Shared posts

24 Oct 02:03

16,17,18-09-12

by noreply@blogger.com (Laerte)

24 Oct 01:26

A origem das indo-europeias

by Cássio Leite Vieira

A conclusão de um novo estudo sobre a origem de uma família de línguas – à qual pertence o português – tirou o cavalo de cena e pôs a agricultura. E deslocou o local de nascimento da Ucrânia para a Turquia. As mudanças propostas causaram polêmica.

A nova hipótese – e, por enquanto, apesar de elogiada, ela é só isso – defende que a família das línguas indo-europeias, que reúne centenas de idiomas e dialetos tão díspares quanto o russo e o português, nasceu no contexto da expansão das técnicas de agricultura, a partir da Anatólia (hoje, Turquia), para a Europa e a Ásia. E isso se deu entre 8 mil e 9,5 mil anos atrás.

Para chegar a essa conclusão, os autores usaram modelos computacionais semelhantes aos empregados no estudo sobre epidemias

Para chegar a essa conclusão, os autores – liderados por Russel Gray e Quentin Atkinson, ambos da Universidade de Auckland (Nova Zelândia) – usaram modelos computacionais semelhantes aos empregados no estudo sobre epidemias. E a estratégia pressupunha que palavras sofrem ‘mutações’, como os genes, sendo possível, portanto, com base nessa ‘evolução’, avaliar a idade e origem delas, como as de uma espécie.

Dá para notar como o vocabulário biológico permeia a linguística histórica: família (para alguns, filo), gene, mutação, evolução...

Essa linha de pesquisa, que ganhou força na última década, é polêmica entre linguistas. Os defensores dessa abordagem alegam que sua força reside justamente na interdisciplinaridade. Na equipe de Gray e Atkinson, há pesquisadores da área de informática, microbiologia, psicolinguística, neurociência, psicologia, ecologia, filosofia, estatística, genética, antropologia, entre outras especialidades.

A equipe internacional, que publicou o novo estudo em agosto na Science, diz ter objetivo simples: mostrar que o método empregado – que responde pelo pomposo e impenetrável nome de abordagem bayesiana filogeográfica – pode resolver debates sobre a pré-história dos humanos, incluindo, obviamente, a origem da linguagem.

Há cerca de 10 anos, Gray e Atkinson causaram polêmica ainda maior: usaram modelos computacionais próprios da ecologia para mostrar que as línguas indo-europeias haviam surgido entre 7,8 mil e 9,8 mil anos atrás. Na época, revelaram o ‘quando’ (Nature, v. 426, p. 435, 2003). Faltava – o que foi feito agora – indicar o ‘onde’.

A hipótese mais aceita atualmente é a dos chamados kurgans, guerreiros nômades que habitaram as estepes Pontic (hoje, Ucrânia)

Ressalte-se que a hipótese da Anatólia/agricultura é minoritária entre especialistas. A mais aceita é a dos chamados kurgans, guerreiros nômades que habitaram as estepes Pontic (hoje, Ucrânia). Nesse cenário, a disseminação da família de línguas indo-europeias teria se iniciado há cerca de 6 mil anos. E essa dispersão teria muito a ver com a mobilidade fornecida pelo uso de cavalos.

As principais evidências a favor da hipótese dos kurgans vêm da paleontologia linguística e da arqueologia. A primeira indica a origem temporal dos veículos com rodas em torno de 6 mil anos atrás; a segunda mostra que há palavras, em todas as línguas indo-europeias, relacionadas a esse tipo de transporte.

Nas palavras de um especialista, a aceitação da nova hipótese – se isso ocorrer – será demorada. E polêmica.

Cássio Leite Vieira
Ciência Hoje/ RJ

Texto originalmente publicado na CH 297 (outubro de 2012).

23 Oct 14:43

Whale mimics human speech

by Mark Frauenfelder

From the NMMFoundation:

A new paper published by the National Marine Mammal Foundation in the scientific journal Current Biology sheds light on the ability of marine mammals to spontaneously mimic human speech. The study details the case of a white whale named NOC who began to mimic the human voice, presumably a result of vocal learning.

"The whale's vocalizations often sounded as if two people were conversing in the distance," says Dr. Sam Ridgway, President of the National Marine Mammal Foundation. "These 'conversations' were heard several times before the whale was eventually identified as the source. In fact, we discovered it when a diver mistook the whale for a human voice giving him underwater directions."

23 Oct 03:00

Photo




22 Oct 23:40

The Raccoon

The Raccoon

22 Oct 21:30

Mulher assediada na Comic Con de Nova York dá o troco e toda a internet aplaude

by Laura Beck

Infelizmente, a Comic Con de Nova York deste ano não tratou só dos assuntos superheroicos, amor entre furries e acordos históricos entre dorkwads e gaywads. Não, como costuma ser o caso, toda vez que há um grande grupo de humanos, há um punhado de imbecis que sentem a necessidade de agir de maneira inapropriada porque ninguém nunca os amou. Triste. :(

No caso, um grupelho de beócios se aproximou de Mandy Caruso, 23 anos, que estava participando do evento vestida de Gata Negra, da Marvel, e perguntaram se poderiam entrevistá-la. Ela, sendo humana e animada com a possibilidade de aparecer na televisão (O SONHO AMERICANO), alegremente concordou.

A entrevista foi mais ou menos assim:

Ele: Porra, legal! Bem, deixa eu fazer uma pergunta importante, então… qual o tamanho do seu sutiã?
Eu: (sorriso de apresentadora de tevê) Isso não é da sua conta.
Ele: Ah, acho que ela é 42, então.
Eu: Na real eu não tenho peito algum, o que você está vendo é toda a gordura da minha cesariana puxada até meu colo e segurada por um corselet. É bastante desconfortável, não sei por que faço isso.
Ele: (para a plateia masculina) Ah, vamos lá, o que vocês acham? 42? – alguns caras começam a gritar tamanhos de sutiã enquanto eu fico pasmando para esse cara porque ele só pode estar de brincadeira, aí olho para a multidão e vejo que nem um pingo de espirituosidade nem de mau humor vai tornar isso menos imbecil. Era obviamente uma estratégia para pegar mulheres cosplayers para conseguir que elas fizessem insinuações sexuais e flertassem com esse babaca e o deixassem humilhá-las só porque elas estão fantasiadas e são atraentes. Esteja eu em um collant de gato ou não, eu sou uma profissional em tudo o que faço e não preciso me fazer de legal pra esse idiota.
Eu: Isto não é uma entrevista, isto é degradante. Acabou. (Saio andando)

Nossa.

O lado bom? Mandy postou a conversa em seu Tumblr e gerou mais de 20 mil reblogs de pessoas no mundo todo elogiando sua coragem, esperteza e força. Porque, caramba, ela mandou muito bem. A gata saiu por cima, mandando de volta respostas daquelas que você gostaria de ter dito um dia.

Claro, isso mostra a questão do assédio em convenções em geral, o que, de acordo com o Daily Dot, é um problema.

Assédio sexual em convenções de fãs tem se tornado um assunto crescente nos últimos anos, e participantes tem começado a alternadamente implementar regras de abuso, ou serem criticados por não possuírem regras para esses abusos. Grupos como o Con Anti-Harassment Project surgiram para ajudar as pessoas a pesquisar regras do tipo antes mesmo de frequentar esses eventos.

Infelizmente, a Comic Con de Nova York não possui uma norma acessível, mas talvez isso possa mudar por causa do incidente Gata Negra: Ascenção do Tumblr.

E como Mandy está lidando com tudo isso, após todo amor e apoio que recebeu via Tumblr? Muito bem:

Mandy falou ao Daily Dot que preferiria não revelar o nome do grupo que a entrevistou porque “eles teriam atenção/acessos no youtube/ cliques no site demais”, e disse que a reação ao seu post no Tumblr foi “linda pra caralho”.

“Estou muito orgulhosa pela comunidade por se levantar e espalhar o assunto e dividir suas histórias, e se eu consegui iniciar uma discussão sobre igualdade de gêneros e consciência, eu me sinto honrada e grata. Podemos ser heróis!”, ela disse.

Às vezes a internet pode ser um lugar legal, capaz de incitar uma revolta via blog. Podemos ter esperança de que essa enxurrada de apoio será traduzida em um chamado de ação para os organizadores da Comic Con de Nova York, porque esse tipo de merda não pode acontecer. Arrasou, Tumblr. Arrasou, Gata Negra. Vamos comemorar com um pouco de Janet Jackson.

Black Cat cosplayer sexually harassed at comic con becomes Tumblr hero [Daily Dot]
original Tumblr post [beautilation]

22 Oct 21:13

Photo




22 Oct 21:07

Pais diferenciados.

by Zanfa

Não seja um pai comum.

Nenhuma crianças foi machucada na criação desse quadrinho.

Tweet

22 Oct 15:31

Conheça a história em quadrinhos ficção cientítica Exploradores do Desconhecido

by Antonio Tadeu

Você se lembra daquelas séries dos anos 60, que com muita criatividade nos efeitos da época, mostravam mundos fantásticos? “Terra de Gigantes”, “Viagem ao Fundo do Mar” e “Perdidos no Espaço” são alguns dos nomes que vem a mente mais facilmente. Essas referências foram a primeira coisa que me veio a cabeça quando li “Exploradores do Desconhecido”, de Gian Danton e Jean Okada. A webcomic tem aquele cheirinho de nostalgia das antigas tiras de “Flash Gordon e dos episódios de “Jornada nas Estrelas que todo fã de sci-fi adora.

A premissa é simples, cinco cientistas da nave Pioneer, testam uma nova forma de viajar pelo espaço: o salto quântico. Entretanto, o vôo de teste dá errado e, ao invés de aparecer em outro lugar da galáxia, acabam parando em uma realidade paralela.

Entre os tripulantes estão gênio empata Garry, líder da equipe, a japonesa transmorfa Mai, a mulher-dupla Helga, o francês inventor Jean-Jacques e o tecnopata brasileiro Jaime.

