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04 Aug 23:01

GIFtime: Melhor Cosplay

by Janara Lopes

5TancrO

12 May 23:17

Brava gente, a brasileira, por Elio Gaspari

by Ricardo Noblat

Elio Gaspari, O GloboAtribui-se ao professor San Tiago Dantas (1911-1964) uma frase segundo a qual “a Índia tem uma grande elite e um povo de bosta, o Brasil tem um grande povo e uma elite de bosta”.Nas últimas semanas divulgaram-se duas...

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17 Apr 04:04

Paul McCartney pós-Bonde do Rolê

by Alexandre Matias

bdr-beatles

Outro dia o Mark Ronson – que já produziu três músicas novas pro disco novo do Paul McCartney – comentou que o beatle veio pedindo uma sonoridade mais moderna para seu som. Disse Ronson à Rolling Stone:

“He came in one day playing some post-Bonde do Role baile funk-moombahton thing, asking, ‘How do we get this kind of energy?’ And then he played me ‘Climax’ by Usher, and he was like, ‘I love where all the sonics sit in this.’”

E hoje o trio mandou, via Feice, um remix funk de “Get Back” pra ver se entra de vez no radar do Paul. Vai que cola, né…

04 Apr 02:03

A menina e seu gato

by Eloise Martins

O fotógrafo Russo Andy Prokh retratou diversos momentos de sua filha Katherine com seu parceiro de aventuras, o gato de nome LiLu Blue Royal Lada. As imagens capturadas com um ar vintage contam histórias e nos fazem imaginar as muitas peripécias feitas pelos dois – desde disputas acirradas no xarez até pinturas de modelo vivo. Veja as fotografias e entre no mundo de Katherine e LiLu!

 

|via

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Tweet Tags: a menina e seu gato, Andy Prokh, animal de estimação, fotografias pessoais, imaginação, infância
25 Mar 00:33

Sobrenatural

by Polly

Untitled 28 Sobrenatural

Nossa! Que loucura! Quando foi feita essa previsão? Quando Xuxa namorava o Pelé? Quando ela namorava o Senna? Quando a Sasha nasceu?

Untitled 4 Sobrenatural

Não. ANO PASSADO, quando Xuxa já estava com 49 anos. Risos.

25 Mar 00:00

House of Cards (O melhor seriado de todos os tempos da última semana)

by @julianojubash
Douglas Pinheiro

Alguém já viu?

Porrada. Porrada em cima de porrada. Um roteiro que dá duplos twists carpados. Mais porrada. Um ritmo de edição sufocante. Não há personagem bonzinho. Não há lição de moral. Porrada em cima de porrada. Nunca um seriado deu tantas porradas visuais em quem o assiste. Palmas para Kevin Spacey e todos os envolvidos.

24 Mar 23:49

Manifesto

by Carlos Ruas

deus representa

24 Mar 23:47

4:20

by Alexandre Matias

coraline

14 Mar 01:35

Aplicativo para iPhone revela senhas de Wi-Fi perto de você

by Redação Papelpop

Sim, é isso mesmo! Esse aplicativo criado por brasileiros, chamado Mandic Magic, promete revelar a senha de qualquer rede Wi-Fi que estiver perto de você.

Ele funciona como aqueles aplicativos que encontram redes de internet Wi-Fi disponíveis na região. Ao clicar na rede, ele já mostra o estabelecimento e a senha cadastrada!

Nós baixamos para testar, obviamente. Abrimos ele aqui perto da redação do Papelpop e encontramos um café pertinho da gente.

Clicamos no estabelecimento e descobrimos a senha para usar…

Isso não significa que o app revela a senha de quem a protege. Ele só procura as senhas que podem ser usadas em estabelecimentos (e aquelas que estão sem proteção, obviamente). É bom porque você não precisa mais pedir pro garçom ou pro cara da livraria a senha pra usar o Wi-Fi. É só abrir o aplicativo e ver.

O aplicativo está todo em português e pode ser baixado aqui.

12 Dec 02:12

WhatsApp é o “meu novo Facebook”

by Tiago Dória

Eu já me interessava pelo aplicativo WhatsApp, mas depois que iniciei meus estudos em Boston, o meu interesse aumentou mais. Tornei-me um usuário assíduo do aplicativo multiplataforma de mensagens.

Há um tempo ele substituiu o meu Facebook.

