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13 May 10:24

Perdas Ponto Com

by Clara Gomes

Participam desta tira:  MARIA JOANA. Uma joaninha pequena, mas enfezada. Tem uma cabeça bem redonda, um pouco maior do que o resto do seu corpo, que é vermelho coberto com pintinhas pretas. Seu rosto é da cor bege, e no topo de sua cabeça há duas anteninhas curtas da mesma cor.  Título: "Perdas Ponto Com".  Quadro 1. Joana está em frente ao seu laptop, navegando na internet. Sobre sua cabeça, no topo do quadro, há uma caixa de texto que faz às vezes do seu pensamento. Ela pensa: "As pessoas perderam tudo na internet..."  Quadro 2. Ainda na mesma posição, mas com uma expressão diferente, de raiva, ela continua: "Perderam a capacidade de interpretação, a gentileza..."  Quadro 3. A raiva se torna tristeza e uma lágrima desce pelo rosto de Joana, que continua: "Perderam o senso crítico e até a própria humanidade!"  Quadro 4. Finalmente, Joana se pronuncia em voz alta enquanto olha para o leitor: "Saudades da época em que só perdíamos tempo!"

10 Mar 13:32

Resistência

by Duas Fridas

Encontraram, a 3 mil metros de profundidade, o Endurance, navio de Ernest Shackleton naufragado na Antártida, 107 anos atrás. O estado de conservação foi considerado surpreendente para uma embarcação de madeira construída no início do século passado. E nos vídeos e fotos, podemos distinguir com clareza o nome, como se, tanto tempo depois, ela ainda reafirmasse sua natureza e também a dos homens que ela levou buscando a glória, mas que conseguiram notoriedade pela capacidade de sobreviver a condições impensáveis.

O naufrágio do Endurance ocupa páginas nobres na história da navegação e exploração mundiais, embora a  Expedição Transantártica Imperial não tenha alcançado seu objetivo: fazer a primeira travessia terrestre da Antártica. Guardadas muitas proporções, me lembra um pouco a história do filme Apollo 13 (e digo do filme pq não sei o quanto Hollywood mexeu na história real). Em ambos os casos, o que tinha tudo para ser um fracasso retumbante conseguiu se transformar em vitória épica.

O comandante Shackleton sabia que o gelo polar imobilizaria o Endurance, mas esperava que depois de algum tempo, o soltasse. No entanto, o gelo foi lentamente esmagando o barco, que acabou afundando. Milagrosamente, os ocupantes do navio sobreviveram no continente gelado e foram todos resgatados, meses depois. Os detalhes do salvamento, com Shackleton e alguns poucos homens enfrentando o furioso mar do sul em botes salva-vidas e depois escalando o território desconhecido das ilhas Geórgia do Sul, são daqueles casos em que o real parece ficção. Também atestam até onde se pode ir quando não há opção de voltar.

E hoje, 100 anos após da morte do comandante Shackleton, a imagem de seu navio vem à tona para o mundo, preservado pelas águas que o retiveram. Se não está completo, parece ainda inteiro e altivo, lembrança para que ninguém esqueça essa história incrível, de um tempo em que, como eu já disse, as pessoas eram célebres, e não celebridades. Para que não se esqueçam que seu nome é resistência.

Helê

20 Feb 22:30

O Viés de Agressão e o Super-Homem bissexual

by Zander Catta Preta
Superman and BatmanSitting in a tree / K-I-S-S-I-N-G! / First comes love / Then comes marriage / Then comes baby / In a baby carriage!

Tem um ditado muito comum na psicologia de boteco (e bastante repetida por coaches e palestrantes mundo afora) que a gente sempre encontra o que está buscando. Nesse caso, vou me alongar um pouco porque isso é bem verdade, mas não da forma vendida, claro.

A. Gente. Sempre. Encontra. O que. Está. Buscando.

Repita isso como um mantra e tatue no antebraço esquerdo. Ou direito, se você for canhoto. Aí você tira a carteirinha de membro honorário do Clube d’O Segredo e vai ser coach na vida (pós Drummond). Só que não.

A gente tem na nossa construção cognitiva mais primária a capacidade de reconhecer padrões. Aliás, boa parte dos animais tem isso, mas somos hipertrofiados nessa questão (que nem as águias na visão e os tubarões no olfato). Temos uma capacidade tão “musculosa” que vemos padrões onde não existem. Principalmente faces e especialmente meta-padrões, aqueles criados por outros padrões, como as línguas, os desenhos, sons e outras abstrações. Com isso criamos o que chamamos cultura.

(Digo, não só por isso. Tem aquela coisa do cru versus cozido e natural versus artificial que são dilemas já caducos, porém válidos para entender A e B.)

Essa hipertrofia funciona melhor naquilo que somos mais familiares. Reconhecemos mais facilmente os ídolos que o amigo de vinte anos que deixamos para trás; melhor uma canção que cala no coração que a balada de fundo durante seu primeiro beijo. Ou transa. Citações, quase sempre erradas ou mal atribuídas, são parte do nosso repertório de construção cognitiva racional (aquela parte que deveria “ter razão”, mas é apenas pedaço do sistema consciente; não é necessariamente lógica ou verídica) e, em contrapartida, é difícil decorarmos um poema ou lembrarmos de uma letra longa.

Enfim.

A gente tende a reconhecer aquelas coisas que nos são familiares. E mais familiar que o gozo é a dor. Tudo que nos incomoda é facilmente identificável. Eu mesmo já mal interpretei textos porque vi expressões discriminatórias ou anti-científicas, quando o autor estava apenas citando ou construiu mal a negação da expressão. Não importa: no primeiro momento, o cérebro identificou aquele pedaço como inimigo e tal e qual os anticorpos criados por vacinas, fui para cima com meus argumentos infalíveis e eficazes. Fiasco, né?

