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11 Oct 19:18

Vergonhoso editorial do Estadão sobre faixas de ônibus em SP

by eduguim
Renato

muito bom.

 

Pense em uma antiga e mastodôntica empresa familiar que se confunde com os piores erros que se cometeu no país e na cidade em que está sediada e você estará pensando no jornal O Estado de São Paulo. O que essa empresa causa em São Paulo não difere do que outras da mesma natureza causam no resto do país, de forma que este texto tem interesse nacional.

A família Mesquita, que passou a controlar o jornal na alvorada do século XX e que edificou o grupo empresarial a que aquele periódico deu origem, traz em seu “currículo” cumplicidade com o estupro da democracia nos idos de 1964 e apoio a políticas públicas que enriqueceram poucos e empobreceram muitos, fazendo do Brasil um dos países mais desiguais do mundo.

Hoje, porém, o Estadão já tem concorrentes na imprensa em termos de elitismo, arrogância e insensibilidade com as necessidades prementes da maioria do povo brasileiro. Mas lidera o desprezo da imprensa de São Paulo pela maioria do povo, que sobrevive em uma cidade desumana, edificada para os ricos e que confinou as massas empobrecidas em suas franjas.

O gigantismo da cidade São Paulo – que já chega aos 12 milhões de habitantes – criou o maior problema de mobilidade urbana do país e um dos maiores do mundo. O Departamento de Trânsito da cidade já contabiliza sete milhões de veículos registrados e quase 4 milhões deles saem diariamente às ruas, via de regra com uma única pessoa em cada um.

Alguns podem pensar que haver 7 milhões de veículos para 12 milhões de habitantes é sinal de que quase 60% da população têm carro, mas essa percepção está muito distante da realidade. Empresas e particulares detêm pequenas frotas particulares, de modo que uma única família pode ter 4, 5 veículos, enquanto que uma empresa chega a ter dezenas e até centenas.

Estima-se, pois, que nem um quinto da população da capital paulista tenha carro particular, que ainda é um privilégio de poucos não só nesta cidade, mas no país inteiro.

A volta do PT ao comando da capital paulista no ano passado propiciou a retomada de políticas públicas que agora começam a dar a justa preferência ao transporte público nas ruas da cidade, pois os carros de poucos desorganizam e impõem um sofrimento quase insuportável à vida de todos.

Após os protestos de junho por conta da mobilidade urbana, o prefeito Fernando Haddad retomou projeto que Marta Suplicy tentou implantar e que foi interrompido pelas administrações José Serra e Gilberto Kassab, que trataram de não mexer com o interesse da minoria motorizada como Marta estava fazendo e Haddad volta a fazer.

O novo prefeito de São Paulo implantou um projeto que melhorou sobremaneira a vida do povo mais humilde e não motorizado, as faixas para ônibus nas principais artérias da cidade. Essa política confina os carros particulares e libera os coletivos. Dessa forma, a velocidade média dos ônibus aumentou sobremaneira, melhorando a vida da população que vive mais longe do centro expandido, onde estão os empregos.

Não por outra razão, a grande maioria da população paulistana está exultante com a inovação. Há relatos de pessoas que viram reduzir-se pela metade o tempo de viagem de casa para o trabalho e vice-versa. A popularidade da nova medida é tão grande que até um dos principais adversários políticos de Haddad, o governador Geraldo Alckmin, viu-se obrigado a elogiá-la.

Matéria do site Brasil 247 dá conta de que “Na avaliação do tucano [Alckmin], a Prefeitura ‘faz muito bem’ em investir nas faixas exclusivas para ônibus. Segundo ele, os corredores ‘são um espetáculo’”.

Não foi à toa que Alckmin elogiou a medida do adversário político. O apoio da população paulistana a ela é cada vez maior e já preveem que deve ser “exportada” para outros grandes centros urbanos do país a partir da experiência paulistana.

Nesse contexto, editorial do jornal O Estado de São Paulo de 10 de outubro destoa do sentimento da grande maioria dos paulistanos e afaga uma minoria que é pequena até entre os donos de carro. Pesquisa Ibope recente deu conta de que 61% dos paulistanos donos de veículos particulares veem com bons olhos as faixas exclusivas para ônibus.

A explicação para donos de veículos particulares apoiarem uma política que vem fazendo esses veículos trafegarem em velocidade menor enquanto a dos ônibus aumenta, é muito simples: as pessoas prefeririam o transporte público se ele funcionasse melhor, porque é caro, arriscado e penoso tirar o carro da garagem.

A mera leitura do editorial do Estadão é revoltante pelo nível de desonestidade intelectual do texto. Vale reproduzir e dissecar essa argumentação abjeta que pretende defender o interesse dos mais ricos sem se importar com os efeitos que esses interesses causam a toda uma coletividade.

Abaixo, pois, sob cada trecho do editorial (em negrito) um comentário do Blog.

—–

O Estado de São Paulo

10 de outubro de 2013

A demagogia da mobilidade

Ao levantar a bandeira (eleitoral) da mobilidade urbana, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, assumiram o papel de defensores dos sem-carro e passaram a combater, sem pensar nas consequências, a multidão dos que se atrevem a sair às ruas em seus automóveis, mesmo tendo de enfrentar grandes congestionamentos todos os dias. Os congestionamentos são cada vez maiores, mas a dupla já começa a acumular resultados “positivos” nessa batalha, mais do que ousada, demagógica.

Só um verdadeiro demente pode considerar mobilidade urbana uma “bandeira eleitoral”. Que história é essa? Mobilidade urbana é um problema seriíssimo não só da capital paulista, mas de praticamente todos os grandes centros urbanos do país.

O editorial ainda chama o prefeito e seu secretário de “defensores dos sem-carro”, que estariam atuando contra os paulistanos “com carro”. Há, aí, uma tentativa de colocar em lados opostos dois setores da sociedade paulistana que padecem com o mesmo problema.