Não estou sozinho nessa. Colegas meus de Boston também utilizam assiduamente o WhatsApp. O Facebook ficou em segundo ou até terceiro plano.

É lógico que isso não aconteceu do dia para a noite e nem se aplica a todos os usuários da plataforma de rede social. Mas para quem utilizava o Facebook mais como um utilitário de comunicação (conversar e estar em contato com os amigos) do que uma plataforma de mídia (publicar e consumir conteúdo), o WhatsApp tem se saído como uma boa alternativa.

Outro dia nasceu o primeiro filho de um amigo meu. Onde a foto do bebê foi parar? No Whatsapp. Marcar para ir a um pub? Ou comentar sobre algum jogo que está passando na televisão? WhatsApp.

Não é à toa que o Facebook andou recentemente interessado em comprar o WhatsApp e chegou a lançar um aplicativo que emula o mesmo. O WhatsApp realiza uma das principais funções das plataformas de redes sociais do ponto de vista de utilitário de comunicação – unir comunicações em grupo.

No Brasil, o aplicativo tem um apelo a mais, pois reduz a zero o custo com o envio de SMS. Nos EUA, SMS é barato e abundante. A maioria das operadoras de telefonia fornece planos com SMS ilimitado. A questão da conveniência que o WhatsApp proporciona tem mais peso nos EUA – o aplicativo trabalha com vários formatos de mídia (fotos, vídeos, sons) e plataformas (iOS, BB, Android, Windows Phone), além de permitir a criação de grupos de conversa com até 30 usuários.

Se a gente parar para pensar, veremos que o WhatsApp está criando uma nova forma de rede social, com base em mobile e mensagens instantâneas, mas, ao mesmo tempo, está realizando um retorno às origens das chamadas mídias sociais.

O serviço de comunicação trabalha ancorado em um dos meios mais sociais – o telefone. Ao instalar o aplicativo, ele se conecta ao seu catálogo de contatos. Ou seja, tudo gira em torno do seu número de telefone e de seu catálogo de contatos, que, cá entre nós, é uma rede social (não no formato tradicional, mas com a mesma função – agregar e permitir comunicação com contatos importantes).

Para entender melhor o que estou falando, vale dar uma olhada em America Calling: A Social History of the Telephone to 1940. No livro, o pesquisador Claude S. Fisher mostra que a rede de telefones é, na realidade, a “maior plataforma de rede social do mundo”, pois conecta pessoas de forma eficiente e indiscriminada. Tem um telefone? Você já está em rede e conectado a pessoas do mundo inteiro.

O telefone, portanto, seria a “primeira mídia social“.

Quanto ao Facebook, não é de hoje essa desaceleração da plataforma de rede social. Em sua terra natal, o Facebook há um bom tempo perdeu o seu caráter de “novidade” e agora vem perdendo o de “ser essencial” (você pode ficar dias sem acessar o Facebook que não faz muita diferença).

Uma das últimas discussões sobre mídia em Boston envolveu os executivos dos principais restaurantes da cidade. Uma das principais conclusões é que o Facebook perdeu atratividade. É tanta mensagem e propaganda travestida de conteúdo dentro da rede social que fica difícil você ser ouvido ou visto na linha do tempo de um usuário. Tem muito palco e pouca plateia.

É interessante o aparecimento de alternativas e a desaceleração do Facebook, que até outro dia queria ser o “centro da internet”. Parece que há um revezamento. Ou melhor, parece que toda vez que tentam colonizar integralmente a nossa experiência digital, sempre surgem alternativas.

09 Dec 23:07

A última safra do ano, parte I: uma visita ao inferno. E à Terra Média.

by Ana Maria Bahiana

Todo mundo que acha que tem chance de ganhar alguma coisa –uma indicação, no mínimo – lança filme nos últimos instantes do ano. E, como comentei há pouco no twitter, a estratégia, de tanto ser repetida nos últimos anos, treinou bem os votantes: porque estreou entre novembro e dezembro, muita gente se sente na obrigação de indicar.

Passei a peneira nos lançamentos “para sua consideração” que encheram meu calendário nestes últimos quinze dias e apenas alguns ficaram. Estes dois foram os primeiros:

A ideia de um filme sobre a caçada a Osama Bin Laden me pareceu, a princípio, prematura, imatura e possivelmente mal intencionada. Me lembrei da safra de filmes lançados nos anos imediatamente a seguir dos ataques do 11 de setembro, que me pareciam, todos, mal disfarçadas peças de propaganda. Ver A Hora Mais Escura (Zero Dark Thirty)  me obrigou a rever todos os meus temores.