Os autores já são dois “macacos-velhos” do quadrinho nacional, e usam toda a sua experiência pra fazer uma produção impecável e com sabor de clássico. A combinação dos roteiros de Gian Danton com os desenhos de Okada dão o clima de seriado para a webcomic.

O texto resgata a simplicidade das antigas tiras, mas sem deixar as referências e a dedicação a profundidade nas informações das novas graphic novels. Nenhum espaço é desperdiçado e a narrativa é bem direta e envolvente. Sem falar que os desenhos conseguem trazer à tona toda a atmosfera fantástica da obra com um traço leve e limpo, porém detalhado que faz estalar na sua cabeça o nome de Alex Raymond.

Atualmente com 17 partes, é um projeto muito simpático e agradável de ler. Nem perca tempo pensando, confira agora mesmo Exploradores do Desconhecido!

22 Oct 15:04

“Decretem nossa extinção e nos enterrem aqui”

Eliane Brum, jornalista, escritora e documentarista (Foto: ÉPOCA)Eliane Brum, jornalista, escritora e documentarista. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de reportagem. É autora de um romance - Uma Duas (LeYa) - e de três livros de reportagem: Coluna Prestes – O Avesso da Lenda (Artes e Ofícios), A Vida Que Ninguém Vê (Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua (Globo). E codiretora de dois documentários: Uma História Severina e Gretchen Filme Estrada. elianebrum@uol.com.br
@brumelianebrum (Foto: ÉPOCA)

- Pedimos ao Governo e à Justiça Federal para não decretar a ordem de despejo/expulsão, mas decretar nossa morte coletiva e enterrar nós todos aqui. Pedimos, de uma vez por todas, para decretar nossa extinção/dizimação total, além de enviar vários tratores para cavar um grande buraco para jogar e enterrar nossos corpos. Este é o nosso pedido aos juízes federais. 

O trecho pertence à carta de um grupo de 170 indígenas que vivem à beira de um rio no município de Iguatemi, no Mato Grosso do Sul, cercados por pistoleiros. As palavras foram ditadas em 8 de outubro ao conselho Aty Guasu (assembleia dos Guaranis-Kaiowás), após receberem a notícia de que a Justiça Federal decretou sua expulsão da terra. São 50 homens, 50 mulheres e 70 crianças. Decidiram ficar. E morrer como ato de resistência – morrer com tudo o que são, na terra que lhes pertence.

Há cartas, como a de Pero Vaz de Caminha, de 1º de maio de 1500, que são documentos de fundação do Brasil: fundam uma nação, ainda sequer imaginada, a partir do olhar estrangeiro do colonizador sobre a terra e sobre os habitantes que nela vivem. E há cartas, como a dos Guaranis-Kaiowás, escritas mais de 500 anos depois, que são documentos de falência. Não só no sentido da incapacidade do Estado-nação constituído nos últimos séculos de cumprir a lei estabelecida na Constituição hoje em vigor, mas também dos princípios mais elementares que forjaram nosso ideal de humanidade na formação do que se convencionou chamar de “o povo brasileiro”. A partir da carta dos Guaranis-Kaiowás, tornamo-nos cúmplices de genocídio. Sempre fomos, mas tornar-se é saber que se é. 

Os Guaranis-Kaiowás avisam-nos por carta que, depois de tantas décadas de luta para viver, descobriram que agora só lhes resta morrer. Avisam a todos nós que morrerão como viveram: coletivamente, conjugados no plural. 

Nos trechos mais pungentes de sua carta de morte, os indígenas afirmam: 

- Queremos deixar evidente ao Governo e à Justiça Federal que, por fim, já perdemos a esperança de sobreviver dignamente e sem violência em nosso território antigo. Não acreditamos mais na Justiça Brasileira. A quem vamos denunciar as violências praticadas contra nossas vidas? Para qual Justiça do Brasil? Se a própria Justiça Federal está gerando e alimentando violências contra nós. Nós já avaliamos a nossa situação atual e concluímos que vamos morrer todos, mesmo, em pouco tempo. Não temos e nem teremos perspectiva de vida digna e justa tanto aqui na margem do rio quanto longe daqui. Estamos aqui acampados a 50 metros do rio Hovy, onde já ocorreram 4 mortes, sendo que 2 morreram por meio de suicídio, 2 em decorrência de espancamento e tortura de pistoleiros das fazendas. Moramos na margem deste rio Hovy há mais de um ano. Estamos sem assistência nenhuma, isolados, cercados de pistoleiros e resistimos até hoje. Comemos comida uma vez por dia. Tudo isso passamos dia a dia para recuperar o nosso território antigo Pyleito Kue/Mbarakay. De fato, sabemos muito bem que no centro desse nosso território antigo estão enterrados vários de nossos avôs e avós, bisavôs e bisavós, ali está o cemitérios de todos os nossos antepassados. Cientes desse fato histórico, nós já vamos e queremos ser mortos e enterrados junto aos nossos antepassados aqui mesmo onde estamos hoje. (…) Não temos outra opção, esta é a nossa última decisão unânime diante do despacho da Justiça Federal de Navirai-MS.

Como podemos alcançar o desespero de uma decisão de morte coletiva? Não podemos. Não sabemos o que é isso. Mas podemos conhecer quem morreu, morre e vai morrer por nossa ação – ou inação. E, assim, pelo menos aproximar nossos mundos, que até hoje têm na violência sua principal intersecção. 

saiba mais

Desde o ínicio do século XX, com mais afinco a partir do Estado Novo (1937-45) de Getúlio Vargas, iniciou-se a ocupação pelos brancos da terra dos Guaranis-Kaiowás. Os indígenas, que sempre viveram lá, começaram a ser confinados em reservas pelo governo federal, para liberar suas terras para os colonos que chegavam, no que se chamou de “A Grande Marcha para o Oeste”. A visão era a mesma que até hoje persiste no senso comum: “terra desocupada” ou “não há ninguém lá, só índio”.  

Era de gente que se tratava, mas o que se fez na época foi confiná-los como gado, num espaço de terra pequeno demais para que pudessem viver ao seu modo – ou, na palavra que é deles, Teko Porã (“o Bem Viver”). Com a chegada dos colonos, os indígenas passaram a ter três destinos: ou as reservas, ou trabalhar nas fazendas como mão de obra semiescrava ou se aprofundar na mata. Quem se rebelou foi massacrado. Para os Guaranis-Kaiowás, a terra a qual pertencem é a terra onde estão sepultados seus antepassados. Para eles, a terra não é uma mercadoria – a terra é. 

Na ditadura militar, nos anos 60 e 70, a colonização do Mato Grosso do Sul se intensificou. Um grande número de sulistas, gaúchos mais do que todos, migrou para o território para ocupar a terra dos índios. Outros despacharam peões e pistoleiros, administrando a matança de longe, bem acomodados em suas cidades de origem, onde viviam – e vivem até hoje – como “cidadãos de bem”, fingindo que não têm sangue nas mãos.  

Com a redemocratização do país, a Constituição de 1988 representou uma mudança de olhar e uma esperança de justiça. Os territórios indígenas deveriam ser demarcados pelo Estado no prazo de cinco anos. Como sabemos, não foi. O processo de identificação, declaração, demarcação e homologação das terras indígenas tem sido lento, sensível a pressões dos grandes proprietários de terras e da parcela retrógrada do agronegócio. E, mesmo naquelas terras que já estão homologadas, em muitas o governo federal não completou a desintrusão – a retirada daqueles que ocupam a terra, como posseiros e fazendeiros –, aprofundando os conflitos. 

Nestas últimas décadas testemunhamos o genocídio dos Guaranis-Kaiowás. Em geral, a situação dos indígenas brasileiros é vergonhosa. A dos 43 mil Guaranis-Kaiowás, o segundo grupo mais numeroso do país, é considerada a pior de todas. Confinados em reservas como a de Dourados, onde cerca de 14 mil, divididos em 43 grupos familiares, ocupam 3,5 mil hectares, eles encontram-se numa situação de colapso. Sem poder viver segundo a sua cultura, totalmente encurralados, imersos numa natureza degradada, corroídos pelo alcoolismo dos adultos e pela subnutrição das crianças, os índices de homicídio da reserva são maiores do que em zonas em estado de guerra.  

A situação em Dourados é tão aterradora que provocou a seguinte afirmação da vice-procuradora-geral da República, Deborah Duprat: “A reserva de Dourados é talvez a maior tragédia conhecida da questão indígena em todo o mundo”. Segundo um relatório do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), que analisou os dados de 2003 a 2010, o índice de assassinatos na Reserva de Dourados é de 145 para cada 100 mil habitantes – no Iraque, o índice é de 93 assassinatos para cada 100 mil. Comparado à média brasileira, o índice de homicídios da Reserva de Dourados é 495% maior.  

A cada seis dias, um jovem Guarani-Kaiowá se suicida. Desde 1980, cerca de 1500 tiraram a própria vida. A maioria deles enforcou-se num pé de árvore. Entre as várias causas elencadas pelos pesquisadores está o fato de que, neste período da vida, os jovens precisam formar sua família e as perspectivas de futuro são ou trabalhar na cana de açúcar ou virar mendigos. O futuro, portanto, é um não ser aquilo que se é. Algo que, talvez para muitos deles, seja pior do que a morte. 

Um relatório do Ministério da Saúde mostrou, neste ano, o que chamou de “dados alarmantes, se destacando tanto no cenário nacional quanto internacional”. Desde 2000, foram 555 suicídios, 98% deles por enforcamento, 70% cometidos por homens, a maioria deles na faixa dos 15 aos 29 anos. No Brasil, o índice de suicídios em 2007 foi de 4,7 por 100 mil habitantes. Entre os indígenas, no mesmo ano, foi de 65,68 por 100 mil. Em 2008, o índice de suicídios entre os Guaranis-Kaiowás, chegou a 87,97 por 100 mil, segundo dados oficiais. Os pesquisadores acreditam que os números devem ser ainda maiores, já que parte dos suicídios é escondida pelos grupos familiares por questões culturais. 