O primeiro parágrafo desse editorial nefasto ainda transforma em sofredores os que optam por um transporte de melhor qualidade, muito mais confortável, como se fizessem favor a alguém ao ajudarem a congestionar ainda mais um trânsito caótico como o de São Paulo.

Ela [a tal “bandeira eleitoral” de Haddad] deve melhorar a arrecadação da Prefeitura com o aumento das multas de trânsito e, assim, ajudar a pagar os subsídios às empresas de ônibus, que, com o congelamento da tarifa, devem atingir no próximo ano a impressionante quantia de R$ 1,65 bilhão.

Sim, as multas ajudarão a melhorar a arrecadação da Prefeitura para que possa pagar pelo desatino de parte da população de São Paulo que acha que não está pagando os R$ 0,20 que deixaram de ser cobrados nas tarifas dos ônibus.

Isso é ruim? Por que? Pelo contrário, é muito bom. A falta de senso de cidadania dos que teimam em invadir com seus carros as faixas de ônibus, na melhor tradição do “jeitinho brasileiro”. Eles têm mais é que pagar pela falta de civilidade a que se dão.

Há um jeito muito fácil de não ocorrer o “mal” que o editorial vê em aumentar a arrecadação da Prefeitura de São Paulo graças aos que não respeitarem a lei: que a respeitem. Dessa maneira, não serão multados. Agora, o sujeito viola a lei de trânsito e a culpa é da Prefeitura?

Estima-se que os recursos provenientes das multas crescerão 22% em 2014, atingindo R$ 1,2 bilhão, um novo recorde. Nos primeiros oito meses deste ano, dos 6,4 milhões de multas aplicadas aos motoristas que circulam pela capital, 352,5 mil foram flagrantes de invasões em corredores e faixas exclusivas de ônibus, registrados por um exército de 1,5 mil fiscais de trânsito da CET e mais 690 da São Paulo Transportes (SPTrans).

Os donos dos 7 milhões de veículos da capital parecem não ter importância. Eles seriam apenas pessoas egoístas que rejeitam o transporte público. É como se não tivessem compromissos diários, serviços a prestar e nenhuma relevância para a vida econômica e social da cidade.

Ora, ora… Se os donos dos 7 milhões de veículos – que não são 7 milhões de munícipes, mas muito menos, pouco mais de 2 milhões em meio a 12 milhões de habitantes de São Paulo – têm, sim, importância, a esmagadora maioria da população da cidade tem muito mais, até porque reside mais longe e sofre mais com o transporte público.

Todos, os com carro e os sem-carro, têm importância. Todos têm compromissos diários, serviços a prestar e relevância para a vida econômica e social da cidade. Quer dizer que entre a relevância da maioria sem carro e a da minoria com carro deve-se escolher a da minoria? Típico do Estadão…

Tanto é assim que, nas próximas semanas, aos marronzinhos se somarão 200 novos radares para ajudar na batalha contra esses paulistanos que não resistem à tentação de circular pelos corredores e faixas de ônibus – espaços em grande parte vazios -, para tentar chegar a tempo aos seus compromissos.

Ainda bem que serão instalados esses 200 novos radares para flagrarem a falta de civilidade desses pretensos espertalhões que “não resistem à tentação de circular pelos corredores e faixas de ônibus”. Se não resistem à tentação de violar a lei, que paguem por isso.

Além disso, os “espaços vazios” que as faixas de ônibus deixaram são o que garante a velocidade maior do transporte público. Ou seja: o objetivo é deixar espaços vazios mesmo para que os ônibus trafeguem em velocidade e levem para as bordas da cidade essa população que se espremia durante horas para que donos de carro pudessem trafegar com mais conforto.

Essa má vontade com o transporte individual prejudica a cidade. Não se discute a necessidade de dar prioridade ao transporte público e, no caso dos ônibus, de aumentar sua velocidade. Mas não é preciso fazer isso criando dificuldades para os que usam o carro como instrumento de trabalho. Especialmente para aqueles – como médicos e enfermeiros, para citar dois exemplos – cuja profissão tem exigências que o transporte público não consegue atender.

É muita cara-de-pau. Não há má vontade com o transporte individual, há boa vontade com o transporte coletivo. E como é que “não se discute dar prioridade ao transporte coletivo” se o editorial está fazendo justamente isso, está discutindo a prioridade que a Prefeitura está dando a esse tipo de transporte?

Se “não é preciso fazer isso criando dificuldades para os que usam o carro como instrumento de trabalho”, que o Estadão diga como pode ser feito.

E a profissão dos médicos e enfermeiros – sendo que estes usam o transporte público, vale lembrar – não requer regalias. Todos os que se locomovem pela cidade têm pressa. Aliás, no momento em que se sabe que médicos optam por trabalhar perto de suas casas, abandonando as periferias, o comentário do Estadão é especialmente revoltante.

Portanto, em vez de tratar o transporte individual como egoísta e elitista, é preciso estudar a fundo o papel que ele desempenha na vida de grande parte da população. Quanto aos paulistanos que usam ônibus, seus problemas são a falta de conforto, de itinerários que atendam a suas necessidades e a lentidão.

Por isso, entre ficar espremidos em ônibus superlotados, depois de longa espera nas filas dos pontos, e suportar os congestionamentos, os que podem preferem esta última opção.

Ah, certo, “Os que podem”… E os que não podem? Que se danem, para que “os que podem” possam fugir do desconforto.

Ora, já não basta poder ficar sentadinho no carro ouvindo rádio, frequentemente com ar-condicionado e tantos outros confortos que um veículo particular proporciona? Que pelo menos quem dispõe dessa regalia aceite que os que se espremem nos coletivos possam fazer a viagem com rapidez.

A troca é muito justa: quem quer conforto perde tempo e quem abre mão do conforto ganha tempo. É uma questão de escolha. Ninguém está sendo obrigado a tirar o carro da garagem.

No lugar de implantar, sem planejamento e a toque de caixa, as faixas exclusivas que servirão de cenários para os próximos programas eleitorais do PT na campanha para o governo do Estado, Haddad e Tatto deveriam adotar um plano capaz de harmonizar a utilização de carros com o transporte público, de acordo com as necessidades das várias regiões da cidade.