Trabalhando mais uma vez com um roteiro de Mark Boal (Guerra ao Terror), Kathryn Bigelow mantem seu olhar ao mesmo tempo compassivo e impassível.

Os primeiros 20 minutos de Hora são absolutamente brutais e absolutamente necessários: os gritos e gemidos (verdadeiros) das pessoas encerradas nas Torres Gêmeas são mais eloquentes que qualquer imagem, e dissolvem-se em outros gritos e gemidos, os de um prisioneiro sendo torturado num dos muitos “centros especiais de confinamento” que se seguiram, na era Bush, aos ataques do 11 de setembro. Estamos num verdadeiro círculo do inferno descrito por Dante, onde violência sem sentido dá origem a mais violência sem sentido, onde carnificina gera tortura que gera mais carnificina.

É fútil (ainda bem) procurar uma agenda política em Hora. Bigelow conduz a história como um thriller do qual conhecemos o final mas não a trajetória, e seu olhar – as escolhas de composição, o ritmo das sequências – mantem-se equilibrado, pedindo que nós, na plateia, pensemos e tiremos nossas conclusões.

Boal usa um artifício comum em histórias baseadas em fatos verdadeiros: sintetiza várias pessoas em uma só, criando personagens fictícios que representam várias facetas dos reais protagonistas (algo ainda mais importante aqui, quando as fontes eram altamente confidenciais). Mas Maya, a protagonista interpretada (maravilhosamente) por Jessica Chastain é uma pessoa de verdade, uma funcionária do médio escalão da CIA cuja tenacidade e inteligência  levaram à localização de Bin Laden.

É facil notar a identificação de Bigelow com Maya – mulheres no centro de um mundo dominado por homens, conscientes de que suas meras presenças são sinais de mudanças radicais. Chastain é uma atriz de sutilezas, que Bigelow explora muito bem : há uma multidão de emoções em seu rosto, do horror à fúria, da repulsa à revolta. Mas sobre todas elas reina o autocontrole de quem sabe que, numa visita ao inferno, quem não se distancia se queima.

 A Hora Mais Escura estreia dia 14 nos EUA e dia 18 de janeiro no Brasil.

Alguns filmes tem um poder especial pelo menos sobre mim, não sei se sobre vocês: eles imediatamente me remetem aos primeiros anos do meu caso de amor com o cinema, quando ver um filme era me perder num outro mundo. O Hobbit (The Hobbit: An Unexpected Journey) teve esse efeito.

O que não é pouca coisa _ sou fã da trilogia Senhor dos Anéis, mas não gosto do livro O Hobbit. Sempre me pareceu uma obra superficial, apressada, com ideias que não eram plenamente desenvolvidas e um tom infantil que contrasta com o poder metafórico, adulto, de Senhor dos Anéis.

Talvez tudo o que o livro precisasse fosse mesmo o talento combinado das roteiristas Fran Walsh e Philippa Boyens e do diretor Peter Jackson. Está certo que ainda acho Senhor dos Aneis superior como obra mas, ao incorporar as notas e material inédito deixados por Tolkien, Walsh, Boyens e Jackson deram mais detalhe aos personagens e à trama, e fizeram a conexão com o mundo da Terra Média que se desenvolveria, de modo mais complicado, na trilogia.

Ainda acho, também, que, mesmo com essa nova perspectiva, O Hobbit dificilmente aguenta três filmes. Suspeito que, em circunstâncias diferentes, Jackson não teria esticado a primeira metade do seu filme como fez. Mesmo com todo o seu esplendor visual (mais sobre isso daqui a pouco) o filme só pega embalo mesmo quando Bilbo (Martin Freeman) e a companhia de anões liderada por Thorin (Richard Armitage) despencam terra abaixo pelo reino dos goblins, e nosso herói se vê cara a cara com aquele que, para mim, é o personagem mais fascinante de toda o ciclo de histórias: Gollum.