O que observo, principalmente nas redes sociais, mas não restrita a isso, é que mesmo quando há compreensão da mensagem, do que é dito ou mostrado, a gente se apega a um detalhe, a um ponto. E normalmente é aquilo que nos incomoda. Se alguém posta uma notícia onde uma pessoa “de cor” foi curada de uma doença X, os apologistas da “igualdade racial” irão reclamar da “necessidade disso”, de citar a raça de alguém numa notícia (boa, claro! numa ruim…); os defensores dos direitos de minorias irão dizer “por que ‘de cor’ e não negro, branco ou apenas não-branca?”. Enquanto isso, os meios noticiosos ficam felizes com o engajamento.

O lance é o gatilho que esse “click bait” dispara na pessoa.

Quem se incomoda com nudez — por qualquer motivo — irá reclamar até com o vizinho do bloco do lado que anda de cuecas na sua própria casa (sim! tem um “meme” disso rolando no submundo da internet, o Twitter). Quem se incomoda com racismo, irá reclamar até do nome de Os Mulheres Negras, uma banda com dois homens brancos (e foi exatamente por isso que eles colocaram esse nome; era exatamente o que eles não eram). Quem se incomoda com inclusão, irá reclamar de elfos negros em Senhor dos Anéis (uma adaptação para TV sendo inclusiva, vejam só!), com personagens de quadrinhos sendo bissexuais (quem diria que quadrinhos iriam se atualizar! olha só!), com joguinhos onde os personagens são transgênero ou mesmo com propostas de alteração da linguagem.

A questão é que isso ativa não só o gatilho, mas como também o receio da mudança do “mundo como ele é” para essas pessoas. Essas últimas, no caso. Dói nelas ver a mudança, os seus valores sendo questionados e seus “ídolos” (ou referências cognitivas) sendo reposicionadas.

Lembra do que falei no início, sobre o reconhecimento nos ídolos? Pois é. Quando um ídolo nosso vira (ou se revela) bissexual, troca de etnia, mostra o genitália desnuda em alguma mídia e isso dispara o gatilho que nos incomoda, damos um salto espiral carpado no mapeamento mental da nossa realidade. Isso mostra que estamos envelhecendo, que o mundo está mudando, que nossos valores não estão funcionando mais e reagimos a eles violentamente, em parte; sofrendo, em outra.

***

Falei mais que o moço da cobra para dizer que isso tudo é uma versão do tal do Viés de Confirmação, aquele que faz a pessoa pegar apenas as informações que lhe interessam (mesmo que seja para odiá-las) e abstrair o resto. Tipo o nerd chato que vai ao filme e fica reparando na trilha sonora anacrônica e nos detalhes “errados” da produção. Chamo de Viés de Agressão, onde a pessoa espera ser agredida por uma mensagem e a busca incessantemente onde aparecer.

Esse nerd espera ver seus desejos, sonhos e ideais perfeitamente representados numa mídia e tem zero flexibilidade para qualquer adaptação, ainda que a adaptação seja o alicerce central desse processo, a transposição de uma mídia (ou continuação de uma franquia de conteúdo). Novamente, ele se sente pessoalmente agredido quando vê seus mitos morrerem e se reconfiguraram em algo novo. Na verdade, ele busca inconscientemente um motivo para falar mal de uma obra, dado que seu imaginário é impossível de ser reproduzido a contento.

Outro tipo de pária social, o Comentador de Posts, busca uma categoria diferente de Viés de Agressão. Ele busca ​​ coisa em que consiga destilar um pouco de ódio ou revolta, seja como instrumento de reconhecimento entre iguais, ou como reconhecimento de sua impotência para com o mundo. “Se ​​não posso fazer o mudo ser do meu jeito, vou xingar muito no Twitter. Ou no WhatsApp.” Esse tipo anda em grupos que normalmente odeiam as mesmas coisas. Mas, sobre isso, gente melhor que eu, já escreveu com mais quantidade e qualidade.

E há um último tipo, identificado pela AMAIZCPAA (Associação de Amigos e Moradores do Instituto ​​Zander Catta Preta de Análises Aleatórias), que é o condoído. Este sente as dores do cherry picking das mudanças (ou presenças) nas mensagens e reclama, pede para mudar e faz o estardalhaço. Mas faz de verdade. Leva pessoas à rua, bate na porta do vizinho, promove boicotes.

Em todo o caso, o barulho que essas pessoas fazem diz mais sobre elas, seus valores e ideais, que sobre a mensagem em si.

01 Dec 09:33

Desapego Quando eu por fim me desapeguei d...

by Miniconto

Desapego


Quando eu
por fim
me desapeguei de mim
o destino
começou
a pegar na minha mão.



08 Oct 18:49

a persona

by Christiana Nóvoa

todo esperto quando enrica
tem uma pessoa
jurídica

moça boa
despachada
muito tino pouca ética
e um nome de fachada

aposta em ação
de risco
mas do fisco
ela não gosta

rica porém
não é pura
prefere uma dita dura
mas jura
não faz por mal

faço tudo por meu bem

no fundo ela só procura
um paraíso fiscal
onde seu dinheiro more

imposto
é coisa de pobre
que se foda quem se fode
fome é culpa de quem sofre

ser rico é só pra quem pode
se você está off
chore

09 Sep 19:13

O FRANCÊS QUE SAQUEOU O RIO

by noreply@blogger.com (André Luis Mansur)

 Se o francês Jean François Du Clerc, com cerca de mil corsários, não conseguiu conquistar o Rio de Janeiro, em 11 de setembro de 1710, e ainda acabaria assassinado na prisão, um ano depois a situação seria bem diferente. Outro corsário francês, René Duguay-Trouin, chegava à cidade com 17 navios (na verdade foram 18, pois no caminho os franceses obrigaram a tripulação de um navio inglês a seguir com eles) e cerca de 4 mil corsários. Duguay-Trouin rompeu as defesas da Baía de Guanabara e invadiu o Rio, apoiado por uma forte neblina, no dia 12 de setembro de 1711, há 310 anos.