“Sem planejamento”? Que história essa? Sem planejamento uma pinoia. Se não tivesse havido planejamento as faixas de ônibus não teriam melhorado tanto a velocidade do transporte coletivo em São Paulo. Houve um aumento de 45% na velocidade dos ônibus.

Agora, só faltava uma administração adotar uma medida que melhora a vida da população que a elegeu e não poder, durante as eleições, mostrar o que fez de bom. Tucano até a alma, partidário do elitismo de Serra e Kassab, que poderiam ter feito as faixas de ônibus e optaram por não fazer, o jornal parece aquele juiz de futebol que rouba apitando “perigo de gol”.

Antes de reduzir o espaço destinado aos carros para forçar seus proprietários a eixa-los nas garagens, é preciso criar mais vagas de estacionamento para eles, com a construção – há muito prometida e nunca concretizada – de garagens subterrâneas. E seria bom também retomar o plano de transporte do governo Marta Suplicy que deixava os corredores apenas para os ônibus maiores. Os veículos de média e pequena capacidade seriam os alimentadores dessas linhas-tronco.

Pois é, o Estadão quer que o poder público continue incentivando o uso do transporte individual criando mais vagas de estacionamento. Ou seja, quer agravar o problema.

Além disso, Marta nunca teve o plano que o Estadão lhe atribui. O plano dela era justamente esse que Haddad está implementando. Ela só não teve tempo de concluir o seu trabalho porque esse jornal cara-de-pau sabotou sua administração do começo ao fim.

Hoje, o que se vê são todos esses veículos, às vezes quase vazios, disputando entre si aquele espaço. E muitos invadem as poucas faixas destinadas aos carros para fugir do congestionamento nos corredores e faixas.

O fecho desse editorial sem-vergonha é talvez seu pior trecho. O jornal brada contra haver ônibus “às vezes quase vazios”, como se isso fosse ruim. Primeiro que os ônibus estão trafegando sem superlotação fora dos horários de pico e isso é ótimo, é um incentivo para os “com carro” usarem o transporte público. Se o fizerem, não haverá coletivos “quase vazios”.

É preciso, em suma, mais planejamento e menos demagogia.

O que é preciso mesmo é esse jornal reacionário, elitista e intelectualmente desonesto entender que o cidadão de maior poder aquisitivo não é melhor do que o de menor poder aquisitivo. Um ônibus leva 50 vezes mais pessoas do que um carro particular. Para o Estadão, um dos que defende vale 50 vezes mais do que aqueles que despreza, ou seja, o povo.

10 Oct 19:26

Lula pede cuidado com o(a)s blábláblás

by redacao
Renato

Muito bom.

Para celebrar o lançamento da nova Carta Maior, o presidente Lula recomendou muito “cuidado com o analfabeto político”.

Jamais o presidente Lula, elegante e sutil, admitiria que se referia à Bláblárina.

Como não é elegante nem sutil, o ansioso blogueiro interpreta a advertência do Nunca Dantes como uma advertência contra o pseudo-apolitismo da Bláblá.

Disse ele:

- Nada mais ignorante que o analfabeto político.

- Eu sei porque já fui um.

- Eu saía por aí dizendo que detestava política, que todo mundo era ladrão.

- E os ricos me adoravam.

- Três meses depois eu subi num palanque para pedir voto para o Fernando Henrique, que era candidato a senador.

- Dois anos depois, criei um partido.

- Porque eu vi que a coisa só muda com política.

- O analfabeto político é contra a política mas não tem coragem de dizer em quem votou.

- Eu costumo dizer aos analfabetos políticos: se todo mundo é ladrão, quem sabe o político não está dentro de você ?

- Se todo mundo é ladrão, candidate-se !


Lula sugeriu ao PT imprimir e distribuir milhões de cópias do poema do Brecht sobre o “analfabeto político”:

O Analfabeto Político

Bertolt Brecht


“O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão,
do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia
a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta,
o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista,
pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo.”

Navalha

Lula também faz observações sobre os movimentos de rua: “o povo tá brigando? Ótimo!”.

A escada tem dez degraus.

Já subimos dois.

Temos que subir mais, diz ele.

Pede uma Ley de Medios, porque o PiG (*) desistiu de informar – publica só a versão, a desinformação.

Se você acordar de manhã e assistir ao Mau Dia Brasil (não foi bem isso o que ele disse – PHA) vai achar que o Brasil faliu.

Sobre corrupção, ele se orgulha de ter criado mecanismos para fiscalizar e dar transparência.

E fica indignado com a leviandade com que se inventam corruptos.

E deu o exemplo de Erenice Guerra, que trabalhava com Dilma Rousseff na Casa Civil.

Ela foi execrada e depois o canalha que a denunciou disse que não era verdade.

A imprensa a absolveu?, Lula perguntou.

E ainda reclamam que ela trabalha, que tem uma banca de advocacia em Brasília… Não querem nem que ela trabalhe !

Estão reclamando dos médicos cubanos ?

Deveríamos dar graças a Deus se um país que vive sob bloqueio há 60 anos pode nos emprestar médicos.

Para ir trabalhar onde os nossos médicos não querem ir.

Tomara que, um dia, a gente possa exportar conhecimento, exportar médicos para a África.

Falta dinheiro para a Saúde ?

Ele quer discutir isso com os jovens que vão às ruas.

Quem acabou com a CPMF ?

Sumiram com R$ 50 bilhões da Saúde.

Só porque a CPMF era um meio de combater a sonegação.

E nenhum empresário reduziu o preço de seu produto porque a CPMF caiu !

Ele se orgulha de, assim que foi descoberto o pré-sal, decidir que o Brasil não ia exportar óleo cru, e ia usar o dinheiro para a Saúde, a Educação e a Tecnologia.

Ele quer discutir isso tudo.

“Eu tô aí, com mais vontade do que nunca !”, ele concluiu.