Neste momento eu faço uma pausa para lamentar, pela milionésima vez, o não-reconhecimento de Andy Serkis como um dos melhores atores que temos, hoje, e o pioneiro no desenvolvimento da complicada arte de criar um personagem através de mocap. Hobbit torna-se fascinante, terrível, empolgante a partir do momento em que o Gollum de Serkis esgueira-se de trás das rochas num lago subterrâneo e propõe a Bilbo um jogo de enigmas ( elemento clássico de toda boa lenda). Num mundo que, até então, era habitado unicamente por criaturas fantásticas, o Gollum de Serkis é supreendentemente humano, um ser aprisionado nas cavernas de seu próprio espírito. É o primeiro personagem com todo o fôlego metafórico que Tolkien imprimiria a trilogia Senhor dos Anéis, e sua entrada em cena eleva O Hobbit a um outro plano do qual, com todos os sustos, não queremos mais sair.

E os 48 quadros por segundo? Não me incomodaram nem um pouco. O hiper-realismo que eles dão às imagens tem uma qualidade que aproxima o fantástico de nossa visão cotidiana, como se um dia pudéssemos de fato acordar numa toca debaixo de uma colina e achá-la tão real quanto a geladeira, o microondas e a TV de nossas casas habituais. No 48 fps as sofisticadas composições digitais se integram naturalmente com as imagens captadas de modo tradicional, e os mundos da imaginação e da percepção se abraçam e se confundem.

Não é opção estética para qualquer filme. O 48 fps mataria, por exemplo, a sensacional composição naturalista que Cristian Mungiu imprimiu ao seu Além das Montanhas  (que estreia no Brasil dia 11 de janeiro e eu recomendo com entusiasmo) ou o estilismo expressionista de Nicolas Windig Refn em Drive. Mas numa obra de plena fantasia como esta, é um grande recurso.

O Hobbit estreia aqui e no Brasil dia 14.

03 Dec 01:40

“We Are the World” de baixo para cima

by Tiago Dória

Quem tem mais de 30 anos deve se lembrar do “We are the world“. Foi um megaprojeto feito em 1985 para a arrecadação de donativos para o combate à fome na África. O projeto ficou conhecido pela gravação de um single, uma canção-tema que tinha como compositores Michael Jackson e Lionel Richie. A gravação da música reuniu alguns dos mais importantes nomes da música pop americana.

O clipe da canção foi transmitido sem parar em canais de TV.

Entretanto, existia mais do que música, celebridades e arrecadação de donativos em “We are the world”. O projeto tornou-se um símbolo da mídia de massa, do quanto ela pode ser eficiente em criar conhecimento em torno de uma causa.

Vinte e sete anos depois, a dinâmica do projeto está presente no digital, mas de uma outra forma, feita de baixo para cima e sem a participação de celebridades.

O Harry Potter Alliance é um exemplo deste tipo de movimento.

Apoiado no uso de mídias 100% digitais – fóruns de discussão, vlogs e blogs -, o movimento realiza eventos online e offline para arrecadação de donativos, mobilização e mudança de atitudes em torno de assuntos polêmicos, como direitos de imigrantes e casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Em 2010, após o terremoto no Haiti, o movimento conseguiu arrecadar uma quantidade de mantimentos suficiente para encher 5 aviões. No último mês, fez com que mil jovens se registrassem para votar nas eleições presidenciais americanas.

Na edição de domingo, o jornal Boston Globe traçou um perfil do movimento, formado por jovens com diversos históricos de vida, mas que têm em comum a atração pela história e pelos personagens da série de livros de Harry Potter.

Criado em 2005 por um fã da série, o Alliance tenta aplicar na vida real o senso de justiça social que existe nas histórias de Potter.

A intenção é reverter toda a energia e a capacidade de mobilização dos fãs em algo maior e que realmente afete a vida das pessoas.

É um movimento fortemente ancorado no digital e que funciona de baixo para cima, sem a necessidade do endosso de celebridades ou músicos famosos.

Esse tipo de “participação cívica” cai como uma luva para os americanos, pois junta duas características bem fortes na cultura americana – a filantropia (é meio comum executivos mais jovens se dedicarem a causas sociais) e a valorização da livre iniciativa (no caso, no setor de mídia – blogs, videologs, podcasts).

Acredito que o Harry Potter Alliance seja um bom reflexo dos tempos atuais. É uma forma de participação cívica com base na disseminação viral de ideias e na criação de um movimento que funciona quase como uma marca ou franquia.

Trabalha com a ideia consagrada de que a chamada mídia de massa é competente em criar conhecimento sobre uma ideia. Mas atesta que, na hora de desenvolver mudança de hábitos, as rotuladas mídias sociais – blogs, podcasts, comunidades online – são bem mais eficientes.