Apesar do bombardeio das fortalezas e navios de guerra portugueses, os franceses foram avançando até se estabelecerem na Ilha das Cobras (exatamente em frente ao atual Boulevard Olímpico), de onde partiriam para conquistar a cidade. "No dia 14 de setembro já estavam em terra todas as nossas tropas, num total de dois mil e duzentos soldados, e entre setecentos e oitocentos marinheiros, armados e experimentados, o que perfazia, incluídos os oficiais, guardas-marinha e voluntários, uma tropa de cerca de três mil e trezentos homens. Além disso, tínhamos ainda quase quinhentos homens atacados por escorbuto, os quais desembarcaram junto com os outros, e ao cabo de quatro ou cinco dias já estavam em condições de ser incorporados ao resto das tropas". ("Memórias do Senhor Duguay-Trouin", São Paulo, Imprensa Oficial-Editora UnB, 2003).
Após alguns dias de intensa batalha, a tropa portuguesa e os moradores da cidade a abandonaram após um grande bombardeio francês na noite do dia 20, acompanhado de intensa tempestade com muitos raios e trovoadas. O povo ficou em pânico, achando que os franceses realizavam um ataque geral, e fugiu da cidade levando o que podia em meio aos caminhos alagados. O governador Francisco de Castro Morais, e toda a administração da cidade, se refugiaram na Fazenda do Engenho Novo, dos jesuítas. Todos aguardavam, ansiosos, a chegada de uma imensa tropa que vinha de Minas Gerais, sob o comando de Dom Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho.
Duguay-Trouin já sabia da iminente chegada dessa tropa e, por isso, acelerou a negociação do pagamento do resgate, ameaçando destruir toda a área central do Rio de Janeiro, já que, além das centenas de canhões dos navios de guerra, os franceses dominavam todas as fortalezas. Dom Antônio chegou no dia 11 de outubro, com cerca de 6 mil homens de tropas regulares. Mas nada mais podia ser feito. O resgate da cidade já havia sido assinado, os franceses receberam 610 mil cruzados, 100 caixas de açúcar e 200 vacas, fora o que os corsários saquearam pela cidade. Duguay-Trouin devolveu o Rio de Janeiro e embarcou de volta com seus corsários no dia 13 de novembro, incluindo aí centenas de franceses da expedição de Du Clerc que estavam presos na cidade.
Considerado culpado pela perda da cidade, o governador Francisco de Castro Morais foi degredado para a Índia, só conseguindo o perdão quase 30 anos depois. O Rio de Janeiro passou a ser governado por Dom Antônio de Albuquerque. Já a volta dos corsários para a França foi cheia de contratempos, com imensas tempestades pelo caminho. O navio Aigle naufragou na ilha de Caiena, quando estava ancorado, mas a tripulação conseguiu escapar. Já os navios Magnanime e Fidèle naufragaram em alto mar, com a morte de quase 1200 franceses, incluindo Monsieur de Courserac, o primeiro a forçar a barra na Baía de Guanabara. Junto com o Magnanime, foram parar no fundo do mar boa parte das mercadorias trazidas do resgate e 600 mil libras em ouro e prata.

07 Sep 10:31

O ADVOGADO DOS INCONFIDENTES

by noreply@blogger.com (André Luis Mansur)

 Um importante personagem da Inconfidência Mineira nasceu no Rio de Janeiro, em 1752. José de Oliveira Fagundes era filho do comandante José Ferreira Lisboa e de Firmina Inácia de Oliveira. Aos 20 anos, foi estudar Direito em Coimbra, tendo concluído o curso em 1778. Trabalhou em Lisboa e depois voltou ao Rio de Janeiro, exercendo a profissão em varas cíveis e criminais. No dia 31 de outubro de 1791 foi nomeado, pela Alçada, advogado da Santa Casa de Misericórdia para defender os réus da Inconfidência Mineira, prestando juramento nessa data. As duas devassas já estavam reunidas numa só. Sua admissão na Santa Casa ocorreu em 1790 e ele ganharia 200 mil réis pelo serviço.

Tanto tempo depois das prisões, só agora era concedido o direto de defesa aos réus. O advogado não perdeu tempo: começou a dar vistas ao sete imensos volumes, com todos os interrogatórios, e apresentou os primeiros embargos de defesa no dia 23 de novembro, com 121 parágrafos referentes a 29 réus vivos e três falecidos. Fagundes foi ajudado por outros advogados na leitura dos autos, mas seus nomes não foram registrados.
Sobre Tiradentes, Fagundes estabelece sua defesa afirmando que o alferes era conhecido "por loquaz, sem bens, sem reputação, sem crédito para poder sublevar tão grande número de vassalos quanto lhe seriam indispensáveis para o imaginário levante contra o Estado", e ainda cita "o caso que se fazia em toda aquela capitania da lubricidade da sua língua, basta notar a indiscrição, e nenhum acordo com que, sem escolha de tempo e de pessoas, e de lugar proferia as quiméricas ideias que a sua libertinagem lhe subministrava". (Tiradentes - a defesa, Paulo Duque (org.) O advogado ainda retirava o crédito da própria confissão de Tiradentes, provocado, segundo ele, por ser o alferes um homem "desesperado por ter sido preterido quatro vezes, parecendo-lhe que tinha sido muito exato no serviço (...)". (Tiradentes - a defesa, Paulo Duque (org.)
A defesa seria difícil. Os interrogatórios se sucediam e os réus, presos em calabouços terríveis, iam descrevendo todos os detalhes do movimento, fornecendo todo o material necessário para os juízes indicarem as culpas de cada um. Mesmo assim, Fagundes apresentou seus embargos, escritos de forma bem detalhada, inclusive de Domingos Fernandes da Cruz, que apenas emprestou a casa a Tiradentes, sem ter a menor ideia do que se tratava, e também estava preso. "(...) o réu Domingos Fernandes da Cruz, em cuja casa foi preso o réu Xavier ignorava qual era o seu delito, e o recolheu em sua casa a instâncias de Inácia Gertrudes de Almeida, a quem também o dito réu enganou (...)". (Tiradentes - a defesa, Paulo Duque (org.)
A defesa estava lançada, agora era esperar o resultado do imenso trabalho de Fagundes. Em homenagem a este grande conhecedor das leis, desde 1989, uma das salas da Procuradoria Geral da República, em Brasília, tem o nome de José de Oliveira Fagundes. E no prédio da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) há uma placa com o nome do advogado.

* Este texto faz parte do livro "Tiradentes Carioca", meu e de Ronaldo Morais.