As lideranças Guaranis-Kaiowás não permaneceram impassíveis diante deste presente sem futuro. Começaram a se organizar para denunciar o genocídio do seu povo e reivindicar o cumprimento da Constituição. Até hoje, mais de 20 delas morreram assassinadas por ferirem os interesses privados de fazendeiros da região, a começar por Marçal de Souza, em 1983, cujo assassinato ganhou repercussão internacional. Ao mesmo tempo, grupos de Guaranis-Kaiowás abandonaram o confinamento das reservas e passaram a buscar suas tekohá, terras originais, na luta pela retomada do território e do direito à vida. Alguns grupos ocuparam fundos de fazendas, outros montaram 30 acampamentos à beira da estrada, numa situação de absoluta indignidade. Tanto nas reservas quanto fora delas, a desnutrição infantil é avassaladora. 

A trajetória dos Guaranis-Kaiowás que anunciaram sua morte coletiva ilustra bem o destino ao qual o Estado brasileiro os condenou. Homens, mulheres e crianças empreenderam um caminho em busca da terra tradicional, localizada às margens do Rio Hovy, no município de Iguatemi (MS). Acamparam em sua terra no dia 8 de agosto de 2011, nos fundos de fazendas. Em 23 de agosto foram atacados e cercados por pistoleiros, a mando dos fazendeiros. Em um ano, os pistoleiros já derrubaram dez vezes a ponte móvel feitas por eles para atravessar um rio com 30 metros de largura e três de fundura. Em um ano, dois indígenas foram torturados e mortos pelos pistoleiros, outros dois se suicidaram.  

Em tentativas anteriores de recuperação desta mesma terra, os Guaranis-Kaiowás já tinham sido espancados e ameaçados com armas de fogo. Alguns deles tiveram seus olhos vendados e foram jogados na beira da estrada. Em outra ocasião, mulheres, velhos e crianças tiveram seus braços e pernas fraturados. O que a Justiça Federal fez? Deferiu uma ordem de despejo. Em nota, a FUNAI (Fundação Nacional do Índio) afirmou que “está trabalhando para reverter a decisão”. 

Os Guaranis-Kaiowás estão sendo assassinados há muito tempo, de todas as formas disponíveis, as concretas e as simbólicas. “A impunidade é a maior agressão cometida contra eles”, afirma Flávio Machado, coordenador do CIMI no Mato Grosso do Sul. Nas últimas décadas, há pelo menos duas formas interligadas de violência no processo de recuperação da terra tradicional dos indígenas: uma privada, das milícias de pistoleiros organizadas pelos fazendeiros; outra do Estado, perpetrada pela Justiça Federal, na qual parte dos juízes, sem qualquer conhecimento da realidade vivida na região, toma decisões que não só compactuam com a violência , como a acirram.  

“Quando os pistoleiros não conseguem consumar os despejos e massacres truculentos dos indígenas, os fazendeiros contratam advogados para conseguir a ordem de despejo na Justiça”, afirma Egon Heck, indigenista e cientista político, num artigo publicado em relatório do CIMI. “No momento em que ocorre a ordem de despejo, os agentes policiais agem de modo similar ao dos pistoleiros, visto que utilizam armas pesadas, queimam as ocas, ameaçam e assustam as crianças, mulheres e idosos.”  

Ao fundo, o quadro maior: os sucessivos governos que se alternaram no poder, após a Constituição de 1988, foram incompetentes para cumpri-la. Ao final de seus dois mandatos, Lula reconheceu que deixava o governo com essa dívida junto ao povo Guarani-Kaiowá. Legava a tarefa à sua sucessora, Dilma Rousseff. Os indígenas escreveram, então, uma carta: “Presidente Dilma, a questão das nossas terras já era para ter sido resolvida há décadas. Mas todos os governos lavaram as mãos e foram deixando a situação se agravar. Por ultimo, o ex-presidente Lula prometeu, se comprometeu, mas não resolveu. Reconheceu que ficou com essa dívida para com nosso povo Guarani-Kaiowá e passou a solução para suas mãos. E nós não podemos mais esperar. Não nos deixe sofrer e ficar chorando nossos mortos quase todos os dias. Não deixe que nossos filhos continuem enchendo as cadeias ou se suicidem por falta de esperança de futuro (…) Devolvam nossas condições de vida que são nossos tekohá, nossas terras tradicionais. Não estamos pedindo nada demais, apenas os nossos direitos que estão nas leis do Brasil e internacionais”. 

A declaração de morte dos Guaranis-Kaiowás ecoou nas redes sociais na semana passada. Gerou uma comoção. Não é a primeira vez que indígenas anunciam seu desespero e seu genocídio. Em geral, quase ninguém escuta, para além dos mesmos de sempre, e o que era morte anunciada vira morte consumada. Talvez a diferença desta carta é o fato de ela ecoar algo que é repetido nas mais variadas esferas da sociedade brasileira, em ambientes os mais diversos, considerado até um comentário espirituoso em certos espaços intelectualizados: a ideia de que a sociedade brasileira estaria melhor sem os índios. 

Desqualificar os índios, sua cultura e a situação de indignidade na qual vive boa parte das etnias é uma piada clássica em alguns meios, tão recorrente que se tornou quase um clichê. Para parte da elite escolarizada, apesar do esforço empreendido pelos antropólogos, entre eles Lévi-Strauss, as culturas indígenas ainda são vistas como “atrasadas”, numa cadeia evolutiva única e inescapável entre a pedra lascada e o Ipad – e não como uma escolha diversa e um caminho possível. Assim, essa parcela da elite descarta, em nome da ignorância, a imensa riqueza contida na linguagem, no conhecimento e nas visões de mundo das 230 etnias indígenas que ainda sobrevivem por aqui. 

Toda a História do Brasil, a partir da “descoberta” e da colonização, é marcada pelo olhar de que o índio é um entrave no caminho do “progresso” ou do “desenvolvimento”. Entrave desde os primórdios – primeiro, porque teve a deselegância de estar aqui antes dos portugueses; em seguida, porque se rebelava ao ser escravizado pelos invasores europeus. A sociedade brasileira se constituiu com essa ideia e ainda que a própria sociedade tenha mudado em muitos aspectos, a concepção do índio como um entrave persiste. E persiste de forma impressionante, não só para uma parte significativa da população, mas para setores do Estado, tanto no governo atual quanto nas gestões passadas.  

 “Entraves” precisam ser removidos. E têm sido, de várias maneiras, como a História, a passada e a presente, nos mostra. Talvez essa seja uma das explicações possíveis para o impacto da carta de morte ter alcançado um universo maior de pessoas. Desta vez, são os índios que nos dizem algo que pode ser compreendido da seguinte forma: “Então é isso o que vocês querem? Nos matar a todos? Então nós decidimos: vamos morrer”. Ao devolver o desejo a quem o deseja, o impacto é grande.  

É importante lembrar que carta é palavra. A declaração de morte coletiva surge como palavra dita. Por isso precisamos compreender, pelo menos um pouco, o que é a palavra para os Guaranis-Kaiowás. Em um texto muito bonito, intitulado Ñe'ẽ – a palavra alma, a antropóloga Graciela Chamorro, da Universidade Federal da Grande Dourados, nos dá algumas pistas: 

“A palavra é a unidade mais densa que explica como se trama a vida para os povos chamados guarani e como eles imaginam o transcendente. As experiências da vida são experiências de palavra. Deus é palavra. (...) O nascimento, como o momento em que a palavra se senta ou provê para si um lugar no corpo da criança. A palavra circula pelo esqueleto humano. Ela é justamente o que nos mantém em pé, que nos humaniza. (...) Na cerimônia de nominação, o xamã revelará o nome da criança, marcando com isso a recepção oficial da nova palavra na comunidade. (...) As crises da vida – doenças, tristezas, inimizades etc. – são explicadas como um afastamento da pessoa de sua palavra divinizadora. Por isso, os rezadores e as rezadoras se esforçam para ‘trazer de volta’, ‘voltar a sentar’ a palavra na pessoa, devolvendo-lhe a saúde.(...) Quando a palavra não tem mais lugar ou assento, a pessoa morre e torna-se um devir, um não-ser, uma palavra-que-não-é-mais. (...) Ñe'ẽ e ayvu podem ser traduzidos tanto como ‘palavra’ como por ‘alma’, com o mesmo significado de ‘minha palavra sou eu’ ou ‘minha alma sou eu’. (...) Assim, alma e palavra podem adjetivar-se mutuamente, podendo-se falar em palavra-alma ou alma-palavra, sendo a alma não uma parte, mas a vida como um todo.” 

A fala, diz o antropólogo Spensy Pimentel, pesquisador do Centro de Estudos Ameríndios da Universidade de São Paulo, é a parte mais sublime do ser humano para os Guaranis-Kaiowás. “A palavra é o cerne da resistência. Tem uma ação no mundo – é uma palavra que age. Faz as coisas acontecerem, faz o futuro. O limite entre o discurso e a profecia é tênue.”

Se a carta de Pero Vaz de Caminha marca o nascimento do Brasil pela palavra escrita, é interessante pensar o que marca a carta dos Guaranis-Kaiowás mais de 500 anos depois. Na carta-fundadora, é o invasor/colonizador/conquistador/estrangeiro quem estranha e olha para os índios, para sua cultura e para sua terra. Na dos Guaranis-Kaiowás, são os índios que olham para nós. O que nos dizem aqueles que nos veem? (Ou o que veem aqueles que nos dizem?)

A declaração de morte dos Guaranis-Kaiowás é “palavra que age”. Antes que o espasmo de nossa comoção de sofá migre para outra tragédia, talvez valha a pena uma última pergunta: para nós, o que é a palavra? 