Ademais, reforça o pensamento de que ler um livro de Harry Potter é somente o início da experiência. Hoje em dia, o consumo de um conteúdo (seja um livro, filme ou música) deixou de ser apenas o ponto de chegada. É o início da experiência.

Grandes projetos de mobilização, como “We are the world” ou “Live 8“, sempre existirão, mas o Harry Potter Alliance mostra que outras iniciativas, de baixo para cima, também são viáveis. Às vezes, você pode ser político sem nem perceber.

04 Nov 22:51

Aos 60, com a voz tinindo, Baby dá testemunho de fé na brasilidade pop

by Mauro Ferreira
Douglas Pinheiro

Poooootz, queria ver hein?

Resenha de show
Evento: Vivo Open Air
Título: Baby Sucessos
Artista: Baby do Brasil (em foto de Rodrigo Amaral)
Local: Jockey Club (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 31 de outubro de 2012
Cotação: * * * * *

Como se uma conjunção cósmica conspirasse a favor de sua volta à cena pop, Baby do Brasil fez retorno triunfal ao repertório dos tempos de Baby Consuelo no show Baby Sucessos, atração mais esperada da programação 2012 do Vivo Open Air, evento que mistura cinema e música no Jockey Club do Rio de Janeiro (RJ). Foi um show memorável, à altura do culto midiático armado em torno dessa ansiada volta. Aos 60 anos, completados em 18 de julho de 2012, Baby estava recolhida ao universo da música evangélica desde 1999. Contudo, por obra e graça do Senhor e do filho da artista, o guitarrista Pedro Baby, a cantora desceu do púlpito e pregou para um público jovial as mensagens de paz, amor e alegria que, sim, já existiam no cancioneiro propagado nos anos 70 e 80 por Baby. Com a voz tinindo, a intérprete mostrou que conserva a mesma vivacidade e a mesma brasilidade pop evidenciadas desde que integrava o grupo Novos Baianos. Cósmica e telúrica, Baby transcendeu rótulos, tirou do baú da Consuelo pouco ouvidas canções que nem destoariam do repertório de cantoras evangélicas - casos de Minha Oração (Baby do Brasil, Oswaldinho do Acordeom e Pepeu Gomes, 1980), do rock-funk Paz e Amor (Baby do Brasil, Didi Gomes e Pepeu Gomes, 1981) e de Seus Olhos (Baby do Brasil e Jorginho Gomes, 1982) - e caiu no suingue atemporal do repertório dos Novos Baianos. Os arranjos da banda capitaneada por Pedro Baby - com Donatinho nos teclados, Betão Aguiar (filho do Novo Baiano Paulinho Boca de Cantor) no baixo, Maicon Lopes no trompete e Carlos Darci (da atual banda Black Rio) no trombone, entre outras feras - repaginaram e atualizaram na pressão o cancioneiro de Baby, mas sem anular a concepção dos arranjos das gravações originais. Foi bem fácil reconhecer aos primeiros acordes o clássico novo baiano A Menina Dança (Moraes Moreira e Galvão, 1972) e a balada Sem Pecado e Sem Juízo (Baby do Brasil e Pepeu Gomes, 1985), hit radiofônico da fase secular, turbinado por sua execução na trilha sonora da novela  Roque Santeiro (TV Globo, 1985) e revivido em Baby Sucessos com a letra original e na sequência em surpreendente versão em inglês. Tais músicas foram acompanhadas espontaneamente em forte coro pelo público receptivo, ávido da eletricidade de Baby. O clima de louvação contribuiu para a criação da atmosfera de magia que envolveu a estreia nacional de Baby Sucessos (há planos de turnê nacional e de registro do show em DVD). A participação afetuosa e terna de Caetano Veloso - em Menino do Rio (Caetano Veloso, 1979) e no medley que uniu Farol da Barra (Caetano Veloso e Galvão, 1978) com Acabou Chorare (Moraes Moreira e Galvão, 1972) - reiterou o caráter especial, mágico, da apresentação. Na pressão, Baby lembrou Telúrica (Baby do Brasil e Jorginho Gomes, 1981), caiu no suingue pop funkeado de Ele Mexe Comigo (Baby do Brasil,. Galvão e Pepeu Gomes, 1979) - espécie de pré-axé - e entrou na cadência bonita e sacudida do samba Lá Vem o Brasil Descendo a Ladeira (Moraes Moreira e Pepeu Gomes, 1979). Mote do show, o diálogo cúmplice com o filho guitarrista Pedro Baby, mentor da volta da mãe, ficou especialmente explícito no dueto em Sorrir e Cantar Como Bahia (Moraes Moreira e Galvão, 1973). Nem uma ou outra música eventualmente menor, como Força do Olhar (Baby do Brasil e Pepeu Gomes, 1984), atenuou a grandeza do show e do momento. Mais para o fim, Todo Dia Era Dia de Índio (Jorge Ben Jor, 1981) - sucesso de 1981 que se torna cruelmente atual em tempos de conflitos com povos indígenas - reiterou a total comunhão entre artista e plateia. O público carioca pôs fé na volta de Baby do Brasil. Em retribuição, a cantora, tinindo aos 60, deu vibrante testemunho de fé na brasilidade pop de repertório que merece ser revitalizado por sua ainda vivaz intérprete na glória de Deus.
04 Nov 21:14