 



Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

04 Oct 15:07

Haddad pendura “passe livre” nos ricos

by redacao
Renato

Tiro no pé. kkkk

Saiu na Folha (*), que tentou, mas não subjugou o decano Celso de Melo com uma pesquisinha:


IPTU bancará tarifa congelada, diz Haddad



Três meses após protestos, reajuste de imposto acima da inflação pela gestão petista cobrirá subsídios ao transporte

Prefeito alega ‘Justiça fiscal’ e propõe alta de 30% para regiões centrais e redução de cobrança na periferia



O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), disse ontem que parte do reajuste do IPTU acima da inflação, conforme proposta enviada à Câmara, será usada para manter a tarifa de ônibus congelada em R$ 3 no ano que vem.

A informação de que uma parcela do imposto mais caro cobrado dos paulistanos servirá para cobrir os subsídios ao transporte foi divulgada três meses depois da série de protestos que levou à queda no preço das passagens –de R$ 3,20 para R$ 3.


(…)



A prefeitura pretende arrecadar 24% mais com o imposto no ano que vem, ante uma inflação prevista de 6%.


(…)



Clique aqui para ler ” A revolução não será twitada”


04 Oct 15:03

Dilma Bolada fala sobre o encontro com a Dilma real, humor chapa branca e o sumiço do post do Aécio

by Kiko Nogueira
Renato

muito bom.

dilma bolada

Jéferson Monteiro e sua musa

 

O estudante Jéferson Monteiro, de 23 anos, morador da Baixada Fluminense, criou um alter ego que se tornou um fenômeno de audiência nas redes sociais — e, de certo modo, na política. Monteiro é o autor da “Dilma Bolada”, que começou como uma conta no Twitter, migrou para o Facebook, virou um blog e agora se prepara para estrear num canal do YouTube. “As Aventuras da Dilma Bolada” deve estrear, segundo ele, no mês que vem. “Algumas empresas me procuraram para patrocinar. Tenho uma reunião marcada no Google”, diz Monteiro. “Há um ano me cobravam isso. Chegou a hora”.

Dilma Bolada tem 155 mil seguidores no Twitter e 531 mil no Facebook. A notoriedade na Internet acabou lhe abrindo as portas para, finalmente, encontrar sua musa inspiradora. Na semana passada, Monteiro esteve com Dilma Rousseff para uma “entrevista”. Cada um com seu notebook, os dois passaram pouco de mais uma hora interagindo. “Muita gente acha que eu não sou eu. Você se incomoda com isso?”, perguntou-lhe Monteiro. “Não me incomodo. Rio muito. A vida sem humor fica muito pesada”, respondeu a presidente. A conversa marcou o retorno estratégico de Dilma às redes sociais. “Eu voltei, voltei para ficar”, disse a Dilma real para a Dilma Bolada.

Monteiro conversou com o DCM sobre sua criatura, a briga com a Juventude do PSDB de Minas Gerais, humor a a favor, um bordão roubado e sua musa:

A ideia 

Surgiu em 2010. Eu queria registrar o nome. Sempre fui nessa linha do humor escrachado. Aos poucos, ganhei mais seguidores. Quando vi, tinha mais de 6o mil pessoas no Twitter e muita gente retuitando o que eu escrevia. Ela é poderosa. Dilma é durona, heróica. Ela é como uma cantora com muitos fãs.

O convite

O [porta-voz da presidência] Thomas Traumann me ligou e disse que ela queria que eu fosse até Brasília. “A gente pensou num encontro no Twitter”, ele disse. Claro que eu topei. Quem não toparia? Perdi o primeiro voo, fui no segundo. Não sabia se ela me acompanhava na Internet, se sabia o que eu fazia e o que eu ia fazer lá. Dilma saiu de uma sala com a [presidente da Petrobras] Graça Forster e o [ministro das Minas e Energia] Edison Lobão. Me cumprimentou, pegou pelo braço, levou até uma mesa. Tiramos fotos. Abrimos os laptops e começamos a conversar. Superou as minhas expectativas.

Humor chapa branca?

A Dilma Bolada não é chapa branca, é chapa quente. Eu gosto da Dilma, sou a favor dela, mas o que conta é o humor. As pessoas acham engraçado e é o que importa. Por que tem de ser do contra? Já tem muita gente sem graça fazendo piada contra. O governo tem prós e contras, claro. Mas eu a considero uma boa governante. Humor tem de funcionar, não importa se for contra ou a favor.

Eu sou apartidário. Não recebo nada do PT. Votei na Dilma, mas não voto em legendas e sim em pessoas. Minha formação é de publicitário. Acho que, no fim das contas, a Dilma Bolada é um grande plano de marketing espontâneo.

O post sobre Aécio que sumiu do Facebook

Até hoje não sei o que aconteceu. O Facebook diz que foi um erro técnico [o post: "Inventar mentira contra mim é mole, querido". Foi apagado três horas depois de publicado]. Não sei se é coisa da Juventude do PSDB em Minas. Mas eles deram um tiro no pé. Quando o post foi republicado, teve muito mais compartilhamentos. Eu não tinha nada contra o PSDB, mas passei a ter. Eles chegaram a criar uma página com o mesmo nome [“Dilma Bolada, o Fake do Fake”]. Me transformaram num inimigo. Eu só faço entretenimento. Eles são raivosos. Nem todos os que me seguem são militantes petistas. A maioria são jovens bem humorados. Depois, a campanha do Aécio roubou de mim o bordão “papo reto”. Era a Dilma Bolada que usava isso.

Uso

Eu não tenho medo de ser usado pelo governo. Hoje, quem usa a Dilma sou eu… A Dilma Bolada é um perfil de entretenimento com uma pegada política. Eu não ganho dinheiro do PT. Não aceitaria de maneira nenhuma que ninguém interferisse na minha linha editorial.

Baixando o santo

O perfil tem muito de mim e muito da Dilma. É uma entidade que baixa na hora. Não sei se preferiria ter como adversário o Serra ou o Aécio. O Aécio rende muita piada. Já o Serra é um clássico. O que os fotógrafos de jornais fazem com ele já é mais do que suficiente.