Eliane Brum escreve às segundas-feiras.

21 Oct 23:13

ohmyasian: 2184. Lady Gaga Costume Maker. I could spend hours...



ohmyasian:

2184. Lady Gaga Costume Maker. I could spend hours playing this…….

21 Oct 23:12

sinshine: Neatest cam angle on a kitty jumping I’ve yet seen....



sinshine:

Neatest cam angle on a kitty jumping I’ve yet seen. Epic smackdown.

19 Oct 09:03

Is Doctor Who a Religion? | Idea Channel | PBS

by Admin
Pedro

Apparently "voltron" is now a verb.

19 Oct 03:37

Brazilian banks: No more free lunch

ON OCTOBER 10th Brazil’s Central Bank cut its policy interest rate for the tenth time in just over a year, to 7.25%. The move surprised analysts, since rates were already historically low and inflation above the centre of the monetary-policy committee’s 2.5-6.5% target. Neither economic growth, likely to finish the year at an anaemic 1.5%, nor the currency, which tends to rise with rates as return-seeking foreign investors pile in, are supposed to play a part in its deliberations. But most analysts now believe that its decisions are taken with an eye to boosting growth and weakening the currency, and that unless inflation threatens to break the 6.5% barrier, rates will stay low for some time.

For now, subdued global demand means that inflation is unlikely to slip its leash. But in the longer term the government will have to rein in public spending and push through difficult reforms if it wants Brazil to grow faster than 3-4% a year without fuelling inflation. Recent moves to cut payroll taxes, limit public-sector pay rises, reduce energy costs and improve a woeful transport infrastructure should help to raise this distinctly modest economic speed limit. They have also convinced many that the president, Dilma Rousseff, will do whatever it takes to save the bank from having to hike again.

Permanently lower interest rates would be the most positive economic development in Brazil since hyperinflation was vanquished almost 20 years ago, says Enestor dos Santos of BBVA, a Spanish bank active in the region. Firms would invest more—and making a decent return would mean funding productive projects, not just parking cash in government bonds.

Returns to lender

But some industries will see profits fall. When investors realised that electricity firms would have to accept much lower returns from early next year, or else be ineligible to rebid for concessions that run out between 2015 and 2017, share prices slumped. Masha Gordon of PIMCO, a fund manager, praises the government for blocking its ears to vested interests and calling time on Brazil’s “free lunch”. Toll-road and energy concessionaires who signed deals when rates were much higher benefited hugely as they fell, she points out, leaving some low-risk projects earning real returns approaching 20%. That could hardly be expected to last.

But it is banks that will have to do most to adapt to Brazil’s new low-interest environment, says Ms Gordon. Their net interest margins have been falling for years as the rates they charge on loans fall in line with the policy rate, and the room to cut the rates they offer on deposits reduces. That has eaten into returns (see chart). The pressure on profits has built recently as the government has pushed banks to pass on lower rates to customers, faster.

The two big state-controlled banks, Caixa Econômica Federal and Banco do Brasil, have slashed rates at the government’s behest. Private banks have had to follow suit or lose market share. According to Anefac, an accountants’ trade body, the average rate paid by Brazilian retail borrowers in September fell below 100% for the first time. Rates for business loans are also at an all-time low—48% a year.

By Brazilian standards such rates may be low; by international ones, they are eye-watering. The biggest reason, says Sergio Furio of bankFacil, a start-up that offers consumer-finance information online, is the inefficiency of Brazilian banks. Although their revenues per employee are broadly in line with other large economies, their low productivity is masked by very high prices. They need twice as many staff to generate the same volumes as banks in Europe or America, he points out—but are still profitable because margins are two or three times as high, too.

“Brazilian banks have been relying on the last gasp of outrageous interest rates,” says Mr Furio. Instead they should be trying to become more efficient and to attract a better class of customer. High-cost loans put off numerate, well-heeled types who could be relied on to repay them. That adverse selection means rates must be pushed up even higher to cover frequent defaults. BankFacil hopes to make money by breaking this cycle, referring newly educated, creditworthy users to financial institutions which can then charge them less.

The highest interest rates of all are on credit cards, which in Brazil are mostly used to buy goods in “interest-free” instalments. Retailers offer self-financed payment plans over up to 18 months. They hide their own financing costs inside the sticker price and only request payment from the customer’s card issuer month by month. Banks make little money from this peculiar “credit on credit”, which makes up 70% of total credit-card loans in Brazil. Only when a cardholder misses a payment does the card issuer finally get to charge interest. But the chance of default among such late payers is a hefty 28%, meaning rates must be astronomical if banks are to make a profit at all.

Last month Itaú Unibanco, Brazil’s largest privately controlled bank, let it be known that it would like to put an end to credit cards being used this way. But the government worries that Brazilian consumers are so used to paying for everything from clothes to white goods to cars in supposedly interest-free instalments that they might then stop spending altogether, nipping a nascent recovery in the bud. Any move will have to be gradual.

The good news is that Brazilian banks have lots of fat to cut before they reach the bone. They have also acquired plenty of new customers during the past decade, says Franklin Santarelli of Fitch Ratings, an expensive process that should reap rewards during the next one. Brazil is “just moving into the mainstream,” says Ceres Lisboa of Moody’s, another ratings agency. Its banks, like those elsewhere, have to work out how to make money with lower margins and higher volumes.

19 Oct 03:08

Dutch government gives itself the right to break into your computer and destroy it

by Cory Doctorow

Ot from Bits of Freedom sez, "On 15 October, the Dutch ministry of Justice and Security proposed powers for the police to break into computers, install spyware, search computers and destroy data. These powers would extend to computers located outside the Netherlands. Dutch digital rights movement Bits of Freedom warns for the unacceptable risks to cybersecurity and calls on other countries to strongly oppose the proposal."

Three new powers: spy, search and destroy

The proposal (Dutch, PDF) would grant powers to the Dutch police to break into computers, including mobile phones, via the internet in order to:

  • * install spyware, allowing the police to overtake the computer;
  • * search data on the computer, including data on computers located in other countries; and
  • * destroy data on the computer, including data on computers located in other countries.

If the location of the computer cannot be determined, for example in the case of Tor-hidden services, the police is not required to submit a request for legal assistance to another country before breaking in. Under the current text, it is uncertain whether a legal assistance request is required, or merely warranted, if the location of the computer is known. The exercise of these powers requires a warrant from a Dutch court.

Dutch proposal to search and destroy foreign computers (Thanks, Ot!)

19 Oct 02:00

The colorful Danxia mountains of China

by Jason Kottke

Danxia refers to a "type of petrographic geomorphology" found in China. What that means is you get these mountains that look as though they were decorated with crayons by a five-year-old channelling Dalí.

Danxia Mountains

That shot was taken by Melinda ^..^ on Flickr...you can find dozens of her Danxia photos here. A kottke.org reader suggests that Tiny Wings creator Andreas Illiger was influenced by the Danxia landforms in developing the iconic scenery for the game.

Tiny Wings Danxia

Not a bad theory. (thx, christopher)

Tags: China   geology   photography   Tiny Wings
18 Oct 18:19

Japanóia #19 – Puella Magi Madoka Magica, meninas mágicas e contratos faustianos

by Roberto Maia
Pedro

Realmente a melhor série de 2011. Pesado o treco.

Esse é um anime que engana muito. A maioria das pessoas pode olhar já esperando mais uma série japonesa cheia de clichês e personagens infantilizadas. Mas isso é apenas uma primeira camada, que esconde uma proposta de roteiro ousada e extremamente sombria. Produzida em parceria entre o estúdio Shaft e a poderosa Aniplex, “Puella Magi Madoka Magica” foi uma das grandes surpresas do ano passado. Uma produção contando com nomes de peso da atualidade do entretenimento audiovisual japonês, como a character design Ume Aoki, o roteirista Gen Urobuchi e Akiyuki Shinbo na direção.

A trama do anime explora o fim da ingenuidade e as consequências trágicas que isto costuma acarretar. Jogando garotas pré-adolescentes em uma trama onde forças maiores conspiram ativamente contra o destino delas. A história começa quando a protagonista que dá nome ao título, Madoka Kaname e sua amiga de colégio Sayaka Miki são abordadas por uma criatura alienígena conhecida apenas como Kyubey. A criatura argumenta que as meninas possuem um potencial dormente e que para despertar o mesmo é necessário realizar um “contrato”. Este contrato é uma barganha simples, porém muito poderosa. As meninas podem ter qualquer desejo realizado e em troca devem se tornar “Puella Magi” para combater criaturas conhecidas apenas como “Witches“, responsáveis por uma crescente onda de homicídios e suicídios. Kyubey é impedido de realizar o contrato graças a intervenção agressiva de Akemi Homura, uma misteriosa e circunspecta garota que o ataca e exige que a criatura se afaste de Madoka. Não obstante a situação, Madoka e sua amiga são atacadas por uma Witch e são salvas por um triz por Tomoe Mami, uma veterana do colégio onde estudam que também revela ser uma Puella Magi. Madoka Kaname tem sua rotina abalada ao descobrir que vive um mundo onde garotas da sua idade são super-heroínas que combatem entidades que caçam os sentimentos dos seres humanos. Indecisa sobre o contrato, a protagonista adota uma postura de observadora e passa acompanhar as “aventuras” de Tomoe Mami. Logo, fica evidente que esse mundo mágico é mais do que aparenta e após sucessivos eventos traumáticos, Madoka caminha para descobrir uma verdade sombria que assombra esse mundo.