Anamariabraga 4:20

by Alexandre Matias

Ou como deschavar um alho:

04 Nov 20:52

'Maneira de Ser' é carta de intenções e impressões do mundo de Marina

by Mauro Ferreira
Resenha de livro
Título: Maneira de Ser
Autoria: Marina Lima
Organização: Marina Lima e Marcio Debellian
Editora: Língua Geral
Cotação: * * * *

Mais um caderno de intenções e impressões (próprias e alheias) da vida e obra de Marina Lima do que uma autobiografia da cantora e compositora, Maneira de Ser desvenda parte do mundo da cantautora com a elegância e o charme peculiares da artista. Mesmo sem entregar o ouro e a alma ao leitor, Marina descortina afetos e dores neste livro originado de série de entrevistas com o DJ Zé Pedro. Com o mesmo título da primeira canção composta pela artista sem parceiros e gravada no seu primeiro álbum, o ardente Simples Como Fogo (1979), Maneira de Ser está estruturado como almanaque, com textos curtos, fotos, seções, sem preocupações cronológicas ou didáticas. É livro para entendidos no assunto Marina Lima. Mas a leveza dos almanaques se restringe à edição arejada e moderna desses textos e fotos. O conteúdo tem mais peso - e Maneira de Ser se avoluma justamente quando toca em feridas como as provocadas pelas dores emocionais que levaram a então estressada artista a cancelar a turnê do show Abrigo (1995) no meio dos ensaios. Marina esclarece esse momento de ruptura com a mesma aparente sinceridade com que expõe a admiração pelo pai herói Ewaldo ("Eu queria que aquele homem se orgulhasse de mim"), com que se dirige afetivamente à mãe Amélia em carta póstuma, com que recorda a dor de ter perdido o irmão Beto e a delícia de ter convivido com o lado quente desse ser tão especial em sua jornada existencial. Neste caderno de afetos, como o livro é (bem) caracterizado no texto introdutório escrito por seu organizador Marcio Debellian, Marina se expõe no limite do (seu) possível. Mas esse limite já é grande para uma artista que sempre se distanciou dos holofotes da indústria das celebridades e que sempre primou pelo detalhismo na criação e formatação de sua música em discos e shows. "Subir ao palco, fazer um disco, criar uma obra, não é como ir tomar cafezinho na esquina", delimita logo num dos primeiros textos de Maneira de Ser. Tal precisão transparece na análise lúcida de sua discografia e de algumas músicas de seu cancioneiro de fina estampa. Marina revela que a regravação de Solidão (Dolores Duran) no seminal Simples Como Fogo foi sugestão de André Midani (então na presidência da Warner Music), lamenta a onipresença dos arranjos de Lincoln Olivetti em Olhos Felizes (1980) sem deixar de ressaltar o talento do maestro ("Um ás, mas só ter arranjo dele descaracterizou algumas músicas", pondera, cheia de charme e razão) e ressalta seu contentamento com os resultados finais de álbuns como Certos Acordes (1981), Virgem (1987), Marina Lima (1991) e Pierrot do Brasil (1998), entre outros títulos definidores dos caminhos tomados por sua música. Em foro mais íntimo, Marina explicita em Maneira de Ser a cumplicidade com a empresária e companheira Marcia Alvarez ao longo dos anos 80 no auge da carreira - elo retomado momentaneamente na confecção do pálido álbum Setembro (2001) - e louva a irmandade adquirida com os amigos Cao Albuquerque e Candé Salles ("Candé me fez ver que eu poderia amar um homem, namorá-lo e não estranhar"). Entre reproduções de textos escritos sobre Marina na imprensa e de posts publicados pela artista em seu blog, Maneira de Ser expõe algumas imagens reveladoras como a foto feita por Thereza Eugênia no Arpoador em 1973 e os croquis do show Primórdios (2005). Imagens que, aliadas às impressões alinhadas no livro, delineiam a personalidade forte de Marina Lima nesta vida e nesta Arte de criar música que, afinal, sempre foi a mais perfeita tradução das emoções salpicadas de maneira confessional nesta sua afetiva carta de intenções.
31 Oct 01:49