03 Sep 19:15

Natureza Humana: Amor

by Clara Gomes

Título: "Natureza Humana: Amor".  Quadro 1. Dois insetos voadores estão conversando. Um deles tem asas de cor amarelo-claro e o outro em tons de rosa. O inseto amarelo diz: "Geonilce, eu te amo!"  Quadro 2. Geonilce, a inseto de asas cor-de-rosa, responde: "Eu também te amo, Gleyton!" E um coraçãozinho aparece entre os dois.  Quadro 3. Geonilce continua: "Mas, infelizmente, nossa união é impossível..." O coraçãozinho agora aparece partido ao meio.  Quadro 4. Um plano geral mostra a janela de uma casa, de modelo guilhotina, semi aberta. Geonilce conclui seu pensamento: "... porque somos insetos e estamos em lados opostos de um vidro aberto!" e Gleyton lamenta: "Se a gente não fosse tão burro..."

03 Sep 19:15

Natureza Humana: Mariposas

by Clara Gomes

Título: "Natureza Humana: Mariposas".  Quadro 1. Há um grupo de mariposas de diferentes tamanhos, todas elas em tons de acinzentado. Os desenhos parecem com mariposas de verdade. Há um texto na parte superior do quadro, dizendo: "Era mais um lindo dia na terra das mariposas cinzas perfeitas".  Quadro 2. Aparece uma nova mariposa no quadro, na parte superiror. É a única mariposa com uma cor diferente, em tons de azul bem forte e brilhante. Uma das mariposas cinzas diz: "Vejam, uma mariposa colorida!" Outra das mariposas responde: "Credo!"  Quadro 3. Uma terceira mariposa cinza propõe: "Temos que matá-la!" ao que outra delas responde: "Isso!" A mariposa azul, coitada está assustada.  Quadro 4. O quadro é exatamente igual ao primeiro, porém com uma única diferença. Agora, na parte inferior do quadro, no chão, jaz o corpinho sem vida da mariposa azul. Morta. O texto na parte superior do quadro diz: "Como eu dizia, era mais um lindo dia na terra das mariposas cinzas perfeitas".

03 Sep 19:14

Natureza Humana: Namorado

by Clara Gomes

Título: "Natureza Humana: Namorado".  Quadro 1. Uma família de caramujos. Os desenhos não são muito caricatos, mas tem um ar meio impressionista, com os animais parecendo com suas figuras reais. Há um casal de caramujos de um lado, e uma caramujo chega pelo outro lado do quadro, com um celular na mão. Ela diz: "Mãe, pai, tô namorando um cara! É o Emerson, olha!"  Quadro 2. É uma foto do namorado no celular. Ele é azul, mas não é um caramujo, é uma lesma. Ou seja, não possui concha.  Quadro 3. Os pais ficam muito preocupados e perguntam, ansiosos: "Filha, você conhece bem ele? E a família? Tem emprego?"  Quadro 4. O pai diz: "É complicado, né, filha?" e a mãe prossegue: "O rapaz não tem nem casa própria!" e a filha sai de quadro muito invocada, com uma nuvenzinha preta sobre sua cabeça.

20 Aug 10:21

Existencialismo Anelídeo

by Clara Gomes

Participam desta tira: MARIA JOANA. Uma joaninha pequena, mas enfezada. Tem uma cabeça bem redonda, um pouco maior do que o resto do seu corpo, que é vermelho coberto com pintinhas pretas. Seu rosto é da cor bege, e no topo de sua cabeça há duas anteninhas curtas da mesma cor. MAURO MINHOCA. Uma minhoca alegre com uma cabeça redonda e um corpo fininho. De cor verde claro com listras laranjas. Título: "Existencialismo Anelídeo". Quadro 1. Joana e Mauro estão deitados nas folhas de uma planta. Mauro está um pouco mais acima da amiga, como se estivessem em um beliche. Os dois estão deitados de barriga para cima, olhando para o céu. Joana pergunta em voz alta: "Você costuma pensar no destino, na morte?" e Mauro responde: "Não!" Quadro 2. Agora pode-se ver melhor a planta onde os dois estão, com um caule bem comprido e várias folhas saindo dele. Joana está deitanda em uma folha e Mauro em outra um pouco mais acima. No entanto, ambos aparecem apenas como silhuetas, à distância. Joana continua: "E no passado, nas culpas, nos arrependimentos?" e Mauro responde novamente: "Também não". Quadro 3. Quadro igual ao primeiro, com os dois olhando para o céu. Joana faz sua última pergunta: "O que é que você tem na cabeça?" e Mauro titubeia: "Bem..." Quadro 4. Ainda deitados, porém agora Mauro olha para amiga do alto da sua folhinha e finalmente responde: "... um cérebro de minhoca!" Joana concorda: "Justo!"

18 Jun 21:33

Playmobil lança brinquedo de Star Trek nos EUA

by leandrompm@gmail.com (Equipe do Trek Brasilis)

A Playmobil vem licenciando vários produtos e um dos próximos, que é um dos maiores sets que a Playmobil já produziu, é de Star Trek, e será lançado em setembro deste ano.

O brinquedo Playmobil 70548 Star Trek U.S.S. Enterprise NCC-1701 coloca todos demais conjuntos de Playmobil licenciados anteriormente em vergonha. Sim, até o Quartel-General dos Caça-Fantasmas.

A Enterprise é completa, mede 42 polegadas (107 cm) de comprimento e 18 polegadas (45,7 cm) de largura, e vai ser vendida, nos Estados Unidos, por US$ 499,99. Com 136 peças, a nave contém a ponte de comando, com um disco removível para acesso à mesma, e um painel removível para acessar as sala de máquinas, completa com luzes e sons ativados por aplicativos de celulares inteligentes. Inclui ainda as figuras dos tripulantes da Série Clássica, Dr. Leonard “Bones” McCoy, alferes Chekov, tenente Uhura, capitão James T. Kirk, Sr. Spock, tenente Sulu e o engenheiro chefe Montgomery “Scott” Scotty. Outros conjuntos complementares da Playmobil para a Enterprise também serão lançados.