Um olhar menos crítico poderia encarar Madoka como o velho clichê do anime que subverte um traço “fofinho” para enganar o espectador e apresentar uma trama violenta, como em “Higurashi no Naku Koro ni” ou “Elfen Lied”. Mas a verdade é que o buraco é mais embaixo. Se há décadas atrás, Sailor Moondeu uma lufada de fôlego no clássico gênero mahou shoujo, em Madoka Magica observamos uma desconstrução cruel do gênero. O roteirista da série, Gen Urobuchi, destrói a ingenuidade característica da trama e lembra que mesmo poderosas e mágicas, as protagonistas ainda são crianças cheias de sonhos e ilusões. Mesmo com treze episódios, o roteiro dedica um bom tempo para explorar as motivações de suas protagonistas e as ponderações de Madoka sobre sua decisão final: tornar-se uma Puella Magi ou não. Observamos suas motivações e angustias existenciais. Sayaka deseja que seu namorado enfermo volte a ter saúde, Tomoe Mami firma o contrato para escapar da morte após um acidente de carro. Em todos os casos, Kyubey esteve lá para escutar e oferecer a barganha.

Kyubey acabou se tornando um dos personagens de anime mais marcantes dessa década, uma perversão do arquétipo da “mascote fofinho”. Ele é membro de uma raça que descobriu como transformar emoções em energia cósmica. O pequeno alienígena aplica uma lógica cruel ao alegar que suas ações têm como objetivo evitar o cataclisma entrópico do universo. Isso se deve a natureza faustiana de seus contratos. Madoka e as outras garotas mágicas sofrem um desgaste emocional intenso, que resulta no próprio esgotamento de suas habilidades sobrenaturais. Este episódio faz com que as moças se transformem em Witches e uma das verdades desse universo é revelada: sem saber, as Puela Magi sistematicamente exterminam suas próprias ex-aliadas. Kyubey clama que apenas assim, com o sacrifício das garotas, é possível manter a ordem cósmica do universo. Ao meu ver, Kyubey é mais do que isso. Ele é um predador sentimental – e por extensão, sexual – o pequeno alienígena representa (mesmo que indiretamente) todo namorado, pai ou colega abusivo que pressiona, flerta e persuade de forma intelectualmente maliciosa pessoas em momentos de fragilidade emocional. A criatura justifica a crueldade de suas ações através de uma retórica utilitarista, alegando que se é o correto a ser feito, custe o que custar.

O conceito de Witches é simplesmente genial. Fugindo do básico, os antagonistas de Puella Magi Madoka Magica são um feito a parte da série em termos de design e valores de produção. Mais do que uma personagem propriamente dito, as Witches são um “conceito”, habitando suas próprias dimensões particulares. Elas vêm nas mais variadas formas e tamanhos e costumam refletir os desejos e anseios que sentiam em suas vidas como Puella Magi. Para intensificar essa estranheza alienígena dessas criaturas, a equipe de animação foi além, aplicando efeitos de animação atípicos no mangá. Nessas sequências de ação é possível ver elementos de rotoscopia e stop-motion em cenários que remetem ao aspecto onírico e sombrio do cinema expressionista alemão, como “Gabinete do Dr. Caligari” ou “Metropolis”.

A alegoria a Fausto e outros trabalhos de Goethe são amplamente exploradas ao longo da série. Citações do “Hexeneinmaleins” e outros trechos da obra que podem ser encontradas nos cenários. Vale a pena também observar a sequência de encerramento, com uma referência clara ao filme “Mephisto”, um filme alemão de 1981 que adapta e ambienta a história de Mephistopholes e Fausto durante o regime nazista na Alemanha. É interessante perceber que assim como Fausto, as protagonistas de Madoka Magica estão condenadas a morte a partir do momento que sentirem verdadeira felicidade. Do ponto de vista do misticismo oriental, a questão do “karma” é outro ponto interessante no roteiro de Madoka Magica. Isso pode ser explorado ao longo da série como metáfora ou até mesmo literalmente. A força dos desejos de suas heroínas possuem um potencial equivalente para a tragédia, quanto maior a escolha em seu contrato  igualmente proporcional será o seu infortúnio. Isso fica evidente na personagem Akemi Homura, capaz de “viajar no tempo” graças ao artefato que carrega em seu braço esquerdo, uma referência clara a “Roda de Samsara” do Budismo. Toda vez que a “roda” gira, Akemi Homura se vê diante de um novo clico de vida, morte e renascimento. Buscando de forma desesperada evadir o destino que Kyubey traçou para Madoka Kaname e suas companheiras. Em um caso raro, a abertura da série agrega certo nível de inteiração com a série, se tornando algo além de uma sequência de animações e adicionando profundidade para a trama. O tema de abertura “Connect” é da autoria da dupla de garotas especialista em j-pop autotune “ClariS”. A sequência de encerramento possui como tema a poderosa e ominiosa faixa “Magia”, cantada pelo grupo “Kalafina“, um projeto idealizado pelo veterano produtor musical Yuki Kajiura.

Madoka vive um sucesso comercial interessante no Japão. Mesmo com seus episódios finais atrasados graças ao tsunami de 2011, esse fato não impediu da série bater recordes de audiência. Muitas pessoas gostam de comparar o sucesso da série com o boom de Neon Genesis Evangelion na década de 90. Enquanto em nível de roteiro e produção isto possa ser relativo e passível de debate, o sucesso comercial da série é muito similar. O espaço publicitário de Akihabara tem estado abarrotado de anúncios, outdoors e billboards sobre a série. Outro fator interessante é o número de produtos licenciados que a série produziu em pouco tempo de existência: linhas de bonecos, blu-rays remasterizados, mangás, videogames e até mesmo alimentos. De forma similar a Evangelion, a série foi relançada nos cinemas com um budget maior e com cenas adicionas, em sua primeira semana de exibição o primeiro filme já faturou mais de U$2 milhões em bilheteria.

No final das contas, a série vale a pena ser assistida? Embora o sucesso comercial e projeção publicitária da série sejam motivo o suficiente para despertar curiosidade, é necessário avaliar com cuidado. Não recomendo a série para os espectadores mais casuais, levando em conta que os valores de produção da mesma são focados em um público muito específico e acostumado com o meio. Com apenas treze episódios, Puella Magi Madoka Magica é uma série curta, mas que consegue despertar a curiosidade do espectador e o faz questionar a possibilidade de um desfecho positivo em um universo regido por um destino que aparenta ser impossível de escapar.

 

18 Oct 13:27

Apple loses out in UK tablet design case against Samsung

by Daniel Cooper

Image

Remember when a UK judge said that Samsung couldn't have copied the iPad with its Galaxy Tab because it wasn't "as cool" as the iPad? Well, Apple has just lost the High Court appeal to have that decision overturned, meaning that despite the backhanded compliment, it will still have to run adverts in the press stating that the Korean giant had not copied its tablet designs.


[Thanks to everyone who sent this in]

Filed under: Tablets, Apple, Samsung

Apple loses out in UK tablet design case against Samsung originally appeared on Engadget on Thu, 18 Oct 2012 05:38:00 EDT. Please see our terms for use of feeds.

Permalink   |  sourceBBC News  | Email this | Comments
18 Oct 11:01

Bottles, Bubbles And Breakages

A firm slap of the hand will break a glass bottle filled with water. A new fluid dynamics video shows exactly why

"A popular party trick is to fill a glass bottle with water and hit the top of the bottle with an open hand, causing the bottom of the bottle to break open," say David Jesse Daily and pals at Brigham Young University in Provo, Utah. 

The bottles break only when filled still water and not when filled with the fizzy stuff or when empty. The question is: why? 

Today, these guys reveal exactly how this process occurs in an interesting video for this year's Gallery of Fluid Motion competition, an annual event run by  the Fluid Dynamics Division of the American Physical Society (hi-res download or low-res download).

These guys first measure the instant at which the bottle breaks and say this does not coincide with the instant when the bottle is struck.

Instead, they use high speed video footage to show that the impact from the hand causes the bottle to accelerate downwards and this creates a region of low pressure at the bottom of liquid.

If the acceleration is great enough,  the pressure drops below the vapour pressure and the fluid vapourises, forming bubbles. This is a well known process known as cavitation.

As soon as the pressure returns to normal, the bubbles collapse. But, interestingly, this collapse occurs at some ten times the rate of bubble formation. It also produces instantaneous forces that are much more concentrated than those that produced the acceleration. 

It is these forces that break the bottle.

Daily and co go on to show that this process does not work when the bottle is filled with carbonated water. The reason is simple. The impact of the hand causes bubbles to form as before but instead of collapsing, the bubbles fill with carbon dioxide and float away.

Similarly, the effect does not work with an empty bottle because the bubbles cannot form at all.

So now you know. 

And the moral of this story? Avoid grad student parties in Utah.

Ref: arxiv.org/abs/1210.3764: Catastrophic Cracking Courtesy of Quiescent Cavitation




18 Oct 02:31

Survey Says: Illegal Downloaders Also Purchase More Legal Music Than Those That Don’t Pirate

by Rollin Bishop

The argument has long been that music piracy leads to a massive loss of revenue when accumulated across the millions of songs downloaded illegally. That’s what groups like the RIAA have pushed for years. According to the American Assembly‘s upcoming Copy Culture Survey, however, that’s just not the case. As it turns out, those that pirate in the United States also purchase around 30% more music than those that don’t.

The American Assembly explains:

US P2P users have larger collections than non-P2P users (roughly 37% more). And predictably, most of the difference comes from higher levels of ‘downloading for free’ and ‘copying from friends/family.’

But some of it also comes from significantly higher legal purchases of digital music than their non-P2P using peers–around 30% higher among US P2P users. Our data is quite clear on this point and lines up with numerous other studies: The biggest music pirates are also the biggest spenders on recorded music.

Take that, RIAA.