Viúva Negra

by noreply@blogger.com (minicontosperversos)
Conhecemos o blog da Renata Madureira (Brasília - DF) por indicação. Tem um tom confessional e despretensioso. O continho que trazemos a vocês tem bem o clima daquela parte "Para mulheres inteligentes" do livro MCP.
 
Após a cerimônia, cheia de seriedade, explicava que casamento na igreja católica era para sempre. A sogra pensou um pouco e respondeu:
- E se não der certo, não se separam?
- Bom, na minha igreja é para sempre, não existe separação, é até que a morte nos separe. Então se não der certo sinto dizer que terei que matá-lo.

Agora que o casamento já era, tinha que suportar os familiares e as perguntas dos desavisados. E o fulano, porque não veio? Era um sacrifício ir a qualquer reunião familiar nesses dias, pois alguém sempre vinha lhe perguntar sobre o marido. E ela não sabia o que dizer, estava cansada de todas as explicações, as pessoas queriam entender, saber os detalhes. Como pode uma moça católica largar o marido?

Cansada de tantas explicações pensou que mais fácil seria se fosse viúva. As pessoas ficam com pena e acabam evitando estender o assunto.

Então, no casamento seguinte soltou de repente para o tio cheio de boas intenções:
- Morreu!
- Como? Morreu!
- Ah, ela disse, ele teve uma enorme diarréia e correu para o vaso sanitário. Ao se sentar, o vaso de repente explodiu! Acho que foi terrorismo. Colocaram uma bomba bem no meu banheiro! Foi merda pra todo lado, difícil foi distinguir o que era ele do que era excremento.

O tio ficou chocado. Olhou pra ela com pena, pensou que devia ter perdido o juízo. Pobre da sobrinha sem marido, o que seria dela.

Logo a prima abelhuda foi se chegando.
- Cadê o fulano? Deixou você vir sozinha?
- Morreu!
30 Oct 03:01

Memento Lifelogging, a câmera que fotografa o seu dia

by Caio Caprioli

Já pensou em uma câmera que te acompanha onde quer que você vá, tirando foto de tudo e de todos automaticamente? A Memento é exatamente isso: uma câmera que registra o seu dia a dia e, através de um app, organiza suas fotos. É quase como se o olho tirasse fotos.

Muito pequena, você usa o item como um acessório em suas roupas. Daí é só sair andando. A câmera não possui botões e, a partir do momento que é ativada, ela começa a tirar fotos. São duas fotos por minutos, geotagueadas. A câmera também é “weather protected”, ou seja, faça chuva, faça sol, ela tira fotos.

A bateria da Memento dura dois dias sem recarregar e, para subir as fotos no servidor, basta ligar o item em um computador. Depois, dá para rever todos os momentos do dia.

Curtiu? A câmera deve ser lançada no dia 30 de novembro. Mais infos na página do produto no Kickstarter.

30 Oct 02:40

Na Mostra e na TV

by Inácio Araújo
Douglas Pinheiro

MELHOR DEFINIÇÃO EVER DO MERVAL PEREIRA KKKKKKKKKKK

Acho a Mostra 36 formidável e previsível.

Ou antes, previsivelmente formidável.

O melhor filme recente que vi foi Um Alguém Apaixonado.

Kiarostami é o artista que melhor responde ao mundo de hoje, às questões contemporâneas. Me parece.

E Um Alguém Apaixonado, esse filme sem começo nem fim, tem esse achado: primeiro, a gente mesmo tem que imaginar os personagens (como quando entramos no meio de uma sessão).

Depois, como bem disse o Tonacci, o final, abrupto, gruda em nós, fica na lembrança, com seu enigma.