02 Oct 12:57

Playlists para ouvir não ouvindo

by Fred Fagundes

Existe um movimento justo – e, inclusive, apoiado – questionando o perdido hábito de ouvir música. E o ouvir em questão é analisar cada verso, acorde e sequência pré-definida de faixas, fazendo valer o conceito introduzido dentro do álbum. Deve-se esse saudosismo, acredito, à uma certa perda daquela cerimônia de descoberta de uma banda ou toda atitude necessária para curtir um som.

Ficou fácil ouvir música. E tudo que fica fácil traz junto um chato que diz ser melhor quando era difícil.

É claro que existe uma poesia diferenciada no vinil. Todo ato de compra ou empréstimo do disco seguido da concentração exigida para ouvi-lo com fones de ouvido e sentado em frente à vitrola, por exemplo, era excelente. Como, de maneira dosada, ainda realmente é. Há uma certa valorização do trabalho, um prestígio ao artista e à produção.

O mesmo vale para a música da rádio gravada na fita. Pause/rec entre as faixas e torcida para aquela vinheta insuportável do programa no meio da música não surgisse para prejudicar. Por se tratar de um trabalho de gravação artesanal e tão cuidadoso, tinha um amplo valor duplo: sentimental e de exclusividade.

Jack White, o mais novo embaixador oficial do vinil

Jack White, o mais novo embaixador oficial do vinil

Fazer uma lista para ocasiões é uma arte tão antiga quanto a música. Acontece que existem dois formatos de trilha: a de tributos e para momentos. Quando você decide criar algo que homenageia, sei lá, solistas, riffs de guitarra ou viradas de bateria, certamente não vai agradar todos. Por mais que seja explícita a preferência do autor, sempre haverá comentários sobre a inadmissível falta de algo.

Já a trilha de momentos, bom, essa é mais eficaz por um motivo simples: representar o puro e claro estado de espírito do seu criador. As cancões escolhidas não são apenas as preferenciais. São parte de uma fantasia criada para conseguir sentir-se no ambiente. Faz-se o papel do receptor da lista para comprovar a eficácia das músicas e ordem. Dificílimo, pois é justamente a surpresa e expectativa da próxima faixa que gera a sensibilidade do conforto.

As trilhas sonoras – ou playlists, como preferir – que não precisam de uma densidade significativa, cateanovelosística ou filosófica. São músicas que, dentro de uma ordem lógica, possuem como proeza o simples fato de inspirar-lhe.

Para exemplificar a teoria, criamos algo para você ouvir em momentos que não dependem nem um pouco da sua concentração nas caixas de som. O enredo é dentro de um encontro amoroso e a programação é dividida em 7 atos: convite; preparar-se para o coito; dizer dizendo e fazer fazendo; mordidas; umidificando; after shaggin e saudade.

Questão: Mas sr. Fagundes, se as músicas possuem letras convidativas, não é necessário atenção total?

Resposta: Não, gafanhoto filho do Winamp.

A música deve trabalhar penetrando o estado da alma de maneira intrínseca e sobrenatural. Não me faça tentar explicar o intangível. O barato da arte é justamente esse toque que nos deixa com cara de bobo pela emoção proporcionada. A pessoa pode estar redigindo um relatório, lavando o carro ou separando o feijão. Se a música for executada, ela estará fazendo a sua parte.

Convite

É possível que você deva seu nascimento a um momento que ele criou pros seus pais

É possível que você deva seu nascimento a um momento que ele criou pros seus pais

É necessário um certo egoísmo para fazer essa playlist. É preciso representar o seu desejo. E, sem vergonha, não é hora pra esconder que Roberto Carlos é o maior de todos.


Link Grooveshark

Preparar-se para o coito

Eis que no meio da noite, entre o perigoso horário do fim da novela das 9 e a Grande Família (perigoso porque: se em quinze minutos depois disso nada acontecer, nada mais acontecerá), o telefone toca e acontece o seguinte diálogo:

— Alô?
— Oi, sou…

É ela.

— Ah, oi.
— Me busca e vamos sair hoje?

Dancinha da vitória.


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Dizer dizendo e fazer fazendo

Pro carro. Pra você dirigir. Pra ela ouvir. Pois pra bom entendedor meia verdade em formato de playlist serve.


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Mordidas

Já dizia Nelson Rodrigues:

“Não existe amor sem mordidas.”


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Umidificando

Se a calcinha trouxe benefícios às mulheres, bem mais trouxe para os homens. Trilha para umidifica-la em coito.

Pois tirar a calcinha equivale à vitória sobre a última barreira. É derrubar uma segura e bem postada defesa italiana com um gol de cabeça.

No segundo pau.


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After shaggin

Não ligue a TV, não pegue o celular, não se mova. Escute a respiração ao fundo da música.


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Saudades

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Há de saber cultivar a saudade. É uma lei da natureza, corno. Então deseje-a enquanto bebe.

Porque de saudade a cachaça é feita, mas por amor consumida.


Link Grooveshark

* * *

Acontece que evoluímos. Ficou fácil ouvir música. Ouvir, compartilhar e até criar sua própria música. Isso incomodou quem sempre valorizou os pequenos sacrifícios. Pequenos e valiosos, pois, para quem deseja mergulhar no âmago de uma arte, nada mais indicado que a concentração para faze-lo com sucesso. Só que nem todo mundo quer fazer isso.

Às vezes só queremos curtir. E há uma particularidade da música que não deve ser reduzida: a do seu singelo e denso poder de companhia e ambientação.

Tá ouvindo?

Mecenas: Blowtex Skyn

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Blowtex Skyn apoia todos os momentos mais sutis e verdadeiros das relações. E tudo o que é intenso pede uma boa trilha sonora, especialmente se o clima estiver tão bom que você não vai querer prestar atenção.

Skyn é uma nova camisinha completamente diferente, aprovada por 97% das pessoas que testaram. Se você está em busca de um sexo melhor, mais junto de outra pessoa, entre no site da Blowtex e conheça Skyn.