(The American Assembly via TorrentFreak)

Relevant to your interests

18 Oct 01:04

Grayling e Blackburn: duas entrevistas interessantes

by Aires Almeida

O conhecidíssimo filósofo inglês Anthony Grayling (que no próximo sábado fará uma conferência em Lisboa, no 10º Encontro Nacional de Professores de Filosofia) tem-se visto envolvido recentemente  numa animada polémica em Inglaterra. A origem da polémica prende-se com a criação, no ano passado em Londres, do já famoso New College of the Humanities (NCH), uma instituição privada de ensino superior, que procura dar formação especializada de excelência na área das humanidades: filosofia, história, economia, direito e literatura. Parece que o NCH tem bastantes estudantes interessados, até porque o elenco de professores é uma verdadeira constelação de estrelas: Simon Blackburn, Daniel Dennett, Peter Singer (filósofos), mas também Richard Dawkins, Steven Pinker e Lawrence Krass (história natural, psicologia e ciência), além do filósofo do direito Ronald Dworkin, do crítico literário e professor Christopher Ricks e dos historiadores Linda Colley e Niall Ferguson. O cerne da polémica é a escola ser privada e de as propinas anuais rondarem as 18 mil libras.
Grayling, que abandonou o seu lugar de professor no prestigiado Birkbeck College, da Universidade de Londres, para fundar e se dedicar inteiramente ao NCH, tem sido acusado de virar costas ao ensino público e de promover um ensino elitista, inaceitável sobretudo vindo de alguém associado à esquerda e que tem sido um dos mais destacados defensores do humanismo contemporâneo. O crítico literário e colunista do Guardian, Terry Eagleton, sugere mesmo que Grayling se rendeu ao mercantilismo.
Vale, pois, a pena ler este artigo do último número da revista New Humanist, baseado numa entrevista com o próprio A. C. Grayling, e na qual este responde com muita ponderação às acusações que lhe são feitas. A ideia de Grayling é que ele está simplesmente a contribuir para salvar o ensino das humanidades, uma vez que o governo decidiu deixar de as financiar e não parece que as coisas tendam a inverter-se no futuro. Quanto às críticas de elitismo, sugere que o futuro das humanidades depende da qualidade da formação dos estudantes e não da sua quantidade, acrescentando que o montante das propinas é até inferior ao que se despende nas outras universidades, incluindo as públicas. Acrescenta que, para surpresa de muitos, um bom ensino das humanidades é mais caro do que o das ciências e que a escola tem previsto um sistema de bolsas e de angariação de estudantes sem capacidade financeira para suportar as propinas, de modo a garantir que os melhores não sejam excluídos.
Mas o melhor mesmo é o leitor ler o artigo.
Outra entrevista que vale muito a pena ler é esta entrevista de Simon Blackburn ao 3:AM Magazine. Blackburn, um filósofo desempoeirado que tanto escreve coisas estritamente destinadas à discussão com outros filósofos como escreve para o grande público, confessa que não gosta de ser descrito como um popularizador da filosofia. O que procura fazer, diz, não é tanto trazer (ou fazer baixar) a filosofia às pessoas, mas antes levar (ou fazer subir) as pessoas à filosofia. Entre muitas outras coisas interessantes para o leitor.

17 Oct 22:33

Uruguai descriminaliza o aborto

by BBC Brasil
Congressistas uruguaios assistem a um vídeo educativo que mostra um feto humano, durante uma sessão do Congresso em setembro de 2012 (Arquivo/AP)

Congressistas uruguaios assistem a um vídeo educativo que mostra um feto humano, durante uma sessão do Congresso

Por 17 votos a favor e 14 contra, o Senado uruguaio aprovou na tarde desta quarta-feira projeto de lei que descriminaliza o aborto no país. Com a decisão, o vizinho sul-americano se transforma no segundo país da América do Sul (depois da Guiana) a permitir o aborto por qualquer mulher que deseje fazê-lo, até a 12ª. semana de gestação.

Antes de entrar em vigor, a lei ainda precisa passar por sanção do presidente uruguaio, José “Pepe” Mujica, mas o mandatário já avisou, em reiteradas declarações, que não vetará a decisão tomada pelo Parlamento.

De acordo com estimativas de organizações sociais como o coletivo Mujeres y Salud en Uruguay, no país são realizados cerca de 30 mil abortos por ano. Segundo o Ministério de Saúde do Uruguai, no ano passado, 46.706 crianças nasceram no país.

Descriminalização e legalização

O projeto não legaliza o aborto, mas sim impede que a interrupção da gravidez por parte de cidadãs uruguaias seja tratada como crime.

A decisão final pode ser tomada pela gestante depois de haver sido observado um processo obrigatório de consulta a três profissionais vinculados ao sistema de saúde local e desde que o aborto seja praticado por centros de saúde registrados.

“Este é um primeiro passo de avanço. Entre 1934 e 1938, o aborto foi legal no Uruguai. E, desde a reabertura democrática (1985), todas as legislaturas apresentaram projetos a respeito. Sentimos que se trata de uma questão de direito, estamos convencidos de que se deve continuar com a luta pela autonomia da mulher”, disse à BBC Brasil a senadora Monica Xavier, presidente da Frente Ampla.

Procedimentos

O primeiro passo estabelecido pela lei é a ida obrigatória da gestante a um médico, a quem deverá manifestar seu desejo de abortar. A partir daí, o profissional deve enviar a paciente a um comitê constituído por um ginecologista, um psicólogo e um assistente social para que receba informações sobre a interrupção da gravidez e para lhes manifestar as razoes pelas quais deseja abortar.

Após cinco dias de “reflexão”, a paciente deve expressar sua decisão final, e então o aborto deve ser realizado de forma imediata e sem obstáculos, em hospitais públicos e privados.

A lei não permite que mulheres estrangeiras se beneficiem desse novo direito.

A nova legislação também determina que a gravidez poderá ser interrompida, até sua 14ª. semana, quando a gestação incorrer em risco de vida para a saúde da mulher, quando houver malformações fetais incompatíveis com a vida extrauterina e quando a gravidez for resultado de estupro.

O projeto aprovado é fruto de um extenso vaivém do texto na Câmara e no Senado uruguaios. Em 2008, o então presidente Tabaré Vázquez vetou os artigos da lei de saúde sexual e reprodutiva que estabeleciam a descriminalização do aborto.

17 Oct 16:56

Astrônomos descobrem planeta de fora do Sistema Solar mais próximo à Terra

by BBC Brasil
Representação artística do novo planeta com a estrela Alpha Centauri B ao fundo

Órbita do planeta ao redor da estrela Alpha Centauri B é de apenas 3,6 dias

Astrônomos do Observatório Europeu do Sul encontraram um planeta semelhante à Terra na órbita de uma estrela do sistema Alpha Centauri, o mais próximo ao Sistema Solar, a apenas quatro anos-luz de distância.

O planeta tem massa próxima à da Terra, mas tem uma órbita mais semelhante à de Mercúrio.

Segundo os pesquisadores, isso o deixaria fora da "zona habitável", o que descartaria a possibilidade de haver vida no planeta.

Os estudos recentes sobre os exoplanetas (planetas de fora do Sistema Solar) mostram porém que quando um planeta é identificado na órbita de uma estrela, é provável que haja outros, vários.

O novo estudo, publicado na revista Nature, começa a desvendar os antigos questionamentos sobre os planetas em torno das estrelas mais próximas do Sistema Solar.

A estrela mais próxima ao Sol é a Proxima Centauri, parte de um sistema com três estrelas que também inclui as estrelas maiores Alpha Centauri A e Alpha Centauri B.

O novo planeta foi encontrado perto de Alpha Centauri B pelos equipamentos do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) em La Silla, no Chile.

Ele é o mais próximo à Terra entre os mais de 800 exoplanetas já confirmados.

Imagem da estrela Alpha Centauri B captada pelo ESO

A estrela Alpha Centauri B faz parte do sistema Alpha Centauri, o mais próximo do Sistema Solar

A órbita do planeta em torno de Alpha Centauri B é de apenas 3,6 dias, e a temperatura na superfície foi estimada em 1.200 graus Celsius.

Muitos planetas com órbitas semelhantes têm um lado permanentemente voltado à estrela hospedeira, mas os pesquisadores dizem que novas análises são necessárias para verificar se esse é o caso do novo planeta.

Desde que os primeiros planetas de fora do Sistema Solar foram descobertos no começo dos anos 1990, a esperança é de se encontrar um "gêmeo da Terra" - um planeta como o nosso, que orbita uma estrela semelhante ao Sol, em uma órbita semelhante à da Terra.

O novo planeta que orbita Alpha Centauri B tem apenas um desses atributos - massa semelhante à da Terra. Ele é um dos menores exoplanetas já descobertos.

Mas dentro do catálogo de centenas de planetas confirmados desde 1992 e milhares em processo de confirmação, a descoberta tem pouca importância, a não ser pela proximidade.

"Alpha Centauri B é claramente um caso especial - é nossa vizinha de porta", diz o astrônomo Stephane Udry, coordenador do estudo.

"É uma descoberta importante, porque é um planeta com uma massa muito pequena e é nosso vizinho mais próximo", observa.

16 Oct 05:05

Subconscious religious predjudice in children

by noreply@blogger.com (Tomas Rees)
We know that religious affiliation is one among many markers of group identity. But if you ask typical adults, they will insist that they are not prejudiced against members of other faiths. However, if you measure their subconscious reactions, you can reveal hidden biases.

In other words, adults know they are not supposed to be prejudiced, but deep down they often are.

But what about children? Larisa Heiphetz and colleagues, at Harvard University, ran a series of studies to find out.

The basic gist of these was that they showed the kids pictures and pictures of two children - one Christian, and one either Jewish or Hindu. The children were matched (same race etc), but the stories about them were tweaked either to emphasise differences or similarities).

Then they asked the kids their opinions of the two test children. They also ran something called the Implicit Association Test (IAT), which is a test designed to uncover subconscious prejudice.

What they found was that when the characters were presented alongside an explanation that pointed out they were different (for example, by highlighting the differences between Hinduism and Christianity, or by having the Christian child say that aspects of Judaism were silly), then the children showed a marked explicit, conscious prejudice.

That's quite different to the adults, who try to maintain they have no prejudice against other religions.

When they glossed over the differences, however, the children's explicit prejudice ebbed away. But their subconscious prejudice remained - if anything it was even higher.