A descrição oficial da Playmobil para esse brinquedo sonoro é:

Onde está o Capitão Kirk? Ele está na ponte do conjunto Playmobil 70548 Star Trek U.S.S. Enterprise NCC-1701! Muito possivelmente o maior e mais luxuoso brinquedo Playmobil criado até hoje, esta nave estelar de 42 polegadas de comprimento e 18 polegadas de largura inclui luzes eletrônicas e sons que podem ser controlados pelo seu dispositivo inteligente! Ele inclui um suporte de exibição, mais fios para suspensão do teto, se esse é o seu meio de exibição preferido. O conjunto inclui uma nave maravilhosa, modelada após sua aparição na Série Clássica, além de figuras e acessórios.

A seção disco da Enterprise abre para mostrar um ambiente completo da ponte, no estilo de 1966. Além disso, o corpo da nave se abre ao lado para mostrar uma sala de engenharia. Outros acessórios e surpresas eletrônicas também estão chegando, então não perca esta nave icônica!

O brinquedo é recomendado para crianças maiores de 10 anos, mas apostamos que muitos fãs adultos de Star Trek vão querer adicioná-lo às suas coleções.

Fonte: The HDRoom

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30 Apr 11:15

Grandes Poderes, Grandes Responsabilidades

by Clara Gomes

Participam desta tira:  MARIA JOANA. Uma joaninha pequena, mas enfezada. Tem uma cabeça bem redonda, um pouco maior do que o resto do seu corpo, que é vermelho coberto com pintinhas pretas. Seu rosto é da cor bege, e no topo de sua cabeça há duas anteninhas curtas da mesma cor.  Título: "Grandes Poderes, Grandes Responsabilidades".  Quadro 1. Maria Joana está em frente ao seu laptop, olhando séria para a tela. Ela clica em um botão e se pergunta em voz alta: "Fico pensando como será voltar ao mundo real...?"  Quadro 2. O quadro mostra a visão de uma tela de um aplicativo de reuniões online. A tela está preta, com apena um círculo azulado com as letras "MJ" indicando que Maria Jona não está com sua câmera aberta. Abaixo há uma faixa branca, com ícones em vermelho indicando que a câmera e o microfone estão fechados.  Quadro 3. Joana olha para o leitor e conclui seu pensamento: "... e perder esse poder de desaparecer no meio de uma reunião!"

25 Apr 12:07

Sobre a Caridade

by Léo Rossatto
Esse tweet aqui me levou a falar algumas coisas sobre caridade dentro do contexto bíblico. Especificamente em português as traduções da Bíblia até menos de meio século atrás traduziam o termo grego ágape como “caridade” e não como “amor”, e eu tenho certeza absoluta que isso ajudou a definir a fé cristã e o conceito … Continue lendo Sobre a Caridade
24 Apr 10:39

Cadeirinhas e assentos para crianças, quando usar?

by Henrique Koifman

Crianças no banco de trás

É até difícil de acreditar, mas ainda hoje, depois de tantos testes de colisão, histórias tristes e campanhas educacionais, ainda existe gente que não usa cadeirinhas ou assentos de elevação para acomodar crianças em seu carro. Deixando meias palavras de lado, acho que insistir em não adotar esses dispositivos de segurança para os pequenos é, mais que qualquer outra coisa, um claro atestado de desamor. Pois somente alguém que realmente não ame um filho, sobrinho, neto ou amiguinho do filho abriria mão da segurança de uma criança – seja em nome de que tipo de crença (ou ignorância) for.

Por (longa) experiência própria, afirmo com tranquilidade que as crianças não só não se importam em viajar nesses dispositivos, como geralmente gostam deles. Isso porque eles as colocam em uma posição mais elevada, melhor para ver a paisagem e até participar das conversas no carro. Além disso, essas cadeirinhas e assentos dão a elas um quê de “lugar exclusivo” e particular, sendo encaradas também mais uma demonstração de carinho por parte dos adultos.

Crianças no banco de trás Previstos no Código de Trânsito Brasileiro – que pude quem não os empregar com multa de quase R$ 300 –, os chamados Sistemas de Retenção Infantil – SRI são fundamentais para proteger os pequenos em situações como freadas bruscas e acidentes de trânsito. E não somente a elas. Isso porque, quando ocorre uma desaceleração muito rápida do carro, o mais comum é que os ocupantes do banco traseiro sejam projetados para frente. Se eles – tenham que idade for – estiverem soltos, irão fatalmente (muitas vezes em dois sentidos) atingir quem viaja nos assentos da frente.

O que diz a lei

Como a legislação de trânsito foi recentemente alterada, achei que seria útil divulgar os parâmetros de uso para esses SRI em nossos carros. Para isso, uso informações que recebi em um ótimo material de divulgação do PROTESTE. Vamos a elas.

Primeiro, quais são os diferentes tipos de dispositivos de segurança:

I: “bebê conforto” ou “conversível”, para bebês de até 1 ano de idade e até 13 kg de peso;

II: “cadeira de segurança” (a popular cadeirinha), para crianças de 1 a 4 anos de idade, com peso de 9 a 18 kg;

III: “assento de elevação ou booster”, para crianças entre 4 e 7 anos e meio  - ou até 10 anos, se tiverem menos que 1,45 m e pesarem entre 15 e 36 kg. Entre esses assentos, os mais indicados são os que acompanham encosto para melhorar a proteção também em casos de impactos laterais no veículo.

Todos os produtos devem atender às normas brasileiras de segurança e conter o selo de conformidade do Inmetro.

Cintos e ISOFIX

Como até recentemente não era (agora é) obrigatória a existência de ganchos de fixação de SRIs no padrão ISOFIX nos carros fabricados no Brasil, a maioria das cadeirinhas e assentos por aqui ainda costuma ser preso ao banco com o cinto de segurança. Isso funciona bem, desde que você verifique sempre a tensão dos cintos que prendem a cadeirinha, pois eles costumam se afrouxar com o tempo.

Crianças no banco de trás

A vantagem do ISOFIX é justamente a de ancorar esses assentos diretamente no chassi do veículo, de uma forma mais firme. Mas, da mesma forma, nem todo acessório é compatível com esse sistema e é preciso se informar antes de comprar. 