01 Aug 21:51

Ocultação dos escândalos Globo e PSDB-Siemens foi longe demais

by eduguim
Renato

Parabéns pelo texto.

Ao que tudo indica, o acobertamento pela grande mídia de escândalos “amigos” pode ter ultrapassado aquela barreira que, seja quem for que ultrapasse, obriga as instituições corrompidas deste país a ao menos darem uma satisfação à sociedade.

Como se sabe, escândalos políticos como o que envolve a compra de trens de metrô da alemã Siemens pelos governadores Mario Covas, Geraldo Alckmin e José Serra – escândalo cujos indícios surgiram há anos no caso Alstom, que não foi investigado corretamente no Brasil – nunca dão em nada se a grande imprensa não se interessa por eles.

O escândalo PSDB-SP/Siemens, por exemplo, é muito mais grave do que o do mensalão do PT, pois quem se corrompeu ao longo de duas décadas de governos tucanos em São Paulo não o fez com o fim “institucional” de comprar apoio político, mas para auferir enriquecimento pessoal.

E a soma envolvida é muito maior – 400 milhões de reais.

Apesar disso, os veículos que lideraram uma das maiores coberturas jornalísticas da história mundial sobre um escândalo político – cobertura que rivaliza com a do escândalo norte-americano Watergate -, a do escândalo do mensalão, até o momento se recusam a noticiar um caso que pode – apenas pode – sair do controle dos moralistas de Globos, Folhas, Vejas e Estadões.

Até o momento, entre os grandes grupos de mídia supracitados – os únicos que conseguem fazer escândalos “andar” – não se disse praticamente nada. Nenhum colunista indignado, nenhum editorial demolidor e insultante aos envolvidos.

O tom dos poucos, ou melhor, dos raríssimos textos nessa mídia – na falta de uma só matéria na Globo – sobre escândalo dessa monta envolvendo o sacrossanto PSDB paulista, chega a ser compungido.

Um colunista da Veja tocou no assunto. O tom do texto contrasta escandalosamente com os que a mesma figura escrevia sobre o mensalão do PT. Veja, abaixo, post do colunista da revista Veja Ricardo Setti

—–

Do Blog de Ricardo Setti no portal da Veja

Geraldo Alckmin

30/07/2013 às 20:28 \ Política & Cia

Denúncias sobre supostas roubalheiras no metrô e trens de SP devem ser investigadas a fundo — tanto para colocar na cadeia os culpados como para não permitir o linchamento dos inocentes

A Folha de S. Paulo informou que a multinacional alemã Siemens admitiu devolver aos cofres do Estado de São Paulo “parte do valor” que teria sido superfaturado no fornecimento de equipamentos de trens e metrô paulistas, durante uma reunião de executivos da empresa com promotores do Ministério Público estadual, na semana passada.

A Siemens, como se sabe, informou ao Conselho de Defesa Econômica do Ministério da Justiça (CADE) — órgão que tem como missão propiciar a livre concorrência entre empresas e barrar a formação de trustes –, sua própria participação num cartel formado para obter vantagens ilícitas em licitações para compra de equipamento ferroviário e para a construção e a manutenção de linhas de trens e metrô em São Paulo e também no Distrito Federal.

O esquema de maracutaias, que podem haver inflado preços em até 20% dos níveis de mercado, teria acontecido entre 1995 e 2003, período em o Estado foi governado pelos tucanos Mário Covas e Geraldo Alckmin.

Além da Siemens, a malandragem envolveria também subsidiárias das multinacionais Bombardier (canadense), Alstom (francesa), Mitsui (japonesa) e CAF (espanhola), e as empresas nacionais Serveng-Civilsan, Tejofran, TTrans, MGE, TCBR, Temoinsa e Iesa.

Acho interessante que a Siemens se proponha a devolver “parte” de um dinheiro que, ela própria admite, embolsou ilegalmente. O que conheço em matéria de trocar informação sobre crime por benefícios é a delação premiada — mas ela vale para as pessoas que, ajudando a polícia a investigar, obtêm do Ministério Público e da Justiça a vantagem de diminuição de pena.

De todo modo, a Siemens anunciou que “coopera integralmente com as autoridades”, postura mantida pelas demais empresas.

O governador Geraldo Alckmin, de sua parte, afirmou que os fatos serão investigados “rigorosamente”.

E é absolutamente necessário que sejam. Se houve roubalheira, como parece ser o caso, é preciso que a polícia e o Ministério Público ajam com rigor e rapidez, para descobrir como, quando, e, sobretudo, quem.

Quem tem culpa no cartório?

Secretários ou ex-secretários de Estado?

Os presidentes ou ex-presidentes do Metrô ou da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos?

Ex ou atuais diretores de ambas as estatais?

Covas?

Alckmin?

Os dois?

A ação é importante, adicionalmente, porque, enquanto flutuar no ar a acusação genérica de que houve ladroagem nos governos de Covas e de Alckmin — que podem perfeitamente estar inocentes de tudo isso –, somente os nomes de ambos estará na berlinda.

Covas, morto em 2001, foi um político de integridade indiscutível. Alckmin nunca teve contra si alegações de desonestidade pessoal. Até prova em contrário, são inocentes, até porque a Constituição assim prevê e garante.

Quanto mais as investigações sobre os culpados demorarem, mais serão linchados moralmente.

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É muita cara-de-pau. Desde quando as trajetórias ilibadas de José Dirceu ou de Lula impediram “linchamentos” e “ilações” contra eles pelo patrão desse sujeito aí em cima, quando eclodiu o escândalo do mensalão?

Lula, que até hoje nunca teve uma só mácula contra si, é tratado por esse Setti e por seus pares como um bandido. Dirceu, que jamais se envolvera em escândalo nenhum até ser acusado em 2005, desde o primeiro momento foi tratado pela Veja e Cia. como culpado.