What Heiphertz and colleagues conclude is that these mostly Christian children, like adults, have an implicit pro-Christian bias. Unlike adults, however, they are happy to admit to their bias, when they recognise it themselves.

What was unusual, however, was that the children did not even need to understand the differences between the characters in order to show a subconscious bias. As they say:

In cases where children are asked to choose between characters whose religions are similar and familiar, the IAT may tap preferences of which the children are unaware or which they may not yet be able to articulate.

So prejudice against other faiths is so deeply ingrained that it can have an effect even when these kids can't consciously identify any important differences between children of different faiths!


ResearchBlogging.org
Heiphetz L, Spelke ES, & Banaji MR (2012). Patterns of Implicit and Explicit Attitudes in Children and Adults: Tests in the Domain of Religion. Journal of experimental psychology. General PMID: 22905875

Creative Commons License This article by Tom Rees was first published on Epiphenom. It is licensed under Creative Commons.
16 Oct 04:59

How Many Galaxies Are There in the Universe? The Redder We Look, the More We See | The Crux

Ethan Siegel is a theoretical astrophysicist living in Portland, Oregon, who specializes in cosmology. He has been writing about the Universe for everyone since 2008, and can’t wait for the launch of the James Webb Space Telescope. A different version of this post appeared on his blog, Starts With a Bang. 

“It is by going down into the abyss that we recover the treasures of life. Where you stumble, there lies your treasure.” –Joseph Campbell

One of the bravest things that was ever done with the Hubble Space Telescope was to find a patch of sky with absolutely nothing in it—no bright stars, no nebulae, and no known galaxies—and observe it. Not just for a few minutes, or an hour, or even for a day. But orbit-after-orbit, for a huge amount of time, staring off into the nothingness of empty space, recording image after image of pure darkness.

What would we find, out beyond the limits of what we could see? Something? Nothing? After a total of more than 11 days of observing this tiny area of the sky, this is what we found:

The Hubble Ultra Deep Field—the deepest view ever of the Universe, was the result. With all those orbits spent observing what appears to be a blank patch of sky, what we were really doing was probing the far-distant Universe, seeing beyond what any human eye—even one aided by a telescope—could ever hope to see. It took literally hundreds of thousands of seconds of observations across four separate color filters to produce these results.

What you’re seeing—in practically every point or smear of light—is an individual galaxy. The result gave us the information that a very large number of galaxies exist in a minuscule region of the sky: around 10,000 in the tiny volume surveyed by the Hubble Ultra Deep Field image, below.


Image credit: NASA, ESA, S. Beckwith (STScI) and the HUDF Team

By extrapolating these results over the entire sky (which is some 10 million times larger), we were able to figure out—at minimumthat there were at least 100 billion galaxies in the entire Universe. I even made a video about it.

But that’s not the end of the story; not by a long shot. You see, there might be at least 100 billion galaxies, based on what we’ve observed, but there might be more. Galaxies that are too dim to observe with “only” 11 days of Hubble data. Galaxies that are redshifted too far for even Hubble’s farthest infrared filter to pick up. Galaxies that might appear, if only we had the patience to look for longer.

So that’s exactly what we did, looking for a total of 23 days over the last decade—more than twice as long as the Ultra-Deep Field—in an even smaller region of space. (There are over 1,000 observing proposals submitted to Hubble every cycle, so getting that much time, even spread over a decade, is remarkable.) Ladies and Gentlemen, may I present to you the Hubble Extreme Deep Field!


Image credit: NASA, ESA, G. Illingworth, D. Magee, and P. Oesch (University of California, Santa Cruz),
R. Bouwens (Leiden University), and the HUDF09 Team

This picture may look familiar to you, even though you’ve probably never seen it before. The Extreme Deep Field (or XDF) is actually a part of the Ultra Deep Field, which you can see for yourself if you rescale both images and rotate them at 4.7 degrees relative to one another, as I did here.

The XDF has far more galaxies in it than the HUDF does in a comparable region of space. Take a look for yourself at a small portion of these images, compared side-by-side with one another, and you can clearly see how many more galaxies there are in the XDF with your own eyes.


Image credit: cropped, identical portions of the HUDF and XDF images

Sure, the Ultra-Deep one (at left) is very impressive, especially considering that—by all appearances—this is just a blank patch of featureless sky. But there are maybe 75% more galaxies-per-patch-of-sky in the XDF! Applying the XDF results to the entire sky, we find that there are more like 176 billion galaxies in the entire Universe, a huge increase from our previous estimate from the HUDF.

How do we estimate that there are so many? For starters, the area of the XDF is just a tiny, tiny fraction of the full Moon.


Illustration credit: NASA, ESA, and Z. Levay (STScI);
Image by: T. Rector, I. Dell’Antonio/NOAO/AURA/NSF, Digitized Sky Survey (DSS), STScI/AURA, Palomar/Caltech, and UKSTU/AAO

If you assume that the XDF is a typical region of outer space, you can calculate how many XDFs it would take to fill the entire night sky; it’s about 32 million. Multiply by the number of galaxies you find in the XDF—which is around 5,500—and that’s how we arrive at 176 billion galaxies, at least, in the Universe.

But there’s more to the story than that.

We’re taking a region of space that has very few nearby galaxies, or galaxies whose light takes less than a few billion years to reach us. We’ve selected a deliberately low-density portion of the nearby Universe. The XDF has found many more galaxies whose light has traveled between 5 and 9 billion years to reach us, which are relatively dim galaxies that the HUDF simply couldn’t pick up. But where it really shines is in the early Universe, at finding galaxies whose light has been on its was for more than 9 billion years, finding the majority of new galaxies there.

But even the XDF is not optimized for finding these galaxies; we’d need an infrared space telescope for that, which is what James Webb is going to be. When that comes around, I wouldn’t be surprised to find that there are maybe even close to a trillion galaxies in the observable Universe; we just don’t have the tools to find them all yet. In the meantime, our best tool—the Hubble Space Telescope—is showing us that the deeper we look, the more we’ll continue to be rewarded with new, faint, and distant galaxies, as well as richer details in the already discovered ones.

It makes me so impatient for a more powerful telescope with the ability to see far into the infrared, because I can’t help but wonder what’s still invisible to even the XDF. Twice as many galaxies? Four times? Fainter ones, redder ones, more distant ones, or all of them? There’s at least 176 billion of them in our Universe, but I can’t help wonder, “how many more?”

The new Hubble Extreme Deep Field is the deepest view into the Universe. Ever. What else is there to say? Enjoy the view, discover what’s we’ve just found, and marvel at what else lives there, just beyond our sight. It’s just the tiniest fraction of the whole Universe, like we’ve never seen it before.

16 Oct 04:46

What Happened Before The Big Bang? [Starts With A Bang]

by Ethan

“The aim of science is not to open the door to infinite wisdom, but to set a limit to infinite error.” -Bertolt Brecht

One of the most questions I get about the Universe — as a cosmologist — isn’t quite about the Big Bang in and of itself.

The expansion of the Universe in reverse; image source unknown.

The Big Bang is a remarkable idea, of course, that says that, based on the observations that the Universe is expanding and cooling today, it was hotter, denser, and physically smaller in the past. This gets particularly exciting when we extrapolate very far back in the history of the Universe.

Image credit: Addison Wesley.

At some point in the past, it was so hot that individual atoms would have been blasted apart by the radiation in the Universe. This means that — as we come forward in time past that point — there was a point when all the nuclei and electrons in the Universe became stable, neutral atoms for the first time.

Image credit: Pearson / Addison Wesley, retrieved from Jill Bechtold.

And before that, it was so hot that individual nuclei would have been blasted apart. But you might think that this means we can go back to arbitrarily high temperatures, densities, and arbitrarily small sizes. You might be tempted to go all the way to a point in time where spacetime collapses into a singularity, and where all the matter and energy in the Universe were present at a single point, of infinite temperature and infinite density.

Image retrieved from University of Arizona. And yes, longtime readers, this is wrong.

Indeed, this is one of the most tempting things to try.

But physically, it’s also wrong. (Lots of good scientists and science institutions goof this, too. See here, for example.) You see, we know that this isn’t what happened in the Universe’s past, because of what we observe when we look — in detail — at a snapshot of the Universe’s early history, from back when those neutral atoms formed for the first time.

Image credit: © 2005 Lawrence Berkeley National Laboratory Physics Division.

What we learn is that there’s an upper limit to how hot the Universe ever was in its early history. And although it may have been very hot — up to energies between 10^16 and 10^17 GeV, or about 10 trillion times hotter than the Large Hadron Collider can create — that’s actually quite small compared to the scale where we’d need to talk about singularities (which is another factor of ~1000 hotter), or where quantum gravity/string theory effects would become important.

We learn this from looking at the magnitude and distribution of the temperature fluctuations in the Universe imprinted in the snapshot alluded to earlier: in the Cosmic Microwave Background.

Image credit: NASA / WMAP science team; in a projection the way you'd see a globe.

(If you prefer a Mercator projection — the way you typically see a map of Earth — click here.)

What these fluctuations tell us is that, at some point in the very early history of the Universe — where we can be accurately described by this hot, dense, radiation-filled, Big Bang-esque model — the Universe was filled with small-magnitude temperature fluctuations (of a few parts in 100,000) on all measurable scales, where each scale is observed to have the same-magnitude pattern of fluctuations.

Image credit: Chiang Lung-Yih, doing a spherical harmonic decomposition of the CMB data.

As the Universe expands and cools, gravity works to pull the matter and energy in on itself, making overdensities bigger and underdensities smaller, while radiation pressure works to wash those fluctuations out. Normal matter (protons, neutrons, and electrons) interacts with photons and itself, creating “bouncy” features in this pattern of fluctuations, while dark matter can feel the radiation pressure and the gravitational tugs, but has no cross-section with either normal matter, photons or itself.