No banco da frente

De acordo com a recente atualização que o Conselho Nacional de Trânsito – Contran promoveu na legislação (Resolução nº 819, em vigor este mês), todas as crianças com idade inferior a 10 anos que não tenham chegado a 1,45 m de altura devem ser acomodadas em um dispositivo de retenção adequado, no banco traseiro do carro. As únicas exceções que permitem que elas sejam colocadas no banco dianteiro são as seguintes:

• o veículo não ter bancos traseiros, como as picapes de cabine simples;

• a quantidade de crianças menores de 10 anos for maior que a capacidade de lotação do banco traseiro;

• os bancos traseiros contarem somente com cintos de segurança de dois pontos (subabdominais).

Ainda assim, as crianças precisam ser transportadas com sistema de retenção e, caso haja airbag no banco dianteiro, a cadeirinha não pode ser colocada voltada para trás, independentemente da idade da criança. Ela também não deve possuir bandeja ou qualquer acessório equivalente que possa machucá-la caso o airbag seja ativado. Vale lembrar que, em boa parte dos veículos, é possível desativar temporariamente o airbag do passageiro dianteiro, algo prudente com crianças, pois eles não são projetados para seu tamanho e peso.

No artigo 4º, o código diz que “III – salvo instruções específicas do fabricante do veículo, o banco do passageiro dotado de airbag deve ser ajustado em sua última posição de recuo, quando ocorrer o transporte de crianças neste banco”.

Vale destacar que todas essas regras acima valem para carros particulares.

Crianças no banco de trás

18 Apr 21:46

O burro multicor

by noreply@blogger.com (Permafrost)

 


Olha bem pro burro acima (ilustração de Eric Carle).

Política é como esse burro aí:
• uma pessoa diz q ele é amarelo;
• vem outra e insiste q ele é vermelho;
• chega mais uma e jura q é azul.

E assim ad nauseam

28 Feb 23:39

Gerando Conteúdo Específico

by Clara Gomes

Participam desta tira:  MARIA JOANA. Uma joaninha pequena, mas enfezada. Tem uma cabeça bem redonda, um pouco maior do que o resto do seu corpo, que é vermelho coberto com pintinhas pretas. Seu rosto é da cor bege, e no topo de sua cabeça há duas anteninhas curtas da mesma cor.  MAURO MINHOCA. Uma minhoca alegre com uma cabeça redonda e um corpo fininho. De cor verde claro com listras laranjas.  Título: "Gerando Conteúdo Específico".  Quadro 1. Joana está mexendo em seu laptop enquanto seu amigo Mauro a observa. Joana clica no laptop e comenta: "Já sabemos que o pessoal gosta de consumir na rede: porcaria!"  Quadro 2. Joana olha para Mauro e continua: "A partir disso, podemos montar nosso primeiro objetivo empresarial."  Quadro 3. Mauro sorri e pergunta: "Nos tornar especialistas em porcaria online?" ao que Joana responde: "Você é um talento nato, Mauro!"

01 Feb 09:43

Asfixia     O ar que me inspira transpi...

by Miniconto

Asfixia

 

 

O ar que me inspira transpira e me pira.

 

Pelos poucos porcos poros

imploro:

arfar não é sinônimo de respirar.

 

Em pleno pulmão do mundo

a confusão do submundo

nos corredores estreitos de hospitais

que são o poço do poço sem fundo.

 

No meio de tanta chacina

a falta fatal da vacina.


Sem tubos de O2

sem esperança pra depois

sem dar nome aos bois

sem salas de UTI

e sem ninguém pra discutir.

 

Nos cemitérios as retroescavadeiras empilham corpos

que feito gado vão putrefando no gramado
de covas rasas e lágrimas profundas.

 

Na falta de coveiros as máquinas fazem a todo tempo

o trabalho sujo de uma crise que não foi passada a limpo.

 

Numa cidade em que respirar virou luxo

a morte ri desse destino tão bruxo

e num suspiro tira o ar de mais um

que de tanto secar ficou murcho.

 

E com tantos mortos e afasia

olha só que ironia:

o pulmão do mundo virou o reino da asfixia.

16 Jan 10:37

Ano de Sucesso

by Clara Gomes

Participam desta tira:  MARIA JOANA. Uma joaninha pequena, mas enfezada. Tem uma cabeça bem redonda, um pouco maior do que o resto do seu corpo, que é vermelho coberto com pintinhas pretas. Seu rosto é da cor bege, e no topo de sua cabeça há duas anteninhas curtas da mesma cor.  MAURO MINHOCA. Uma minhoca alegre com uma cabeça redonda e um corpo fininho. De cor verde claro com listras laranjas.  Título: "Ano de Sucesso".  Quadro 1. Maria Joana está em frente ao seu laptop, ela esboça um sorriso enquanto seu amigo Mauro a observa. Joana diz: "Esse ano eu deslancho! Vou fazer sucesso e dinheiro!"  Quadro 2. Mauro duvida da amiga e responde: "Toda vez você fala a mesma coisa! Nem sei se acredito mais!"  Quadro 3. Joana responde ao amigo alegremente: "Mas agora eu tenho uma motivação mais forte: Chama SERASA!"

13 Jan 17:13

Burning-Burger

by ricardo coimbra

(Clique na imagem para aumentar) 

04 Jan 00:42

Planos para o novo ano

by Clara Gomes

Participam desta tira:  MARIA JOANA. Uma joaninha pequena, mas enfezada. Tem uma cabeça bem redonda, um pouco maior do que o resto do seu corpo, que é vermelho coberto com pintinhas pretas. Seu rosto é da cor bege, e no topo de sua cabeça há duas anteninhas curtas da mesma cor.  MAURO MINHOCA. Uma minhoca alegre com uma cabeça redonda e um corpo fininho. De cor verde claro com listras laranjas.  Título: "Planos para o novo ano".  Quadro 1. Mauro e Joana estão passeando por um jardim. Ela comenta, preocupada: "Toda vez que eu faço planos para o novo ano..."  Quadro 2. Mauro apenas observa, enquanto Joana continua: "... vem a vida e estraçalha, pisa, tritura e taca fogo em todos eles!"  Quadro 3. Mauro abre um sorriso e se manifesta: "Mas é pra isso que a gente tem uma nova chance!" e Joana responde: "É, né?"  Quadro 4. Joana continua a caminhar e comenta em voz alta: "Vou já fazer a lista do que será estraçalhado ano que vem!"