Mas o pior é que o textinho de Setti ainda acoberta Serra, que integra o seleto grupo de governadores de São Paulo que, nos últimos vinte anos, conviveram com a roubalheira desabrida no governo do Estado e que, tanto quanto José Dirceu, terão que ser cobrados pelo “domínio do fato”.

Mas Setti esqueceu o “domínio do fato”; contra tucanos, pede provas enquanto brada “Linchamento! Linchamento!”.

No entanto, ao tocar no assunto o colunista da Veja mostra que vai ficando difícil escondê-lo. A Siemens confessou o suborno aos governos do PSDB paulista ao longo de duas décadas e não dá mais para deixar de perguntar por que o “domínio do fato” pode ser usado contra o PT, mas não pode ser usado contra o PSDB.

Se José Dirceu, mesmo afastado do PT, foi responsabilizado pelo que ocorreu no âmbito do partido, por certo que Covas, Alckmin e Serra têm que responder pelo que ocorreu no governo deles mesmos e que ignoraram apesar de as acusações à Alstom e à Siemens serem notórias.

Esses governadores de São Paulo, note-se, não determinaram nenhuma investigação. Varreram tudo para debaixo do tapete. No mínimo, prevaricaram.

O escândalo envolve atividades da Siemens em várias partes do mundo e já ganhou projeção internacional. A coisa está tomando uma dimensão tal que o jornal Folha de São Paulo, que até aqui escondeu o assunto, publicou, nesta quinta-feira (1.8), carta de leitor que cobra a mídia pelo ocultamento desse terremoto político que vai se desenhando.

Leia, abaixo, carta publicada no Painel do Leitor da Folha de São Paulo de 1º de agosto de 2013.

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Mensalão

Não defendo os mensaleiros do PT e acho que eles têm de responder pelo que fizeram, mas é vergonhosa a diferença entre o tratamento que a mídia deu ao caso petista e as “notas de rodapé” que dedicam aos casos de corrupção do PSDB.

Por que a Folha e outros veículos não esculacham o Serra, o Alckmin e o Covas (que Deus o tenha) da mesma forma que esculacharam o Genoino, o João Paulo Cunha e o Zé Dirceu?

A Siemens falou em irregularidade nas licitações do metrô de São Paulo, com milhões de reais desviados! O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, virá a público dizer que a Siemens não tem credibilidade, que é um “grupelho radical com intenções partidárias”, como sempre faz para desqualificar os protestos? Se a mídia não fala, nós somos obrigados a ir para as ruas e obrigá-la a falar.

LUIZ ENRIQUE VIEIRA DE SOUZA (Osasco, SP)

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Note, leitor, como esse jornal é vigarista. O leitor escreve sobre escândalo envolvendo o PSDB e o jornal publica a carta sob a rubrica “mensalão”. Patético, não é?

Como se não bastasse, a mesma Folha publica matéria em grande destaque na primeira página acusando a presidente Dilma Rousseff de “atacar o metrô” durante o lançamento, na última quarta-feira, de programa federal de investimentos na capital paulista.

Confira, abaixo, a matéria

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FOLHA DE SÃO PAULO

1º de agosto de 2013

Dilma socorre Haddad e ataca falta de metrô em SP

Após anunciar R$ 8 bi, presidente critica rede metroviária a cargo de Alckmin

Apesar de investimento federal tímido em trilhos, petista diz que sistema da capital é ‘o menor do mundo’

DE SÃO PAULO

Na primeira visita a São Paulo após a onda de protestos para a redução das tarifas de transporte, a presidente Dilma Rousseff (PT) usou o tema para agraciar o prefeito Fernando Haddad, anunciar investimentos de R$ 8 bilhões na capital paulista e, em outra frente, atacar o governo do tucano Geraldo Alckmin.

Dilma anunciou a destinação de R$ 3,1 bilhões para construir 99 km de corredores de ônibus paulistanos.

Mas seu discurso foi pontuado por críticas à gestão do metrô, comandado pelo governo estadual, nas mãos do PSDB há quase 20 anos –apesar de investimentos tímidos do próprio governo federal na rede sobre trilhos paulista.

Nas palavras da presidente, São Paulo é, “talvez, a maior cidade do mundo com o menor sistema de transporte metroviário do mundo”.

“Uma das teorias divulgadas no Brasil é que o país não tinha nível de renda suficiente para comportar metrô. Ora, como é possível uma cidade do tamanho de São Paulo sem transporte metroviário?”, questionou Dilma.

O metrô de SP tem 74 km, cerca de um terço da rede da Cidade do México, que inaugurou a primeira linha na mesma época, nos anos 70.

Diferentemente de diversos países, onde os investimentos do governo federal em metrô são comuns, no Brasil eles sempre foram limitados –tanto na gestão FHC como nas administrações petistas de Lula e Dilma.

O Metrô diz que, dos R$ 22 bilhões de cinco linhas projetadas na gestão Alckmin, só há R$ 400 milhões prometidos, a fundo perdido, por Dilma –menos de 2% do total.

Há ainda R$ 2,7 bilhões de financiamentos do BNDES e da Caixa –que, porém, são somente empréstimos.

Os recursos da prefeitura também são reduzidos. Gilberto Kassab (PSD) prometeu R$ 2 bilhões para obras, mas só entregou a metade.

Na campanha, Haddad disse que não repassaria verbas sem estudar os projetos. No cargo, cogitou bancar a estação Jardim Ângela da linha 5, mas não houve acordo.

Convidado ontem para o evento, Alckmin não compareceu. A declaração de Dilma deixou irritados os aliados do governador. Até então, a relação do tucano e da petista era pontuada por afagos.

“Em nenhum país de primeiro mundo as metrópoles fazem metrô sozinhas, sem ajuda do governo federal. Mas aqui é assim”, disse o presidente estadual do PSDB, deputado Duarte Nogueira.

Dilma tratou a questão do transporte como central no discurso. “Garantir transporte público rápido, seguro e de qualidade é um dos eixos de combate à desigualdade.”

A presidente disse ainda que o governo “está empenhado em investimentos”. Numa gafe, chamou de “Capão Limpo” o bairro do Campo Limpo, na zona sul.