Claro, há outros bons, Oliveira etc., mas Abbas para mim é o mais forte.

“Tabu” confirma Miguel Gomes como um cineasta com todas as possibilidades de se firmar como um dos grandes da Europa.

Kleber Mendonça começa com um filme realmente formidável, esse O Som ao Redor.

É desses que, de tão forte como estréia, dá até medo de que o autor não consiga tão já reencontrar~se num filme tão feliz. Mas como a bilheteria será mesmo baixa, os espectadores serão poucos e tal… Tudo bem… Ele pode até dar menos certo no futuro próximo que haverá tempo de se reencontrar.

Acho que estou falando besteira: o pessoal de Pernambuco não dá ponto sem nó, gosta e entende do que faz. Vai dar tudo certo.

Entre os filmes antigos:

“Raros Sonhos Flutuantes” é o último filme e a última obra-prima de Eizo Sugawa.

Quem viu, viu…

Não sei se a Fundação Japão tem cópia, se há jeito de passar o filme no programa da Mostra na TV… O certo é que é raro. Parece que não tem nem em DVD no Japão.

Os Deuses e os Mortos passou graças a Positif, comemoração dos 60 anos.

Depois de mais de 40 anos revi só os últimos 20 minutos.

Mais ou menos isso.

Mas não é o que importa.

Basta olhar um plano para ver a força, a convicção, a paixão, tudo que está envolvido na história.

E um minuto apenas basta para perceber que esse é um filme de sonoridade notável, absoluta.

É o melhor Othon Bastos.

Na obscuridade: um filme da opacidade, do mistério das coisas, do insolúvel do mundo…

Agora, precisa de restauro.

Se não restaurar, daqui a pouco vai ser um filme em preto e branco.

Na TV

Eleição para prefeito.

Nós, jornalistas, adoramos dizer que os candidatos não discutem programa, não falam de coisas sérias, etc.

O domingo de eleição era, portanto, um grande dia para entender um pouco essas coisas.

Liguei na Cultura atrás do TV Folha, mas só tinha a Cultura mesmo.

A cobertura era, aparentemente, uspiana: só professor.

Isso não ajudava em nada.

As questões eram: por que fulano ganhou? por que beltrano perdeu?

E, claro, chovem hipóteses, que é tudo que pode acontecer nessas circunstâncias.

Nem lá, nada do que existe ou existiu de profundo, por exemplo, na discussão sobre os bilhetes, ou sobre a organização da saúde na cidade conforme a visão de A ou de B.

Passemos à Globo News.

Horas e horas de programa.

E ali a pobre LoPrete tratando de tourear o melhor possível aquele comentarista de gravata, o Merval, aquele que entrou na Academia.

Ele é uma espécie de Galvão Bueno do comentário político, quer dizer, oscila entre a obviedade e a besteira.

Com nítida preferência pela besteira.

A horas tantas só faltou dizer que ganharem São Pauloera tão complicado para o PT, o Lula, a Dilma e não sei mais quem que o melhor teria sido perder…

E a LoPrete só toureando…

Mas ela não toureia o tal do Camarotti. O cara é o rei da futrica. Ele faz questão de mostrar que sabe, que conhece os bastidores, que fala com A e com B.

Se não falasse seria a mesma coisa, porque não entende patavina do que escuta.

Só a futrica.

Com isso, o programa passou horas falando de 2014. O que acontece com o Aécio, com o cara do PSB, com a mulher que patrocinou o Fruet…

E daí? Como o Fruet vê o mundo? O que tem a dizer a Curitiba? E Haddad?

Não podia ser alguns minutos, alguns apenas, sobre a maneira como concebe a cidade?

Isso parece não existir, não fazer sentido.

Parece que desinformar é uma espécie de missão.

Com isso, não estranha que ninguém se escandalize quando um desses vândalos dos programas de suposto humor pretendem, por exemplo, dar cigarros a José Genoino para ele fumar no tempo em que ficará na cadeia…

Não há nem o que dizer de uma coisa dessas: esses caras não é que não tenham noção do que seja ética. Não têm noção nem de etiqueta.

Ah, sim, e se fazem passar por jornalistas. E acham, com isso, que podem tudo.

Nossos problemas educacionais já foram parar nos programas de suposto humor.

A pergunta é: como foi se formar uma geração de gente tão mimada?

Ou antes: tão ignorantemente mimada.