, as chances de derrota ainda são altas, mesmo com concessões feitas pelo governo, como a promessa de nomeação de peemedebistas para Ministérios.

Semanalmente, o projeto é pautado para ser votado; mas sem a certeza de que irá passar, o governo dá um passo atrás e adia. Na semana passada, após uma reunião de líderes, Molon afirmou que o “ambiente político” não está propício para a análise do tema. Naquele mesmo dia, o plenário da Câmara aprovou a criação de uma comissão interna para investigar a Petrobrás, derrotando o Planalto. No dia seguinte, deputados decidiram convocar ou convidar dez ministros, além de Graça Foster, presidente da empresa, para prestarem esclarecimentos sobre mais diversos assuntos, com a intenção de constranger o governo.

Nesta semana, Eduardo Cunha chegou a ir até o Palácio do Planalto na tentativa de iniciar um acordo. O impasse continua.

Diante da possibilidade de uma derrota, a sociedade civil voltou a se mobilizar. O músico e ex-ministro da Cultura Gilberto Gil criou uma petição no site Avaaz alertando para os riscos do fim da neutralidade e, em uma semana, conseguiu mais de 330 mil assinaturas.

A insensibilidade do Congresso diante da demanda social por liberdade na internet frustra as expectativas de quem participou do processo de criação do Marco Civil desde o começo. “A mensagem que o Congresso passa é de descompromisso. De que não existe um plano sobre onde queremos chegar. Muito triste ver o Congresso capturado por uma agenda de curtíssimo prazo, casuística, deixando a agenda de longo prazo para escanteio”, avalia Lemos.


Texto reproduzido sob licença Creative Commons by-nd; fotos por Agência Brasil








07 Mar 18:27

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27 Nov 16:23

Estas esferas reúnem toda a água e ar da Terra

by Jesus Diaz
Nilson T. Saito

Parece muito, mas é tão pouquinho...

Nós já vimos uma esfera que reúne toda a água da Terra, uma visualização incrível criada pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS). Mas esta imagem nos dá uma ideia perfeita de como o nosso planeta é frágil, adicionando todo o ar em outra esfera.

O ar é representado aqui em sua densidade ao nível do mar (uma atmosfera). São 5,14 trilhões de toneladas, em uma esfera com 1.999 km de diâmetro.

A esfera de água, por sua vez, tem aproximadamente 1,386 bilhão de quilômetros cúbicos (km³) e cerca de 1.385 km de diâmetro. Isso inclui todos os oceanos, lagos, rios, águas subterrâneas e gelo.

Por sua vez, a pequena esfera representa a água doce no planeta, que segundo o USGS, corresponde a apenas 10,6 milhões de km³ em volume. E boa parte dessa água não está disponível para humanos, pois fica no subterrâneo.

Esta imagem foi feita por Félix Pharand-Deschênes, do Globaïa. Ela é baseada em um conceito que Adam Nieman criou para o Rio+10, realizado em 2002. Esta cúpula mundial das Nações Unidas tinha como objetivo implementar medidas para proteger o meio ambiente.

Eis a versão em alta resolução:

earth water air

Se não tomarmos cuidado com o pouco de água e ar que temos, estamos ferrados. [Globaïa]