Além dos corredores de ônibus, serão destinados pelo governo R$ 1,4 bilhão para drenagem e R$ 2,2 bilhões para recuperação de mananciais, além de 15 mil moradias do Minha Casa, Minha Vida.

Entre as obras contempladas estão dramas políticos antigos onde já foi gasto dinheiro público.

A recuperação do córrego do Ipiranga é uma delas, onde há registros de intervenções desde os anos 1980.

De lá para cá, pouca coisa mudou nos períodos de chuva, já que a av. Ricardo Jafet alaga. Só na gestão José Serra (PSDB) foram gastos pelo menos R$ 7 milhões na recuperação do córrego.

Outro drama é a estrada do M’Boi Mirim. A gestão Marta Suplicy (PT) implantou um corredor de ônibus orçado em R$ 15 milhões, mas hoje os coletivos ficam travados. A ideia agora é fazer uma duplicação da via.

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Que história é essa de “Dilma ataca falta de metrô em São Paulo”?

Isso é jornalismo?

Falta ou não falta metrô na capital paulista?

É ou não é verdade que São Paulo é a cidade de grande porte que tem a menor linha de metrô do mundo (74 km)?

Houve ou não houve o roubo de recursos do metrô em governos tucanos, conforme a confissão da Siemens?

Essa roubalheira de recursos do metrô ajuda ou não a explicar a “falta de metrô” na cidade?

E, por fim, a informação de que há um grande escândalo e uma grande investigação nacional e internacional por roubo de recursos do metrô paulistano não deveria figurar nessa matéria se ela pertencesse ao que se convencionou chamar de jornalismo?

Seja como for, a carta do leitor da Folha e o texto do colunista da Veja reproduzidos acima mostram que está começando a ficar difícil ignorar esse caso. Até porque, existe a possibilidade de surgir um complicador para tucanos e sua mídia que pode pôr fim ao silêncio midiático.

Após a farsa das manifestações do Movimento Passe Livre pela redução de vinte centavos na tarifa de ônibus e metrô em São Paulo – diferença que será paga por uma população que foi enganada e acha que não vai pagar apesar de que vai, através dos seus impostos – esse mesmo Movimento pode vir a prestar um grande serviço à sociedade se fizer um protesto com fim real e sério como o que acaba de anunciar.

O MPL promete ir às ruas no próximo dia 14 de agosto para protestar contra o “propinoduto tucano”, ou seja, contra o assalto tucano aos cofres públicos paulistas durante os vinte anos em que está no comando do governo do Estado.

Não se imagina que o MPL consiga pôr cem mil paulistanos na avenida paulista por uma causa real e justa, pois suas manifestações foram infladas pela extrema-direita e, à esquerda, pelo PSOL, que não é de criar problemas para o PSDB. Mas com certeza conseguiria pôr umas dez mil pessoas na rua, no mínimo.

Aliás, é o que diz a carta que saiu na Folha: se a mídia esconde os crimes de seu braço político-partidário, há que fazer um grande barulho para obrigá-la a noticiar o que não quer. E se o povo de São Paulo souber que sua vida dura no sistema de transportes deriva de roubalheira dos “angelicais” Covas, Alckmin e Serra, o PSDB estará morto. Tem muita gente com raiva.

Além disso, o caso Globo começa a sair de controle. É inexplicável. O caso da funcionária da Receita que roubou o processo da emissora e a investigação do Ministério Público que foi aberta contra a mesma emissora estão sendo cobertos por cada vez mais veículos de mídia. O silêncio da Globo e do resto da grande mídia sobre o caso ainda vai enfurecer as multidões.

Só o que precisa ser resolvida, porém, é a questão do quebra-quebra ao fim das manifestações. Note-se que o noticiário sobre o protesto desta semana contra Alckmin em São Paulo diferiu do de costume. Na foto abaixo, o portal da Globo na internet atribui o vandalismo aos manifestantes e não a “infiltrados”, como de costume.

 

 

Notou, leitor? Logo abaixo da legenda principal sobre o protesto, o G1 acusa “os manifestantes” e não “os infiltrados”.

Se nos protestos contra o propinoduto tucano e contra a sonegação da Globo houver vandalismo, a mídia passará a criminalizar esses protestos e o choque das pessoas com o saldo deles ajudará na impunidade da emissora carioca e do partido político que controla.

Nesta semana, ao ir à agência bancária em que mantenho conta e que fica na avenida Paulista, impressionei-me com os 16 caixas eletrônicos da entrada do banco totalmente destruídos. As pessoas que entravam expressavam horror ao vandalismo. O que mais ouvi foi que “Isso não é jeito de protestar”.

O acobertamento desses mega escândalos de corrupção pela Globo, pela Folha de São Paulo, pela Revista Veja e pelo Estadão – e pelos satélites desses veículos – foi longe demais. Se tudo der certo, serão obrigados a noticiar que o partido político que controlam (o PSDB) é mais sujo do que pau de galinheiro e que a emissora moralista é controlada por bandidos.

Tomara que a esquerda crie juízo. Globo, PSDB e a máquina comunicacional que controlam constituem uma legítima ameaça à democracia e fazem do país uma republiqueta bananeira na qual há escândalos investigáveis e ininvestigáveis.

Vai surgindo, pois, uma grande chance de pegar essa quadrilha com as calças na mão. Há que aproveitá-la.

29 Jul 19:44

ONU vê progresso social "impressionante" no Brasil

Renato

Parabéns ao Brasil.

: Nas últimas duas décadas, o Brasil quase dobrou seu Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), passando de 0,493, em 1991, para 0,727, em 2010, um número que representa alto desenvolvimento humano, conforme o Atlas do Desenvolvimento Humano Brasil 2013; País registrou crescimento de 47,8% no IDHM; em 1991, 85,5% das cidades brasileiras tinham IDHM considerado muito baixo; em 2010, o percentual passou para 0,6% dos municípios; "Brasil mostrou que é possível acabar com desigualdades históricas em pouco tempo", disse membro da ONU