18 Dec 16:42

Terra Plana, Bichos Rasos | China

by Clara Gomes

Participam desta tira:  MOSQUINHA PLANA. Uma mosca roxa em formato retangular, apenas em duas dimensões. Suas asas também retas, quase triangulares. Suas pernas são linhas retas e as antenas também, mas com duas bolinhas pretas nas pontas. Seu rosto ocupa quase seu corpo inteiro, com uma boca também quadrada, quando aberta e dois pontinhos pretos como olhos.  VAREJEIRA PLANA. Um mosca varejeira verde em formato oval, apenas em duas dimensões. Sua boca é quadrada e com dentes desalinhados e seus olhos são dois pontinhos pretos, com uma linha sinuosa por cima, como se fosse uma 'monocelha'. Suas perninhas são linhas retas e pretas, e ele possui também duas antenas, uma curta e outra comprida e curvada, com bolinhas pretas nas pontas.  Título: "Terra Plana, Bichos Rasos: China".  Quadro 1. A Varejeira Plana e a Mosquinha Plana estão sobre um fundo branco, vazio. A Varejeira diz: "Coronavírus é invenção da China!"  Quadro 2. A Varejeira continua esbravejando: "Tinha que ser, né? Eles só produzem porcaria!" e a mosquinha responde: "Eu acho que isso é preconceito..."  Quadro 3. A Varejeira Plana apenas observa a amiga, que conclui com um sorriso: "Olha a qualidade e a durabilidade desse vírus! Eles capricharam!"  Quadro 4. LOGOTIPO DE TERRA PLANA BICHOS RASOS. Um fundo roxo com "Terra Plana" escrito em letra bastão pequena, acima de "Bichos Rasos" escrito em letra bem grande, ocupando o meio do quadro. Abaixo do título, há o desenho de uma mosca quadrada, branca voando da esquerda para a direita.

18 Dec 16:42

Terra Plana, Bichos Rasos | Vacina

by Clara Gomes

Participam desta tira:  MOSQUINHA PLANA. Uma mosca amarela em formato retangular, apenas em duas dimensões. Suas asas também retas, quase triangulares. Suas pernas são linhas retas e as antenas também, mas com duas bolinhas pretas nas pontas. Seu rosto ocupa quase seu corpo inteiro, com uma boca também quadrada, quando aberta e dois pontinhos pretos como olhos.  BESOURINHO PLANO. Um besouro azul em formato oval, apenas em duas dimensões. Ele tem uma linha preta que corta seu corpo de cima abaixo, separando-o em duas cores. A parte onde seu rosto fica, tem um tom de azul mais claro, e as costas com um tom de azul escuro. Sua boca é um círculo pequeno e seus olhos são dois pontinhos pretos. Suas perninhas e bracinhos são linhas retas e pretas, e ele possui também duas antenas curtas, com bolinhas pretas nas pontas.  Título: "Terra Plana, Bichos Rasos: Vacina".  Quadro 1. A Mosquinha Plana e o Besouro Plano estão em quadro. O fundo é branco, vazio. A Mosquinha diz: "Vacina faz mais mal do que bem!" e o besouro responde: "É?"  Quadro 2. O Besouro abre os braços e pergunta: "Baseado em quê?" enquanto a Mosquinha o observa.  Quadro 3. Vemos os dois um pouco mais de longe, pequeninos. A Mosquinha pergunta indignada: "Como assim 'baseado'? Você é a favor das drogas? É contra as famílias?" e o besouro assustado responde: "Oi? Não!"  Quadro 4. Logotipo da tira "Terra Plana, Bichos Rasos". Um fundo amarelo com "Terra Plana" escrito em letra bastão pequena, acima de "Bichos Rasos" escrito em letra bem grande, ocupando o meio do quadro. Abaixo do título, há o desenho de uma mosca quadrada, branca voando da esquerda para a direita.

18 Dec 16:41

Velha Reclamação

by Clara Gomes

Participam desta tira: MARIA JOANA. Uma joaninha pequena, mas enfezada. Tem uma cabeça bem redonda, um pouco maior do que o resto do seu corpo, que é vermelho coberto com pintinhas pretas. Seu rosto é da cor bege, e no topo de sua cabeça há duas anteninhas curtas da mesma cor. Título: "Velha Reclamação". Quadro 1. Joana está jogada de costas no chão, com suas perninhas para o ar. Ela está com um ar de desolação, olhando para o céu fixamente. Ela diz: "Todo fim de ano eu reclamo do ano que passou..." Quadro 2. Ainda na mesma posição, ela fecha os olhos e continua: "Torço para tudo acabar e virar logo o disco..." Quadro 3. Ela abre os olhos novamente, como se tivesse percebido algo inusitado e prossegue: "Mas agora eu vejo que não existe 'virar o disco'..." Quadro 4. Ainda de olhos fixos no céu e de perninhas para o ar, Joana conclui: "Inclusive, nem existe mais disco!"

03 Dec 10:55

Você!

by Alan Sommer

 

Você! 

Pense em você! 

Você não sabe quem é.

Você não sabe onde está .

Você não sabe de
onde veio.

Você não sabe pra onde vai.

Você!

Você está fodido!






20 Nov 19:24

Errar é uma num mestre

by noreply@blogger.com (Permafrost)

Pra se ter uma noção correta e completa da realidade duma sociedade antiga ou contemporânea, é dezenas de vezes mais proveitoso ler seus satirista do q seus moralista, estudioso ou filósofo.