As a result, we learn what the different components of the Universe are.

Image credit: WMAP / NASA; Ned Wright of http://www.astro.ucla.edu/~wright/CMB-DT.html.

Two important observations that come out of this are that, as far as curvature goes, the Universe is spatially flat, rather than curved positively (like a sphere) or negatively (like the seat of a saddle), and that it has the same temperature properties in all directions, even in regions that have never had an opportunity to exchange information (or transmit photons) between one another.

Images credit: horizon problem (top) via astronomynotes.com; flatness problem (bottom) by Ned Wright's cosmology tutorial.

These two things could be remarkable, finely-tuned coincidences (or, you know, just how things happen to be, for no reason), but they could also be indicative of something preceding the Big Bang. In particular, a phase of exponential expansion of the Universe — known as cosmological inflation — would compel these two things to be true. But cosmic inflation also carries a number of predictions with it: that there would be no magnetic monopoles or other leftover relics from grand unified theories, that there would be no topological defects (e.g., cosmic strings, domain walls) in the large scale structure of the Universe, and that the temperature fluctuations found in the Cosmic Microwave Background would follow a special type of distribution.

Image credit: Takeo Moroi & Tomo Takahashi, from http://arxiv.org/abs/hep-ph/0110096.

Not only do we find strong evidence against leftover relics and topological defects, but we measured this Harrison-Zel’dovich spectrum very accurately back in the 1990s, which was predicted by inflation more than a decade before it was observed! In other words, the spectrum of fluctuations is precisely consistent with what the theory of cosmological inflation predicted!

What inflation — our best scientific theory as to what preceded the Big Bang — tells us about “what came before the Big Bang” is, perhaps, very surprising.

Image generated by me, of the scale of the Universe (y-axis) vs. time (arbitrary units).

If the Universe was filled with matter (orange) or radiation (blue), as shown above, there must be a point at which these infinite temperatures and densities are reached, and thus, a singularity. But in the case of inflation (yellow), everything changes. First off, we don’t necessarily have a singularity, and we definitely don’t have one at what we traditionally think of as “the moment of the Big Bang.” Instead, we have what’s known as a past-timelike-incomplete spacetime.

Image generated by me, of the scale of the Universe (y-axis) vs. time (arbitrary units).

In other words, we not only don’t know whether there was a singularity at some point in the very distant, pre-inflation past, or whether inflation was truly eternal, we don’t even know whether inflation occurred for less than a yoctosecond or more than the present age of the (post-Big Bang) Universe!

Our prospects for finding out, furthermore, are quite dim, as — by its very nature — practically every model of cosmic inflation wipes out any information about the Universe that existed prior to the last billionth-of-a-yoctosecond before inflation ended, and our Universe began.

Image credit: Cosmic Inflation by Don Dixon.

So, before the Universe was hot, dense, expanding, cooling, and filled with matter and antimatter? There was inflation, the phase of exponential expansion that stretched the Universe flat, made it the same average temperature in all directions, wiped out any ultra-massive relic particles and topological defects, created the temperature fluctuations that led to the large-scale structure of today’s Universe, and ended 13.7 billion years ago, setting up the Big Bang that gave rise to the observable Universe we know and love. If inflation lasted any longer than that last billionth-of-a-yoctosecond that affects our observable Universe and the laws of physics we know still hold, then we almost certainly live in a multiverse as well, where our observable Universe is just one Universe out of many.

Image credit: Me, illustrating how an inflating region of spacetime's exponential properties will create new spacetime more quickly than the dynamics that end inflation can create Big Bangs and matter/radiation-filled regions of our Universe!

But what came before that? We only have theoretical possibilities, with likely no data or information from that time contained within our observable Universe to guide us. We’ll keep searching for clues, but for right now, don’t believe the hype (and I’m looking at you, Steinhardt, Turok, and Greene, among others); keep them as possibilities if you fancy them, but that speculation is no replacement for the best that science has to offer right now!

16 Oct 04:30

Ludicrous biography attempts to link Darwin to Hitler

Screen-shot-2012-09-27-at-16.55.38.jpg

Rowan Hooper, news editor

It was only on reaching the third-from-last paragraph of this book that I realised why historian Paul Johnson had written it. Leading up to this revelation is what amounts to a very long list of gripes about Charles Darwin. We hear at length about how lucky he was - in being born into wealth and fluking passage on the Beagle, for example - and about how various concepts of evolution were already in the intellectual air and even well accepted.

We are told that Darwin was very poor at mathematics, lazy in his avoidance of the "hard cerebral activity of thinking through fundamental scientific principles", and that Gregor Mendel was "in some ways a more thorough scientist than Darwin". Darwin is scolded for not having come up with the Mendelian principles of genetics himself and for the misfortune of not reading Mendel's work.

Darwin is criticised for emphasising the suffering and violence inherent in the natural world, and amazingly, his use of the word "struggle" - as in "the struggle for existence" - is somehow blamed for Hitler's use of the word in Mein Kampf.

The aim of all this, while incidentally acknowledging Darwin's genius, seems to be to manufacture an air of mediocrity over his achievements.

Then we get to the end of the book. After once more noting that Darwin was one of a select band who "dispersed the darkness of ignorance", Johnson says, "None of this justifies the enthusiasm of the Darwinian fundamentalists, who over the last few decades have sought to give Darwin a quasi-divine status." He goes on, "The biologists responsible for Darwinian fundamentalism have themselves been deified by an ingenious but perverse band of philosophers."

So that's why Johnson has written this book - he's fed up, basically, with the prominence of the work of Richard Dawkins (the biologist) and Daniel Dennett (the philosopher).<.p>

Only Johnson makes no attempt to explain what he dislikes about their work, or, indeed, what he believes "Darwinian fundamentalism" to be. History teaches us, Johnson concludes, irrelevantly, "that science, like everything else, becomes out of date". We don't need history to tell us that, it is almost a definition of science itself.

And notwithstanding a few interesting snippets of Darwin's life to be learned here, this book adds nothing to our understanding of the man: it is a vendetta, an agenda-driven hatchet-job. It is written, one suspects, by someone who is deeply resentful of the power of Darwin’s ideas. For more insight and less pre-formed opinion, there are far better books out there - we don't need to add another to the pile.

Book information
Darwin: Portrait of a genius by Paul Johnson
Viking
$25.95

Follow @CultureLabNS on Twitter

Like us on Facebook

16 Oct 04:23

Curiosity Takes Second Mars Scoop for Dust Bath

Curiosity-mast

As NASA's Mars rover Curiosity continues to dominate Mars with its instruments of science, it has used its scooper -- with the dizzying name 'Collection and Handling for In-Situ Martian Rock Analysis' (CHIMRA) -- for a second time.

mars red
WATCH VIDEO: WHY IS MARS RED?

In recent raw photographs beamed back from Aeolis Palus, the plain at the base of Gale Crater that leads to the 3-mile (5-kilometer) high mountain Aeolis Mons (unofficially called Mt. Sharp), a second trench is evident in the Mars regolith.

In the photograph shown above, two trenches are now evident in a ripple of sand and dust at "Rocknest" -- a cluster of dark rocks Curiosity is currently parked next to.

BIG PIC: Curiosity Takes Scoop of Mars Regolith Ripple

Over the past few days Curiosity has been giving CHIMRA a Mars dust bath -- its robotic arm scooped a sample and shook the dust and regolith grains over the scooper's metal surfaces. The 'used' soil was then unceremoniously dumped.

The rationale behind this is to scrub away any terrestrial contaminants, such as fine layers of oil that may have settled on the instrument after leaving NASA's clean rooms, before the scoop is used to deposit samples into the rover's on-board chemistry laboratories.

Curiosity-dig

In this photo, mission managers commanded the robotic arm-mounted Mars Hand Lens Imager (MAHLI) to look deep into the first trench dug by CHIMRA. At first glance, there appears to be a thin crusty layer of regolith atop darker material. These close-up views will be essential for NASA scientists to better understand the constituents and origin of the soil beneath the rover.

ANALYSIS: Mystery Mars Object is Curiosity's Litter

MAHLI was also used to examine the errant piece of plastic litter that was accidentally dropped by the rover last week (below). Although its source still isn't known, mission scientists have been scouring numerous images of the object in the hope of understanding whether or not its absence could be an issue for the rover.

Curiosity-litter

The cleaning procedure is expected to take several more days, where more scoops will be taken, shaken and then dumped. Only when the Mars dust bath is complete will scientists be sure that when they analyze the dirt, all signals are coming from Martina, not terrestrial, sources.

PHOTOS: Curiosity Flips Powerful Camera's Dust Cap

Source: NASA JPL

Image credit: NASA/JPL-Caltech




16 Oct 03:59

UG802 Dual Core Android 4.0 TV BOX

by Nuno Pereira
Esta UG802 é uma evolução do popular modelo que surgiu aqui há uns meses atras, o MK802.

A UG802 vêm equipada com um Cortex A9 dual core a 1.2Ghz CPU, e um Quad core Mali400 GPU possuindo 1GB de RAM.  Características certamente impressionantes para o preço de cerca de 60€ que custa um gadget destes!


15 Oct 22:04

Homosexuality will lead to race of super-ducks, claims homeschooler in local newspaper [Holy Crap Wtf]

by Cyriaque Lamar
Cyriaque Lamar

Homosexuality will lead to race of super-ducks, claims homeschooler in local newspaperThe following letter to the editor by 14-year-old Jasmin H. was published in the October 3 edition of Canterbury, New Zealand's Northern Outlook. In this strange missive, the youth claims that that the global gay agenda will lead to frightening new species of monogamist ducks. Or something. It's not entirely clear! (In a nutshell, if you're definitely gay, you might also be a little bit Roman, and you're absolutely enabling our new avian overlords and their Lovecraftian genitalia.)

Homosexuality will lead to race of super-ducks, claims homeschooler in local newspaper


[Bipolar Bear via Dangerous Minds]