Os idealista ou crente ou sonhador ou ativista de hoje são invariàvelmente pessoas q não leram os satirista de ontem.
24 Oct 11:18

Morre James Randi, o mágico e cético que desmascarava charlatões e falsos profetas

by Natalia Pasternak

Carlos Orsi e Natalia Pasternak, respectivamente diretor e presidente do Instituto Questão de Ciência (IGC), ao lado do cético canadense James Randi, conhecido por contestar a pseudociência

O mundo perdeu, nesta semana, um ícone do ceticismo e do pensamento crítico e racional. James Randi era mágico e mentalista, e um grande defensor da ciência. Ao partir, com 92 anos, deixou como legado uma vida dedicada a desmascarar charlatões, falsos profetas e promotores de pseudociência. Foi fundador do Comitê para Investigação Cética (CSI, no acrônimo em inglês) ao lado de outros nomes de peso, como Carl Sagan. Para entender a importância do trabalho de Randi, é preciso entender o que é ceticismo e, principalmente, a diferença entre ceticismo e negacionismo.

O cético avalia as evidências apresentadas a favor e contra uma alegação — por exemplo, de que existe um aquecimento global em curso — e adota a crença apoiada pela preponderância das provas mais convincentes. O negacionista já chega ao debate com a cabeça feita, e vai ficar o tempo todo inventando desculpas para não mudar de ideia.

Leia mais:  Cientistas criam instituto para combater gastos públicos em 'pseudociências'

Ceticismo é, portanto, uma maneira saudável e racional de se relacionar com o mundo. Uma postura compatível com uma boa atitude científica. E o que isso tem a ver com mágica?

Randi respondia a isso dizendo que os mágicos sabem como é fácil deixar-se enganar. E acrescentava, “é fácil porque vocês querem ser enganados”.

Na década de 1970, a parapsicologia estava na moda. Ilusionistas como Uri Geller tentavam convencer a sociedade que tinham “superpoderes”, e levavam diversos cientistas no bico. Neste cenário, a Universidade de Washington recebeu um aporte de US$ 500 mil para estudar fenômenos paranormais. Para isso, os pesquisadores recrutaram pessoas que diziam ter poderes especiais, a fim de testá-las.

Randi infiltrou dois jovens mágicos entre os voluntários, e os rapazes foram os únicos a convencer os pesquisadores de que tinham capacidades paranormais: conseguiam mover objetos com o pensamento, ler mentes etc.. Randi instruiu os meninos para que, se em algum momento, alguém perguntasse se eles estavam usando truques, a resposta deveria ser sincera. Jamais deveriam mentir. Em três anos, nunca ninguém perguntou.

No dia do lançamento dos resultados, quando os pesquisadores iam anunciar para o mundo que a ciência tinha comprovado a existência do paranormal, os meninos revelaram a armação.

Outra contribuição notável de Randi para a ciência foi sua participação na auditoria promovida pela revista Nature no laboratório francês que alegava ter comprovado que a água era capaz de reter uma “memória energética” de outros tipos de molécula Ele descobriu falhas metodológicas graves no processo, e comprovou que a memória da água não existe.

O olhar treinado do mágico, acostumado a lidar com a ilusão, identifica facilmente as mentiras que contamos para nós mesmos quando queremos muito que algo seja verdade. No caso dos jovens mágicos, Randi comentou que foi fácil enganar os cientistas porque eles queriam muito que o paranormal fosse verdade.

É curioso que precisamos de um mágico para nos ensinar a parar de acreditar em mágica. 

24 Oct 10:20

Vamos Embora?

by Clara Gomes

Participam desta tira:  MARIA JOANA. Uma joaninha pequena, mas enfezada. Tem uma cabeça bem redonda, um pouco maior do que o resto do seu corpo, que é vermelho coberto com pintinhas pretas. Seu rosto é da cor bege, e no topo de sua cabeça há duas anteninhas curtas da mesma cor.  MAURO MINHOCA. Uma minhoca alegre com uma cabeça redonda e um corpo fininho. De cor verde claro com listras laranjas.  Título: "Vamos Embora?"  Quadro 1. Joana e Mauro estão em um jardim. A linha do horizonte é um pouco curva, como se estivessem no alto de um morrinho. Joana chega para o amigo e pergunta: "Vamos embora?" Mauro pergunta, em resposta: "Para onde?"  Quadro 2. Joana lidera o amigo e ambos saem caminhando, subindo o morrinho. Com um sorriso no rosto, ela diz: "Para aquele lugar onde nenhum mal ou ansiedade pode nos alcançar".  Quadro 3. Vemos Joana e Mauro seguindo pelo morro, à distância. Ambos são apenas pequeninas silhuetas. No horizonte, pode-se ver outras pequenas colinas. Joana diz: "Um álbum do clube da esquina!" e Mauro responde: "Amo. Será que aceita riocard no trem azul?"  Quadro 4. LOGOTIPO DOS BICHINHOS DE JARDIM. Em cor preta, com letras robustas e um arabesco simulando as anteninhas de um inseto, com as cores amarelo, verde e vermelho com bolinhas pretas.

25 Sep 20:28

Não falei por mal

by Clara Gomes

Participam desta tira:  MARIA JOANA. Uma joaninha pequena, mas enfezada. Tem uma cabeça bem redonda, um pouco maior do que o resto do seu corpo, que é vermelho coberto com pintinhas pretas. Seu rosto é da cor bege, e no topo de sua cabeça há duas anteninhas curtas da mesma cor.  MAURO MINHOCA. Uma minhoca alegre com uma cabeça redonda e um corpo fininho. De cor verde claro com listras laranjas.  Título: "Não falei por mal".  Quadro 1. Mauro e Joana estão deitados nas folhas de uma planta, como se fossem pequenas camas. Ambos olham para o azul do céu, calados e contemplativos.   Quadro 2. Joana quebra o silêncio e fala o que estava pensando: "Estou aqui lembrando de uma coisa muito triste..."  Quadro 3. Vemos os dois à distância, apenas duas silhuetazinhas em cima das folhas de uma planta com um caule bem longo, no meio de um jardim. Joana continua sua linha de pensamento: "Uma coisa que eu falei para várias pessoas no ano passado..."  Quadro 4. Curioso, Mauro pergunta: "E o que foi?" e Joana responde: "Feliz dois mil e vinte!"

11 Sep 15:49

Galere

by ricardo coimbra

Quadrinho publicado na Ilustrada
(Clique na imagem para aumentar)